O documento discute a mão-de-obra nas plantações brasileiras nos séculos 16 e 17. Afirma que os indígenas eram a principal mão-de-obra até o final do século 16, mas que os negros passaram a ser predominantes na primeira metade do século 17, principalmente nas regiões de economia mais próspera. Também afirma que a substituição dos indígenas por escravos negros foi um processo incompleto no final do século 17 em São Paulo.
Euclides da cunha, monteiro lobato, augusto dos anjos e lima barreto
História Brasil Colonia
1. GORENDER, Jacob. O Escravismo Colonial. São Paulo: Ática, 2001. p.
123-125.
Seja como for, os indígenas representam a mão-de-
obra predominante nas plantagens até o final do
século XVI, aproximadamente. Parece-me inexata a
afirmação de Maurício Goulart segundo a qual '(…)
foi depois de meados do século XVII que negro
substituiu preponderantemente o índio na
escravatura da colônia. (…) Ao que tudo indica, o
negro constituía, já na primeira metade do século
XVII, a força de trabalho fundamental das regiões
de economia plantacionista próspera, continuando o
índio como recurso preponderante ou quase único
das regiões pobres, onde a produção de lucrativos
gêneros de exportação não vingava
2. MONTEIRO, John Manoel. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas
origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 220.
Grifos Meus.
À primeira vista, uma solução para a crise da escravidão
indígena seria a substituição por escravos negros, solução
aliás adotada por todos os paulistas mais abastados do
início do século 18. (…) Mas falar em transição, pelo
menos no sentido da substituição dos cativos índios na
execução de tarefas na agricultura, seria precipitado:
manteve-se, nesse período [último quartel do século 17],
como um processo incompleto, a ser consumado apenas
no final do século 18, quando a expansão açucareira
revitalizaria a economia paulista.