Gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde em pinheiro
1. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde no Município de
Pinheiro/Ma: Os Resíduos Produzidos e Suas Implicações Ambientais
Brenda Diniz Ferreira1
Danilo Ferreira Marinho1
Thamires de Kássia Diniz Palavra1
Andréa Suzana Vieira Costa2
Roberto dos Santos Ramos3
Graduandos do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais, Universidade Federal do Maranhão1
Professora Mcs.Saúde Materno Infantil do Curso de Medicina, Universidade Federal do Maranhão2
Professor Mcs.Assistente do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais, Universidade Federal Do Maranhão3
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo conhecer o gerenciamento dos resíduos de
serviços de assistência à saúde de uma pequena parcela dos estabelecimentos de saúde do
município de Pinheiro/MA. Através da leitura de trabalhos publicados na literatura e na
analise de dados coletados por meio de questionários impressos aplicados em nove
estabelecimentos públicos e privados de serviços de assistência à saúde humana e animal. Foi
constatado que, do total geral pesquisado, somente 20% dos estabelecimentos de saúde fazem
o correto gerenciamento dos seus resíduos produzidos. Sendo, 10% estabelecimentos públicos
e 10% privados.
Palavras-Chaves: Gerenciamento, Resíduos Hospitalares, Meio Ambiente.
ABSTRACT
This work had like objective know the management of wastes from health-care
services of a small portion of the health institutions in the city of Pinheiro/MA. Through the
reading of works published in the literature and in the analysis of data collected by means
of questionnaires printed applied in nine public and private assistance to human and animal
health. It has been found that, of the total, only 20% of medical institutions are the
correct management of waste produced. Being, 10% private and 10% public establishments.
Key-Words: Managing, Medical Waste, Environment
INTRODUÇÃO
Resíduos sólidos são definidos
como resíduos em estado sólido e
semissólidos, por produção da ação da
indústria, de atividades domésticas, do
comércio, de serviços agrícolas e também
de serviços hospitalares (ANBT, 2004).
A partir da segunda metade do
século XX, como os novos padrões de
2. consumo provenientes dos avanços
tecnológicos, a produção de resíduos vem
crescendo continuamente em ritmo
superior à capacidade de absorção da
natureza (COSTA, 2009).
Os resíduos dos serviços de
saúde- (RSS) se inserem dentro desta
problemática e vêm assumindo grande
importância nos últimos anos.
Os serviços de assistência à
saúde humana ou animal, tais como:
laboratórios de produtos de saúde,
necrotérios, funerárias, serviços de
medicina legal, drogarias, farmácias,
unidades de saúdes moveis de atendimento
à saúde, clínicas de manipulação de
produtos químicos, unidade básicas de
saúde e hospitais, são geradores de RSS.
(ANVISA, nº 306/01; CONAMA, nº
358/2005).
De acordo com Brasil (2001),
representam uma fonte de risco à saúde e
ao meio ambiente principalmente pela falta
de adoção de procedimentos técnicos
adequados no manejo dos diferentes
resíduos, como material biológico
contaminado, objetos perfurocortantes,
peças anatômicas, substâncias tóxicas,
inflamáveis e radioativos.
O gerenciamento dos resíduos
hospitalares vem ganhado destaque nesse
sentido devido ao grande desafio a ser
enfrentado pelas administrações
municipais.
Nesse sentido, este artigo visa
conhecer o gerenciamento dos resíduos de
serviços de saúde de uma pequena parcela
dos estabelecimentos públicos e privados
de assistência a saúde do município de
Pinheiro/Ma.
MATERIAL E MÉTODOS
O município de Pinheiro
localizado na Latitude: 02º 31’ 17 S e
Longitude: 45º 04’ 57 W, possui uma
extensão de 1.512,965 Km2, uma
população de 81.48 habitantes e uma
densidade demográfica de 51,67 ha.
Km2(IBGE, 2015).
Segundo dados catalogados
(APONTADOR, 2016), a cidade de
pinheiro conta com: drogarias e farmácias
(32), hospitais e postos de saúdes (24),
serviços médicos e consultórios (17),
clinicas e diagnósticos (16), serviços
odontológicos (8), saúde e terapia (3),
funerárias e cemitérios (6), serviços a
animais (8).
Para a elaboração deste
trabalho foram feitas coletas de dados
através de questionários impressos
contendo cada um nove questões
3. subjuntivas fechadas, aplicados em nove
estabelecimentos de serviços de saúde da
cidade. Os locais escolhidos foram: o
Hospital Municipal Materno Infantil
(H.M.M.I), o Hospital Municipal Antenor
Abreu (H.M.A.A), o Centro Ambulatória
de Pinheiro (CAP), a Veterinária
Valternor, a Farmácia do Trabalhador, a
Farmácia de Manipulação Ecophama, a
Clínica Odontológica Sorrir & Dente, o
Hemonúcleo (HEMOMAR) e o Serviço
de Atendimento Móvel (SAMU).
Os locais escolhidos são os
maiores geradores de resíduos de serviços
de saúde. Principalmente, os hospitais e as
farmácias que são grandes geradores de
resíduos biológicos e químicos. Estes tem
um grande potencial de risco à saúde
humana e ao meio ambiente se manejados
de formas inadequadas. Sendo preciso um
tratamento específico para diminuir seus
riscos.
RESULTADOS E DISCURSÃO
Grafico1- Distribuição percentual de acordo com o tipo de estabelecimentos de Saúde.
Pinheiro/MA, 2016.
44%
56%
ESTABELECIMENTO DE SAÚDE
Privada
Pública
4. Tabela 1- Distribuição percentual de acordo com o tipo de resíduo produzido nos
estabelecimentos de Saúde. Pinheiro/MA, 2016.
Tabela 2- Distribuição percentual de acordo com as etapas de gerenciamento de resíduo
produzido nos estabelecimentos de Saúde. Pinheiro/MA, 2016.
Tipo de resíduo Estabelecimento
Privado Público Total
n % n % n %
Resíduosquímicose
resíduossecos.
3 33 0 00 3 33
Resíduossecos,
resíduoscontaminantes
e resíduosbiológicos.
1 11 1 11 2 22
Resíduossecos,
resíduos
contaminantes,
resíduosbiológicose
químicos.
0 00 4 45 4 45
Total 4 44 5 56 9 100
Etapas de
Gerenciamento
Estabelecimento
Privado Público Total
n % n % n %
Armazenamento
internoem lixeiras
comuns e descarte final
2 22 0 00 2 22
Identificação,
armazenamentoem
locais interno.E
destinação final.
0 11 1 11 2 22
Acondicionamento,
armazenamento
interno, e descarte
final.
00 4 45 4 45
Segregação,
acondicionamento,
armazenamento
temporário,
armazenamento
interno,coleta e
transporte externo.
1 00 1 11 1 11
Total 3 33 6 67 9 100
5. Gráfico 2- Distribuição percentual de acordo com ao tratamento de resíduo produzido nos
estabelecimentos de Saúde. Pinheiro/MA, 2016.
Tabela3- Distribuição percentual de acordo com a coleta e transporte do resíduo produzido
nos estabelecimentos de Saúde. Pinheiro/MA, 2016.
Coletae transporte Estabelecimento
Privado Público Total
n % n % n %
Serviçomunicipal de
coleta de lixo.
1 11 1 11 2 22
Serviçomunicipal de
coleta de lixo.
Vigilânciade Saúde.
1 11 1 11 2 22
Empresa contratada. E
peloserviçomunicipal
de coletade lixo.
2 22 3 33 5 56
Total 4 44 5 56 9 100
1%
99%
TRATAMENTO DOS RESÍDUOS
NÃO
SIM
6. Tabela 4- Distribuição percentual de acordo com o destino final do resíduo produzido nos
estabelecimentos de Saúde. Pinheiro/MA, 2016.
Destinofinal dosRRS Estabelecimento
Privado Público Total
n % n % n %
Lixão 2 22 4 44 6 67
Resíduossecos:lixão
municipal e os resíduos
químicos:empresa
privada.
1 11 0 00 1 11
Lixão e Vigilânciade
Saúde.
1 11 1 11 2 22
Total 4 44 5 56 9 100
Gráfico 3- Distribuição percentual de acordo com o quanto ao risco à saúde e meio ambiente
dos resíduos produzidos nos estabelecimentos de Saúde. Pinheiro/MA, 2016.
7%
93%
NOÇÃO DOS RISCO À SAÚDE HUMANA E AO
MEIO AMBIENTE
SIM
NÃO
7. Tabela 5- Distribuição percentual de acordo com conhecimento das políticas públicas
sobre os resíduos produzidos nos estabelecimentos de Saúde. Pinheiro/MA, 2016.
Destinofinal dosRRS Estabelecimento
Privado Público Total
n % n % n %
Desconhecimento 3 33 5 56 8 89
Conhecimentosobre a
RDC. 67-2007. e GPRSS
1 11 0 00 1 11
Total 4 44 5 56 9 100
O Programa de
Gerenciamento dos Resíduos Serviços
de Saúde - PGRSS, segundo a
Resolução da ANVISA, é o documento
que aponta e descreve as ações relativas
ao manejo dos resíduos sólidos,
observadas suas características, no
âmbito dos estabelecimentos,
contemplando os aspectos referentes à
geração, segregação, acondicionamento,
tratamento interno, coleta e transporte
internos, armazenamento, transporte e
tratamento externos e destinação final,
bem como a proteção à saúde pública.
Dentre os estabelecimentos
de saúde que produzem maior
quantidade de RSS (Tabela-1) estão os
estabelecimentos de saúde públicos.
Sendo que estes não dispõem sobre o
correto gerenciamento e a disposição
final dos resíduos dos serviços de saúde
e de outras providências (Tabela-2) de
forma como demanda a RDC
nº306/2004 da AVISA.
Os resíduos produzidos nos
serviços de assistência à saúde que constituem
os resíduos sépticos, e que potencialmente
podem conter agentes patogênicos prejudiciais
à saúde, tanto das pessoas que o manuseiam
como de toda a população usuária
(POVALUK, 2012).
Segundo a ANVSA (RDC
nº306/2004), os RSS devem ter um tratamento
prévio que consiste na aplicação de método,
técnica ou processo que modifique as
características dos riscos inerentes a cada tipo
de resíduo, reduzindo ou eliminando o risco de
contaminação, de acidentes ocupacionais ou de
danos ao meio ambiente. A análise dos
estabelecimentos de assistência a saúde
(Gráfico-2), demostram que eles dispõem
insignificante dessa etapa.
Nas etapas de transporte (Tabela-
3) e destinação final dos RSS (Tabela-4) o
município não dispõe de veículos próprios
para transporte dos RSS. Sendo transportados
pelos mesmos veículos que transportam os
8. demais resíduos urbanos da cidade. E
posteriormente destinados ao vazadouro a éu
aberto (figura 1,2,3) fora do centro urbano.
A um possível desconhecimento da
população sobre os riscos à saúde humana e ao
meio ambiente (Gráfico-3) e sobre as políticas
públicas do município (Tabela-5).
CONCLUSÃO
Foi diagnosticado que dos 33% dos estabelecimentos de saúde privadas do
município, dos quais foram feitas a pesquisa, 10% fazem o gerenciamento dos seus
resíduos de serviços de saúde adequadamente. E dos 67% dos estabelecimentos
públicos verificados na pesquisa, 10% fazem o gerenciamento adequados dos seus
resíduos de serviços de saúde.
Referências
ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC/ANVISA nº 306, de
7 de dezembro de 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ANBT. NBR 12808:
Resíduos de Serviços de Saúde: classificação. São Paulo, 1993.
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde / Ministério da Saúde, Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente. RESOLUÇÃO CONAMA nº 358, de 29
de abril de 2005 Publicada no DOU nº84, de 4 de maio de 2005, Seção 1, páginas 63-65
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas do censo demográfico
2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. Disponível em http://cidades.ibge.gov.br. Acesso 03
de ago. de 2016. Às 19h: 29min.
Site de Anúncios. Apontador. Disponível em
http://www.apontador.com.br/em/pinheiro-ma. Acesso 07 de ago. de 2016 às 13h:
11min.
POVALUK, Maristela. EDUCAÇÃO AMBIENTAL X SUSTENTABILIDADE:
PROPOSTA DE UM PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE
SERVIÇOS DE SAÚDE. Saúde Meio Ambiente. V. 1, nº 1, jun. 2012.