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Questão 30                                                            CURSO E COLÉGIO

 Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos deparamos com uma impressionante multidão
 que dançava ao som de suas violas. Tão logo viram o Vice-Rei, cercaram-no e o obrigaram a
 dançar e pular, exercício violento e pouco apropriado tanto para sua idade quanto posição.
 Tivemos nós mesmos que entrar na dança, por bem ou por mal, e não deixou de ser
 interessante ver numa igreja padres, mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dançar e pular
 misturados, e a gritar a plenos pulmões “Viva São Gonçalo do Amarante”.
                                      BARBINAIS, Le Gentil. Noveau Voyage autour Du monde. Apud: TINHORÃO,J. R.
                                                     As festas no Brasil Colonial. São Paulo: Ed 34, 2000 (adaptado).


 O viajante francês, ao descrever suas impressões sobre uma festa ocorrida em Salvador, em
 1717, demonstra dificuldade em entendê-la, porque, como outras manifestações religioas do
 período colonial, ela
 a)Seguia os preceitos advindos da hierarquia católica romana.
 b)Demarcava a submissão do povo à autoridade constituída.
 c)Definia o pertencimento dos padres às camadas populares.
 d)Afirmava um sentido comunitário de partilha da devoção.
 e)Harmonizava as relações sociais entre escravos e senhores.


        Alternativa: E                                                  CURSO E COLÉGIO


 A dificuldade do viajante francês em entender as relações entre escravo e senhores durante a
 festa de São Gonçalo está associada à estrutura hierárquica da França absolutista do século
 XVIII que priorizava a divisão estamental. A formação cultural do Brasil relaciona-se à
 amalgamação das diferentes tradições, sejam elas europeias ou africanas, pautando questões
 religiosas e de gênero.

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  • 1. Questão 30 CURSO E COLÉGIO Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos deparamos com uma impressionante multidão que dançava ao som de suas violas. Tão logo viram o Vice-Rei, cercaram-no e o obrigaram a dançar e pular, exercício violento e pouco apropriado tanto para sua idade quanto posição. Tivemos nós mesmos que entrar na dança, por bem ou por mal, e não deixou de ser interessante ver numa igreja padres, mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dançar e pular misturados, e a gritar a plenos pulmões “Viva São Gonçalo do Amarante”. BARBINAIS, Le Gentil. Noveau Voyage autour Du monde. Apud: TINHORÃO,J. R. As festas no Brasil Colonial. São Paulo: Ed 34, 2000 (adaptado). O viajante francês, ao descrever suas impressões sobre uma festa ocorrida em Salvador, em 1717, demonstra dificuldade em entendê-la, porque, como outras manifestações religioas do período colonial, ela a)Seguia os preceitos advindos da hierarquia católica romana. b)Demarcava a submissão do povo à autoridade constituída. c)Definia o pertencimento dos padres às camadas populares. d)Afirmava um sentido comunitário de partilha da devoção. e)Harmonizava as relações sociais entre escravos e senhores. Alternativa: E CURSO E COLÉGIO A dificuldade do viajante francês em entender as relações entre escravo e senhores durante a festa de São Gonçalo está associada à estrutura hierárquica da França absolutista do século XVIII que priorizava a divisão estamental. A formação cultural do Brasil relaciona-se à amalgamação das diferentes tradições, sejam elas europeias ou africanas, pautando questões religiosas e de gênero.