O documento descreve a história da Escola Estadual 16 de Julho, localizada no bairro Centreville em Santo André. Conta que o bairro surgiu da ocupação de um condomínio de luxo inacabado em 1982 e que após anos de luta dos moradores, foi construída uma escola para atender as crianças da região em 1998. Atualmente a escola oferece educação para 1132 alunos dos ensinos fundamental e médio.
3. É impossível falar sobre a história de nossa escola sem
contar a história da região onde está inserida.
Uma história de lutas e reivindicações!
A Escola Estadual 16 de Julho passou por processos de
transformação desde o início da sua construção, na área
estrutural, nas modalidades de ensino e também nas
modificações de seu nome até chegar aos dias de hoje
como escola de Ensino Fundamental II, Médio e EJA e
ao atual nome: Escola Estadual 16 de Julho.
4. A história de nossa escola é marcada por lutas do povo,
que se uniu não só para garantir um espaço físico para
suas moradias, mas também que se preocupavam em obter
a certeza da construção de um estabelecimento de ensino,
com fácil acesso à seus filhos e um posto de saúde na
região.
Hoje, nossa escola, oferece oportunidades de ensino não só
a moradores do bairro, mas também a bairros vizinhos.
Além disso, os moradores conseguiram a tão sonhada
unidade básica saúde para o atendimento médico
desta comunidade.
5. Em meados de 1970 houve um empreendimento
surpreendente para a época, onde a construtora
Novaurbe, decidiu construir moradias projetadas para
formarem um condomínio de luxo, nos padrões de que é
hoje Alphaville em Barueri, no atual bairro Centreville
em Santo André.
Em 1973, começou a construção das casas, dando
nome ao empreendimento de Condomínio Residencial
Centre ville (nomenclatura de origem francesa que
significa “centro da cidade”), com 539 casas de luxo de
arquitetura alemã, com 225m2 , piscinas, quadras de
esportes e até vigilância particular; e 226 apartamentos.
6. Em 1977 a construtora Novaurbe entrou com pedido de
falência (por irregularidades da construtora), deixando as
539 casas inacabadas e os terrenos dos apartamentos vazios,
e seus compradores apenas de 43 dessas casas sem
respostas.
Após 5 anos de abandono total nas obras do condomínio
Centreville, com casas inacabadas e sem saber o que fazer
com aquele empreendimento, alguns moradores da região
começaram a se organizar para ocuparem esses imóveis.
7. O povo decide o que será feito
Em 16 de julho de 1982, um grupo com 600 famílias (os,
atualmente, chamados sem teto, composto por moradores das
favelas, os que não podiam pagar aluguéis ou que estavam
desempregados), “invadem” 187 das 539 casas do Condomínio
Centreville. A invasão se deu com confronto com a polícia
que foi sendo “convencida” pela população a não
agredir ninguém.
Alguns líderes foram presos, enviados para o DOPS e
liberados nos dias seguintes, graças ao apoio de alguns
padres católicos
As casas eram tão grandes que parte dos cômodos não eram
ocupados ou eram dividido, chegando a morar até cinco
famílias diferentes em cada uma.
8. Dom Cláudio Hummes faz missa durante a década
de 1980 no Centreville/foto: arquivo pessoal dos
moradores.
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10. Após sete meses da primeira ocupação, houve nova
“invasão” em 12 de fevereiro de 1983, onde mais de mil
pessoas chegaram com seus pertences ao Condomínio
Centre Ville.
Esta ocupação, além de ter sido bem mais planejada, foi
bem mais tranquila, sem enfrentamentos diretos com a
polícia.
Finalmente o bairro pertencia integralmente a população
carente, com exceção daquelas casas onde havia
compradores.
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13. Se não houve confronto imediato com a polícia durante
a segunda ocupação, todo bairro teve de assistir a uma
nova onda de tensão com as autoridades.
A polícia chegou a colocar entre dez e vinte tenentes para
morar no Centreville, de forma que a corporação estivesse
sempre próxima e preparada para agir, se necessário.
Vale lembrar, só pelo gosto da ironia, que muitos desses
policiais não saíram mais do Centreville: também viraram
ocupantes, agentes duplos, que de certa forma, vigiavam a
si mesmos.
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15. Após anos de luta destes moradores, foi possível
obter ruas asfaltadas, unidade básica de saúde,
comércios; conseguiram também dentro do bairro
uma escola para seus filhos.
Entre os anos 1988 a 1990 foi solicitado através de
ofícios enviados à Diretoria de Ensino de Santo
André a construção de um prédio escolar, dando
início a atual Escola Estadual 16 de Julho.
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19. Em 13 de maio de 1997 foi feito um ofício informando
sobre a criação da escola com o nome:
EEPG Conjunto Habitacional Centreville.
Entre os nomes recebidos por nossa escola estão:
Escola Municipal 16 de Julho
EEPG Bairro Centreville
EEPG Yonne Cintra de Souza
EEPSG Conjunto Habitacional Centreville
EEPSG Conjunto Residencial Centreville
20. Após várias discussões para o nome final da escola,
estando com o nome EEPSG Conjunto Residencial
Centreville, houve uma assembleia onde os moradores se
reuniram dizendo aos secretários que se o nome não fosse
mudado para 16 de Julho (pois foi o dia da primeira
ocupação no condomínio Centre Ville), a comunidade faria
uma manifestação em frente ao Palácio dos Bandeirantes.
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23. Em 28 de Abril de 1998, a escola passou a chamar “EEPSG 16 de Julho”
24. O primeiro dia de aula foi 6 de julho de 1998, sua festa de inauguração se
deu meses depois, com os convidados: Governador Franco Montouro,
Secretária da Educação, Rose Neubauer e Dirigente Cleide Bauab Eid
Bochixio.
42. Com o passar dos anos, o nome da escola foi modificado
para “E.E. 16 de Julho”, a escola foi ganhando cara nova,
novos espaços e novos alunos.
Oficina de grafite nos muros laterais da escola.
44. Nossa escola foi sendo reestruturada em todos os
âmbitos, tornando-se uma escola com cara moderna
sem deixar de ter a cara da comunidade escolar.
45. Seu quadro de funcionários conta com 72 pessoas, entre eles:
1 Diretor e 1 Vice Diretora;
1 Professor Coordenador de Apoio a Gestão Pedagógica;
2 Professoras Coordenadoras (EF e EM);
1 Professora Mediadora de Conflitos;
8 Agentes de organização escolar;
3 Inspetores;
2 Merendeiras;
4 Auxiliares de Serviços Gerais;
49 professores...
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47. NOSSOS DIRETORES
Julho/1998 a dezembro/2001 – Profª Ana Soely Pereira Jorge
Janeiro/2002 a junho/2003 – Profª Mirtes de Fátima Machado
Junho/2003 a dezembro/2003 – Profª Fátima Ap. da Silva Pinto
Dezembro/2003 a janeiro/2004 – Profª Shirley Gonçalves Lopes
Fevereiro/2004 a junho/2006 – Prof Roberto Pelachine
Junho/2006 a junho/2007 – Profª Maria Celeste Toledo Martins
Junho/2007 a fevereiro/2008 – Profª Marli Aparecida Satalo
Fevereiro/2008 a dezembro/2008 - Profª Maria Celeste T. Martins
Dezembro/2008 até os dias atuais - Prof Roberto Pelachine
48. Temos 16 salas de aula:
Sendo que no período da manhã, 15 dessas são utilizadas pelas
séries do 5 º ano até o 3º do ensino médio.
No período da tarde são 7 turmas, com as séries do 5º ano até o
9º ano.
No período da noite, são 9 turmas, com as séries do ensino
regular e EJA.
No total de 1132 alunos (2103).
54. Conversando com as Professoras Coordenadoras Ziza do
Ensino Fundamental e Fátima do Ensino Médio, sobre um
momento que vivenciaram dentro da escola e que não vão
esquecer. Ambas responderam que existem vários momentos
felizes que não esquecem (festas, projetos) mas, a perda de
alguns alunos/funcionários, que por algum motivo não estão
mais entre eles, as entristecem.
E um desafio a ser vencido dentro da escola? Ambas
disseram que é a melhoria dos índices do Idesp (Saresp) e
fazer com que os alunos se interessem realmente em estudar.