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‘Caso ele adira à candidatura de...’ 
O último texto ("Nem que 
a Vaca Tussa") rendeu. 
Houve até mensagem 
de pessoas ligadas ao meio rural, 
que informaram que as vacas tos-sem, 
sim senhor. É claro que 
nem de longe me meti nessa 
questão. O cerne do texto estava 
nas formas e no valor do presen-te 
do subjuntivo. 
Alguns leitores disseram que 
nunca tinham "enxergado" a rela-ção 
entre a primeira do singular 
do presente do indicativo ("vejo", 
Araçatuba 
Emmanuela Zambon 
emmanuela.zambon@folhadaregiao.com.br 
"meço", "firo", por exemplo) e as 
formas do presente do subjuntivo 
("que eu veja", "que eu meça", 
"que eu fira"). Talvez essas pes-soas 
não tenham consciência de 
que "enxergam" essa relação, mas 
a enxergam, sim, já que certamen-te 
boa parte dela diz "Eu meço is-so 
ou aquilo" e "Fulano quer que 
eu meça isso ou aquilo". 
O fato é que, embora perfei-tamente 
vernáculas e ajustadas 
ao processo de conjugação, cer-tas 
formas do presente do subjun-tivo 
causam estranheza, por se-rem 
usadas raramente. Um leitor 
me diz que, dia desses, na TV, 
um comentarista disse algo como 
"caso Fulano de Tal adira à candi-datura 
de...". "É isso mesmo, pro-fessor?", 
pergunta o leitor. 
É isso mesmo, caro leitor. Pa-ra 
que não fique nenhuma dúvi-da, 
vamos à "matemática" dessa 
operação. Como começa o presen-te 
do indicativo de "aderir"? Eu o 
quê? "Eu adiro", certo? Como vi-mos 
na semana passada, não é aí 
que mora a base do presente do 
subjuntivo? Pois então de "eu adi-ro" 
se faz "que eu adira" ("Que-rem 
que eu adira à candidatura 
de..."). Esse "i" fica em todas as 
formas do presente do subjuntivo: 
"que eu adira, que tu adiras, que 
ele adira, que nós adiramos...". 
"Adiramos"? Sim, caro leitor, se ti-ver 
estômago, diga isso: "Caso 
nós adiramos a essa proposta...". 
Essa troca do "e" por "i" que 
ocorre em "aderir/adiro/adira" é 
muito mais comum do que tal-v 
e z s e p e n s e . V e j a e s t a s 
sequências: "conseguir, consigo, 
consiga", "refletir, reflito, reflita", 
"progredir, progrido, progrida", 
"vestir, visto, vista" etc. 
Todos os verbos termina-dos 
em "-erir" fazem a primeira 
do singular do presente do indi-cativo 
em "-iro" (firo, transfiro, 
desfiro, prefiro, pretiro, profiro, 
afiro, difiro, ingiro, inquiro, insi-ro, 
enxiro etc.). 
O caro leitor já sabe como 
começa o presente do subjuntivo 
dos verbos recém-citados, certo? 
Por via das dúvidas, é bom lem-brar 
que construções como "Espe-ra- 
se que o juiz o inquira" ou "Pe-ço- 
lhe que não se enxira mais..." 
são absolutamente corretas, em-bora 
Como começa o 
presente do indicativo 
de “aderir”? Eu o quê? 
“Eu adiro”, 
certo? 
pouco usuais, sobretudo a 
segunda, em que se vê a forma 
verbal "enxira", que, diferente-mente 
da sua cognata "enxeri-do/ 
a", tem baixa incidência. 
Voltando à flexão do presen-te 
do subjuntivo, convém lembrar 
que é preciso resistir à tentação 
de abandonar a "regra" no meio 
do caminho. Explico: não é raro 
ouvirmos ou lermos algo como "A 
sociedade espera que aderimos a 
essa tese" ou "É importante que 
inserimos novos métodos para...". 
O estranhamento causado por for-mas 
(corretas) como "adiramos" e 
"insiramos" pode ser a causa do 
abandono da forma padrão. 
Que fique claro: em se tra-tando 
do padrão formal da lín-gua, 
as construções citadas no pa-rágrafo 
anterior devem ser substi-tuídas, 
respectivamente, por "A 
sociedade espera que adiramos a 
essa tese" e "É importante que in-siramos 
novos métodos para...". 
Também é bom re/lembrar 
o que ocorre com os verbos de-fectivos 
(aqueles que não têm 
conjugação completa). Como a 
primeira pessoa do singular do 
presente do indicativo desses ver-bos 
é sempre zero, o presente do 
subjuntivo também é zero, nada, 
coisa alguma. Podem-se citar co-mo 
exemplos os verbos "reaver" 
e "precaver", que, no padrão cul-to 
da língua, só apresentam duas 
formas no presente do indicativo 
("nós reavemos, vós reaveis"; 
"nós precavemos, vós precaveis"). 
Formas como "precavejo", "preca-venho", 
"reavenho", "reavejo" 
("Eu sempre me precavejo/preca-venho", 
"Eu sempre reavenho/ 
reavejo o dinheiro investido"), 
muito comuns na língua oral e 
até mesmo na escrita, não encon-tram 
abrigo no padrão culto. 
Moral da história: constru-ções 
como "Empresa reavê imó-vel", 
"Ela quer que eu me preca-veja/ 
precavenha" ou "Espero que 
você reavenha/reaja o que per-deu" 
não fazem parte do registro 
culto da língua. Que fazer? Em-pregar 
formas de verbos sinôni-mos 
que ocorram na língua cul-ta, 
como "Empresa retoma imó-vel", 
"Ela quer que eu me acaute-le" 
ou "Espero que você recupere 
o que perdeu". É isso. 
Á gua e vidro. A combina-ção 
desses elementos po-de 
resultar em um am-biente 
ultramoderno, sofisticado 
e muito bonito. Eles também se 
mostram bons aliados para mora-dores 
que desejam transformar a 
área de lazer. Uma das tendên-cias 
do momento são as piscinas 
de vidro, que trazem a leveza 
ideal para um ambiente externo. 
"O uso do vidro em áreas 
de entretenimento é tendência 
crescente, que traduz a busca 
da luz natural para aumentar a 
sensação de liberdade e amplitu-de. 
A transparência não é ape-nas 
visual, mas também concei-tual, 
pois remete a ambientes 
que não têm nada a esconder", 
explica a arquiteta e urbanista 
Lorena Andrade Cavalcanti, de 
Campina Grande (PB), especialis-ta 
em iluminação. 
Quanto às piscinas com esse 
material, ela afirma que estão em 
alta e são voltadas para o merca-do 
de luxo. "Começaram a ser 
utilizadas em hotéis e apartamen-tos 
de luxo e vêm chamando a 
atenção do público no mundo to-do. 
Aqui no Brasil, a coisa não é 
diferente, e muitas residências já 
possuem", explica. 
A piscina de vidro traz al-guns 
benefícios para o proprietá-rio. 
Além de decorativa, principal-mente 
quando possui bordas 
transparentes voltadas para ou-tros 
cômodos, agrega valor co-mercial 
ao imóvel. 
Outra vantagem é a ilumi-nação, 
que pode ser feita com fi-bra 
ótica - a mais recomendada, 
por não ter o risco de passar cor-rente 
elétrica - ou luzes de LED, 
que garante ambientação notur-na 
diferenciada. 
O reservatório pode ter vi-dro 
em apenas algumas laterais, 
ou ser projetado inteiro no mate-rial. 
"A sua estrutura é feita de 
forma semelhante aos projetos 
convencionais, com bases de con-creto, 
impermeabilização, drena-gem 
e estruturas apropriadas pa-ra 
sua colocação em cada ambien-te", 
diz Lorena. 
Os projetos devem ser exe-cutados 
por empresas especializa-das 
para não existir vazamento. 
De acordo com o analista 
de marketing Murilo Lopes, da 
empresa de engenharia T2G, de 
Campinas, as piscinas usam vi-dros 
laminados múltiplos, seme-lhantes 
aos vidros blindados, ca-pazes 
de resistir a alta pressão da 
água e pessoas em movimento. 
"Estes vidros são muito gros-sos. 
Uma única peça pode passar 
de toneladas", revela Murilo. 
O consumidor ainda pode 
optar por outros tipos de tecno-logia, 
como a que torna os vi-dros 
dez vezes mais resistentes 
ou os extraclaros. Os materiais 
disponíveis no mercado para a 
construção de piscinas são inú-meros, 
como o aço inoxidável 
ou galvanizado. 
"Deve-se planejar o projeto 
com o vidro desde o início. Esse 
tipo de instalação não aceita im-provisos. 
Desde a concepção da 
forma de concreto da caixa da 
piscina, deve-se prever o encaixe 
dos vidros", reforça Murilo. 
Os custos por metro quadra-do 
não foram divulgados, mas o 
investimento é mais alto que em 
uma piscina de alvenaria, por 
exemplo. 
MANUTENÇÃO 
Para manter as piscinas de 
vidro sempre bonitas, o ideal é 
aplicar corretamente os produtos 
químicos referentes à manuten-ção, 
além de verificar periodica-mente 
o PH da água mantendo 
na faixa recomendada para uso e 
com baixa alcalinidade. Quem 
preferir, uma alternativa é o trata-mento 
da água por ozônio. 
Deve-se evitar produtos 
abrasivos ou com alto teor alcali-no 
e apenas usar soluções desen-volvidas 
especialmente para a lim-peza 
de vidros. 
SEGURO 
No caso de sofrer um impac-to 
muito violento, o vidro pode 
até se quebrar em pequenos frag-mentos. 
No entanto, o conjunto 
não se rompe e os pedaços ficam 
presos no filme plástico, sem que 
um vão se abra. 
>>Cidades 
MERCADO DE LUXO A transparência do material e a pureza da água se unem para tornar o espaço, voltado ao descanso e entretenimento, mais sofisticado 
Piscinas de vidro são a sensação do lazer 
NADA A ESCONDER 
O uso nas áreas externas é uma 
tendência crescente, que traduz a 
busca da luz natural para aumentar 
a sensação de liberdade e amplitude. 
Acima, projeto de piscina com uma de 
suas bordas feita em vidro e queda 
d'água (à dir.). À noite, destaque é a 
iluminação (à esq.), que evidencia ainda 
mais o espetáculo moderno. Empresa 
especializada afirma que reservatórios 
são capazes de resistir a alta pressão 
de água e pessoas em movimento 
Fotos: Divulgação 
Araçatuba, quinta-feira, 25 de setembro de 2014 
B6

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Piscina de vidro

  • 1. ‘Caso ele adira à candidatura de...’ O último texto ("Nem que a Vaca Tussa") rendeu. Houve até mensagem de pessoas ligadas ao meio rural, que informaram que as vacas tos-sem, sim senhor. É claro que nem de longe me meti nessa questão. O cerne do texto estava nas formas e no valor do presen-te do subjuntivo. Alguns leitores disseram que nunca tinham "enxergado" a rela-ção entre a primeira do singular do presente do indicativo ("vejo", Araçatuba Emmanuela Zambon emmanuela.zambon@folhadaregiao.com.br "meço", "firo", por exemplo) e as formas do presente do subjuntivo ("que eu veja", "que eu meça", "que eu fira"). Talvez essas pes-soas não tenham consciência de que "enxergam" essa relação, mas a enxergam, sim, já que certamen-te boa parte dela diz "Eu meço is-so ou aquilo" e "Fulano quer que eu meça isso ou aquilo". O fato é que, embora perfei-tamente vernáculas e ajustadas ao processo de conjugação, cer-tas formas do presente do subjun-tivo causam estranheza, por se-rem usadas raramente. Um leitor me diz que, dia desses, na TV, um comentarista disse algo como "caso Fulano de Tal adira à candi-datura de...". "É isso mesmo, pro-fessor?", pergunta o leitor. É isso mesmo, caro leitor. Pa-ra que não fique nenhuma dúvi-da, vamos à "matemática" dessa operação. Como começa o presen-te do indicativo de "aderir"? Eu o quê? "Eu adiro", certo? Como vi-mos na semana passada, não é aí que mora a base do presente do subjuntivo? Pois então de "eu adi-ro" se faz "que eu adira" ("Que-rem que eu adira à candidatura de..."). Esse "i" fica em todas as formas do presente do subjuntivo: "que eu adira, que tu adiras, que ele adira, que nós adiramos...". "Adiramos"? Sim, caro leitor, se ti-ver estômago, diga isso: "Caso nós adiramos a essa proposta...". Essa troca do "e" por "i" que ocorre em "aderir/adiro/adira" é muito mais comum do que tal-v e z s e p e n s e . V e j a e s t a s sequências: "conseguir, consigo, consiga", "refletir, reflito, reflita", "progredir, progrido, progrida", "vestir, visto, vista" etc. Todos os verbos termina-dos em "-erir" fazem a primeira do singular do presente do indi-cativo em "-iro" (firo, transfiro, desfiro, prefiro, pretiro, profiro, afiro, difiro, ingiro, inquiro, insi-ro, enxiro etc.). O caro leitor já sabe como começa o presente do subjuntivo dos verbos recém-citados, certo? Por via das dúvidas, é bom lem-brar que construções como "Espe-ra- se que o juiz o inquira" ou "Pe-ço- lhe que não se enxira mais..." são absolutamente corretas, em-bora Como começa o presente do indicativo de “aderir”? Eu o quê? “Eu adiro”, certo? pouco usuais, sobretudo a segunda, em que se vê a forma verbal "enxira", que, diferente-mente da sua cognata "enxeri-do/ a", tem baixa incidência. Voltando à flexão do presen-te do subjuntivo, convém lembrar que é preciso resistir à tentação de abandonar a "regra" no meio do caminho. Explico: não é raro ouvirmos ou lermos algo como "A sociedade espera que aderimos a essa tese" ou "É importante que inserimos novos métodos para...". O estranhamento causado por for-mas (corretas) como "adiramos" e "insiramos" pode ser a causa do abandono da forma padrão. Que fique claro: em se tra-tando do padrão formal da lín-gua, as construções citadas no pa-rágrafo anterior devem ser substi-tuídas, respectivamente, por "A sociedade espera que adiramos a essa tese" e "É importante que in-siramos novos métodos para...". Também é bom re/lembrar o que ocorre com os verbos de-fectivos (aqueles que não têm conjugação completa). Como a primeira pessoa do singular do presente do indicativo desses ver-bos é sempre zero, o presente do subjuntivo também é zero, nada, coisa alguma. Podem-se citar co-mo exemplos os verbos "reaver" e "precaver", que, no padrão cul-to da língua, só apresentam duas formas no presente do indicativo ("nós reavemos, vós reaveis"; "nós precavemos, vós precaveis"). Formas como "precavejo", "preca-venho", "reavenho", "reavejo" ("Eu sempre me precavejo/preca-venho", "Eu sempre reavenho/ reavejo o dinheiro investido"), muito comuns na língua oral e até mesmo na escrita, não encon-tram abrigo no padrão culto. Moral da história: constru-ções como "Empresa reavê imó-vel", "Ela quer que eu me preca-veja/ precavenha" ou "Espero que você reavenha/reaja o que per-deu" não fazem parte do registro culto da língua. Que fazer? Em-pregar formas de verbos sinôni-mos que ocorram na língua cul-ta, como "Empresa retoma imó-vel", "Ela quer que eu me acaute-le" ou "Espero que você recupere o que perdeu". É isso. Á gua e vidro. A combina-ção desses elementos po-de resultar em um am-biente ultramoderno, sofisticado e muito bonito. Eles também se mostram bons aliados para mora-dores que desejam transformar a área de lazer. Uma das tendên-cias do momento são as piscinas de vidro, que trazem a leveza ideal para um ambiente externo. "O uso do vidro em áreas de entretenimento é tendência crescente, que traduz a busca da luz natural para aumentar a sensação de liberdade e amplitu-de. A transparência não é ape-nas visual, mas também concei-tual, pois remete a ambientes que não têm nada a esconder", explica a arquiteta e urbanista Lorena Andrade Cavalcanti, de Campina Grande (PB), especialis-ta em iluminação. Quanto às piscinas com esse material, ela afirma que estão em alta e são voltadas para o merca-do de luxo. "Começaram a ser utilizadas em hotéis e apartamen-tos de luxo e vêm chamando a atenção do público no mundo to-do. Aqui no Brasil, a coisa não é diferente, e muitas residências já possuem", explica. A piscina de vidro traz al-guns benefícios para o proprietá-rio. Além de decorativa, principal-mente quando possui bordas transparentes voltadas para ou-tros cômodos, agrega valor co-mercial ao imóvel. Outra vantagem é a ilumi-nação, que pode ser feita com fi-bra ótica - a mais recomendada, por não ter o risco de passar cor-rente elétrica - ou luzes de LED, que garante ambientação notur-na diferenciada. O reservatório pode ter vi-dro em apenas algumas laterais, ou ser projetado inteiro no mate-rial. "A sua estrutura é feita de forma semelhante aos projetos convencionais, com bases de con-creto, impermeabilização, drena-gem e estruturas apropriadas pa-ra sua colocação em cada ambien-te", diz Lorena. Os projetos devem ser exe-cutados por empresas especializa-das para não existir vazamento. De acordo com o analista de marketing Murilo Lopes, da empresa de engenharia T2G, de Campinas, as piscinas usam vi-dros laminados múltiplos, seme-lhantes aos vidros blindados, ca-pazes de resistir a alta pressão da água e pessoas em movimento. "Estes vidros são muito gros-sos. Uma única peça pode passar de toneladas", revela Murilo. O consumidor ainda pode optar por outros tipos de tecno-logia, como a que torna os vi-dros dez vezes mais resistentes ou os extraclaros. Os materiais disponíveis no mercado para a construção de piscinas são inú-meros, como o aço inoxidável ou galvanizado. "Deve-se planejar o projeto com o vidro desde o início. Esse tipo de instalação não aceita im-provisos. Desde a concepção da forma de concreto da caixa da piscina, deve-se prever o encaixe dos vidros", reforça Murilo. Os custos por metro quadra-do não foram divulgados, mas o investimento é mais alto que em uma piscina de alvenaria, por exemplo. MANUTENÇÃO Para manter as piscinas de vidro sempre bonitas, o ideal é aplicar corretamente os produtos químicos referentes à manuten-ção, além de verificar periodica-mente o PH da água mantendo na faixa recomendada para uso e com baixa alcalinidade. Quem preferir, uma alternativa é o trata-mento da água por ozônio. Deve-se evitar produtos abrasivos ou com alto teor alcali-no e apenas usar soluções desen-volvidas especialmente para a lim-peza de vidros. SEGURO No caso de sofrer um impac-to muito violento, o vidro pode até se quebrar em pequenos frag-mentos. No entanto, o conjunto não se rompe e os pedaços ficam presos no filme plástico, sem que um vão se abra. >>Cidades MERCADO DE LUXO A transparência do material e a pureza da água se unem para tornar o espaço, voltado ao descanso e entretenimento, mais sofisticado Piscinas de vidro são a sensação do lazer NADA A ESCONDER O uso nas áreas externas é uma tendência crescente, que traduz a busca da luz natural para aumentar a sensação de liberdade e amplitude. Acima, projeto de piscina com uma de suas bordas feita em vidro e queda d'água (à dir.). À noite, destaque é a iluminação (à esq.), que evidencia ainda mais o espetáculo moderno. Empresa especializada afirma que reservatórios são capazes de resistir a alta pressão de água e pessoas em movimento Fotos: Divulgação Araçatuba, quinta-feira, 25 de setembro de 2014 B6