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Introdução à Química Orgânica Teórica
(3a
edição)
Nome do Aluno:
Professor: Huita do Couto Matozo
Escola Municipal Governador Israel Pinheiro
2010 - 2012
1MATOZO; H. C.
SUMÁRIO
Páginas
1- História da Química............................................................................................................................ 07
2- Tabela Periódica dos Elementos........................................................................................................ 07
2-1- Classificação Periódica Moderna.............................................................................................. 07
3- Ligações................................................................................................................................................ 08
3-1- Ligação Covalente Normal........................................................................................................ 08
3-2- Ligação Covalente Dativa.......................................................................................................... 08
4- Eletronegatividade, Polaridade e Energia de Ligação..................................................................... 09
5- História da Química Orgânica............................................................................................................ 10
5-1- Primórdios da Química Orgânica.............................................................................................. 10
5-2- A Química Orgânica no início do século XIX........................................................................... 10
6- Elemento Carbono.............................................................................................................................. 11
7- Ligações entre Carbonos..................................................................................................................... 12
8- Nomenclatura de Compostos Orgânicos Segundo a International Union of Pure and Aplied
Chemystry- IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada)........................................... 13
8-1- Introdução.................................................................................................................................... 13
8-2- Função Hidrocarboneto (CxHy)................................................................................................ 13
8-3- Fundamentos da Nomenclatura Orgânica................................................................................ 13
8-4- Principais Funções Orgânicas.................................................................................................... 14
9- Séries dos Compostos Orgânicas ....................................................................................................... 17
10- Cálculo para Insaturações................................................................................................................. 18
11- Principais Diferenças entre Compostos Orgânicos em relação aos Inorgânicos......................... 18
12- Polaridade........................................................................................................................................... 19
13- Principais Propriedades Químicas e Físicas dos Compostos Orgânicos....................................... 19
13-1- Propriedades Gerais dos Hidrocarbonetos............................................................................ 19
13-1-1- Força de Interação Molecular..................................................................................... 19
13-1-2- Pontos de Fusão e Ebulição......................................................................................... 20
13-1-3- Fase de Agregação........................................................................................................ 20
13-1-4- Densidade...................................................................................................................... 20
13-1-5- Solubilidade.................................................................................................................. 20
13-1-6- Reatividade................................................................................................................... 20
13-1-7- Propriedades Organolépticas...................................................................................... 20
13-1-8- Aplicações Práticas...................................................................................................... 20
13-2- Propriedades Gerais dos álcoois (-OH “Cadeia Saturada”)................................................ 21
13-2-1- Força de Interação Molecular................................................................................... 21
13-2-2- Pontos de Fusão e Ebulição....................................................................................... 21
13-2-3- Fase de Agregação...................................................................................................... 21
13-2-4- Densidade.................................................................................................................... 21
13-2-5- Solubilidade................................................................................................................. 21
13-2-6- Reatividade.................................................................................................................. 21
13-2-7- Propriedades Organolépticas.................................................................................... 21
13-2-8- Aplicações Práticas..................................................................................................... 22
2MATOZO; H. C.
ESCOLA MUNICIPAL GOVERNADOR ISRAEL PINHEIRO DE 1º E 2º GRAUS
ESCOLA MUNICIPAL GOVERNADOR ISRAEL PINHEIRO DE 1º E 2º GRAUS
Rua 37, nº 115, Loanda - João Monlevade - Minas Gerais - CEP: 35.931-026
Rua 37, nº 115, Loanda - João Monlevade - Minas Gerais - CEP: 35.931-026
Professor: Huita do Couto Matozo
Disciplina: Química Orgânica Teórica 2008-2010
13-3- Propriedades Gerais dos Haletos Orgânicos (-F; -Cl; -Br; -I)............................................ 22
13-3-1- Força de Interação Molecular................................................................................... 22
13-3-2- Pontos de Fusão e Ebulição....................................................................................... 22
13-3-3- Fase de Agregação...................................................................................................... 22
13-3-4- Densidade.................................................................................................................... 22
13-3-5- Solubilidade................................................................................................................ 23
13-3-6- Reatividade................................................................................................................. 23
13-3-7- Propriedades Organolépticas.................................................................................... 23
13-3-8- Aplicações Práticas.................................................................................................... 23
13-4- Propriedades Gerais dos Fenóis (Ar-OH)............................................................................. 23
13-4-1- Força de Interação Molecular................................................................................... 23
13-4-2- Pontos de Fusão e Ebulição....................................................................................... 23
13-4-3- Fase de Agregação...................................................................................................... 23
13-4-4- Densidade.................................................................................................................... 23
13-4-5- Solubilidade................................................................................................................ 23
13-4-6- Reatividade................................................................................................................. 24
13-4-7- Propriedades Organolépticas.................................................................................... 24
13-4-8- Aplicações Práticas.................................................................................................... 24
13-5- Propriedades Gerais dos Éteres (C-O-C)............................................................................. 24
13-5-1- Força de Interação Molecular.................................................................................. 24
13-5-2- Pontos de Fusão e Ebulição...................................................................................... 24
13-5-3- Fase de Agregação..................................................................................................... 24
13-5-4- Densidade................................................................................................................... 24
13-5-5- Solubilidade............................................................................................................... 24
13-5-6- Reatividade................................................................................................................ 24
13-5-7- Propriedades Organolépticas................................................................................... 25
13-5-8- Aplicações Práticas................................................................................................... 25
13-6- Propriedades Gerais dos Éteres (H-C=O)............................................................................ 25
13-6-1- Força de Interação Molecular.................................................................................. 25
13-6-2- Pontos de Fusão e Ebulição...................................................................................... 25
13-6-3- Fase de Agregação..................................................................................................... 25
13-6-4- Densidade................................................................................................................... 25
13-6-5- Solubilidade............................................................................................................... 25
13-6-6- Reatividade................................................................................................................ 25
13-6-7- Propriedades Organolépticas................................................................................... 25
13-6-8- Aplicações Práticas................................................................................................... 26
13-7- Propriedades Gerais das Cetonas (C=O)............................................................................ 26
13-7-1- Força de Interação Molecular.................................................................................. 26
13-7-2- Pontos de Fusão e Ebulição...................................................................................... 26
13-7-3- Fase de Agregação..................................................................................................... 26
13-7-4- Densidade................................................................................................................... 26
13-7-5- Solubilidade............................................................................................................... 26
13-7-6- Reatividade................................................................................................................ 26
13-7-7- Propriedades Organolépticas................................................................................... 26
13-7-8- Aplicações Práticas................................................................................................... 26
13-8- Propriedades Gerais dos Ácidos Carboxílicos (HO-C=O)................................................ 27
13-8-1- Força de Interação Molecular.................................................................................. 27
13-8-2- Pontos de Fusão e Ebulição...................................................................................... 27
13-8-3- Fase de Agregação..................................................................................................... 27
13-8-4- Densidade................................................................................................................... 27
13-8-5- Solubilidade............................................................................................................... 27
3MATOZO; H. C.
13-8-6- Reatividade................................................................................................................ 27
13-8-7- Propriedades Organolépticas................................................................................... 27
13-8-8- Aplicações Práticas................................................................................................... 27
13-9- Propriedades Gerais dos Ésteres (C-O-C=O).................................................................... 28
13-9-1- Força de Interação Molecular.................................................................................. 28
13-9-2- Pontos de Fusão e Ebulição...................................................................................... 28
13-9-3- Fase de Agregação..................................................................................................... 28
13-9-4- Densidade................................................................................................................... 28
13-9-5- Solubilidade............................................................................................................... 28
13-9-6- Reatividade................................................................................................................ 28
13-9-7- Propriedades Organolépticas................................................................................... 28
13-9-8- Aplicações Práticas................................................................................................... 28
13-10- Propriedades Gerais dos Sais de Ácidos Carboxílicos (M-O-C=O).............................. 28
13-10-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 28
13-10-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 29
13-10-3- Fase de Agregação................................................................................................... 29
13-10-4- Densidade................................................................................................................. 29
13-10-5- Solubilidade............................................................................................................. 29
13-10-6- Reatividade.............................................................................................................. 29
13-10-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 29
13-10-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 29
13-11- Propriedades Gerais das Aminas (R-N-R2)..................................................................... 29
13-11-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 29
13-11-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 29
13-11-3- Fase de Agregação................................................................................................... 29
13-11-4- Densidade................................................................................................................. 30
13-11-5- Solubilidade............................................................................................................. 30
13-11-6- Reatividade.............................................................................................................. 30
13-11-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 30
13-11-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 30
13-12- Propriedades Gerais das Amidas (O=C-N-R2)................................................................ 30
13-12-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 30
13-12-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 30
13-12-3- Fase de Agregação................................................................................................... 30
13-12-4- Densidade................................................................................................................. 30
13-12-5- Solubilidade............................................................................................................. 31
13-12-6- Reatividade.............................................................................................................. 31
13-12-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 31
13-12-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 31
13-13- Propriedades Gerais dos Nitrocompostos (-NO2)........................................................... 31
13-13-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 31
13-13-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 31
13-13-3- Fase de Agregação................................................................................................... 31
13-13-4- Densidade................................................................................................................. 31
13-13-5- Solubilidade............................................................................................................. 31
13-13-6- Reatividade.............................................................................................................. 31
13-13-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 31
13-13-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 31
13-14- Propriedades Gerais dos Nitrilos (RN)........................................................................... 32
13-14-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 32
13-14-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 32
4MATOZO; H. C.
13-14-3- Fase de Agregação................................................................................................... 32
13-14-4- Densidade................................................................................................................. 32
13-14-5- Solubilidade............................................................................................................. 32
13-14-6- Reatividade.............................................................................................................. 32
13-14-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 32
13-14-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 32
13-15- Propriedades Gerais dos Tioálcoois (-SH)...................................................................... 32
13-15-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 32
13-15-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 32
13-15-3- Fase de Agregação................................................................................................... 33
13-15-4- Densidade................................................................................................................. 33
13-15-5- Solubilidade............................................................................................................. 33
13-15-6- Reatividade.............................................................................................................. 33
13-15-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 33
13-15-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 33
13-16- Propriedades Gerais dos Tioéteres (-S-)......................................................................... 33
13-16-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 33
13-16-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 33
13-16-3- Fase de Agregação................................................................................................... 33
13-16-4- Densidade................................................................................................................. 33
13-16-5- Solubilidade............................................................................................................. 33
13-16-6- Reatividade.............................................................................................................. 33
13-16-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 34
13-16-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 34
13-17- Propriedades Gerais dos Compostos de Gringnard (R-MgCl).................................... 34
13-17-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 34
13-17-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 34
13-17-3- Fase de Agregação................................................................................................... 34
13-17-4- Densidade................................................................................................................. 34
13-17-5- Solubilidade............................................................................................................. 34
13-17-6- Reatividade.............................................................................................................. 34
13-17-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 34
13-17-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 34
14- Isomeria............................................................................................................................................... 34
14-1- Hibridização dos Orbitais do Átomo de Carbono.................................................................. 35
14-2- Isomeria Plana: Mesma Fórmula Molecular, Compostos Diferentes.................................. 36
14-2-1- Isomeria de Cadeia....................................................................................................... 36
14-2-2- Isomeria de Compensação ou Metameria................................................................... 36
14-2-3- Isomeria de Função....................................................................................................... 36
14-2-4- Isomeria de Posição....................................................................................................... 36
14-2-5- Dinâmica ou Tautometria............................................................................................ 37
14-2-6- Isomeria Espacial.......................................................................................................... 37
14-2-6-1- Isomeria Geométrica Cis-Trans................................................................... 37
14-2-6-2- Isomeria Óptica............................................................................................. 38
14-2-6-2-1- Estereoquímica: representações de Newman.......................... 40
15- Classificações das Reações Orgânicas.............................................................................................. 41
15-1- Reações de Combustão............................................................................................................ 42
15-1-1- Combustão Completa................................................................................................... 42
15-1-2- Combustão Incompleta, com Formação de Monóxido de Carbono........................ 42
15-1-3- Combustão Incompleta, com Formação de Carbono (fuligem)............................... 42
15-2- Reações de substituição........................................................................................................... 42
5MATOZO; H. C.
15-2-1- Dirigência de Substituição em Aromáticos............................................................... 43
15-3- Reações de Adição.................................................................................................................... 44
15-4- Reações de Eliminação............................................................................................................ 45
15-5- Reações de Transferência de Prótons.................................................................................... 45
15-6- Reações de Rearranjo............................................................................................................. 45
15-7- Reações de Oxirredução......................................................................................................... 45
16- Classificação dos Reagentes.............................................................................................................. 46
16-1- Reagente Nucleófilo................................................................................................................... 46
16-2- Reagente Eletrófilo................................................................................................................... 46
16-3- Radical Livre............................................................................................................................. 46
17- Mecanismos de Reações..................................................................................................................... 47
17-1- Adição Eletrofílica..................................................................................................................... 47
17-2- Adição Nucleofílica.................................................................................................................... 47
17-3- Substituição por Radicais Livres............................................................................................. 48
17-4- Substituição Nucleofílica........................................................................................................... 48
17-5- Substituição Eletrofílica............................................................................................................ 49
17-6- Reação de Eliminação............................................................................................................... 49
17-7- Reação de Desidratação............................................................................................................ 50
18- Resumo de Reações Orgânicas Básicas............................................................................................ 53
19- Regra de Markowinikoff................................................................................................................... 54
20- Regra de Karash................................................................................................................................ 54
21- Determinação de Fórmula Percentual............................................................................................. 54
22- Determinação da Energia de Ligação.............................................................................................. 55
23- Atividades........................................................................................................................................... 56
24- Referências Bibliográficas................................................................................................................. 69
6MATOZO; H. C.
1- HISTÓRIA DA QUÍMICA
Se compararmos os milhões de anos que sabemos existir vida humana na Terra com a curiosidade de
saber do que é constituída a matéria, chegaremos à conclusão de que esta preocupação é muito recente.
Provavelmente os primeiros a se preocuparem em especular sobre a constituição da matéria foram os
gregos, há pouco mais de 2.400 anos.
O homem pré-histórico, por tentativas e erros, descobriu como lascar a pedra como construir armas e algo
muito importante na história da matéria - o fogo - através do atrito entre pedaços de madeira.
Na história da química, foram também importantes, as descobertas de alguns metais, milhares de anos
antes de Cristo. O ouro, que deve ter sido encontrado na forma de pepitas, o cobre, talvez livre ou
chamando a atenção por sua cor quando alguma fogueira foi produzida em local onde havia o seu
minério. De qualquer forma, aproximadamente 3000 a.C. o ser humano conhecia o chumbo, o cobre, o
bronze (obtido da fusão do estanho com o cobre). O ferro, talvez conhecido através da queda de
meteoritos, já era utilizado pelo hititas, 1500 a.C. Enfim, as civilizações antigas desenvolveram a
metalurgia e obtiveram o vinho, a cerveja, o vidro e uma série de outros materiais, sem se preocupar por
que tais fenômenos ocorriam.
Uma reflexão sobre a História da Química, ou mesmo sobre a História Geral, deveria nos levar a
conclusão de que nossos antecessores não erraram. Apenas construíram, passo a passo, os fundamentos
do conhecimento atual. Por outro lado, se tivermos a pretensão de sermos proprietários da verdade, em
absolutamente nada estaremos contribuindo com o conhecimento futuro. Pense nisto e ouse questionar o
que aprendemos e ensinamos. A Ciência Química poderá ser eternamente grata a você por isto!!!
Apresento um pouco sobre a tabela periódica, ligações, eletronegatividade, polaridade, energia de ligação
(entalpia de ligação) e em seguida a Química Orgânica.
2- TABELA DOS ELEMENTOS
Tabela 2-1 Elementos químicos
1
1A
2
2A
3
3B
4
4B
5
5B
6
6B
7
7B
8
8B
9
8B
10
8B
11
1B
12
2B
13
3A
14
4A
15
5A
16
6A
17
7A
18
8A
H @ H @ He
Li Be B C N O F Ne
Na Mg Al Si P S Cl Ar
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
Cs Ba #
La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
Fr Ra *Ac Rf Db Jl Rf Bh Hn Mt Uun Uuu Unb Unt Unq Unh Uns Uno
#
La Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
*Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Ce Fm Md No Lr
H@ : Pode localizar-se nos dois grupos 1A (1) e 7A (17), no grupo 1, porque apresenta um elétron no nível mais externo. No
grupo 17, porque necessita de um elétron para atingir uma configuração eletrônica estável de gás raro.
2-1- CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA MODERNA
A tabela periódica atual é constituída por:
– Sete Períodos (Horizontais): onde o período indica quantos níveis de energia o átomo do elemento
7MATOZO; H. C.
apresenta em sua configuração eletrônica.
– Dezoito colunas, Grupos ou Famílias (Verticais): onde o grupo indica o elétron de diferenciação do
átomo do elemento, ou seja, o elétron de maior energia.
Elementos representativos: são os elementos dos grupos lA (1) a 8A (18).
Grupo lA ( 1) = família dos metais alcalinos
Grupo 2A ( 2) = família dos metais alcalinos-terrosos
Grupo 3A (13) = família do boro
Grupo 4A (14) = família do carbono
Grupo 5A (15) = família do nitrogênio
Grupo 6A (16) = família dos cacogenios
Grupo 7A (17) = família dos halogênios
Grupo 8A (18) = família dos gases raros
Nos elementos representativos, o elétron de diferenciação localiza-se num subnível s (1A e 2A) ou p (3A
a 8A) e o número de elétrons da camada de valência indica o grupo do elemento.
Elementos de Transição: são os elementos dos grupos 3B (3) a 2B (12). Nos elementos de transição, o
elétron de diferenciação localiza-se no subnível d. A soma dos elétrons do subnível d aos elétrons da
camada de valência indica o grupo desses elementos. Os elementos dos grupos lB e 2B apresentam o
subnível d totalmente preenchido e 1 e 2 elétrons na camada de valência, respectivamente.
Elementos de Transição Interna: elementos pertencentes à série dos lantanídeos (6º período) e
actinídeos (7º período). Nos elementos de transição interna, o elétron de diferenciação localiza-se no
subnível f. São considerados pertencentes ao grupo 3B (3).
3-LIGAÇÕES
3-1- LIGAÇÃO COVALENTE NORMAL
Há um compartilhamento de elétrons entre os átomos, que possuem tendência de ganhar elétrons. Cada
ligação covalente normal é constituída por um par de elétrons, um de cada átomo. Fórmula estrutural:
representa as ligações covalentes através de um traço. Fórmula molecular: indica o número de átomos de
um elemento em um composto através de um índice.
Exemplo: as ligações da água
1 H –1s1
: precisa ganhar 1 elétron
8 O –1s2
2s2
2p4
: precisa ganhar 2 elétrons
3-2- LIGAÇÃO COVALENTE DATIVA
Há um compartilhamento de elétrons entre os átomos, que possuem tendência de ganhar elétrons. Cada
ligação covalente dativa é constituída por um par de elétrons, ambos de um único átomo.
8MATOZO; H. C.
Exemplo: as ligações do dióxido de enxofre
16 S – 1s2
2s2
2p6
3s2
3p4
: precisa ganhar 2 elétrons
8 O –1s2
2s2
2p4
: precisa ganhar 2 elétrons
4- ELETRONEGATIVIDADE, POLARIDADE E ENERGIA DE LIGAÇÃO
Numa ligação covalente, o par eletrônico é compartilhado entre dois átomos. Isto significa que o par é
atraído simultaneamente para o núcleo de ambos os átomos, resultando numa competição pelos elétrons.
A atração exercida por um átomo sobre o par de elétrons na sua camada de valência depende da carga
nuclear efetiva (a carga nuclear menos o efeito de blindagem das camadas internas) e da distância entre
os núcleos e a camada de valência. Esta atração é medida por uma quantidade chamada
eletronegatividade, que é definida como a tendência relativa de um átomo em atrair o par de elétrons da
ligação. Quando os átomos ligados por covalência são idênticos não há diferença de eletronegatividade,
portanto, ambos os átomos atraem o par eletrônico com a mesma intensidade. Nesse caso, dizemos que a
ligação é covalente não-polar. Se houver diferença de eletronegatividade entre dois átomos, a ligação
será covalente polar, pois o par eletrônico estará distribuído assimetricamente, mais próximo do átomo
mais eletronegativo.
O conceito de polaridade também é útil para descrevermos moléculas que exibem uma separação parcial
de cargas. Uma molécula não-polar é aquela em que a posição média de todas as cargas positivas
coincide com a posição média de todas as cargas negativas. Numa molécula polar existe uma separação
de cargas, ou seja, os dois centros de carga não coincidem. Tomemos como primeiro exemplo, a
molécula de hidrogênio (H - H): os centros de carga positiva são os dois núcleos. O par eletrônico
compartilhado está igualmente distante de ambos, ou seja, se traçarmos um plano que divida a molécula
exatamente ao meio, teremos duas metades com um núcleo e um elétron. Isso significa que entre os dois
átomos de hidrogênio não existe diferença de eletronegatividade, portanto, o par eletrônico é igualmente
atraído pelos dois átomos. A molécula é apolar.
A situação é diferente na molécula de cloreto de hidrogênio (H - Cl): agora os centros de carga não
coincidem. O centro de cargas negativas se encontra mais próximo do átomo de cloro, que é mais
eletronegativo. Se traçarmos um plano que divida a molécula exatamente ao meio, teremos duas metades
diferentes. Uma com o núcleo do hidrogênio e outra com o núcleo do cloro e com o par eletrônico
compartilhado. Isso significa que, apesar da molécula ser eletricamente neutra, existe um pólo positivo e
um pólo negativo. Dizemos que a molécula é polar, ou um dipolo.
A polaridade de uma molécula diatômica depende exclusivamente da polaridade de sua ligação. No
entanto, em moléculas poliatômicas é preciso levar em conta não só a polaridade de suas ligações, mas
também a sua geometria. Consideremos, por exemplo, a molécula de dióxido de carbono (O=C=O): pelo
método VSPER podemos predizer que a molécula é linear. (O número estérico do carbono é 2 e não há
pares isolados). Entretanto, apesar de todas as ligações carbono-oxigênio serem polares, o CO2 é uma
molécula apolar. Isto se deve ao fato do deslocamento da carga eletrônica (em direção ao átomo mais
eletronegativo) em uma ligação ser exatamente compensada pelo correspondente deslocamento na outra
ligação. Trata-se de uma simples observação da resultante entre vetores. Nestes casos, dizemos que o
momento dipolar da molécula é zero. Nas moléculas polares o momento dipolar é diferente de zero.Para
identificar se uma molécula é polar ou apolar, pode-se utilizar de uma regra prática: Se o número de pares
eletrônicos ao redor do átomo central (incluindo os ligantes) for igual ao número de átomos iguais ligados
a ele, a molécula será apolar. Caso estes números não coincidam, a molécula será polar. (As ligações
dativas, duplas e triplas devem ser contadas como apenas um par eletrônico). Veja alguns exemplos:
9MATOZO; H. C.
]Quadro 4-1 Polaridade de alguns compostos
CCl4 4 pares eletrônicos e 4 átomos iguais apolar
CHCl3 4 pares eletrônicos e 3 átomos iguais polar
SO3 3 pares eletrônicos e 3 átomos iguais apolar
HCN 2 pares eletrônicos e 0 átomos iguais polar
BF3 3 pares eletrônicos e 3 átomos iguais apolar
H2O 4 pares eletrônicos e 2 átomos iguais polar
NH3 4 pares eletrônicos e 3 átomos iguais polar
OBS: Toda substância simples é apolar.
A força de uma ligação química é medida pela energia necessária para rompê-la. Uma ligação forte
apresenta uma energia de ligação alta. Essa energia é geralmente positiva e é expressa em kJ/mol, ou
seja, a energia necessária para a dissociação de um mol de ligações. Apesar dos esforços, é muito difícil
medir a energia de ligação de moléculas com mais de dois átomos. Além da dificuldade de se obter dados
exatos, a força de ligação entre dois átomos é influenciada pelos outros átomos que estão ligados a eles.
Assim, uma energia de ligação média é obtida tirando-se a média das energias de ligação feitas com
compostos diferentes que contêm a ligação em questão.
5- HISTÓRIA DA QUÍMICA ORGÂNICA
5-1-Primórdios da Química Orgânica
A primeira separação da Química inorgânica e orgânica ocorreu por volta de 1777 e foi proposta pelo
químico alemão Torben Olof Bergman (1735-1784) .
No início do século XIX químicos concordavam que as propriedades de substâncias dependiam da
composição dos "átomos compostos" (moléculas), mas nada se sabia ainda sobre moléculas; este
conhecimento foi adquirido ao longo de meio século de confusões, amarguras e até tragédias para se
provar que:
a) moléculas consistem de arranjos de átomos num modo definido;
b) propriedades de uma substância dependem não somente do tipo e número de átomos presentes, mas
também do modo que os átomos estão arranjados na molécula.
5-2- A Química Orgânica no início do século XIX
Estado relativamente primitivo: não se sabia definir claramente como as substâncias orgânicas diferiam
das inorgânicas; era bem menos desenvolvida que a química dos metais e dos elementos mais comuns
(enxofre, fósforo e nitrogênio).
Basicamente química de produtos naturais, dividida em Química Vegetal e Química Animal.
Compostos orgânicos vegetais: açúcar, ácidos, goma, índigo, princípio azedo, princípio extrativo, tanino,
cânfora, borracha de apagar etc.
Compostos orgânicos animais*: gelatina, albumina, fibrina, uréia, sangue, bílis, saliva, urina etc.
10MATOZO; H. C.
Sabia-se que compostos orgânicos continham carbono e hidrogênio. As vezes oxigênio, nitrogênio e
enxofre, como componentes essenciais; mas a capacidade de purificá-los, cristalizá-los e analisá-los ainda
era muito primitiva (por encontrar dificuldades analíticas, Berzelius afirma, erroneamente, em 1811, que
as substâncias orgânicas não obedecem à lei das proporções definidas!)
Wöhler, já em 1835: "para mim, a Química Orgânica parece uma floresta dos trópicos, repleta das coisas
mais notáveis"; a exploração desta floresta e a limpeza da vegetação rasteira foram tarefa iniciada na
primeira metade do século XIX. As descobertas alterariam todo o aspecto da Química.
VITALISMO: crença de que compostos orgânicos eram produzidos com a intermediação de uma força
vital, presente somente em plantas e animais. Assim, não podiam, portanto, ser sintetizados no
laboratório (só podiam ser convertidos em outros compostos, como nas cervejarias, vinícolas etc.).
O VITALISMO é seriamente questionado pela obtenção de uréia, por Wöhler, em 1828, a partir de
cianato de prata e cloreto de amônio ou cianato de chumbo e hidróxido de amônio; mas só passa a ser
abandonado à medida que o conhecimento sobre substâncias orgânicas e suas sínteses foi se acumulando
(síntese do ácido acético, Kolbe, 1844; sínteses de Berthelot, anos 1850).
Então, com a síntese da uréia, Wöhler deu ínicio a um grande campo de pesquisa, o das sínteses
orgânicas.
6- ELEMENTO CARBONO
Defini-se, tradicionalmente a Química Orgânica como sendo o ramo da Química que se ocupa dos
compostos de carbono, de maneira geral.
Há tantos compostos orgânicos naturais e sintéticos, que estes foram classificados em funções; a
classificação em funções orgânicas é feita de acordo com a estrutura molecular e o comportamento
químico dos compostos.
O elemento químico carbono (C) tem número atômico igual a 6; raio atômico 0,77A; eletronegatividade
2,5; estados de oxidação -4 a +4. Em geral, o primeiro elemento de um grupo difere dos demais, por
causa de sue menor tamanho, maior eletronegatividade e a inexistência de orbital d. O Carbono difere
dos demais elementos deste grupo por limitar-se um número de coordenação quatro (por causa da
inexistência de orbitais d no segundo nível) na capacidade única de formar ligações múltiplas, tais como
e na acentuada tendência de formar cadeias. A capacidade de formar cadeias está relacionada com a
energia de ligação.
C Z=6 1s2
2s2
2p2
estado fundamental
Figura 6-1- Diagrama de Energia (s2
p6
d10
f14
)
11MATOZO; H. C.
Suas ligações com outros átomos são covalentes. Utiliza-se em Química Orgânica as fórmulas estruturais
de preferência as fórmulas moleculares. As fórmulas estruturais planas baseiam-se nos postulados
estabelecidos por August Kekulé em 1858:
Primeiro: Os átomos de carbono são tetravalentes.
Segundo: As quatro valências se equivalem.
Terceiro: Os átomos de carbono podem ligar-se entre si formando as cadeias carbônicas
Chamamos de cadeia a uma sucessão de átomos ligados entre-si.
Examinemos as seguintes fórmulas estruturais planas,observando as valências e a formação das cadeias:
Metano Etano Eteno Etino
7- LIGAÇÕES ENTRE CARBONOS
As ligações entre átomos de carbono podem ser:
a)Simples (hibridação sp3
) quando dois átomos se ligam por apenas uma unidade de valência;
exemplo:
Etano ou simplificada Etano H3C - CH3
b)Dupla (hibridaçãosp2
)quando dois átomos se ligam por duas unidades de valência; exemplo:
Eteno ou simplificada Eteno
c)Tripla (hibridação sp)quando dois átomos se ligam por três unidades de valência; exemplo:
Etino ou simplificada Etino
12MATOZO; H. C.
C
H
H
H
H C
H
H
H C
H
H
H C C
H H
H C C H
H
C
H
H
H C
H
H
H
HC CH
C C H
H
H2C CH2
C C
H H
H
8- NOMENCLATURA DE COMPOSTOS ORGÂNICOS SEGUNDO A INTERNATIONAL
UNION OF PURE AND APLIED CHEMYSTRY (UNIÃO INTERNACIONAL DE QUÍMICA
PURA E APLICADA)
8-1- INTRODUÇÃO
Função Orgânica: é um conjunto de substâncias com propriedades químicas semelhantes (propriedades
funcionais)
Grupo funcional: é o átomo ou grupo de átomos responsável(eis) pelas propriedades químicas dos
compostos pertencentes a uma determinada função química.
A nomenclatura orgânica oficial começou a ser criada em 1892 em um congresso internacional em
Genebra, após várias reuniões surgiu a nomenclatura IUPAC (União Internacional de Química Pura e
Aplicada).
A nomenclatura IUPAC obedece aos seguintes princípios:
1) Cada composto tenha um único nome que o distinga dos demais;
2) Dada a fórmula estrutural de um composto, seja possível elaborar seu nome, e vice-versa.
Obs.: Apesar de a nomenclatura IUPAC ser a oficial, existem outros tipos de nomenclatura como por
exemplo a nomenclatura usual.
8-2- FUNÇÃO HIDROCARBONETO (CxHy)
Os compostos pertencentes a esta função são constituídos exclusivamente por carbono e hidrogênio,
portanto possuem fórmula geral: CxHy.
Os hidrocarbonetos são muito importantes porque formam o "esqueleto" das demais funções orgânicas.
Os Hidrocarbonetos estão divididos em várias classes, dentre as quais merecem destaque os alcanos,
alcenos (alquenos), alcinos (alquinos), alcadienos, cicloalcanos, cicloalcenos e os hidrocarbonetos
aromáticos.
8-3- FUNDAMENTOS DA NOMENCLATURA ORGÂNICA
PREFIXO + AFIXO + SUFIXO
Prefixo: indica o número de átomos de carbono pertencentes a cadeia principal.
1C = met 6C = hex 11C = undec
2C = et 7C = hept 12C = dodec
3C = prop 8C = oct 13C = tridec
4C = but 9C = non 15C = pentadec
5C = pent 10C = dec 20C = eicos
Afixo ou infixo: indica o tipo de ligação entre os carbonos:
13MATOZO; H. C.
todas simples = an duas duplas = dien
uma dupla = en três duplas = trien
uma tripla = in duas triplas = diin
Sufixo: indica a função
Hidrocarboneto terminação o
Tabela 8-3-1: Classes dos Hidrocarbonetos
CLASSE TIPO DE CADEIA CARBONICA Exemplo
ALCANO ou PARAFINA alifática saturada CH3-CH2-CH2-CH3
butano
ALCENO ou ALQUENO alifática insaturada CH3-CH=CH-CH3
but-2-eno
ALCENO ou ALQUENO ou
OLEFINA
com uma ligação dupla H2C=CH-CH2-CH3
but-1-eno
ALCADIENO alifática insaturada H2C=C=CH-CH3
but-1,2-dieno
DIOLEFINA com duas ligações duplas H2C=CHCH=CH2
but-1,3-dieno
ALCINO alifática insaturada H3C-C≡ C-CH3
but-2-ino
ALCENINO ou ALQUENINO alifática insaturada etenínica com
uma dupla e uma tripla lagação
H3C=CH-C≡ C-H
but-1-en-3-ino
CICLOALCANO ou CICLANO ou
CICLOPARAFINA
alicíclica saturada
ciclobutano
ARENO ou HIDROCARBONETO
AROMÁTICO
cadeia aromática Benzeno
8-4- FUNÇÕES ORGÂNICAS
Tabela 8-4-1: Principais Funções Orgânicas e Nomenclatura utilizada pela IUPAC
Função Orgânica Fórmula Geral Nomenclatura
IUPAC 2001
Química Nova
Exemplos
ÁLCOOL
(OH ligado a C
saturado)
(Nome do grupo orgânico)
onde localiza a hidroxila
ou oxidrila + ol
propan-1-ol
álcool propílico ( Usual)
14MATOZO; H. C.
CH2CH2CH3
HO
R
HO
H2C CH2
CH2
H2C
Função Orgânica Fórmula Geral Nomenclatura
IUPAC 2001
Química Nova
Exemplos
ENOL Nome do grupo orgânico)
onde localiza a ligação
dupla + infixo +
localização da hidroxila ou
oxidrila + ol
Etenol
FENOL Nome e do grupo
orgânico + fenol ou
Nome do grupo -OH +
hidróxi + nome do
aromático
OH
benzenol
Fenol ou hidróxibenzeno(Aceito
pela IUPAC)
ÉTER (Nome da cadeia mais
simples) + oxi + (Nome da
cadeia mais complexa)
metóxietano
éter etílico e metílico (ordem
alfabética) ou éter metiletílico
( Usual)
ALDEÍDO (Prefixo + infixo - a letra o)
+ al
.....
propanal
CETONA
.
(Prefixo + infixo - a letra o)
onde localiza a carbonila
+ ona
.
propanona
cetona dimetílica ou
dimetilcetona ( Usual)
ÁCIDO
CARBOXÍLICO
.
ácido + (Nome do grupo
orgânico) + óico
..
ácido propanóico
ácido propiônico (usual)
SAIS DE ÁCIDOS
CARBOXÍLICO
M=Cátion
(Nome do grupo
orgânico) + oato + de +
(nome do cátion)
etanoato de sódio
15MATOZO; H. C.
R
OH
H2C
OH
Ar
HO
O R2
R1
O CH2CH3
H3C
C
O
R1 H
C
O
H3CH2C H
C
O
R1 R2
CH3CCH3
O
C
O
R OH
R
O
O
M
H3C
ONa
O
C
O
H3CH2C OH
Função Orgânica Fórmula Geral Nomenclatura
IUPAC 2001
Química Nova
Exemplos
ÉSTER
...
. (Nome do grupo orgânico1
menos ácido e óico) +
ato + (Nome do grupo
orgânico 2)
propanoato de metila
acetato de metila (usual)
AMINA
(primária)
(primária)
(Nome do grupo orgânico)
+ amina
............
......propilamina
AMINA
(secundária)
(secundária)
(Nome do grupo orgânico
mais simples, em seguida
o grupo orgânico mais
complexo) + amina
..............
metiletilamina
AMINA
(terciária)
(terciária)
(Nome do grupo orgânico
mais simples em seguida
o 2 o
grupo orgânico e
por último o grupo
orgânico mais complexo)
+ amina
.........
metiletilpropilamina
Amida (Nome do grupo orgânico)
+ amida
propanamida
Amida N + nome do grupo
orgânico ou N,N +
nome dos grupos
orgânicos + prefixo +
infixo + amida
N,N-etil-metil-3-etil-4-metil-
hexanamida
NITROCOMPOSTO Nitro + (nome do grupo
orgânico) nitrometano
NITRILO
R-C≡ N (Nome do grupo orgânico)
+ nitrilo(a)
propanonitrilo(a)
16MATOZO; H. C.
C
O
R1 O R2
N
H
R1 H
N
CH3
H3CH2C H
N
R2
R1 R3
N
CH3
H3CH2CH2C CH2CH3
C
O
NH2
H3CH2C
C
O
N
R
R
R
C
O
N
H3CH2CHCHCH2C
CH3
CH2CH3
H3C
H3CH2C
H3C NO2
N
H
H3CH2CH2C H
C
O
H3CH2C O CH3
R NO2
C
O
NH2
R
N
R2
R1 H
H2
C C N
H3C
Função Orgânica Fórmula Geral Nomenclatura
IUPAC 2001
Química Nova
Exemplos
HALETO
ORGÂNICO
R-X
(onde X é: F, Cl, Br, I)
Haleto +
(Nome do grupo orgânico)
1-cloropropano
ORGÂNICOMETÁLI
CO
M= Metal
(Nome do halogênio + de
+ grupo orgânico + il) +
metal Cloreto de metilmagnésio
SULFETO Nome do grupo orgânico
mais simples + il + tio
grupo orgânico mais
complexo + o
Metil-tioetano ou sulfeto de
metila e etila
ÁCIDO SULFÔNICO Ácido + (Nome do grupo
orgânico) + sulfônico Ácido etanossulfônico
TIOÁLCOOL (Nome do grupo orgânico)
+ o (em alguns casos) +
tiol
Etanotiol
propan-2-tiol
SAIS DE AMÔNIO
QUARTENÁRIO
(Nome do ânion + de +
nome dos substituintes +
amônio)
Cloreto de nonadecil-
trimetilamônio
ANIDRIDO Anidrido + (Nome do
grupo orgânico mais
simples + grupo orgânico
mais complexo )
Anidrido etanóico e propanóico
Observação: Quando o composto apresentar duas ou mais funções diferentes, deve-se escolher uma
função principal de acordo com a preferência: ácido – amida – aldeído – cetona – álcool – amina – éter
– haleto. As demais funções serão consideradas secundárias, ou seja, apenas como ramificações da
cadeia onde está a função principal.
9- SÉRIES DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS
Em Química Inorgânica, temos, por exemplo, a função sal a função ácida, etc. E na Química Orgânica,
temos as funções hidrocarboneto, aldeído, álcool, etc.
17MATOZO; H. C.
R M H3C MgCl
R1 S R2 H3C S CH2CH3
R SO3H H3CH2C SO3H
R S H
CH3CHCH3
SH
H3CH2C S H
N
C
C
C
C
N
CH2
CH3
H3C
CH3
18
H3C
Cl
R1
O
O
R2
O
H3CH2C C
O
O
C
H3C
O
H2
C
H2
C Cl
H3C
Denomina-se grupo funcional um agrupamento atômico particular que identifica a função. É o
responsável pelas propriedades Químicas comuns aos diversos compostos pertencentes à função
considerada.
Série Homóloga: É um conjunto de compostos orgânicos (homólogos), pertencente à mesma função
química, e cujas fórmulas moleculares diferem entre si por um número inteiro de grupos CH2. O grupo
CH2 é chamado de razão de homologia.
Geralmente são dispostas em ordem decrescente de suas massas moleculares. Exemplos:
a) CH4 , C2H6 , C3H8 ... CnH2n + 2 . Hidrocarbonetos acíclicos saturados.
b) C2H4 , C3H6 , C4H8 ... CnH2n . Hidrocarbonetos acíclicos insaturados.
c) C2H2 , C3H4, C4H6 ... CnH2n - 2. Hidrocarbonetos acíclicos insaturados.
d) H3CCOOH , C2H6 , C3H8 ... CnH2n + 2 . Monoácidos acíclicos saturados.
Generalizando, as propriedades físicas dos homólogos variam gradualmente com a massa molecular. O
ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade crescem com o aumento da cadeia carbônica.
As propriedades químicas dos homólogos de uma mesma série são semelhantes mas, muitas vezes, o
primeiro termo afasta-se dos demais pelas suas propriedades.
Série Isóloga: é um conjunto de compostos orgânicos (isólogos) pertencentes à mesma função química, e
cujas fórmulas moleculares diferem por um número inteiro de grupos (H2).
As propriedades físicas dos isólogos são parecidas, pois a massa molecular dos termos pouco difere.
Exemplos:
a) Etano; eteno; etino.
Série Heteróloga: é um conjunto de compostos orgânicos (heterólogos) não pertencente à mesma função
química, mas que apresentam a mesma cadeia carbônica. Exemplos:
a) Metano; metanol; metanal; ácido metanóico. Benzeno; fenol comum; anilina (C6H5- NH2).
10- CÁLCULO PARA INSATURAÇÕES OU CICLO
N - I/2 + 1 onde:
N= número de carbono
I= número de monovalentes
Quando o resultado for 2 poderá ser: 2 ligações duplas ou uma ligação tripla ou um anel com uma
ligação dupla.
11- PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE COMPOSTOS ORGÂNICOS E INORGÂNICOS
• Composição (C, H, O, N)
• Número de compostos
• Freqüência do fenômeno de isomeria e polimeria
18MATOZO; H. C.
2 ligações duplas
1 ligação tripla
1 anel com uma ligação dupla
• Natureza dos compostos
• PF e PE
• Condutividade elétrica
• Solubilidade
• Resistência ao aquecimento (sem decomposição)
• Inflamabilidade dos compostos
12- POLARIDADE DAS MOLÉCULAS
Devido à diferença de electronegatividade dos átomos envolvidos numa ligação a nuvem eletrônica estará
deslocada em direção do átomo mais eletronegativo. O centro da carga negativa na ligação não
corresponderá portanto com o centro de carga positiva (que é praticamente igual ao centro de gravidade
da ligação, no caso da maioria das ligações encontradas na química orgânica). Isto dá origem a um dipolo
elétrico na ligação. O dipolo é uma grandeza vetorial, pelo que o dipolo de uma molécula será igual à
soma vetorial de todos os dipolos das ligações presentes. Por exemplo, na molécula da água os elétrons
encontram-se deslocados no sentido do átomo de oxigênio.
Figura 12-1: Sentido da Polaridade e Resultante
O dipolo da molécula vai ser a soma dos dipolos das duas ligações O-H. Os hidrocarbonetos são
moléculas apolares.
A introdução de átomos de elementos mais eletronegativos conduz geralmente a um aumento da
polaridade da molécula, desde que os dipolos não se anulem mutuamente devido à geometria e/ou
simetria da molécula. Generalizando, compostos polares dissolverão outros compostos polares, e
compostos apolares dissolverão compostos apolares.
Molécula Apolar: ocorre quando todas as ligações são apolares ou quando a soma dos momentos de
dipolo for nula.
Molécula Polar: ocorre quando a molécula tiver ligações polares e soma dos momentos de dipolo não for
nula.
13- PRINCIPAIS PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS
13-1- PROPRIEDADES GERAIS DOS HIDROCARBONETOS CxHy
13-1-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
São substâncias consideradas apolares, cuja moléculas se mantém unidas por forças fracas de Van der
Waals (forças de dipolo)
Na verdade, devido aos diversos ângulos de ligações existentes nas moléculas de hidrocarbonetos (que
em geral acabam gerando um vetor resultante) e à própria força de Van der Waals que estabelece entre as
moléculas, não podemos afirmar que os hidrocarbonetos são compostos 100% apolares. É melhor dizer
que são praticamente apolares ou que a polaridade é tão pequena que pode ser considerada desprezível.
19MATOZO; H. C.
O
H
H
13-1-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Por serem apolares, os hidrocarbonetos possuem baixos pontos de fusão e de ebulição em relação aos
compostos polares
Comparando os hidrocarbonetos de cadeia normal, de uma mesma classe, observamos que os pontos de
fusão e ebulição aumentam com o aumento da massa molar do composto.
Se compararmos hidrocarbonetos de cadeia normal e de cadeia ramificada com a mesma massa molar,
por exemplo, butano e metilpropano, ambos com fórmula molecular C4H10 e massa molar 58g/mol,
iremos observar que os compostos de cadeia normal apresentam pontos de fusão e ebulição mais
elevados que os compostos de cadeia ramificadas.
Isso ocorre porque as moléculas de cadeia normal apresentam uma maior área superficial e, portanto,
forças de dipolo induzido mais intensas, que necessitam maior quantidade de energia (pontos de fusão e
ebulição mais elevados) para serem rompidas. Já as moléculas de cadeia ramificadas são mais
“compactas”, a área superficial é menor, gerando forças de dipolo induzido mais fracas, que necessitam
de menos energia para serem rompidas ( menores pontos de fusão e ebulição).
13-1-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Em condições de temperatura e pressão ambientes, podemos fazer a seguinte generalização: Os
hidrocarbonetos que possuem de 1 a 4 carbonos são gasosos, de 5 a 17 carbonos são líquido e acima de
17 carbonos são sólidos.
13-1-4- DENSIDADE
Todos os hidrocarbonetos apresentam densidade menor que a água (1g/mL) por dois motivos principais:
os átomos que os formam possuem baixo valores de massa atômica e suas moléculas, sendo praticamente
apolares, tendem a ficar mais distante entre si, o que implica menos moléculas por unidade de volume.
13-1-5- SOLUBILIDADE
De acordo com a regra “semelhante dissolve semelhante”, os hidrocarbonetos dissolvem-se apenas em
substâncias apolares ou de baixa polaridade. São, portanto, insolúveis em água, que é polar.
13-1-6- REATIVIDAE
A reatividade dos hidrocarbonetos é considerada baixa nos compostos saturados de cadeia acíclica, nos
compostos cíclicos com 6 ou mais carbonos e nos aromáticos.
Compostos insaturados de cadeia acíclica apresentam reatividade média, e os compostos cíclicos que
possuem de 3 a 5 carbonos, reatividade alta.
13-1-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
Por formarem uma classe bastante intensa, de compostos químicos, não é possível generalizar as
propriedades organolépticas-cor, cheiro, aspecto, textura- dos hidrocarbonetos.
13-1-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
São ótimos combustíveis que formam toda a matéria prima da indústria petroquímica, que produz desde
20MATOZO; H. C.
plásticos, fibras têxteis e borracha sintéticas até tintas, detergentes e fertilizantes agrícolas.
13-2- PROPRIEDADES GERAIS DOS ÁLCOOIS (-OH “CADEIA SATURADA”)
13-2-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
As moléculas de álcoois estabelecem ligações de hidrogênio entre si.
13-2-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Os monoálcoois possuem ponto de fusão e de ebulição bastante altos em comparação com os do
hidrocarbonetos de massa molecular próxima.
Os poliálcoois possuem pontos de fusão bem mais elevados que os monoálcoois com o mesmo número
de cadeias.
13-2-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Em condição de temperatura e pressão ambientes, os monoálcoois com até 12 carbonos na molécula são
líquidos; e demais sólidos. Os poliálcoois com até 5 carbonos na cadeia são líquidos cuja viscosidade
aumenta com o aumento do número de grupos -OH. Poliálcoois com 6 ou mais carbonos tendem a ser
sólidos.
13-2-4- DENSIDADE
A grande maioria dos álcoois possuem densidade menor que a da água. Os poliálcoois são mais densos
que a água.
13-2-5- SOLUBILIDADE
Os álcoois possuem na molécula uma parte polar referente ao grupo -OH e uma parte apolar referente a
cadeia carbônica. Por exemplo
Por isso o etanol pode se dissolver tanto na gasolina (apolar) quanto na água (polar).
Contudo, nos álcoois de cadeia carbônica pequena prevalecem as Propriedades de compostos polares e
em álcoois de cadeia carbônica longa prevalecem as propriedades de compostos apolares.
Monoálcoois com mais de 4 ou 5 carbonos na cadeia são praticamente insolúveis em água. O aumento do
número de grupos -OH tende a tornara substância mais solúvel; assim, o hexanol (sorbitol) é bastante
solúvel em água apesar de ter 6 carbonos na molécula.
13-2-6- REATIVIDADE
Os álcoois são mais reativos que os hidrocarbonetos devido ao fato de serem polares.
13-2-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
Os monoálcoois como o metanol (extremamente tóxico por ingestão) e o etanol (moderadamente tóxico)
apresentam sabor picante e odor levemente irritante. Os poliálcoois em geral, como o etilenoglicol
21MATOZO; H. C.
H3C
H2
C OH
Apolar Polar
(etanodiol) e a glicerina (propanotriol), apresentam sabor doce; muitos deles (como os isômeros sorbitol
e manitol) são utilizados como adoçantes.
13-2-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
O metanol é usado como combustível, solvente e na síntese de compostos orgânicos. O etanol é utilizado
como combustível, em limpeza doméstica e na fabricação de bebidas.
13-3- PROPRIEDADES GERAIS DOS HALETOS ORGÂNICOS (-F; -Cl; -Br; -I)
13-3-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
O mono-haletos orgânicos são levemente polares e suas moléculas mantem-se unidas por forças de
atração do tipo dipolo permanente ou força de dipolo-dipolo.
Os poli-haletos orgânicos, por sua vez, podem ser levemente polares ou mesmo apolares, dependendo da
geometria molecular.
Quando são apolares, suas moléculas mantem-se unidas por forças fracas de Van der Waals ( forças de
dipolo induzido).
13-3-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Os pontos de fusão e ebulição dos haletos orgânicos são próximos ao dos alcanos (comporando
compostos de massa molar semelhante) e vão se tornando gradativamente mais altos à medida que os
seguintes fatores começam a pesar:
1- Aumento da massa molecular devido ao aumento do grupo orgânico;
2- Aumento do número de halogênios substituídos (di, tri, tetra...);
3- Aumento da massa atômica do halogênio substituído ( F < Cl < Br < I).
Assim, por exemplo, os pontos de fusão e ebulição aumentam ao passarmos de um mono-haleto com o
mesmo número de carbonos na cadeia, para um di, um tri, um tetra, um poli-haleto.
Aumentam também ao passarmos de fluoretos para cloretos, brometos e iodetos.
13-3-3- FASE DE AGREGAÇÃO
A grande maioria dos mono-haletos orgânicos são líquidos em condições ambiente (25o
C e 1atm).
Com poucas exceções, os que possuem até 3 átomos de carbono na molécula são gases ou líquidos
voláteis.
Os poli-haletos geralmente são líquidos e os de massa molar elevada apresentam-se na fase sólida.
13-3-4- DENSIDADE
Os mono-fluoretos e os mono-cloretos não aromáticos são menos denso que a água. Os mono-brometos e
os mono-iodetos são mais densos. Um caso particular e importante é do diiodometano, CH2I2 que é o
líquido de maior densidade conhecido na orgânica (3,32g/mL), usado como contraste no estudo de
minerais ao microscópio.
22MATOZO; H. C.
13-3-5- SOLUBILIDADE
Os haletos orgânicos são insolúveis em água, possivelmente por não formarem ligações de hidrogênio
com as moléculas de água.
São solúveis em solventes orgânicos de baixa polaridade, como benzeno, éter, clorofórmio (Haleto
orgânico) ou a nafta (ligroína).
13-3-6- REATIVIDADE
A reatividade não é muito acentuada, possivelmente devido à fraca polaridade que possuem.
13-3-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
Em geral possui cheiro forte característico e muito deles apresentam sabor doce (lembre-se, porém, de
que são compostos extremamente tóxico por ingestão ou inalação).
13-3-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
Os haletos orgânicos são largamente usados na síntese de diversos compostos orgânicos, dentre eles os
compostos de Gringnard, intermediários na obtenção de álcoois, aldeídos e ácidos.
Muitos haletos orgânicos são também utilizados como solventes para ceras, vernizes e borracha, como é
o caso do tetracloreto de carbono, CCl4(l), e do clorofórmio, CHCl3(l).
13-4- PROPRIEDADES GERAIS DOS FENOIS (Ar-OH)
13-4-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
Todos os monofenóis (que apresentam apenas 1 grupo -OH ligado ao anel aromático) possuem moléculas
polares com o vetor resultante no sentido do átomo de oxigênio (mais eletronegativo). Alguns difenóis
com 2 grupos -OH nas posições 1,4, como a hidroquinona (1,4-hidroxibenzeno), são considerados
apolares. As moléculas dos fenóis estabelecem ligações de hidrogênio entre si.
13-4-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Como as moléculas estabelecem ligações de hidrogênio, os fenóis possuem ponto de fusão e de ebulição
bem mais elevados que os hidrocarbonetos de massa molecular próxima.
13-4-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Os monofenóis mais simples, como o benzenol, são líquidos ou então sólidos de baixo ponto de fusão. Os
demais fenóis são sólidos.
13-4-4- DENSIDADE
São mais densos que a água; o benzenol, por exemplo, possui densidades igual a 1,071 g/mL a 25oC.
13-4-5- SOLUBILIDADE
O benzenol é relativamente solúvel em água (9g de fenol por 100g de água 25o
C) devido à formação de
ligações de hidrogênio entre as moléculas de fenol e as moléculas de água. Os demais monofenóis são
praticamente insolúveis.
23MATOZO; H. C.
13-4-6- REATIVIDADE
Os fenóis são compostos facilmente oxidáveis e também possuem um fraco caráter ácido (são chamados
de ácido fênico), podendo sofrer ionização na água como mostra na equação abaixo:
O caráter ácido dos fenóis pode ser explicado devido a ressonância do anel aromático. Os elétrons
ressonantes dão certa estabilidade ao carbono do ânion fenóxido. Essa propriedade é utilizada para
diferenciar álcoois de fenóis. Os fenóis (devido ao caráter ácido) reagem com bases fortes, como NaOH E
KOH, formando sal orgânico e água. Os álcoois não reagem com bases. Exemplos
13-4-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
Possuem cheiro forte característico. São tóxicos e altamente irritantes.
13-4-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
O fenol é usado na produção de desinfetantes e de pomadas contra queimaduras (ácido pícrico) e na
fabricação de baquelite (plástico resistente ao calor), poliuretano (espuma) e explosivos.
13-5- PROPRIEDADES GERAIS DOS ÉTERES (C-O-C)
13-5-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
São levemente polares devido à geometria angular. Embora, os éteres não estabeleçam ligações de
hidrogênio entre si, podem fazê-lo com moléculas de outros compostos, como a água e etanol.
13-5-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Comparando compostos de massa molar próxima, os pontos de fusão e ebulição dos éteres se aproximam
dos alcanos e são bem mais baixo que os álcoois e dos fenóis.
13-5-3- FASE DE AGREGAÇÃO
O metoximetano e o metoxietano são gases. Os demais são líquidos, normalmente voláteis.
13-5-4- DENSIDADE
Em geral são compostos menos denso que a água.
13-5-5- SOLUBILIDADE
Os éteres de menor massa molar apresentam uma discreta solubilidade em água, provavelmente porque
suas moléculas podem estabelecer ligações de hidrogênio com as moléculas de água.
13-5-6- REATIVIDADE
24MATOZO; H. C.
OH
+ H2O
O
+ H3O (aq.)
fenol ânion fenóxido hidrônio
São compostos pouco reativos, como os alcanos
13-5-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
A maioria dos éteres possui cheiro agradável, toxidez moderada e é altamente inflamável.
13-5-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
São muito utilizados como solventes inertes em reações orgânicas e na extração de essências, óleos e
gorduras de fontes naturais. O etoxietano conhecido também como éter comum, éter dietílico, éter etílico
ou éter sulfúrico, pois sua obtenção envolve o ácido sulfúrico, H2SO4 (aq.).
13-6- PROPRIEDADES GERAIS DOS ALDEÍDOS (H-C=O)
13-6-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
Possuem moléculas polares, mas elas não fazem ligações de hidrogênio entre si.
13-6-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Os pontos de fusão e ebulição dos aldeídos são mais altos que os compostos apolares e que os éteres e são
mais baixos que os álcoois e dos ácidos carboxílicos de valor de massa molar correspondente.
13-6-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Os aldeídos com 1 ou 2 carbonos na molécula são gases; os demais são líquidos; a exceção se faz apenas
para os que possuem valor de massa molecular elevado, que são sólidos.
13-6-4- DENSIDADE
Os aldeídos mais simples são menos densos que a água.
13-6-5- SOLUBILIDADE
Os aldeídos mais simples são solúveis em meio aquoso, já que podem estabelecer ligações de hidrogênio
com as moléculas da água. Com o aumento da cadeia carbônica, porém, a solubilidade desses compostos
diminui progressivamente até que, devido ao tamanho da cadeia, se tornam insolúveis nesse meio. Os
aldeídos são solúveis na maioria dos solventes orgânicos comuns: álcool, éter, benzeno.
13-6-6- REATIVIDADE
Os aldeídos são compostos bastante reativos, sendo que os aldeídos alifáticos são menos reativos que os
aldeídos aromáticos. Isso ocorre porque, quando a carbonila está ligada ao núcleo aromático, os elétrons
da ligação π do grupo carbonila entram em ressonância com os elétrons π do núcleo aromático
diminuindo a reatividade do composto (ou aumentando sua estabilidade).
13-6-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
O metanal e o etanal possuem cheiro forte e desagradável. Com o aumento da cadeia carbônica, os
aldeídos passam a ter cheiros e aromas agradáveis e suas moléculas maiores são constituintes de diversas
essências, como a de amêndoas amargas (benzaldeído) e a vanilina (3-metóxi-4-hidroxibenzaldeído).
25MATOZO; H. C.
13-6-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
Dos aldeídos, os que apresentam maior diversidade de uso são o metanal (aldeído fórmico ou
formaldeído) e o etanal (aldeído acético). O metanal é um gás incolor, de cheiro característico e irritante.
Em água, a cerca de 40%, forma uma solução conhecida como formol, usada como desinfetante e na
conservação de peças anatômicas.
O etanal é usado na síntese de diversos compostos orgânicos, na obtenção de resinas, inseticidas (DDT) e
também como redutor de íons de prata na fabricação de espelhos comuns.
13-7- PROPRIEDADES GERAIS DAS CETONAS (C=O “ENTRE 2 CARBONOS”)
13-7-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
As moléculas de cetona não fazem ligações de hidrogênio entre si, porém mais polares que as moléculas
de aldeído.
13-7-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Em geral possuem ponto de fusão e de ebulição mais baixos que os dos álcoois e mais elevados que os
dos aldeídos de massa molecular próxima.
13-7-3- FASE DE AGREGAÇÃO
As cetonas mais simples, como a propanona e a butanona, são líquidas em condições ambientais. Com o
aumento progressivo da massa molecular torna-se sólidas.
13-7-4- DENSIDADE
As cetonas mais simples são menos densas que a água.
13-7-5- SOLUBILIDADE
Devido à maior polaridade, as cetonas são mais solúveis em água que os aldeídos.
Suas moléculas podem fazer ligações de hidrogênio com moléculas de água e de álcoois, por exemplo, o
que explica a solubilidade nesses solventes. Também são solúveis em éter e benzeno.
13-7-6- REATIVIDADE
São compostos bastante reativos; as alifáticas são mais reativas que as aromáticas devido à ressonância
que se estabelece entre os elétrons do grupo carbonila e os elétrons do núcleo aromático.
13-7-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
Possuem cheiro agradável e são parte constituinte de óleos essenciais encontrados em flores e frutas.
13-7-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
A mais utilizada é a propanona, conhecida no comércio como acetona.
Trata-se de um líquido incolor, de cheiro agradável (quando puro), inflamável, usado principalmente
como solvente de esmaltes, tintas, vernizes, e na extração de óleos de sementes vegetais.
26MATOZO; H. C.
13-8- PROPRIEDADES GERAIS DOS ÁCIDOS CARBOXÍLICO (HO-C=O)
13-8-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
Por apresentarem o grupo carboxila, esses compostos são muito polares e podem fazer o dobro de
ligações de hidrogênio que as moléculas de monoálcoois. Exemplo:
13-8-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Podemos generalizar que os ácidos carboxílicos possuem pontos de fusão e ebulição mais alto que os dos
álcoois de valor de massa molar próximo.
13-8-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Considerando-se apenas os monoácidos saturados, aqueles que possuem até 9 carbonos na cadeia são
líquidos. Os com 10 ou mais carbonos são em geral sólidos.
13-8-4- DENSIDADE
Os ácidos mais simples como o metanóico e o etanóico, são mais densos que a água.
13-8-5- SOLUBILIDADE
Os ácidos carboxílicos alifáticos que possuem de 1 a 4 carbonos na molécula são solúveis em água. O
ácido que possui 5 carbonos é apenas parcialmente solúvel. Os demais são praticamente insolúveis. São
também solúveis em éter dietílico, álcool etílico e benzeno.
13-8-6- REATIVIDAE
Os ácidos carboxílicos são compostos bastante reativos, principalmente os mais simples.
13-8-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
O cheiro característico dos ácidos alifáticos passa progressivamente de forte e irritante nos ácidos de 1 a
3 carbonos a extremamente desagradável nos ácidos de 4 a 6 carbonos; os demais são praticamente
inodoros, por serem voláteis.
13-8-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
Os compostos que apresentam maior diversidade de uso são os ácidos metanóico e o etanóico.
27MATOZO; H. C.
H3C
H2
C
H2
C O
H
CH3
H2
C
H2
C
O
H
H3C C
O
OH
CH3
C
O
HO
Propan-1-ol
Ácido etanóico
O ácido metanóico é usado no tingimento de tecidos como mordente e como desinfetante me medicina.
O ácido etanóico é usado na preparação de perfume, corantes, seda artificial e vinagre.
13-9- PROPRIEDADES GERAIS DOS ÉSTERES (C-O-C=O)
13-9-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
Em ésteres com cadeia carbônica pequena, como o metanoato de metila, predominam forças de dipolo
permanente. Conforme a massa molar aumenta, a polaridade vai tornando-se menor e passam a
prevalecer as propriedades de compostos apolares.
13-9-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Como as moléculas dos ésteres não fazem ligações de hidrogênio entre si, seus pontos de fusão e de
ebulição são mais baixos que os de álcoois e dos ácidos carboxílicos de massa molecular próxima.
13-9-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Os que possuem massa molar baixa são líquidos; à medida que a massa molar aumenta, passam de
líquidos oleosos e viscosos a sólidos.
13-9-4- DENSIDADE
Só os ésteres mais simples são menos densos que a água. Os demais são ligeiramente mais densos.
13-9-5- SOLUBILIDADE
Os ésteres de massa molecular baixa são parcialmente solúveis em água. Os demais são insolúveis.
13-9-6- REATIVIDADE
São pouco reativos, mas, conforme as condições, os ésteres sofrem hidrólise com certa facilidade.
13-9-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
Possuem aroma agradável de frutas e de flores.
13-9-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
Os ésteres são usados como essências de frutas e aromatizantes na indústria alimentícia, farmacêutica e
cosmética (inclusive na fabricação de perfumes). Constituem também os óleos e as gorduras vegetais e
animais, e diversos tipos de cera.
13-10- PROPRIEDADES GERAIS DOS SAIS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS (M-O-C=O)
13-10-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
Possuem uma extremidade altamente polar, formada pela ligação iônica, e outra praticamente apolar,
28MATOZO; H. C.
referente à cadeia carbônica.
13-10-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Muito elevados. Em geral a temperatura necessária para a fusão de um sal orgânico é tão alto que, antes
de ser atingida, as ligações carbono-carbono se rompem e a molécula se decompõe.
13-10-3- FASE DE AGREGAÇÃO
São sólidos cristalinos e não-voláteis.
13-10-4- DENSIDADE
Em geral são mais densos que a água.
13-10-5- SOLUBILIDADE
Os sais de ácidos carboxílicos de metais alcalinos e de amônio são solúveis em água; os de metais
pesados (Fe, Ag, Cu) são praticamente insolúveis.
13-10-6- REATIVIDAE
Reagem da mesma maneira que os sais inorgânicos, e os sais que possuem cadeia insaturada estão
sujeitos às reações características da ligação dupla.
13-10-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
São inodoros. Apresentam sabor característico ligeiramente adstringente.
13-10-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
Os sais de ácidos carboxílicos de cadeia longa (ácidos graxos) são denominados sabões.
13-11- PROPRIEDADES GERAIS DAS AMINAS (R-N-R2)
13-11-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
São compostos polares; as moléculas de aminas primárias e secundárias podem fazer ligações de
hidrogênio entre si, o que já não ocorre com as moléculas de aminas terciárias, pois nesse caso não existe
ligação nitrogênio-hidrogênio.
13-11-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
São mais elevados que dos compostos apolares e mais baixos que os dos compostosa apolares e mais
baixo que os dos álcoois e ácidos carboxílicos, sempre comparando compostos de valores de massa
molecular próximos.
13-11-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Aminas que possuem 1 a 3 substituintes metil e também a etilamina são gases em condições ambientes.
Da propilamina à dodecilamina, são líquidas; daí em diante, as aminas são sólidas.
29MATOZO; H. C.
13-11-4- DENSIDADE
As alifáticas mais simples são menos densas que a água. As aromáticas são mais densas
13-11-5- SOLUBILIDADE
Todas as aminas fazem ligações de hidrogênio com moléculas de água e de etanol. As aminas com até 5
carbonos na molécula são solúveis em meio aquoso e alcoólico. Aminas de 6 carbonos ou mais são
praticamente insolúveis em água devido ao substituinte (que faz prevalecer a propriedades de compostos
apolares), mas são solúveis em álcool etílico (como a gasolina), em éter e em benzeno.
13-11-6- REATIVIDADE
Aumenta, em geral, na mesma proporção em que aumenta o caráter básico desses compostos.
CARÁTER BÁSICO:
R2NH > R-NH2 > R3N > NH3 > Ar-NH2 > Ar2N > Ar3N
13-11-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
As metilaminas e as etilaminas possuem cheiro ao da amônia; as demais, em geral cheiram peixe. As
aminas aromáticas são muito tóxicas e sua absorção prolongada através da pele pode ser letal, elas são
incolores quando puras, mas também podem ser oxidadas pelo ar dando origem a compostos amarelados.
13-11-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
São usadas na síntese de vários compostos orgânicos, na fabricação de certos tipos de sabões e na
vulcanização da borracha. As aminas aromáticas como a felilamina (anilina), são utilizadas na fabricação
de corantes.
13-12- PROPRIEDADES GERAIS DAS AMIDAS (O=C-N-R2)
13-12-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
São muito polares; cada duas moléculas podem fazer até 3 ligações de hidrogênio entre si (no caso de
amidas primárias)
13-12-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Possuem ponto de fusão e ebulição muito elevados, até mais que dos ácidos carboxílicos de massas
moleculares correspondentes.
13-12-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Apenas a metanamida se apresenta em condições ambientes na forma de um líquido incolor; as demais
amidas são sólidos cristalinos.
13-12-4- DENSIDADE
São mais densas que a água. A metanamida, por exemplo possuem d=1,146 em relação a água a 4o
C.
30MATOZO; H. C.
13-12-5- SOLUBILIDADE
As mais simples são solúveis em água e pouco solúveis em solvente apolares como o hexano. Em geral
todas são solúveis em álcool e éter.
13-12-6- REATIVIDADE
Alta.
13-12-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
A metanamida é um líquido oleoso e incolor de odor característico. As demais amidas em geral são
sólidos cristalinos incolores e deliqüescentes (que se desagregam e se desfazem facilmente).
13-12-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
Síntese de outros compostos orgânicos e como intermediárias na preparação de medicamentos.
13-13- PROPRIEDADES GERAIS DOS NITROCOMPOSTOS (-NO2)
13-13-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
São polares. Sofrem força de dipolo permanente.
13-13-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Possuem ponto de fusão e ebulição elevados.
13-13-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Os nitroalcanos de massa molar baixa são líquidos fluidos. À medida que a massa molar aumenta, vão se
tornado cada vez mais viscosos.
13-13-4- DENSIDADE
São mais densos que a água.
13-13-5- SOLUBILIDADE
O nitrometano e nitroetano são muito pouco solúveis em água; os demais são insolúveis.
13-13-6- REATIVIDADE
São compostos bastante reativos.
13-13-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
Os alifáticos possuem cheiro agradável e são atóxico; os aromáticos possuem odor ruim e são tóxicos.
13-13-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
31MATOZO; H. C.
O nitrobenzeno usado como solvente o dinitrobenzeno e o trinitrobenzeno, como explosivos.
13-14- PROPRIEDADES GERAIS DOS NITRILOS (RN)
13-14-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
São compostos polares, unidos por força de dipolo permanente.
13-14-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
São altos, comparados com os demais compostos orgânicos de uma massa molecular aproximada.
13-14-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Em condições ambiente, os nitrilos que possuem de 2 a 14 átomos de carbono na molécula são líquidos;
os que possuem 15 ou mais são sólidos.
13-14-4- DENSIDADE
Em geral, são menos densos que a água, como é o caso do propenonitrilo de d=0,8004g/mL a 25o
C em
relação à água a 4o
C.
13-14-5- SOLUBILIDADE
São praticamente insolúveis em água.
13-14-6- REATIVIDADE
São compostos reativos e estáveis. Por isso, são bastante utilizados em sínteses orgânicas.
13-14-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
Todos são tóxicos, embora o sejam menos do que o HCN [que é também chamado de metanonitrilo(a) e
considerado o nitrilo mais simples].
13-14-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
Dos nitrilos o mais utilizado é o propenonitrilo ou acrilonitrilo, que industrialmente é obtido a partir do
acetileno.
O acrilonitrilo é amplamente usado na industria de produção de borracha sintética de alta qualidade.
13-15- PROPRIEDADES GERAIS DOS TIOÁLCOOIS (-SH)
13-15-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
São compostos menos polares que os álcoois.
13-15-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Em geral, possuem pontos de fusão e ebulição menores que os dos álcoois correspondentes.
32MATOZO; H. C.
13-15-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Os mais simples são líquidos incolores e voláteis.
13-15-4- DENSIDADE
Em geral, os monotióis são menos densos que a água; os ditióis e os politióis são mais densos.
13-15-5- SOLUBILIDADE
São pouco solúveis em água, mas solúveis em soluções básicas devido ao seu caráter ácido.
13-15-6- REATIVIDADE
Possuem caráter ácido bem mais forte que os álcoois, pois o átomo de enxofre é maior e menos
eletronegativo que o átomo de oxigênio. O hidrogênio ligado ao enxofre, ioniza mais facilmente.
13-15-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
Quando voláteis apresentam cheiro repugnante, perceptível mesmo em quantidades minímas. O cheiro
desagradável que certas espécies de gambá utilizam como mecanismo de defesa em situações de perigo é
uma mistura de vários compostos sulfurados, entre eles, o but-2-eno-1-tiol.
13-15-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
Devido ao cheiro repugnante que têm, alguns compostos dessa classe são adicionados a gases
combustíveis em reservatórios para detectar eventuais vazamentos em tubulações.
13-16- PROPRIEDADES GERAIS DOS TIOÉTERES (-S-)
13-16-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
São pouco polares devido à geometria angular
13-16-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Possuem pontos de ebulição e fusão mais baixos que os éteres de massa molar próxima.
13-16-3- FASE DE AGREGAÇÃO
Os mais simples são líquidos, os demais são sólidos.
13-16-4- DENSIDADE
Em geral, são menos densos que a água.
13-16-5- SOLUBILIDADE
São insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos comuns.
13-16-6- REATIVIDADE
33MATOZO; H. C.
São compostos reativos. Podem ser obtidos pela reação entre haletos orgânicos e sulfeto de sódio.
13-16-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
Os mais simples são incolores e têm cheiro de éter.
13-16-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
O sulfeto de di(cloroetila), gás mostarda ou iperita já foi usado como arma Química.
13-17- PROPRIEDADES GERAIS DOS COMPOSTOS DE GRINGNARD
13-17-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR
A ligação carbono-magnésio é considerada predominantemente covalente, porém é altamente polar. A
ligação magnésio-halogênio é iônica
13-17-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Teoricamente são bastante elevados, mas são difíceis de serem determinados, em razão da reatividade
com composto de Grignard com gás oxigênio do ar.
13-17-3- FASE DE AGREGAÇÃO
São encontrados dissolvidos em éter etílico anidro formando uma solução.
13-17-4- DENSIDADE
Em geral, são mais densos que a água.
13-17-5- SOLUBILIDADE
Não formam soluções aquosas porque reagem violentamente com a água. Como também reagem com o
oxigênio do ar, são mantidos dissolvidos em éter etílico.
13-17-6- REATIVIDADE
São extremamente reativos.
13-17-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS
São tóxicos e altamente higroscópicos (desidratantes)
13-17-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS
São utilizados na síntese de compostos orgânicos, como ácidos carboxílicos, álcoois e hidrocarbonetos.
14- ISOMERIA
34MATOZO; H. C.
Cl
H2
C
H2
C S
H2
C
H2
C Cl
Fenômeno pelo qual dois ou mais compostos diferentes apresentam a mesma fórmula Molecular e
fórmulas Estruturais diferentes.
14-1- A HIBRIDAÇÃO DAS ORBITAIS DO ÁTOMO DE CARBONO
O átomo de carbono possui uma orbital de valência s e três orbitais de valência p.
Orbital s Orbital p Dois Orbitais sp
Figura 14-1-1: Orbitais s, p e sp
Os orbitais atômicas de dois átomos distintos podem combinar-se, de forma a formar orbitais
moleculares, i.e. formarem uma ligação química. Uma orbital s pode-se combinar com outra orbital s (ou
com uma orbital p) para formar uma ligação σ. Dois orbitais p podem-se combinar entre si para formar
uma ligação π. Só se formarão ligações π se não for possível formar ligações σ.
Figura 14-1-2: Orbital Molecular entre dois núcleos de carbono
Figura 14-1-2: Orbital Molecular π entre dois núcleos de carbono
Como as três orbitais p são perpendiculares entre si, seria de esperar que as orbitais moleculares formadas
com essas orbitais também fossem perpendiculares. Acontecerá isso na realidade?
Apresentam-se a seguir as estruturas de alguns compostos de carbono simples:
Verifica-se que na molécula de metano (tetraédrica) os ângulos de ligação são de aproximadamente
109,5 º. No etileno são de 120º e no acetileno são de 180 º. Como é que isto se pode explicar?
No caso do metano, a orbital s mistura-se com as 3 orbitais p, dando origem a quatro novas orbitais
“mistas” : as orbitais híbridas sp3. Estas quatro orbitais terão energia inferior à energia das orbitais s e p
que lhes deram origem, sendo por isso mais estáveis. Estas quatro orbitais, sendo todas iguais, dispôr-se-
ão no espaço de forma a formar ângulos iguais entre si. Essa disposição será tetraédrica, dando origem
aos ângulos observados de 109,5 º. Sempre que um átomo de carbono estiver ligado a quatro outros
átomos as suas orbitais hibridizarão de forma a criar orbitais sp3.
O etileno possui uma ligação dupla. Estas ligações (tal como as ligações triplas) são formadas por
orbitais moleculares p. Cada átomo de carbono utilizará uma orbital p para formar a ligação, sobrando
então uma orbital s e duas orbitais p, que hibridizarão dando origem a três novas orbitais sp2. Estas
orbitais afastam-se o mais possível umas das outras, dando origem ao ângulo de ligação observado de
35MATOZO; H. C.
c c
c c
120º.
Na molécula do acetileno, cada átomo de carbono utilizará duas orbitais p para formar ligações p. A
orbital s hibridiza com a orbital p restante, dando origem a duas novas orbitais sp, que se afastam uma da
outra dando origem ao ângulo de ligação de 180º.
14-2-ISOMERIA PLANA: MESMA FÓRMULA MOLECULAR, COMPOSTOS DIFERENTES
14-2-1- ISOMERIA DE CADEIA
Ocorre quando os isômeros têm cadeias diferentes
Exemplos:
Cadeia normal Cadeia ramificada
Butano 2-metilpropano
14-2-2- ISOMERIA DE COMPENSAÇÃO OU METAMERIA
Ocorre quando os isômeros diferem pela posição de um heteroátomo na cadeia carbônica.
Exemplo:
Etóxietano Metóxipropano
14-2-3- ISOMERIA DE FUNÇÃO
Ocorre quando os isômeros pertencem a funções químicas diferentes
Exemplos:
Metoximetano Etanol Propanona Propanal
Metanoato de metila Ácido etnóico
14-2-4- ISOMERIA DE POSIÇÃO
Ocorre quando os isômeros têm a mesma cadeia carbônica, mas diferem pela posição das ramificações
36MATOZO; H. C.
CH3CHCH3
CH3
H3C
H2
C
H2
C CH3
H3C
H2
C O
H2
C CH3
H3C
H2
C
H2
C O CH3
H3C C CH3
O
H3C
H2
C C
O
H
H3C
H2
C OH
H3C O CH3
H C
O
O CH3
H3C C
O
OH
C3H6
H2
C
H2C CH2
H2C C
H
CH3
Ciclopropano Propeno
Fórmula Molecular
H3C N CH3
H
H3C
H2
C NH2
Dimetilamina
Etilamina
ou insaturações.
Exemplos:
Pentan-3-ol Pentan-2-ol But-2-eno But-1-eno
14-2-5- DINÂMICA OU TAUTOMETRIA
Ocorre quando dois compostos de mesma fórmula molecular e grupos funcionais diferentes coexistem
em equilíbrio dinâmico no qual um deles está continuamente se transformando ou vice-versa. Ocorre
somente na fase líquida, em moléculas que possui um elemento muito eletronegativo, como oxigênio ou
nitrogênio, ligado ao mesmo tempo ao hidrogênio e a um carbono insaturado(que possui ligações π)
Etenol Etanal
14-2-6- ISOMERIA ESPACIAL
A isomeria espacial é também denominada estereoisomeria. Neste caso os isômeros diferem entre si
pelas fórmulas estruturais espaciais. Mostraremos dois casos de isomeria espacial: Isomeria Geométrica
cis-trans e Isomeria Óptica
14-2-6-1-ISOMERIA GEOMÉTRICA CIS-TRANS
Quando dois átomos de carbono fazem ligação dupla ( 1 σ e 1π ), não é possível haver rotação entre eles.
Qualquer tentativa de rotação entre os átomos de carbono ocasiona o rompimento da ligação. A ligação
dupla é “rígida”.Assim, se os ligantes de cada átomo de carbono da dupla forem diferentes entre si e
iguais aos ligantes do outro átomo de carbono, tem-se a formação de dois compostos, que são
geométricos cis e trans.
Considerando o composto 1,2-dicloroeteno
37MATOZO; H. C.
H3C
H2
C
H
C
H2
C CH3
OH
H3C
H2
C
H2
C
H
C CH3
OH
H3C C
H
C
H
CH3 H3C
H2
C C
H
CH2
H2C C
H
OH
H3C CH
OH
H
C CH2 H3C C
H3C
OH
CH3
O
Prop-1-en-2-ol Propanona
C
H2C CH2
CH
H2C C
H
CH3
H3C
CH3
CH3
1,1-dimetilciclopropano 1,2-dimetilciclopropano
Trans-1,2-dicloroeteno Cis-1,2-dicloroeteno
Lembre-se que a ligação dupla do carbono corresponde a uma ligação sigma ( σ ) e uma ligação pi ( π )
em carbono híbrido sp2
.
Em relação ao plano determinado pela dupla ligação, os átomos de cloro podem estar ou no mesmo
semi-espaço ou em semi-espaços opostos, dando origem a duas moléculas diferentes, e não-
superponíveis, de 1,2-dicloroeteno. A essas duas estruturas diferentes correspondem correspondem a duas
substâncias diferentes: os isômeros geométricos do 1,2-dicloroeteno. O isômero com dois átomos de
cloro no mesmo semi-espaço é chamado de cis, o isômero com dois átomos de cloro em semi-espaço
opostos é chamado de trans.
Considerando outro composto o ácido butanóico, também apresenta dois isômeros geométricos : o ácido
butenodióico cis( ou ácido maléico) e o ácido butenodióico trans ( ou ácido fumárico). É um exemplo
clássico, pois os isômeros são facilmente identificado pelo seu ponto de fusão: P.F. Ácido maléico =
130o
C; ácido fumárico = 287o
C .
Generalizando: A existência da isomeria geométrica ou cis-trans decorre da dupla ligação na cadeia
carbônica e não da igualdade entre os grupos ligados a cada carbono da dupla ligação. Assim sendo o
composto deve-se ter : R1 ≠ R2 e R3 ≠ R4.
14-2-6-2- ISOMERIA ÓPTICA
Certas substâncias químicas podem desviar o plano de vibração da luz polarizada; a luz polarizada vibra
em apenas um plano, ao contrário da luz natural, que é constituída em todas as direções.
Dizemos que as substâncias que desviam o plano da luz polarizada têm atividade óptica ou que elas são
oticamente ativas.
Caso o desvio ocorra para a direita, dizemos que são dextrógiras; ocorrendo o inverso, dizemos que se
trata de substâncias levógiras.
Desvio para direita → dextrógira (d)
Desvio para esquerda → levógira (l)
A atividade óptica de uma substância decorre de sua assimetria molecular.
Assimetria molecular → Atividade Óptica
A causa mais comum de assimetria molecular é a presença de pelo menos um carbono assimétrico.
Chamamos de carbono assimétrico (assinalado C*) o átomo de carbono ligado a quatro grupos
38MATOZO; H. C.
C C
H H
Cl Cl
C C
H Cl
Cl H
C
C
C
C
O
O
H
H
H
H
C
C
C
H
O
H
H
C
O
H
Cis Trans
Ácido fumárico
Ácido maléico
diferentes.
Onde : R1 ≠ R2 ≠ R3 ≠ R4
Estereoisômeros não são isômeros constitucionais. Os seus átomos estão ligados da mesma forma, mas
diferem na sua disposição:
Estes compostos são isômeros porque não podem ser facilmente convertidos um no outro, por causa da
grande barreira energética da rotação em torno da ligação dupla. Os estereoisômeros podem ser
subdivididos em duas categorias: enantiômeros e diasteroisômeros.
Os enantiômeros são isômeros cujas moléculas são reflexões não sobreponíveis uma na outra:
Só ocorrem enantiômeros quando a molécula é quiral. Um objecto é quiral quando não é sobreponível
com a sua imagem no espelho. Por exemplo, a reflexão da mão esquerda não é sobreponível com a mão
esquerda, mas com a mão direita. As mãos são, por isso, quirais.
Uma forma de reconhecer a possibilidade de existência de enantiômeros é identificar se na molécula
existe um átomo tetraédrico com quatro substituintes diferentes. Trocar dois destes substituintes entre si
converte um enantiômero no outro (ver exemplo acima). Esta reação não ocorre espontâneamente, uma
vez que exigiria a quebra de ligações em torno do carbono, o que exige uma energia.
Se todos os átomos tetraédricos numa molécula têm dois substituintes iguais a molécula será aquiral
(ex.: o propan-2-ol)
Diasteroisômeros são moléculas que não são reflexões uma da outra:
39MATOZO; H. C.
R1
C* R2
R4
R3
14-6-2-1- ESTEREOQUÍMICA: REPRESENTAÇÕES DE NEWMAN
Examinemos o etano:
As representações ao centro e à direita denominam-se Representações de Newman. Representam o que
um observador veria se olhasse para a molécula no sentido de uma das ligações carbono-carbono. P. ex.,
uma representação do butano seria:
Sabemos que é possível a rotação livre em torno das ligações simples. Mas nem todas as conformações
possíveis têm a mesma energia: as conformações eclipsadas são desfavoráveis, por causa das repulsões
entre as nuvens eletrônicas dos substituintes. As conformações mais estáveis serão as conformações
alternadas. Existem dois tipos principais de conformações alternadas, segundo as posições relativas dos
substituintes de cada um dos carbonos. Anti é a mais estável, porque aí é máximo o afastamento entre os
substituintes
Por exemplo, o carbono assinalado do ácido láctico é assimétrico.
Uma molécula como ácido láctico, que contêm um átomo assimétrico, é chamado molécula assimétrica.
A presença do carbono assimétrico na molécula de uma substância lhe confere atividade óptica. Podemos
encontrar dois ácidos lácticos com comportamento diferente, isto é, que desviam o plano da luz
polarizada em sentidos contrários: um é dextrógiro e o outro é levógiro. Tal fato reflete a existência de
dois tipos de moléculas de ácido láctico com estruturas diferentes. As duas estruturas moleculares
40MATOZO; H. C.
H3C C*
O
OH
H
OH
diferem entre si como um objeto e sua imagem refletida num espelho plano, ou como a mão direita e a
mão esquerda: elas não são superponíveis. Cada uma corresponde a um dos dois tipos de moléculas do
ácido láctico: têm a mesma fórmula molecular, mas suas atividades ópticas são diferentes. Por isso
dizemos que as duas moléculas são isômeros ópticos. Os dois isômeros, o dextrógiro e o levógiro, são
chamados antípodas ópticas ou enantiomorfos.
Uma mistura formada por quantidades equimolares dos dois antípodas ópticos é chamadas de mistura
racêmica e é oticamente inativa. Em outras palavras, o isômero dl não desvia o plano da luz polarizada,
pois as atividades ópticas do dextrógiro e do levógiro são contrárias e uma neutraliza a outra.
Vejamos outro exemplo: Butan-2-ol apresenta um carbono assimétrico:
Existirá, portanto, o d-butan-2-ol e o l-butan-2-ol e o dl-butan-2-ol (oticamente inativo).
Havendo apenas um átomo de carbono assimétrico, o total de isômeros será três, sendo dois oticamente
ativo e um inativo.
Para compostos com dois ou mais átomos de carbono assimétrico e diferentes, encontra-se o número de
isômeros ativos pela fórmula 2n
, sendo n o número de átomos de carbono assimétrico e diferentes. O
número de isômeros inativos é dada pela fórmula 2n-1
(que é 2n
/2).
Por exemplo: num composto com 4 átomos de carbono assimétrico e diferentes, teremos 16 isômeros
ativos e 8 inativos.
15- CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES ORGÂNICAS
As reações com compostos orgânicos se realizam por meio de ruptura de ligações e formação de novas
ligações.
Tomando o composto AB, a liação entre dois átomos A e B pode ser rompida de dois modos:
Cisão Homolítica (homólise), nesta ruptura, cada átomo leva seu elétron, dando como resultado dois
radicais (átomos com elétrons não emparelhados).
Esta ruptura se dá pela adição de calor, luz e de reativos que contenham elétrons desemparelhados, como
o oxigênio, e produtos de decomposição de peróxidos. Esse mecanismo aparece frequentemente na fase
gasosa.
Cisão heterolítica (heterólise), nessa ruptura, o par eletrônico fica com um átomo apenas.
Essas reações se realizam frequentemente em solução e são catalisadas por ácidos ou bases. Não são
afetadas por luz, oxigênio ou peróxidos. Essa cisão acontece quando a reação ocorre em um líquido
polar, ou polar, ou seja, líquido com constante diéletrica elevada.
41MATOZO; H. C.
H3C C*
H2
C CH3
H
OH
A B A B
A B A B
+
As reações orgânicas podem ser classificadas em três tipos fundamentais: substituição, adição e
eliminação.
Podemos citar, ainda, reações de rearranjo, transferência de próton e oxirredução.
15-1-REAÇÕES DE COMBUSTÃO
A combustão não depende apenas do combustível, mas também do Oxigênio chamado de comburente.
Na reação de combustão libera uma grande quantidade de energia (na forma de luz e calor). Há três tipos
de combustão:
15-1-1- COMBUSTÃO COMPLETA
15-1-2- COMBUSTÃO INCOMPLETA, COM FORMAÇÃO DE MONÓXIDO DE CARBONO
15-1-3- COMBUSTÃO INCOMPLETA, COM FORMAÇÃO DE CARBONO (FULIGEM)
Observação: Todos os hidrocarbonetos são combustíveis, formando H2O e originando C, CO e CO2,
conforme o tipo de combustão sofrida.
15-2-REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO
Na reação de substituição, um grupo ligado a um átomo de carbono é removido e outro toma o seu lugar.
Não há variação no grau de insaturação, isto é, o número de ligantes em torno do carbono não altera.
Exemplos:
Observação: O mesmo acontece com os outros halogênios, verificando experimentalmente que a ordem
de reatividade é F2 > Cl2 >Br2 > I2. O Fluor é oque maior tendeência para reagir ( reação que pode ser
explosiva), e o iodo, a menor (praticamente não reage).
42MATOZO; H. C.
CH4 + O2 C + H2O
H3C H + Cl Cl
Luz
HCl + H3C Cl
C
H
H
H C C C C
H
C C
C
H
C
Carbono Primário Carbono Secundário
Carbono Terciário
Aumento da Tendência do H sofrer substituição
CH4 + 2O2 CO2 + 2H2O
2CH4 + 3O2 2CO + 4H2O
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  • 2. SUMÁRIO Páginas 1- História da Química............................................................................................................................ 07 2- Tabela Periódica dos Elementos........................................................................................................ 07 2-1- Classificação Periódica Moderna.............................................................................................. 07 3- Ligações................................................................................................................................................ 08 3-1- Ligação Covalente Normal........................................................................................................ 08 3-2- Ligação Covalente Dativa.......................................................................................................... 08 4- Eletronegatividade, Polaridade e Energia de Ligação..................................................................... 09 5- História da Química Orgânica............................................................................................................ 10 5-1- Primórdios da Química Orgânica.............................................................................................. 10 5-2- A Química Orgânica no início do século XIX........................................................................... 10 6- Elemento Carbono.............................................................................................................................. 11 7- Ligações entre Carbonos..................................................................................................................... 12 8- Nomenclatura de Compostos Orgânicos Segundo a International Union of Pure and Aplied Chemystry- IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada)........................................... 13 8-1- Introdução.................................................................................................................................... 13 8-2- Função Hidrocarboneto (CxHy)................................................................................................ 13 8-3- Fundamentos da Nomenclatura Orgânica................................................................................ 13 8-4- Principais Funções Orgânicas.................................................................................................... 14 9- Séries dos Compostos Orgânicas ....................................................................................................... 17 10- Cálculo para Insaturações................................................................................................................. 18 11- Principais Diferenças entre Compostos Orgânicos em relação aos Inorgânicos......................... 18 12- Polaridade........................................................................................................................................... 19 13- Principais Propriedades Químicas e Físicas dos Compostos Orgânicos....................................... 19 13-1- Propriedades Gerais dos Hidrocarbonetos............................................................................ 19 13-1-1- Força de Interação Molecular..................................................................................... 19 13-1-2- Pontos de Fusão e Ebulição......................................................................................... 20 13-1-3- Fase de Agregação........................................................................................................ 20 13-1-4- Densidade...................................................................................................................... 20 13-1-5- Solubilidade.................................................................................................................. 20 13-1-6- Reatividade................................................................................................................... 20 13-1-7- Propriedades Organolépticas...................................................................................... 20 13-1-8- Aplicações Práticas...................................................................................................... 20 13-2- Propriedades Gerais dos álcoois (-OH “Cadeia Saturada”)................................................ 21 13-2-1- Força de Interação Molecular................................................................................... 21 13-2-2- Pontos de Fusão e Ebulição....................................................................................... 21 13-2-3- Fase de Agregação...................................................................................................... 21 13-2-4- Densidade.................................................................................................................... 21 13-2-5- Solubilidade................................................................................................................. 21 13-2-6- Reatividade.................................................................................................................. 21 13-2-7- Propriedades Organolépticas.................................................................................... 21 13-2-8- Aplicações Práticas..................................................................................................... 22 2MATOZO; H. C. ESCOLA MUNICIPAL GOVERNADOR ISRAEL PINHEIRO DE 1º E 2º GRAUS ESCOLA MUNICIPAL GOVERNADOR ISRAEL PINHEIRO DE 1º E 2º GRAUS Rua 37, nº 115, Loanda - João Monlevade - Minas Gerais - CEP: 35.931-026 Rua 37, nº 115, Loanda - João Monlevade - Minas Gerais - CEP: 35.931-026 Professor: Huita do Couto Matozo Disciplina: Química Orgânica Teórica 2008-2010
  • 3. 13-3- Propriedades Gerais dos Haletos Orgânicos (-F; -Cl; -Br; -I)............................................ 22 13-3-1- Força de Interação Molecular................................................................................... 22 13-3-2- Pontos de Fusão e Ebulição....................................................................................... 22 13-3-3- Fase de Agregação...................................................................................................... 22 13-3-4- Densidade.................................................................................................................... 22 13-3-5- Solubilidade................................................................................................................ 23 13-3-6- Reatividade................................................................................................................. 23 13-3-7- Propriedades Organolépticas.................................................................................... 23 13-3-8- Aplicações Práticas.................................................................................................... 23 13-4- Propriedades Gerais dos Fenóis (Ar-OH)............................................................................. 23 13-4-1- Força de Interação Molecular................................................................................... 23 13-4-2- Pontos de Fusão e Ebulição....................................................................................... 23 13-4-3- Fase de Agregação...................................................................................................... 23 13-4-4- Densidade.................................................................................................................... 23 13-4-5- Solubilidade................................................................................................................ 23 13-4-6- Reatividade................................................................................................................. 24 13-4-7- Propriedades Organolépticas.................................................................................... 24 13-4-8- Aplicações Práticas.................................................................................................... 24 13-5- Propriedades Gerais dos Éteres (C-O-C)............................................................................. 24 13-5-1- Força de Interação Molecular.................................................................................. 24 13-5-2- Pontos de Fusão e Ebulição...................................................................................... 24 13-5-3- Fase de Agregação..................................................................................................... 24 13-5-4- Densidade................................................................................................................... 24 13-5-5- Solubilidade............................................................................................................... 24 13-5-6- Reatividade................................................................................................................ 24 13-5-7- Propriedades Organolépticas................................................................................... 25 13-5-8- Aplicações Práticas................................................................................................... 25 13-6- Propriedades Gerais dos Éteres (H-C=O)............................................................................ 25 13-6-1- Força de Interação Molecular.................................................................................. 25 13-6-2- Pontos de Fusão e Ebulição...................................................................................... 25 13-6-3- Fase de Agregação..................................................................................................... 25 13-6-4- Densidade................................................................................................................... 25 13-6-5- Solubilidade............................................................................................................... 25 13-6-6- Reatividade................................................................................................................ 25 13-6-7- Propriedades Organolépticas................................................................................... 25 13-6-8- Aplicações Práticas................................................................................................... 26 13-7- Propriedades Gerais das Cetonas (C=O)............................................................................ 26 13-7-1- Força de Interação Molecular.................................................................................. 26 13-7-2- Pontos de Fusão e Ebulição...................................................................................... 26 13-7-3- Fase de Agregação..................................................................................................... 26 13-7-4- Densidade................................................................................................................... 26 13-7-5- Solubilidade............................................................................................................... 26 13-7-6- Reatividade................................................................................................................ 26 13-7-7- Propriedades Organolépticas................................................................................... 26 13-7-8- Aplicações Práticas................................................................................................... 26 13-8- Propriedades Gerais dos Ácidos Carboxílicos (HO-C=O)................................................ 27 13-8-1- Força de Interação Molecular.................................................................................. 27 13-8-2- Pontos de Fusão e Ebulição...................................................................................... 27 13-8-3- Fase de Agregação..................................................................................................... 27 13-8-4- Densidade................................................................................................................... 27 13-8-5- Solubilidade............................................................................................................... 27 3MATOZO; H. C.
  • 4. 13-8-6- Reatividade................................................................................................................ 27 13-8-7- Propriedades Organolépticas................................................................................... 27 13-8-8- Aplicações Práticas................................................................................................... 27 13-9- Propriedades Gerais dos Ésteres (C-O-C=O).................................................................... 28 13-9-1- Força de Interação Molecular.................................................................................. 28 13-9-2- Pontos de Fusão e Ebulição...................................................................................... 28 13-9-3- Fase de Agregação..................................................................................................... 28 13-9-4- Densidade................................................................................................................... 28 13-9-5- Solubilidade............................................................................................................... 28 13-9-6- Reatividade................................................................................................................ 28 13-9-7- Propriedades Organolépticas................................................................................... 28 13-9-8- Aplicações Práticas................................................................................................... 28 13-10- Propriedades Gerais dos Sais de Ácidos Carboxílicos (M-O-C=O).............................. 28 13-10-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 28 13-10-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 29 13-10-3- Fase de Agregação................................................................................................... 29 13-10-4- Densidade................................................................................................................. 29 13-10-5- Solubilidade............................................................................................................. 29 13-10-6- Reatividade.............................................................................................................. 29 13-10-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 29 13-10-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 29 13-11- Propriedades Gerais das Aminas (R-N-R2)..................................................................... 29 13-11-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 29 13-11-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 29 13-11-3- Fase de Agregação................................................................................................... 29 13-11-4- Densidade................................................................................................................. 30 13-11-5- Solubilidade............................................................................................................. 30 13-11-6- Reatividade.............................................................................................................. 30 13-11-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 30 13-11-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 30 13-12- Propriedades Gerais das Amidas (O=C-N-R2)................................................................ 30 13-12-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 30 13-12-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 30 13-12-3- Fase de Agregação................................................................................................... 30 13-12-4- Densidade................................................................................................................. 30 13-12-5- Solubilidade............................................................................................................. 31 13-12-6- Reatividade.............................................................................................................. 31 13-12-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 31 13-12-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 31 13-13- Propriedades Gerais dos Nitrocompostos (-NO2)........................................................... 31 13-13-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 31 13-13-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 31 13-13-3- Fase de Agregação................................................................................................... 31 13-13-4- Densidade................................................................................................................. 31 13-13-5- Solubilidade............................................................................................................. 31 13-13-6- Reatividade.............................................................................................................. 31 13-13-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 31 13-13-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 31 13-14- Propriedades Gerais dos Nitrilos (RN)........................................................................... 32 13-14-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 32 13-14-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 32 4MATOZO; H. C.
  • 5. 13-14-3- Fase de Agregação................................................................................................... 32 13-14-4- Densidade................................................................................................................. 32 13-14-5- Solubilidade............................................................................................................. 32 13-14-6- Reatividade.............................................................................................................. 32 13-14-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 32 13-14-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 32 13-15- Propriedades Gerais dos Tioálcoois (-SH)...................................................................... 32 13-15-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 32 13-15-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 32 13-15-3- Fase de Agregação................................................................................................... 33 13-15-4- Densidade................................................................................................................. 33 13-15-5- Solubilidade............................................................................................................. 33 13-15-6- Reatividade.............................................................................................................. 33 13-15-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 33 13-15-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 33 13-16- Propriedades Gerais dos Tioéteres (-S-)......................................................................... 33 13-16-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 33 13-16-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 33 13-16-3- Fase de Agregação................................................................................................... 33 13-16-4- Densidade................................................................................................................. 33 13-16-5- Solubilidade............................................................................................................. 33 13-16-6- Reatividade.............................................................................................................. 33 13-16-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 34 13-16-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 34 13-17- Propriedades Gerais dos Compostos de Gringnard (R-MgCl).................................... 34 13-17-1- Força de Interação Molecular................................................................................ 34 13-17-2- Pontos de Fusão e Ebulição.................................................................................... 34 13-17-3- Fase de Agregação................................................................................................... 34 13-17-4- Densidade................................................................................................................. 34 13-17-5- Solubilidade............................................................................................................. 34 13-17-6- Reatividade.............................................................................................................. 34 13-17-7- Propriedades Organolépticas................................................................................. 34 13-17-8- Aplicações Práticas................................................................................................. 34 14- Isomeria............................................................................................................................................... 34 14-1- Hibridização dos Orbitais do Átomo de Carbono.................................................................. 35 14-2- Isomeria Plana: Mesma Fórmula Molecular, Compostos Diferentes.................................. 36 14-2-1- Isomeria de Cadeia....................................................................................................... 36 14-2-2- Isomeria de Compensação ou Metameria................................................................... 36 14-2-3- Isomeria de Função....................................................................................................... 36 14-2-4- Isomeria de Posição....................................................................................................... 36 14-2-5- Dinâmica ou Tautometria............................................................................................ 37 14-2-6- Isomeria Espacial.......................................................................................................... 37 14-2-6-1- Isomeria Geométrica Cis-Trans................................................................... 37 14-2-6-2- Isomeria Óptica............................................................................................. 38 14-2-6-2-1- Estereoquímica: representações de Newman.......................... 40 15- Classificações das Reações Orgânicas.............................................................................................. 41 15-1- Reações de Combustão............................................................................................................ 42 15-1-1- Combustão Completa................................................................................................... 42 15-1-2- Combustão Incompleta, com Formação de Monóxido de Carbono........................ 42 15-1-3- Combustão Incompleta, com Formação de Carbono (fuligem)............................... 42 15-2- Reações de substituição........................................................................................................... 42 5MATOZO; H. C.
  • 6. 15-2-1- Dirigência de Substituição em Aromáticos............................................................... 43 15-3- Reações de Adição.................................................................................................................... 44 15-4- Reações de Eliminação............................................................................................................ 45 15-5- Reações de Transferência de Prótons.................................................................................... 45 15-6- Reações de Rearranjo............................................................................................................. 45 15-7- Reações de Oxirredução......................................................................................................... 45 16- Classificação dos Reagentes.............................................................................................................. 46 16-1- Reagente Nucleófilo................................................................................................................... 46 16-2- Reagente Eletrófilo................................................................................................................... 46 16-3- Radical Livre............................................................................................................................. 46 17- Mecanismos de Reações..................................................................................................................... 47 17-1- Adição Eletrofílica..................................................................................................................... 47 17-2- Adição Nucleofílica.................................................................................................................... 47 17-3- Substituição por Radicais Livres............................................................................................. 48 17-4- Substituição Nucleofílica........................................................................................................... 48 17-5- Substituição Eletrofílica............................................................................................................ 49 17-6- Reação de Eliminação............................................................................................................... 49 17-7- Reação de Desidratação............................................................................................................ 50 18- Resumo de Reações Orgânicas Básicas............................................................................................ 53 19- Regra de Markowinikoff................................................................................................................... 54 20- Regra de Karash................................................................................................................................ 54 21- Determinação de Fórmula Percentual............................................................................................. 54 22- Determinação da Energia de Ligação.............................................................................................. 55 23- Atividades........................................................................................................................................... 56 24- Referências Bibliográficas................................................................................................................. 69 6MATOZO; H. C.
  • 7. 1- HISTÓRIA DA QUÍMICA Se compararmos os milhões de anos que sabemos existir vida humana na Terra com a curiosidade de saber do que é constituída a matéria, chegaremos à conclusão de que esta preocupação é muito recente. Provavelmente os primeiros a se preocuparem em especular sobre a constituição da matéria foram os gregos, há pouco mais de 2.400 anos. O homem pré-histórico, por tentativas e erros, descobriu como lascar a pedra como construir armas e algo muito importante na história da matéria - o fogo - através do atrito entre pedaços de madeira. Na história da química, foram também importantes, as descobertas de alguns metais, milhares de anos antes de Cristo. O ouro, que deve ter sido encontrado na forma de pepitas, o cobre, talvez livre ou chamando a atenção por sua cor quando alguma fogueira foi produzida em local onde havia o seu minério. De qualquer forma, aproximadamente 3000 a.C. o ser humano conhecia o chumbo, o cobre, o bronze (obtido da fusão do estanho com o cobre). O ferro, talvez conhecido através da queda de meteoritos, já era utilizado pelo hititas, 1500 a.C. Enfim, as civilizações antigas desenvolveram a metalurgia e obtiveram o vinho, a cerveja, o vidro e uma série de outros materiais, sem se preocupar por que tais fenômenos ocorriam. Uma reflexão sobre a História da Química, ou mesmo sobre a História Geral, deveria nos levar a conclusão de que nossos antecessores não erraram. Apenas construíram, passo a passo, os fundamentos do conhecimento atual. Por outro lado, se tivermos a pretensão de sermos proprietários da verdade, em absolutamente nada estaremos contribuindo com o conhecimento futuro. Pense nisto e ouse questionar o que aprendemos e ensinamos. A Ciência Química poderá ser eternamente grata a você por isto!!! Apresento um pouco sobre a tabela periódica, ligações, eletronegatividade, polaridade, energia de ligação (entalpia de ligação) e em seguida a Química Orgânica. 2- TABELA DOS ELEMENTOS Tabela 2-1 Elementos químicos 1 1A 2 2A 3 3B 4 4B 5 5B 6 6B 7 7B 8 8B 9 8B 10 8B 11 1B 12 2B 13 3A 14 4A 15 5A 16 6A 17 7A 18 8A H @ H @ He Li Be B C N O F Ne Na Mg Al Si P S Cl Ar K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe Cs Ba # La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn Fr Ra *Ac Rf Db Jl Rf Bh Hn Mt Uun Uuu Unb Unt Unq Unh Uns Uno # La Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu *Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Ce Fm Md No Lr H@ : Pode localizar-se nos dois grupos 1A (1) e 7A (17), no grupo 1, porque apresenta um elétron no nível mais externo. No grupo 17, porque necessita de um elétron para atingir uma configuração eletrônica estável de gás raro. 2-1- CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA MODERNA A tabela periódica atual é constituída por: – Sete Períodos (Horizontais): onde o período indica quantos níveis de energia o átomo do elemento 7MATOZO; H. C.
  • 8. apresenta em sua configuração eletrônica. – Dezoito colunas, Grupos ou Famílias (Verticais): onde o grupo indica o elétron de diferenciação do átomo do elemento, ou seja, o elétron de maior energia. Elementos representativos: são os elementos dos grupos lA (1) a 8A (18). Grupo lA ( 1) = família dos metais alcalinos Grupo 2A ( 2) = família dos metais alcalinos-terrosos Grupo 3A (13) = família do boro Grupo 4A (14) = família do carbono Grupo 5A (15) = família do nitrogênio Grupo 6A (16) = família dos cacogenios Grupo 7A (17) = família dos halogênios Grupo 8A (18) = família dos gases raros Nos elementos representativos, o elétron de diferenciação localiza-se num subnível s (1A e 2A) ou p (3A a 8A) e o número de elétrons da camada de valência indica o grupo do elemento. Elementos de Transição: são os elementos dos grupos 3B (3) a 2B (12). Nos elementos de transição, o elétron de diferenciação localiza-se no subnível d. A soma dos elétrons do subnível d aos elétrons da camada de valência indica o grupo desses elementos. Os elementos dos grupos lB e 2B apresentam o subnível d totalmente preenchido e 1 e 2 elétrons na camada de valência, respectivamente. Elementos de Transição Interna: elementos pertencentes à série dos lantanídeos (6º período) e actinídeos (7º período). Nos elementos de transição interna, o elétron de diferenciação localiza-se no subnível f. São considerados pertencentes ao grupo 3B (3). 3-LIGAÇÕES 3-1- LIGAÇÃO COVALENTE NORMAL Há um compartilhamento de elétrons entre os átomos, que possuem tendência de ganhar elétrons. Cada ligação covalente normal é constituída por um par de elétrons, um de cada átomo. Fórmula estrutural: representa as ligações covalentes através de um traço. Fórmula molecular: indica o número de átomos de um elemento em um composto através de um índice. Exemplo: as ligações da água 1 H –1s1 : precisa ganhar 1 elétron 8 O –1s2 2s2 2p4 : precisa ganhar 2 elétrons 3-2- LIGAÇÃO COVALENTE DATIVA Há um compartilhamento de elétrons entre os átomos, que possuem tendência de ganhar elétrons. Cada ligação covalente dativa é constituída por um par de elétrons, ambos de um único átomo. 8MATOZO; H. C.
  • 9. Exemplo: as ligações do dióxido de enxofre 16 S – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4 : precisa ganhar 2 elétrons 8 O –1s2 2s2 2p4 : precisa ganhar 2 elétrons 4- ELETRONEGATIVIDADE, POLARIDADE E ENERGIA DE LIGAÇÃO Numa ligação covalente, o par eletrônico é compartilhado entre dois átomos. Isto significa que o par é atraído simultaneamente para o núcleo de ambos os átomos, resultando numa competição pelos elétrons. A atração exercida por um átomo sobre o par de elétrons na sua camada de valência depende da carga nuclear efetiva (a carga nuclear menos o efeito de blindagem das camadas internas) e da distância entre os núcleos e a camada de valência. Esta atração é medida por uma quantidade chamada eletronegatividade, que é definida como a tendência relativa de um átomo em atrair o par de elétrons da ligação. Quando os átomos ligados por covalência são idênticos não há diferença de eletronegatividade, portanto, ambos os átomos atraem o par eletrônico com a mesma intensidade. Nesse caso, dizemos que a ligação é covalente não-polar. Se houver diferença de eletronegatividade entre dois átomos, a ligação será covalente polar, pois o par eletrônico estará distribuído assimetricamente, mais próximo do átomo mais eletronegativo. O conceito de polaridade também é útil para descrevermos moléculas que exibem uma separação parcial de cargas. Uma molécula não-polar é aquela em que a posição média de todas as cargas positivas coincide com a posição média de todas as cargas negativas. Numa molécula polar existe uma separação de cargas, ou seja, os dois centros de carga não coincidem. Tomemos como primeiro exemplo, a molécula de hidrogênio (H - H): os centros de carga positiva são os dois núcleos. O par eletrônico compartilhado está igualmente distante de ambos, ou seja, se traçarmos um plano que divida a molécula exatamente ao meio, teremos duas metades com um núcleo e um elétron. Isso significa que entre os dois átomos de hidrogênio não existe diferença de eletronegatividade, portanto, o par eletrônico é igualmente atraído pelos dois átomos. A molécula é apolar. A situação é diferente na molécula de cloreto de hidrogênio (H - Cl): agora os centros de carga não coincidem. O centro de cargas negativas se encontra mais próximo do átomo de cloro, que é mais eletronegativo. Se traçarmos um plano que divida a molécula exatamente ao meio, teremos duas metades diferentes. Uma com o núcleo do hidrogênio e outra com o núcleo do cloro e com o par eletrônico compartilhado. Isso significa que, apesar da molécula ser eletricamente neutra, existe um pólo positivo e um pólo negativo. Dizemos que a molécula é polar, ou um dipolo. A polaridade de uma molécula diatômica depende exclusivamente da polaridade de sua ligação. No entanto, em moléculas poliatômicas é preciso levar em conta não só a polaridade de suas ligações, mas também a sua geometria. Consideremos, por exemplo, a molécula de dióxido de carbono (O=C=O): pelo método VSPER podemos predizer que a molécula é linear. (O número estérico do carbono é 2 e não há pares isolados). Entretanto, apesar de todas as ligações carbono-oxigênio serem polares, o CO2 é uma molécula apolar. Isto se deve ao fato do deslocamento da carga eletrônica (em direção ao átomo mais eletronegativo) em uma ligação ser exatamente compensada pelo correspondente deslocamento na outra ligação. Trata-se de uma simples observação da resultante entre vetores. Nestes casos, dizemos que o momento dipolar da molécula é zero. Nas moléculas polares o momento dipolar é diferente de zero.Para identificar se uma molécula é polar ou apolar, pode-se utilizar de uma regra prática: Se o número de pares eletrônicos ao redor do átomo central (incluindo os ligantes) for igual ao número de átomos iguais ligados a ele, a molécula será apolar. Caso estes números não coincidam, a molécula será polar. (As ligações dativas, duplas e triplas devem ser contadas como apenas um par eletrônico). Veja alguns exemplos: 9MATOZO; H. C.
  • 10. ]Quadro 4-1 Polaridade de alguns compostos CCl4 4 pares eletrônicos e 4 átomos iguais apolar CHCl3 4 pares eletrônicos e 3 átomos iguais polar SO3 3 pares eletrônicos e 3 átomos iguais apolar HCN 2 pares eletrônicos e 0 átomos iguais polar BF3 3 pares eletrônicos e 3 átomos iguais apolar H2O 4 pares eletrônicos e 2 átomos iguais polar NH3 4 pares eletrônicos e 3 átomos iguais polar OBS: Toda substância simples é apolar. A força de uma ligação química é medida pela energia necessária para rompê-la. Uma ligação forte apresenta uma energia de ligação alta. Essa energia é geralmente positiva e é expressa em kJ/mol, ou seja, a energia necessária para a dissociação de um mol de ligações. Apesar dos esforços, é muito difícil medir a energia de ligação de moléculas com mais de dois átomos. Além da dificuldade de se obter dados exatos, a força de ligação entre dois átomos é influenciada pelos outros átomos que estão ligados a eles. Assim, uma energia de ligação média é obtida tirando-se a média das energias de ligação feitas com compostos diferentes que contêm a ligação em questão. 5- HISTÓRIA DA QUÍMICA ORGÂNICA 5-1-Primórdios da Química Orgânica A primeira separação da Química inorgânica e orgânica ocorreu por volta de 1777 e foi proposta pelo químico alemão Torben Olof Bergman (1735-1784) . No início do século XIX químicos concordavam que as propriedades de substâncias dependiam da composição dos "átomos compostos" (moléculas), mas nada se sabia ainda sobre moléculas; este conhecimento foi adquirido ao longo de meio século de confusões, amarguras e até tragédias para se provar que: a) moléculas consistem de arranjos de átomos num modo definido; b) propriedades de uma substância dependem não somente do tipo e número de átomos presentes, mas também do modo que os átomos estão arranjados na molécula. 5-2- A Química Orgânica no início do século XIX Estado relativamente primitivo: não se sabia definir claramente como as substâncias orgânicas diferiam das inorgânicas; era bem menos desenvolvida que a química dos metais e dos elementos mais comuns (enxofre, fósforo e nitrogênio). Basicamente química de produtos naturais, dividida em Química Vegetal e Química Animal. Compostos orgânicos vegetais: açúcar, ácidos, goma, índigo, princípio azedo, princípio extrativo, tanino, cânfora, borracha de apagar etc. Compostos orgânicos animais*: gelatina, albumina, fibrina, uréia, sangue, bílis, saliva, urina etc. 10MATOZO; H. C.
  • 11. Sabia-se que compostos orgânicos continham carbono e hidrogênio. As vezes oxigênio, nitrogênio e enxofre, como componentes essenciais; mas a capacidade de purificá-los, cristalizá-los e analisá-los ainda era muito primitiva (por encontrar dificuldades analíticas, Berzelius afirma, erroneamente, em 1811, que as substâncias orgânicas não obedecem à lei das proporções definidas!) Wöhler, já em 1835: "para mim, a Química Orgânica parece uma floresta dos trópicos, repleta das coisas mais notáveis"; a exploração desta floresta e a limpeza da vegetação rasteira foram tarefa iniciada na primeira metade do século XIX. As descobertas alterariam todo o aspecto da Química. VITALISMO: crença de que compostos orgânicos eram produzidos com a intermediação de uma força vital, presente somente em plantas e animais. Assim, não podiam, portanto, ser sintetizados no laboratório (só podiam ser convertidos em outros compostos, como nas cervejarias, vinícolas etc.). O VITALISMO é seriamente questionado pela obtenção de uréia, por Wöhler, em 1828, a partir de cianato de prata e cloreto de amônio ou cianato de chumbo e hidróxido de amônio; mas só passa a ser abandonado à medida que o conhecimento sobre substâncias orgânicas e suas sínteses foi se acumulando (síntese do ácido acético, Kolbe, 1844; sínteses de Berthelot, anos 1850). Então, com a síntese da uréia, Wöhler deu ínicio a um grande campo de pesquisa, o das sínteses orgânicas. 6- ELEMENTO CARBONO Defini-se, tradicionalmente a Química Orgânica como sendo o ramo da Química que se ocupa dos compostos de carbono, de maneira geral. Há tantos compostos orgânicos naturais e sintéticos, que estes foram classificados em funções; a classificação em funções orgânicas é feita de acordo com a estrutura molecular e o comportamento químico dos compostos. O elemento químico carbono (C) tem número atômico igual a 6; raio atômico 0,77A; eletronegatividade 2,5; estados de oxidação -4 a +4. Em geral, o primeiro elemento de um grupo difere dos demais, por causa de sue menor tamanho, maior eletronegatividade e a inexistência de orbital d. O Carbono difere dos demais elementos deste grupo por limitar-se um número de coordenação quatro (por causa da inexistência de orbitais d no segundo nível) na capacidade única de formar ligações múltiplas, tais como e na acentuada tendência de formar cadeias. A capacidade de formar cadeias está relacionada com a energia de ligação. C Z=6 1s2 2s2 2p2 estado fundamental Figura 6-1- Diagrama de Energia (s2 p6 d10 f14 ) 11MATOZO; H. C.
  • 12. Suas ligações com outros átomos são covalentes. Utiliza-se em Química Orgânica as fórmulas estruturais de preferência as fórmulas moleculares. As fórmulas estruturais planas baseiam-se nos postulados estabelecidos por August Kekulé em 1858: Primeiro: Os átomos de carbono são tetravalentes. Segundo: As quatro valências se equivalem. Terceiro: Os átomos de carbono podem ligar-se entre si formando as cadeias carbônicas Chamamos de cadeia a uma sucessão de átomos ligados entre-si. Examinemos as seguintes fórmulas estruturais planas,observando as valências e a formação das cadeias: Metano Etano Eteno Etino 7- LIGAÇÕES ENTRE CARBONOS As ligações entre átomos de carbono podem ser: a)Simples (hibridação sp3 ) quando dois átomos se ligam por apenas uma unidade de valência; exemplo: Etano ou simplificada Etano H3C - CH3 b)Dupla (hibridaçãosp2 )quando dois átomos se ligam por duas unidades de valência; exemplo: Eteno ou simplificada Eteno c)Tripla (hibridação sp)quando dois átomos se ligam por três unidades de valência; exemplo: Etino ou simplificada Etino 12MATOZO; H. C. C H H H H C H H H C H H H C C H H H C C H H C H H H C H H H HC CH C C H H H2C CH2 C C H H H
  • 13. 8- NOMENCLATURA DE COMPOSTOS ORGÂNICOS SEGUNDO A INTERNATIONAL UNION OF PURE AND APLIED CHEMYSTRY (UNIÃO INTERNACIONAL DE QUÍMICA PURA E APLICADA) 8-1- INTRODUÇÃO Função Orgânica: é um conjunto de substâncias com propriedades químicas semelhantes (propriedades funcionais) Grupo funcional: é o átomo ou grupo de átomos responsável(eis) pelas propriedades químicas dos compostos pertencentes a uma determinada função química. A nomenclatura orgânica oficial começou a ser criada em 1892 em um congresso internacional em Genebra, após várias reuniões surgiu a nomenclatura IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada). A nomenclatura IUPAC obedece aos seguintes princípios: 1) Cada composto tenha um único nome que o distinga dos demais; 2) Dada a fórmula estrutural de um composto, seja possível elaborar seu nome, e vice-versa. Obs.: Apesar de a nomenclatura IUPAC ser a oficial, existem outros tipos de nomenclatura como por exemplo a nomenclatura usual. 8-2- FUNÇÃO HIDROCARBONETO (CxHy) Os compostos pertencentes a esta função são constituídos exclusivamente por carbono e hidrogênio, portanto possuem fórmula geral: CxHy. Os hidrocarbonetos são muito importantes porque formam o "esqueleto" das demais funções orgânicas. Os Hidrocarbonetos estão divididos em várias classes, dentre as quais merecem destaque os alcanos, alcenos (alquenos), alcinos (alquinos), alcadienos, cicloalcanos, cicloalcenos e os hidrocarbonetos aromáticos. 8-3- FUNDAMENTOS DA NOMENCLATURA ORGÂNICA PREFIXO + AFIXO + SUFIXO Prefixo: indica o número de átomos de carbono pertencentes a cadeia principal. 1C = met 6C = hex 11C = undec 2C = et 7C = hept 12C = dodec 3C = prop 8C = oct 13C = tridec 4C = but 9C = non 15C = pentadec 5C = pent 10C = dec 20C = eicos Afixo ou infixo: indica o tipo de ligação entre os carbonos: 13MATOZO; H. C.
  • 14. todas simples = an duas duplas = dien uma dupla = en três duplas = trien uma tripla = in duas triplas = diin Sufixo: indica a função Hidrocarboneto terminação o Tabela 8-3-1: Classes dos Hidrocarbonetos CLASSE TIPO DE CADEIA CARBONICA Exemplo ALCANO ou PARAFINA alifática saturada CH3-CH2-CH2-CH3 butano ALCENO ou ALQUENO alifática insaturada CH3-CH=CH-CH3 but-2-eno ALCENO ou ALQUENO ou OLEFINA com uma ligação dupla H2C=CH-CH2-CH3 but-1-eno ALCADIENO alifática insaturada H2C=C=CH-CH3 but-1,2-dieno DIOLEFINA com duas ligações duplas H2C=CHCH=CH2 but-1,3-dieno ALCINO alifática insaturada H3C-C≡ C-CH3 but-2-ino ALCENINO ou ALQUENINO alifática insaturada etenínica com uma dupla e uma tripla lagação H3C=CH-C≡ C-H but-1-en-3-ino CICLOALCANO ou CICLANO ou CICLOPARAFINA alicíclica saturada ciclobutano ARENO ou HIDROCARBONETO AROMÁTICO cadeia aromática Benzeno 8-4- FUNÇÕES ORGÂNICAS Tabela 8-4-1: Principais Funções Orgânicas e Nomenclatura utilizada pela IUPAC Função Orgânica Fórmula Geral Nomenclatura IUPAC 2001 Química Nova Exemplos ÁLCOOL (OH ligado a C saturado) (Nome do grupo orgânico) onde localiza a hidroxila ou oxidrila + ol propan-1-ol álcool propílico ( Usual) 14MATOZO; H. C. CH2CH2CH3 HO R HO H2C CH2 CH2 H2C
  • 15. Função Orgânica Fórmula Geral Nomenclatura IUPAC 2001 Química Nova Exemplos ENOL Nome do grupo orgânico) onde localiza a ligação dupla + infixo + localização da hidroxila ou oxidrila + ol Etenol FENOL Nome e do grupo orgânico + fenol ou Nome do grupo -OH + hidróxi + nome do aromático OH benzenol Fenol ou hidróxibenzeno(Aceito pela IUPAC) ÉTER (Nome da cadeia mais simples) + oxi + (Nome da cadeia mais complexa) metóxietano éter etílico e metílico (ordem alfabética) ou éter metiletílico ( Usual) ALDEÍDO (Prefixo + infixo - a letra o) + al ..... propanal CETONA . (Prefixo + infixo - a letra o) onde localiza a carbonila + ona . propanona cetona dimetílica ou dimetilcetona ( Usual) ÁCIDO CARBOXÍLICO . ácido + (Nome do grupo orgânico) + óico .. ácido propanóico ácido propiônico (usual) SAIS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICO M=Cátion (Nome do grupo orgânico) + oato + de + (nome do cátion) etanoato de sódio 15MATOZO; H. C. R OH H2C OH Ar HO O R2 R1 O CH2CH3 H3C C O R1 H C O H3CH2C H C O R1 R2 CH3CCH3 O C O R OH R O O M H3C ONa O C O H3CH2C OH
  • 16. Função Orgânica Fórmula Geral Nomenclatura IUPAC 2001 Química Nova Exemplos ÉSTER ... . (Nome do grupo orgânico1 menos ácido e óico) + ato + (Nome do grupo orgânico 2) propanoato de metila acetato de metila (usual) AMINA (primária) (primária) (Nome do grupo orgânico) + amina ............ ......propilamina AMINA (secundária) (secundária) (Nome do grupo orgânico mais simples, em seguida o grupo orgânico mais complexo) + amina .............. metiletilamina AMINA (terciária) (terciária) (Nome do grupo orgânico mais simples em seguida o 2 o grupo orgânico e por último o grupo orgânico mais complexo) + amina ......... metiletilpropilamina Amida (Nome do grupo orgânico) + amida propanamida Amida N + nome do grupo orgânico ou N,N + nome dos grupos orgânicos + prefixo + infixo + amida N,N-etil-metil-3-etil-4-metil- hexanamida NITROCOMPOSTO Nitro + (nome do grupo orgânico) nitrometano NITRILO R-C≡ N (Nome do grupo orgânico) + nitrilo(a) propanonitrilo(a) 16MATOZO; H. C. C O R1 O R2 N H R1 H N CH3 H3CH2C H N R2 R1 R3 N CH3 H3CH2CH2C CH2CH3 C O NH2 H3CH2C C O N R R R C O N H3CH2CHCHCH2C CH3 CH2CH3 H3C H3CH2C H3C NO2 N H H3CH2CH2C H C O H3CH2C O CH3 R NO2 C O NH2 R N R2 R1 H H2 C C N H3C
  • 17. Função Orgânica Fórmula Geral Nomenclatura IUPAC 2001 Química Nova Exemplos HALETO ORGÂNICO R-X (onde X é: F, Cl, Br, I) Haleto + (Nome do grupo orgânico) 1-cloropropano ORGÂNICOMETÁLI CO M= Metal (Nome do halogênio + de + grupo orgânico + il) + metal Cloreto de metilmagnésio SULFETO Nome do grupo orgânico mais simples + il + tio grupo orgânico mais complexo + o Metil-tioetano ou sulfeto de metila e etila ÁCIDO SULFÔNICO Ácido + (Nome do grupo orgânico) + sulfônico Ácido etanossulfônico TIOÁLCOOL (Nome do grupo orgânico) + o (em alguns casos) + tiol Etanotiol propan-2-tiol SAIS DE AMÔNIO QUARTENÁRIO (Nome do ânion + de + nome dos substituintes + amônio) Cloreto de nonadecil- trimetilamônio ANIDRIDO Anidrido + (Nome do grupo orgânico mais simples + grupo orgânico mais complexo ) Anidrido etanóico e propanóico Observação: Quando o composto apresentar duas ou mais funções diferentes, deve-se escolher uma função principal de acordo com a preferência: ácido – amida – aldeído – cetona – álcool – amina – éter – haleto. As demais funções serão consideradas secundárias, ou seja, apenas como ramificações da cadeia onde está a função principal. 9- SÉRIES DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS Em Química Inorgânica, temos, por exemplo, a função sal a função ácida, etc. E na Química Orgânica, temos as funções hidrocarboneto, aldeído, álcool, etc. 17MATOZO; H. C. R M H3C MgCl R1 S R2 H3C S CH2CH3 R SO3H H3CH2C SO3H R S H CH3CHCH3 SH H3CH2C S H N C C C C N CH2 CH3 H3C CH3 18 H3C Cl R1 O O R2 O H3CH2C C O O C H3C O H2 C H2 C Cl H3C
  • 18. Denomina-se grupo funcional um agrupamento atômico particular que identifica a função. É o responsável pelas propriedades Químicas comuns aos diversos compostos pertencentes à função considerada. Série Homóloga: É um conjunto de compostos orgânicos (homólogos), pertencente à mesma função química, e cujas fórmulas moleculares diferem entre si por um número inteiro de grupos CH2. O grupo CH2 é chamado de razão de homologia. Geralmente são dispostas em ordem decrescente de suas massas moleculares. Exemplos: a) CH4 , C2H6 , C3H8 ... CnH2n + 2 . Hidrocarbonetos acíclicos saturados. b) C2H4 , C3H6 , C4H8 ... CnH2n . Hidrocarbonetos acíclicos insaturados. c) C2H2 , C3H4, C4H6 ... CnH2n - 2. Hidrocarbonetos acíclicos insaturados. d) H3CCOOH , C2H6 , C3H8 ... CnH2n + 2 . Monoácidos acíclicos saturados. Generalizando, as propriedades físicas dos homólogos variam gradualmente com a massa molecular. O ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade crescem com o aumento da cadeia carbônica. As propriedades químicas dos homólogos de uma mesma série são semelhantes mas, muitas vezes, o primeiro termo afasta-se dos demais pelas suas propriedades. Série Isóloga: é um conjunto de compostos orgânicos (isólogos) pertencentes à mesma função química, e cujas fórmulas moleculares diferem por um número inteiro de grupos (H2). As propriedades físicas dos isólogos são parecidas, pois a massa molecular dos termos pouco difere. Exemplos: a) Etano; eteno; etino. Série Heteróloga: é um conjunto de compostos orgânicos (heterólogos) não pertencente à mesma função química, mas que apresentam a mesma cadeia carbônica. Exemplos: a) Metano; metanol; metanal; ácido metanóico. Benzeno; fenol comum; anilina (C6H5- NH2). 10- CÁLCULO PARA INSATURAÇÕES OU CICLO N - I/2 + 1 onde: N= número de carbono I= número de monovalentes Quando o resultado for 2 poderá ser: 2 ligações duplas ou uma ligação tripla ou um anel com uma ligação dupla. 11- PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE COMPOSTOS ORGÂNICOS E INORGÂNICOS • Composição (C, H, O, N) • Número de compostos • Freqüência do fenômeno de isomeria e polimeria 18MATOZO; H. C. 2 ligações duplas 1 ligação tripla 1 anel com uma ligação dupla
  • 19. • Natureza dos compostos • PF e PE • Condutividade elétrica • Solubilidade • Resistência ao aquecimento (sem decomposição) • Inflamabilidade dos compostos 12- POLARIDADE DAS MOLÉCULAS Devido à diferença de electronegatividade dos átomos envolvidos numa ligação a nuvem eletrônica estará deslocada em direção do átomo mais eletronegativo. O centro da carga negativa na ligação não corresponderá portanto com o centro de carga positiva (que é praticamente igual ao centro de gravidade da ligação, no caso da maioria das ligações encontradas na química orgânica). Isto dá origem a um dipolo elétrico na ligação. O dipolo é uma grandeza vetorial, pelo que o dipolo de uma molécula será igual à soma vetorial de todos os dipolos das ligações presentes. Por exemplo, na molécula da água os elétrons encontram-se deslocados no sentido do átomo de oxigênio. Figura 12-1: Sentido da Polaridade e Resultante O dipolo da molécula vai ser a soma dos dipolos das duas ligações O-H. Os hidrocarbonetos são moléculas apolares. A introdução de átomos de elementos mais eletronegativos conduz geralmente a um aumento da polaridade da molécula, desde que os dipolos não se anulem mutuamente devido à geometria e/ou simetria da molécula. Generalizando, compostos polares dissolverão outros compostos polares, e compostos apolares dissolverão compostos apolares. Molécula Apolar: ocorre quando todas as ligações são apolares ou quando a soma dos momentos de dipolo for nula. Molécula Polar: ocorre quando a molécula tiver ligações polares e soma dos momentos de dipolo não for nula. 13- PRINCIPAIS PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS 13-1- PROPRIEDADES GERAIS DOS HIDROCARBONETOS CxHy 13-1-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR São substâncias consideradas apolares, cuja moléculas se mantém unidas por forças fracas de Van der Waals (forças de dipolo) Na verdade, devido aos diversos ângulos de ligações existentes nas moléculas de hidrocarbonetos (que em geral acabam gerando um vetor resultante) e à própria força de Van der Waals que estabelece entre as moléculas, não podemos afirmar que os hidrocarbonetos são compostos 100% apolares. É melhor dizer que são praticamente apolares ou que a polaridade é tão pequena que pode ser considerada desprezível. 19MATOZO; H. C. O H H
  • 20. 13-1-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Por serem apolares, os hidrocarbonetos possuem baixos pontos de fusão e de ebulição em relação aos compostos polares Comparando os hidrocarbonetos de cadeia normal, de uma mesma classe, observamos que os pontos de fusão e ebulição aumentam com o aumento da massa molar do composto. Se compararmos hidrocarbonetos de cadeia normal e de cadeia ramificada com a mesma massa molar, por exemplo, butano e metilpropano, ambos com fórmula molecular C4H10 e massa molar 58g/mol, iremos observar que os compostos de cadeia normal apresentam pontos de fusão e ebulição mais elevados que os compostos de cadeia ramificadas. Isso ocorre porque as moléculas de cadeia normal apresentam uma maior área superficial e, portanto, forças de dipolo induzido mais intensas, que necessitam maior quantidade de energia (pontos de fusão e ebulição mais elevados) para serem rompidas. Já as moléculas de cadeia ramificadas são mais “compactas”, a área superficial é menor, gerando forças de dipolo induzido mais fracas, que necessitam de menos energia para serem rompidas ( menores pontos de fusão e ebulição). 13-1-3- FASE DE AGREGAÇÃO Em condições de temperatura e pressão ambientes, podemos fazer a seguinte generalização: Os hidrocarbonetos que possuem de 1 a 4 carbonos são gasosos, de 5 a 17 carbonos são líquido e acima de 17 carbonos são sólidos. 13-1-4- DENSIDADE Todos os hidrocarbonetos apresentam densidade menor que a água (1g/mL) por dois motivos principais: os átomos que os formam possuem baixo valores de massa atômica e suas moléculas, sendo praticamente apolares, tendem a ficar mais distante entre si, o que implica menos moléculas por unidade de volume. 13-1-5- SOLUBILIDADE De acordo com a regra “semelhante dissolve semelhante”, os hidrocarbonetos dissolvem-se apenas em substâncias apolares ou de baixa polaridade. São, portanto, insolúveis em água, que é polar. 13-1-6- REATIVIDAE A reatividade dos hidrocarbonetos é considerada baixa nos compostos saturados de cadeia acíclica, nos compostos cíclicos com 6 ou mais carbonos e nos aromáticos. Compostos insaturados de cadeia acíclica apresentam reatividade média, e os compostos cíclicos que possuem de 3 a 5 carbonos, reatividade alta. 13-1-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS Por formarem uma classe bastante intensa, de compostos químicos, não é possível generalizar as propriedades organolépticas-cor, cheiro, aspecto, textura- dos hidrocarbonetos. 13-1-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS São ótimos combustíveis que formam toda a matéria prima da indústria petroquímica, que produz desde 20MATOZO; H. C.
  • 21. plásticos, fibras têxteis e borracha sintéticas até tintas, detergentes e fertilizantes agrícolas. 13-2- PROPRIEDADES GERAIS DOS ÁLCOOIS (-OH “CADEIA SATURADA”) 13-2-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR As moléculas de álcoois estabelecem ligações de hidrogênio entre si. 13-2-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Os monoálcoois possuem ponto de fusão e de ebulição bastante altos em comparação com os do hidrocarbonetos de massa molecular próxima. Os poliálcoois possuem pontos de fusão bem mais elevados que os monoálcoois com o mesmo número de cadeias. 13-2-3- FASE DE AGREGAÇÃO Em condição de temperatura e pressão ambientes, os monoálcoois com até 12 carbonos na molécula são líquidos; e demais sólidos. Os poliálcoois com até 5 carbonos na cadeia são líquidos cuja viscosidade aumenta com o aumento do número de grupos -OH. Poliálcoois com 6 ou mais carbonos tendem a ser sólidos. 13-2-4- DENSIDADE A grande maioria dos álcoois possuem densidade menor que a da água. Os poliálcoois são mais densos que a água. 13-2-5- SOLUBILIDADE Os álcoois possuem na molécula uma parte polar referente ao grupo -OH e uma parte apolar referente a cadeia carbônica. Por exemplo Por isso o etanol pode se dissolver tanto na gasolina (apolar) quanto na água (polar). Contudo, nos álcoois de cadeia carbônica pequena prevalecem as Propriedades de compostos polares e em álcoois de cadeia carbônica longa prevalecem as propriedades de compostos apolares. Monoálcoois com mais de 4 ou 5 carbonos na cadeia são praticamente insolúveis em água. O aumento do número de grupos -OH tende a tornara substância mais solúvel; assim, o hexanol (sorbitol) é bastante solúvel em água apesar de ter 6 carbonos na molécula. 13-2-6- REATIVIDADE Os álcoois são mais reativos que os hidrocarbonetos devido ao fato de serem polares. 13-2-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS Os monoálcoois como o metanol (extremamente tóxico por ingestão) e o etanol (moderadamente tóxico) apresentam sabor picante e odor levemente irritante. Os poliálcoois em geral, como o etilenoglicol 21MATOZO; H. C. H3C H2 C OH Apolar Polar
  • 22. (etanodiol) e a glicerina (propanotriol), apresentam sabor doce; muitos deles (como os isômeros sorbitol e manitol) são utilizados como adoçantes. 13-2-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS O metanol é usado como combustível, solvente e na síntese de compostos orgânicos. O etanol é utilizado como combustível, em limpeza doméstica e na fabricação de bebidas. 13-3- PROPRIEDADES GERAIS DOS HALETOS ORGÂNICOS (-F; -Cl; -Br; -I) 13-3-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR O mono-haletos orgânicos são levemente polares e suas moléculas mantem-se unidas por forças de atração do tipo dipolo permanente ou força de dipolo-dipolo. Os poli-haletos orgânicos, por sua vez, podem ser levemente polares ou mesmo apolares, dependendo da geometria molecular. Quando são apolares, suas moléculas mantem-se unidas por forças fracas de Van der Waals ( forças de dipolo induzido). 13-3-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Os pontos de fusão e ebulição dos haletos orgânicos são próximos ao dos alcanos (comporando compostos de massa molar semelhante) e vão se tornando gradativamente mais altos à medida que os seguintes fatores começam a pesar: 1- Aumento da massa molecular devido ao aumento do grupo orgânico; 2- Aumento do número de halogênios substituídos (di, tri, tetra...); 3- Aumento da massa atômica do halogênio substituído ( F < Cl < Br < I). Assim, por exemplo, os pontos de fusão e ebulição aumentam ao passarmos de um mono-haleto com o mesmo número de carbonos na cadeia, para um di, um tri, um tetra, um poli-haleto. Aumentam também ao passarmos de fluoretos para cloretos, brometos e iodetos. 13-3-3- FASE DE AGREGAÇÃO A grande maioria dos mono-haletos orgânicos são líquidos em condições ambiente (25o C e 1atm). Com poucas exceções, os que possuem até 3 átomos de carbono na molécula são gases ou líquidos voláteis. Os poli-haletos geralmente são líquidos e os de massa molar elevada apresentam-se na fase sólida. 13-3-4- DENSIDADE Os mono-fluoretos e os mono-cloretos não aromáticos são menos denso que a água. Os mono-brometos e os mono-iodetos são mais densos. Um caso particular e importante é do diiodometano, CH2I2 que é o líquido de maior densidade conhecido na orgânica (3,32g/mL), usado como contraste no estudo de minerais ao microscópio. 22MATOZO; H. C.
  • 23. 13-3-5- SOLUBILIDADE Os haletos orgânicos são insolúveis em água, possivelmente por não formarem ligações de hidrogênio com as moléculas de água. São solúveis em solventes orgânicos de baixa polaridade, como benzeno, éter, clorofórmio (Haleto orgânico) ou a nafta (ligroína). 13-3-6- REATIVIDADE A reatividade não é muito acentuada, possivelmente devido à fraca polaridade que possuem. 13-3-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS Em geral possui cheiro forte característico e muito deles apresentam sabor doce (lembre-se, porém, de que são compostos extremamente tóxico por ingestão ou inalação). 13-3-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS Os haletos orgânicos são largamente usados na síntese de diversos compostos orgânicos, dentre eles os compostos de Gringnard, intermediários na obtenção de álcoois, aldeídos e ácidos. Muitos haletos orgânicos são também utilizados como solventes para ceras, vernizes e borracha, como é o caso do tetracloreto de carbono, CCl4(l), e do clorofórmio, CHCl3(l). 13-4- PROPRIEDADES GERAIS DOS FENOIS (Ar-OH) 13-4-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR Todos os monofenóis (que apresentam apenas 1 grupo -OH ligado ao anel aromático) possuem moléculas polares com o vetor resultante no sentido do átomo de oxigênio (mais eletronegativo). Alguns difenóis com 2 grupos -OH nas posições 1,4, como a hidroquinona (1,4-hidroxibenzeno), são considerados apolares. As moléculas dos fenóis estabelecem ligações de hidrogênio entre si. 13-4-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Como as moléculas estabelecem ligações de hidrogênio, os fenóis possuem ponto de fusão e de ebulição bem mais elevados que os hidrocarbonetos de massa molecular próxima. 13-4-3- FASE DE AGREGAÇÃO Os monofenóis mais simples, como o benzenol, são líquidos ou então sólidos de baixo ponto de fusão. Os demais fenóis são sólidos. 13-4-4- DENSIDADE São mais densos que a água; o benzenol, por exemplo, possui densidades igual a 1,071 g/mL a 25oC. 13-4-5- SOLUBILIDADE O benzenol é relativamente solúvel em água (9g de fenol por 100g de água 25o C) devido à formação de ligações de hidrogênio entre as moléculas de fenol e as moléculas de água. Os demais monofenóis são praticamente insolúveis. 23MATOZO; H. C.
  • 24. 13-4-6- REATIVIDADE Os fenóis são compostos facilmente oxidáveis e também possuem um fraco caráter ácido (são chamados de ácido fênico), podendo sofrer ionização na água como mostra na equação abaixo: O caráter ácido dos fenóis pode ser explicado devido a ressonância do anel aromático. Os elétrons ressonantes dão certa estabilidade ao carbono do ânion fenóxido. Essa propriedade é utilizada para diferenciar álcoois de fenóis. Os fenóis (devido ao caráter ácido) reagem com bases fortes, como NaOH E KOH, formando sal orgânico e água. Os álcoois não reagem com bases. Exemplos 13-4-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS Possuem cheiro forte característico. São tóxicos e altamente irritantes. 13-4-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS O fenol é usado na produção de desinfetantes e de pomadas contra queimaduras (ácido pícrico) e na fabricação de baquelite (plástico resistente ao calor), poliuretano (espuma) e explosivos. 13-5- PROPRIEDADES GERAIS DOS ÉTERES (C-O-C) 13-5-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR São levemente polares devido à geometria angular. Embora, os éteres não estabeleçam ligações de hidrogênio entre si, podem fazê-lo com moléculas de outros compostos, como a água e etanol. 13-5-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Comparando compostos de massa molar próxima, os pontos de fusão e ebulição dos éteres se aproximam dos alcanos e são bem mais baixo que os álcoois e dos fenóis. 13-5-3- FASE DE AGREGAÇÃO O metoximetano e o metoxietano são gases. Os demais são líquidos, normalmente voláteis. 13-5-4- DENSIDADE Em geral são compostos menos denso que a água. 13-5-5- SOLUBILIDADE Os éteres de menor massa molar apresentam uma discreta solubilidade em água, provavelmente porque suas moléculas podem estabelecer ligações de hidrogênio com as moléculas de água. 13-5-6- REATIVIDADE 24MATOZO; H. C. OH + H2O O + H3O (aq.) fenol ânion fenóxido hidrônio
  • 25. São compostos pouco reativos, como os alcanos 13-5-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS A maioria dos éteres possui cheiro agradável, toxidez moderada e é altamente inflamável. 13-5-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS São muito utilizados como solventes inertes em reações orgânicas e na extração de essências, óleos e gorduras de fontes naturais. O etoxietano conhecido também como éter comum, éter dietílico, éter etílico ou éter sulfúrico, pois sua obtenção envolve o ácido sulfúrico, H2SO4 (aq.). 13-6- PROPRIEDADES GERAIS DOS ALDEÍDOS (H-C=O) 13-6-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR Possuem moléculas polares, mas elas não fazem ligações de hidrogênio entre si. 13-6-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Os pontos de fusão e ebulição dos aldeídos são mais altos que os compostos apolares e que os éteres e são mais baixos que os álcoois e dos ácidos carboxílicos de valor de massa molar correspondente. 13-6-3- FASE DE AGREGAÇÃO Os aldeídos com 1 ou 2 carbonos na molécula são gases; os demais são líquidos; a exceção se faz apenas para os que possuem valor de massa molecular elevado, que são sólidos. 13-6-4- DENSIDADE Os aldeídos mais simples são menos densos que a água. 13-6-5- SOLUBILIDADE Os aldeídos mais simples são solúveis em meio aquoso, já que podem estabelecer ligações de hidrogênio com as moléculas da água. Com o aumento da cadeia carbônica, porém, a solubilidade desses compostos diminui progressivamente até que, devido ao tamanho da cadeia, se tornam insolúveis nesse meio. Os aldeídos são solúveis na maioria dos solventes orgânicos comuns: álcool, éter, benzeno. 13-6-6- REATIVIDADE Os aldeídos são compostos bastante reativos, sendo que os aldeídos alifáticos são menos reativos que os aldeídos aromáticos. Isso ocorre porque, quando a carbonila está ligada ao núcleo aromático, os elétrons da ligação π do grupo carbonila entram em ressonância com os elétrons π do núcleo aromático diminuindo a reatividade do composto (ou aumentando sua estabilidade). 13-6-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS O metanal e o etanal possuem cheiro forte e desagradável. Com o aumento da cadeia carbônica, os aldeídos passam a ter cheiros e aromas agradáveis e suas moléculas maiores são constituintes de diversas essências, como a de amêndoas amargas (benzaldeído) e a vanilina (3-metóxi-4-hidroxibenzaldeído). 25MATOZO; H. C.
  • 26. 13-6-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS Dos aldeídos, os que apresentam maior diversidade de uso são o metanal (aldeído fórmico ou formaldeído) e o etanal (aldeído acético). O metanal é um gás incolor, de cheiro característico e irritante. Em água, a cerca de 40%, forma uma solução conhecida como formol, usada como desinfetante e na conservação de peças anatômicas. O etanal é usado na síntese de diversos compostos orgânicos, na obtenção de resinas, inseticidas (DDT) e também como redutor de íons de prata na fabricação de espelhos comuns. 13-7- PROPRIEDADES GERAIS DAS CETONAS (C=O “ENTRE 2 CARBONOS”) 13-7-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR As moléculas de cetona não fazem ligações de hidrogênio entre si, porém mais polares que as moléculas de aldeído. 13-7-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Em geral possuem ponto de fusão e de ebulição mais baixos que os dos álcoois e mais elevados que os dos aldeídos de massa molecular próxima. 13-7-3- FASE DE AGREGAÇÃO As cetonas mais simples, como a propanona e a butanona, são líquidas em condições ambientais. Com o aumento progressivo da massa molecular torna-se sólidas. 13-7-4- DENSIDADE As cetonas mais simples são menos densas que a água. 13-7-5- SOLUBILIDADE Devido à maior polaridade, as cetonas são mais solúveis em água que os aldeídos. Suas moléculas podem fazer ligações de hidrogênio com moléculas de água e de álcoois, por exemplo, o que explica a solubilidade nesses solventes. Também são solúveis em éter e benzeno. 13-7-6- REATIVIDADE São compostos bastante reativos; as alifáticas são mais reativas que as aromáticas devido à ressonância que se estabelece entre os elétrons do grupo carbonila e os elétrons do núcleo aromático. 13-7-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS Possuem cheiro agradável e são parte constituinte de óleos essenciais encontrados em flores e frutas. 13-7-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS A mais utilizada é a propanona, conhecida no comércio como acetona. Trata-se de um líquido incolor, de cheiro agradável (quando puro), inflamável, usado principalmente como solvente de esmaltes, tintas, vernizes, e na extração de óleos de sementes vegetais. 26MATOZO; H. C.
  • 27. 13-8- PROPRIEDADES GERAIS DOS ÁCIDOS CARBOXÍLICO (HO-C=O) 13-8-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR Por apresentarem o grupo carboxila, esses compostos são muito polares e podem fazer o dobro de ligações de hidrogênio que as moléculas de monoálcoois. Exemplo: 13-8-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Podemos generalizar que os ácidos carboxílicos possuem pontos de fusão e ebulição mais alto que os dos álcoois de valor de massa molar próximo. 13-8-3- FASE DE AGREGAÇÃO Considerando-se apenas os monoácidos saturados, aqueles que possuem até 9 carbonos na cadeia são líquidos. Os com 10 ou mais carbonos são em geral sólidos. 13-8-4- DENSIDADE Os ácidos mais simples como o metanóico e o etanóico, são mais densos que a água. 13-8-5- SOLUBILIDADE Os ácidos carboxílicos alifáticos que possuem de 1 a 4 carbonos na molécula são solúveis em água. O ácido que possui 5 carbonos é apenas parcialmente solúvel. Os demais são praticamente insolúveis. São também solúveis em éter dietílico, álcool etílico e benzeno. 13-8-6- REATIVIDAE Os ácidos carboxílicos são compostos bastante reativos, principalmente os mais simples. 13-8-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS O cheiro característico dos ácidos alifáticos passa progressivamente de forte e irritante nos ácidos de 1 a 3 carbonos a extremamente desagradável nos ácidos de 4 a 6 carbonos; os demais são praticamente inodoros, por serem voláteis. 13-8-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS Os compostos que apresentam maior diversidade de uso são os ácidos metanóico e o etanóico. 27MATOZO; H. C. H3C H2 C H2 C O H CH3 H2 C H2 C O H H3C C O OH CH3 C O HO Propan-1-ol Ácido etanóico
  • 28. O ácido metanóico é usado no tingimento de tecidos como mordente e como desinfetante me medicina. O ácido etanóico é usado na preparação de perfume, corantes, seda artificial e vinagre. 13-9- PROPRIEDADES GERAIS DOS ÉSTERES (C-O-C=O) 13-9-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR Em ésteres com cadeia carbônica pequena, como o metanoato de metila, predominam forças de dipolo permanente. Conforme a massa molar aumenta, a polaridade vai tornando-se menor e passam a prevalecer as propriedades de compostos apolares. 13-9-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Como as moléculas dos ésteres não fazem ligações de hidrogênio entre si, seus pontos de fusão e de ebulição são mais baixos que os de álcoois e dos ácidos carboxílicos de massa molecular próxima. 13-9-3- FASE DE AGREGAÇÃO Os que possuem massa molar baixa são líquidos; à medida que a massa molar aumenta, passam de líquidos oleosos e viscosos a sólidos. 13-9-4- DENSIDADE Só os ésteres mais simples são menos densos que a água. Os demais são ligeiramente mais densos. 13-9-5- SOLUBILIDADE Os ésteres de massa molecular baixa são parcialmente solúveis em água. Os demais são insolúveis. 13-9-6- REATIVIDADE São pouco reativos, mas, conforme as condições, os ésteres sofrem hidrólise com certa facilidade. 13-9-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS Possuem aroma agradável de frutas e de flores. 13-9-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS Os ésteres são usados como essências de frutas e aromatizantes na indústria alimentícia, farmacêutica e cosmética (inclusive na fabricação de perfumes). Constituem também os óleos e as gorduras vegetais e animais, e diversos tipos de cera. 13-10- PROPRIEDADES GERAIS DOS SAIS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS (M-O-C=O) 13-10-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR Possuem uma extremidade altamente polar, formada pela ligação iônica, e outra praticamente apolar, 28MATOZO; H. C.
  • 29. referente à cadeia carbônica. 13-10-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Muito elevados. Em geral a temperatura necessária para a fusão de um sal orgânico é tão alto que, antes de ser atingida, as ligações carbono-carbono se rompem e a molécula se decompõe. 13-10-3- FASE DE AGREGAÇÃO São sólidos cristalinos e não-voláteis. 13-10-4- DENSIDADE Em geral são mais densos que a água. 13-10-5- SOLUBILIDADE Os sais de ácidos carboxílicos de metais alcalinos e de amônio são solúveis em água; os de metais pesados (Fe, Ag, Cu) são praticamente insolúveis. 13-10-6- REATIVIDAE Reagem da mesma maneira que os sais inorgânicos, e os sais que possuem cadeia insaturada estão sujeitos às reações características da ligação dupla. 13-10-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS São inodoros. Apresentam sabor característico ligeiramente adstringente. 13-10-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS Os sais de ácidos carboxílicos de cadeia longa (ácidos graxos) são denominados sabões. 13-11- PROPRIEDADES GERAIS DAS AMINAS (R-N-R2) 13-11-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR São compostos polares; as moléculas de aminas primárias e secundárias podem fazer ligações de hidrogênio entre si, o que já não ocorre com as moléculas de aminas terciárias, pois nesse caso não existe ligação nitrogênio-hidrogênio. 13-11-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO São mais elevados que dos compostos apolares e mais baixos que os dos compostosa apolares e mais baixo que os dos álcoois e ácidos carboxílicos, sempre comparando compostos de valores de massa molecular próximos. 13-11-3- FASE DE AGREGAÇÃO Aminas que possuem 1 a 3 substituintes metil e também a etilamina são gases em condições ambientes. Da propilamina à dodecilamina, são líquidas; daí em diante, as aminas são sólidas. 29MATOZO; H. C.
  • 30. 13-11-4- DENSIDADE As alifáticas mais simples são menos densas que a água. As aromáticas são mais densas 13-11-5- SOLUBILIDADE Todas as aminas fazem ligações de hidrogênio com moléculas de água e de etanol. As aminas com até 5 carbonos na molécula são solúveis em meio aquoso e alcoólico. Aminas de 6 carbonos ou mais são praticamente insolúveis em água devido ao substituinte (que faz prevalecer a propriedades de compostos apolares), mas são solúveis em álcool etílico (como a gasolina), em éter e em benzeno. 13-11-6- REATIVIDADE Aumenta, em geral, na mesma proporção em que aumenta o caráter básico desses compostos. CARÁTER BÁSICO: R2NH > R-NH2 > R3N > NH3 > Ar-NH2 > Ar2N > Ar3N 13-11-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS As metilaminas e as etilaminas possuem cheiro ao da amônia; as demais, em geral cheiram peixe. As aminas aromáticas são muito tóxicas e sua absorção prolongada através da pele pode ser letal, elas são incolores quando puras, mas também podem ser oxidadas pelo ar dando origem a compostos amarelados. 13-11-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS São usadas na síntese de vários compostos orgânicos, na fabricação de certos tipos de sabões e na vulcanização da borracha. As aminas aromáticas como a felilamina (anilina), são utilizadas na fabricação de corantes. 13-12- PROPRIEDADES GERAIS DAS AMIDAS (O=C-N-R2) 13-12-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR São muito polares; cada duas moléculas podem fazer até 3 ligações de hidrogênio entre si (no caso de amidas primárias) 13-12-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Possuem ponto de fusão e ebulição muito elevados, até mais que dos ácidos carboxílicos de massas moleculares correspondentes. 13-12-3- FASE DE AGREGAÇÃO Apenas a metanamida se apresenta em condições ambientes na forma de um líquido incolor; as demais amidas são sólidos cristalinos. 13-12-4- DENSIDADE São mais densas que a água. A metanamida, por exemplo possuem d=1,146 em relação a água a 4o C. 30MATOZO; H. C.
  • 31. 13-12-5- SOLUBILIDADE As mais simples são solúveis em água e pouco solúveis em solvente apolares como o hexano. Em geral todas são solúveis em álcool e éter. 13-12-6- REATIVIDADE Alta. 13-12-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS A metanamida é um líquido oleoso e incolor de odor característico. As demais amidas em geral são sólidos cristalinos incolores e deliqüescentes (que se desagregam e se desfazem facilmente). 13-12-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS Síntese de outros compostos orgânicos e como intermediárias na preparação de medicamentos. 13-13- PROPRIEDADES GERAIS DOS NITROCOMPOSTOS (-NO2) 13-13-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR São polares. Sofrem força de dipolo permanente. 13-13-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Possuem ponto de fusão e ebulição elevados. 13-13-3- FASE DE AGREGAÇÃO Os nitroalcanos de massa molar baixa são líquidos fluidos. À medida que a massa molar aumenta, vão se tornado cada vez mais viscosos. 13-13-4- DENSIDADE São mais densos que a água. 13-13-5- SOLUBILIDADE O nitrometano e nitroetano são muito pouco solúveis em água; os demais são insolúveis. 13-13-6- REATIVIDADE São compostos bastante reativos. 13-13-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS Os alifáticos possuem cheiro agradável e são atóxico; os aromáticos possuem odor ruim e são tóxicos. 13-13-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS 31MATOZO; H. C.
  • 32. O nitrobenzeno usado como solvente o dinitrobenzeno e o trinitrobenzeno, como explosivos. 13-14- PROPRIEDADES GERAIS DOS NITRILOS (RN) 13-14-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR São compostos polares, unidos por força de dipolo permanente. 13-14-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO São altos, comparados com os demais compostos orgânicos de uma massa molecular aproximada. 13-14-3- FASE DE AGREGAÇÃO Em condições ambiente, os nitrilos que possuem de 2 a 14 átomos de carbono na molécula são líquidos; os que possuem 15 ou mais são sólidos. 13-14-4- DENSIDADE Em geral, são menos densos que a água, como é o caso do propenonitrilo de d=0,8004g/mL a 25o C em relação à água a 4o C. 13-14-5- SOLUBILIDADE São praticamente insolúveis em água. 13-14-6- REATIVIDADE São compostos reativos e estáveis. Por isso, são bastante utilizados em sínteses orgânicas. 13-14-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS Todos são tóxicos, embora o sejam menos do que o HCN [que é também chamado de metanonitrilo(a) e considerado o nitrilo mais simples]. 13-14-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS Dos nitrilos o mais utilizado é o propenonitrilo ou acrilonitrilo, que industrialmente é obtido a partir do acetileno. O acrilonitrilo é amplamente usado na industria de produção de borracha sintética de alta qualidade. 13-15- PROPRIEDADES GERAIS DOS TIOÁLCOOIS (-SH) 13-15-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR São compostos menos polares que os álcoois. 13-15-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Em geral, possuem pontos de fusão e ebulição menores que os dos álcoois correspondentes. 32MATOZO; H. C.
  • 33. 13-15-3- FASE DE AGREGAÇÃO Os mais simples são líquidos incolores e voláteis. 13-15-4- DENSIDADE Em geral, os monotióis são menos densos que a água; os ditióis e os politióis são mais densos. 13-15-5- SOLUBILIDADE São pouco solúveis em água, mas solúveis em soluções básicas devido ao seu caráter ácido. 13-15-6- REATIVIDADE Possuem caráter ácido bem mais forte que os álcoois, pois o átomo de enxofre é maior e menos eletronegativo que o átomo de oxigênio. O hidrogênio ligado ao enxofre, ioniza mais facilmente. 13-15-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS Quando voláteis apresentam cheiro repugnante, perceptível mesmo em quantidades minímas. O cheiro desagradável que certas espécies de gambá utilizam como mecanismo de defesa em situações de perigo é uma mistura de vários compostos sulfurados, entre eles, o but-2-eno-1-tiol. 13-15-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS Devido ao cheiro repugnante que têm, alguns compostos dessa classe são adicionados a gases combustíveis em reservatórios para detectar eventuais vazamentos em tubulações. 13-16- PROPRIEDADES GERAIS DOS TIOÉTERES (-S-) 13-16-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR São pouco polares devido à geometria angular 13-16-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Possuem pontos de ebulição e fusão mais baixos que os éteres de massa molar próxima. 13-16-3- FASE DE AGREGAÇÃO Os mais simples são líquidos, os demais são sólidos. 13-16-4- DENSIDADE Em geral, são menos densos que a água. 13-16-5- SOLUBILIDADE São insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos comuns. 13-16-6- REATIVIDADE 33MATOZO; H. C.
  • 34. São compostos reativos. Podem ser obtidos pela reação entre haletos orgânicos e sulfeto de sódio. 13-16-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS Os mais simples são incolores e têm cheiro de éter. 13-16-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS O sulfeto de di(cloroetila), gás mostarda ou iperita já foi usado como arma Química. 13-17- PROPRIEDADES GERAIS DOS COMPOSTOS DE GRINGNARD 13-17-1- FORÇAS DE INTERAÇÃO MOLECULAR A ligação carbono-magnésio é considerada predominantemente covalente, porém é altamente polar. A ligação magnésio-halogênio é iônica 13-17-2- PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO Teoricamente são bastante elevados, mas são difíceis de serem determinados, em razão da reatividade com composto de Grignard com gás oxigênio do ar. 13-17-3- FASE DE AGREGAÇÃO São encontrados dissolvidos em éter etílico anidro formando uma solução. 13-17-4- DENSIDADE Em geral, são mais densos que a água. 13-17-5- SOLUBILIDADE Não formam soluções aquosas porque reagem violentamente com a água. Como também reagem com o oxigênio do ar, são mantidos dissolvidos em éter etílico. 13-17-6- REATIVIDADE São extremamente reativos. 13-17-7- PROPRIEDADES ORGANOLÉPITICAS São tóxicos e altamente higroscópicos (desidratantes) 13-17-8- APLICAÇÕES PRÁTICAS São utilizados na síntese de compostos orgânicos, como ácidos carboxílicos, álcoois e hidrocarbonetos. 14- ISOMERIA 34MATOZO; H. C. Cl H2 C H2 C S H2 C H2 C Cl
  • 35. Fenômeno pelo qual dois ou mais compostos diferentes apresentam a mesma fórmula Molecular e fórmulas Estruturais diferentes. 14-1- A HIBRIDAÇÃO DAS ORBITAIS DO ÁTOMO DE CARBONO O átomo de carbono possui uma orbital de valência s e três orbitais de valência p. Orbital s Orbital p Dois Orbitais sp Figura 14-1-1: Orbitais s, p e sp Os orbitais atômicas de dois átomos distintos podem combinar-se, de forma a formar orbitais moleculares, i.e. formarem uma ligação química. Uma orbital s pode-se combinar com outra orbital s (ou com uma orbital p) para formar uma ligação σ. Dois orbitais p podem-se combinar entre si para formar uma ligação π. Só se formarão ligações π se não for possível formar ligações σ. Figura 14-1-2: Orbital Molecular entre dois núcleos de carbono Figura 14-1-2: Orbital Molecular π entre dois núcleos de carbono Como as três orbitais p são perpendiculares entre si, seria de esperar que as orbitais moleculares formadas com essas orbitais também fossem perpendiculares. Acontecerá isso na realidade? Apresentam-se a seguir as estruturas de alguns compostos de carbono simples: Verifica-se que na molécula de metano (tetraédrica) os ângulos de ligação são de aproximadamente 109,5 º. No etileno são de 120º e no acetileno são de 180 º. Como é que isto se pode explicar? No caso do metano, a orbital s mistura-se com as 3 orbitais p, dando origem a quatro novas orbitais “mistas” : as orbitais híbridas sp3. Estas quatro orbitais terão energia inferior à energia das orbitais s e p que lhes deram origem, sendo por isso mais estáveis. Estas quatro orbitais, sendo todas iguais, dispôr-se- ão no espaço de forma a formar ângulos iguais entre si. Essa disposição será tetraédrica, dando origem aos ângulos observados de 109,5 º. Sempre que um átomo de carbono estiver ligado a quatro outros átomos as suas orbitais hibridizarão de forma a criar orbitais sp3. O etileno possui uma ligação dupla. Estas ligações (tal como as ligações triplas) são formadas por orbitais moleculares p. Cada átomo de carbono utilizará uma orbital p para formar a ligação, sobrando então uma orbital s e duas orbitais p, que hibridizarão dando origem a três novas orbitais sp2. Estas orbitais afastam-se o mais possível umas das outras, dando origem ao ângulo de ligação observado de 35MATOZO; H. C. c c c c
  • 36. 120º. Na molécula do acetileno, cada átomo de carbono utilizará duas orbitais p para formar ligações p. A orbital s hibridiza com a orbital p restante, dando origem a duas novas orbitais sp, que se afastam uma da outra dando origem ao ângulo de ligação de 180º. 14-2-ISOMERIA PLANA: MESMA FÓRMULA MOLECULAR, COMPOSTOS DIFERENTES 14-2-1- ISOMERIA DE CADEIA Ocorre quando os isômeros têm cadeias diferentes Exemplos: Cadeia normal Cadeia ramificada Butano 2-metilpropano 14-2-2- ISOMERIA DE COMPENSAÇÃO OU METAMERIA Ocorre quando os isômeros diferem pela posição de um heteroátomo na cadeia carbônica. Exemplo: Etóxietano Metóxipropano 14-2-3- ISOMERIA DE FUNÇÃO Ocorre quando os isômeros pertencem a funções químicas diferentes Exemplos: Metoximetano Etanol Propanona Propanal Metanoato de metila Ácido etnóico 14-2-4- ISOMERIA DE POSIÇÃO Ocorre quando os isômeros têm a mesma cadeia carbônica, mas diferem pela posição das ramificações 36MATOZO; H. C. CH3CHCH3 CH3 H3C H2 C H2 C CH3 H3C H2 C O H2 C CH3 H3C H2 C H2 C O CH3 H3C C CH3 O H3C H2 C C O H H3C H2 C OH H3C O CH3 H C O O CH3 H3C C O OH C3H6 H2 C H2C CH2 H2C C H CH3 Ciclopropano Propeno Fórmula Molecular H3C N CH3 H H3C H2 C NH2 Dimetilamina Etilamina
  • 37. ou insaturações. Exemplos: Pentan-3-ol Pentan-2-ol But-2-eno But-1-eno 14-2-5- DINÂMICA OU TAUTOMETRIA Ocorre quando dois compostos de mesma fórmula molecular e grupos funcionais diferentes coexistem em equilíbrio dinâmico no qual um deles está continuamente se transformando ou vice-versa. Ocorre somente na fase líquida, em moléculas que possui um elemento muito eletronegativo, como oxigênio ou nitrogênio, ligado ao mesmo tempo ao hidrogênio e a um carbono insaturado(que possui ligações π) Etenol Etanal 14-2-6- ISOMERIA ESPACIAL A isomeria espacial é também denominada estereoisomeria. Neste caso os isômeros diferem entre si pelas fórmulas estruturais espaciais. Mostraremos dois casos de isomeria espacial: Isomeria Geométrica cis-trans e Isomeria Óptica 14-2-6-1-ISOMERIA GEOMÉTRICA CIS-TRANS Quando dois átomos de carbono fazem ligação dupla ( 1 σ e 1π ), não é possível haver rotação entre eles. Qualquer tentativa de rotação entre os átomos de carbono ocasiona o rompimento da ligação. A ligação dupla é “rígida”.Assim, se os ligantes de cada átomo de carbono da dupla forem diferentes entre si e iguais aos ligantes do outro átomo de carbono, tem-se a formação de dois compostos, que são geométricos cis e trans. Considerando o composto 1,2-dicloroeteno 37MATOZO; H. C. H3C H2 C H C H2 C CH3 OH H3C H2 C H2 C H C CH3 OH H3C C H C H CH3 H3C H2 C C H CH2 H2C C H OH H3C CH OH H C CH2 H3C C H3C OH CH3 O Prop-1-en-2-ol Propanona C H2C CH2 CH H2C C H CH3 H3C CH3 CH3 1,1-dimetilciclopropano 1,2-dimetilciclopropano
  • 38. Trans-1,2-dicloroeteno Cis-1,2-dicloroeteno Lembre-se que a ligação dupla do carbono corresponde a uma ligação sigma ( σ ) e uma ligação pi ( π ) em carbono híbrido sp2 . Em relação ao plano determinado pela dupla ligação, os átomos de cloro podem estar ou no mesmo semi-espaço ou em semi-espaços opostos, dando origem a duas moléculas diferentes, e não- superponíveis, de 1,2-dicloroeteno. A essas duas estruturas diferentes correspondem correspondem a duas substâncias diferentes: os isômeros geométricos do 1,2-dicloroeteno. O isômero com dois átomos de cloro no mesmo semi-espaço é chamado de cis, o isômero com dois átomos de cloro em semi-espaço opostos é chamado de trans. Considerando outro composto o ácido butanóico, também apresenta dois isômeros geométricos : o ácido butenodióico cis( ou ácido maléico) e o ácido butenodióico trans ( ou ácido fumárico). É um exemplo clássico, pois os isômeros são facilmente identificado pelo seu ponto de fusão: P.F. Ácido maléico = 130o C; ácido fumárico = 287o C . Generalizando: A existência da isomeria geométrica ou cis-trans decorre da dupla ligação na cadeia carbônica e não da igualdade entre os grupos ligados a cada carbono da dupla ligação. Assim sendo o composto deve-se ter : R1 ≠ R2 e R3 ≠ R4. 14-2-6-2- ISOMERIA ÓPTICA Certas substâncias químicas podem desviar o plano de vibração da luz polarizada; a luz polarizada vibra em apenas um plano, ao contrário da luz natural, que é constituída em todas as direções. Dizemos que as substâncias que desviam o plano da luz polarizada têm atividade óptica ou que elas são oticamente ativas. Caso o desvio ocorra para a direita, dizemos que são dextrógiras; ocorrendo o inverso, dizemos que se trata de substâncias levógiras. Desvio para direita → dextrógira (d) Desvio para esquerda → levógira (l) A atividade óptica de uma substância decorre de sua assimetria molecular. Assimetria molecular → Atividade Óptica A causa mais comum de assimetria molecular é a presença de pelo menos um carbono assimétrico. Chamamos de carbono assimétrico (assinalado C*) o átomo de carbono ligado a quatro grupos 38MATOZO; H. C. C C H H Cl Cl C C H Cl Cl H C C C C O O H H H H C C C H O H H C O H Cis Trans Ácido fumárico Ácido maléico
  • 39. diferentes. Onde : R1 ≠ R2 ≠ R3 ≠ R4 Estereoisômeros não são isômeros constitucionais. Os seus átomos estão ligados da mesma forma, mas diferem na sua disposição: Estes compostos são isômeros porque não podem ser facilmente convertidos um no outro, por causa da grande barreira energética da rotação em torno da ligação dupla. Os estereoisômeros podem ser subdivididos em duas categorias: enantiômeros e diasteroisômeros. Os enantiômeros são isômeros cujas moléculas são reflexões não sobreponíveis uma na outra: Só ocorrem enantiômeros quando a molécula é quiral. Um objecto é quiral quando não é sobreponível com a sua imagem no espelho. Por exemplo, a reflexão da mão esquerda não é sobreponível com a mão esquerda, mas com a mão direita. As mãos são, por isso, quirais. Uma forma de reconhecer a possibilidade de existência de enantiômeros é identificar se na molécula existe um átomo tetraédrico com quatro substituintes diferentes. Trocar dois destes substituintes entre si converte um enantiômero no outro (ver exemplo acima). Esta reação não ocorre espontâneamente, uma vez que exigiria a quebra de ligações em torno do carbono, o que exige uma energia. Se todos os átomos tetraédricos numa molécula têm dois substituintes iguais a molécula será aquiral (ex.: o propan-2-ol) Diasteroisômeros são moléculas que não são reflexões uma da outra: 39MATOZO; H. C. R1 C* R2 R4 R3
  • 40. 14-6-2-1- ESTEREOQUÍMICA: REPRESENTAÇÕES DE NEWMAN Examinemos o etano: As representações ao centro e à direita denominam-se Representações de Newman. Representam o que um observador veria se olhasse para a molécula no sentido de uma das ligações carbono-carbono. P. ex., uma representação do butano seria: Sabemos que é possível a rotação livre em torno das ligações simples. Mas nem todas as conformações possíveis têm a mesma energia: as conformações eclipsadas são desfavoráveis, por causa das repulsões entre as nuvens eletrônicas dos substituintes. As conformações mais estáveis serão as conformações alternadas. Existem dois tipos principais de conformações alternadas, segundo as posições relativas dos substituintes de cada um dos carbonos. Anti é a mais estável, porque aí é máximo o afastamento entre os substituintes Por exemplo, o carbono assinalado do ácido láctico é assimétrico. Uma molécula como ácido láctico, que contêm um átomo assimétrico, é chamado molécula assimétrica. A presença do carbono assimétrico na molécula de uma substância lhe confere atividade óptica. Podemos encontrar dois ácidos lácticos com comportamento diferente, isto é, que desviam o plano da luz polarizada em sentidos contrários: um é dextrógiro e o outro é levógiro. Tal fato reflete a existência de dois tipos de moléculas de ácido láctico com estruturas diferentes. As duas estruturas moleculares 40MATOZO; H. C. H3C C* O OH H OH
  • 41. diferem entre si como um objeto e sua imagem refletida num espelho plano, ou como a mão direita e a mão esquerda: elas não são superponíveis. Cada uma corresponde a um dos dois tipos de moléculas do ácido láctico: têm a mesma fórmula molecular, mas suas atividades ópticas são diferentes. Por isso dizemos que as duas moléculas são isômeros ópticos. Os dois isômeros, o dextrógiro e o levógiro, são chamados antípodas ópticas ou enantiomorfos. Uma mistura formada por quantidades equimolares dos dois antípodas ópticos é chamadas de mistura racêmica e é oticamente inativa. Em outras palavras, o isômero dl não desvia o plano da luz polarizada, pois as atividades ópticas do dextrógiro e do levógiro são contrárias e uma neutraliza a outra. Vejamos outro exemplo: Butan-2-ol apresenta um carbono assimétrico: Existirá, portanto, o d-butan-2-ol e o l-butan-2-ol e o dl-butan-2-ol (oticamente inativo). Havendo apenas um átomo de carbono assimétrico, o total de isômeros será três, sendo dois oticamente ativo e um inativo. Para compostos com dois ou mais átomos de carbono assimétrico e diferentes, encontra-se o número de isômeros ativos pela fórmula 2n , sendo n o número de átomos de carbono assimétrico e diferentes. O número de isômeros inativos é dada pela fórmula 2n-1 (que é 2n /2). Por exemplo: num composto com 4 átomos de carbono assimétrico e diferentes, teremos 16 isômeros ativos e 8 inativos. 15- CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES ORGÂNICAS As reações com compostos orgânicos se realizam por meio de ruptura de ligações e formação de novas ligações. Tomando o composto AB, a liação entre dois átomos A e B pode ser rompida de dois modos: Cisão Homolítica (homólise), nesta ruptura, cada átomo leva seu elétron, dando como resultado dois radicais (átomos com elétrons não emparelhados). Esta ruptura se dá pela adição de calor, luz e de reativos que contenham elétrons desemparelhados, como o oxigênio, e produtos de decomposição de peróxidos. Esse mecanismo aparece frequentemente na fase gasosa. Cisão heterolítica (heterólise), nessa ruptura, o par eletrônico fica com um átomo apenas. Essas reações se realizam frequentemente em solução e são catalisadas por ácidos ou bases. Não são afetadas por luz, oxigênio ou peróxidos. Essa cisão acontece quando a reação ocorre em um líquido polar, ou polar, ou seja, líquido com constante diéletrica elevada. 41MATOZO; H. C. H3C C* H2 C CH3 H OH A B A B A B A B +
  • 42. As reações orgânicas podem ser classificadas em três tipos fundamentais: substituição, adição e eliminação. Podemos citar, ainda, reações de rearranjo, transferência de próton e oxirredução. 15-1-REAÇÕES DE COMBUSTÃO A combustão não depende apenas do combustível, mas também do Oxigênio chamado de comburente. Na reação de combustão libera uma grande quantidade de energia (na forma de luz e calor). Há três tipos de combustão: 15-1-1- COMBUSTÃO COMPLETA 15-1-2- COMBUSTÃO INCOMPLETA, COM FORMAÇÃO DE MONÓXIDO DE CARBONO 15-1-3- COMBUSTÃO INCOMPLETA, COM FORMAÇÃO DE CARBONO (FULIGEM) Observação: Todos os hidrocarbonetos são combustíveis, formando H2O e originando C, CO e CO2, conforme o tipo de combustão sofrida. 15-2-REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO Na reação de substituição, um grupo ligado a um átomo de carbono é removido e outro toma o seu lugar. Não há variação no grau de insaturação, isto é, o número de ligantes em torno do carbono não altera. Exemplos: Observação: O mesmo acontece com os outros halogênios, verificando experimentalmente que a ordem de reatividade é F2 > Cl2 >Br2 > I2. O Fluor é oque maior tendeência para reagir ( reação que pode ser explosiva), e o iodo, a menor (praticamente não reage). 42MATOZO; H. C. CH4 + O2 C + H2O H3C H + Cl Cl Luz HCl + H3C Cl C H H H C C C C H C C C H C Carbono Primário Carbono Secundário Carbono Terciário Aumento da Tendência do H sofrer substituição CH4 + 2O2 CO2 + 2H2O 2CH4 + 3O2 2CO + 4H2O