1. UMA CAIXA DE LEITURA
Certo dia, numa floresta, uma menina encontrou uma misteriosa caixa mágica. A caixa
estava repleta de objetos interessantes: um sapatinho de cristal, uma maça envenenada,
um par de botas (não se tratava de uma caixa de sapatos), uma espada (curiosamente
incrustada em uma pedra), um gorro vermelho, uma agulha, uma sombra (isso mesmo,
uma sombra), um arco e flechas e, finalmente, um sabugo de milho.
Mas, infelizmente, toda vez que ela retirava um dos objetos da caixa, aparecia alguém
para levá-los.
O sapatinho foi levado por uma fada que não se cansava de perguntar:
- Que horas são? Que horas são?
A maçã esta prestes a ser devorada, quando surgiu uma bruxa ranzinza:
- Preciso ir, preciso ir...
As botas por incrível que pareça, foram roubadas por um gato!
Um menino, não se sabe por que puxou a espada e saiu cantarolando:
- Vou ser rei, vou ser rei!
O gorro vermelho ficou com uma garotinha que precisava ir a casa da vovó. Só
que a agulha foi levada pela bruxa, que, de tanta pressa, acabou espetando o próprio
dedo.
Pois é, quem diria! A sombra também tinha dono, era de um garoto voador
(parece impossível, mas é verdade).
E, ainda, apareceu um rapaz que dizia ser o melhor arqueiro da Inglaterra, pegou
o arco e as flechas.
O mais estranho que aconteceu foi o caso de um sabugo de milho que era amigo,
imaginem, de uma boneca de pano.
Desanimada, a menina vê a caixa vazia, e eis que lá no fundo ainda irradiava um
brilho dourado.
- O que será isso? – pensou ela – Uma moeda? Não era uma moeda e sim um
anel.
2. Nesse instante, um mago de longos cabelos brancos apareceu e a menina que
entregava todos os objetos disse:
- Por que não posso ficar com os meus tesouros?
E apontando para o anel, o ancião respondeu:
- Engana-te, tu não perdeste teu tesouro!
A menina, naquele momento, recebeu uma inscrição que dizia:
“Deixo-te esse anel, as pessoas que nele tocarem à leitura, para sempre vão
se prender”.
Assim, ela compreendeu que não havia perdido seu tesouro, que para sempre o
reencontraria nos livros.