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HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES = HISTÓRIA DO ULTRASSOM
Ultrassom
Prof. Dr. João Eduardo Irion
Faculdade de Medicina
Universidade Federal de Santa Maria – RS – BR
Médico Nuclear
Serviço de Medicina Nuclearde Santa Maria
jirion @terra.com.br
joaoeduirion.blogspot.com.br
O EFEITO DOPPLER FIZEAU
Em 1842, Johann Christian Andreas Doppler, matemático austríaco, publicou a obra
intitulada “Uber das farbige Licht der Doppelsterne” (Sobre as Cores da Luz das Estrelas
Duplas), descrevendo a variação da cor da luz das estrelas segundo seu movimento de
aproximação ou afastamento do observador. A descoberta passou a ser conhecida como “efeito
Doppler”, que é válido tanto para a luz como para o som.
Johann Christian Andreas Doppler
Armand Hippolyte Louis Fizeau
Em 1848, trabalhando independentemente o físico francês Armand Hippolyte Louis
Fizeau, descreveu o mesmo fenômeno ao utilizar raias de Fraunhofer como linhas de referência
para determinar os deslocamentos das estrelas na direção da Terra, usando esse fato para medir
suas velocidades radiais. A partir daí o fenômeno passou a ter o nome de “efeito Doppler-
Fizeau”.
O efeito Doppler também ocorre com o som e coube a Cristoph Hendrik Diederik Buys
Ballot, um meteorologista holandês, demonstrá-lo em 1845. Nesse ano, ele realizou uma
experiência em um trem na linha Ultrech-Amsterdam cujo desenrolar teve duas versões. Na
primeira, vários corneteiros ocupavam um vagão aberto em um trem puxado por uma
locomotiva que percorria diversas vezes o mesmo trajeto em diferentes velocidades, enquanto
os corneteiros emitiam uma nota diferente cada vez que passavam pela estação.
Simultaneamente, na plataforma da estação, vários músicos de ouvidos apurados registravam as
notas que conseguiam ouvir. A outra versão diz que foram usados dois conjuntos de corneteiros,
um parado na estação e o outro na plataforma do trem em movimento. Os dois conjuntos
emitiam a mesma nota musical quando o trem passava na estação e a frequência dos sons
emitidos não coincidia.
Cristoph Hendrik Diederik Buys Ballot
A PROPAGAÇÃO DO SOM NA ÁGUA
A tecnologia para uso do ultrassom em medicina tem estreita relação com a propagação
do som na água e por isso o tema será abordado a seguir. Jean Daniel Colladon, engenheiro e
advogado, foi quem, em 1826, mediu pela primeira vez a velocidade do som na água. Ele o fez
com o auxílio de seu amigo Charles Francois Stur. Para realizar a medida da velocidade do som
na água, Stur tripulou um barco no lago Genebra com um sino mergulhado na água, e, a dez
milhas de distância, Colladon noutro barco, estava munido de um tubo cuja extremidade
mergulhada na água tinha a forma de trompa e a outra extremidade era apropriada para ser
colocada no seu ouvido. A experiência consistia em Sturn disparar um foguete no exato
momento em que fazia soar o sino dentro d’água e a luz do foguete era o sinal para o início da
medida do tempo entre a partida e a chegada do som, fatos cronometrados por Coladon.
Jean Daniel Colladon
Colladon publicou sua experiência com o título “Dissertation on the compression of
liquids and the speed of sound in water” e sugeriu que o eco do som podia ser usado tanto como
medida da profundidade dos mares como para comunicação entre barcos.
A TEORIA DO SOM
A teoria do som foi elaborada e fundamentada com tratamento matemático por John
William Strutt, que era o Lord Rayleigh (Prêmio Nobel de Física de 1904), e apresentada em
dois livros com o titulo de Theory of Sound editados em 1877-1878.
John William Strutt, o Lord Rayleigh
A MAGNETOESTRIÇÃO, O EFEITO VILLARI E O EFEITO
PIEZOELÉTRICO
Em 1847, durante a análise de uma amostra de níquel, o físico britânico James Prescott
Joulle descobriu o efeito chamado magnetoestrição pelo qual as substâncias ferro-magnéticas,
tais como o ferro, o cobalto e o níquel mudam de dimensões quando submetidos a um campo
magnético. Essa propriedade permite transformar energia magnética em energia cinética e vice-
versa.
O efeito contrário, ou seja, a alteração das propriedades magnéticas de um objeto ferro
magnético submetido a estresse mecânico é definido como efeito Villari. O zumbido que se
ouve nos transformadores é o resultado da magnetoestrição causada pela corrente alternada nos
fios das bobinas desses equipamentos.
Em 1881, os irmãos Pierre e Jacques Curie, estudando as propriedades dos cristais
descobriram o efeito piezelétrico no qual um cristal submetido à compressão gera uma corrente
elétrica. Gabriel Lippman deduziu matematicamente o efeito contrário no qual a corrente
elétrica aplicada ao cristal determina seu aumento de volume.
Pierre Curie
Jacques Curie
As descobertas por Joule da magnetoestrição e a descoberta do efeito piezoelétrico
pelos irmãos Curie e por Lippman tornaram possível a construção de transdutores para emissão
e recepção de ultrassons mesmo com frequência de milhões de ciclos (megahertz).
OS TRADUTORES
Os transdutores são equipamentos que convertem uma forma de energia em outra forma
de energia. O transdutor de uso mais comum é o alto-falante o qual nos aparelhos de sons
convertem energia elétrica em energia sonora.
No passado, quando era difícil a construção de microfones, os alto-falantes também
eram usados na tarefa inversa, isto é, eles convertiam som em corrente elétrica.
A maior parte das vezes, os transdutores usados em ultrassonografia se baseiam no
efeito piezoelétrico e mais raramente utilizam a mangetoestrição; em alguns casos utilizam os
dois processos.
Um exemplo de transdutor natural é o ouvido. O ouvido é um transdutor complexo,
encarregado da conversão de várias formas de energia mediante um processo que ocorre em três
fases. Na primeira fase, o som que chega ao ouvido é conduzido e amplificado pelo conduto
auditivo externo e a partir daí a primeira conversão de energia ocorre no tímpano onde o som é
convertido em energia mecânica que, imediatamente, o tímpano transfere à cadeia de ossículos.
A cadeia de ossículos e sua musculatura atuam como um sistema de alavancas,
funcionando como um amplificador e aumentam em quinze vezes a energia mecânica que
receberam do tímpano. A segunda fase da conversação energética ocorre com a transformação
da energia mecânica (já amplificada) em energia hidráulica por meio do o estribo que passa a
energia recebida para a janela oval onde é transmitida ao líquido contido no caracol. A
conversão final ocorre na terceira fase com a transformação da energia hidráulica em energia
elétrica, quando a variação da pressão hidráulica excita as células basilares gerando energia
elétrica que é enviada ao cérebro.
A ECOLOCALIZAÇÃO
A ultrassonografia tem por base o princípio da ecolocalização, que consiste na
localização no espaço de um objeto, medindo-se o tempo entre a emissão do ultrassom e seu
retorno à fonte emissora (eco).
Lazzaro Spallanzzani.
A ecolocalização natural, chamada de biossonar, é considerada o sexto sentido de
alguns animais que são capazes de emitir e ouvir ultrassons na frequência entre 20 e 150 MGHZ
e inspirou a criação da ecolocalização artificial. A ecolocalização artificial é tecnologia que
utiliza dois tipos de onda, o ultrassom (SONAR) e as microondas eletromagnéticas (RADAR).
As duas formas são utilizadas com fins bélicos e para fins pacíficos e nesse último caso, um
exemplo é o uso de ultrassom com fins médicos.
A ecolocalização natural foi observada pela primeira vez, em 1790, pelo fisiologista
italiano Lazzaro Spallanzzani. Ele demonstrou que os morcegos voavam orientados pelos
ouvidos e não pelos olhos. Para isso vedou os olhos dos morcegos e percebeu que eles voavam
evitando os obstáculos e não tinham problemas para caçar insetos, mas os morcegos com
ouvidos obstruídos com cera tornavam-se incapazes de evitar obstáculos ao voo ou caçar.
Em 1938, o estudante Donald R. Griffin, depois professor de Zoologia, auxiliado por
Robert Galambos, mostrou que os morcegos não usavam o som, mas sim o ultrassom na
frequência de 60 a 120 quilohertz para voar e caçar.
A demonstração de que os morcegos usavam a ecolocalização por meio de ultrassons
veio quando ficou demonstrado que, com a boca e as orelhas cobertas, os morcegos colidiam
com qualquer coisa no seu caminho, inclusive nas paredes de um quarto escuro. Com a boca e o
os ouvidos livres, os pequenos morcegos Myotis lucifugus voavam no escuro sem colidir numa
tela de arame com intervalos de 14 cm, e somente quando o arame era reduzido a 0,07 cm (o
diâmetro de um fio de cabelo) seu sistema de detecção não funcionava.
Griffin publicou seus estudos em 1958 no livro “Listening in the Dark” e em 1960
numa publicação mais popular intitulada “Echoes of Bats and Men”. Foi ele quem, criou o
termo ecolocalização para descrever o fenômeno.
A ecolocalização, como sexto sentido animal, além de orientar a locomoção e a captura,
detecta posição, velocidade e tipo de contextura dos alvos. Entre os animais dotados do sexto
sentido estão os morcegos, os golfinhos, alguns marsupiais, os cães e algumas aves como o
guácharo, as andorinhas das cavernas e as corujas.
Observando os cães perdigueiros este autor concluiu que eles não caçam só pelo faro,
mas também pela audição de ultrassons. É por isso que, ao ouvir o ultrassom emitido pela
perdiz, eles se convertem em estátuas na postura de “amarração”.
APLICAÇÃO BIOLÓGICA DO ULTRASSOM
O primeiro aparelho usado para aplicação biológica do ultrassom foi o apito de Galton,
que recebeu o nome de seu criador, Francis Galton, que o usou para avaliar os limites da
capacidade auditiva de pessoas. O apito é um tubo de latão com um diâmetro interno de cerca de
2 mm por onde passa um jato de ar através de um orifício numa cavidade de ressonância. Um
botão altera o tamanho da cavidade, variando a frequência emitida, desde o som audível até a
faixa do ultrassom. Por meio do apito, Galton verificou que o limite máximo de som audível
pelo homem é de 18 kHz. O apito emissor de ultrassons é hoje utilizado no treinamento de cães.
Francis Galton
O SOM E O ULTRASSOM NA NAVEGAÇÃO MARÍTIMA
O desastre do Titanic em 1912 e o domínio dos mares, especialmente do Mediterrâneo
pelos submarinos alemães durante a Primeira Guerra Mundial (1911-1914) despertaram a
atenção para a localização de corpos submersos no mar (icebergs e submarinos), usando a
ecolocalização por meio dos sons de baixa frequência (sons audíveis), pois não havia, no início
do século XX, meios tecnológicos de produzir e detectar ultrassons.
Em 1912, um mês depois do naufrágio do Titanic, Lewis Richardson meteorologista
inglês, patenteou um detector subaquático usando som de baixa frequência. Em 1914, o
canadense Reginald Fressenden patenteou nos Estados Unidos outro detector subaquático de
som de baixa frequência, capaz de detectar icebergs a duas milhas de distância, mas seu
equipamento não conseguia precisar a localização do obstáculo.
O ULTRASSOM NA TECNOLOGIA
Em 1915 foi criado o primeiro transdutor capaz de emitir e receber ultrassons no meio
aquático. A invenção que operava na frequência de 150 kHz foi criada pelo físico francês Paul
Langévin juntamente com o cientista russo Constantin Chilowsky que trabalhava com ele na
França. Essa invenção foi chamada de “Hidrofone”.
Paul Langévin
O hidrofone foi usado para localizar os submarinos alemães na Primeira Guerra
Mundial e, em abril de 1916, com o apoio do aparelho, foi afundado o primeiro submarino
alemão, o UC-3. A partir de 1930, o hidrofone tornou-se a base do SONAR ecopulsantes cuja
tecnologia foi considerada como arma secreta na época. Depois, praticamente todos os navios e
transatlânticos estavam equipados com um sistema subaquático de detecção de ecosonoro.
Outro avanço tecnológico foi o desenvolvimento do Radar (acrômio formado pelas
iniciais das palavras Radio Detection And Ranging). Em 1935, Robert Watson criou o primeiro
RADAR a partir das pesquisas da reflexão da radiofrequência, realizada em 1924por Edward
Appleton (Prêmio Nobel de Física de 1947) que demonstrou a reflexão das ondas de rádio na
camada ionizada da atmosfera e que ele chamou de ionosfera.
Em 1925, o cientista russo Sergei Sokolov prepôs o uso de ultrassom como ferramenta
tecnológica, para detecção de falhas em peças de metal fundido, baseados em pulsos de curta
duração. O equipamento proposto deveria funcionar por transmissão, mas ele logo deduziu que
o método melhor era o uso de equipamentos de reflexão do som. Suas ideias não puderam ser
executadas porque não havia tecnologia adequada na época para construção de equipamentos
apropriados.
Em 1936, Raimar Pohlman, na Alemanha, desenvolveu equipamento de transmissão de
ultrassom para detectar falhas nos metais, principalmente, na couraça de navios e tanques. O
aparelho, conhecido como “Raimar Cell”, foi o ponto de partida de outros equipamentos com o
mesmo fim.
Em 1945, Floyd A. Firestone da Universidade de Michigan e Donald Sproule na
Inglaterra, trabalhando sem conhecimento um do outro, desenvolveram novos equipamentos
cujas patentes só foram conhecidas depois da Guerra. A máquina de Firestone, montada a partir
de um equipamento de radar modificado, recebeu o nome de “refletoscópio” e usava um só
transdutor para emitir e receber os sinais. O equipamento de Sproule usava dois transdutores,
um para emissão, outro para recepção. A partir de 1947, a invenção do transistor e do primeiro
computador digital viabilizaram os novos e melhores aparelhos de ultrassom.
NA MEDICINA O ULTRASSOM COMEÇOU A SER USADO EM TERAPIA
Nos anos 1920, Longevin notou a morte de cardumes de peixes sob ação dos
equipamentos de ultrassom. Também se tornou conhecida a dor provocada pelo ultrassom
quando a mão era colocada na água com o equipamento funcionando. Esses fatos e também a
destruição de tecidos em animais com poderosos aparelhos de ultrassom conduziram o uso
inicial do ultrassom para a terapia e em medicina física e reabilitação.
O uso médico do ultrassom aconteceu a partir dos anos 30 com os trabalhos originais de
Robert Wood, Newton Harvey e Alfred Loomis em Nova York e R Pohlman em Erlangen, na
Alemanha.
O ultrassom tornou-se ferramenta neurocirúrgica quando William Fry da Universidade
de Illinois e Russel Meyers da Univerisdade de Iowa o usaram em craniotomias para destruir
parte dos gânglios basais em pacientes com doença de Parkinson, enquanto Peter Lindstrom de
São Francisco relatou ablação de lobos frontais para aliviar a dor em pacientes terminais com
metástases cancerosas.
Entre outras aplicações estão os trabalhos de Jerome Gersten da Univeridade do
Colorado que usou ultrassom para tratar pacientes com artrite reumatóide, Peter Wells na
Inglaterra e Michele Arsla em Pádua usaram o ultrassom para tratar doença de Menière.
Em 1936, a Siemens começou a venda do primeiro aparelho de ultrassom para terapia, o
“Sonostat”.
Em 1940, o ultrassom já se tornara uma panacéia para tratamento das mais variadas
patologias mesmo sem muitas evidências científicas e sem avaliação dos danos e de sequelas,
passando a “curar”, por exemplo, desde dores articulares até úlcera gástrica, eczema, asma,
tireotoxicose, hemorróidas, incontinência urinária, elefantíase e até angina do peito e outras. A
iatrogenia e os efeitos secundários do uso indiscriminado do ultrassom geraram severas críticas
que viriam prejudicar a aplicação posterior do ultrassom no diagnóstico.
O ULTRASSOM NO DIAGNÓSTICO
Enquanto na Radiologia e na Medicina Nuclear os avanços tecnológicos resultaram de
atuações individuais, na imagem gerada pelo ultrassom a contribuição de pesquisadores isolados
foi pequena. A história mostra que os avanços tecnológicos obtidos resultaram do trabalho de
equipes multidisciplinares com a participação de médicos, físcos, engenheiros bioengenheiros,
informatas, administradores de empresas e autoridades governamentais. O progresso também
resultou de esforços multi-institucionais, compreendendo clínicas, hospitais, governo, indústrias
e outras organizações mediante um esforço mundial, com pesquisas simultâneas em vários
países, principalmente na Alemanha, Suécia, Finlândia, Estados Unidos, China e Japão, onde
pesquisadores trabalhavam no mesmo projeto, ao mesmo tempo sem que um conhecesse o que o
outro estava fazendo.
Essa evolução complexa dificulta a precisão cronológica dos fatos principais e a citação
de nomes e datas como é convencional nos relatos históricos, sem que se cometam injustiças.
A rapidez no desenvolvimento do uso do ultrassom no diagnóstico médico foi
impulsionada pelas sucessivas descobertas e invenções tais como as válvulas diodos e tríodos, o
transistor, os circuitos integrados, o computador e a informática.
A história do ultrassom no diagnóstico médico começou a partir de 1940, ano em que
H. Gohr e Th. Wedekind da Universidade de Kohn na Alemanha publicaram o trabalho “Der
Ultraschall in der Medizin”, sugerindo a ecografia similar à usada na detecção de metais como
ferramenta diagnóstica, mas não apresentaram resultados condizentes.
Nos anos 40, o neurologista e psiquiatra Karl Theodore Dussik da Universidade de
Viena começou estudar a possibilidade de usar o ultrassom com fins diagnósticos. Ele e seu
irmão Frederic, também médico, tentaram obter imagens do cérebro por uma técnica de
transmissão do ultrassom, usando, de cada lado da cabeça dois transdutores, um funcionando
como emissor e o outro como receptor. Com esse método que eles chamaram de
“hiperfonografia”,acreditaram obter imagens dos ventrículos e as apresentaram em um trabalho
em 1942. Em maio de 1948, no Primeiro Congresso de Ultrassom em Medicina realizado em
Erlange, Alemanha, Dussik e outro pesquisador chamado Keidel foram os únicos a apresentar
trabalhos sobre o uso do ultrassom no diagnóstico enquanto todos os demais temas apresentados
versavam sobre o uso do ultrassom em terapia. Mais tarde ficou demonstrado que as imagens
obtidas por Dussik não eram dos ventrículos e, sim, eram resultados de artifícios provocados
pela calota craniana.
Karl Theodore Dussik
Na França, André Dénier publicou em 1946 um trabalho teórico sobre transmissão de
ultrassom sugerindo uma técnica de transmissão com gravação em osciloscópio que chamou de
“ultrassonoscopia”. Ele publicou em 1951 o livro "Les Ultras-sons -- Appliquesa la Medecin".
O ULTRASSOM MODO-A
O fracasso do uso da técnica de transmissão do ultrassom no diagnostico levou o uso do
ultrassom para a técnica de reflexão (eco). Esse processo começou pelo modo-A (amplitude),
utilizando aparelhos industriais destinados a identificar e localizar falhas nas placas de metais
fundidos. Com o ultrassom no modo-A, tanto as falhas nos metais como os reflexos em tecidos
orgânicos eram localizados por meio de gráficos que registravam em um osciloscópio as curvas
com as amplitudes dos ecos. As curvas registradas no monitor do osciloscópio eram então vistas
e fotografadas.
A investigação do ultrassom modo-A com a técnica de reflexão começou nos Estados
Unidos com o tenente George Ludwig, médico da marinha americana formado pela
Universidade de Pensilvânia em1946. Suas pesquisas ocorreram quando trabalhava no Naval
Medical Research Institute in Bethseda, Maryland. Elas foram realizadas inicialmente em
animais, usando um equipamento industrial modo-A. O objetivo da pesquisa era detectar,
localizar cálculos e corpos estranhos, por exemplo, cacos de vidro nos tecidos
animais. Ludwig pesquisou a física do ultrassom em vários tecidos, incluindo, músculos e
órgãos de cães e porcos. Ele também estudou a localização por meio do ultrassom de cálculos
fora do corpo, para isso os colocava dentro de pedaços de músculos.
George Ludwig,
Seu trabalho foi inicialmente considerado secreto e por isso só foi publicado em 1949,
pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Seu relatório de junho de 1949 é considerado
a primeira comunicação sobre uso de ultrassom em medicina nos Estados Unidos. A partir daí
os aparelhos modo-A passaram a ser usados ao redor do mundo e conviveram com os aparelhos
modo-B até o final da década de 50.
Na década de 50, a Greenwood and General Precision Laboratories começou a
comercializar o “Ultrassonic Lacator” que foi o primeiro aparelho “dedicado” produzido para
fins médicos, modo–A que Ludwig passou a usar em Medicina e Biologia.
Entre os pioneiros dessa etapa estão Douglas Gordon, J.C. Turner e Val Mayneord em
Londres; Lars Leksell, Stigg Jeppson e Brita Lithander na Suécia; Marinus de Vlieger em
Roterdan Kenji Tanaka e Toshio Wagai no Japão; Inge Edler e Carl Hellmuth Hertz na
cardiologia, Sven Effert na Alemanha; Claude Joyner e John Reid na Universidade de
Pensilvânia e Chih-Chang Hsu na China.
Aparelhos modo-A foram usados pela primeira vez em oftalmologia por Henry Mundt
Jr. e William Hughes na Universidade de Ilinois em 1956, Arvo Oksala na Finlândia e Gilbert
Baum e Ivan Greeenwood em 1957.
O ULTRASSOM MODO-B
A influência das imagens da Radiologia e da Medicina Nuclear inspiraram a conversão
dos registrados dos ecos de ultrassons no modo-A em imagens, dando origem ao modo-B, onde
“B” significa “brilho”. O modo-A e o modo-B conviveram por longo tempo, até que a imagem
do ultrassom predominou e o modo-A é hoje usado somente em oftalmologia.
John Julian Wild
Jonh M. Reid
O desenvolvimento do modo-B começou na década de 50 com equipes
multidisciplinares lideradas por médicos. Entre os principais pesquisadores que contribuíram
para a criação do modo-B estão John Julian Wild, cirurgião inglês do Medic Technological
Research Institute of Minnesota, juntamente com o engenheiro Donald Neal, os quais
inicialmente trabalharam com um aparelho unidirecional modo-A, junto com o engenheiro John
Julian Wild do National Cancer Institute. Wild and Reid montaram o primeiro aparelho modo-B
e publicaram em 1952 seu trabalho "Application of Echo-Ranging Techniques to the
Determination of Structure of Biological Tissues". Foram eles os criadores do termo ecografia.
Scanner de 1957
US 1957
O líder no desenvolvimento e uso do ultrassom modo-B foi Douglas Howry,
radiologista do Veteran’s Administration Hospital. Ele iniciou suas pesquisas em ultrassom em
1948. Em 1951 Howry junto com o nefrologista Joseph Homles e os engenheiros William
Roderic Bliss e Gerald J Posakony criaram o primeiro aparelho modo-B com “sistema de
ultrassom em tanque de imersão”. Em 1954, construíram “Somascope”, um aparelho
motorizado, montado em torno de um anel metálico em um tanque de imersão cheio de água. As
imagens obtidas foram batizadas com o nome de “somogramas”.
Douglass Howry
Os trabalhos de Douglass Howry, Joseph Holmes e equipes no desenvolvimento do
modo-B foram importantes, abrangendo também a elaboração de circuitos eletrônicos. Em 1957
Howry e equipe criaram o “Pan-scanner”. Os inconvenientes dos aparelhos eram as
necessidades de manter o paciente parcialmente imerso em água e imóvel por um longo tempo.
Isso levou à criação de um modelo mais prático tendo um saco de água como interface. Depois
Homles e sua equipe criaram o transdutor de contato direto usando gel como interface. Em 1962
eles lançaram no mercado o aparelho transdutor com braço multiarticulado.
Por seu trabalho, Howry foi condecorado pela American Medical Association que lhe
conferiu o título de “Pai da ultrassonografia diagnóstica”.
Inicialmente as imagens ocorriam nos osciloscópios de persistência que registravam os
ecos de picos máximos, como pontos brancos que persistiam no fundo negro da tela, criando
uma imagem em preto e branco com detalhes limitados.
As imagens do modo-B e dos gráficos do modo-A eram registradas na tela do
osciloscópio e fotografadas inicialmente com câmera fotográfica de 35 mm para que os filmes
fossem posteriormente revelados. O avanço seguinte ocorreu com o uso de câmeras fotográficas
“Polaroid” que forneciam fotografias no momento do exame, dispensando a revelação. Somente
depois da invenção do conversor de varredura,tornou-se possíveis as gravações das imagens em
videocassete, que eram enviadas para um arquivo em computador ou impressas via computação.
A pobreza dos detalhes da imagem em preto e branco foi, a seguir, substituída pela
escala de cinza, graças aos avanços da tecnologia com a invenção do conversor de varredura.
Chama-se “conversão de varredura” a técnica pela qual um dado é coletado num formato e é
convertido em outro formato. Trata-se de um equipamento que converte o formato (picos) em
outro formato (imagem).O conversor de varredura usado, inicialmente, em aparelhos de
ultrassom para diagnóstico acumulava informações num tubo eletrônico e transformava um
scanner modo-A em scanner modo-B. Essa técnica somente permitia uma escala de apenas 4
tons de cinza.
No início deste trabalho, o transdutor foi definido como um dispositivo que converte
um tipo de energia em outro tipo de energia. Os transdutores usados em ultrassom, por exemplo,
convertem energia sonora em energia elétrica. Na técnica ultrassonográfica, o conversor de
varredura tornou-se tão importante como o transdutor porque ele permitiu a criação da escala de
cinza, depois a criação da escala de cores, e finalmente, as imagens em 3D e em 4D.
O ULTRASSOM EM TEMPO REAL, EM 3D
Outro avanço tecnológico que rapidamente mudou a prática do escaneamento foi o
advento dos aparelhos de tempo real. O primeiro aparelho de ultrassom de tempo real, também
conhecido como o “modo-B rápido”, foi criado por Walter Krause e Richard Solder junto com
J. Paetzold e Otto Kresse e fabricado pela Siemens em 1965 com o nome de “Vidson”.
A história do ultrassom em 3D começou em Glasgow com Tom Broun que montou um
complexo escaner multiplanar em 1973, na Sonicaid Ltd. Os melhoramentos para o ultrassom
em 3-D na tecnologia de computação apareceram no início dos anos 1980 com algoritmos
básicos criados pelo grupo Stanford (J.F. Brinkley, W.D. McCaluum et al) e pelo grupo Holm
de Gentofte na Dinamarca.
O ULTRASSOM MODO-M
O uso do ultrassom Modo-M – (movimento) começou em 1954 com a ecocardiografia.
A primeira modalidade de registro foi em gráficos unidimensionais, depois acrescido de
imagens 2-D e, posteriormente, em imagens em tempo real. O Modo-M ficou completo com o
uso do efeito Doppler para avaliação da velocidade da circulação. Em 1959, Sotomura usou pela
primeira vez o Doppler ultrassônico.
A EVOLUÇÃO DO NOME DA ULTRASSONOGRAFIA EM MEDICINA
Segundo Charles Grossmann na "First International Conference on Diagnostic
Ultrasound" em Pittsburgh, Pensilvânia a terminologia do uso de ultrassom em diagnostico
passou pelos seguintes termos:
ultrasonoscopie (Denier in 1946)
hiperphonografia Dussik in 1947
ventriculografia ultrassônica. Ballantine, Bolt, Hueter e Ludwig in 1950.
ecoscopia, para corresponder ao estetoscópio.- Wild e Reid in 1952
ecograma - Wild e Reid
Ecografia unidimensional ( modo-A)_
Ecografia bi-dimensional – 1,952
somascopia Howry and Bliss
ecoencefalograma Leksell in 1955
sonoencefalograpfia
sonoencefalograma
ultrasono-tomograma no Japão
ecogramas' na Austria
ultrasonografia
ultrasonogramas'
sonograpfia
sonograma'
Ultrasonografia" é o único termo no MeSH keyword in Medline Indexes
SITES CONSULTADOS
http://www.answers.com/topic/donald-griffin
http://en.wikipedia.org/wiki/Buys_Ballot's_law
http://www.genesis-ultrasound.com/ultrasound-sonography.html
http://www.piezoelectrics.net/piezoelectrichistory.htm
http://www.genesis-ultrasound.com/ultrasound-physics.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lazzaro_Spallanzani
http://www.ob-ultrasound.net/history.html .
Postagens anteriores:
TODAS SOBREA HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO
HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNOSTICO MPEDICO = ONDAS DECHOQUE - RUÍDO ESOM -
PERCUSSÃO EAUSCULTA.
HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNOSTICO MÉDICO = ONDAS DECHOQUE- PULSO EPRESSÃO
ARTERIAL.
HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO = RAIOS X
HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
A HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO - AS PRIMEIRAS RADIOGRAFIAS, A CHEGADA
DOS RAIOS XNO BRASIL - OS RAIOSXNAS GUERRAS - A HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DOS TUBOS DERAIOS X
- A HISTÓRIA DA FLUOROSCOPIA - A HISTÓRIA DA ABREUGRAFIA
A HISTÓRIA DOS FILMES RADIOGRÁFICOS
A HISTÓRIA DOS ÉCRANS REFORÇADORES
A HISTÓRIA DO DIAFRAGMA POTTER-BUCKY
A HISTÓRIA DOS MEIOS DECONTRASTEEM RADIOLOGIA
A HISTÓRIA DA TOMOGRAFIA CONVENCIONAL – A HISTÓRIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
MEDICINA NUCLEAR – PRIMEIRA PARTE = INTRODUÇÃO = CLASSIFICAÇÕES DOS ELEMENTOS=
CLASSIFICAÇÕES DOS NUCLÍDEOS
A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR – A DESCOBERTA DA RADIOATIVIDADE= BECQUEREL = MARIE E
PIERRE CURIE
A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR– A NATUREZA DAS RADIAÇÕES α, β e γ
A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR– O CONCEITO DERADIOTRAÇADOR
A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR - OS DETECTORES NA FASE DE1896 A 1936
A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR– HEVESY EO CONCEITO DERADIOTRAÇADOR = A EXPERIÊNCIA DE
BLUMGART= A TERAPIA COM RADIOISÓTOPOS NATURAIS
A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR- A TERAPIA COMISÓTOPOS ARTIFICIAIS-A MEDICINA ATÔMICA EA
MEDICINA NUCLEAR – OS ISÓTOPOS DO IODO-OS DETECTORES ELETRÔNICOS DECINTILAÇÃO.
A TERCEIRA FASEDA HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR – O CINTILÓGRAFO LINEAR – A CÂMERA DE
CINTILAÇÃO – A SPECT
HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR – RADIOIMUNOENSAIO – GERADOR DETECNÉCIO – CIRUGIA
RADIOGUIADA
HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR – POSITRON EMISSON TOMOGRAPHY – PET – AS IMAGENS
HÍBRIDAS
HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES – HISTÓRIA DA RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNETICA
Próxima postagem:
HISTORIA DAS RADIAÇÕES = HISTÓRIA DA TERMOGRAFIA
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João Irion
João Eduardo Oliveira Irion, natural de Rosário do Sul - RS - BR
Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Paraná em
1954
Especialista em Medicina Nuclear e Radiologia
Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade de Santa
Maria RS - BR
Membro Honorário da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina
Acadêmico da Academia Nacional de Seguros e Previdência
Acadêmico da Academia Santa-mariense de Letras
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História do ultrassom desde a descoberta do efeito Doppler

  • 1. HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES = HISTÓRIA DO ULTRASSOM Ultrassom Prof. Dr. João Eduardo Irion Faculdade de Medicina Universidade Federal de Santa Maria – RS – BR Médico Nuclear Serviço de Medicina Nuclearde Santa Maria jirion @terra.com.br joaoeduirion.blogspot.com.br O EFEITO DOPPLER FIZEAU Em 1842, Johann Christian Andreas Doppler, matemático austríaco, publicou a obra intitulada “Uber das farbige Licht der Doppelsterne” (Sobre as Cores da Luz das Estrelas Duplas), descrevendo a variação da cor da luz das estrelas segundo seu movimento de aproximação ou afastamento do observador. A descoberta passou a ser conhecida como “efeito Doppler”, que é válido tanto para a luz como para o som. Johann Christian Andreas Doppler
  • 2. Armand Hippolyte Louis Fizeau Em 1848, trabalhando independentemente o físico francês Armand Hippolyte Louis Fizeau, descreveu o mesmo fenômeno ao utilizar raias de Fraunhofer como linhas de referência para determinar os deslocamentos das estrelas na direção da Terra, usando esse fato para medir suas velocidades radiais. A partir daí o fenômeno passou a ter o nome de “efeito Doppler- Fizeau”. O efeito Doppler também ocorre com o som e coube a Cristoph Hendrik Diederik Buys Ballot, um meteorologista holandês, demonstrá-lo em 1845. Nesse ano, ele realizou uma experiência em um trem na linha Ultrech-Amsterdam cujo desenrolar teve duas versões. Na primeira, vários corneteiros ocupavam um vagão aberto em um trem puxado por uma locomotiva que percorria diversas vezes o mesmo trajeto em diferentes velocidades, enquanto os corneteiros emitiam uma nota diferente cada vez que passavam pela estação. Simultaneamente, na plataforma da estação, vários músicos de ouvidos apurados registravam as notas que conseguiam ouvir. A outra versão diz que foram usados dois conjuntos de corneteiros, um parado na estação e o outro na plataforma do trem em movimento. Os dois conjuntos emitiam a mesma nota musical quando o trem passava na estação e a frequência dos sons emitidos não coincidia. Cristoph Hendrik Diederik Buys Ballot A PROPAGAÇÃO DO SOM NA ÁGUA A tecnologia para uso do ultrassom em medicina tem estreita relação com a propagação do som na água e por isso o tema será abordado a seguir. Jean Daniel Colladon, engenheiro e advogado, foi quem, em 1826, mediu pela primeira vez a velocidade do som na água. Ele o fez com o auxílio de seu amigo Charles Francois Stur. Para realizar a medida da velocidade do som na água, Stur tripulou um barco no lago Genebra com um sino mergulhado na água, e, a dez milhas de distância, Colladon noutro barco, estava munido de um tubo cuja extremidade mergulhada na água tinha a forma de trompa e a outra extremidade era apropriada para ser colocada no seu ouvido. A experiência consistia em Sturn disparar um foguete no exato
  • 3. momento em que fazia soar o sino dentro d’água e a luz do foguete era o sinal para o início da medida do tempo entre a partida e a chegada do som, fatos cronometrados por Coladon. Jean Daniel Colladon Colladon publicou sua experiência com o título “Dissertation on the compression of liquids and the speed of sound in water” e sugeriu que o eco do som podia ser usado tanto como medida da profundidade dos mares como para comunicação entre barcos. A TEORIA DO SOM A teoria do som foi elaborada e fundamentada com tratamento matemático por John William Strutt, que era o Lord Rayleigh (Prêmio Nobel de Física de 1904), e apresentada em dois livros com o titulo de Theory of Sound editados em 1877-1878. John William Strutt, o Lord Rayleigh A MAGNETOESTRIÇÃO, O EFEITO VILLARI E O EFEITO PIEZOELÉTRICO
  • 4. Em 1847, durante a análise de uma amostra de níquel, o físico britânico James Prescott Joulle descobriu o efeito chamado magnetoestrição pelo qual as substâncias ferro-magnéticas, tais como o ferro, o cobalto e o níquel mudam de dimensões quando submetidos a um campo magnético. Essa propriedade permite transformar energia magnética em energia cinética e vice- versa. O efeito contrário, ou seja, a alteração das propriedades magnéticas de um objeto ferro magnético submetido a estresse mecânico é definido como efeito Villari. O zumbido que se ouve nos transformadores é o resultado da magnetoestrição causada pela corrente alternada nos fios das bobinas desses equipamentos. Em 1881, os irmãos Pierre e Jacques Curie, estudando as propriedades dos cristais descobriram o efeito piezelétrico no qual um cristal submetido à compressão gera uma corrente elétrica. Gabriel Lippman deduziu matematicamente o efeito contrário no qual a corrente elétrica aplicada ao cristal determina seu aumento de volume. Pierre Curie Jacques Curie As descobertas por Joule da magnetoestrição e a descoberta do efeito piezoelétrico pelos irmãos Curie e por Lippman tornaram possível a construção de transdutores para emissão e recepção de ultrassons mesmo com frequência de milhões de ciclos (megahertz). OS TRADUTORES
  • 5. Os transdutores são equipamentos que convertem uma forma de energia em outra forma de energia. O transdutor de uso mais comum é o alto-falante o qual nos aparelhos de sons convertem energia elétrica em energia sonora. No passado, quando era difícil a construção de microfones, os alto-falantes também eram usados na tarefa inversa, isto é, eles convertiam som em corrente elétrica. A maior parte das vezes, os transdutores usados em ultrassonografia se baseiam no efeito piezoelétrico e mais raramente utilizam a mangetoestrição; em alguns casos utilizam os dois processos. Um exemplo de transdutor natural é o ouvido. O ouvido é um transdutor complexo, encarregado da conversão de várias formas de energia mediante um processo que ocorre em três fases. Na primeira fase, o som que chega ao ouvido é conduzido e amplificado pelo conduto auditivo externo e a partir daí a primeira conversão de energia ocorre no tímpano onde o som é convertido em energia mecânica que, imediatamente, o tímpano transfere à cadeia de ossículos. A cadeia de ossículos e sua musculatura atuam como um sistema de alavancas, funcionando como um amplificador e aumentam em quinze vezes a energia mecânica que receberam do tímpano. A segunda fase da conversação energética ocorre com a transformação da energia mecânica (já amplificada) em energia hidráulica por meio do o estribo que passa a energia recebida para a janela oval onde é transmitida ao líquido contido no caracol. A conversão final ocorre na terceira fase com a transformação da energia hidráulica em energia elétrica, quando a variação da pressão hidráulica excita as células basilares gerando energia elétrica que é enviada ao cérebro. A ECOLOCALIZAÇÃO A ultrassonografia tem por base o princípio da ecolocalização, que consiste na localização no espaço de um objeto, medindo-se o tempo entre a emissão do ultrassom e seu retorno à fonte emissora (eco). Lazzaro Spallanzzani. A ecolocalização natural, chamada de biossonar, é considerada o sexto sentido de alguns animais que são capazes de emitir e ouvir ultrassons na frequência entre 20 e 150 MGHZ
  • 6. e inspirou a criação da ecolocalização artificial. A ecolocalização artificial é tecnologia que utiliza dois tipos de onda, o ultrassom (SONAR) e as microondas eletromagnéticas (RADAR). As duas formas são utilizadas com fins bélicos e para fins pacíficos e nesse último caso, um exemplo é o uso de ultrassom com fins médicos. A ecolocalização natural foi observada pela primeira vez, em 1790, pelo fisiologista italiano Lazzaro Spallanzzani. Ele demonstrou que os morcegos voavam orientados pelos ouvidos e não pelos olhos. Para isso vedou os olhos dos morcegos e percebeu que eles voavam evitando os obstáculos e não tinham problemas para caçar insetos, mas os morcegos com ouvidos obstruídos com cera tornavam-se incapazes de evitar obstáculos ao voo ou caçar. Em 1938, o estudante Donald R. Griffin, depois professor de Zoologia, auxiliado por Robert Galambos, mostrou que os morcegos não usavam o som, mas sim o ultrassom na frequência de 60 a 120 quilohertz para voar e caçar. A demonstração de que os morcegos usavam a ecolocalização por meio de ultrassons veio quando ficou demonstrado que, com a boca e as orelhas cobertas, os morcegos colidiam com qualquer coisa no seu caminho, inclusive nas paredes de um quarto escuro. Com a boca e o os ouvidos livres, os pequenos morcegos Myotis lucifugus voavam no escuro sem colidir numa tela de arame com intervalos de 14 cm, e somente quando o arame era reduzido a 0,07 cm (o diâmetro de um fio de cabelo) seu sistema de detecção não funcionava. Griffin publicou seus estudos em 1958 no livro “Listening in the Dark” e em 1960 numa publicação mais popular intitulada “Echoes of Bats and Men”. Foi ele quem, criou o termo ecolocalização para descrever o fenômeno. A ecolocalização, como sexto sentido animal, além de orientar a locomoção e a captura, detecta posição, velocidade e tipo de contextura dos alvos. Entre os animais dotados do sexto sentido estão os morcegos, os golfinhos, alguns marsupiais, os cães e algumas aves como o guácharo, as andorinhas das cavernas e as corujas. Observando os cães perdigueiros este autor concluiu que eles não caçam só pelo faro, mas também pela audição de ultrassons. É por isso que, ao ouvir o ultrassom emitido pela perdiz, eles se convertem em estátuas na postura de “amarração”. APLICAÇÃO BIOLÓGICA DO ULTRASSOM O primeiro aparelho usado para aplicação biológica do ultrassom foi o apito de Galton, que recebeu o nome de seu criador, Francis Galton, que o usou para avaliar os limites da capacidade auditiva de pessoas. O apito é um tubo de latão com um diâmetro interno de cerca de 2 mm por onde passa um jato de ar através de um orifício numa cavidade de ressonância. Um botão altera o tamanho da cavidade, variando a frequência emitida, desde o som audível até a faixa do ultrassom. Por meio do apito, Galton verificou que o limite máximo de som audível pelo homem é de 18 kHz. O apito emissor de ultrassons é hoje utilizado no treinamento de cães.
  • 7. Francis Galton O SOM E O ULTRASSOM NA NAVEGAÇÃO MARÍTIMA O desastre do Titanic em 1912 e o domínio dos mares, especialmente do Mediterrâneo pelos submarinos alemães durante a Primeira Guerra Mundial (1911-1914) despertaram a atenção para a localização de corpos submersos no mar (icebergs e submarinos), usando a ecolocalização por meio dos sons de baixa frequência (sons audíveis), pois não havia, no início do século XX, meios tecnológicos de produzir e detectar ultrassons. Em 1912, um mês depois do naufrágio do Titanic, Lewis Richardson meteorologista inglês, patenteou um detector subaquático usando som de baixa frequência. Em 1914, o canadense Reginald Fressenden patenteou nos Estados Unidos outro detector subaquático de som de baixa frequência, capaz de detectar icebergs a duas milhas de distância, mas seu equipamento não conseguia precisar a localização do obstáculo. O ULTRASSOM NA TECNOLOGIA Em 1915 foi criado o primeiro transdutor capaz de emitir e receber ultrassons no meio aquático. A invenção que operava na frequência de 150 kHz foi criada pelo físico francês Paul Langévin juntamente com o cientista russo Constantin Chilowsky que trabalhava com ele na França. Essa invenção foi chamada de “Hidrofone”.
  • 8. Paul Langévin O hidrofone foi usado para localizar os submarinos alemães na Primeira Guerra Mundial e, em abril de 1916, com o apoio do aparelho, foi afundado o primeiro submarino alemão, o UC-3. A partir de 1930, o hidrofone tornou-se a base do SONAR ecopulsantes cuja tecnologia foi considerada como arma secreta na época. Depois, praticamente todos os navios e transatlânticos estavam equipados com um sistema subaquático de detecção de ecosonoro. Outro avanço tecnológico foi o desenvolvimento do Radar (acrômio formado pelas iniciais das palavras Radio Detection And Ranging). Em 1935, Robert Watson criou o primeiro RADAR a partir das pesquisas da reflexão da radiofrequência, realizada em 1924por Edward Appleton (Prêmio Nobel de Física de 1947) que demonstrou a reflexão das ondas de rádio na camada ionizada da atmosfera e que ele chamou de ionosfera. Em 1925, o cientista russo Sergei Sokolov prepôs o uso de ultrassom como ferramenta tecnológica, para detecção de falhas em peças de metal fundido, baseados em pulsos de curta duração. O equipamento proposto deveria funcionar por transmissão, mas ele logo deduziu que o método melhor era o uso de equipamentos de reflexão do som. Suas ideias não puderam ser executadas porque não havia tecnologia adequada na época para construção de equipamentos apropriados. Em 1936, Raimar Pohlman, na Alemanha, desenvolveu equipamento de transmissão de ultrassom para detectar falhas nos metais, principalmente, na couraça de navios e tanques. O aparelho, conhecido como “Raimar Cell”, foi o ponto de partida de outros equipamentos com o mesmo fim. Em 1945, Floyd A. Firestone da Universidade de Michigan e Donald Sproule na Inglaterra, trabalhando sem conhecimento um do outro, desenvolveram novos equipamentos cujas patentes só foram conhecidas depois da Guerra. A máquina de Firestone, montada a partir de um equipamento de radar modificado, recebeu o nome de “refletoscópio” e usava um só transdutor para emitir e receber os sinais. O equipamento de Sproule usava dois transdutores, um para emissão, outro para recepção. A partir de 1947, a invenção do transistor e do primeiro computador digital viabilizaram os novos e melhores aparelhos de ultrassom. NA MEDICINA O ULTRASSOM COMEÇOU A SER USADO EM TERAPIA Nos anos 1920, Longevin notou a morte de cardumes de peixes sob ação dos equipamentos de ultrassom. Também se tornou conhecida a dor provocada pelo ultrassom quando a mão era colocada na água com o equipamento funcionando. Esses fatos e também a destruição de tecidos em animais com poderosos aparelhos de ultrassom conduziram o uso inicial do ultrassom para a terapia e em medicina física e reabilitação. O uso médico do ultrassom aconteceu a partir dos anos 30 com os trabalhos originais de Robert Wood, Newton Harvey e Alfred Loomis em Nova York e R Pohlman em Erlangen, na Alemanha. O ultrassom tornou-se ferramenta neurocirúrgica quando William Fry da Universidade de Illinois e Russel Meyers da Univerisdade de Iowa o usaram em craniotomias para destruir parte dos gânglios basais em pacientes com doença de Parkinson, enquanto Peter Lindstrom de
  • 9. São Francisco relatou ablação de lobos frontais para aliviar a dor em pacientes terminais com metástases cancerosas. Entre outras aplicações estão os trabalhos de Jerome Gersten da Univeridade do Colorado que usou ultrassom para tratar pacientes com artrite reumatóide, Peter Wells na Inglaterra e Michele Arsla em Pádua usaram o ultrassom para tratar doença de Menière. Em 1936, a Siemens começou a venda do primeiro aparelho de ultrassom para terapia, o “Sonostat”. Em 1940, o ultrassom já se tornara uma panacéia para tratamento das mais variadas patologias mesmo sem muitas evidências científicas e sem avaliação dos danos e de sequelas, passando a “curar”, por exemplo, desde dores articulares até úlcera gástrica, eczema, asma, tireotoxicose, hemorróidas, incontinência urinária, elefantíase e até angina do peito e outras. A iatrogenia e os efeitos secundários do uso indiscriminado do ultrassom geraram severas críticas que viriam prejudicar a aplicação posterior do ultrassom no diagnóstico. O ULTRASSOM NO DIAGNÓSTICO Enquanto na Radiologia e na Medicina Nuclear os avanços tecnológicos resultaram de atuações individuais, na imagem gerada pelo ultrassom a contribuição de pesquisadores isolados foi pequena. A história mostra que os avanços tecnológicos obtidos resultaram do trabalho de equipes multidisciplinares com a participação de médicos, físcos, engenheiros bioengenheiros, informatas, administradores de empresas e autoridades governamentais. O progresso também resultou de esforços multi-institucionais, compreendendo clínicas, hospitais, governo, indústrias e outras organizações mediante um esforço mundial, com pesquisas simultâneas em vários países, principalmente na Alemanha, Suécia, Finlândia, Estados Unidos, China e Japão, onde pesquisadores trabalhavam no mesmo projeto, ao mesmo tempo sem que um conhecesse o que o outro estava fazendo. Essa evolução complexa dificulta a precisão cronológica dos fatos principais e a citação de nomes e datas como é convencional nos relatos históricos, sem que se cometam injustiças. A rapidez no desenvolvimento do uso do ultrassom no diagnóstico médico foi impulsionada pelas sucessivas descobertas e invenções tais como as válvulas diodos e tríodos, o transistor, os circuitos integrados, o computador e a informática. A história do ultrassom no diagnóstico médico começou a partir de 1940, ano em que H. Gohr e Th. Wedekind da Universidade de Kohn na Alemanha publicaram o trabalho “Der Ultraschall in der Medizin”, sugerindo a ecografia similar à usada na detecção de metais como ferramenta diagnóstica, mas não apresentaram resultados condizentes. Nos anos 40, o neurologista e psiquiatra Karl Theodore Dussik da Universidade de Viena começou estudar a possibilidade de usar o ultrassom com fins diagnósticos. Ele e seu irmão Frederic, também médico, tentaram obter imagens do cérebro por uma técnica de transmissão do ultrassom, usando, de cada lado da cabeça dois transdutores, um funcionando como emissor e o outro como receptor. Com esse método que eles chamaram de “hiperfonografia”,acreditaram obter imagens dos ventrículos e as apresentaram em um trabalho
  • 10. em 1942. Em maio de 1948, no Primeiro Congresso de Ultrassom em Medicina realizado em Erlange, Alemanha, Dussik e outro pesquisador chamado Keidel foram os únicos a apresentar trabalhos sobre o uso do ultrassom no diagnóstico enquanto todos os demais temas apresentados versavam sobre o uso do ultrassom em terapia. Mais tarde ficou demonstrado que as imagens obtidas por Dussik não eram dos ventrículos e, sim, eram resultados de artifícios provocados pela calota craniana. Karl Theodore Dussik Na França, André Dénier publicou em 1946 um trabalho teórico sobre transmissão de ultrassom sugerindo uma técnica de transmissão com gravação em osciloscópio que chamou de “ultrassonoscopia”. Ele publicou em 1951 o livro "Les Ultras-sons -- Appliquesa la Medecin". O ULTRASSOM MODO-A O fracasso do uso da técnica de transmissão do ultrassom no diagnostico levou o uso do ultrassom para a técnica de reflexão (eco). Esse processo começou pelo modo-A (amplitude), utilizando aparelhos industriais destinados a identificar e localizar falhas nas placas de metais fundidos. Com o ultrassom no modo-A, tanto as falhas nos metais como os reflexos em tecidos orgânicos eram localizados por meio de gráficos que registravam em um osciloscópio as curvas com as amplitudes dos ecos. As curvas registradas no monitor do osciloscópio eram então vistas e fotografadas. A investigação do ultrassom modo-A com a técnica de reflexão começou nos Estados Unidos com o tenente George Ludwig, médico da marinha americana formado pela Universidade de Pensilvânia em1946. Suas pesquisas ocorreram quando trabalhava no Naval Medical Research Institute in Bethseda, Maryland. Elas foram realizadas inicialmente em animais, usando um equipamento industrial modo-A. O objetivo da pesquisa era detectar, localizar cálculos e corpos estranhos, por exemplo, cacos de vidro nos tecidos animais. Ludwig pesquisou a física do ultrassom em vários tecidos, incluindo, músculos e órgãos de cães e porcos. Ele também estudou a localização por meio do ultrassom de cálculos fora do corpo, para isso os colocava dentro de pedaços de músculos.
  • 11. George Ludwig, Seu trabalho foi inicialmente considerado secreto e por isso só foi publicado em 1949, pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Seu relatório de junho de 1949 é considerado a primeira comunicação sobre uso de ultrassom em medicina nos Estados Unidos. A partir daí os aparelhos modo-A passaram a ser usados ao redor do mundo e conviveram com os aparelhos modo-B até o final da década de 50. Na década de 50, a Greenwood and General Precision Laboratories começou a comercializar o “Ultrassonic Lacator” que foi o primeiro aparelho “dedicado” produzido para fins médicos, modo–A que Ludwig passou a usar em Medicina e Biologia. Entre os pioneiros dessa etapa estão Douglas Gordon, J.C. Turner e Val Mayneord em Londres; Lars Leksell, Stigg Jeppson e Brita Lithander na Suécia; Marinus de Vlieger em Roterdan Kenji Tanaka e Toshio Wagai no Japão; Inge Edler e Carl Hellmuth Hertz na cardiologia, Sven Effert na Alemanha; Claude Joyner e John Reid na Universidade de Pensilvânia e Chih-Chang Hsu na China. Aparelhos modo-A foram usados pela primeira vez em oftalmologia por Henry Mundt Jr. e William Hughes na Universidade de Ilinois em 1956, Arvo Oksala na Finlândia e Gilbert Baum e Ivan Greeenwood em 1957. O ULTRASSOM MODO-B A influência das imagens da Radiologia e da Medicina Nuclear inspiraram a conversão dos registrados dos ecos de ultrassons no modo-A em imagens, dando origem ao modo-B, onde “B” significa “brilho”. O modo-A e o modo-B conviveram por longo tempo, até que a imagem do ultrassom predominou e o modo-A é hoje usado somente em oftalmologia.
  • 12. John Julian Wild Jonh M. Reid O desenvolvimento do modo-B começou na década de 50 com equipes multidisciplinares lideradas por médicos. Entre os principais pesquisadores que contribuíram para a criação do modo-B estão John Julian Wild, cirurgião inglês do Medic Technological Research Institute of Minnesota, juntamente com o engenheiro Donald Neal, os quais inicialmente trabalharam com um aparelho unidirecional modo-A, junto com o engenheiro John Julian Wild do National Cancer Institute. Wild and Reid montaram o primeiro aparelho modo-B e publicaram em 1952 seu trabalho "Application of Echo-Ranging Techniques to the Determination of Structure of Biological Tissues". Foram eles os criadores do termo ecografia. Scanner de 1957
  • 13. US 1957 O líder no desenvolvimento e uso do ultrassom modo-B foi Douglas Howry, radiologista do Veteran’s Administration Hospital. Ele iniciou suas pesquisas em ultrassom em 1948. Em 1951 Howry junto com o nefrologista Joseph Homles e os engenheiros William Roderic Bliss e Gerald J Posakony criaram o primeiro aparelho modo-B com “sistema de ultrassom em tanque de imersão”. Em 1954, construíram “Somascope”, um aparelho motorizado, montado em torno de um anel metálico em um tanque de imersão cheio de água. As imagens obtidas foram batizadas com o nome de “somogramas”. Douglass Howry Os trabalhos de Douglass Howry, Joseph Holmes e equipes no desenvolvimento do modo-B foram importantes, abrangendo também a elaboração de circuitos eletrônicos. Em 1957 Howry e equipe criaram o “Pan-scanner”. Os inconvenientes dos aparelhos eram as necessidades de manter o paciente parcialmente imerso em água e imóvel por um longo tempo. Isso levou à criação de um modelo mais prático tendo um saco de água como interface. Depois Homles e sua equipe criaram o transdutor de contato direto usando gel como interface. Em 1962 eles lançaram no mercado o aparelho transdutor com braço multiarticulado. Por seu trabalho, Howry foi condecorado pela American Medical Association que lhe conferiu o título de “Pai da ultrassonografia diagnóstica”. Inicialmente as imagens ocorriam nos osciloscópios de persistência que registravam os ecos de picos máximos, como pontos brancos que persistiam no fundo negro da tela, criando uma imagem em preto e branco com detalhes limitados. As imagens do modo-B e dos gráficos do modo-A eram registradas na tela do osciloscópio e fotografadas inicialmente com câmera fotográfica de 35 mm para que os filmes fossem posteriormente revelados. O avanço seguinte ocorreu com o uso de câmeras fotográficas “Polaroid” que forneciam fotografias no momento do exame, dispensando a revelação. Somente depois da invenção do conversor de varredura,tornou-se possíveis as gravações das imagens em videocassete, que eram enviadas para um arquivo em computador ou impressas via computação. A pobreza dos detalhes da imagem em preto e branco foi, a seguir, substituída pela escala de cinza, graças aos avanços da tecnologia com a invenção do conversor de varredura.
  • 14. Chama-se “conversão de varredura” a técnica pela qual um dado é coletado num formato e é convertido em outro formato. Trata-se de um equipamento que converte o formato (picos) em outro formato (imagem).O conversor de varredura usado, inicialmente, em aparelhos de ultrassom para diagnóstico acumulava informações num tubo eletrônico e transformava um scanner modo-A em scanner modo-B. Essa técnica somente permitia uma escala de apenas 4 tons de cinza. No início deste trabalho, o transdutor foi definido como um dispositivo que converte um tipo de energia em outro tipo de energia. Os transdutores usados em ultrassom, por exemplo, convertem energia sonora em energia elétrica. Na técnica ultrassonográfica, o conversor de varredura tornou-se tão importante como o transdutor porque ele permitiu a criação da escala de cinza, depois a criação da escala de cores, e finalmente, as imagens em 3D e em 4D. O ULTRASSOM EM TEMPO REAL, EM 3D Outro avanço tecnológico que rapidamente mudou a prática do escaneamento foi o advento dos aparelhos de tempo real. O primeiro aparelho de ultrassom de tempo real, também conhecido como o “modo-B rápido”, foi criado por Walter Krause e Richard Solder junto com J. Paetzold e Otto Kresse e fabricado pela Siemens em 1965 com o nome de “Vidson”. A história do ultrassom em 3D começou em Glasgow com Tom Broun que montou um complexo escaner multiplanar em 1973, na Sonicaid Ltd. Os melhoramentos para o ultrassom em 3-D na tecnologia de computação apareceram no início dos anos 1980 com algoritmos básicos criados pelo grupo Stanford (J.F. Brinkley, W.D. McCaluum et al) e pelo grupo Holm de Gentofte na Dinamarca. O ULTRASSOM MODO-M O uso do ultrassom Modo-M – (movimento) começou em 1954 com a ecocardiografia. A primeira modalidade de registro foi em gráficos unidimensionais, depois acrescido de imagens 2-D e, posteriormente, em imagens em tempo real. O Modo-M ficou completo com o uso do efeito Doppler para avaliação da velocidade da circulação. Em 1959, Sotomura usou pela primeira vez o Doppler ultrassônico. A EVOLUÇÃO DO NOME DA ULTRASSONOGRAFIA EM MEDICINA Segundo Charles Grossmann na "First International Conference on Diagnostic Ultrasound" em Pittsburgh, Pensilvânia a terminologia do uso de ultrassom em diagnostico passou pelos seguintes termos: ultrasonoscopie (Denier in 1946) hiperphonografia Dussik in 1947 ventriculografia ultrassônica. Ballantine, Bolt, Hueter e Ludwig in 1950. ecoscopia, para corresponder ao estetoscópio.- Wild e Reid in 1952 ecograma - Wild e Reid Ecografia unidimensional ( modo-A)_ Ecografia bi-dimensional – 1,952 somascopia Howry and Bliss
  • 15. ecoencefalograma Leksell in 1955 sonoencefalograpfia sonoencefalograma ultrasono-tomograma no Japão ecogramas' na Austria ultrasonografia ultrasonogramas' sonograpfia sonograma' Ultrasonografia" é o único termo no MeSH keyword in Medline Indexes SITES CONSULTADOS http://www.answers.com/topic/donald-griffin http://en.wikipedia.org/wiki/Buys_Ballot's_law http://www.genesis-ultrasound.com/ultrasound-sonography.html http://www.piezoelectrics.net/piezoelectrichistory.htm http://www.genesis-ultrasound.com/ultrasound-physics.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Lazzaro_Spallanzani http://www.ob-ultrasound.net/history.html . Postagens anteriores: TODAS SOBREA HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNOSTICO MPEDICO = ONDAS DECHOQUE - RUÍDO ESOM - PERCUSSÃO EAUSCULTA. HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNOSTICO MÉDICO = ONDAS DECHOQUE- PULSO EPRESSÃO ARTERIAL. HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO = RAIOS X HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO A HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO - AS PRIMEIRAS RADIOGRAFIAS, A CHEGADA DOS RAIOS XNO BRASIL - OS RAIOSXNAS GUERRAS - A HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DOS TUBOS DERAIOS X - A HISTÓRIA DA FLUOROSCOPIA - A HISTÓRIA DA ABREUGRAFIA A HISTÓRIA DOS FILMES RADIOGRÁFICOS A HISTÓRIA DOS ÉCRANS REFORÇADORES A HISTÓRIA DO DIAFRAGMA POTTER-BUCKY A HISTÓRIA DOS MEIOS DECONTRASTEEM RADIOLOGIA A HISTÓRIA DA TOMOGRAFIA CONVENCIONAL – A HISTÓRIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA MEDICINA NUCLEAR – PRIMEIRA PARTE = INTRODUÇÃO = CLASSIFICAÇÕES DOS ELEMENTOS= CLASSIFICAÇÕES DOS NUCLÍDEOS A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR – A DESCOBERTA DA RADIOATIVIDADE= BECQUEREL = MARIE E PIERRE CURIE A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR– A NATUREZA DAS RADIAÇÕES α, β e γ A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR– O CONCEITO DERADIOTRAÇADOR A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR - OS DETECTORES NA FASE DE1896 A 1936 A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR– HEVESY EO CONCEITO DERADIOTRAÇADOR = A EXPERIÊNCIA DE BLUMGART= A TERAPIA COM RADIOISÓTOPOS NATURAIS A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR- A TERAPIA COMISÓTOPOS ARTIFICIAIS-A MEDICINA ATÔMICA EA MEDICINA NUCLEAR – OS ISÓTOPOS DO IODO-OS DETECTORES ELETRÔNICOS DECINTILAÇÃO. A TERCEIRA FASEDA HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR – O CINTILÓGRAFO LINEAR – A CÂMERA DE CINTILAÇÃO – A SPECT HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR – RADIOIMUNOENSAIO – GERADOR DETECNÉCIO – CIRUGIA RADIOGUIADA HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR – POSITRON EMISSON TOMOGRAPHY – PET – AS IMAGENS HÍBRIDAS HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES – HISTÓRIA DA RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNETICA
  • 16. Próxima postagem: HISTORIA DAS RADIAÇÕES = HISTÓRIA DA TERMOGRAFIA Postado por João Irion às 20:04 Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest Marcadores: .ultrasonogaphy history, História do ultrassom Nenhum comentário: Postar um comentário Postagem mais recentePostagem mais antigaPágina inicial Assinar: Postar comentários (Atom) QUEM SOU EU João Irion João Eduardo Oliveira Irion, natural de Rosário do Sul - RS - BR Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Paraná em 1954 Especialista em Medicina Nuclear e Radiologia Professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade de Santa Maria RS - BR Membro Honorário da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina Acadêmico da Academia Nacional de Seguros e Previdência Acadêmico da Academia Santa-mariense de Letras Ex-Governador do Distrito L-9 do Lions Clube Internacional Visualizar meu perfil completo ARQUIVO DO BLOG  ► 2016 (2)  ▼ 2014 (12) o ▼ Março (4)  HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES = RAIOS -T  HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES = HISTÓRIA DA TERMOGRAFIA  HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES = HISTÓRIA DO ULTRASSOM  HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES = RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉ... o ► Fevereiro (1)
  • 17. o ► Janeiro (7)  ► 2013 (21) TRANSLATE Pow ered by Tradutor Ocorreu um erro neste gadget Avenida Presidente Vargas nº 2291 Santa Maria - RS Telefones 55-3221-4866 e 55 3221-6640 SEGUIDORES TOTAL DE VISUALIZAÇÕES DE PÁGINA 68,630 POSTAGENS POPULARES  A HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNOSTICO MÉDICO - RAIOS X - TERCEIRA PARTE = HISTÓRIA DO FILME RADIOGRÁFICO A FOTOGRAFIA E A RADIOLOGIA Professor Dr. João Eduardo Irion Na época da descoberta dos raios X, a fotografia era uma técnica em de...  A HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO - RAIOS X - SEGUNDA PARTE = AS PRIMEIRAS RADIOGRAFIAS, A CHEGADA DOS RAIOS X NO BRASIL - OS RAIOS X NAS GUERRAS - A HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DOS TUBOS DE RAIOS X - A HISTÓRIA DA FLUOROSCOPIA - A HISTÓRIA DA ABREUGRAFIA Prof. Dr. João Eduardo Irion ALGUMAS PRIMEIRAS RADIOGRAFIAS MÉDICAS A descoberta de Roentgen foi rapidamente confirmada em muitos l...  V - A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR– HEVESY E O CONCEITO DE RADIOTRAÇADOR = A EXPERIÊNCIA DE BLUMGART = A TERAPIA COM RADIOISÓTOPOS NATURAIS V - A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR– HEVESY E O CONCEITO DE RADIOTRAÇADOR = A EXPERIÊNCIA DE BLUMGART = A TERAPIA COM RADIOISÓTOPOS NATURAIS...
  • 18.  FASE INICIAL DA ESPECIALIDADE – TERAPIA COM RADiOSÓTOPOS ARTIFICIAIS - MEDICINA ATÔMICA – MEDICINA NUCLEAR – ISÓTOPOS DO IODO - DETECTOR ELETRÔNICO DE CINTILAÇÃO – DETECTOR DE POÇO Prof. Dr. João Eduardo Irion Faculdade de Medicina Universidade Federal de Santa Maria – RS – BR Médico Nuclear Serviço de Medicina...  INDICAÇÕES DA CINTILOGRAFIA ÓSSEA COM 99m Tc MDP Prof. Dr. João Eduardo Irion Faculdade de Medicina Universidade Federal de Santa Maria – RS – BR Médico Nuclear Serviço de...  QUERUBISMO – RELATO DE CASO Dr. João Eduardo Irion Dr. Clóvis Bornemann Dra. Clarissa Bornemann O nome dessa enfer...  HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO - ONDAS DE CHOQUE - RUIDO E SOM - PERCUSSÃO E AUSCULTA Prof. Dr. João Eduardo Irion INTRODUÇÃO A história do som na medicina também se perde no tempo porque a ausculta dos órgãos interno...  SINAIS ENCONTRADOS NA CINTILOGRAFIA DO ESQUELETO COM 99m Tc-MDP Prof. João Eduardo Iri on Contribuição especial publicada no ALABISMNJOURNAL de 15 de outubro de 2013 Resumo Este trabalho apr...  AS LARANJAS E O ARCO IRIS Dr. João Eduardo Irion Apresento os amigos que me honram com a fequência neste blog o meu livro “As Laranjas e o Arco Íris” cuja pri...  (nenhum título) CURRICULUM VITAE Dr. João Eduardo Oliveira Irion A - DADOS PESSOAIS Filiação – José Irion Filh...