O documento resume os jogos das quartas de final da Copa do Mundo de 2014, comparando estatísticas de Brasil e Alemanha. A semifinal entre essas duas seleções é projetada com base em métricas como passes, altura dos jogadores, distância percorrida e velocidade. Fatores-chave que podem influenciar o resultado são destacados, como a linha de impedimento e a "sorte de campeão" apresentada pelo Brasil até então.
Estudo sobre a Copa do Mundo no Brasil - Instituto i3G
4º Boletim da Copa do Mundo no Brasil
1. Hugo César Hoeschl, Post Doc
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Quarto boletim: Avaliação das quartas de final e projeção para as semifinais.
BRASIL X ALEMANHA
Times mais buscados no Google nos últimos 7 dias – crescimento do Brasil
Fatos ilustrativos. O emparceiramento dos jogos das quartas de final marca alguns fatos
curiosos:
• Todos os times foram os campeões das suas chaves, e confirmaram o favoritismo
teórico nas 8as, passando de fase, gerando 4 encontros de 1°`s colocados.
• Uma longa fronteira territorial de integração latina se desenhou com a presença de
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Doutor em Inteligência Aplicada, Pós-Doutor em Governo Eletrônico. Ex-Presidente da Associação Brasileira
de Empresas Estaduais de Processamento de Dados – Abep. Autor de mais de 200 artigos em eventos científicos
internacionais.
www.informatik.uni-‐trier.de/~ley/pers/hd/h/Hoeschl:Hugo_Cesar.html
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Costa Rica, Colômbia, Brasil e Argentina, praticamente num continuum territorial,
separado apenas pelo Panamá (entre Costa Rica e Colômbia).
• O primeiro dia desenhou os “confrontos de fronteira”: Brasil X Colômbia, Alemanha X
França. Venceram as equipes com maior presença histórica e mais títulos em Copa,
respectivamente;
• Alemanha, Brasil e França são “pedra, papel e tesoura” nas copas;
• Sem “zebras” entre os 4 melhores (Suécia, Croácia, Turquia, Coréia, Bulgária em
copas anteriores);
• Nosso estudo, realizado no mês de Janeiro, apontou a semi1 Brasil X Alemanha em
todos os cenários, acerto de 100% nessa avaliação. Também apontou a Argentina
na semi2, em todos os cenários, acerto de 100% nesse ítem, e 75% no total dos
semifinalistas [http://institutoi3g.org.br/copai3g/].
Sobre o jogo Brasil X Colômbia.
• O Brasil conseguiu estabelecer o jogo de passes no primeiro tempo, e adquiriu a
vantagem numérica no placar. O total de posse de bola no primeiro tempo foi de 59%
X 41% em favor do Brasil. No total do jogo foram 265 X 253 passes. A Colômbia
equilibrou as ações no 2o
tempo, e, graças a isso, o total final de posse de bola do
jogo foi de 51% X 49%;
• A linha de impedimento do Brasil foi um fator chave, ocasionando 3 impedimentos
críticos do ataque Colombiano, inclusive o mais importante deles, quando o Brasil
tomaria um gol que foi invalidado;
• Como era de se esperar, foi um jogo de menos corrida que o anterior (Brasil X Chile),
sendo que o Brasil correu 96,5 km, e a Colômbia surpreendeu e correu ainda mais,
fechando com a distancia de 98,5 km. No jogo contra o Chile, o Brasil correu 145 km;
• A situação de diferença de velocidade entre Neymar e Zapata (sobre a qual
alertamos no boletim anterior) aconteceu no início do jogo, no lance que originou o
escanteio do qual proveio o primeiro gol do Brasil. Voltou a acontecer aos 39 min do
1o
tempo, com lance de perigo a favor do Brasil;
• A defesa brasileira conseguiu neutralizar a vantagem de velocidade de Cuadrado
sobre David (4 km/h) praticamente durante todo o jogo, mas em dois lances o
zagueiro foi vencido em velocidade. No primeiro, aos 11 min do 1o
tempo, ocorreu a
maior situação de perigo da primeira etapa, exatamente com um arremate de
Cuadrado. No segundo tempo, o lance que originou o pênalti contra o Brasil foi
exatamente de uma bola lançada em velocidade contra David. O atacante foi o
Bacca, que sofreu o penalti;
• Dos 4 lances decisivos do jogo, 3 foram baseados nos indicadores apontados no
relatório anterior (diferenças de velocidade e linha de impedimento).
Hilights das 4as de final.
A Colômbia, com 12 pontos (e 12 gols), fica fora da Copa e vê Brasil e Alemanha
avançarem dentro da sua chave com 11 pontos. Na outra chave, Argentina e Holanda estão
com 13 pontos, sendo que a Holanda tem 12 gols marcados, tornando-se o time com melhor
aproveitamento da Copa.
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A Bégica, com 3 jogadores muito altos (Lukaku 1,90m, Van Boyten 1,96m, Felaini 1,94m)
demorou irritantes 80 minutos para configurar o time e utilizar a bola aérea maciçamente,
contra uma defesa na qual somente dois jogadores tinham mais de 1,80m (Garay 1,86m e
Demichelis 1,84m). Se tivesse olhado atentamente os números poderia ter sido mais
contundente durante boa parte do jogo. A partir dessa opção ofensiva concretizou forte
ameaça e constante perigo contra a defesa argentina.
O time da Costa Rica atuou com uma defesa agressiva, o que aparece pouco no transcurso
do jogo. Essa defesa colocou os atacantes holandeses em impedimento 13 vezes durante o
jogo, em uma estratégia ousada, arriscada e corajosa. Não foi somente uma “retranca”.
BRASIL X ALEMANHA - DADOS HISTÓRICOS
• Total de jogos: 21
• Vitórias do Brasil: 12 (39 gols)
• Vitórias da Alemanha: 4 (24 gols)
• Ultima vitória da Alemanha sobre o Brasil: último jogo, amistoso em Dortmund, 2011,
3X2;
• Últimos 10 jogos: 5 vitórias do Brasil, 2 da Alemanha;
• Maiores vitórias do Brasil: 4X0 e 4X1, 1999 e 1981;
• Em Copas do Mundo: 1 jogo (final de 2002, vitória brasileira 2X0);
• Última vitória do Brasil: Nuremberg, 2005, Copa das Confederações, 3X2;
ESTATÍSTICAS DENTRO DA COPA
• Distância percorrida pela Alemanha: 576,5 km (total) 115,3 km (média);
• Distância percorrida pelo Brasil: 533,8 km(total) 106,8 km (média);
• FATOR CHAVE 1 Número de passes: 2938 (Ale) X 1816 (Bra);
• Média de acerto de passes: 80% (Ale) X 70% (Bra);
• Jogador melhor passador (Lahm, 408 passes, 86,6% de precisão);
• Venceu jogo com o maior número de passes da Copa (contra a Argélia, 1103);
• FATOR CHAVE 2 Média de altura: 1,85m (Ale) X 1,81m (Bra). Mertesacker 1,98,
3o
mais alto da Copa, mais alto dentre os que restaram;
• FATOR CHAVE 3 Distâncias: Alemanha tem 3 entre os 5 maiores corredores (4
entre os 10). Brasil não tem nenhum. Os 4 melhores da Copa em distância com a
bola no pé são do time alemão (5 entre os 10). Brasil não tem nenhum.
• Alemanha é o time mais alto e o time melhor passador da Copa, e corre mais do que
o Brasil;
• Para valorizar a sua altura, pode utilizar tiros de meta, como a URSS fez contra o
Brasil na final Olímpica de 1988;
• Brasil aparece liderando um ranking polêmico: 96 faltas (1o
lugar), 10 cartões
amarelos (1o
lugar). Contra a Colômbia fez 31 faltas (Espanha fez 28 em toda a
Copa);
• Velocidade máxima: Alemanha tem dois jogadores com máximas acima de 32 km/h,
e uma situação de perigo, Oezil (32km/h) correndo contra David (27,5 km/h),
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semelhante ao jogo anterior, permite uma vantagem de aproximadamente 3 metros
em um pique de 3 segundos, necessária uma cobertura cuidadosa. Novamente a
linha de impedimento vai ser fundamental, principalmente pelas jogadas aéreas;
• Alemanha fez um jogo na Copa de 1990 no qual fez 30 levantamentos na área
adversária (Emirados Árabes, 1 a cada 3 minutos).
Sorte brasileira. Brasil vem demonstrando uma verdadeira “sorte de campeão”.
• Teve início em janeiro, com a contusão do Falcão Garcia, que fez a Colômbia jogar
sem um homem de área perigoso;
• Gol contra no jogo inicial, num momento no qual foi possível a recuperação;
• Pênalti para fora e venceu mesmo assim (Chile);
• A grande zebra Costa Rica tirou a Itália e a Inglaterra do caminho do Brasil;
• A desandada da Espanha facilitou o caminho do Brasil (seria Holanda ou Espanha
nas 8as);
• Para ter sorte precisa treinar (Michael Jordan). A linha de impedimento contra
Colômbia mostrou que isso foi muito treinado pelo Brasil.
• Nas 8as e 4as vem dando a lógica. Sempre que der a “lógica” o Brasil é o favorecido.
Últimos 30 dias
Fato extracampo: DataFolha mostra que o índice de aprovação do governo (federal)
avançou um ponto a cada jogo do Brasil (1a
fase).