O documento descreve as atividades da Escola Indígena Baniwa Coripaco Pamáali no primeiro semestre de 2012, incluindo o lançamento do primeiro livro da série Kaawhiperi Yoodzawaaka, visitas de grupos austríacos e dos povos Xikrin e Krahô, e seminários realizados por alunos.
2. EIBC- Pamáali 2012
Editorial
Chegamos a mais uma edição do Pitsiro Pamáali. Coordenador Geral
Esse número cobre as principais atividades e acon-
Raimundo M. Benjamim
tecimentos do primeiro semestre deste ano, refer-
ente à primeira etapa letiva. Coordenador Adjunto
Alfredo Brazão
A primeira etapa letiva aconteceu entre março à
primeira quinzena de junho. As próximas duas etap- Administrador
as acontecerão no segundo semestre. Tiago Pacheco
A Escola Pamáali começou o ano (em Março) com Relacionamentos Institucionais
o lançamento da Públicação 1 da Série Kaawhiperi
Juvêncio Cardoso
Yoodzawaaka em São Gabriel da Cachoeira no
inicio de março. E semanas depois, em Castelo Orientadora Pedagógico
Branco, no Encontro Baniwa e Coripaco, realizado Cleunice Apolinário
pela Coordenadoria das Associações Baniwa e
Conselheiro Educacional
Coripaco– EIBC, a manchete desta edição.
Abraão Mendes Viera
E nesse ano, a escola recebeu mais duas turmas de
Núcleo de Gestão e Empreendedorismo Indígena
alunos, uma de Ensino fundamental e de Ensino
médio. Com a chegada dessas turmas, somam-se Elton José
atualmente sete turmas, com 78 alunos no total.
Visitas, oficinas de formação, atividades de sus-
tentabiliade, experiências e curiosidade com-
pletam essa edição do Pitsiro Pamáali.
E para que o nosso boletim fique cada vez melhor
e conhecido, contamos com você nosso leitor na
divulgação, sugestões e críticas.
Boa leitura!
CONTATOS
Raimundo M. Benjamim
escolapamaali@gmail.com
Editor e Coordenador Geral da Escola Pamáali
pamaali.wordpress.com
__________________________
Raimundo M. Benjamim
Responsável pelo Boletim
benjamimray.cabc@gmail.com
Pitsiro Pamáali é uma publicação do Setor de Comunicação da Escola Pamáali. Sem periodici- __________________________
dade. Os autores de textos são alunos e professores da escola. Circula nas comunidades na
forma impressa e digital por e-mail e no blog da escola. Os textos podem ser reproduzidos para Em São Gabriel da Cachoeira:
fins educacionais (palestras, aulas, pesquisas), desde que a fonte seja citada. As imagens são de
autoria reservada aos autores. Os artigos de opinião são de responsabilidade dos autores, não Fones: (97) 8124-9785/3471-1156
refletem necessariamente a visão da Escola Pamáali sobre os assuntos.
REALIZAÇÃO PARCERIA APOIO
9. ESCOLA PAMÁALI
Escola Pamáali recebeu consultora do INEP
N o rio Negro, foram selecionadas
apenas duas escolas indígenas: Es-
cola Pamáali e Escola Tuyuka.
O Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas– INEP enviou uma consultoria
para as escolas selecionadas com o ob-
jetivo de conhecer melhor a Educação
Escolar Indígena e através disso saber
como poderiam ser formuladas e aplica-
das as provas usadas para a Avaliação
do Índece de desenvolvimento da edu-
cação no Brasil.
ZOOM
Para esse trabalho, foi convidada a Laíse Diniz, assessora do Instituto Socioambien-
tal—ISA, do Programa Rio Negro, que colabora com o Projeto de Educação no Rio Visita de despedida da
Negro, desde 2001. Laíse
A Escola Pamáali recebeu a consultora entre os dias 02 à 05/05. Realizando entrevis- A Laíse Diniz, chegou pela
tas com professores e alunos da escola. As entrevistas foram orientadas por um ques- primeira vez na escola
tionário elaborado pelo próprio INEP. Pamáali em 2001. Forma-
da em Pedagogia pela
Desde que foram implantadas as escolas indígenas do Rio Negro, especialmente as
Universidade Federal do
chamadas ―diferenciadas‖ainda não participaram das avaliações usadas pelo Min-
Pará , conheceu a escola
istério da Educação, como a Prova Brasil, Provinha Brasil para avaliar dar a nota da
apenas como visitante. E
Educação no Brasil.
depois, foi convidada pa-
Essas avaliações são formuladas e enviadas para todas as escolas, seja elas ra trabalhar no Instituto
indígenas ou não. E com os resultados, é dada uma nota para a escola, e a média Socioambiental, para as-
de todas as escolas de um municipio é que determina a nota do município e a mes- sessorar o Projeto de Edu-
ma coisa acontece com os estados e consequentemente a nota da Educação do cação do Rio Negro da
país, que é comparada com as notas de outros países. parceria ISA/FOIRN/OIBI.
Todas as avaliações apresentadas acima, não consideram as ―diferenças existentes‖ Com uma atuação inicial-
das entre uma escola indígena e não-indígena. Por isso, a reivindicação das escolas mente mais centralizada
e professores indígenas é que essas avaliações respeitassem e considerassem a diver- na Escola Pamáali. Em 10
sidade, portanto, fossem diferenciados, para que elas (as escolas indígenas), partici- anos, com a criação da
passem delas. Diante dessa reivindicação, o Ministério de Educação, quer saber co- Rede de Escolas Baniwa e
mo fazer e aplicar essas avaliações para as escolas indígenas de todo país. Coripaco, chegou a atu-
ar também em algumas
Segundo, a Laíse Diniz, não é certo que o MEC vai mesmo fazer e aplicar as escolas da região, ainda
avaliações para as escolas indígenas, diante da complexidade. Pois, cada escola que seja, indiretamente.
teria que ter sua própria avaliação, e em muitos casos, na própria lingua do povo. E,
isso, é muito complicado. Por isso considera que o caminho mais provável (indicada Em 2010, realizou seu tra-
pelas pesquisas realizadas), que a avaliação teria que ser para os professores, balho de campo do curso
lideranças e outros envolvidos nos projetos de educação escolar de um povo ou co- de mestrado pela UFAM,
analisando as relações e
munidade.
trajetórias dos jovens Ba-
―A Proposta é boa, mas, é complicado, porque, as escolas indígenas são muito niwa e Coripaco (ex-
diferentes de uma para a outra, ou de um povo para outro. Só pra se ter uma idéia, alunos da EIBC).
na semana passada estive fazendo este mesmo trabalho, na Escola Tuyuka (alto
E depois de 11 anos de
Tiquié). E lá é completamente diferente do que aqui (escola Pamáli). As fichas de
atuação e colaboração
Avaliação dos alunos, são feitas na língua Tuyuka. Para eles, as provas teriam que
com a Escola Pamáali
ser na língua Tuyuka. E, a escola Tuyuka não é muito longe daqui, está na mesma
(Baniwa e Coripaco), se
região (do Rio Negro). Imagine uma escola de outras regiões mais distantes‖- disse.
afasta para fazer outras
atividades e ser mãe pela
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primeira vez.