1. As cores do arco-íris
Embora, estejamos habituados a dizer que o arco-íris tenha sete cores, ele
possui infinitas, pois, é formado por um espectro contínuo de ondas
eletromagnéticas, cujas frequências correspondem à faixa visível – aquela
que pode ser detectada pelo ser humano - aproximadamente de 400THZ a
790THZ. A cada uma dessas frequências poderia se associar uma cor com
um único nome; no entanto, na prática, como nossos olhos não conseguem
distinguir todas as diversas frequências isoladamente, mas sim um intervalo
de cores, chama-se de verde, por exemplo, não um único número de
frequência, mas toda a faixa espectral em que o verde predomina (por volta
de 520THZ a 610 THZ). E mais, mesmo duas faixas distintas, em que duas
cores com nomes diferentes predominem, sejam, por exemplo, as faixas do
verde e do azul, não há entre elas um ponto exato em que uma começa e a
outra termina.
Apesar de se conhecer o comportamento das luzes, sendo possível medir o
grau de refração de qualquer cor que atravessa um meio transparente ou de
calcular precisamente a intensidade de uma fonte de luz, a percepção das
cores pelo olho humano não é um fenômeno preciso, podendo variar de
pessoa para pessoa. Dessa subjetividade, sobre a percepção das cores,
pode-se inferir que nem todos consigam ver sete cores no arco-íris, há quem
defenda a ideia de que jamais alguém conseguiu discernir entre o azul e o
anil ao olhar para o arco-íris, percebendo apenas seis cores nele.
Sobre os nomes das cores há, ainda, questões linguísticas e culturais. Por
exemplo, para a população Bassa, da Líbia, o arco-íris é formado por duas
cores: ziza e hui. O que chamamos de cores distintas, para eles, são tons
diferentes da mesma cor.
Então, respondendo o porquê do espectro visível ter sete cores, acredito
que seja por convenção e que, pelo menos no Brasil, ele é adotado como tal.
Pela historiografia moderna, Newton teria dividido, arbitrariamente, em
sete as cores do arco-íris. Há evidencias de que Newton recebera forte
influência da Antiguidade Clássica, sobretudo de Pitágoras e Aristóteles.
Segundo Bassalo, em “A Crônica da Óptica Clássica”, Aristóteles já havia
afirmado que “as cores mais agradáveis deveriam obedecer às mesmas
relações numéricas pitagóricas para determinados sons”, então, talvez,
2. Newton pensasse o mesmo. Em convergência com essa opinião, Martins
destaca que a interpretação do arco-íris com 7 cores é uma invenção de
Newton, em que ele procurou fazer uma analogia com as sete notas musicais
e com isso, forçou uma distinção entre o azul e o anil.
Referências:
Todo Material de apoio do curso Redefor, acrescido de:
Sites:
1. A Filosofia Mística e a Doutrina Newtoniana: uma discussão
Historiográfica.
(http://alexandria.ppgect.ufsc.br/numero_3/Thais.pdf)
2. Artigos de Divulgação: QUANTAS CORES TEM O ARCO-ÍRIS?
(http://www.aldobizzocchi.com.br/artigo2.asp)
3. A TEORIA DAS CORES DE NEWTON: UM EXEMPLO DO USO DA
HISTÓRIA DA CIÊNCIA EM SALA DE AULA Newton’s color theory:
an example of the use of the History of Science in classroom
situations Cibelle Celestino Silva1 Roberto de Andrade Martins2
LIVROS:
1. BASSALO, José. Maria. F. Crônicas as Física: A Crônica da Óptica
Clássica. Universidade Federal do Pará. 1990.
2. FREITAS, Anibal. Curso de Física: Acústica, Óptica, Eletricidade.
São Paulo: Cia. Melhoramentos. S/Data.
3. GASPAR, Alberto, Gaspar. Compreendendo a Física. São Paulo: Ed.
Ática. 2011.
4. HOROWICZ, Ricardo J. Luz, Cores... Ação. São Paulo: Editora
Moderna, 2001.