Inovadores ESPM - Inclusao Digital e Participacao Publica
O contributo das redes sociais virtuais para a transparência nos munícipios portugueses
1. Autora:
Ana Rita Gonçalves
Universidade do Minho
Escola de Economia e Gestão
EEG Research Day
Tese de mestrado em Administração Pública
Ano lectivo 2012/2013
2. Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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SUMÁRIO:
1. Introdução e justificação do tema
• Pergunta de Investigação
2. Enquadramento Teórico
• Revisão de literatura
• Desenvolvimento das hipóteses de trabalho
3. Enquadramento Empírico:
• Design de investigação
• Modelo de Análise
• Operacionalização da Investigação
4. Resultados preliminares
5. Conclusões
3. Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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1. INTRODUÇÃO
Melhor comunicação e interacção política e
administrativa com o cidadão
“Transparency is a prerequisite for full administrative accountability and the
more transparent government is, the more readily the public can engage with
government and hold officials accountable for their actions” .
(Piotrowsky e Bertelli 2010: 3)
Modernização da Administração Pública
Transparência e Responsabilização (Accountability)
4. JUSTIFICAÇÃO DO TEMA
Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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Com este trabalho pretende-se:
Trazer uma nova abordagem ao estudo transparência nas autarquias locais,
introduzindo na análise a importância das Redes Sociais Virtuais,
nomeadamente o Facebook, como uma possível ferramenta complementar de
promoção da transparência.
Compreender que tipo de comunicação e abertura é proporcionada pelos
municípios aos munícipes, em sítios da Internet de cariz mais “informal”.
Grau de transparência da informação e comunicação entre município -
munícipe
5. Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO:
Qual o impacto da utilização do Facebook
pelos municípios na transparência da
governação autárquica?
6. Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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Modernização da Administração Pública
Transparência e Accountability
Teoria Política Nova Gestão Pública
Iniciativas e-government
2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
7. Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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REVISÃO DA LITERATURA
• Participação dos cidadãos, transparência e responsabilização
(accountability)
(King et al. 1998; Araújo 2002; Catt e Murphy 2003, Innes e Booher 2004 e
Bingham, Nabatchi e O’Leary 2005; Piotrowsky e Bertelli 2010; Lourenço et
al. 2010; Piotrowsky e Borry 2010; Tavares e Rodrigues 2012)
• Novas Tecnologias: a emergência da Democracia Digital
(Moon 2002; Kaye e Johnson 2002; Gouveia 2003; Gupta e Jana 2003;
Pina et al. 2007; Carrizales 2008; Lourenço et al. 2010; Pina et al. 2010;
Ahn 2011)
• Transparência na governação : as iniciativas e-government
(Musso et al. 2000; Ho 2002; Moon 2002; Welch e Hinnant 2003; Wong
and Welch 2004; Welch et al. 2005; Tolbert e Mossberger 2006; Pina et al.
2007; Carrizoles 2008; Lourenço et al. 2010; Pina et al. 2010)
8. Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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H1: Quanto maior é a quantidade de informação disponibilizada, maior é a adesão
ao Facebook por parte dos munícipes.
H2: Quanto maiores são a dimensão e a densidade populacional do município maior
é a transparência da informação disponibilizada no Facebook .
H3: Quanto maior é a autonomia financeira do município maior é a transparência
da informação disponibilizada no Facebook.
H4: Quanto mais antigas as páginas de Facebook mais transparente é a informação
disponibilizada.
H5: Quanto maior é a interactividade proporcionada pela página de Facebook,
maior é o grau de transparência da informação disponibilizada.
DESENVOLVIMENTO DAS HIPÓTESES DE
TRABALHO:
9. Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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DESIGN DE INVESTIGAÇÃO:
Design não experimental
Estudo transversal (cross-section)
Recolha de dados
quantitativos
278 municípios
3. ENQUADRAMENTO EMPÍRICO
10. Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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MODELO DE ANÁLISE : QUANTITATIVO
Grau de transparência
• Modelo de análise do estudo de Pina et al. 2010 (adaptado à realidade do
Facebook):
Observação e análise de 3 conjuntos de itens associados à configuração das
páginas/perfis de Facebook:
Itens de adesão e frequência de actualização de conteúdos
Itens de medição do grau de transparência
Itens de medição do grau de interactividade
11. MODELO DE ANÁLISE : QUANTITATIVO
Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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Grau de transparência atribuída numa escala de 0 a 9 (somatório da
presença /ausência dos 9 itens em análise):
- Nº telefone da Câmara Municipal
- Email do Presidente de Câmara
- Link do site governamental da Câmara Municipal
- Informação sobre o presidente
- Publicações sobre assuntos municipais
- Notícias sobre o município
- Links directos das fontes de onde foi retirada a informação
- Promoção do município
- Contexto histórico/informação adicional do município
Grau de transparência
12. Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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OPERACIONALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO
Variável dependente: Transparência
Variáveis independentes (explicativas):
1.Caracterização genérica do município:
• Dimensão
• Densidade populacional
• Rendimento
• Nível educacional
• Autonomia financeira
2. Caracterização da página de Facebook:
• Gostos/ “likes” de página
• Amigos de perfil
• Subscrições de perfil
• Ano de adesão
• Frequência de disponibilização de informação
• Grau de interactividade das páginas/perfis
13. 4. RESULTADOS PRELIMINARES
Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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Estatística descritiva:
Adesão e frequência de actualização:
Adesão dos municípios: 88,1% (245 municípios)
Página: 81,1%
Perfil: 19,4 %
Frequência de actualização de conteúdos:
• “Dois em dois dias” – 37,2%
• “Mais do que uma vez por dia” – 34,2%
Grau de transparência: média de 5 numa escala de 0 a 9
“Assuntos municipais” – 51,1%
“Promoção/Publicitação dos municípios” – 98%
“email do presidente”e “informação do presidente” – 1%
14. RESULTADOS PRELIMINARES
Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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Grau de interactividade: média de 6 numa escala de 1 a 10
“email do gestor” – 57,1%
“abertura e visibilidade total”- 94,9% vs. “restrições na visualização” –
5,1%
Resposta a comentários:
• “sem resposta” – 50%
• “fim publicitário/promocional” –37,2%
• “todos os comentários” -12,8%
Análise inferencial:
O grau de transparência está positivamente correlacionado com:
Ano de adesão
Frequência de actualização de conteúdos
Grau de interactividade
Variáveis sócio-demográficas: “educação” aparece negativamente correlacionada com o
grau de transparência
15. 5. CONCLUSÕES
Transparência nos Municípios Portugueses: o Facebook
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• Os municípios portugueses têm demonstrado esforços no sentido de se
modernizarem e aderirem a novos meios de comunicação e informação mais fluidos
e dinâmicos, como forma de promover uma governação mais transparente e que
fomente maior envolvimento e participação dos cidadãos nos assuntos da vida
política e municipal.
• Contudo, evidenciam, ainda, pouca abertura e disponibilidade para uma
interacção total com os munícipes, sendo a interactividade a vertente menos
desenvolvida pelos municípios no Facebook.
• Trabalhos futuros:
Estudo de cariz qualitativo, no sentido de perceber como é feita a gestão das
páginas e perfis do Facebook e como é “seleccionada” a informação e os
conteúdos a partilhar na Rede Social Virtual.