entender semântica como o estudo da relação de
significação dos signos e da representação do
sentido dos enunciados. Transformando isso em
uma linguagem mais acessível, a semântica estuda
o significado das palavras, a relação das partes do
texto e sua coerência.
MÓDULO 01
Conteúdo da Aula
Conteúdo abordado:
Portanto, deixemos de conversa e vamos
direto ao assunto. Nesta aula iremos estudar
sinônimos, antônimos, denotação, conotação,
polissemia, coesão textual e coerência textual.
SEMÂNTICA
DENOTAÇÃO
CONOTAÇÃO
POLISSEMIA
SINONÍMIA
ANTONÍMIA
CAMPO SEMÂNTICO
HIPERÔNIMO
HIPÔNIMO
HOMÓNIMO
PARÔNIMO
Conforme dito na aula demonstrativa, não
irei falar de teoria para ao final resolver algumas
questões. Irei apresentar as questões, comentá-las
e, a partir delas, esclarecer os conceitos e a
respectiva teoria.
Vejamos um exemplo, “para aquecermos os
motores”:
01
02
03
29
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Todos os pontos da matéria a serem
estudados por nós são de extrema importância,
entretanto devo salientar que há alguns explorados
com maior frequência pelas bancas. Este, com
certeza, é um deles.
Nas provas sempre nos deparamos com
questões pedindo para substituirmos a expressão
“x” pela expressão “y”, sem que haja alteração do
sentido, bem como pedindo para colocarmos os
trechos em ordem, mantendo a coerência e coesão
textuais. Pois bem, meus nobres, isso é semântica.
Além disso, algumas bancas pedem o
sentido em que determinada palavra foi
empregada, ou em que contexto a palavra “x”
poderá ser substituída pela palavra “y”. Isso
também é semântica.
Para Aurélio Buarque de Holanda,
SEMÂNTICA [Do gr. semantiké, i. e., téchne
semantiké, representa “a arte da significação”.].
Trazendo para o nosso contexto, podemos
www.professoredsonribeiro.com
01 - (ESAF – 2008 / STC – Analista de Finanças e
Controle - Adaptada) De acordo com o texto, julgue
a assertiva abaixo.
Valor: O Sr. espera uma piora da crise financeira
global?
Fernando Cardim: O que estamos assistindo agora
no mercado financeiro dos EUA é altamente
preocupante.
Em menos de duas semanas, após o
governo Bush injetar US$ 200 bilhões nas duas casas
hipotecárias, quebra o Lehman Brothers, quarto
maior banco de investimento local, e é vendido,
preventivamente, em apenas dois dias, o Merrill
Lynch, banco de investimento independente. E a
maior seguradora do mundo, a AIG, está ameaçada.
Isso abre uma frente nova na crise.
As seguradoras são grandes fornecedoras
de CDS para os bancos comerciais. O CDS é um
derivativo de crédito que serve como seguro.
Quando os bancos fazem empréstimos e os
tomadores não pagam eles recorrem às
seguradoras para recuperar os valores dos
empréstimos. Uma quebradeira nas seguradoras
pode significar que a segurança do sistema bancário
está sem proteção, os bancos estão nus.
(Valor Econômico, 18/09/2008)
a) A expressão “estão nus”(ℓ..23) está sendo
empregada em sentido denotativo ou literal.
Comentários:
Página | 1
Língua Portuguesa
SUMÁRIO
Considerações Iniciais........................................
Conotação x Denotação x Polissemia................
Sinonímia x Antonímia.......................................
Lista de Questões Comentadas nas Aulas.........
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
O enunciado está ERRADO. A banca
apresentou um exemplo de CONOTAÇÃO, não de
DENOTAÇÃO. A expressão não assume valor
denotativo ou literal, ela assume valor
CONOTATIVO, FIGURADO.
Vamos ver a teoria sobre isso?
CONOTAÇÃO – DENOTAÇÃO – POLISSEMIA
Conceitos:
CONOTAÇÃO: [Do lat. ed. connotatione, pelo ingl.
connotation., representa o sentido translato, ou
subjacente, às vezes de teor subjetivo, que uma
palavra
ou
expressão
pode
apresentar
paralelamente à acepção em que é empregada]
Para nós, em uma linguagem mais direta, conotação
é um recurso linguístico em que a palavra assume
um sentido figurado, ou seja, ela adquire uma nova
roupagem, diferente do seu sentido original.
Vejamos:
Lá fui convidado a pular na PIPOCA. Até então,
pipoca para mim significava o grão de milho
rebentado ao calor do fogo [Aurélio. Do tupi =
‘estalando a pele’.]. Nesse contexto, entretanto,
pipoca assumiu o sentido CONOTATIVO ou
FIGURADO de local popular, muvuca, no meio do
povão.
Fácil, não acham? Vamos a outra definição:
DENOTAÇÃO: Diz-se sentido denotativo quando a
palavra assume seu sentido verdadeiro, tal qual
constante no dicionário, seu significado de origem.
Exemplo: João tropeçou em uma pedra pontiaguda.
POLISSEMIA: [Do lat. cient. polysemia< gr.
polWsemos, “que tem muitas significações”, + lat.
cient. -ia (v. -ia1).]. Diz-se quando um termo possui
várias acepções. Vejam que neste caso não damos à
palavra um significado figurado. Ela já possui dois
ou mais significados denotativos, verdadeiros.
Exemplos:
Se abrirmos o dicionário Aurélio e
verificarmos o significado da palavra pedra,
veremos em sua primeira definição: Pedra [Do gr.
pétra, pelo lat. petra.], matéria mineral dura e
sólida, da natureza das rochas.
- Pena: pluma, peça de metal para escrever, dó,
punição.
- Mangueira: tubo de borracha ou plástico utilizado
para a condução de líquidos ou gás; árvore frutífera;
curral.
Entretanto a língua nos permite formular
frases da seguinte forma:
Sua falta de compromisso é uma pedra em
minha vida.
Na questão nº 01 a expressão “estão nus”
não foi empregada em seu sentido verdadeiro. Nus
não se refere à nudez propriamente dita. Ela
assumiu um valor conotativo, significando
desamparado, sem segurança.
Rosana possui um coração de pedra.
Portanto:
Língua Portuguesa
Vejam que a palavra “pedra” deixou de ter
o seu significado original, vernáculo, para
representar obstáculo, problema, dificuldade, frio,
duro, insensível.
Nesses dois últimos casos, dizemos que a
palavra pedra adquiriu valor CONOTATIVO, ou seja,
ela está sendo utilizada em sentido diferente do seu
significado original, chamado também de SENTIDO
FIGURADO.
Outro exemplo interessante presenciei
quando fui visitar Salvador no penúltimo Carnaval.
Página | 2
Resposta ERRADA.
Vamos ver mais uma?
02 -(ESAF – 2008 / STC – Analista de Finanças e
Controle - Adaptada) Com base no texto, julgue as
opções abaixo.
Ao lado de características inéditas, a crise
cevada no mercado imobiliário e financeiro
americano, com reverberações mundiais, apresenta
www.professoredsonribeiro.com
Prof. Edson Ribeiro
e Linguagem Empírica (totalmente desprovida de
normas gramaticais). A norma culta da língua não
admite gírias, nem expressões cristalizadas, tidas
como jargões, tampouco será carregada de
ambiguidades e subentendidos. Dessa forma, tendo
em vista o contexto em que aparece, a expressão dá
ao texto um caráter de informalidade ao inserir o
jargão “desceram a ladeira”, com valor figurado,
pois está significando quedas nos negócios, não a
descida de uma ladeira de verdade.
(O Globo, 18 de setembro de 2008 , Editorial)
A expressão grifada na frase acima pode ser
substituída, sem prejuízo para o sentido original,
por:
a) A expressão “cevada”(ℓ..2) está em sentido
conotativo e apresenta significado relativo às
seguintes ideias: alimentada, ampliada, crescida.
L. Portuguesa
aspectos também verificados em outras situações
de nervosismo global.
Não há medida mágica e salvadora que faça
cotações se estabilizarem e o investidor recuperar o
sono. Só uma sucessão de ações consegue mudar
expectativas como as atuais. A Casa Branca, ao
contrário da postura que assumira no caso do
Lehman Brothers – tragado, sem socorro, por um
rombo de US$ 600 bilhões –, decidira estender a
mão para a maior seguradora do país, a AIG.
Aos bilhões empenhados para permitir ao
Morgan digerir o Bear Stearns, em março; ao
dinheiro sacado a fim de evitar a quebra das
gigantes Fannie Mae e Freddie Mac,
redescontadoras de hipotecas, o governo e o Fed, o
BC dos EUA, decidiram somar US$ 85 bilhões para
salvar a AIG. Decepcionou-se quem esperava
tranquilidade. O emperramento do crédito –
ninguém empresta a ninguém, por não se saber ao
certo o risco do tomador – continua a travar o
mercado global, e as ações novamente desceram a
ladeira, empurradas por boatos sobre quais serão,
ou seriam, os próximos a cair.
03 - (FCC-2011 / TRE TO – Analista Judiciário)
Fragmento do texto:
Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova
numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam
e ninguém nos conheça. Vou lhe ensinar a falar
direito, a usar os diferentes talheres e copos de
vinho, escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros
sérios para você ler.
... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios
para você ler.
b) A expressão “desceram a ladeira”(ℓ..25 e 26)
confere ao texto um tom de informalidade e está
sendo empregada em sentido conotativo.
(A) pessoalmente.
(B) de modo incisivo.
(C) apontando.
(D) entre outras coisas.
(E) cuidadosamente.
Comentários:
Comentários:
a) O item a) está CORRETO. Cevada, forma no
particípio do verbo CEVAR [Do lat. cibare,
“alimentar”.] pode adquirir valor figurado de
fomentar, estimular. Aurélio traz como exemplo o
período “Propôs medidas para cevar a indústria
regional.” No contexto acima, vê-se que CEVADA
não possui valor real de dar alimento a alguém ou a
algo. Ele possui valor conotativo de fomentar,
estimular, ampliar, crescer.
Resposta E. Vê-se, pelo contexto, que a expressão
escolher a dedo não se refere ao fato de
efetivamente utilizar o dedo para fazer escolha. Ao
contrário, a expressão significa fazer escolha com
cautela, cuidado. Portanto alternativa E. Notem
como a expressão assume valor conotativo.
b) O item b) também está CORRETO. A linguagem
utilizada na tecitura de determinado texto é que nos
possibilitará enquadrá-lo em um dos níveis ou um
dos padrões estabelecidos para a Língua
Portuguesa. Sabemos que os três principais níveis
de linguagem reconhecidos em nosso país são:
Linguagem Culta, Linguagem Coloquial (ou popular)
SINONÍMIA
www.professoredsonribeiro.com
É um item de suma importância para a
interpretação de textos e também para a coesão
referencial, pois se pode retomar a palavra
anteriormente expressa por seu sinônimo, evitando
a repetição viciosa. Há sinonímia quando duas ou
Página | 3
Língua Portuguesa
SINONÍMIA X ANTONÍMIA
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
mais palavras têm o mesmo significado em
determinado contexto.
Exemplo:
O comprimento da sala é de oito metros.
A extensão da sala é de oito metros.
A substituição de comprimento por
extensão não altera o sentido da frase, pois os
termos são sinônimos.
Em verdade, as palavras são sinônimas em
certas situações, mas podem não ser em outras. É a
riqueza da língua portuguesa falando mais alto.
Pode-se dizer, em princípio, que face e rosto são
dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela tem uma
bela face. Mas não se consegue fazer a troca de face
por rosto numa frase do tipo: em face do exposto,
aceitarei.
Vamos a uma questão de prova:
Língua Portuguesa
04 -(ESAF-2012 / MPOG – MDIC - Analista de
Comércio Exterior)
A fraqueza da produção manufatureira, nos
últimos meses e anos, aqueceu o debate sobre o
risco de desindustrialização no Brasil. No ano
passado, seu crescimento foi de apenas 0,3%, uma
ninharia em comparação com a alta de 6,7% no
varejo. Mesmo que se considere um período mais
longo, a diferença continua dramática: a
manufatura está no nível do início de 2008, contra
quase 35% de aumento nas vendas de varejo.
Espera-se alguma retomada para este ano.
Uma parte da desaceleração de 2011 decorreu da
diminuição de estoques em alguns setores, como o
automobilístico, pressionados por importações
crescentes e vendas internas estagnadas. Feito um
ajuste, a produção pode retornar ao nível normal.
a) A substituição da expressão “uma ninharia”(ℓ..4
e 5) por insignificante respeita as relações de
sentido do texto e confere-lhe mais formalidade.
Comentários:
CORRETA. O vocábulo ninharia [Do esp. niñería,
‘ação própria de criança’.] representa coisa sem
préstimo ou valor; insignificância. Esse termo
possui, também, como sinônimos termos populares
Página | 4
como: babugem, bagatela, bugiganga, futilidade e
outros. Essa palavra não tem seu uso recorrente na
linguagem escrita, aparecendo com maior
frequência na linguagem popular, falada. Dessa
forma, a resposta está correta. Sua troca por
insignificante respeita as relações de sentido e traz
maior formalidade para o texto.
CONCEITOS:
O estudo da sinonímia e da antonímia é
extremamente complexo. Os melhores autores, ao
falarem sobre o assunto, afirmam categoricamente
que não existe sinonímia verdadeira, muito menos
antonímia verdadeira. Para exemplificar isso,
podemos verificar que não há identidade semântica
entre cachorro e cão, casa e mansão, alto e grande,
baixo e pequeno etc., pois variam tanto em suas
conotações como em seu nível linguístico, registro,
musicalidade etc. Esses pares são permutáveis em
vários contextos, porém não o são em outros. No
entanto, o que nos interessa verificar é a identidade
referencial em cada contexto, pois a sinonímia não
é um problema puramente léxico, mas textual.
Contudo, apesar de tais conflitos
conceituais, o estudo da sinonímia e da antonímia
são de grande importância no uso da linguagem e
na produção textual. As diversas possibilidades que
possuímos de trocar elementos, substituir palavras,
expressar a mesma ideia de forma diferente
enriquecem o discurso e tornam a fala e a escrita
muito mais interessantes.
Vamos representar essa explicação melhor:
Peguemos como exemplo as palavras alto e
grande.
Ao nos referirmos ao tamanho de uma
pessoa, podemos falar tranquilamente que “fulano
é alto” ou que “fulano é grande”. No mesmo
sentido podemos dizer seus antônimos baixo e
pequeno: “João é um homem baixo” ou “João é um
homem pequeno”.
Esses pares apresentados já não seriam
permutáveis entre si caso levássemos para um
outro contexto. Se estivéssemos falando sobre o
voo de um pássaro ou de um avião, seria
completamente inadequado dizer que o “avião voa
grande” ou “o pássaro voa grande”. Poderíamos
apenas dizer que ambos voam alto. Neste contexto
grande e alto não são sinônimas.
Vamos ver como isso aparece na prova.
www.professoredsonribeiro.com
Prof. Edson Ribeiro
05 - (ESAF – 2012/Receita Federal do Brasil –
Analista Tributário) Julgue se a opção abaixo dá
justificativa correta para o uso das estruturas
linguísticas no texto.
a) O valor de condição que a conjunção “se” (ℓ..4 e
5) confere à oração em que ocorre seria mantido
também com o uso de talvez, sem prejudicar a
correção gramatical do texto.
Comentários:
Mesmo sem muitas explicações linguísticas
e gramaticais já é possível perceber que a questão
está ERRADA. Não soa bem substituir o termo “se”
por “talvez”. Geraria uma inconsistência de coesão
e de coerência. Vejam como ficaria estranho:
A mais controversa é talvez a competição
aqui é mais branda do que em outros mercados
Dizer que isso está correto é o mesmo que
dizer que faz sentido o verso “batatinha, quando
nasce, espalha rama pelo chão; mamãezinha,
quando deita, jacaré não tem pescoço.” rs... rs...
Não faz sentido! Não são permutáveis entre
si nesse contexto.
www.professoredsonribeiro.com
Mesmo assim, vamos comentar outros
probleminhas encontrados.
O comando da questão afirma ser o “se”
uma conjunção condicional.
O “se” pode sim assumir essa função,
porém o será, quando impuser uma condição para
a realização de um fato expresso na oração
principal. Nessa situação, ele terá o mesmo valor
que caso, desde que, salvo se, contanto que, a
menos que, etc.
Exemplo:
“Tudo vale a pena, se a alma não é pequena. (F. P.)”
(Or.Subord. Adv. Condicional)
Você terá sucesso desde que se esforce para tal.
(Or. Subord. Adv. Condicional)
Por outro lado, o “se” poderá, também,
assumir a função de conjunção integrante, ligando
as orações subordinadas substantivas às orações
principais.
Exemplo:
Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum
ou raro. (Cecília Meireles)
(Or. Subord. Subst. Objetiva Direta)
Minha dúvida é se você será feliz nesse emprego.
(Or. Subord. Subst. Predicativa)
Vejam como o uso do “se” na questão se
aproxima deste último caso.
No quesito da prova, esse vocábulo não traz
a ideia de uma condição exigida por uma oração
principal. Dessa forma, a classificação mais
apropriada seria tal qual o da última oração
analisada por nós acima, classificando-o como
conjunção integrante, não como conjunção
adverbial condicional. Portanto, mais uma vez
ERRADO.
Já que estamos falando de sinonímia, que
tal uma música sobre sinônimos? Vamos lá?! Ao
som de uma moda de viola, fica mais fácil
memorizar o significado de algumas palavras, não
acham?
PAGODÃO DO PALAVREADO
Página | 5
Língua Portuguesa
O Brasil tem o terceiro maior spread
bancário do mundo. O nosso fechou 2011 em 33% –
só perdemos para Quirquistão (34%) e Madagascar
(42%). Países mais parecidos com o Brasil, como
Chile e México, cobram entre 3% e 4%. Há possíveis
explicações para a anomalia. A mais controversa é
se a competição aqui é mais branda do que em
outros mercados. Não funcionam no Brasil
mecanismos que, no exterior, fazem com que os
bancos disputem clientes de forma mais agressiva.
O principal deles é o cadastro positivo, um sistema
que permite a troca de informações de quem paga
seus empréstimos em dia. Ele foi aprovado há quase
um ano, mas até agora não deslanchou.
Os bancos dizem que as informações são
precárias, porque os clientes precisam autorizar a
inclusão de seu nome e retirá-lo se quiserem, o que
torna o sistema pouco confiável. O spread elevado
também se deve a fatores como alta carga tributária
e inadimplência – os empréstimos atrelados a
garantias são incipientes, o que aumenta o risco de
um calote.
L. Portuguesa
Aplicação:
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
Desde cedo eu aprendi
Minha primeira lição
De sempre estudar
Com o dicionário na mão
Conheço muitas palavras
Que se usam na cidade
Mas “pra” comunicação
Não vejo necessidade
São bonitas na literatura
E em prova são cobradas
Mas não me venha esnobando
Com esta papagaiada
Hoje eu sei que samburá é cesto de
pescador
Que deambular é andar por aí
Um cozimento é chamado de cocção
Que replicar é o mesmo que retorquir
Minudência é verificar os pormenores
Perfídia é o mesmo que traição
Indelével é aquilo que não se apaga
Corroborar é uma confirmação
Inofensiva pode se dizer que é inócua
A palavra fado é sinônimo de destino
Dissensão é divergência de opiniões
A palavra dédalo é o mesmo que labirinto
Hoje eu sei que samburá é cesto de
pescador
Que deambular é andar por aí
Um cozimento é chamado de cocção
Que replicar é o mesmo que retorquir
Língua Portuguesa
Defectível é o que se diz do incompleto
Pesquisar algo é o mesmo que perquirir
Aboletar-se significa alojar
A palavra gáudio é ser alegre, é sorrir
Aliviar é igual a um lenitivo
A palavra debalde é fazer algo em vão
A palavra jugo é o mesmo que domínio
A palavra prêmio se troca por galardão
Hoje eu sei que samburá é cesto de
pescador
Que deambular é andar por aí
Um cozimento é chamado de cocção
Página | 6
Que replicar é o mesmo que retorquir
Disponível em: http://www.palcomp3.com.br/profedsonribeiro.com
ANTONÍMIA
Requer os mesmos cuidados da sinonímia.
Na realidade, tudo é uma questão de bom
vocabulário. Antonímia é o emprego de palavras de
sentido contrário, oposto.
Ex.: É um menino corajoso.
É um menino medroso.
CAMPOS SEMÂNTICOS
As palavras podem associar-se de várias
maneiras. Quando se relacionam pelo sentido,
temos um campo semântico. Não se trata de
sinônimos ou antônimos, mas de aproximação de
sentido num dado Contexto.
Ex.: perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz^
partes do corpo humano
azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás ^ cores
martelo, serrote, alicate, torno, enxada
^
ferramentas
batata, abóbora, aipim, berinjela, beterraba ^
legumes
Observações
a) Também constituem campos semânticos
palavras como flor, jardim, perfume, terra, espinho,
embora não pertençam a um grupo delimitado; mas
a associação entre elas é evidente.
b) As palavras podem pertencer a campos
semânticos diferentes. Veja o caso de abóbora,
citada há pouco. Ela também serve para indicar cor,
o que a colocaria no segundo grupo de palavras.
c) Essas palavras também podem ser associadas no
grupo de hiperônimos e hipônimos que serão vistos
em seguida.
HIPERÔNIMO
www.professoredsonribeiro.com
Quando há vocábulos reunidos em grupo
fazendo parte um mesmo campo semântico,
podem-se associar esses vocábulos aos
hiperônimos e hipônimos.
O prefixo "hiper" e "hipo" significam,
respectivamente, generalização e especificação.
Assim, hiperônimo é uma palavra que apresenta
um significado mais abrangente do que o do seu
hipônimo (vocabulário de sentido mais específico).
Por exemplo:
Legume(sentido mais geral) é hiperônimo de
batata(sentido mais específico).
Fruta(sentido mais geral) é hiperônimo de
abacaxi(sentido mais específico).
Doença(sentido mais geral) é hiperônimo de
catapora(sentido mais específico).
HIPÔNIMO
Por associação, hipônimo são palavras que se
relacionam pelo sentido dentro de um conjunto,
ligando-se por afinidade ou por um ser parte do
outro.
Por exemplo:
Banana ou laranja (sentido mais específico) são
hipônimos de fruta (sentido mais geral)
Note que a palavra "pessoas" é um
hiperônimo da palavra "refugiados", uma vez que
"pessoas" apresenta um significado mais
abrangente que seu hipônimo "refugiados".
HOMÔNIMOS, PARÔNIMOS e EXPRESSÕES AFINS
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
Homônimos são vocábulos de sentidos
diferentes que, por apresentarem semelhanças
formais, costumam provocar dúvidas de significado
e de grafia. Há dois tipos de homônimos:
homônimos homógrafos e homônimos homófonos.
Os homógrafos são palavras que têm a
mesma grafia, podendo a sua pronúncia coincidir
ou não, como nos exemplos: manga (de roupa),
manga "fruta" e manga "tubo de vidro ou cristal
para lâmpadas"; seco /ê/ (adjetivo) e seco /é/
(verbo), gosto /ô/ (substantivo) e gosto /ó/ (verbo).
Já os homófonos caracterizam-se por terem
pronúncia idêntica e grafia diferente.
Exemplos: censo/senso, cessão/seção/sessão, etc.
Por sua vez, os parônimos são palavras que
se apresentam como muito parecidas na pronúncia
e na grafia, mas não chegam a ser idênticas.
Exemplos: deferir/diferir, infligir/infringir.
Azul ou preto (sentido mais específico) são
hipônimos de cor (sentido mais geral)
Alface ou couve (sentido mais específico) são
hipônimos de verdura (sentido mais geral)
Vamos, assim, elencar alguns vocábulos que
têm caído nas provas:
1. Uso dos PORQUÊS
1) Porquê (junto e com acento) é usado quando for
sinônimo de motivo, causa, indagação. Por ser
substantivo, admite artigo e pode ir ao plural:
Os considerandos são os porquês de um decreto.
A relação existente entre hiperônimo e
hipônimo é fundamental para a coesão textual.
Qual é o porquê desta vez?
Ex: Grupos de refugiados chegam diariamente do
sertão castigado pela seca.
O Relator explicou o porquê de cada emenda.
2) Por quê (separado e com acento) é usado quando
a expressão aparecer em final de frase, ou sozinha:
Brigou de novo, por quê?
São pessoas famintas, maltrapilhas, destruídas.
www.professoredsonribeiro.com
Página | 7
Língua Portuguesa
Veja o que acontece com as palavras
doença e gripe - doença é hiperônimo de gripe
porque em seu significado contém o de gripe e o
sentido de mais uma série de palavras como
dengue, malária, câncer. Então se conclui que gripe
é hipônimo de doença.
Prof. Edson Ribeiro
L. Portuguesa
Brigou de novo? Por quê?
Ria, ria sem saber por quê.
3) Porque (junto e sem acento) é usado nos
seguintes casos:
A. Para introduzir explicação, causa, motivo,
podendo ser substituído por conjunções causais
como, pois, porquanto, visto que:
Traga agasalho, porque vai fazer frio. (conjunção
coordenativa explicativa = pois)
A reunião foi adiada porque faltou energia.
(conjunção subordinativa causal = pois)
Porque ainda é cedo, proponho esperarmos um
pouco mais. (conjunção subordinativa causal =
como)
B. Nas frases interrogativas a que se responde com
"sim" ou "não":
Quero saber por que meu dinheiro está valendo
menos. (interrogativa indireta)
B. sempre que se puderem inserir as palavras
motivo, razão:
Não sei por que ele se ofendeu. (Não sei por que
motivo ele se ofendeu.)
O funcionário explicou por que havia faltado. (O
funcionário explicou por que motivo havia faltado.)
C. quando a expressão puder ser substituída por
pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais,
confirma-se que há pronome relativo "que"
antecedido da preposição "por":
A estrada por que passamos está em péssimo
estado de conservação.
(A estrada pela qual passamos está em péssimo
estado de conservação.)
Esse é o motivo por que a reunião foi adiada.
Ele não votou o projeto porque estava de licença?
Essa medida provisória está na pauta de votação
porque é urgente?
Na realidade, a conjunção "porque"
continua sendo subordinativa adverbial causal. A
diferença é que na própria pergunta já se dá a causa
(oração subordinada adverbial causal).
C. Como conjunção de finalidade (= para que),
levando o verbo para o subjuntivo. Esta construção
é arcaica, mas vez por outra tem sido encontrada:
Rezo porque tudo corra bem.
Língua Portuguesa
Não expressou sua
desanimasse os colegas.
opinião
porque
não
Contemporaneamente, para exprimir
finalidade, objetivo, prefere-se usar para que em
lugar de porque: Rezo para que tudo corra bem.
4) Por que (separado e sem acento) é usado nos
seguintes casos:
(Esse é o motivo pelo qual a reunião foi adiada.)
D. quando "que" for conjunção integrante iniciando
oração subordinada substantiva objetiva indireta ou
completiva nominal, com imposição da preposição
"por" pelo verbo ou nome, respectivamente:
Torcemos por que tudo se resolva logo. (= torcemos
por isso)
O Relator estava ansioso por que começasse a
votação. (= ansioso por isso).
Não se pode confundir este último caso com
o uso da conjunção de finalidade (conforme acima n° 3, letra c). Veja a diferença:
Não expressou sua opinião porque não desanimasse
os colegas.
Note que o nome opinião, anterior à
conjunção, não exigiu a preposição por. Além disso,
percebe-se a intenção, a finalidade de não
expressar sua opinião: para que não desanimasse
os colegas.
A. nas interrogativas diretas e indiretas:
Por que você demorou tanto? (interrogativa direta)
Página | 8
www.professoredsonribeiro.com
Prof. Edson Ribeiro
Aqui, o nome ansioso exige a preposição por, razão
pela qual deve ser separada do que.
B. palavra substantivada:
L. Portuguesa
O Relator estava ansioso por que começasse a
votação.
Os bons vencerão os maus.
2) Mal
EXERCÍCIOS
Mal é antônimo de bem. Pode aparecer como:
1. A reforma da casa não foi terminada
____________________ o seu proprietário ficou
sem verba.
A. advérbio - não varia:
O candidato foi mal recebido.
2. ____________________ o arquiteto pediu
demissão da firma.
Fizeram mal em dizer tais coisas.
3. Os que estudam aquele período histórico jamais
compreenderam o ____________________ de
tanta violência.
B. substantivo - varia em número:
4.
Este
supermercado
____________________?
Há males que vêm para o bem.
foi
fechado.
O mal nem sempre vence o bem.
C. conjunção (corresponde a quando) - não varia:
5. Não se preocupe. Tenho certeza de que a
situação ____________________ você está
passando é transitória.
6. Retiraram-se da assembleia sem dizer
____________________.
7. Você é contra a liberdade de imprensa?
____________________ ?
8. Responda-me ____________________
podemos sair agora?
não
9. ____________________ ela perdeu, fiquei triste.
10. Não sei o ____________________ disso.
2. MAU e MAL
Mal cheguei, ele saiu.
D. mal é também um prefixo:
mal-educado, malcriado, mal-humorado
EXERCÍCIOS
1. Antônio sempre foi um ____________________
elemento.
2. Na luta contra o____________________ ,
devemos nos lembrar de nosso Criador.
3. O rapaz sofria de um ____________________
incurável.
4. Dos ____________________ de nossa época, o
pior é a violência.
1) Mau
A. adjetivo - varia em gênero e número:
5. Os ____________________ costumes causam
problemas.
6. ____________________ soou o alarme, todos
correram.
Não era mau rapaz, apenas um pouco preguiçoso.
Não eram maus rapazes, apenas um pouco
preguiçosos.
7. Ele é ____________________
____________________ aluno.
criado
e
3. MAS - MÁS - MAIS
Obs.: (feminino) Não era má atriz nas novelas, mas
boa cantora no palco.
www.professoredsonribeiro.com
Página | 9
Língua Portuguesa
Maué antônimo de bom. Pode aparecer como:
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
1. Mais pode ser um pronome ou um
advérbio. É o contrário de menos:
A. Com referência ao verbo fazer, indicando tempo
decorrido:
A. advérbio (indica intensidade) - modifica verbo ou
adjetivo:
Não o vejo há quinze dias.
Não se encontram há tempos.
Converse menos e trabalhe mais.
Saiu daqui há duas horas.
A garota está mais bonita hoje.
B. Quando se trata de forma do verbo haver:
B. pronome indefinido (indica quantidade) modifica um substantivo:
Há um artigo interessante nesta revista.
2) Emprega-se o a(preposição):
Comprei mais lâmpadas para a sala de aula.
A. Com referência a tempo futuro:
2. Mas é uma conjunção adversativa (indica
oposição). Equivale a porém, todavia, contudo:
A dois minutos da peça, o ator ainda retocava a
maquilagem.
Ele pretendia apoiá-la, mas na última hora desistiu.
B. Com referência a distância:
3. Más é adjetivo:
Morava a cinco quadras daqui.
Ela é uma má aluna.
EXERCÍCIOS
1. Embora fizesse o possível, ficava cada vez
____________________ atrasado.
2. Todos sabiam que as irmãs de Pedro eram
____________________
e
covardes,
____________________
ninguém
fazia
comentários.
3. Não diga nem ____________________ uma
palavra. Nada pode ser feito agora.
4. O corredor automobilístico esforçou-se ao
máximo, ____________________ as condições da
pista eram ____________________.
Língua Portuguesa
5. Ele reclama sempre, ____________________
acaba fazendo seus deveres de casa.
6. Tudo seria ____________________ fácil se
tivesse comparecido à reunião.
3) Emprega-se o a(artigo) quando se antepõe a
substantivo feminino:
A apólice tornou-se grande trunfo na mão do
advogado.
4) Emprega-se o à quando houver crase da
preposição a com o artigo a ou com o
demonstrativo a:
Rendeu à colega uma homenagem semelhante à
que recebera.
EXERCÍCIOS
1. Estávamos _________ uma pequena distância da
praia. (a - há)
2. O posto de gasolina fica _________ três
quilômetros daqui. (a - há)
3. Vive _________ muitos anos naquela cabana. (a há)
4. HÁ - A - À
4. O relatório foi encaminhado _________ dois dias.
(a - há)
1) Emprega-se o há:
5. Sairemos daqui _________ dez minutos. (a - há)
Página | 10
www.professoredsonribeiro.com
Prof. Edson Ribeiro
A Matemática e a Física são ciências afins.
1. A palavra senão é usada equivalendo a:
A língua portuguesa é afim da espanhola.
A. do contrário(conjunção)
7. A PAR ou AO PAR?
Saia daqui, senão vai se molhar.
1. A expressão a par equivale a ciente, informado,
prevenido; em geral, emprega-se com o verbo estar:
B.a não ser, salvo, exceto(preposição):
O diretor não estava a par do assunto.
Não podia acreditar, senão vendo com os próprios
olhos.
L. Portuguesa
5. SENÃO - SE NÃO
2. A expressão ao par emprega-se em relação a
câmbio; indica título ou moeda de valor idêntico:
Não faz outra coisa, senão reclamar.
C. mas sim, porém (conjunção adversativa)
O real já esteve ao par do dólar.
As ações foram cotadas ao par.
Não tive a intenção de exigir, senão de pedir.
8. EM VEZ DE - AO INVÉS DE
Aconselhava não como chefe, senão como amigo.
D. defeito, falha(substantivo):
1. A expressão em vez de significa em lugar de:
Em vez de nos ajudar, prejudicou-nos.
2. A expressão se não é usada equivalendo a caso
não (conjunção condicional e hipotética):
Esperarei mais um pouco; se não vier, irei embora.
(caso não venha)
Se não buscares, não encontrarás.
O dispositivo está na Constituição, se não no
Regimento Interno.
6. A FIM DE - AFIM
1. A expressão a fim de indica finalidade;
corresponde a para:
Cheguei cedo a fim de terminar meu serviço.
(Deve-se evitar estar a fim de no sentido de estar
com vontade deem textos mais elaborados, pois se
trata de modismo, de gíria. Seu emprego só se
justifica em textos coloquiais: Eu não estou a fim de
sair hoje.)
Em vez de ir ao cinema, resolveu sair para comer
uma pizza.
2. A expressão ao invés de significa ao contrário de:
Ao invés de baixar, o preço dos legumes subiu esta
semana.
GABARITO:
1. 1) (porque: conjunção causal); 2) (Por que: frase
interrogativa direta); 3) (porquê: substantivo); 4)
(Por quê: único vocábulo da frase); 5) (por que:
pronome relativo = pela qual); 6) (por quê: última
palavra da frase); 7) (Por quê: único vocábulo da
frase); 8) (por que: frase interrogativa, podemos
inserir a palavra "motivo"); 9) (Porque: conjunção
causal. Inicia oração subordinada adverbial causal);
10) (porquê: substantivo).
2. 1) mau, 2) mal, 3) mal, 4) males, 5) maus, 6) Mal,
7) malcriado e mau.
3. 1) mais; 2) más, mas; 3) mais; 4) mas, más; 5) mas;
6) mais.
4. 1) a; 2) a; 3) há; 4) há; 5) a.
2. A palavra afim (numa única palavra) corresponde
a semelhante ou parente por afinidade:
www.professoredsonribeiro.com
Página | 11
Língua Portuguesa
Fez um discurso perfeito, sem nenhum senão. (Esta
é a forma que se usa na expressão "senão
vejamos".)
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1: TRE TO - 2011 - Analista
... capaz de fornecer as mais diferentes soluções
para questões humanas eminentes.
Considerando-se o par de palavras eminentes /
iminentes, é correto afirmar que se trata de
exemplo de:
(A) antonímia.
(B) sinonímia.
(C) paronímia.
(D) homonímia.
(E) homofonia.
Gabarito: C
Língua Portuguesa
Comentário:
Perceba que esses vocábulos possuem
escrita e pronúncia parecidas, por isso são
parônimos.
Questão 2: DPE RS 2010
Fragmento do texto: O caso mais recente de
tentativas de restringir a livre circulação de ideias
envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na qual a
turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo sai em busca de
uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase
oito décadas de carreira do livro, o Brasil não
conseguiu se livrar de excessos na vigilância do
politicamente correto, nem de intolerâncias como o
racismo. Ainda assim, já não convive hoje com
hábitos como o de caça a animais em extinção e
avançou nas políticas para a educação das relações
étnico-raciais.
A palavra animais estabelece ligações com espécies
que estão em extinção. Qual a propriedade
semântica dessa relação?
(A) Hiperonímia.
(B) Sinonímia.
(C) Homonímia.
(D) Paronímia.
(E) Antonímia.
Gabarito: A
Comentário:
Entre a palavra "animais" (nome mais
específico) e espécie (nome mais generalizado), há
um desnível. Há várias espécies (humana, vegetal,
animal etc). Assim, animais está dentro do grupo de
Página | 12
espécies. Portanto, há uma relação de hiperonímia:
"espécies" é hiperônimo e "animais" é hipônimo.
Questão 3: TRT 24aR - 2006 - Analista
Está correto o emprego do elemento sublinhado
em:
(A) As alterações porque sofrem as instituições
podem ser necessárias.
(B) Os caminhos porque percorrem os valores
humanos são, por vezes, indevassáveis.
(C) Se há rigor e ética nas instituições, algumas não
funcionam mesmo porquê?
(D) Há que se investigar o porquê de as instituições
serem tão manipuláveis.
(E) Não se sabe o por que das instituições serem
falhas, mesmo quando bem arquitetadas.
Gabarito: D
Comentário:
Na alternativa (A), ocorre pronome relativo
antecedido da preposição "por". Veja que "As
alterações podem ser necessárias" é a oração
principal e "por que(pelas quais) sofrem as
instituições" é a oração subordinada adjetiva
restritiva.
Na alternativa (B), a estrutura é a mesma da
anterior. A oração "Os caminhos são, por vezes,
indevassáveis" é a principal, e "por que(pelos quais)
percorrem os valores humanos" é a oração
subordinada adjetiva restritiva.
Na alternativa (C), em final de frase, deve
ficar separado e com acento: Se há rigor e ética nas
instituições, algumas não funcionam mesmo por
quê?
A alternativa (D) é a correta, pois o vocábulo
recebeu artigo, o que o fez transformar-se em
substantivo. Assim, recebe o acento e não pode
ficar separado: o porquê.
Na alternativa (E), há um artigo "o"
antecipando o vocábulo, deve ficar junto e com
acento: o porquê.
Questão 4: TRT 6aR 2006 Técnico
Está correto o emprego do elemento sublinhado
em:
(A) Muita gente se agarra à imagem artificial de si
mesma sem saber porquê.
www.professoredsonribeiro.com
Prof. Edson Ribeiro
(A) A razão porque ele se absteve compete a ele
esclarecer.
(B) Sem mais nem porque, ele resolveu nos deixar.
(C) Recusou-se a nos esclarecer o por quê da sua
decisão.
(D) Que ele renunciou, todo mundo sabe, mas
ninguém sabe por quê.
(E) Ele se limita a responder apenas: - Por que sim...
Gabarito: B
Gabarito: D
Comentário:
Na alternativa (A), veja que em final de
frase, deve ficar separado e com acento: ...saber por
quê.
A alternativa (B) é a correta, pois o vocábulo
recebeu o artigo, por isso recebe o acento e fica
junto: o porquê.
Na alternativa (C), há uma pergunta
indireta, por isso deve ficar separado e sem acento.
Para confirmar, basta observar o vocábulo "razão"
explicitamente após o vocábulo: "Não sei por que
razão". Lembre-se de que os vocábulos "razão",
"motivo", "causa" podem estar explícitos ou
implícitos na frase, para tornar a expressão "por
que" separada e sem acento.
Na alternativa (D), perceba que há uma
conjunção causal, por isso deve ficar junto e sem
acento: "...é porque nossa imagem...". Uma
observação: veja que essa conjunção causal não
pode ser substituída por "pois". Isso ocorre tendo
em vista que a estrutura "Se ...é " é enfática e mais
afeita à linguagem coloquial (mas não é errada na
norma culta). Sem a estrutura enfática, a conjunção
causal fica mais clara. Veja: "A ela aderimos porque
nossa imagem ilusória traz alguma compensação."
A diferença é apenas a perda da ênfase. Agora, sim,
podemos substituir a conjunção "porque" por
"pois", "porquanto", etc.
Na alternativa (E), há uma pergunta
indireta, típica de estruturas com os verbos "saber",
"perguntar", "indagar", "questionar". Esse é o caso
em que pode haver explícita ou implicitamente os
vocábulos "motivo", "razão" e "causa". Portanto,
separado e sem acento: Queremos perguntar (...)
por que motivo nossa imagem não está lá.
Comentário:
Na alternativa (A), ocorre pronome relativo
antecedido da preposição "por". Por isso, esse
vocábulo deve ficar separado e sem acento. Para
confirmar, basta trocar por "pela qual": "A razão por
que (pela qual) ele se absteve...".
Na alternativa (B), finalizando enunciado
(não só a frase), o vocábulo deve ficar separado e
com acento: "Sem mais nem por quê...".
Na alternativa (C), como o vocábulo
recebeu o artigo, obrigatoriamente transformou-se
em substantivo e recebe acento: esclarecer o
porquê.
A alternativa (D) é a correta, pois a
expressão encontra-se no final da frase, por isso
deve ficar separada e com acento.
Na alternativa (E), há uma resposta, por isso
esse vocábulo é uma conjunção causal e deve ficar
junto e sem acento: "- Porque sim...".
Questão 6: BAHIA GAS - 2010 - Analista
Está correta a forma de ambos os elementos
sublinhados na frase:
(A) Ela não nos disse por que razão tornou-se uma
otimista; e se ela tornar ao seu pessimismo, será
que nos explicará por quê?
(B) A razão porque muitos se tornam pessimistas
está no mundo violento de hoje; por quê outra
razão haveriam de se desenganar?
(C) "Por que sim": eis como respondem os mais
impacientes, quando lhes perguntamos porque, de
repente, se tornaram otimistas.
(D) Sem mais nem porquê, ele passou a ver o mundo
com outros olhos, dizendo que isso aconteceu por
que encontrara a verdade na religião.
(E) Não sei o por quê do seu pessimismo; porque
você não me explica?
Gabarito: A
www.professoredsonribeiro.com
Página | 13
Língua Portuguesa
Questão 5: TRF 4aR 2001 Analista
Quanto ao emprego da forma sublinhada, está
correta a frase:
L. Portuguesa
(B) Não é fácil explicar o porquê do prestígio que
alcança a imagem ilusória das pessoas.
(C) Não sei porque razão os outros querem nos
impor a imagem que têm de nós.
(D) Se a ela aderimos, é por que nossa imagem
ilusória traz alguma compensação.
(E) Queremos perguntar, diante do espelho
artificial, por quê nossa imagem não está lá.
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
Comentário:
A alternativa (A) é a correta, é uma
pergunta indireta, em que podemos perceber o
vocábulo "razão" explicitamente, por isso a
expressão deve ficar separada e sem acento. No
final de frase, essa expressão deve ficar separada e
com acento.
Na (B), a expressão deve ficar separada e
sem acento, pois "por que" é pronome relativo
antecedido da preposição "por". Para perceber isso,
basta substituir por "pela qual". A segunda
ocorrência da expressão deve permanecer
separada e sem acento, pois há uma pergunta, e o
termo não está em final de frase.
Na (C), a estrutura entre aspas é uma
resposta, por isso a expressão deve ficar unida e
sem acento, por ser uma conjunção causal. A
segunda ocorrência deve ficar separada e sem
acento, pois é uma pergunta indireta, após o verbo
"perguntamos" e podemos inserir o vocábulo
"motivo", "razão" ou "causa" para a confirmação:
"...por que motivo se tornaram...".
Na (D), a expressão encontra-se em final de
enunciado, por isso fica separada e com acento:
"Sem mais nem por quê". Na segunda ocorrência,
os vocábulos devem ficar juntos e sem acento, por
haver uma conjunção causal.
Na (E), na primeira ocorrência, há
substantivo: "o porquê" (unido e com acento). Na
segunda, há pergunta direta e o vocábulo não se
encontra no final de frase, por isso deve ficar
separado e sem acento.
Língua Portuguesa
Questão 7: DPE RS 2011
Assinale a alternativa que contém erro gramatical.
(A) Os porquês dos conceitos de sujeito e predicado
na gramática.
(B) Por que os conceitos de sujeito e predicado têm
problema?
(C) Os conceitos de sujeito e predicado têm
problema. Por quê?
(D) Os conceitos de sujeito e predicado têm
problema. Porquê?
(E) Não se sabe por que os conceitos de sujeito e
predicado têm problema.
Gabarito: D
Comentário:
Página | 14
A alternativa (A) está correta, pois o
vocábulo recebeu o artigo "Os", por isso deve ficar
junto e com acento.
A alternativa (B) está correta, pois há uma
pergunta. Como não está em final de frase, a
expressão fica apenas separada e não pode receber
acento.
A alternativa (C) está correta, pois a
expressão "Por quê" é a única da frase e é uma
interrogação. Assim, deve ficar separada e com
acento.
Por esse mesmo motivo, a alternativa (D) é
a incorreta. Tome cuidado, porque alguns
candidatos nesta prova relataram-me que não
perceberam a separação do vocábulo e pensaram
que a banca havia errado colocando duas
alternativas iguais. Por isso, marcaram outra
alternativa. É mole? Isso acontece. Mas você deve
prestar atenção, ok?
A alternativa (E) está correta, pois ocorre
uma pergunta indireta. Podemos subentender os
vocábulos "motivo", "razão" ou "causa": Não se
sabe por que (motivo) os conceitos...Por isso, deve
ficar separado e sem acento.
Questão 8: TRF 4aR 2001 Analista
Está correto e coerente o emprego do termo
sublinhado no contexto da frase:
(A) Se o piloto não ratificar a trajetória do vôo,
haverá uma colisão.
(B) Diz-se que é inamovível a pessoa que pouco ou
nunca se emociona.
(C) Diz-se que é um criminoso contumaz quando ele
modifica seus costumes.
(D) Ele é indolente, não hesita em despender
esforços na realização de suas tarefas.
(E) Em vez de reiterar seu julgamento, preferiu
retificá-lo.
Gabarito: E
Comentário:
Na alternativa (A), o ideal seria o verbo
"retificar", pois a frase pede o sentido de corrigir, e
não o de confirmar.
Na alternativa (B), veja que "inamovível"
possui uma estrutura vocabular com o radical
"mov", que tem sentido de mover-se. O prefixo "in"
nega a possibilidade de movimentação. Daí,
entendermos que esse vocábulo tem o sentido de
"aquele que não pode ser destituído do seu posto
www.professoredsonribeiro.com
Questão 9: Fiscal de rendas SP
...para entender por que a viagem de Colombo
acabou e continua sendo uma metáfora...
No que se refere à grafia, para estar de acordo com
o padrão culto, a frase que deve ser preenchida com
forma idêntica à destacada acima é:
(A)
Referências
são
sempre
interessantes,__________ despertam curiosidade
acerca da obra.
(B) __________ foi a obra que mais o teria
impressionado sobre o assunto, respondeu alguém
quando indagado sobre o motivo da citação.
(C) Alguém poderá perguntar: - O autor citou
Braudel, __________ ...?
(D) Gostaria de saber __________ ele se interessou
especificamente por essa obra de Braudel acerca do
mar Mediterrâneo.
(E) Quem sabe o __________ da citação da obra de
Braudel?
Gabarito: D
www.professoredsonribeiro.com
Comentário:
Na alternativa (A), ocorre a conjunção
causal "porque". Note que podemos substituir por
"pois", "porquanto".
Na alternativa (B), também há a conjunção
causal "Porque". A única diferença é que essa
estrutura oracional é a reposta de alguém a uma
pergunta. Veja que podemos substituir por "Pois",
"Porquanto".
Na alternativa (C), como a expressão é a
última da frase, deve ficar separada e com acento:
"O autor citou Braudel, por quê?".
A alternativa (D) é a correta, pois possui a
expressão "por que" (separada e sem acento), como
no pedido da questão. Isso ocorreu já que a frase é
uma pergunta indireta e os vocábulos "motivo",
"causa" ou "razão" podem ficar subentendidos após
a expressão: "Gostaria de saber por que (motivo) ele
se interessou...".
Na alternativa (E), como o vocábulo
recebeu artigo "o", deve ficar junto e com acento:
"Quem sabe o porquê da citação...".
Sec Edu SP - 2010 - Superior
Texto:
Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma
noite, várias questões de alta transcendência, sem
que a disparidade dos votos trouxesse a menor
alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de
Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas,
cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que
vinha de fora. Entre a cidade, com as suas agitações
e aventuras, e o céu, em que as estrelas
pestanejavam, através de uma atmosfera límpida e
sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco
investigadores de coisas metafísicas, resolvendo
amigavelmente os mais árduos problemas do
universo.
Por que quatro ou cinco? Rigorosamente
eram quatro os que falavam; mas, além deles, havia
na sala um quinto personagem, calado, pensando,
cochilando, cuja espórtula no debate não passava
de um ou outro resmungo de aprovação. Esse
homem tinha a mesma idade dos companheiros,
entre quarenta e cinquenta anos, era provinciano,
capitalista, inteligente, não sem instrução, e, ao que
parece, astuto e cáustico. Não discutia nunca; e
defendia-se da abstenção com um paradoxo,
dizendo que a discussão era a forma polida do
instinto batalhador, que jaz no homem, como uma
herança bestial; e acrescentava que os serafins e os
Página | 15
Língua Portuguesa
por via administrativa", "aquilo, aquele que não
pode ser removido". Aquele que não se emociona,
como é pedido na questão, seria "inemotivo".
Na alternativa (C), "contumaz" possui o
sentido contrário do pedido na questão, pois
significa "aquele que age com grande teimosia;
obstinação, aferro, afinco, pertinácia". No contexto,
não cabe esse vocábulo.
Na alternativa (D), primeiro devemos saber
o que vem a ser indolente: aquele que denota falta
de energia; apático, preguiçoso inerte, ocioso.
Agora, vejamos o que significa "despender": gastar,
consumir.
Bom, com isso, percebemos que quem é
"indolente" (preguiçoso) não vai "despender"
(gastar) esforços para realizar algo. Ele vai "poupar"
esforços, ou não realizará a tarefa, concorda? Por
isso, a alternativa está errada.
A alternativa (E) é a correta somente no
tocante ao vocábulo sublinhado ("reiterar" significa
confirmar, ratificar, já "retificar" significa corrigir).
Mas a regência do verbo "preferir" não admite
expressões intensificadoras, comparativas etc. Por
isso, é incorreta a presença do termo "em vez de"
nesta frase. A regência correta seria:
Preferiu retificar o seu julgamento a reiterálo.(confirmá-lo) Ou A reiterar seu julgamento
preferiu retificá-lo.
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
querubins não controvertiam nada, e, aliás, eram a
perfeição espiritual e eterna. Como desse esta
mesma resposta naquela noite, contestou-lha um
dos presentes, e desafiou-o a demonstrar o que
dizia, se era capaz. Jacobina (assim se chamava ele)
refletiu um instante e respondeu:
- Pensando bem, talvez o senhor tenha
razão.
[...]
(Machado de Assis. O espelho. Melhores Contos de Machado
de Assis.São Paulo: Global, 2001)
Questão 10:No primeiro parágrafo do texto, podese observar que o autor estabelece uma sinonímia
contextual entre as seguintes expressões:
(A) noite e alta transcendência.
(B) questões de alta transcendência e
misteriosamente.
(C) questões de alta transcendência e mais árduos
problemas do universo.
(D) agitações e aventuras e atmosfera límpida e
sossegada.
(E) alta transcendência e menor alteração aos
espíritos.
Língua Portuguesa
Gabarito: C
Comentário:
Na alternativa (A), "noite" transmite uma
relação temporal, e a expressão "alta
transcendência" não possui essa relação.
Na (B), "misteriosamente" é o modo como
a luz das velas fundia-se com o luar. Não há relação
com a expressão "questões de alta transcendência".
A alternativa (C) é a correta. Primeiro,
porque podemos excluir as demais alternativas por
estarem bem fora dessa relação de semelhança de
sentido. Para trabalharmos a semântica neste
trecho, é mais didático transcrevê-lo abaixo:
Quatro ou cinco cavalheiros debatiam,
uma noite, várias questões de alta transcendência,
sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor
alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de
Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas,
cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que
vinha de fora. Entre a cidade, com as suas agitações
e aventuras, e o céu, em que as estrelas
pestanejavam, através de uma atmosfera límpida e
sossegada, estavam os¹ nossos quatro ou cinco
investigadores de coisas metafísicas, resolvendo
Página | 16
amigavelmente os mais árduos problemas do
universo.
Note que o primeiro trecho em negrito está
paralelo ao segundo. Compare-os. Veja, inclusive,
que o autor utiliza o artigo "os"¹ para enfatizar que
o segundo termo está retomando o primeiro. Além
disso, perceba que o autor evitou inserir as mesmas
palavras para evitar a repetição viciosa. Por isso, ele
inseriu sinônimos: "cavalheiros (=investigadores),
"debatiam" (=resolvendo), "várias questões de alta
transcendência"(=os mais árduos problemas do
universo).
Na (D), ocorre o contraste entre "agitações
e aventuras "na cidade e "atmosfera límpida e
sossegada" no céu.
Na (E), a expressão "menor alteração aos
espíritos" não tem relação com "alta
transcendência", mas com "disparidade dos votos".
Mesmo assim, não há relação sinônima entre eles.
Questão 11: Os vocábulos disparidade, árduo se
espórtula
poderiam
ser
substituídos,
respectivamente, pelos seguintes sinônimos de uso
mais comum:
(A) igualdade, difíceis e doação.
(B) igualdade, duros e contribuição.
(C) diferença, difíceis e contribuição.
(D) diferença, duros e doação.
(E) concordância, duros e contribuição.
Gabarito: C
Comentário:
Notamos que algo díspare é diferente, não
cabendo as alternativas (A), (B) e (E). O adjetivo
"árduos" significa "difíceis", mas o adjetivo "duros",
em sentido figurado, também poderia transmitir o
mesmo sentido. Por isso, não podemos eliminar a
alternativa (D), sendo necessário vermos o contexto
da palavra "espórtula":
Por que quatro ou cinco? Rigorosamente
eram quatro os que falavam; mas, além deles, havia
na sala um quinto personagem, calado, pensando,
cochilando, cuja espórtula no debate não passava
de um ou outro resmungo de aprovação.
Note que o substantivo "doação" não cabe
no contexto, pois se mostrou uma participação
quase inexistente, apenas resmungo de aprovação.
O substantivo "doação" transmite ideia de
participação com afinco, dedicação profunda, algo
www.professoredsonribeiro.com
que não ocorreu no texto. Por isso, a alternativa
correta é a (C), pois o substantivo "contribuição" é
mais adequado, pois não transmite intensidade na
participação.
Questão 12: TRT 23aR 2007 Técnico
Estas são o fruto de mecanismos de permanentes
negociações intergovernamentais instigadoras do
abandono de um destino nacional solitário em prol
de um destino compartilhado.
O segmento grifado na afirmativa acima tem seu
sentido original reproduzido, com outras palavras,
em:
(A) que abandonaram as nações isoladas em seu
ideal, evitando um objetivo comum em seus
mecanismos.
(B) que semeiam discordância em nações isoladas,
como meio de compartilhar possíveis interesses
comuns.
(C) que provocam a solidão de determinadas
nações, tendo em vista o processo de união das
demais.
(D) que defendem a substituição de uma visão
nacional particular por uma reciprocidade de
interesses afins.
(E) que priorizam a nacionalidade de cada um, em
detrimento da comunidade, em seus interesses
particulares.
A alternativa (D) é a correta, pois realmente
se quer fortalecer as relações comuns
(reciprocidade de interesses afins) e evitar uma
visão nacional particular. (abandonar um destino
nacional solitário).
Na alternativa (E), não se prioriza a
nacionalidade de cada um (o interesse particular),
mas o interesse comum.
Questão 13: TRT 21aR 2003 Analista
Está adequado o emprego da expressão sublinhada
na frase:
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
(A) Salvo melhor juízo, é indiscutível que
partilhamos do mesmo julgamento: teus
argumentos vêm de encontro aos meus.
(B) A menos que você retifique seu voto, passando
a acompanhar-nos em nossa decisão, não haverá
como mantê-lo em nosso partido.
(C) Em vista da notoriedade de seu mau caráter,
ninguém se surpreendeu quando assumiu a
responsabilidade pela trapaça que havia feito.
(D) Ele se mostra transigente apenas nos casos em
que não lhe convém arredar pé da posição que
esteja defendendo com o habitual denodo.
(E) A unanimidade na aprovação só foi alcançada
porque a bancada de oposição reviu seu voto,
ratificando a decisão do líder, renitente adversário
do projeto.
Gabarito: B
Comentário:
Note que as negociações são instigadoras
do abandono de um destino nacional solitário, isto
é, fomentam, induzem, provocam o abandono da
solidão. Assim, pode-se entender que se quer a
interação entre os países, fuga do individualismo,
da solidão. Isso é corroborado pela expressão "em
prol de um destino compartilhado", interativo,
comum a várias nações.
Na alternativa (A), a expressão "evitando
um objetivo comum" vai contra o que foi proposto
no texto original.
Na alternativa (B), ao semear discordâncias
em nações isoladas, não se consegue o
compartilhamento de interesses comuns.
Na alternativa (C), não foi dito que haveria
solidão de determinadas nações, mas o abandono
de um destino nacional solitário.
www.professoredsonribeiro.com
Comentário:
Na alternativa (A), o contexto nos mostra
que o correto seria "ao encontro de", pois transmite
a ideia de "em favor de". Já a expressão "de
encontro a" transmite sentido de oposição.
Na alternativa (B), "retifique" transmite o
valor de "corrigir, mudar", o que o contexto pede.
Deve-se mudar o voto. Por isso, a alternativa (B) é a
correta.
Na alternativa (C), o adjetivo "mau" se liga a
substantivo, significando o oposto de "bom".
Quanto à morfologia, esta palavra foi bem
empregada. Porém, observando-se o contexto em
que se encontra, o correto seria "bom" caráter, pois
houve notoriedade de seu caráter, ninguém se
surpreendeu por ele ter assumido algo de errado.
Isso não seria normal para uma pessoa de caráter
ruim. Por isso, o erro é semântico. O adjetivo
correto seria "bom".
Página | 17
Língua Portuguesa
Gabarito: D
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
Na alternativa (D), o contexto mostra que
alguém se mostra intolerante somente em
determinados casos. Por isso o vocábulo correto
seria "intransigente". Transigente significa
tolerante, o que não ocorre no contexto da frase.
Na alternativa (E), o sentido necessário para
a frase é o de corrigir, por isso o correto seria o
vocábulo "retificando".
Questão 14: MPE RS - 2010 - Médio
... afirma que dados da empresa foram cruciais para
os resultados do trabalho.
O único adjetivo que NÃO apresenta semelhança de
sentido com o de cruciais, entre aqueles que
também aparecem no texto, considerada a forma
de masculino singular, é:
(A) valioso.
(B) essencial.
(C) isolado.
(D) decisivo.
(E) significativo.
Gabarito: C
Comentário:
O adjetivo "isolado" realmente é o único
que não transmite uma ideia de importância dos
dados para os resultados da empresa. Todos os
outros adjetivos transmitem essa ideia.
Língua Portuguesa
Questão 15: BB - 2011 - Escriturário
Nesse processo, o objetivo é, ao mesmo tempo,
dinamizar as potencialidades locais e desbloquear
aqueles entraves que impedem esse potencial de se
realizar.
Os dois segmentos grifados acima podem ser
substituídos, mantendo-se o mesmo sentido, na
ordem, por:
(A) reduzir - equacionar os problemas
(B) incentivar - afastar os obstáculos
(C) desconsiderar - libertar os fatores
(D) diversificar - identificar os empecilhos
(E) valorizar - perceber as dificuldades
Gabarito: B
Comentário:
O verbo "dinamizar" traduz uma ideia
qualitativa de amplitude, algo que os verbos
Página | 18
"reduzir" e "desconsiderar" não transmitem. Por
isso, eliminamos as alternativas (A) e (C).
Eliminamos as alternativas (D) e (E), pois
"desbloquear" não é o mesmo que apenas
"identificar" e "perceber", é algo além. É necessário
"afastar os obstáculos". Por isso, a alternativa
correta é a (B).
Questão 16: BB - 2011 - Escriturário
Descendo o rio Negro, no Amazonas, o contraste da
frondosa copa de uma árvore, muito acima das
outras, atiça a ir ao seu encontro.
Na fala dos autores, o trecho grifado significa:
(A) mostra nossa direção na floresta.
(B) impede que nos aproximemos dela.
(C) tenta nos afastar dali.
(D) nos inspira certo medo.
(E) desperta nossa curiosidade.
Gabarito: E
Comentário:
O verbo "atiçar" tem o sentido de
"despertar". A expressão "a ir ao seu encontro"
transmite a ideia de que ir ao local saciaria nossa
curiosidade, por isso é correta a interpretação de
"desperta nossa curiosidade".
Questão 17: TRT 9aR - 2010 - Analista
O Deus que interferia no mundo transformou-se no
Deus criador: após criar o mundo, deixou-o à mercê
de suas leis.
A frase acima permanecerá correta e manterá o
sentido caso se substituam os elementos
sublinhados, respectivamente, por:
(A) imiscuía ao - tornou-o à deriva em
(B) intercalava ao - pô-lo ao acaso de
(C) intervinha no - abandonou-o às
(D) entronizava no - confiou-o às
(E) imputava ao - manteve-o entregue às
Gabarito: C
Comentário:
O verbo "imiscuir" já foi visto nas aulas de
verbo e de vez em quando vem caindo nas questões
de ortografia e semântica. Esse verbo significa
"intrometer-se". Semanticamente, esse verbo está
adequado; porém, sintaticamente não, pois esse
www.professoredsonribeiro.com
Questão 18: TRE TO - 2011 - Analista
... por que nos darmos o trabalho de lê-lo?
A expressão que contém o mesmo sentido do
segmento grifado acima é:
(A) entediarmos ao.
(B) esforçarmos para.
(C) preservarmos de.
(D) pouparmos de.
(E) resguardarmos em.
Gabarito: B
Comentário:
A expressão dar-se o trabalho de transmite
a ideia de que algo necessita de muito esforço. Por
isso, a expressão "darmos o trabalho de lê-lo" é o
mesmo que "esforçamos para lê-lo". A alternativa
(B) é a correta.
Questão 19: TRT 1aR - 2011 - Analista
Fragmento do texto: Compartilhar o espaço com
estranhos é uma condição da qual os habitantes das
cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir. A
presença ubíqua de estranhos é fonte de ansiedade,
assim como de uma agressividade que volta e meia
pode emergir. Faz-se necessário experimentar,
tentar, testar e (espera-se) encontrar um modo de
tornar a coabitação palatável. Essa necessidade é
"dada", não-negociável. Mas o modo como os
habitantes de cada cidade se conduzem para
satisfazê-la é questão de escolha. E esta é feita
diariamente.
... condição da qual os habitantes das cidades
consideram difícil, talvez impossível, fugir.
www.professoredsonribeiro.com
Mantendo-se a correção e a lógica, o verbo grifado
acima pode ser substituído, sem qualquer outra
alteração na frase em que se encontra, APENAS por:
(A) escapar.
(B) afastar.
(C) evadir.
(D) evitar.
(E) prevenir.
Gabarito: A
Comentário:
Note que as alternativas (D) e (E) não
possuem verbos com mesmo sentido de "fugir". Por
isso as eliminamos.
Os verbos "escapar", "afastar" e "evadir" são
sinônimos de "fugir". Mas perceba o contexto:
Compartilhar o espaço com estranhos é
uma condição da qual os habitantes das cidades
consideram difícil, talvez impossível, fugir.
Deixando mais claro seria:
Os habitantes das cidades consideram difícil
fugir dessa condição.
O verbo fugir é transitivo indireto e exige
preposição "de". O verbo sinônimo e de mesma
regência é "escapar". Veja:
Os habitantes das cidades consideram difícil
escapar dessa condição.
Note que os verbos "afastar" e "evadir" são
pronominais e deveriam receber o pronome "se".
Veja:
Os habitantes das cidades consideram difícil
afastar-se dessa condição.
Os habitantes das cidades consideram difícil
evadir-se dessa condição.
Assim, o problema é a regência nas
alternativas (B) e (C); fazendo com que a alternativa
correta seja a (A).
Questão 20: TRT23aR - 2004 - Analista
Fragmento do texto:
É importante, pois, para todo cidadão, ter
consciência de que, em uma sociedade, a
coexistência entre os diferentes é necessária, não
obstante essa diferença não dever gerar
desigualdade de oportunidade. Assim, brancos e
negros relacionam-se necessariamente uns com os
outros, podem conviver com suas diferenças
concretas,
e
os
direitos
devem
ser
proporcionalmente iguais.
Hoje, essa afirmação é utópica, pois a
sociedade ainda não conseguiu distinguir as
Página | 19
Língua Portuguesa
verbo exige a preposição "em" e é pronominal.
(imiscuía-se no). Assim, a alternativa (A) foi
excluída.
Nas alternativas (B), (D) e (E), perceba que
"intercalava", "entronizava" e "imputava" não
produzem o mesmo sentido de "interferia".
A alternativa (C) é a correta, pois
"interferia(em)"tem o mesmo sentido e regência do
verbo "intervinha(em)". A expressão "deixou-o à
mercê" dá ideia de abandono, como ocorre com a
expressão "abandonou-o às". Note que o pronome
"o" retoma "mundo", por isso a alternativa está
correta.
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
L. Portuguesa
Prof. Edson Ribeiro
diferenças e articulá-las, sem conceder privilégios a
uns e restrições a outros. A diferença precisa ser
concebida assim: algo produtivo, complementar.
Essa é uma visão relativizadora, contrária ao
etnocentrismo, que supervaloriza um em
detrimento de outro.
Na relação entre o vocabulário e os efeitos de
sentido do texto, os termos utópica, restrição,
detrimento serão substituídos, correta e
respectivamente, por:
(A) aparente - paliativo - aperfeiçoamento.
(B) virtual - omissão - revés.
(C) discutível - bloqueio - malogro.
(D) ilusória - limitação - prejuízo
(E) viável - exceção - enfraquecimento.
Língua Portuguesa
Gabarito: D
Comentário:
De antemão, algo que é utópico é
imaginário, fantasioso, ilusório. No texto, a
afirmação é utópica, isto é, não é real, não é
verdadeira.
Note que, exceto a alternativa (D), as
demais estão bem fora do contexto. Por isso, esta é
a alternativa correta.
Para confirmar, percebemos que "restrição"
realmente significa "limitação". Veja o contexto:
"... sem conceder privilégios a uns e
restrições (limitações) a outros."
O vocábulo "detrimento" realmente traduz
a ideia de "prejuízo". Veja:
Essa é uma visão relativizadora, contrária
ao etnocentrismo, que supervaloriza um em
detrimento (prejuízo) de outro.
Assim, a reconstrução seria:
Hoje, essa afirmação é ilusória, pois a
sociedade ainda não conseguiu distinguir as
diferenças e articulá-las, sem conceder privilégios a
uns e limitações a outros. A diferença precisa ser
concebida assim: algo produtivo, complementar.
Essa é uma visão relativizadora, contrária ao
etnocentrismo, que supervaloriza um em prejuízo
de outro.
texto da revista sugeriu que o país pode mergulhar
num caos após a morte do ditador Fidel Castro, que
sofre de câncer, tal como ocorreu nos países do
Leste Europeu após a queda de seus regimes
comunistas. E conclamou os Estados Unidos a
preparar ajuda humanitária para os cubanos. De
quebra, a publicação insinua que há dúvidas sobre a
capacidade do sistema de saúde cubano fazer frente
a esse quadro.
Quatro ações são atribuídas, no primeiro parágrafo
do texto, ao editorial da revista britânica The
Lancer: acender, sugerir, conclamar e insinuar.
Considerando-se o contexto, não haveria prejuízo
para o sentido se tivessem sido empregados,
respectivamente,
(A) ensejar - aventar - convocar - sugerir
(B) instigar - propor - reiterar - infiltrar
(C) dirimir - conceder - atribuir - insuflar
(D) solapar - retificar - conceder - induzir
(E) conduzir - insinuar - proclamar - confessar
Gabarito: A
Comentário:
Veja o significado do primeiro verbo de cada
alternativa: ensejar: dar ensejo, incitar, provocar;
instigar: incitar, estimular; dirimir: suprimir,
resolver; solapar: demolir, destruir; conduzir: guiar,
levar. Veja que apenas as alternativas (A) e (B)
possuem o sentido de acordo com o contexto.
Notamos que o verbo "aventar" e "propor"
são sinônimos de "sugerir".
Veja que "conclamar" é sinônimo de
"convocar". O verbo "reiterar" só seria possível,
neste contexto, se já houvesse sido feita a
convocação anteriormente e então pela segunda
vez seria a reiteração, a confirmação. Por isso, a
alternativa (B) é excluída e a correta é a (A).
Veja que "insinuar" é sinônimo de "sugerir",
o que a confirma como correta.
Questão 21: TRF 1aR - 2006 - Analista
Fragmento do texto:
Um editorial da respeitada revista britânica
The Lancer sobre o futuro de Cuba acendeu uma
polêmica com pesquisadores latino-americanos. O
Página | 20
www.professoredsonribeiro.com