1. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
I. AS LÍNGUAS DO ANTIGO TESTAMENTO
O Antigo Testamento foi escrito em duas línguas semíticas: o hebraico e o aramaico.
1. Aramaico
O aramaico, língua que tem origem bem próxima do hebraico, e não derivado deste, é o idioma em
que estão escritas as passagens de Dn 2:4-7; Ed 4:8 - 6:18; 7:12-26; Jr 10:11; duas palavras em Gn 31:47. A
referência em II Re 18:26 demonstra que, já no tempo de Senaqueribe (705-681 a.C.), o aramaico era um
idioma diplomático. No império persa (550-450) esse era o idioma oficial. A forma escrita é a mesma que no
hebraico, pois o aramaico tem aproximadamente as mesmas características fonológicas.
Sete dialetos do Aramaico Ocidental eram falados na época de Jesus. Eles eram provavelmente
distintos ainda que mutuamente inteligíveis. O Velho Judaico era o dialeto proeminente de Jerusalém e da
Judéia. A Samaria tinha seu Aramaico Samaritano distinto, onde as consoantes 'he', 'heth' e '`ayin' todas se
tornaram pronunciadas como 'aleph'. O Aramaico Galileu, a língua da região natal de Jesus só é conhecida
de alguns poucos lugares, das influências no Targúmico Galileu, de alguma literatura dos rabinos e algumas
poucas cartas privadas. Ela parece ter um número de características distintas, como: ditongos nunca são
simplificados a "monotongos". A leste do Jordão, os vários dialetos de Jordaniano Oriental eram falados. Na
região de Damasco e no Líbano, o Aramaico Damasceno era falado (deduzido na sua maioria do Aramaico
Ocidental Moderno. Finalmente, bem ao norte, como em Aleppo, o dialeto do Aramaico de Orontes era falado.
Além desses dialetos de Aramaico, o Grego era usado extensivamente nos centros urbanos. Há
pouca evidência do uso do Hebraico durante esse período. Algumas palavras em Hebraico continuaram como
parte do vocabulário Aramaico Judeu (em sua maior parte palavras religiosas, mas também algumas do
cotidiano, como `ēṣ, árvore) e a língua escrita do Tanakh era lida e entendida pelas classes cultas. Contudo, o
Hebraico deixou de ser a língua do dia a dia. Em adição, as várias palavras no contexto Grego do Novo
Testamento que não são traduzidas, são claramente Aramaico ao invés de Hebraico.
2. O hebraico
O Hebraico pertence ao grupo ocidental dos idiomas semíticos. No antigo testamento é chamado
de “a língua de Canaã” (Is 19:18), ou “judaico” (II Re 18:26;Is 36:11 e Ne 13:24). A primeira designação
“hebraico” ocorre pela primeira vez no livro de Ben-Siraque (130 a.C).
Umas das características dos idiomas semíticos e a raiz tri-consonatal que age como uma espécie
de arcabouço para uma série de padrões vocálicos. Os sinais vocálicos não eram usados, mas, em
conseqüência de certas alterações fonéticas, surgiram soletrações etimológicas em w e y, e essas letras
passaram então a ser usadas em outros lugares a fim de representarem as vogais longas.
Quando o hebraico entrou em declínio como língua falada, foram inventados os sinais vocálicos
com a finalidade de conservar a pronúncia aproximada das palavras. Este sinais foram inventados pelos
massoretas (de “massorah” que significa tradição - eles viveram entre os século V e X d.C.). Por isso, esses
sinais são também chamados de sinais massoréticos.
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3. Vocabulário
4. Frases
Ao fazermos a leitura de textos na língua hebraica não devemos nos esquecer que esta
língua tem uma particularidade: sua leitura deve ser efetuada da direita apara a esquerda. Vejamos
alguns exemplos.
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II. A CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO
LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO (LXX) LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO (TM)
A Lei
Poesia A Lei (Tora) Os Profetas (Nebhiin)
(Pentateuco)
Gênesis Jo Gênesis Profetas Profetas
Êxodo Salmos Êxodo Anteriores Posteriores
Levitico Proverbios Levítico Josué Isaías
Números Eclesiastes Números Juízes Jeremias
Deuteronômio Cantares Deuteronômio Samuel Ezequiel
Reis Os doze
História Profetas Os Escritos (Kethubhim)
Profetas Maiores Profetas Menores Livros Poéticos Cinco Rolos Livros Históricos
Josué, Juizes
Isaías Oséias, Joel, Amós, Salmos Cantares Daniel
Rue, I Samuel
Jeremias Obadias,Jonas, Provérbios Rute Esdras - Neemias
II Samuel, I reis
Lamentações Miquéias, Jó Lamentações Crônicas
II reis, I crônicas
Ezequiel Naum, Habacuque, Ester
II crônicas,
Daniel Sofonias, Ageu Eclesiastes
Esdras, Neemias,
Zacarias, Malaquias
Ester
Lei Fundamento da chegada de Cristo
ANTIGO História Preparação para a chegada de Cristo
TESTAMENTO Poesia Anelo pela chegada de Cristo
Profecia Certeza da Chegada de Cristo
Evangelhos Manifestação de Cristo
NOVO Atos Propagação de Cristo
TESTAMENTO Epístolas Interpretação e aplicação de Cristo
Apocalipse Consumação em Cristo
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III. INTERPRETANDO O ANTIGO TESTAMENTO
Segundo as Escrituras Sagradas os dois Testamentos, que ela compõem, estão em um constante
fluxo e refluxo de interpretação, ou seja, tanto o V.T. deve ser interpretado à luz do N.T. como o N.T. à luz do
V.T.
Neste movimento interpretativo temos a relação entre sombra e realidade, antítipo e tipo, profecia
verbalizada e profecia cumprida (Cl 2:16,17; Hb 10:1 / Hb 7:1-3; Jo 1:29; At 2:29-36; Mt 1:1-16).
Diante deste fato, necessário se faz que entendamos alguns aspectos da revelação bíblia do
Antigo Testamento:
a) Ela não é exaustiva, ou seja, não trata sobre todos os assuntos e de uma forma completa. Existem
doutrinas bíblicas que são próprias do Novo Testamento e outras que só foram indicadas no AT, mas não
tiveram uma elaborada conceituação por partes dos escritores veterotestamentátrios. (ex. a trindade,
arrebatamento etc.)
b) Ela é progressiva, isto quer dizer que Deus não concedeu ao povo de Israel, em um único momento, todo
o conhecimento a respeito de todo o plano da salvação e os assuntos a ele ligado. A revelação divina foi
sendo concedida e expandida na história. Cada geração obteve conhecimento a mais sobre os desígnios
divinos (Ex. O plano da salvação, a Trindade, escatologia etc)
c) Ela é, em muitos fatos e aspectos, uma sombra (Cl 2:16,17; Hb 10:1), e, como sombra, devem ser
consideradas algumas verdades:
c.1 Uma sombra é incompleta: a circuncisão era menos abrangente quando comparada ao batismo,
pois aquela era ministrada tão somente aos descendestes do sexo masculino (Gn 17:10), já este
tanto aos homens como às mulheres (At 16:14,15).
c.2 Uma sombra é transitória: em sua própria essência, toda sombra se esvai quando vem plena luz e
quando a realidade que representa se aproxima mais e mais, até assumir completamente o seu lugar
(Dn 9:26,27; Hb 9:1, 10, 11); ou seja, apresença da realidade exclui necessariamente a sombra.
c.3 Não é o retrato real do que representa: embora se assemelhe a realidade, a sombra nada mais é
do que um contorno daquilo que representa (Hb 10:1). Exemplo disto temos a cerimônia da unção
naqual o óleo representava a presença do Espírito Santo na vida daquele que era ungido.
c.4 Apresenta parcialmente a realidade: as várias cerimônias existentes na lei mosaica nos
demonstram que o ministério de Cristo, em sua totalidade, não poderia ser representado por apenas
um só ato cerimonial ou litúrgico (Cl 2:16,17; Lv 16:5-10)
c.5 Aponta para uma realidade: os rituais do V.T. não foram dados por Deus em função de si mesmos (I
Co 7:19), mas para comunicar ao seu povo realidades futuras que certamente já existiam e que
estavam “prestes” a se manifestarem (Cl 2:16,17). A sombra era, portanto, a testemunha daquilo
que certamente Deus faria.
d) Ela é profética, no sentido em que Deus inspirou homens santos a proclamarem e escreverem sobre fatos
que ainda viriam acontecer na nova dispensação (Mt 1:18-23; At 2:29-36).
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6. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
Profecia Onde Cumprimento
Como Filho de Deus Sl 2.7 Lc 1.32,35
Como descendente de mulher Gn 3.15 Gl 4.4
Como descendente de Abraão Gn 17.7; 22.18 Gl 3.16
Como descendente de Isaque Gn 21.12 Hb 11.17-19
Como descendente de Davi Sl 132.11; Jr 23.5 At 13.23; Rm 1.3
Sua vinda em tempo certo Gn 49.10; Dn 9.23,25 Lc 2.1
Seu nascer de uma virgem Is 7.14 Mt 1.18; Lc 2.7
Ser chamado Emanuel Is 7.14 Mt 1.22,23
Nascer em Belém Mq 5.2 Mt 2.1; Lc 2.4-6
Grandes viriam adorá-lo Sl 72.10 Mt 2.1-11
Matança dos meninos de Belém Jr 31.15 Lc 2.16-18
Ter chamado do Egito Os 11.1 Mt 2.15
Ser precedido por João Is 40.3; Ml 3.1 Mt 3.1-3; Lc 1.17
Sua unção com o Espírito Sl 45.7; Is 11.2, 61.1 Mt 3.16; Jo 3.34; At 10.38
Ser profeta semelhante a Moisés Dt 18.15-18 At 3.20-22
Ser sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque Sl 110.4 Hb 5.5,6
Sua entrada no ministério publico Is 61.1,2 Lc 4.16-21, 43
Se ministério iniciado na galiléia Is 9.1,2 Mt 4.12-16, 23
Sua entrada publica em Jerusalém Zc 9.9 Mt 21.1-5
Sua vinda ao templo Ag 2.7,9; Ml 3.1 Mt 21.12; Lc 2.27-32; Jo 2.13-16
Sua pobreza Is 53.2 Mc 6.3; Lc 9.58
Sua humildade e falta de ostentação Is 42.2 Mt 12.15,16,19
Sua ternura e compaixão Is 40.11; 42.3 Mt 12.15, 20; Hb 4.15
Sua ausência de engano Is 53.9 1Pe 2.22
Seu zelo Sl 69.9 Jo 2.17
Sua pregação por parábola Sl 78.2 Mt 13.34,35
Seus milagres Is 35.5,6 Mt 11.4-6; Jo 11.47
Ter sido injuriado Sl 22.6; 69.7,9,20 Rm 15.3
Ter sido rejeitado por seus irmãos Sl 69.8; Is 63.3 Jo 1.11; 7.3
Ser uma pedra de escândalo aos judeus Is 8.14 Rm 9.32; 1Pe 2.8
Ter sido odiado pelos judeus Sl 69.4; Is 49.7 Jo 15.24,25
Ter sido rejeitado pelos lideres judeus Sl 118.22 Mt 21.42; Jo 7.48
Os judeus e os gentios, contra Ele Sl 2.1,2 Lc 23.12; At 4.27
Seria traído por um amigo Sl 41.9; 55.12-14 Jo 13.18-21
Seus discípulos O abandonariam Zc 13.7 Mt 26.31-56
Seria vendido por trinta moedas Zc 11.12 Mt 26.15
Seu preço seria dado pelo campo do oleiro Zc 11.13 Mt 27.7
A intensidade de seus sofrimentos Sl 22.14,15 Lc 22.42,44
Seu sofrimento em lugar de outros Is 53.4-6,12 Mt 20.28
Sua paciência e silencio sob os sofrimentos Is 53.7 Mt 26.63; 27 12-14
Ser esbofeteado Mq 5.1 Mt 27.30
Sua aparência maltratada Is 52.14; 53.3 Jo 19.5
Terem-No cuspido e flagelado Is 50.6 Mt 14.65; Jo 19.1
Cravação de seus pés e mãos à cruz Sl 22.16 Jo 19.18; 20.25
Ter sido esquecido por Deus Sl 22.1 Mt 27.46
Ter sido zombado Sl 22.7,8 Mt 27.39-44
Mel e vinagre ser-Lhe-iam dados Sl 69.21 Mt 27.34
Suas vestes seriam divididas e sortes lançadas Sl 22.18 Mt 27.35
Seria contado com os transgressores Is 53.12 Mc 15.28
Sua intercessão pelos Seus assassinos Is 53.12 Lc 23.34
Sua morte Is 53.12 Mt 27.50
Nenhum dos Seus ossos seria quebrado Ex 12.46; Sl 34.20 Jo 19.33,36
Seria traspassado Zc 12.10 Jo 19.34,37
Seria sepultado com o rico Is 53.9 Mt 27.57-60
Não veria a corrupção Sl 16.10 At 2.31
Sua ressurreição Sl 16.10; Is 26.19 Lc 2.6,31,34
Sua ascensão Sl 68.18 Lc 24.51; At 1.9
Seu assentar à direita de Deus Sl 110.1 Hb 1.3
Seu exercer o oficio sacerdotal, no céu Zc 6.13 Rm 8.34
Seria a pedra principal da igreja Is 28.16 1Pe 2.6,7
Seria Rei em Sião Sl 2.6 Lc 1.32; Jo 18.33-37
Conversão dos gentios a Ele Is 11.10; 42.1 Mt 1.17-21; Jo 10.16; At 10.45-47
Seu governo reto Sl 45.6,7 Jo 5.30; Ap 19.11
Seu domínio universal Sl 72.8; Dn 7.14 Fp 2.9-11
A perpetuidade de Seu reino Is 9.7; Dn 7.14 Lc 1.32,33
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7. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
IV. A LINHA HISTÓRICA
O Antigo Testamento compreende um espaço de tempo de milhares anos, pois é o registro do que
ocorreu entre a criação de todas as coisas (Gn 1:1) até última profecia a respeito da vinda do Messias (Ml
4:2). Neste caminhar da humanidade podemos destacar os seguintes fatos históricos que são importantes na
história do povo de Israel e sua relação com a revelação do Novo Testamento.
1. A Criação
O Velho Testamento logo em seu início nos apresenta elohim (~yhla) criando todas as coisas. O
registro da criação é um dos argumentos das Escrituras para afirmar o direito que Deus tem sobre tudo que
nos rodeia, e sobre nós mesmos. O texto de Gênesis desconhece a teoria da evolução. Para o escritor
sagrado, tudo quando existe é obra de um único Deus pessoal que, em seu infinito poder e graça, comunica a
realidade de sua existência aos homens, criados à sua imagem e semelhança.
2. O Pacto de Gn 2:16,17
Tendo criado os seres humanos à sua imagem e semelhança (Gn 1:26), o Senhor Deus (~yhla
hwhy) estabelece com estes um pacto de obras (Gn 2:16,17), através do qual Ele promete a perpetuidade da
vida edêmica através da obediência perfeita de nossos primeiros pais. Que as palavras de Gn 2:16,17 são
palavras pactuais, isto nós sabemos pois nelas encontramos os seguintes elementos:
a. Duas partes envolvidas: estas partes envolvidas logicamente são a humanidade, representada
em Adão, e Deus, como criador e soberano sobre todas as coisas.
b. Uma promessa: a promessa é a vida eterna
c. Uma condição: plena obediência no ato de não comer da árvore do conhecimento do bem e do
mal.
d. Uma sentença de juízo: a morte
Neste pacto Deus não propôs nada que estivesse além daquilo que Adão e Eva poderiam realizar.
Muito pelo contrário, Deus concedeu a eles todos os meios e condições para que triunfassem sobre a prova.
Vejamos:
a. Eles foram criados seres racionais (Gn 1:26; 2:16,17), portanto entenderam a proposta
de Deus.
b. Foram criados positivamente retos (Ec 7:29), portanto poderiam praticar o bem.
c. Possuíam livre arbítrio o que tornava cada ação uma livre expressão da vontade de
cada um.
d. Tinham uma excelente motivação material para não desobedecerem: a vida eterna
e. Tinham uma infinita motivação espiritual para não desobedecerem: a comunhão com
Deus
f. Possuíam abundância de alimento.
g. Foram orientados enfaticamente sobre o perigo da desobediência.
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8. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
3. A Queda
Mesmo diante de todas as graças que Deus concedeu aos nossos primeiros pais, eles
desobedeceram a lei divina e ficaram sob o domínio da morte. De fato, eles ficaram sob o julgo da morte
física, espiritual e eterna. E as conseqüências de tal rebelião se estenderam também a toda descendência
deles (Gn 4; Rm 3).
4. O Anúncio do plano da salvação
Como conseqüência da quebra da lei divina, o que caberia ao ser humano instantaneamente era
tão somente o justo juízo de Deus. Entretanto, por mais paradoxal que seja, aquele mesmo que fora o agente
da tentação recebe de Deus a demonstração da Sua graça à humanidade caída, prometendo-lhe um salvador
que viria para esmagar-lhe a cabeça (Gn 3:15). Aí, então, temos o primeiro registro do pacto da redenção, a
promessa de um salvador. E tendo feito esta promessa, o próprio Deus derrama o sangue de um animal e faz
para Adão e Eva vestimentas para que se cobrissem. E, aí, então, temos o princípio de cobertura de pecados
por morte substitutiva, que norteará todo o Velho Testamento.
4. O Chamado de Noé
Com o crescimento do pecado, Deus separa para si Noé (Gn 6) e salva sua família através de uma
arca. Neste ato salvífico Deus confirma o pacto da graça (Gn 9) e à humanidade é dada a continuidade de
existência.
5. O Chamado de Abrão
Da linhagem de Sem (Gn 11:10-26), filho de noé, Abrão recebe o chamado de Deus para ir à uma
terra que lhe mostraria e na qual ele e sua descendência seriam abençoados ricamente (Gn 12).
De Abraão nasce Isaque, de Isaque nasce Jacó.
Até que Jacó viesse a se converter muitas tristezas sua família teria que suportar. Mas no encontro
que teve com Deus no val de Jaboque, seu nome foi mudado para Israel e sua vida transformada. De seus
casamentos Jacó, teve doze filhos e destes vieram as doze tribos (Gn 49), que seriam chamadas mais à
frente de “povo de Israel”.
6. A Ida de Israel Para o Egito
Avançado em dias, Israel tinha José como filho predileto. Isto causou tanto ódio a seus outros
filhos que José foi vendido, por estes, como escravo. Contudo, José tudo sofreu pacientemente até que veio a
ser uma grande autoridade no Egito e meio de livramento à sua família que passava grandes necessidades.
Através de José, a família toda de Israel foi para o Egito, no qual por anos gozou de toda a consideração das
autoridades daquela nação estrangeira (Gn 37 – 50).
7. O Chamado de Moisés
Após a morte de José subiu ao trono egípcio um faraó que começou a explorar os israelitas. Na
aflição o povo clama por libertação, e Deus chama Moisés para liberta-lo (Ex 3). Este Moisés, embora viver
na corte egípcia como filho da filha do faraó, era na verdade um israelita que pela providência divina havia
sido poupado da morte, quando o faraó tinha decretado a morte das crianças hebréias.
Este Moisés, juntamente com seu irmão Arão, apresentam-se a faraó; contudo, mesmo diante de
cada praga, o líder egípcio fica cada vez mais duro em seu coração. Com a morte dos primogênitos o povo de
Israel e liberado (Ex 12). E isto o povo faz após realizar a primeira páscoa, na qual um cordeiro sem defeito e
sem mácula é morto, assado e comido pelas famílias hebréias e seu sangue é posto nos umbrais das portas.
Com Moisés o povo atravessa o Mar Vermelho e caminha rumo a terra que Deus havia prometido
a Abraão.
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9. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
AS DEZ PRAGAS DO EGITO
O Deus Produziu
O Coração Os Magos
Praga Texto Aviso Egípcio Efeito em Comentário
de Faraó Copiaram?
Zombado Gósen?
Ficou 7 dias. O Nilo era um rio sagardo do
Água do Egito. Os magos copiaram as pragas, mas
rio Nilo 7:14-24 Sim Os deuses do Rio Coração dele Sim - 7:20-21 Sim porque? O que pricisaram foi água, não
se tornou Nilo se endureceu mais sangue. Eles não puderam desfazer
sangue - 7:22 o que Deus tinha feito, nem fazer água
para o povo beber.
Fizeram de novo. Para que? Não
Pta e Heca - deus precisaram mais rãs. De novo não
Rãs 8:1-15 Sim Endureceu o Sim - 8:6 Sim puderam desfazer o que Deus tinha feito.
e deusa de seu coração -
cabeça de rã A rã representou para o Egoto a vida
8:15 humana em embrião. Deus mostrou que
Ele é a fonte de toda vida.
Piolhos são pulgas ou mosquitos. Esta
Coração dele
Piolhos 8:16-19 Não Leb - deus da Sim - 8:17 Não vez os magos disseram a Faraó que “isto
se endureceu
terra é o dedo de Deus, 8:19. As pulgas
- 8:19
ficaram sobre a terra como o pó.
Um tipo de mosca chamado “mosca de
Endureceu cachorro”que morde a pálpebra, pode dar
Quepara - deus- ainda esta vez doença dos olhos e até cegueira.
Moscas 8:20-32 Sim besouro seu coração - Não 8:22-23 Não Começando com esta praga Deus fez
8:32 diferença entre Egito e Israel, 8:22-23,
11:7. Observa os comprissos de Faraó,,
v. 25 e 28.
Os magos não puderam desfazer nem
Pestilênc Seráfis (Ápis) – O coração de curar a doença. Uma doença que atacou
ia 9:1-7 Sim deus sagrado de Faraó se Não 9:4 e 7 Não o gado. Todo gado do Egito morreu, mas
Gravíssi Mênfis do gado agravou - 9:7 nenhum morreu de Israel.
ma
Deus nesta praga zombou a deusa e
O Senhor rainha do céu do Egito. Moisés jogou o pó
Neite - deusa e endureceu o para o céu que deu um tumor ulceroso na
Sarna 9:8-12 Não rainha do céu coração de Não - 9:11 Não pela do povo que doeu demais. Os magos
Faraó - 9:12 também pegaram a doença e não
puderam adorar a sua deusa e rainha
religiosa.
Íris - deus da O coração de Não 9:26 Todos que creram na Palavra de Deus
água e Faraó se escaparam desta praga, 9:20-21. Deus
Saraiva 9:13-35 Sim Osiris - deus de endureceu - Não mandou saraiva cair na terra e fogo correr
fogo 9:35 no chão. Mostou que seus deuses da
água e do fogo eram mesmo nada.
Deus encheu o ar de gafanhotos. Os
Xu - deus do ar e O Senhor deuses egípcios (Xu E Sebeque) não
Gafanhot 10:1-20 Sim Sebeque - deus- endureceu o Não - 10:6 Não puderam fazer nada para não deixar
os inseto coração de acontecer. Ó que deuses fracos! Observa
Faraó – 10:20 o terceiro comprisso oferecido por Faraó,
10:11.
Com esta praga Deus derrubou o deus
O Senhor principal do Egito, Rá, o deus-sol. A
10:21- Rá - deus-sol. Ele endureceu o palavra Faraó significa sol, ele era um
Trevas 23 Não era o deus coração de Não - 10:23 Não deus. Egito ficou nas trevas (sem ver
principal do Egito Faraó – 10:27 nadinha) durante 3 dias, mas Israel ficou
na luz. Observa o quarto comprisso de
Faraó, 10:24.
Depois disto todos souberam que Deus
Jeová reina! Ele Pela última Aqueles que era o Senhor e Seu nome ficou anunciado
Morte do destruiu todos os vez o seu tinham o Não puderam em toda a terra. Deus destruiu todo deus
primogên 11-12 Não deuses falsos do coração se sangue do aliviar o povo falso do Egito. Na morte do primogênito
itos Egito. Agora endureceu - cordeiro não Deus mostoru que Ele tem na Sua mão o
mostra que Ele é 14:1-10, 21-28 morreram poder de morte e de vida. Depois vamos
a vida. estudar mais detalhadamente a Páscoa.
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10. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
8. O Chamado de Josué
Com a morte de Moisés Deus chama Josué para substituí-lo (Js1). Muitas batalhas são
travadas, mas o povo conquista a terra prometida a seus pais (Js 24:14-33).
9. O tempo dos juízes
Shoftim ou Juízes (em hebraico: )שֹּׁפטיםdo Velho Testamento que trata da história dos
ְִ
israelitas entre a conquista da terra de Canaã no final da vida de Josué até o estabelecimento do
primeiro reinado. Escrito originalmente em hebraico, sua autoria é até hoje incerta, embora alguns
afirmem que poderia ter sido profeta Samuel, durante o reinado de Saul, em torno de 1050 a.C..
Juízes retrata um período de aproximadamente três séculos em que os israelitas,
encontrando-se na terra prometida, desviaram-se dos mandamentos divinos praticando a idolatria e
que por isso chegaram a ser derrotados pelas nações vizinhas ou próximas que passavam a oprimir
o povo. Então os israelitas arrependiam-se e pediam a ajuda de Deus. Surgiam assim líderes
heróicos para resgatarem o povo de Israel dos inimigos e restabelecerem a obediência à lei
mosaica.
O primeiro juiz teria sido Otniel, o qual teria libertado os israelitas do rei Cusã-Risataim.
Após a morte de Otniel, os israelitas novamente afastam-se dos mandamentos de Deus e são
dominados pelos moabitas. Novamente é levantado um novo juiz, Eúde que livra o povo de seus
opressores. Assim, seguem novos períodos sob a liderança dos juízes em que, repetidamente, os
israelitas voltam a adorar deuses pagãos, são dominados por outros povos, arrependem-se e são
mais uma vez libertos. O último juiz da história dos israelitas foi Sansão, o qual possuía uma força
excepcional e teria liderado o povo contra os filisteus, mas foi traído por Dalila ao lhe revelar que o
segredo de sua força encontrava-se nos seus cabelos. Entre alguns juízes durante essa época que
mais se destacam no livro estão Débora, Gideão e Sansão.
O livro termina relatando a decadência moral dos israelitas, assim concluindo no verso 6
do caítulo 17: Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto.
Cronologicamente pode-se mencionar os seguintes líderes que teriam julgado Israel, com
suas respectivas tribos de origem e referências bíblicas:
JUÍZES DE ISRAEL
Juíz Origem Texto Bíblico
Otniel Judá Jz 1:11-15; Jz 3:7-11
Eúde Benjamim Jz 3:12-30; Jz 4:1
Sangar desconhecido a origem Jz 3:31; Jz 5:6
Débora Efraim Jz 4:1; Jz 5:31
Gideão Manassés Jz 6:1-8; Jz 6:32
Abimeleque Manassés Jz 8:33-9:57
Tola Issacar Jz 10:1-2
Jair Manassés Jz 10:3-5
Jafté Manassés Jz 10:6-12; Jz 7
Ibsã Judá ou Zebulom Jz 12:8-9
Elom Zebulom Jz 12:11-12
Abdom Efraim Jz 12:13-15
Sansão Dã Jz 13:1-16 e Jz 31
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11. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
10. O Reino
Vendo Israel que os povos ao seu redor possuíam reis, pedem a Samuel que lhes dê um
rei. Deus se mostra desgostoso com o povo pois tal pedido era a prova que os israelitas não
estavam satisfeitos com a teocracia. Saul então é o escolhido (I Sm 10). Porém, sua personalidade
instável, ciúme excessivo quanto ao trato do povo a favor de Davi e sua deliberada desobediência a
Deus fizeram com este primeiro perdesse o seu reinado para o jovem Davi (I Sm 16).
11. O Chamado de Davi
Com a morte de Saul, Davi reina em Israel. Seu reinado é próspero e os inimigos dos
israelitas são postos longe dos muros de Jerusalém. A construção um templo para YAHWEH (hwhy)
é dado a seu filho Salomão (I Re 1:11-39), uma vez que Davi havia derramado muito sangue em
seu reinado.
Entretanto, antes mesmo de Davi partir, Deus lhe faz a
promessa de que nunca lhe faltaria um sucessor em seu trono e
que seu reinado seria eterno (II Sm 7:12-16).
12. O Chamado de Salomão
Às portas da morte de Davi, Salomão já experimenta as lutas políticas próprias da
monarquia. Seu irmão Adonias (I Re 1:5-10) usurpa o trono; todavia, Nata e Bate-seba advogam a
favor de Salomão (I Re 1:11-31) e Davi ordena a Zadoque (o sacerdote) e Natã (o profeta) que
proclamem a Salomão como rei sobre Israel. E assim é feito (I Re 1:32-40).
13. A Divisão do reino
Com a proximidade da morte de Salomão, mais uma vês o reinado sofre abalo e cisão. O
filho de Salomão, Roboão, sobe ao trono, mas mostra-se desqualificado para tal posto de liderança.
Nisto, Jeroboão (filho de Nebate, eframita de Zeredá, servo de Salomão – I Re 11:26-40) levantou-
se contra a posição de Roboão e dez tribos seguem-no (I Re 12:12-20). Com isto a monarquia
judaica se divide:
a. Reino de Judá: sob a liderança de Roboão e tendo como capital Jerusalém.
b. Reino de Israel: sob a liderança de Jeroboão e tendo como capital Samaria.
14. O Exílio
Pelos muitos pecados dos reinos do norte (reino de Israel) e do sul (Reino de Judá), o
povo judeu foi para o cativeiro.
O reino do Norte foi para exílio assírio no ano 722 a.C. e o reino do sul foi para o cativeiro
babilônico em 587 a.C.
Contudo, mesmo diante da término da monarquia judaica; sempre o povo de Israel
acalentou em seu coração a esperança que um filho de Davi novamente reinaria em Jerusalém e
traria à nação judaica os tempo áureos de outrora.
11
12. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
14. O Retorno Para a Palestina
Tendo purificado o povo de Israel da idolatria por meio do cativeiro (Dn 3), Deus levanta
Ciro (o medo-persa) para repatriar seu povo à terra prometida. Para a reconstrução da cidade e
fortalecimento da fé, Deus envia Neemias e Esdras (Ne 1).
15. A última Profecia
Com Malaquias ouvimos a última profecia com respeito à vinda do Messias (Ml 4:5,6). A
revelação da velha dispensação está selada e o povo instruído quanto a vindo do Filho de Davi, o
Messias.
12
13. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
Reino Hebraico Unido: 1102 – 982 a.C.
Saul (40) - Davi (40) - Salomão (40)
Reino Hebraico Dividido
Reino de Judá Reino de Israel
Roboão 17 Profetas do V. T. Jerobão 22
Abias 3 Judá Israel Nadabe 2
Asa 41 Baasa 24
Josafá 25 Elá 2
Josafá 8 Zinri 7 dias
Acazias 1 Onri 12
Atalia 6 Elias Acabe 22
Joás 40 Eliseu Acazias 2
Amazias 29 Obadias Josafá 12
Uzias 52 Isaías Jeú 28
Jotão 16 Miquéias Jeoacaz 17
Acaz 16 Jonas Joás 16
Ezequias 29 Oséias Jeroboão II 41
Judá Só 135 anos Amós Zacarias 6 meses
Manassés 55 Salum 1 mês
Amom 2 Menaém 10
Josias 31 Pecaías 2
Jeocaz 3 meses Peca 20
Jeoaquim 11 Jeremias Oséias 9
Zoaquim 3 meses Naum Cativeiro Assírio 722 a.C.
Sofonias
Zedequeias 11
Habacuque
Cativeiro Babilônico
587 a.C. (49 anos)
Daniel e
Jerusalém Destruída
Ezequiel
Restauração (147 anos)
Zorobabel
Esdras
Neemias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Entre s Testamentos
(386 anos)
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14. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
16. O Período Intertestamentário
a. Desenvolvimento Político
A Expressão “400 anos de silêncio”, freqüentemente empregada para descrever o
período entre os últimos eventos do A.T. e o começo dos acontecimentos do N.T. não é correta nem
apropriada. Embora nenhum profeta inspirado se tivesse erguido em Israel durante aquele período,
e o A.T. já estivesse completo aos olhos dos judeus, certos acontecimentos ocorreram que deram ao
judaísmo posterior sua ideologia própria e, providencialmente, prepararam o caminho para a vinda
de Cristo e a proclamação do Seu evangelho.
a.1 Supremacia Persa
Por cerca de um século depois da época de Neemias, o império Persa exerceu
controle sobre a Judéia. O período foi relativamente tranqüilo, pois os persas permitiam aos judeus o
livre exercício de suas instituições religiosas. A Judéia era dirigida pelo sumo sacerdotes, que
prestavam contas ao governo persa, fato que, ao mesmo tempo, permitiu aos judeus uma boa
medida de autonomia e rebaixou o sacerdócio a uma função política. Inveja, intriga e até mesmo
assassinato tiveram seu papel nas disputas pela honra de ocupar o sumo sacerdócio. Joanã, filho de
Joiada (Ne 12.22), é conhecido por ter assassinado o próprio irmão, Josué, no recinto do templo.
A Pérsia e o Egito envolveram-se em constantes conflitos durante este período, e a
Judéia, situada entre os dois impérios, não podia escapar ao envolvimento. Durante o reino de
Artaxerxes III muitos judeus engajaram-se numa rebelião contra a Pérsia. Foram deportados para
Babilônia e para as margens do mar Cáspio.
a.2 Alexandre, o Grande
Em seguida à derrota dos exércitos persas na Ásia Menor (333 AC), Alexandre
marchou para a Síria e Palestina. Depois de ferrenha resistência, Tiro foi conquistada e Alexandre
deslocou-se pra o sul, em direção ao Egito. Diz a lenda que quando Alexandre se aproximava de
Jerusalém o sumo sacerdote Jadua foi ao seu encontro e lhe mostrou as profecias de Daniel,
segundo as quais o exército grego seria vitorioso (Dn 8). Essa narrativa não é levada a sério pelos
historiadores, mas é fato que Alexandre tratou singularmente bem aos judeus. Ele lhes permitiu
observarem suas leis, isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu
Alexandria no Egito (331 AC), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios
comparáveis aos seus súditos gregos.
a.3 A Judéia sob os Ptolomeus
Depois da morte de Alexandre (323 AC), a Judéia, ficou sujeita, por algum tempo a
Antígono, um dos generais de Alexandre que controlava parte da Ásia Menor. Subseqüentemente,
caiu sob o controle de outro general, Ptolomeu I (que havia então dominado o Egito), cognominado
Soter, o Libertador, o qual capturou Jerusalém num dia de sábado em 320 AC Ptolomeu foi bondoso
para com os judeus. Muitos deles se radicaram em Alexandria, que continuou a ser um importante
centro da cultura e pensamento judaicos por vários séculos. No governo de Ptolomeu II (Filadelfo) os
judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua Lei, i.e., o Pentateuco, para o grego. Esta
tradução seria posteriormente conhecida como a Septuaginta, a partir da lenda de que seus setenta
(mais exatamente 72 - seis de cada tribo) tradutores foram sobrenaturalmente inspirados para
produzir uma tradução infalível. Nos subseqüentes todo o Antigo Testamento foi incluído na
Septuaginta.
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15. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
a.4 A Judéia sob os Selêucidas
Depois de aproximadamente um século de vida dos judeus sob o domínio dos
Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria conquistou a Síria e a Palestina aos Ptomeus do Egito
(198 AC). Os governantes sírios eram chamados selêucidas porque seu reino, construído sobre os
escombros do império de Alexandre, fora fundado por Seleuco I (Nicator).
Durante os primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo
sacerdote continuasse a governar os judeus de acordo com suas leis. Todavia, surgiram conflitos
entre o partido helenista e os judeus ortodoxo. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao partido helenista e
indicou para o sacerdócio um homem que mudara seu nome de Josué para Jasom e que estimulava
o culto a Hércules de Tiro. Jasom, todavia, foi substituído depois de dois anos por uma rebelde
chamado Menaém (cujo nome grego era Menelau). Quando partidários de Jasom entraram em luta
com os de Menelau, Antíoco marcho contra Jerusalém, saqueou o templo e matou muitos judeus
(170 AC). As liberdades civis e religiosas foram suspensas, os sacrifícios diários forma proibidos e
um altar a Júpiter foi erigido sobre o altar do holocausto. Cópias das Escrituras foram queimadas e
os judeus foram forçadas a comer carne de porco, o que era proibido pela Lei. Uma porca foi
oferecida sobre ao altar do holocausto para ofender ainda mais a consciência religiosa dos judeus.
a.5 Os Macabeus
Não demorou muito para que os judeus oprimidos encontrassem um líder para sua
causa. Quando os emissários de Antíoco chegaram à vila de Modina, cerca de 24 quilômetros a
oeste de Jerusalém, esperavam que o velho sacerdote, Matatias, desse bom exemplo perante o seu
povo, oferecendo um sacrifício pagão. Ele, porém, além de recusar-se a fazê-lo, matou um judeu
apóstata junto ao altar e o oficial sírio que presidia a cerimonia. Matatias fugiu para a região
montanhosa da Judéia e, com a ajuda de seus filhos, empreendeu uma luta de guerrilhas contra os
sírios. Embora os velho sacerdote não tenha vivido para ver seu povo liberto do jugo sírio, deixou a
seus filhos o término da tarefa. Judas, cognominado “o Macabeu”, assumiu a liderança depois da
morte do pai. Por volta de 164 AC Judas havia reconquistado Jerusalém, purificado o templo e
reinstituído os sacrifícios diários. Pouco depois das vitórias de Judas, Antíoco morreu na Pérsia.
Entretanto, as lutas entre os Macabeus e os reis selêucidas continuaram por quase vinte anos.
Aristóbulo I foi o primeiro dos governantes Macabeus a assumir o título de “Rei dos
Judeus”. Depois de um breve reinado, foi substituído pelo tirânico Alexandre Janeu, que, por sua
vez, deixou o reino para sua mãe, Alexandra. O reinado de Alexandra foi relativamente pacífico.
Com a sua morte, um filho mais novo, Aristóbulo II, desapossou seu irmão mais velho. A essa altura,
Antípater, governador da Iduméia, assumiu o partido de Hircano, e surgiu a ameaça de guerra civil.
Conseqüentemente, Roma entrou em cena e Pompeu marchou sobre a Judéia com as suas legiões,
buscando um acerto entre as partes e o melhor interesse de Roma. Aristóbulo II tentou defender
Jerusalém do ataque de Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e penetraram até o Santo dos
Santos. Pompeu, todavia, não tocou nos tesouros do templo.
a.6 Roma
Marco Antônio apoiou a causa de Hircano. Depois do assassinato de Júlio Cesar e da
morte de Antípater (pai de Herodes), que por vinte anos fora o verdadeiro governante da Judéia,
Antígono, o segundo filho de Aristóbulo, tentou apossar-se do trono. Por algum tempo chegou a
reina em Jerusalém, mas Herodes, filho de Antípater, regressou de Roma e tornou-se rei dos judeus
com apoio de Roma. Seu casamento com Mariamne, neta de Hircano, ofereceu um elo com os
governantes Macabeus.
Herodes foi um dos mais cruéis governantes de todos os tempos. Assassinou o
venerável Hircano (31 AC) e mandou matar sua própria esposa Mariamne e seus dois filhos. No seu
leito de morte, ordenou a execução de Antípater, seu filho com outra esposa. Nas Escrituras,
15
16. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
Herodes é conhecido como o rei que ordenou a morte dos meninos em Belém por temer o Rival que
nascera para ser Rei dos Judeus.
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17. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
V. A LEI
A primeira deliberação de Deus ao libertar o povo de Israel do cativeiro egípcio foi entregar a Lei. Os
dez mandamentos foram
1. Lei Civil: Esta lei incluía todas as determinações referentes à vida social e comunitária de Israel,
regulando o comportamento do povo, estabelecendo o padrão de santidade em todos os
aspectos do cotidiano e requerendo a punição justa pelos delitos cometidos. Esta lei era,
contudo, peculiar ao povo de Israel, pois fora promulgada em um clima de pacto entre Deus e
este povo, o que dava a esta lei o caráter restrito e transitório [Ex 21 e 22].
2. Lei Cerimonial: Esta lei incluía todas as determinações referentes a vida religiosa (festas, rituais,
símbolos, etc) do povo de Israel. E, como e religião vetero-Testamentária era profética e
apontava, em sombras, para Aquele que haveria devir, deduzimos que esta lei também
tinha caráter transitório e sua permanência era assegurada até a vinda daquilo que ela
representava (cordeiro pascal=Jesus; sábado=vida eterna; unção com
óleo=recebimento do E.S.; Festa dos Tabernáculos=encarnação de Cristo, etc) [Ex 25 –
30].
3. Lei Moral: Esta lei estabelecia o padrão de comportamento ético e moral pelo qual o povo de Deus deveria
se guiar. Enquanto a Lei Civil apontava para as conseqüências de uma vida em pecado, a lei
moral inspirava o povo a ter o caráter dAquele que o vocacionara. Disto concluímos que a lei
moral é eterna e universal pois revela o caráter santíssimo do Deus Eterno [Ex 20].
Para ilustrarmos estes três aspectos da lei de Deus no V.T. damos o exemplo da guarda do
sábado. Relacionado a este dia de culto, temos nele um aspecto cerimonial, um aspecto moral e outro civil.
a. Por aspecto cerimonial, nos referimos a guarda literal do sétimo dia da semana e aquele significado
espiritual para o qual ele apontava, ou seja, a vida eterna;
b. por aspecto moral, dizemos aquele princípio que encontramos em Ex 20:9 que diz “seis dias
trabalharás...mas o sétimo dia é o sábado do Senhor”, ou seja, após seis dias trabalhados, o próximo
pertence ao Senhor para o culto;
c. e, por aspecto civil nos referimos as sanções e punições pala quebra deste ou de qualquer
mandamento.
Portanto, dizer que o Evangelho nos desobriga a guardar um dia de culto ao Senhor é uma
compreensão errada da Lei de Deus. Não é razoável asseverarmos que Deus ordena que pratiquemos todos
os nove mandamentos do decálogo e venhamos a esquecer exatamente aquele nos intima a cultuá-lo. Daí
segue-se que a guarda do sábado ainda é um princípio válido para todo povo de Deus ainda hoje. Contudo,
não segundo o cerimonialismo do V.T., entretanto, de acordo com o espírito da lei que trás vida. O que nos
faz concluir que, quando os sabatistas condenam a cristandade por guardar o domingo, como dia de culto,
estes hereges se mostram ainda agrilhoados pelas sombras da antiga dispensação, pois são incapazes de
perceber que o princípio moral da Lei não é quebrado, pois o trabalho de segunda a sábado perfaz um total
de seis dias, e, que foi exatamente no dia de domingo que aquilo que o sábado representava foi-nos dado,
ou seja, a vida eterna através da ressurreição de Cristo, no primeiro dia da semana.
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18. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
VI. O TABERNÁCULO, O EVANGELHO EM SOMBRAS (Ex 25:1-9)
1. O Sumo Sacerdote (Lv 21; Hb 5:1-9):
a. Seu corpo: As leis que estabeleciam o sacerdócio eram extremamente
rígidas. Não eram quaisquer descendentes de Arão que poderiam oficiar
diante de YAHWEH, pois o próprio Deus estabelecera uma série de regras,
as quais citamos a baixo:
a.1 Não poderia tocar em mortos, exceto o pai, mãe, filho, filha, irmão ou
irmã virgem.
a.2 Não poderiam fazer calva a cabeça.
a.3 Não poderiam cortar as extremidades da barba.
a.4 Não poderiam ferir a sua carne.
a.5 Só deveriam casar com uma virgem.
a.6 Não poderiam ter alguma deformidade: cego, coxo, rosto mutilado
desproporcionado, pé quebrado, mão quebrada, corcovado, anão,
sarna, impinges, testículo quebrado.
b. Suas vestes sacerdotais (Ex 28)
b.1 Em seu vestuário o sumo sacerdote trazia com sigo as cores: branco, carmesim, púrpura e
azul.
b.2 No peitoral leva 12 pedras, e cada uma delas representava cada uma tribo de Israel.
b.3 Nas ombreiras, o sacerdote possuía também 2 pedras de ônix, nas quais estavam escritas os
nomes das doze tribos de Israel. Seis em cada uma delas.
c. Aplicação Teológica:
Diante destes elementos algumas conclusões podemos tirar, vejamos:
c.1 O sacerdócio era uma sombra da pessoa e ministério de Cristo (Cl 2:16,17; Hb 5:1-9).
c.2 A verdade da expiação limitada se faz presente no ofício sacerdotal, pois o Sumo-sacerdote
representava diante de Deus tão somente aqueles que estavam incluídos nas doze pedras do
seu peitoral e nas duas pedras de ônix em suas ombreiras. Ou seja, assim como o sumo
sacerdote oficiava diante de Deus somente a favor do povo de Israel, assim também, Jesus, o
sumo sacerdote da nova aliança, intercede tão somente pelos eleitos (Jo 17:9-20).
2. Os levitas (Nm 3)
Levi do Hebraico Lêwi ligado a raiz IÃWÂ significa “juntar”, ou ainda HILLAWEH que significa
UNIR. O nome HILLAWEH (LEVÍ) é da mesma família onomatopaica da palavra HALELUIA.
"Outra vez concebeu Lia, e deu à luz um filho, e disse: Agora, desta vez, se unirá
mais a mim meu marido, porque lhe dei à luz três filhos; por isso, lhe chamou
Levi." (Gn 29:34)
2.1 Responsabilidades com o Tabernáculo
O papel dos levitas como ministros do tabernáculo era de cooperarem na construção do
tabernáculo, sob a supervisão do filho de Arão, Itamar. Nas leis preparatórias para a marcha pelo deserto,
Levi foi separado por Deus, das outras tribos, e colocado sob a responsabilidade de desmanchar, transportar
e erigir o tabernáculo alem de servirem como uma espécie de pára-choque para protegerem as demais tribos
israelitas da indignação de Deus, que os ameaçava se despercebidamente entrassem em contato com a
tenda sagrada ou com os seus móveis (Números 1: 47-54).
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19. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
2.2 O Levita e a Santificação
A santificação é o elemento chave para que um levita tenha o seu ministério bem sucedido e é
também a maior responsabilidade de um servo de Deus. "Segui a paz com todos e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12:14 RA). Nenhum Levita pode fazer
a obra de Deus sem estar com sua vida em santidade:
"Os levitas se purificaram e lavaram as suas vestes, e Arão os apresentou por
oferta movida perante o SENHOR e fez expiação por eles, para purificá-los.
Depois disso, chegaram os levitas, para fazerem o seu serviço na tenda da
congregação, perante Arão e seus filhos; como o SENHOR ordenara a Moisés
acerca dos levitas, assim lhes fizeram." (Números 8:21-22 RA)
3. Ordem para a construção do tabernáculo (Ex 25:8,9)
A ordem divina concernente à construção do tabernáculo era que o mesmo deveria ser construído
e feitos seus utensílios exatamente como Deus havia revelado a Moisés; isto porque, segundo o plano sábio
do Senhor; o tabernáculo seria para os irmãos velha dispensação o meio didático pelo qual o próprio Deus os
ensinaria sobre a vinda do messias, sua vida e morte, seu ministério, e, por fim, as bênçãos decorrentes do
penoso trabalho de sua alma. Retirar ou acrescentar algo à revelação de Deus acarretaria uma real
deturpação da pessoa do salvador.
4. Propósito da Construção (Ex 25:9 = Gn 3:8 = Jo 1:14 = Ap 21:3):
o propósito do tabernáculo é muito bem posto pelo próprio Deus, ou seja, “para que eu possa habitar
no meio deles”. Esta assertiva apresenta-se não somente neste texto, mas sim, durante todo o transcurso
histórico da revelação bíblica, o que certamente é testemunha inequívoca daquele anelo maior de Deus que
foi, é, e sempre será, de habitar no meio do seu povo.
Kai o logoj sarx egeneto kai eskhnwsen em hmin (Jo 1:14)
E o Verbo carne se fez e habitou entre nós
Idou h skhnh tou çqeou meta twn antrwpwn, kai skhnwsei met’’~´ autwn (Ap 21:3)
Eis o tabernáculo de Deus com os homens e habitará com eles
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20. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
5. Localização (Nm 2):
A orientação quanto a localização do tabernáculo foi dado por Deus por cinco motivos diferentes.
a. Ele deveria ficar no centro do acampamento do povo de Israel afim de que este pudesse a cada
dia lembrar que o centro de sua vida deveria ser a vida espiritual.
b. Ele deveria ser no centro para ilustrar que todos os fatos históricos na vida do povo convergiriam
para a vinda do messias representado no tabernáculo.
c. Deveria ser no centro para lembra-los da constante presença de Deus na direção do destino do
seu povo.
d. A porta do átrio deveria estar direcionada para o leste, ou seja, para o oriente (Nm 3:38)
d.1 Foi exatamente desta banda que os magos viram a estrela que anunciava o nascimento de
Jesus (Mt 2:2),
d.2 Em Apocalipse, Jesus é chamada de a radiante estrela da manhã (Ap 22:16).
d.3 Para a banda do oriente pois era exatamente nesta localização em a tribo de Judá se
acampava (Nm 2:1-3), o que nos lembra as várias profecias concernentes a origem do
Messias como vindo desta tribo (Gn 49:8-11).
d.4 Este era a “entrada” do Éden Gn 3:24)
Norte
Dã
Aser
Naftali
Oeste Efraim Judá Leste
Ocidente Manassés Issacar Oriente
Benjamim Zebulon
Ruben
Simeão
Gade
Sul
6. Estrutura do Tabernáculo (Ex 38:9-20):
6.1 Átrio (Ex 27:9-19; 38:4-20):
a. Era cercado por cortinas de linho fino retorcido, seguras em colunas, cujos ganchos e vergas
eram de prata e cujas as bases eram de bronze.
b. Possuía uma só porta (Ex 38:13,14), o que nos lembra as palavras de cristo “eu sou a porta”
(Jo 10:9,10), e certamente nos assevera que só existe um caminho de salvação (Jo 14:6).
20
21. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
b.1 Esta porta possuía quatro colunas (Ex 38:19). O número quatro é símbolo da terra pois
nos lembra dos quatro pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste); nisto os irmãos do V.T.
eram doutrinados sobre a universalidade da graça que era oferecida a todas às nações,
bem como a universalidade do único meio de salvação que Deus propôs ao homem.
b.2 Nesta única porta de quatro colunas havia um reposteiro de estofo azul, púrpura,
carmesim e linho fino retorcido. Disto concluímos que este único salvador oferecido à
todas nações não poderia ser qualquer pessoa, antes, sim, deveria agregar em seu ser
determinadas características e virtudes imprescindíveis para efetuar com poder a
salvação. E estas características eram:
* Azul: tinha que ter origem celestial
* Púrpura: ser grande em poder
* Linho fino retorcido: sem nenhum pecado.
* Carmesim: disposta a morrer pelos seus em uma morte expiatória e vicária.
c. No átrio, entre a sua porta e a tenda da congregação, ficavam o Altar do Holocausto e a Bacia
de Bronze.
c.1 Altar do Holocausto (Ex 27): feito de madeira de acácia revestida de ouro, simbolizando a
humanidade de Cristo revestida do esplendor da glória de Deus; em seus quatro cantos
haviam quatro chifres, que simbolizavam o poder da morte vicária de Cristo para salvar a
quem ele queira dos quatro cantos da terra.
c.2 Bacia de Bronze (Ex 30:17-21): feita de bronze, na qual se colocava água para
purificações. O bronze é símbolo de juízo e a água, símbolo de purificação. Arão e seus
filhos deveriam ser purificados antes de entrarem na tenda da congregação ou antes de
ministrarem no altar para acender a oferta queimada. Disto retiramos a verdade que o
nosso mediador deveria ser perfeito e santo, pois somente assim ele seria aceito diante de
Deus e intercederia com eficácia a nosso respeito (). [Jo 13:1-11]
6.2 A Tenda da Congregação (Ex 25 e 26)
a. A cobertura: o Tabernáculo, ou Tenda da Congregação, era coberto por peles de animais que
em suas texturas e cores (Ex 26:1-14) traziam ao povo de Israel conhecimento
sobre a vida e o ministério do Messias, vejamos:
a.1 Pelos de cabras (Ex 25:4)
a.2 Peles de carneiro tintas de vermelho (Ex 25:5).
a.3 Peles finas (Ex 25:15)
21
22. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
b. As divisões da Tenda da Congregação (Ex 26:31-33; Hb 9:3): a tenda da congregação
estava dividida em “santo lugar” e “Santo dos santos”, por meio de uma cortina (Hb 10:20; Mt
27:51; Mc 15:38; Lc 23:45; Hb 6:19). Esta cortina era feita de estofo azul, púrpura, carmesin e
linho fino retorcido, tendo querubins bordados (Ex 26:31). [Gn 3:23,24 // Ex 26:31]
c. Os Utensílios:
c.1 Mesa dos Pães da proposição (Ex 25:23-29). Na mesa eram postos 12 pães asmos
(sem fermento). Um para cada tribo de Israel. [Jo 6:35-51; I Co 5:1-8]
c.2 O Candelabro (Ex 25:31-40): o candelabro possuía 7 lâmpadas e seu óleo era
especialmente preparado. [Jo 8:12]
c.3 O Altar do Incenso (Ex 30:1-10; Hb 9:4): O incenso era continuamente queimado na
presença de Deus. [Lc 1:9-11; Ap 5:8; Ap 8:3,4]
c.4 A Arca da Aliança (Êxodo 25:10-16): a arca da aliança era o mais sagrado de todos os
utensílios no tabernáculo. Aqui os hebreus guardavam uma cópia dos dez mandamentos,
que eram o resumo de toda a Aliança.
22
23. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
* O propiciatório (Ex 25:17-22; Hb 9:5): o propiciatório era o nome dado à tampa da
arca da aliança. Nele o sangue era aspergido como o fim de se pedir o perdão de
pecados. [Rm 3:25; Hb 2:17; I Jo 2:2; I Jo 4:10]
* O testemunho (Ex 25:16; Hb 9:4): A figura abaixo mostra a Arca aberta para que
você possa ver o seu conteúdo, que eram estes:
1. As duas tábuas da Lei
2. A vara de Aarão que floresceu
3. O pote de ouro com maná “escondido”
7. A Lei Sobre as Coisas Puras e Impuras
7.1 Aquilo que era impuro
Em todo o Velho Testamento, um dos atributos marcantes de Deus é a sua santidade. E o
meio didático de Deus ensinar ao povo este princípio espiritual foi a separação de um série de coisas que
tornavam o israelita cerimonialmente impuro, vejamos os exemplos:
a. Tocar em um morto (Lv 5:2; Lv 21:1; Nm 19:13)
b. A menstruação (Lv 15:19)
c. A mulher após o parto (Lv 12:2)
d. A lepra (Lv 13:1,2)
e. Comer animais considerados imundos (Lv 11:26,27).
Estas questão certamente tinham apenas um valor cerimonial; apontavam tanto para a
realidade da santidade de Deus, como convocava os israelitas à uma vida de contínua consagração e
purificação aos olhos de Deus. Aprova disto é que a separação entre animais limpos e imundos vem após a
queda de Adão. Antes disto, a palavra de Deus afirma que tudo “era muito bom”. Vejamos também At 10:15,
At 11:9; I Co 10:25,26; Cl 2:16,17; Rm 14:6.
7.2 Atos de purificação
A lei mosaica era precisa em questões de purificação. Para cada forma de impureza
cerimonial havia respectivamente um ritual de purificação oferecido ao povo comum e aos sacerdotes. Isto
porque, a intenção de Deus através dessas leis não era de esmagar a consciência do povo com a idéia de
pecado e impureza, mas, sim, mostrar que eles necessitavam de um purificar poderoso para todos os seus
pecados. E o próprio Deus oferecia isto a eles através da lei mosaica. Vejamos:
a. Leproso (Lv 14)
b. A mulher após o parto (Lv 12)
c. Tocar num morto (Nm 19:11-22)
Entretanto, todos estes rituais não eram um fim em si mesmos. Desde o início da revelação
bíblica, a promessa divina recaía sobre “o” descendente da mulher que viria para esmagar a cabeça da
serpente (Gn 3:15). Todos os rituais de purificação apontavam para o mesmo purificador futuro, Jesus Cristo
(Cl 2:16,17; Hb 10:1-10). Mas, enquanto ele não vinha, o próprio Deus Pai estabeleceu, pela Lei de Moisés,
uma série de atos ritualísticos que apontavam para a sua obra vicária na cruz do calvário (Hb 9:11-14; I Pe
1:18-20).
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24. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
VII. SACRIFÍCIOS E RITUAIS
Logo após Deus ter retirado o povo de Israel do Egito, Ele ordena a Moisés não só a construção
do tabernáculo, mas também estabelece uma série leis e rituais que deveriam dirigir a vida espiritual do povo
de Israel até a chaga do Messias prometido em Gn 3:15.
1. Holocausto (Lv 1:1-17; Lv 6 8:13)
A palavra original é derivada de uma raiz que significa ‘ascender’, e aplicava-se à oferta que era
inteiramente consumida pelo fogo e no seu fumo subia até Deus. Uma pormenorizada descrição dos
holocaustos se pode ler nos primeiros capítulos do Levítico. Pertenciam à classe dos sacrifícios expiatórios,
isto é, eram oferecidos como expiação daqueles pecados, que os oferentes tinham cometido - eram, também,
sacrifícios de ação de graças - e, finalmente, constituíam atos de adoração. Os altares para holocaustos eram
invariavelmente edificados com pedras inteiras, à exceção daquele que foi feito para acompanhar os israelitas
na sua jornada pelo deserto, e que se achava coberto de chapas de cobre. Os holocaustos, bem como as
ofertas de manjares, e as ofertas de paz, eram sacrifícios voluntários, sendo diferentes dos sacrifícios pelos
pecados, pois estes eram obrigatórios - e tinham eles de ser apresentados de uma maneira uniforme e
sistemática, como se acha estabelecido em Lv caps. 1 a 3. os três primeiros (holocaustos, ofertas de
manjares, e as ofertas de paz) exprimem geralmente a idéia de homenagem, dedicação própria, e ação de
graças - e os sacrifícios pelos pecados tinham a idéia de propiciação. os animais, que serviam para
holocaustos, podiam ser reses do rebanho ou da manada, e aves - mas se eram novilhos ou carneiros, ou
rolas, tinham de ser machos, sem defeito, e deviam ser inteiramente queimados, sendo o seu sangue
derramado sobre o altar, e as suas peles dadas aos sacerdotes para vestuário. Havia holocaustos de manhã e
de tarde - e eram especialmente oferecidos todos os sábados, também no primeiro dia de cada mês, nos sete
dias dos pães asmos, e no dia da expiação. o animal era apresentado pelo oferente, que punha nele a sua
mão, e depois o matava, fazendo o sacerdote o resto. Realizavam-se holocaustos nos atos de consagração
dos sacerdotes, levitas, reis, e lugares - e na purificação de mulheres, dos nazireus, e dos leprosos (Êx 29.15 -
Lv 12.6 - 14.19 - Nm 6 - 1 Rs 8.64). Antes de qualquer guerra também se efetuavam holocaustos, e em certas
festividades, ao som das trombetas.
2. Ofertas de Manjares (Lv 2:1-16; Lv 6:14-18)
Minhah [v¨j±b¦n] (oferta-refeição, oferta de cereais ou de manjares). Esse vocábulo é usado
de três maneiras diferentes no AT. Significa “presente, “tributo” (Jz 3:15; I Rs 4:21); em Levítico faz
referência à oferta de cereais (Lv 2) e em outras instância faz referência a sacrifícios em geral (I Sm
26:19; 2:29).S. R. Driver definiu corretamente o minha como um sacrifício que não expressa,
meramente a idéias neutra de presente, mas também que denota “um presente feito para obter ou
reter e boa-vontade” (I Sm 3:10-14; 26:19).
De conformidade com Lv 2, devia constituir ou de farinha (2:1-3), ou de bolos cozidos
(2:4-10) ou de cereal cru (2:14-16), juntamente oferecido com azeite e incenso puro. Outros
ingredientes podiam ser o sal (Lv 2:13) e o vinho (Lv 23:13). Nenhuma dessas ofertas eram
consumidas pelo ofertante. Pertenciam aos sacerdotes depois que uma porção memorial (L 2:2)
houvesse sido queimada sobre o altar.
3. Ofertas pelo Pecado (Lv 6:24-30)
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25. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
4. O Bode Emissário - Azazel
O termo ‘ªzazel (em nossa versão, ‘bode emissário’) ocorre quatro vezes e somente na descrição
sobre o Dia da Expiação (Lv 16:8,10,26). Em todas as quatro ocorrências da palavra, ela é prefixada pela
preposição “para”. Há quatro interpretações possíveis.
a. As versões antigas (LXX, Símaco, Teodócio e Vulgata) entendem que a palavra indica o
“bode que se vai”, considerando-a como derivada de duas palavras hebraicas: ‘ez,
“bode”, e ‘azal, “virar-se”.
b. Mediante associação com o árabe ‘azala, “banir”, “tirar”, ela tem sido traduzida como
“para remoção total”.
c. A interpretação rabínica em geral tem considerado que esta palavra designa o local
aonde o bode era enviado, um deserto (Lv 26:22).
d. Uma possibilidade final é considerar o vocábulo como a designação de um ser pessoal de
modo a contrapor-se à palavra “SENHOR”. Nesse sentido Azazal poderia ser um espírito
maligno (Enoque 8:1 10:4; II Cr 11:15; Is 34:14) ou até mesmo o próprio demônio, numa
posição de antítese ao Senhor. Derivado de ‘azaz, “ser forte” e de ‘el, “Deus”.
Alguns eruditos preferem esta última possibilidade, já que no versículo 10 o nome ‘ªzazel
aparece em paralelismo ao nome do Senhor, e pelo fato de ser citado num livro apócrifo (Enoque 6:6; 8:1 )
como um anjo caído.
Contudo, diante desta posição se faz necessária algumas objeções importantes:
a. Além do escrito apócrifo de Enoque não ser inspirado, e, portanto, não ser autoritativo
para definir uma doutrina, é, também, fora de qualquer dúvida que aquele que escreveu
tal obra literária valeu-se do que já estava escrito em Levítico para compor a sua obra
com os conceitos que melhor lhe pareciam.
b. Na própria Lei havia uma proibição clara sobre o sacrificar a demônios (Lv 17:7).
c. O sistema sacrificial do V.T. era cristocêntrico, ou seja, apontava para algum aspecto da
pessoa ou abra que Cristo viria realizar a favor dos pecadores (Cl 2:16,17).
d. Outro fato importante era o ato do sacerdote impor as mãos sobre a cabeça do bode
confessando todos os pecados dos filhos de Israel, e, assim, simbolicamente, os pecados
do povo eram postos sobre o animal (Lv 16:21,22)
e. O Significado do ritual é que o pecado é removido da sociedade humana e levado para a
região da morte (Mq 7:19). Deus provê ao povo arrependido um meio para lançar para
longe os seus pecados (Sl 103:12).
f. Na teologia bíblica é Cristo que leva sobre si os nossos pecados (Is 53:4-6).
g. A presença de dois animais (um que morre, e outro que é solto no deserto) simplesmente
apresenta diante de nós a fragilidade do sistema sacrificial do V.T. Os vários rituais
demonstram que era impossível uma só cerimônia retratar fiel e completamente tudo o
que o Messias seria e faria. Pode-se ver um paralelo no bode expiatório no ritual de
purificação de um leproso curado. Dois pássaros eram escolhidos. Um deve ser
sacrificado, e tanto o ex-leproso como o pássaro vivo eram tocados com o seu sangue.
Então, o pássaro vivo era solto. Este pássaro levava embora o mal, a lepra propriamente
dita, para o campo aberto, e o leproso era declarado limpo (Lv 14:1-9).
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26. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
VIII. ATOS DE CONSAGRAÇÃO
1. Circuncisão
a. Este ritual consistia no corte do prepúcio da criança do sexo masculino aos oito dias de nascimento
(Gn 21:1-7).
b. A criança só poderia ser circuncidada se tivesse debaixo daquele pacto que Deus havia feito entre
Deus e a descendência de Abraão; pacto este no qual YAHWEH prometia ser o Deus dos que
exerceriam fé em seu nome, e Deus da descendência destes (Gn 17:9-14).
c. Os gentios adultos poderiam ser circuncidados, bastando-lhes para isto a conversão ao Deus de
Israel. Nesta conversão e circuncisão, os gentios obtinham para si a graça de colocarem seus filhos
sob o pacto da graça.
d. A circuncisão possuía, também, um caráter nacionalista, pois a circuncisão diferia aqueles que
pertenciam ou não a nação judaica.
e. Embora a circuncisão tivesse de fato um aspecto nacional e político pois indicava quem pertencia
ou não a nação de Israel, contudo não são poucos os textos do V.T. que a representam como tendo
um aspecto mais profundo e espiritual (Dt 10:16;Cl 2:11), ou seja, uma purificação espiritual pela
qual o povo judeu deveria passar afim de poderem estar em plena comunhão com Deus; e não
somente isto, mas também esta circuncisão praticada no Antigo Testamento representava na
mente dos escritores inspirados aquela purificação que o Messias viária trazer sobre o povo do
pacto da graça. Diante disto, asseveramos que a circuncisão, de fato, em sombra, representava a
graça da regeneração tão claramente exposta no Novo Testamento. É por isso, então, que
encontramos as várias citações tanto no V.T.como no N.T. a respeito da circuncisão no coração (Dt
10:16, 30:6). Esta afirmação que a circuncisão simbolizava a regeneração decorre do fato que,
assim como a água é um símbolo universal de purificação, a circuncisão também o é, pois é
profilaxia contra doenças, e, simbolicamente é a retirada da carne = carnalidade = pecado. Vejamos
a baixo o quadro ilustrativo sobre os aspectos relacionados à circuncisão.
A CIRCUNCISÃO
TEXTOS
Simbologia
Gn 17:11 Aliança
Gn 17:14 Nacionalidade terrena
Rm 4:9-12 Realidades espirituais
Gn 17:14 Pertencia ao povo de Deus
Rm 4:9-12 Fé
At 15:1-5 Conversão
Dt 10:16 e Cl 2:11 Purificação
2. Unção
Conceito
Ungir era o ato de se derramar um precioso óleo sobre a cabeça de certas pessoas com o
fim de separa-las para um ofício ou objetos, tirando-os do uso comum para o uso exclusivo do culto a Deus
(Lv 8:1-12).
Material
O material usado para nesta cerimônia era um óleo especialmente feito para estas ocasiões
importantes e que não poderia ter outra utilização, a não ser esta (Ex 30:22-33).
Símbolo
Este óleo representava a presença do Espírito Santo na vida do homem de Deus (Lc 4:16-
18).
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27. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
Quem recebia
Sacerdotes (Lv 8:1-12), reis (I Sm 16:11-13) e profetas (Is 61:1)
Implicações
A unção foi o ritual pelo qual o Salvador veio a ser identificado no V.T. uma vez que todos
esperavam a vinda do x;yvime, ou seja, aquela pessoa cheia do poder do Espírito Santo, autoridade e poder,
descendente de Davi (Sl 2:2 // At 13:32 // Hb 1:5; Dn 9:25, 26), para realizar cabalmente a vontade de
YAHWEH sobre a vida de Israel.
Por isso, não foi sem propósito, que Mateus em seu Evangelho (Mt 1:16,21), escreveu:
Ihsouj o” legomenoj Cristo,j...
Jesus o chamado Cristo...
autoj gar swsei ton laon autou/
ele pois salvará o povo dele
De fato, todas as unções apontavam para aquela unção maior na qual, em uma só pessoa,
se faria plena. Jesus, como profeta, sacerdote e rei, em seu batismo, recebeu realísticamente aquilo que a
cerimônia da unção representava, ou seja, a plena presença do Espírito Santo na sua vida. Isto posto, então,
entendemos que o nome de Jesus Cristo era tão somente Jesus, mas veio a ser designado como o”” Cristo,j
[o Cristo], pois:
1. tanto os seus discípulos (Mt 16:16),
Su ei o Cristoj o uioj tou Qeou tou zwntoj
Tu eis o Cristo o filho do Deus vivo
2. como os samaritanos (Jo 4:29),
mhti ou-toj estin o Cristo,j
não este será o Cristo?
reconheceram que ele era o messias. E assim nós escrevemos paralelamente os termos “Cristo” e “Messias”
para lembrarmos que estas duas palavras tem o mesmo significado, ou seja, “ungido”. Vejamos isto no texto
de Jo 4:25.
legei autw h gunh Oida oti Messiaj ercetai o legomenos Cristo,j
Diz ele a mulher: Sei que Messias vem o chamado Cristo
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28. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
3. Nazireado (Nm 6)
Narizeu, em hebraico rh°z²b, derivado de r³z²b “separar”, “consagrar”, “abster-se”. Em Israel, nazireu
era aquele que se separava dos outros ao consagrar-se a YAHWEH mediante um voto especial.
A origem da prática é pré-mosaica e obscura. Os semitas e outros povos primitivos
freqüentemente deixavam seus cabelos compridos durante algum empreendimento que exigia o auxílio
divino, e depois consagravam seus cabelos.
3.1 Proibições
O nazireu impunha sobre si mesmo certas observâncias que tinham como finalidade evidenciar
diante da comunidade a sua completa consagração a Deus e abstinência das coisas consideradas comuns.
Vejamos cada uma delas:
a O nazireu tinha que abster-se de vinho e bebidas intoxicantes, de vinagre e de passas,
em fim, de tudo que tinha relação coma vide.
b. Não podia cortar o cabelo durante o período de sua consagração. Fato interessante é
que apalavra ryzin é aplicada a uma vinha em Lv 25:5,11; vinha esta que devia ficar
sem poda durante o ano sabático e deixada para crescer por si só.
c. Não podia aproximar-se de qualquer cadáver, nem mesmo de seus parentes mais
chegados, proibição essa que também se aplicava no caso do sumo sacerdote.
3.2 Violação
Se esta última regra chegasse a ser violada, o nazireu tinha de submeter-se a ritos purificatórios. É
notável, todavia, que as condições do voto do nazireado não excluía a realização de outros deveres
domésticos e sociais.
3.3 Término
No fim do seu período de voto, o nazireu tinha de oferecer diversos sacrifícios prescritos,e em
seguida cortar seus cabelos e queimá-los sobre o altar. Depois de certas ações rituais levadas a efeito pelo
sacerdote, o nazireu ficava livre de seu voto.
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29. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
IX. AS FESTAS
1. Sábado
O sábado era visto como dia de festa para culto e consagração a Deus, após uma semana de
trabalho. Êx 23:1-3
2. Páscoa - Pães Asmos
Esta festa foi estabelecida para lembrar i livramento do povo de Israel do Egito (Ex 10:12; 12:8,14). Era
observada no décimo quarto dia do primeiro mês do ano. Durante sete dias eram comidos pães fermento e
nenhum trabalho servil podia ser realizado. O primeiro e último dia da festa eram convocações santas e os
sacrifícios eram oferecidos (Nm 28:16-25; Dt 16:1-8). Êx 23:4-8
3. Primícias: Êx 23:9-14
4. Festas das Semanas – Festa da Colheita - Pentecostes
A Festa das Semanas também é chamada de “Festa da Colheita” e “Dia das Primícias” (Ex 23:16;
34:22; Nm 28:26). Posteriormente tornou-se conhecida como “Festa de Pentecostes” visto que era celebrada
cinqüenta dias depois do sábado que começada com a páscoa. Era assinalada com santa convocação e por
oferta de sacrifícios. Êx 23:15-25
5. Tabernáculos
Durava sete dias sendo que o primeiro e último dia eram convocações santas. As frutas eram
colhidas e o povo habitava em cabanas feitas de ramos e galhos de árvores (Lv 23:39-43; Nm 29:12-38). Êx
23:33-44
6. Dia da expiação (Lv 23:26-31)
Era observado no décimo dia do sétimo mês, e era de “convocação santa”, duranet a qual as
almas se afligiam e uma expiação anual era efetuada pelo pecado de todo o povo. Era realizada apenas uma
vez por ano (Ex 30:10).
7. Purim
A Festa do Purim (nome que vem do termo babilônico pur, que significa sorte) descrita em Ester
(capítulo 9), foi estabelecida por Mordecai no tempo de Assuero a fim de comemorar o notável livramento
dos judeus das intrigas de Hamã, sendo dia de festividade e regozijo. Celebrada no 14° e 15° dias do 1 2° mês
(Adar). Et 9:1-32
8. Festa da Dedicação
Era uma festa de origem extra-bíblica de celebração da recuperação e purificação do templo de
Jerusalém por Judas Macabeu, em 164 a.C., a pós a sua profanação por Antíoco Epifânio. Também é
chamada de Festa das Luzes. Veja em Jo 10:22, onde é chamada pelo nome grego, enkainia [egkainia ], ou
seja, “dedicação”. Um festa com 8 dias de duração, celebrada no nono mês (Quisleu).
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30. Elementos Históricos e Literários do Antigo Testamento
Festas Anuais de Israel (Lv 23:1-44)
Mês do Ano
Festa Texto Dia Mês
Sagrado
Sábado Ex 20:8-11; Ex 31:12-17; Lv 23:3; Celebrado durante todo o ano, no sétimo dia da semana
Dt 5:12-15
Ex 12:1-14; Lv 23:5; Nm 9:1-14;
Páscoa 14 1 - Abibe Março-Abril
Nm 28:16; Dt 16:1-7
Ex 12:15-20; Ex 13:3-10; Lv 23:6-8;
Pães Asmos Nm 28:17-25; Dt 16:3,4,8
15 - 21 1 - Abibe Março-Abril
Lv 23:9-14; Nm 28:26 16 1 – Abibe Março-Abril
Primícias 06 3 – Sivã Maio - Junho
Semanas
Colheita ou Ex 23:16; Ex 34:22; Lv 23:15-21; 06 (50 dias após a Maio - Junho
3 – Sivã
Pentecoste Nm 28:26-31; Dt 16:9-12 colheita da cevada)
Trombetas Lv 23:23-25; Nm 29:1-6 1 7 - Tisri Setembro - Outubro
Rosh Hashanah
Dia da Expiação Lv 16; Lv 23:26-32; Nm 29:7-11 10 7 - Tisri Setembro - Outubro
Yom Kippur
Tabernáculos
Ex 23:16; Ex 34:22; Lv 23:33-36,39-
Cabanas ou 15 - 22 7 - Tisri Setembro - Outubro
43; Nm 29:12-38; Dt 16:13-15
Colheita
Outras Épocas Sagradas de Israel
Cada sétimo ano era designado como “ano de
Ano Sabático Ex 23:10,11; Lv 25:1-7
descanso”. A terra não deveria ser cultivada.
O 50° ano, que vinha após sete anos sabáticos, era para
proclamar liberdade àqueles que tinham tornado-se
Ano do Jubileu Lv 25:8-55; Lv 27:17-24; Ez 46:17
escravos por causa de dívida e para devolver as terras
aos seus antigos donos.
O primeiro dia do mês hebreu, que tinha entre 20 e 30
Lua Nova Nm 28:11-15; Sl 81:3 dias, era um dia de descanso, sacrifícios especiais e
toques de trombetas.
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