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Por que algumas adaptações YA são mais bem sucedidas
1. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
CURSO DE LETRAS
POR QUE ALGUMAS ADAPTAÇÕES CINEMATOGRÁFICAS SÃO
MAIS BEM SUCEDIDAS DO QUE OUTRAS?
Trabalho apresentado como requisito
da disciplina Práticas de Tradução, do
8º período do curso de Letras.
Professora Rosana Espírito Santo
Marcia Cristina Bento Zanoteli
Belo Horizonte
2014
2. Por que algumas adaptações cinematográficas são mais bem sucedidas do que
outras?
Este artigo pretende refletir a respeito das adaptações da literatura Young
Adult (YA) para o cinema, diante do grande sucesso de algumas e do surpreendente
fracasso de outras. Por que isso acontece? Quais seriam os fatores que caracterizam uma
adaptação bem sucedida?
O primeiro livro a ser considerado escrito e publicado para jovens foi
Seventeenth Summer de Maureen Daly, no ano de 1942. Trata-se de um romance para
garotas sobre o primeiro amor. De acordo com Ashley Strickland (2013), jornalista da
CNN International Online, “the term ‘young adult’ was coined by the ‘Young Adult
Library Services Association’ during the 1960s to represent the 12-18 age range.” Essa
literatura, que passeremos a tratar como YA, oferece um realismo maduro aos
adolescentes; é focada em cultura e temas sérios. Os enredos da literatura YA colocam
jovens normais em “circunstâncias extraordinárias”, e nada mais são, segundo Turitz
(2013), do que “metáforas da vida adolescente”, motivo pelo qual fazem tanto sucesso.
A chamada fanbase, ou seja, a legião de leitores que fazem dos YA Books
um sucesso e tem influência determinante no processo de aquisição dos direitos de
filmagem por produtoras de cinema. É moda em Hollywood adaptar livros YA,
especialmente coleções com potencial para tornarem-se franchises. Existem grandes
estúdios com histórico de boas adaptações, como o Color Force, responsável pela saga
distópica “Jogos Vorazes” (The Hunger Games), da autora norte-americana Suzanne
Collins. Para Turitz (2013), adaptações exigem um produtor experiente que será capaz
de condensar a narrativa original em 2 horas de filme, sacrificando o mínimo possível.
A questão da fidelidade à obra de origem é bastante discutida. Alguns
teóricos consideram não ser possível a tradução exata do texto para a tela.
A passagem de um meio unicamente verbal como o romance para um meio
multifacctado como o filme, que pode jogar não somente com palavras
(escritas e faladas), mas ainda com música, efeitos sonoros e imagens
fotográficas animadas, explica a pouca probabilidade de uma fidelidade
literal, que eu sugeriria qualificar até mesmo de indesejável (STAM, 2008
apud, SCHLOGL, 2011).
3. Mas o que pensa o leitor?
O encontro do leitor com o livro caracteriza-se pelos efeitos criados em sua
imaginação. Collete (2012) lembra que “from the written word to the screen, the
resulting visuals have the biggest impact”. Algumas adaptações não seriam bem
sucedidas porque falham ao reproduzir aquilo que os leitores mais apreciam na obra
literária. No ano de 2013, acreditava-se entre os produtores hollywoodianos que a
versão cinematográfica do YA “Os Instrumentos Mortais – Cidade dos Ossos” (The
Mortal Instruments – City of Bones) seria um sucesso de bilheteria. A expectativa fazia
sentido, pois o filme tem uma mistura de todos os elementos que fizeram de
antecessores como “Harry Potter” e “Crepúsculo” (Twilight), um sucesso: bruxos,
vampiros, lobisomens, demônios e fadas, além da constante presença do livro na lista de
best-sellers do jornal The New York Times. Para a blogueira Christina Wilder (2013),
um dos motivos pelo qual o filme foi um fracasso seria
In a short, a lack of originality. When describing Beautiful Creatures or City
of Bones, people often cite Twilight comparisons (“Twilight” with witches;
“Twilight” with “Star Wars” and “Harry Potter”). Sure, “The Hunger Games”
isn’t the first dystopia of its kind, and yes, there are comparisons to “Battle
Royale”, but the synopsis was fresh. Now dystopias are cropping up like
mad. Movies and books are being touted as “The Hunger Games” with
zombies/robots/etc.
Fatores esses que determinaram o sinal vermelho dado à sua continuação, City of Ashes,
que estava em início de produção e havia anunciado Sigorney Weaver em um papel de
destaque. Entretanto, The Hunger Games conta com uma produção impecável além de
uma grande estrela no papel principal, a atriz Jennifer Lawrence, dona de um Oscar.
Outro exemplo que vai além de uma caracterização visual bem sucedida é
“O Senhor dos Anéis” (The Lord of the Rings), a trilogia de Tolkien dirigida por Peter
Jackson. Collette (2012) chama a atenção para o fato de que “beyond capturing the
landscape of Middle Earth, Jackson lifted dialogue right from the book. There’s a
pleasure that comes from knowing the narrative beforehand”. Dessa forma, os fãs do
livro foram satisfeitos, pois ao ouvir um diálogo que já se sabia, o prazer da experiência
cinematográfica aumenta. Ainda mais porque, em sua maioria, os fãs dos livros vão ao
cinema esperando ter a mesma experiência que tiveram ao ler o livro pela primeira vez.
De volta à análise do fracasso de obras indubitavelmente do gênero YA,
Buchanan (2013) argumenta que, livros com uma fanbase essencialmente adolescente e
4. que foram adaptados ao cinema sem apelo (visual ou simplesmente de marketing) aos
adultos, são os mais prováveis ao fracasso de bilheteria. Espera-se que os números das
vendas de cópias dos livros sejam multiplicados nas bilheterias, contudo “you don’t get
number like that on kids alone” (ANN, 2013). Os filmes não agradam aos adultos
quando seu conteúdo e divulgação não lhes é relevante. A esperança das adaptações
atuais está no filme The Fault in Our Stars (A culpa é das estrelas), baseado no best-seller
de John Green, que apesar de tratar-se de um romance entre adolescentes com
câncer, não tem focado sua divulgação somente no público jovem. Isso por que, para
Ceilidh Ann (2013) do blog The Book Lantern, “Green and his work have broken out of
the YA mould in terms of readership and respectability given to the category and his
work continues to sell extremely well”. O segredo seria, então, segundo a blogueira,
fazer um filme YA que não se auto-entitule YA.
A quantidade de fatores que poderiam explicar o sucesso ou fracasso de
adaptações cinematográficas de livros YA são inúmeras. Existem algumas fórmulas de
sucesso mais explícitas e passíveis de análise, mas o determinante ainda está naquilo
que produtores, diretores e roteiristas veem como o relevante a ser traduzido das páginas
para a tela. Essa não é uma tarefa simples, por se tratar de escolhas, sacrifícios e
renúncia do que, para o leitor, será sempre relevante e esperado se ver na tela do
cinema.
5. REFERÊNCIAS
ANN, Ceilidh; WILDER, Christina. YA Movie Adaptations & What’s Going On: A
Dialogue. Disponível em:< http://www.thebooklantern.co.uk/>. Acesso em: 13 abril.
2014.
BUCHANAN, Kyle. Why have so many recent YA adaptations flopped at the box
office? New York Magazine: Vulture, New York, nov. 2013. <
http://www.vulture.com/2013/11/why-do-so-many-ya-adaptations-flop.html>. Acesso
em: 13 abril. 2014.
COLLETTE, Matt. What makes a good book-to-movie adaptation? News @
Northeastern, Boston, mar. 2012. < http://www.northeastern.edu/news/2012/03/kelly/>.
Acesso em: 13 abril. 2014.
SCHLOGL, Larissa. O diálogo entre o cinema e a literature: reflexes sobre as
adaptações na história do cinema. In: VIII ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA
DA MÍDIA, 2011.Guarapuava. Anais... Guarapuava, 2011.
STRICKLAND, A. Young Adult books from page to screen. CNN International, EUA,
nov. 2013. < http://edition.cnn.com/2013/10/22/living/young-adult-book-movie-adaptations/>.
Acesso em: 13 abril. 2014.
TURITZ, Neil. Books to film: Turning bestsellers into blockbusters. StudioSystem
News, EUA, out. 2013. < http://www.studiosystemnews.com/books-to-film-turning-bestsellers-
into-blockbusters/>. Acesso em: 11 abril. 2014.