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SEMEANDO ROSAS
Uma Rainha de Portugal, de nome Isabel, ficou conhecida por sua bondade e abnegada prática da caridade. Ocorre que seu marido, o Rei D. Diniz não gostava das excursões da Rainha, pelas ruas da miséria. Muito menos das distribuições que ela fazia entre os pobres. Não podia admitir que uma mulher nobre deixasse o trono das honras humanas para se misturar a uma multidão de doentes, famintos e mal vestidos.
A bondosa Rainha, no entanto, burlava a vigilância de soldados e damas de companhia e buscava a dor nos casebres imundos, levando de si mesma e de tudo o mais que pudesse carregar do palácio. Não levava servas consigo, pois isto seria pedir a elas que desobedecessem às ordens reais.
Era humilhante, segundo o seu marido, o que ela fazia. Como uma Rainha, nascida para ser servida, realizava o trabalho de criados, carregando sacolas de alimentos, roupas e remédios. Certo dia, ele mesmo a foi espreitar.  Resolveu surpreendê-la na sua desobediência. Viu quando ela adentrou a despensa do palácio e encheu o avental de alimentos.
Quando ela se dirigia para os jardins do palácio, no intuito de alcançar a estrada poeirenta, nos calcanhares da fome, ele saiu apressadamente do seu esconderijo e perguntou: Aonde vai, senhora? Ela parou assustada no primeiro momento. E, porque demorasse em responder, ele alterou a voz e com ar acusador, indagou:
O que leva no avental? Levemente ruborizada, mas com a voz firme, ela finalmente respondeu: São flores, meu senhor! Quero ver!  Disse o rei, quase enraivecido, por sentir que estava sendo enganado. Ela baixou o avental que sustentava entre as mãos e deixou que o seu conteúdo caísse ao chão, num gesto lento e delicado.
Fonte: Momento Espírita de 27-12-2010 Formatação: Iracema- 27-12-2010 Num fenômeno maravilhoso, rosas de diferentes tonalidades e intensamente perfumadas coloriram o chão. Consta que o Rei nunca mais tentou impedir a rainha da prática da caridade.

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  • 2. Uma Rainha de Portugal, de nome Isabel, ficou conhecida por sua bondade e abnegada prática da caridade. Ocorre que seu marido, o Rei D. Diniz não gostava das excursões da Rainha, pelas ruas da miséria. Muito menos das distribuições que ela fazia entre os pobres. Não podia admitir que uma mulher nobre deixasse o trono das honras humanas para se misturar a uma multidão de doentes, famintos e mal vestidos.
  • 3. A bondosa Rainha, no entanto, burlava a vigilância de soldados e damas de companhia e buscava a dor nos casebres imundos, levando de si mesma e de tudo o mais que pudesse carregar do palácio. Não levava servas consigo, pois isto seria pedir a elas que desobedecessem às ordens reais.
  • 4. Era humilhante, segundo o seu marido, o que ela fazia. Como uma Rainha, nascida para ser servida, realizava o trabalho de criados, carregando sacolas de alimentos, roupas e remédios. Certo dia, ele mesmo a foi espreitar. Resolveu surpreendê-la na sua desobediência. Viu quando ela adentrou a despensa do palácio e encheu o avental de alimentos.
  • 5. Quando ela se dirigia para os jardins do palácio, no intuito de alcançar a estrada poeirenta, nos calcanhares da fome, ele saiu apressadamente do seu esconderijo e perguntou: Aonde vai, senhora? Ela parou assustada no primeiro momento. E, porque demorasse em responder, ele alterou a voz e com ar acusador, indagou:
  • 6. O que leva no avental? Levemente ruborizada, mas com a voz firme, ela finalmente respondeu: São flores, meu senhor! Quero ver! Disse o rei, quase enraivecido, por sentir que estava sendo enganado. Ela baixou o avental que sustentava entre as mãos e deixou que o seu conteúdo caísse ao chão, num gesto lento e delicado.
  • 7. Fonte: Momento Espírita de 27-12-2010 Formatação: Iracema- 27-12-2010 Num fenômeno maravilhoso, rosas de diferentes tonalidades e intensamente perfumadas coloriram o chão. Consta que o Rei nunca mais tentou impedir a rainha da prática da caridade.