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Alagoas l 2 a 8 de agosto I ano 08 I nº 388 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
Alagoas avançou mais
cinco posições no ranking
que revela a transparência
da divulgação dos contratos
emergênciasduranteapande-
mia da Covid-19. O levanta-
mento feito pela organização
não-governamental (ONG)
Transparência Internacional,
divulgado na sexta-feira (31),
evidencia Alagoas na 4ª posi-
ção, com a segunda melhor
nota do país: 98,73 pontos,
bem próximo da avaliação
máxima atingida pelos esta-
dos do Ceará, Espírito Santo
e Rondônia. A pontuação
média dos estados brasileiros
é de 85,7. No estudo, que está
em sua terceira edição, a ONG
analisa os sites, redes sociais e
portais de transparência dos
governos de todos os 26 esta-
dosedoDistritoFederal,além
de todas as 27 capitais.
CULTURA
INVESTIGAÇÕES
Mestre
Gilberto, o
Mascareiro
dos Bobos
MP denuncia
Rocha Lima
no homicídio
de empresário
8
EDITORIAL: FACÇÕES CRIMINOSAS CHEGARAMAALAGOAS JUNTAMENTE COM FERNANDINHO BEIRA MAR,EM 2003
“PESQUISA”
Instituto TDL exclui
pré-candidatura
de Lenilda Luna
anunciada
há cinco
meses
O tenente-coronel Rocha
Lima foi denunciado pelo
Ministério Público no inqué-
ritodaPolíciaCivilqueapurou
o assassinato do empresário
Luciano Albuquerque, crime
ocorrido em outubro de 2019,
no Village Campestre. Se o
Tribunal de Justiça aceitar
a denúncia, o coronel será
levadoaJúriPopular.Também
no decorrer da semana que
passou, o TJ de Alagoas recu-
sou habeas corpus para a
liberdade do coronel, que está
preso na sede do Batalhão
de Rádio Patrulha. A defesa
do coronel atesta que ele é
inocente e que vai, no decor-
rer do processo, provar isso.
Outras três pessoas também
foram denunciadas.
FASE AMARELA
Rui amplia horário dos shoppings e
libera academias e parques infantis
SecomMaceióPeiFon
DESEMPENHO DO ESTADO foi avaliado como ótimo na terceira edição de estudo da ONGTransparência Internacional
TUDO LIMPO NO COMBATE
À PANDEMIA EM ALAGOAS
Na orla, os exercícios nos equipamentos esportivos estão autorizados
Os parquinhos infantis nas praças e orla foram liberados através do decreto municipal; órgãos do Município vão fiscalizar o cumprimento das regras
Maceió segue na Fase
Amarela e, no novo decreto
municipal (Nº 8.930), da
sexta-feira(31),oprefeitoRui
Palmeira autorizou a reaber-
tura de academias e centros
de ginásticas com 50% da
capacidade.Parques,parqui-
nhos infantis e outros mobi-
liários urbanos esportivos
instalados na orla e praças
também foram liberados. Os
shoppings podem funcionar
das 10h às 22h e o comércio
no Centro, das 9h às 17h, de
segunda á sexta-feira e, no
sábado, das 9h às 14h. “É
muito importante que cada
maceioense faça a sua parte
para que a gente continue
avançando nesta reaber-
tura gradativa. A situação
de Maceió continua melho-
rando, mas é preciso que a
populaçãonãorelaxe”,,disse
Rui Palmeira
2
3
7
3
2 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
EXPRESSÃO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 210 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial Jackson de Lima Neto JoséAlberto Costa JorgeVieiraODiaAlagoas
Dr. Olegário Venceslau de Oliveira e Silva Advogado e Escritor
A
brisa sutil
dos ventos
traz à guisa
de memória as estreitas vielas
duma antiquíssima Penedo,
banhada amiúde pelo frescor
das mansas águas do Velho
Chico, com suas manias de
sinuosidade. Sob o orago
perpétuo de santos católicos
em suas formas barrocas, a
imponência de desbotadas
e seculares igrejas locais dão
um eloquente testemunho da
religiosidade católica, quais
sentinelas permanentes a
guardarem as reminiscências
daquela comuna nativista em
terras alagoanas. À sombra
arrefecedora dos casarios que
circundam o átrio da matriz
amenizam o cansaço dos
viajantesquetransitamnaque-
las íngremes ruas de pedras
sobrepostas, quando dos dias
quentes e ofegantes da bucó-
lica cidade interiorana, com
seus traços aristocráticos e
imperial opulência.
Neste cenário ribeirinho,
qual aquarela multicolorida
pintadapelasmãosdoCriador,
ainda no insipiente alvorecer
do longevo ano de mil nove-
centos e sessenta e três, eis que
surgefeitoraiosdesolaromper
o breu da madrugada a figura
jamais olvidada de Henrique
Soares da Costa, primogênito
do clã desta família, que poste-
riormente tornarse-ia um dos
mais influentes clérigos da
igreja no Brasil. A vida e obras
deste alagoano há muito se
entrelaçam com o pensamento
teológico de Santa Margarida
Maria Alacoque, encarnando
o sentido primaz da vocação
sacerdotal: “Eis o coração
que tanto amou os homens”,
fazendo de sua existência
terrena um lídimo ofertório a
Deus e aos seus.
O chamado vocacional
advém do Criador, cuja tríade
cristã: fé, esperança e caridade
foi o corolário que marcou a
trajetória de Dom Henrique
Soares, quer como Bispo de
Aracaju e Palmares, bem como
exímio docente compromis-
sadocoma causa da educação.
O sacramento da ordem é um
profundo e enigmático misté-
rio, compreendido somente
por aqueles cuja capacidade
intelectual transcende os limi-
tes temporais e humanos, que
buscam nas fontes caudalosas
da oração o real sentido de sua
existência.
Seu exemplo de Apóstolo,
suas obras e ensinamentos de
mestre tornar-se-ão indestru-
tível argamassa na lembrança
de todos que um dia privaram
de sua dulcíssima companhia.
Fiel em toda maneira de agir,
Dom Henrique Soares da
Costa soube cultivar a paci-
ência ante o labor e espinhos
que lhes apareceram nas estra-
das da vida. No final de sua
missão terrena, longe da terra
que o viu nascer – Penedo – e
sobre sua cátedra de Bispo
da Diocese de Palmares pôde
fazer jus as eternas e melodio-
sas palavras de São Tomás de
Aquino: “Ó meu Deus; sabeis
que nada desejei ensinar que
não tivesse aprendido de Vós.
Se o que escrevi é verdade,
aceitai-o como uma homena-
gemàvossainfinitamajestade;
se falso, perdoai a minha igno-
rância...”cumprindodestartea
vocação que um dia abraçara,
sem temor de olhar para trás
e na certeza que jamais será
esquecido, cujos louros por
seu trabalho estão reservados
na eternidade, feito santo acla-
mado pela grei a receber as
honras dos altares.
Dom Henrique Soares: o leão de Palmares
P
ode-se rela-
c i o n a r , s e m
medo de errar,
a importação do crime faccio-
nado para Alagoas às duas
estadas do narcotraficante
Luiz Fernando da Costa – o
Fernandinho Beira Mar –
na sede da Polícia Federal.
Isso ocorreu em 2003 e 2005,
quando a Secretaria Nacio-
nal de Justiça não sabia onde
colocar o bandido que o
Brasil ajudou a criar no Rio de
Janeiro, fundador da facção
criminosa Comando Verme-
lho, e o mandou paraAlagoas.
Sendo custodiado da
União, ela [a União] poderia
colocá-lo onde bem quisesse,
desde que sentisse segu-
rança. Que o criminoso não
fugiria. Mas Beira Mar não
precisava estar no “mundão”
para comandar o crime. Com
vários gerentes na então
maior organização criminosa
do País, Beira Mar continuou
ordenando o tráfico de armas,
de drogas e execuções no
“tribunaldocrime”,dedentro
da cadeia.
Alagoas foi o estado esco-
lhido pela União para custo-
diar – por apenas 40 dias, que
viraram seis meses – Fernan-
dinho Beira Mar. Em 2003, o
Estado recebeu a promessa de
que teria unidades prisionais
de segurança máxima cons-
truídas pelo Governo Federal
e, naquele momento, a contra-
partidaseria“tomarconta”de
BeiraMar.OGovernoaceitou.
A Polícia Federal recebeu
reforço de 60 homens, foi
feita barricada na frente da
sede, o trânsito foi interrom-
pido no local. Uma operação
de guerra para preservar um
bandido perigoso e Alagoas
virar assunto nacional. Não
demorou muito e o Comando
Vermelho se mudou de mala e
cuia para Alagoas. Afinal, era
o novo endereço do chefe.
Os tentáculos da facção
fixaram endereço em cidades
da região metropolitana de
Maceió e houve até bandido
faccionado que alugasse um
barraco em frente à sede da
PF,oquefoidescobertomeses
depois. Uma vez em Alagoas,
alguns criminosos foram
presos e, no sistema prisional,
passaram a recrutar novos
membros para a organização.
Isso chamou a atenção
da facção PCC [Primeiro
Comando da Capital] que,
paranãoperderterrenoparao
grupo rival, fixou-se também
em Alagoas e passou a recru-
tar muito mais membros e
simpatizantes do PCC, o 3.
O Comando Vermelho é
o 2, na linguagem dos bandi-
dos. Essa simbologia é feita
com os dedos, na posição que
antes se conhecia como “paz e
amor”.Hoje,osdoisdedosem
V simboliza o 2, o Comando
Vermelho. Os três dedos
centrais da mão em justaposi-
ção simbolizam o PCC.
A última estada de Beira
MarporAlagoasfoiem2005e,
quandofoiembora,eledeixou
duas facções criminosas rivais
e violentas elevando os núme-
ros da violência emAlagoas.
Não à toa, Alagoas foi
o Estado que deu origem à
Operação FlashBack, ocor-
rida na semana passada em
oito estados nordestinos e
mais cinco do restante do
País. As ações cumpriram
mais de 100 mandados de
prisão, com mais de 50% só
emAlagoas. Herança de Beira
Mar. Herança de uma gestão
negligente com a segurança
pública.
Herança maldita de
Fernandinho Beira Mar
Ariel Cipola e
Deraldo Francisco
Repórteres
P
e s q u i s a d e
intenção de
voto para a
Prefeitura de Maceió, reali-
zada pelo Instituto TDL
Pesquisa e Marketing, revela
que o pleito será decidido em
SegundoTurno.Apesquisafoi
registrada no Tribunal Regio-
nal Eleitoral (TRE) no dia 22
de julho, mas o número não
foi revelado. Além disso, a
pré-candidata pela Unidade
Popular (UP), Lenilda Luna,
mesmo tendo divulgado seu
nome há cinco meses para o
pleito deste ano, não aparece
napesquisaenãofoipontuada.
A pré-candidata vai adotar
as providências legais para o
caso. Isso pode implicar em
complicações jurídicas para o
instituto.
O TDL diz que a pesquisa
foi realizada entre os dias 23 e
25 de julho, que foram entre-
vistadas 800 pessoas, com a
margem de erro de 3,47% e
intervalo de confiança de 95%.
Isso quer dizer que o resultado
da pesquisa tem 5% de chance
denãoseroverdadeirocenário
para o momento em Maceió.
No entanto, os números
obtidos pelo estudo mostra
uma disputa bem aproxi-
madaentreoscandidatos:João
Henrique Caldas (PSB), com
26,8%;Alfredo Gaspar (MDB),
16,2%; Ronaldo Lessa (PDT),
com14,2%eDaviDavino(PP),
que aparece na pesquisa com
9,8%.Háumadisputatambém
aproximada num bloco na
parte de baixo da pesquisa.
Esse bloco é formado pelos
pré-candidatos: Cícero Filho
(PCdB), 1,0%; Flávio Moreno
(PSL), 0,5%; Ricardo Barbosa
(PT), 0,5%; Ricardo Santa Rita
(Avante),0,2%eBasileChristo-
poulos (PSOL), 0,2%.
Um dado curioso apre-
sentado pela pesquisa TDL
se refere à soma dos números
entre brancos, nulos e inde-
cisos. O total é 30,8%. Neste
caso, esse seria, em tese, o
montante de eleitores a serem
buscados pelos candidatos.
A pré-candidata Lenilda
Luna (UP), não teve seu
nome incluído na pesquisa
TDL. Lenilda se manifes-
tou dizendo que é mais uma
tentativa de invisibilizar a
participação da mulher na
política.
“Ao tempo que escondem
meu nome como pré-candi-
data, revelam que 16,2% dos
eleitoresrejeitamtodososque
estãoaí.Jávencemosasimpo-
sições machistas que subju-
gam a mulher e nos colocam
na sombra dos homens. Nós
temos voz e, nestas eleições,
representaremos também
a voz de todos os excluídos
dessa cidade”, disse Lenilda.
3O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
PODER redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Entre os líderes,Gaspar é o de menor rejeição
A TDL realizou dois
cenários de pesquisas esti-
muladas – aquela onde os
candidatos são expostos aos
eleitores -, no primeiro os
números foram os seguistes;
JHC – 26,8%, Alfredo Gaspar
– 16,2%, Ronaldo Lessa –
14,2%, Davi Davino Filho
(PP) – 9,8% e Cícero Filho (PC
do B) – 1,0%. Os demais pré-
-candidatos não chegaram a
1%. O número de indecisos
é de 16,7%, já os eleitores que
disseram que vão votar em
Branco ou Nulo é de 14,1%.
No segundo cenário esti-
mulado, a TDL acrescentou
o nome do ex-prefeito de
Maceió, Cícero Almeida, e
os números tiveram uma
leve alteração, mas não alte-
rou o “grid de largada”
dos três primeiros. Porém,
Cicero Almeida tomou
o quarto lugar de Davi
Davino Filho. JHC caiu para
– 21,1%, Alfredo Gaspar foi
para -15,3%, Ronaldo Lessa
– 11,3%, Cícero Almeida –
9,3%,DaviDavino–9,2,dessa
vez Cícero Filho, assim como
os demais candidatos, ficou
abaixo de 1%.
A pesquisa também
avaliou a rejeição dos pré-
-candidatos; 39,3% dos entre-
vistadosdisseramnãorejeitar
nenhumdeles;16,2%rejeitam
todos; 12,3% Ronaldo Lessa;
11,0% Cícero Almeida; 5,7%
JHC; 2,5% Davi Davino Filho;
2,0% Alfredo Gaspar; 1,5%
Cícero Filho; 1,2% Ricardo
Barbosa;1,0%FlávioMoreno.
E 6% não responderam ou
não souberam responder. Os
demais ficaram abaixo de 1%.
Esses “demais são Tacio
Melo (Podemos), com 0,7%;
Santa Rita, 0,5% e Basile, com
0,2. No entanto, o nome de
Lenilda Luna não aparece
mais uma vez.
MP denuncia coronel em
inquérito sobre homicídio
MORTE DE EMPRESÁRIO
JanaínaRibeiro
Ascom/MPAL
O
Ministério Público
Estadual deAlagoas
(MPAL) denunciou,
naquinta-feira(30),otenente-
-coronel da Polícia Militar,
Antônio Marcos da Rocha
Lima, o militar da reserva
José Gilberto Cavalcante
Góes, o segurança particular
WagnerLuizdasNevesSilva
e Gilson Cavalcanti de Góes
Júnior pelo crime de homicí-
dio duplamente qualificado
contra Luciano Albuquer-
que Cavalcante. A vítima
foi assassinada na manhã
do dia 25 de outubro do ano
passado,noConjuntoVillage
CampestreII.
Aaçãopenalfoiproposta
pelo promotor de justiça
Antônio Luis Vilas Boas
Sousa, da 68ª Promotoria de
Justiça da capital – que tem
atuação perante o Tribu-
nal de Júri. Segundo ele, o
inquérito relatado pela Polí-
cia Civil contém provas sufi-
cientes da autoria do crime.
“A investigação está bem
fundamentada, com provas,
documentos e testemunhos
que deram ao Ministério
Público a certeza da autoria
delitiva do homicídio. Em
razão isso, todos os acusa-
dosforamdenunciadospelo
assassinato com as qualifi-
cadoras de motivo torpe e
sem chance de defesa para a
vítima”,informouVilasBoas.
“Segundo as investiga-
ções policiais, no dia, local e
horário descritos, a vítima
após realizar o pagamento
do conserto do veículo de
sua filha Isabele, na oficina
do senhor Leonardo Antô-
nio, localizada no Village
Campestre II, no momento
em que adentrava em seu
veículo VW Saveiro, foi
surpreendida por diversos
disparos de arma de fogo
deflagrados pelos acusados
José Gilberto e Wagner Luiz
e Gilson Cavalcanti, os quais
já estavam seguindo-a em
um veículo VW Voyage, cor
branca, com engate, vidros
fumê, placa QLJ-3302, tendo
ao volante o denunciado
Wagner Luiz, conhecido
‘informante’ da polícia.
Mesmo atingida, a vítima
conseguiusaircomoveículo
desgovernado e, ao pular do
carro, os denunciados, que
a seguiam no VW Voyage,
desceram e terminaram de
matá-la, deflagrando cinco
disparos de arma de fogo”,
dizumtrechodadenúncia.
De acordo com a 68ª
Promotoria de Justiça da
capital, o crime ocorreu
porque Luciano Albuquer-
quehaviaprometidovender
um terreno, na Forene, ao
PMaposentadoJoséGilberto
e que, após essa negociação
ter sido combinada entre os
dois, o militar teve despe-
sas de cerca de R$ 3 mil com
documentos relativos a esse
lote, só que a vítima, apesar
dereceberconstantescobran-
ças, não teria honrado com o
pagamentodadívida.
ROCHALIMA
ParaoMinistérioPúblico,
a participação do tenente-
-coronel Rocha Lima está
configurada. “Sabe-se de
queoacusadoconhecidopor
‘coronelRochaLima’émuito
amigo do co-réu Wagner
Luiz, inclusive, na casa deste
foram apreendidos farda-
mentos da PM com o nome
de‘RochaLima’ecertificado
do curso CETE assinado por
ele.Háfortesindíciosdeque
ele teria fornecido as muni-
ções para o cometimento do
crime, uma vez que o oficial
foi comandante do BPE
(Batalhão de Policiamento
de Eventos) e do 4º BPM,
que receberam munições
comloteBLK43,calibre.40”,
apontaadenúncia.
Luciano de Albuquer-
que Cavalcante foi assassi-
nado em 25 de outubro do
ano passado, por volta das
10h20, na Avenida Ministro
LindolfoCollor,noConjunto
ViIlage Campestre II, bairro
daCidade Universitária. Em
razãodesuamorte,opromo-
tor Antônio Luis Vilas Boas
Sousa denunciou o tenente-
-coronel da Polícia Militar
Antônio Marcos da Rocha
Lima, o militar da reserva
José Gilberto Cavalcante
Goes, o segurança particular
WagnerLuizdasNevesSilva
e Gilson Cavalcanti de Góes
Júnior pelo crime de homicí-
dioduplamentequalificado.
Lenildadizqueexcluirseunomefoiumamanifestaçãomachista;eladestacouos16,2%querejeitamtodososcandidatos
TDL faz pesquisa sem incluir
pré-candidata Lenilda Luna
REPRESENTANTEDAUNIDADEPOPULARteveapré-candidaturaanunciadanodia1ºdefevereiro,portanto,hácincomeses
MácioAmaral
Ascom
C
o n d u t o r e s
a l a g o a n o s
agora pode-
rão alterar o próprio endereço
da Carteira Nacional de Habi-
litação(CNH)semsairdecasa.
Essa é uma das novidades do
Portal Mais Detran, lançado
pelo Departamento Esta-
dual de Trânsito de Alagoas
(Detran/AL). A nova plata-
forma irá garantir maior auto-
nomia ao cidadão, sem deixar
de lado a segurança, proteção
aosdadosecomodidadequejá
são marca registrada de todos
os serviços on-line do órgão.
O portal Mais Detran foi
desenvolvido para entregar
uma experiência totalmente
personalizada ao usuário, que
terá acesso individual através
do cadastro de login e senha.
Na plataforma, ele poderá
visualizar todas as informa-
ções da CNH, como multas e
período de vencimento, além
de ter acesso às informações
referentes ao veículo, como o
prazo de licenciamento.
O usuário também rece-
berá, no e-mail cadastrado,
todas as novidades da CNH e
veículo. O destaque da plata-
forma é a possibilidade do
condutor mudar o endereço
por conta própria, no conforto
de casa, procedimento que
ainda era feito presencial-
mente e, por isso, levava um
alto número de pessoas ao
atendimento.
Poderão alterar o endereço
da CNH para outro municí-
pio aqueles condutores que
não tenham serviço em aberto
junto ao órgão, ou que não
tenham veículo registrado no
atual município. Nesses casos,
a mudança é permitida e uma
nova só poderá ser feita após
30dias.Casoocondutorqueira
mudar o endereço dentro da
mesma cidade, não há prazos
ou maiores restrições. Todas
as regras estão devidamente
informadas nas etapas do
serviço no Portal.
COMOCADASTRAR
Para utilizar o portal Mais
Detran, basta entrar no site do
Detran/AL pelo https://mais.
detran.al.gov.br/. O primeiro
passo será realizar o cadastro,
clicando em “Cadastrar-se” e
preenchendo os campos soli-
citados.
Nocadastro,sãosolicitados
o número do CPF, nacionali-
dade,nomecompleto,número
da carteira de identidade,
número de registro da habi-
litação, data de nascimento
e e-mail e número de celular
válidos. Ao final do processo,
aconfirmaçãodocadastroserá
enviada para o e-mail infor-
mado, e é nele que o usuário
receberá as notificações perso-
nalizadas.
Mais Detran traz segurança e facilidades
A superintendente opera-
cional de trânsito do Detran/
AL, Lisiane Rocha, responsá-
vel por articular o processo de
construção do portal junto às
áreas operacionais, diz que o
lançamento “é um sonho que
se concretiza”. Segundo ela, a
autarquia trabalha constante-
mente no desenvolvimento de
projetos que facilitem os servi-
ços prestados, e preza, acima
de tudo, pela segurança do
cidadão.
Dessa forma, o portal, que
foi totalmente desenvolvi-
mento pela Chefia de Infraes-
trutura Tecnológica do Detran
de Alagoas, agrega outros
serviçosaosquejáestãodispo-
níveison-line.“Agoratrazemos
para o nosso usuário possibili-
dades de troca de dados confi-
denciais,numambienteseguro
e fechado a senha. Ele poderá
alterar dados do seu ende-
reço e dar prosseguimento ao
serviço desejado, sem precisar
se dirigir a um posto de aten-
dimento do Detran. É a tecno-
logia trazendo comodidade
e melhoria na prestação do
serviço”, afirma Lisiane.
FACILIDADE
O estudante de fisiotera-
pia, Márcio Souza, utilizou o
portal Mais Detran para fazer
a mudança de endereço sem
sair de casa. “Devido ao fato
de deslocamento das áreas
de risco do Pinheiro, onde
eu morava, tivemos que nos
mudar.Esteano,quandoocor-
reu o vencimento da minha
carteira de habilitação, lembrei
que teria que ser feito essa
mudança, mas já estávamos
na fase da pandemia e com a
quarentenainstauradaaquino
estado”, conta.
Para Márcio, a nova plata-
forma foi útil e de fácil acesso,
e ele destaca a facilidade que
portal Mais Detran oferece
para os usuários. “A inter-
face é muito interessante,
bem usual, fácil e rápida para
manejar. No possível retorno
às atividades ‘normais’ vão
ser evitados os deslocamentos
para atendimentos presen-
ciais, que também podem ser
considerados empecilhos para
os usuários em determinadas
condições”, ressalta o estu-
dante.
De acordo com o diretor-
-presidente do Detran/AL,
Adrualdo Catão, a plataforma
segue as medidas de desbu-
rocratização e modernidade
adotadas pelo Governo do
Estado e facilitará a vida do
cidadão,umavezquepoupará
idas desnecessárias ao atendi-
mentopresencial.Aideiaéque
o portal avance cada vez mais,
e toda a equipe da autarquia
continuará trabalhando para
incluir novos serviços no Mais
Detran.
4 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
ESTADO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Mudança de endereço da CNH
agora pode ser feita on-line
DENOMINADOMAISDETRAN,novoportalelaboradopeloórgãogaranteacessoseguroepersonalizadoadiversosserviços
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5O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
6 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
SOCIAL redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
EM SOCIEDADE Jailthon Sillva
jailthonsilva@yahoo.com.br
Contatos:
3522-2662 / 99944-8050
CHEGA...CHEGANDO | Só no
estilo,como sempre,André Fon
é destaque in Maceió.#aplausos
APLAUSOS |A poderosa cronista social,blogger e jornalista Isabelle
Acciolly é a aniversariante mais festejada da capital alagoana no
próximo dia 5 de agosto.Parabéns e sucesso sempre! #timtim
AGOSTO DOURADO
Dos dias 1° a 7, é realizada a Semana Mundial da Amamentação. Por este
motivo, agosto foi escolhido para ser o mês da conscientização do aleitamento
materno.AcampanhafoiinstituídapelogovernofederalaquinoBrasil,em2017.
A cor dourada foi escolhida porque, segundo os idealizadores da campanha, os
momentos de amamentação são“horas de ouro”.
BONÉ – UM ACESSÓRIO A+
Nãoédehojequeobonéestácomtudo!Vocêquerturbinarolookbásicoedeixá-
-lo cheio de estilo? Então pode apostar no boné! Ele é o acessório perfeito para
dar um charme a mais no seu visual e ainda ajuda a resolver aquele bad hair day
rapidinho. Ele ganhou até as passarelas – tudo para provar que o item está em
alta entre as fashionistas! #apostenadica
TODA ELA |A bela esteticista
Gloria Maria,está em alta in
Arapiraca com muitas novida-
des no segmento de estética
para deixar vocês mais lindos e
de bem com a vida.No próximo
dia 5,a poderosa celebra mais
uma linda primavera em sua
vida.#sútotal
MADE IN BRASIL | Sempre
antenada e bem informada
quando o assunto se refere à
palavra MODA,a empresária
de sucesso,digital influencer e
expert da moda Cláudia Métne
é destaque +QVIP em vestir e
fotografar para as principais
grifes do Brasil e do mundo.
#luxototal
CLASSEA | O empresárioAldo
Rodrigues,carrega em sua
bagagem durante todos esses
anos,grande experiência,ousa-
dia e dinamismo no ramo de
decorações in Maceió e recebe
meu carinho por se destacar a
cada dia.#parabéns
Pediatria domiciliar
Essa dica de hoje é para as mamães e
papais de plantão!
Comumnovoserviçoquevisaoconforto
de mães e pais que não gostam de
esperar consulta para os filhos em um
consultóriocheio,aPed&Acolhe,pedia-
tria domiciliar, veio inovar o mercado
alagoano.
A empresa é formada por três pedia-
tras empreendedoras, Mariana Beltrão,
Andrea Gameleira e Ana Caroline
Chagas que vão até você!
Mais informações pelo Instagram: @
ped.acolhe
Senar credencia técnicos de campo
O Serviço Nacio-
nal de Aprendiza-
gem Rural – Senar
Alagoas– precisade
técnicos de campo
paraformarcercade
40 novas turmas de
Assistência Técnica
e Gerencial – ATeG
– no Estado. Dois
editaisdecredencia-
mentoestãodisponíveisnositewww.senar-al.org.br,oprimeiroparaoPrograma
aAgronordesteeosegundoparaprojetosdaregionaldoSenaremtodooestado.
As vagas são para técnicos com formação vinculada às áreas da pecuária,agri-
culturaeagroindústria,aexemplodezootecnistas,veterinários,administradores,
agrônomos,nutricionistas,técnicos agrícolas e de laticínios,entre outros profis-
sionais que atendam aos pré-requisitos dos editais.
Os aprovados no processo seletivo são acionados pelo SenarAlagoas,de acordo
com as demandas. Cada técnico pode visitar até 30 propriedades rurais por
mês,num período de até dois anos.O valor da visita é de R$ 200 e o profissional,
portanto,pode receber até R$ 6 mil mensais pelo trabalho.
“
Selo do Turismo Responsável
Alagoas segue se
consolidando como
um destino turístico
seguro para o cená-
rio pós-pandemia.
Prova disso é que o
Estado conta agora
com 423 estabele-
cimentos com o selo
do turismo respon-
sável do Ministério
doTurismo.
Acertificaçãoéconcedidaaosempreendimentosqueseguemosprotocolospara
prevenção da covid-19 estabelecidos pelo Governo Federal. Os municípios com
maior número de estabelecimentos já certificados são Maceió (202), Maragogi
(51),Piranhas (37),São Miguel dos Milagres (22) e Marechal Deodoro (20).
Cadastur e o Selo
Parasolicitaroselo,ointeressadodeveacessarositeturismo.gov.br/selorespon-
savel, ler as orientações previstas no protocolo destinado ao segmento em que
atua e estar com situação regular no Cadastur, indispensável para a aquisição
da certificação.Caso não tenha o Cadastro,basta procurar a Sedetur através do
telefone ouWhatsApp (82) 98833-4344 e regularizar a situação cadastral.
Assessoria para mulheres
A EntreAspasAsses-
soria de Comunica-
ção e Consultoria é
uma empresa que já
está no mercado há
muitos anos e, com
a pandemia, o digi-
tal ficou bem mais
evidente,sendo cada vez mais valorizado.
Recentemente a consultoria voltou o seu trabalho para mulheres empreendedo-
ras e que querem se destacar no mercado de trabalho através da comunicação
online e offline.Vale conferir o Instagram:@entreaspasassessoria
Estamos
ansiosos pelas
vendas para
o Dia dos Pais.
Tudo está
sendo feito
com muita
segurança”
Lana Retore, Presidente da
Associação de Lojistas do Maceió
Shopping.
CAFÉ&NEGÓCIOS THÁCIA SIMONE
thaciasimone@gmail.com
A
capitalalago-
ana segue na
fase amarela
do Plano Estadual de Distan-
ciamento Social Controlado,
quando o risco de contágio
do coronavírus é considerado
moderado. No novo decreto
municipal (Nº 8.930), publi-
cado na sexta-feira passada, o
prefeito Rui Palmeira autoriza
a reabertura de academias e
centros de ginástica com 50%
da capacidade e amplia o
horário de funcionamento de
shoppings e do comércio no
Centro. O Município manterá
o regime de teletrabalho, bem
como a paralisação das ativi-
dades educacionais nas esco-
las da Rede Municipal e de
instituições privadas, até o
início da fase verde.
Assim como os outros
setores já em funcionamento,
seguindoosprotocolossanitá-
rios específicos, as academias,
centrosdeginásticaeestabele-
cimentos congêneres também
devem seguir o Protocolo
Sanitário da Secretaria Muni-
cipal de Turismo Esporte e
Lazer (Semtel).
Com o novo decreto, o
comércionoCentrodeMaceió
passa a funcionar de segunda
a sexta-feira, das 9h às 17h,
e sábado das 9h às 14h. O
horário de funcionamento
também foi estendido para os
shoppings, galerias e centros
comerciais, que antes esta-
vam abertos das 12h às 20h,
e que agora podem funcionar
das 10h às 22h. O documento
também libera a utilização de
parques infantis e mobiliários
urbanos esportivos situados
na orla e nas praças.
Prefeitura de Maceió
mantém todas as medidas de
segurança, distanciamento
social e higienização em locais
públicos, estabelecimen-
tos comerciais e instituições
financeiras, publicadas nos
decretos municipais e divul-
gadas amplamente nos meios
de comunicação. A obrigato-
riedade do uso de máscaras
sobre o nariz e a boca perma-
nece em todo território muni-
cipal.
“É muito importante que
cada maceioense faça a sua
parte para que a gente conti-
nue avançando nesta reaber-
tura gradativa. A situação de
Maceiócontinuamelhorando,
mas é preciso que a popula-
ção não relaxe nos cuidados.
Então, se for necessário sair de
casa, não esquecer da máscara
e o uso de álcool em gel”,
reforçou Rui Palmeira.
7O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
COTIDIANO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
VEJA COMO FICA:
EDUCAÇÃO
O Município mantém as ativi-
dades educacionais em todas as
escolas da Rede de Ensino Infantil
e Fundamental do Município para-
lisadas, bem como das instituições
de ensino privadas de Maceió até
o início da fase verde do Plano de
Distanciamento Social Controlado.
Asatividadesadministrativaspodem
funcionar normalmente.
TELETRABALHO
O regime de teletrabalho para
os servidores e empregados dos
órgãos e entidades da administra-
ção pública municipal, que exercem
funções administrativas internas,
segue até o início da fase verde do
Plano de Distanciamento Social
Controlado. Os servidores que exer-
cem serviço público essencial e que
integram o grupo de risco também
permanecem em teletrabalho.
ATIVIDADES ECONÔMICAS
Enquanto durar a fase amarela
no enfrentamento à Covid-19, o
Plano de Distanciamento prevê a
autorização do funcionamento de
lojas ou estabelecimentos de rua,
bares e restaurantes (funcionando
com 50% da sua capacidade e com
horário de atendimento até 0h),
shoppings centers, galerias, centro
comerciais e estabelecimentos
congêneres (funcionamento de 10h
às 22h), salões de beleza e barbe-
arias, templos, igrejas e demais
instituições religiosas com 50% de
sua capacidade), – transporte inter-
municipal e turístico (com 50% da
capacidade), academias,centros de
ginásticaeestabelecimentoscongê-
neres com 50% de sua capacidade)
e todos demais setores autorizados
nas fases vermelha e laranja.
ORLA
O comércio ambulante, bares,
restaurantes, barracas, quios-
ques, mixes e food trucks, feiras e
mercados de artesanato, passeios
turísticos, balanças de pescado e
bancas de revistas situadas nas
orlas e praças permanecem autori-
zados a funcionar na orla municipal,
seguindo as exigências previstas
no Protocolo Experimente Maceió.
O estacionamento de veículos nos
espaços públicos da orla, em vagas
intercaladas.
ATIVIDADES DE
ESPORTE E LAZER
Seguindo as medidas de segu-
rança e o distanciamento social, os
maceioenses podem praticar espor-
tes de forma individualizada, no
calçadão da orla e praças.A asses-
soria esportiva de corrida e triatlo ao
arlivrepodeserrealizada,desdeque
sem contato físico. O banho de mar
e o uso da praia na faixa arenosa de
forma individualizada também estão
autorizados, além do passeio com
animais domésticos ou de estima-
ção.
Também está autorizada a utili-
zação de parques infantis e mobili-
ários urbanos esportivos situados
na orla e nas praças. O Município
também autoriza os treinos funcio-
nais ao ar livre, desde que sem
contato físico.
Continua proibida, até o dia 14
de agosto de 2020, a prática de
esportescoletivosnasorlas,praçase
parques,ousodequadraseginásios
públicos e privados para a prática
de esportes coletivos e treinos com
contato físico, o funcionamento de
escolas e clubes de esportes, salvo
para atividades individualizadas e
uso de academias públicas.
EVENTOS
Permanecem suspensos, até o
dia 14 de agosto de 2020, todos os
eventos públicos agendados pelos
órgãos ou entidades municipais,
além de concessões de licenças ou
alvarás para realização de eventos
privados ou públicos. Segue autori-
zado até o dia 14 de agosto de 2020
o uso de espaços abertos, públicos
ou privados para a realização de
eventos em formato drive-in, desde
que cumpridas as medidas de segu-
rança e higienização.
TRANSPORTE PÚBLICO
O uso do Cartão Bem Legal
EscolaredoCartãoBemLegalSênior
nos transportes públicos municipais
continua proibido. Essa regra não
vale para pessoas com deficiência
oupatologiacrônica,quenecessitam
de gratuidade nesses coletivos.Está
mantida a capacidade de passagei-
ros nos transportes públicos urba-
nos, sentados ou em pé, no limite
da capacidade do veículo, com as
janelas abertas,sem utilização de ar
condicionado, sem redução de frota
e com o uso obrigatório de másca-
ras. O programa Domingo é Meia
também permanece suspenso.
FUNERAIS
As restrições para a realização
dos funerais continuam as mesmas.
Em casos de mortes por Covid-19,
até em casos suspeitos, a duração
máxima será de uma hora por veló-
rioeenterro,comocaixãofechadoe
limite de dez pessoas.Já no caso de
óbitosquenãosejamdecorrentesda
pandemia, a duração máxima será
de três horas com a presença de 20
pessoas. Não devem comparecer
ao cemitério os idosos com mais de
60 anos, as pessoas com doenças
crônicaseassuspeitasdetercontra-
ído coronavírus.
Prefeito amplia o horário de
funcionamento de shoppings
DECRETO EMERGENCIAL MUNICIPAL autoriza reabertura de academias e centros de ginástica com 50% da capacidade
Atividades comerciais na orla estão autorizadas com protocolo sanitário
Município mantém fiscalização em ação conjunta com a Polícia Militar Rui Palmeira reforça importância do uso da máscara de proteção
IgorPereira/SecomMaceió
Fotos:PeiFon/SecomMaceió
João Lemos
Repórter
N
ossa repor-
tagem foi
ao litoral
Norte de Alagoas para conhe-
cer uma das manifestações
populares mais autênticas do
povo, mantida pelos habitan-
tes do povoado Tatuamunha,
em Porto de Pedras. Essa
gostosa tradição presente nos
festejos de Momo perdeu no
domingo passado (26), o seu
maior incentivador, aos 71
anos, o mascareiro, Gilberto
Antônio da Silva, o famoso
MestreGiba,ouGilbertoTatu-
amunha, como era chamado
entre os familiares, amigos e
clientes.
O apelido é apenas um
detalhe diante do grande
legadodeixadoporesteverda-
deiro amante da arte popular.
OMestreGilberto,falecido
em decorrência de problemas
no coração, foi um artesão
importanteparaasalvaguarda
dos Bobos. Iniciou sua produ-
ção de máscaras antes mesmo
de completar 15 anos.
Foi pedreiro por profis-
são, mas a paixão pela arte o
fez autodidata. Aprendeu a
técnica sozinho, com o intuito
de brincar ao lado dos amigos
numa remota época onde os
afamados Bobos comanda-
vam as ruas de Tatuamunha.
“Ele era um homem
humilde,bompai,bommarido
e um bom amigo. Deixou-nos
uma lição de vida importante:
na hora da queda não abrir
mão de se reerguer com os
olhos fixos sempre no futuro
e de cabeça erguida. Eu acom-
panho o trabalho do meu pai
desde os 12 anos, na hora da
produção das máscaras. Dos
últimos tempos pra cá passei a
produzirtambém,entendendo
a importância de ajudá-lo na
manutenção dessas nossas
brincadeiras”, disse Luciano
Silva,29,quetambéméartesão
por influência do pai.
Os bobos são parte impor-
tantenatradiçãodaquelaloca-
lidade. Impossível não olhar o
mapa das tradições populares
no Estado sem que nos esbar-
remos com a criatividade e
irreverência mantida ao longo
dos anos pelo saudoso Mestre
Gilberto, um dos últimos
detentores da técnica.
Muitas gerações foram
marcadaspelasenormescabe-
ças. As peculiaridades dessas
máscaras são ainda a função
dos moradores em produzi-
-las utilizando o barro, goma
de mandioca, papel e tintas.
“Meu pai fazia máscaras
para todos os lugares, vinha
gente de todo canto comprar.
Não tenho noção de quantas
máscaras chegou a produzir,
mas, foram muitas. Por aqui,
só meu pai e o seu Cláudio
ainda mantinha a tradição”.
relembrou Luciano.
Coletivo Bobo Gaiato,criado por três amigos,mantêm a tradição no povoado
Lucianocresceuvendoopaiconfeccionandomáscarae,porsuainfluência,hojeéartesãoelevadiantelegadodoMestreGiba
ColetivomantémvivoolegadodoMestreGiba
Até a década de 1990 era
possível ver a folia dos Bobos
ocorrer de forma original,
com a participação maciça da
comunidade. Dos anos 2000
emdiante,comainfluênciada
era digital, a prática foi sendo
deixada de lado restando
apenas a lembrança e alguns
fazedores da brincadeira.
“As máscaras tradicionais
com moldes de barro e preen-
chidas com papel e goma de
mandioca foi sendo substi-
tuída pela de borracha, as
andanças foram diminuindo
desastrosamente. Felizmente
Seu Gilberto deu continui-
dade à feitoria das máscaras”,
destacou Thiago Souza, líder
do Coletivo Bobo Gaiato.
Da necessidade de manter
vivo o costume no Povoado, o
sonho de três amigos, Alexan-
dre Marlon, Thiago Souza
e Sebastian Paiva se tornou
realidade com a criação do
Coletivo Bobo Gaiato, no ano
passado. “Nosso objetivo
é resgatar as andanças dos
Bobos, fortalecer, a partir de
agora a memória do Mestre
Gilberto, estimular novos
mascareiros e trazer de volta
os que outrora faziam másca-
ras”, relatou Thiago.
Com o reconhecimento da
resistência do Mestre Gilberto
e seu ensino, o Coletivo conse-
guiu,emfevereirodeesteano,
realizar oficinas de confecção
de máscaras com crianças e
jovens da região, iniciando o
trabalho de salvaguarda do
saber e repasse feito a tempo
pelo saudoso Mestre, sua cria-
tividade fazia com que cada
máscara fosse única.
“Thiago resgatou a cultura
dosBobosaquinonossomuni-
cípio com o ColetivoBobo
Gaiato. Do futuro esperamos
que a nossa cultura não seja
mais esquecida como estava.
Com o Coletivo se torna fácil
a manutenção da brincadeira.
É um incentivo e nos ajudará
bastante a partir de agora”,
finalizou Luciano Silva.
Agora mais do que nunca
é preciso eternizar o legado
deixado pelo Mestre Gilberto.
Emparceriacomosseusfilhos
oColetivotemocompromisso
de manter viva a tradição,
incentivando a produção das
máscaras para as novas gera-
ções.
TRADIÇÃO, legado e o resgaste da brincadeira popular por jovens do Povoado Tatuamunha, Litoral Norte de Alagoas
Mestre Gilberto, o Mascareiro
dos Bobos de Porto de Pedras
CULTURA redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
8 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
Até pouco tempo, era praxe nos
contratos de seguro de vida,
a previsão do não pagamento de
indenização em caso de faleci-
mento, por conta da cláusula de
Excludente de Responsabilidade
em decorrência de força maior,
o que pode incluir catástrofes e
pandemias, desde que decretado
por autoridade competente. Entre-
tanto, o Brasil não havia passado
por nenhum acontecimento simi-
lar desde a criação do Código de
Defesa do Consumidor. Portanto,
não havia dúvidas ou restrições
dos contratantes e as seguradoras
nunca haviam sido acionadas por
este motivo.
Esse ano representa o marco
para as seguradoras, pois, com
a pandemia do COVID-19 os
questionamentos não tardaram a
chegar nas seguradoras por parte
de segurados temerosos de even-
tual não pagamento de indeniza-
ção. No artigo 12°, I, d, da Circular
SUSEP n° 440, de 27 de junho de
2012, prevê que tal modalidade de
riscos excluídos,confirmando que
não haveria nada a ser pago pelas
seguradoras.Fato este que ensejou
insegurança, preocupação e uma
necessária reflexão sobre o tema.
E qual função de um seguro de vida!
Senão garantir uma monta pecuni-
ária a ser paga pela seguradora em
caso de falecimento do contratante
aos beneficiários escolhidos por
ele? Inclusive pode ser contratar
mais de um, à sua livre escolha e,
igualmente, fixar o valor a ser inde-
nizado e ainda é possível incluir a
assistência funeral, isto é, a segu-
radora se encarrega de arcar com
as despesas relacionadas desde
o óbito até o enterro do segurado,
com variações do tipo de serviços
prestados como locação de jazigo,
transporte do corpo, velório, dentre
outros.
A linha que separa a tranquilidade
financeira ou não da família do
ente que veio a óbito por conta do
COVID-19 é tênue,pois,sem prévia
justificativa, as contratadas pode-
riam se recusar ao pagamento das
indenizações. A SUSEP e 80% das
seguradoras, representadas pela
Confederação Nacional das Empre-
sas de Seguros chegaram a um
acordo no final de abril para flexi-
bilizarem as condições contratuais
para que, mesmo não havendo a
obrigatoriedade, as indenizações
fossem honradas para os casos
de falecimento por COVID-19,
porém, não houve nenhuma alte-
ração legislativa ou sequer um ato
normativo da SUSEP sobre o acor-
dado.
Transcorridos quatro meses da
COVID-19 com mais de 90 mil
mortes, o Senado Federal aprovou
o Projeto de Lei n° 890/2020 para
incluir o artigo 798-A no Código
Civil vigente:
Art. 798-A. O segurador não pode
eximir-se ao pagamento do seguro,
ainda que da apólice conste a restri-
ção, se a morte ou a incapacidade
do segurado provier da infecção por
epidemias ou pandemias, ainda que
declaradas por órgão competente.
O Projeto de Lei seguiu para a
Câmara dos Deputados e, provavel-
mente, será aprovado.
Conclusão
Em suma, prudência, previsão legal
e adequação para tempos excep-
cionais serão essenciais para que
nem seguradoras e nem segura-
dos sejam prejudicados. Acerta o
Congresso Nacional e a população
agradece.
Então é isso pessoal! Espero que
tenha gostado do tema dessa
semana e sempre que vocês dese-
jarem enviem suas dúvidas para
meu e-mail. Não deixem de acom-
panhar as novidades em minhas
redes sociais.Até a próxima se Deus
quiser! Bom final de semana para
todos! Grande abraço!
9O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092
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DjaildoAlmeida
Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com
Os seguros de vida e a pandemia do noco coronavírus
10 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
ESPORTES redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Clubes alagoanos vão sofrer
com jogos no estilo “the flash”
CAMPEONATOALAGOANOserádecididoempoucosdias,comintervalosde48horasparacadajogo;atletascorremriscodelesõesgraves
JOGODuro Jorge Moraes
jorgepontomoraes@gmail.com
Thiago Luiz
Estagiário
N
a retomada
do Campeo-
nato Alago-
ano, o formato de conclusão
da competição, ajustado pela
Federação Alagoana de Fute-
bol (FAF) exigiu muito esforço
da entidade, dos clubes, dos
jogadores e principalmente
dos trabalhadores que deixam
os atletas prontos para enfren-
tarem a maratona de jogos.
Preparadores físicos e outros
profissionais da Educação
Física e da Fisiologia trabalha-
ram duro num cenário total-
mente novo: um período de
quatromeseslongedosgrama-
dos e sem contato com bola.
O campeonato estadual
voltou para ser concluído num
intervalodesetedias.Aconclu-
são de duas rodadas da fase
de classificação, semifinal e a
grande decisão. Cada partida,
com um “descanso” de 48
horas para os atletas. Isso sem
contar que CRB, CSA, Jaciobá
e Coruripe ainda terão o Brasi-
leirão pela frente. Os clubes da
capital, se chegarem à decisão,
terão apenas cerca de dois dias
para a estreia na Série B.
Apesar do sério risco de
lesões,essaalternativa,mesmo
longe do ideal, foi a mais
prática encontrada pela FAF
para concluir o Alagoano em
campo, sem conflitar com as
datas do calendário da CBF.
Em Arapiraca, o ASA teve
apenas nove dias de prepara-
ção para enfrentar o CSA, no
jogo do retorno do Alagoano.
Apesar disso, o time se postou
bem em campo, venceu por 2 a
0 e não deu sinais de extremo
cansaço físico.
O preparador físico do
alvinegro, Leandro Netto,
disse que como o tempo de
preparação foi curto, a ênfase
foi a formatação da maneira
de jogar e a preparação física
atuou como suporte dos
outros aspectos, ( técnico, táti-
coc.), procurando aumentar
o nível de força dos atletas na
salademusculaçãoenocampo
sempre que possível.
“Traçamos um planeja-
mentoquechamamosdeciclos
ondulatórios de treinamento,
ondeacadatrêssessõesdetrei-
nos fazíamos uma sessão de
recuperação, e isso nos possi-
bilitou trabalhar cargas com
intensidades mais elevadas”.
OpersonaltrainerEduardo
Freitas, ou Simba [como
também é conhecido], atuou
como preparador físico do
Cruzeiropor18anoseexplicou
que esse é um grande desafio
para os profissionais da área.
Ainda hoje, ele realiza traba-
lhos específicos com Marcelo
MorenoecomovolanteHenri-
que, atletas da Raposa.
De acordo com Simba,
mesmo os jogadores que esta-
vam treinando em casa na
quarentena, sentem dificul-
dades, porque o estímulo do
treinamento é diferente das
adaptações que precisam ser
feitas numa partida oficial. Por
esse motivo, os preparado-
res físicos precisam ter muita
cautela.
Oespecialistaalertouainda
que,parasuportaresse“aperto
no calendário”, as equipes
precisam ter um elenco que
permita a rotatividade dos
jogadores, pois “é um risco
muito grande para a saúde
ortopédica do atleta; com
certeza, lesões vão aparecer”.
No jogo contra o Ceará,
pela Copa do Nordeste, o CRB
demonstrouaindanoprimeiro
tempo que não conseguia
acompanhar o ritmo de jogo
do Vozão, que tinha mais de
um mês a mais de treinos. Já
na reestreia pelo estadual, o
atacante Erik mostrou que
a forma física não era um
problemaparaele.Duasarran-
cadas e dois gols.
Pelo lado azulino, também
não é diferente. Na vitória
contra oABC, pelo Nordestão,
enaderrotaparaoASA,otime
secomportoubemfisicamente.
Em médio prazo, tudo está
sob controle para o staff dos
clubes. Mas talvez o impacto
dessa maratona de partidas
seja sentido durante o decor-
rer da atual temporada, que só
será encerrada em janeiro de
2021.
Ruim para o CSA
Avolta do Campeonato Alagoano na última quarta-feira
(29) só não foi bom para o CSA,que escalando um time
alternativo, perdeu para o modesto time do ASA, formado
em dez dias para a volta da competição. O detalhe maior
nãofoiaderrotapor2a0,mascomoelasedeu,semjogar10
reaisdefutebol,diantedeumadversáriomontadoàspres-
saseaceitandoqualquertipodeacordoparavoltarajogar.
Em campo,o time deu um nó no CSA,com um esquema de
jogo bem fechado, saindo com rapidez e chutando mais
vezes ao gol,até que acertou em duas oportunidades.
Nos demais jogos da rodada, CRB e CEO fizeram a parte
deles.O primeiro ganhou fácil do Coruripe por 3 a 0,no Rei
Pelé, e o segundo venceu apertado o Jaciobá por 1 a 0, em
Palmeira dos Índios. Nessa volta, a expectativa era saber
como se comportariam os times do interior, uma vez que
CSA e CRB voltaram a trabalhar mais cedo e já haviam
atuado pela Copa do Nordeste,onde o CSA venceu o ABC e
o CRB foi derrotado pelo Ceará, um dos times finalistas do
Nordestão,jogando a decisão com o Bahia,que eliminou o
Confiança.
Se o CSA não foi bem na volta do campeonato estadual, o
CRB em nenhuma momento foi ameaçado pelo Coruripe,
dando velocidade ao jogo quando era necessário e retendo
abolaparadeixarotempopassaresairvitorioso.Indepen-
dentemente dos resultados, o CRB voltou a mostrar mais
equilíbrio em campo,individualmente alguns jogadores se
destacaram, como Gun, Léo Gamalho e Érick, enquanto o
time alternativo do CSA não teve nenhum destaque indivi-
dual e,até o seu goleiro,o principal jogador do time,falhou
no primeiro gol.
l Nem sempre em um lugar onde poucos mandam, o
resultadopodeserbom,principalmentenofutebol,quando
o assunto deve ser tratado coletivamente. Foi o caso do
time alternativo do CSA para jogar em Arapiraca.Segundo
Rafael Tenório, o assunto foi discutido entre ele, Eduardo
Batista e Marcelo Barbaroti.Deu no que deu;
l Pelascircunstânciasdoadversário,formadoemapenas
10dias,aderrotadoCSAmostrou,maisumavez,queotime
não engrenou na temporada.Parou por conta da pandemia
semjogarbemevoltoupior,inclusivecominvençãonasua
escalação.OpessoaldoCSAabraosolhosouvailutarpara
não cair para a Série C do Brasileiro,no ano que vem.
ALFINETADAS...O clássico
Nofechamentodacolunaaindafaltavaserjogadaaúltimarodada
da fase de classificação, inclusive com o clássico CSA e CRB.
Praticamente classificados, o CRB principalmente, já que o CSA
dependia de algumas combinações para não ficar de fora se não
vencesse o clássico. Espera-se que as duas equipes tenham
mostrado um melhor futebol,especialmente o CSA,que voltaria a
escalarseusprincipaisjogadores,oquenãoocorreucontraoASA.
Clássico no interior
Nos outros três jogos, um é chamado de o clássico do interior.
Trata-se de CSE e ASA, com o jogo realizado em Palmeira dos
Índios,com ambos os times com chances de classificação e com
a mesma pontuação. Em Olho D’Água das Flores, o CEO, ainda
dependente de uma vaga para a semi-final, recebeu o Murici já
classificado. E, finalmente, o Coruripe, com menores chances de
passarparaaoutrafase,recebeuoJaciobá,olanternadacompe-
tição. Como não temos ainda como adivinhar resultados, hoje a
gente já sabe no que deu a rodada.
Autorizado pela diretoria
A desculpa no CSA que a decisão de jogar com um time alter-
nativo contra o ASA foi da diretoria não pegou muito bem diante
da torcida. Muita gente que ouviu isso ficou na bronca, porque
o técnico Eduardo Batista já tinha deixado claro bem antes dos
jogos contra oASA e o CRB.Os torcedores estão dizendo que isso
édesculpadeamarelo,querendoenganarosbestas.Opresidente
RafaelTenório chegou a informar, reservadamente, que o jogo do
ASA era para saber quem vai ou não vai continuar no clube para o
Brasileiro da Série B, em uma hora errada para fazer essa obser-
vação.
Novas contratações
Apesar do número elevado de jogadores em seus clubes - os dois
com mais de 30 atletas -, as diretorias de CSA e CRB continuam
anunciando reforços e contatos com clubes do interior de São
Paulo. A informação é que,a cada momento que os nomes forem
anunciados, outros serão dispensados no final do Campeonato
Alagoano.OCSAvêfalhasnasuadefesa,mesmonecessitandode
mais jogadores para o ataque,enquanto o CRB aposta no ataque,
para deixar o time de Marcelo Cabo com mais opções ofensivas.
O destaque da volta
Deixando CSA e CRB fora dessas avaliações, o jogador que
encheu os olhos e apareceu com grande destaque na volta do
futebol alagoano, foi o meia Jardson, o camisa 10 do ASA.Além
deumbelíssimogolcontra oCSA,participoudolance dosegundo
gol, ajudou na marcação e sempre estava rondando a área para
finalizar. Como foi expulso de campo na sua estréia, não temos
como avaliar seu futebol no segundo jogo, que foi contra o CSE,
pois cumpria suspensão automática. Pelo que vi, acho que vale
uma olhada de CSA e CRB.
Intensidade e intervalo curto entre as partidas são riscos iminentes de lesões
BritoJr.
11O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
Estudarláfora redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Alyshia Gomes
alyshiagomes.ri@gmail.com
Educação Internacional e Práticas Integrativas Complementares
Em 2018,foram incorporadas mais 10 técnicas às PIC ofertadas
pelo Sistema Único de Saúde, perfazendo 29 práticas integra-
tivas e complementares oferecidas no SUS, são elas: ayurveda,
homeopatia,medicinatradicionalchinesa,medicinaantroposófica,
plantas medicinais/fitoterapia,arteterapia,biodança,dança circu-
lar, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropra-
xia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa,
termalismo social/crenoterapia, yoga, apiterapia, aromoterapia,
bioenergética, cromoterapia, constelação familiar, geoterapia,
hipnoterapia,imposição de mãos,ozoniterapia e terapia de florais.
A Constelação Familiar, recentemente incluída no âmbito do SUS
– enquanto PIC – é compreendida como método psicoterapêutico
deabordagemsistêmica,energéticaefenomenológica,quebusca
reconhecer a origem dos problemas e/ou alterações trazidas pelo
usuário, bem como o que está encoberto nas relações familiares
para,por meio do conhecimento das forças que atuam no incons-
ciente familiar e das leis do relacionamento humano, encontrar
a ordem, o pertencimento e o equilíbrio, criando condições para
que a pessoa reoriente o seu movimento em direção à cura e ao
crescimento.
Os atendimentos em grupos na prática das unidades de saúde
visam contribuir para a ampliação da clínica e a flexibilização de
conceitosdesaúde-doençae ahumanização daatençãoà saúde.
Na prática clínica da atenção em saúde, essa abordagem tem se
destacado como diferencial na compreensão de sintomas “inex-
plicáveis” sob o ponto de vista biomédico, mas que podem ser
vistos através de experiências fenomenológicas, possibilitando a
compreensão do indivíduo como sujeito do processo de promoção
ecuidadopermanentedesuasaúde–agenteco-responsávelpelo
processo de equilíbrio entre saúde e doença.
Tive a oportunidade de beber direto na fonte, quando por duas
vezes (2017 e 2019), estive na Alemanha para realizar treina-
mento em Constelação Familiar promovido pela Hellinger Schule.
A programação constava de momentos vivenciais, que proporcio-
naram maior conexão com a minha essência, e com as questões
pessoais, que por vezes estavam implícitas, representadas por
sintomas clínicos e/ou emaranhamentos familiares.
AnaLydiaPeixotoéTerapeutaIntegrativa(CBTH-BR0730)
Programa Postdoc-NeT-AI - Alemanha
Fonte: DAAD
Pelo quinto ano,
o DAAD sele-
ciona pesquisa-
dores doutores
do mundo todo
para participar
do “Postdoctoral
Networking Tour”
na Alemanha,
desta vez com
ênfase em Inte-
ligência Artificial
e “machine lear-
ning”.A chamada
destina-seadoutoresdetodasasnacionalidades(inclusivealemães)quetenham
concluídoodoutoradohánomáximocincoanos.Asinscriçõesparasecandidatar
ao tour estão abertas até 16 de agosto.
O programa da viagem, marcada para 22 a 28 de novembro de 2020, prevê
visitas a universidades, institutos de pesquisa e empresas no sul da Alemanha
relacionadasaotemadotourcientífico,taiscomoInstitutoMaxPlanckparaSiste-
masInteligentes,CentroBoschdeInteligênciaArtificialeUniversidadeTécnicade
Munique .O tour será conduzido em inglês.
Aviso importante: apesar das incertezas trazidas pela pandemia de Covid-19, o
DAADesperarecebercandidaturasdomundotodo.Faremosopossívelparaque
a participação dos selecionados aconteça neste ou no próximo tour.
Entre os requisitos, é preciso ter concreto interesse em desenvolver a carreira
de pesquisador(a) naAlemanha e comprovar o desenvolvimento de pesquisa em
área ligada à temática do tour. O DAAD cobrirá as despesas de viagem,acomo-
dação e a maior parte das refeições.Confira todos os requisitos,os benefícios do
tour e consulte o programa da viagem em https://bit.ly/3eRA1oQ .
Cátedra J.William Fulbright – Dra.Ruth Cardoso
Fonte: Comissão
Fulbright Brasil
A Cátedra J. William
Fulbright – Dra. Ruth
Cardoso na Georgetown
University busca selecio-
nar professor/pesquisa-
dor brasileiro que atue
em instituição de ensino
superior em uma das
seguintes área: Antro-
pologia, Ciência Política,
Sociologia e História do
Brasil, com foco em processos sociais e políticos contem-
porâneos, para participar das atividades de docência na
Universidade Georgetown,emWashington.
O candidato selecionado deverá passar um ano acadêmico
ou um semestre ministrando cursos e realizando pesquisa.
O programa é uma parceria entre a Comissão Fulbright,
FAPESP e Georgetown University.
Requisitos:
* Possuir nacionalidade brasileira e não ter nacionalidade
norte-americana;
* Ter concluído o doutorado até 31 de dezembro de 2004;
* Dedicar-se em regime integral às atividades acadêmicas,
que devem incluir a docência, orientação ou co-orientação
dedissertaçõesoutesese/ouaparticipaçãoemprojetosde
pesquisa nas áreas previstas no edital;
* Possuir atuação acadêmica qualificada na área e reco-
nhecida competência
profissional com produ-
ção intelectual consis-
tente;
* Ter fluência em inglês
compatível com o bom
desempenho nas ativi-
dades previstas, que
inclui ministrar aulas;
* Não ter recebido, nem
acumular,bolsaoubene-
fício financeiro de outras
agências ou entidades
brasileiras para o mesmo objetivo;
*PermanecernoBrasilduranteaseleção,afiliaçãoepartida
aos EUA.
Benefícios:
* Estipêndio mensal: US$ 5.000,00 (cinco mil dólares
americanos)pagoapenasnosmesesdeefetivapermanên-
cianosEUA;sendoquenoprimeiroeúltimomês,ovalorda
mensalidade será pago proporcionalmente ao período de
permanência emWashington,D.C.,EUA.
*Auxílioinstalação:parcelaúnicanovalordeUS$2.000,00
(dois mil dólares americanos).
* Seguro saúde.
* Passagem aérea internacional de ida e volta em classe
econômica entre a cidade de residência no Brasil e
Washington,D.C.,EUA.
* Auxílio Moradia,oferecido pela Georgetown University.
Maiores informações em https://bit.ly/2ZPAzY4 .
O agronegócio é o setor
que mais cresce na economia,
e a forte ligação da Chevrolet
S10 com o campo ganha ainda
mais relevância. Isto porque
a picape preferida do produ-
tor rural chega à linha 2021
com uma série de recursos
inovadores que agregam
produtividade ao dia a dia,
como o sistema Wi-Fi nativo.
Da pecuária até a agricultura
de precisão, tudo gira em
torno da conectividade. Além
disso, a picape acaba se trans-
formando no escritório do
homem do campo e a internet
é uma ferramenta de trabalho
estratégica para administrar
e operar o negócio em tempo
real. O sinal até 12 vezes mais
estável que o de um smart-
phone é o principal diferen-
cial do Wi-Fi nativo da Nova
S10, que é capaz ainda de se
manter mais tempo conectada
àrede4Gemfunçãodaantena
que amplifica o sinal - isto se
traduz em maior velocidade
de transmissão de dados.
12 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
redação 82 3023.2092
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igor93279039@hotmail.comIGOR PEREIRA
RANGER STORM
A Ford Ranger Storm
chegou ao mercado este
ano, depois de ser exibida
como protótipo no Salão
do Automóvel, e logo
conquistou muitos fãs
com seu visual esportivo
e desempenho robusto
para enfrentar todo tipo de
terreno.A boa receptividade
da Ranger Storm tanto por
parte dos especialistas
como dos consumidores
não é obra do acaso. O
modelo foi especialmente
desenvolvido pela
engenharia local da Ford
com foco nas preferências
do mercado brasileiro,
usando a experiência
global da marca em
picapes.Além do visual
exclusivo, com o nome
Storm na grade dianteira
e faixas esportivas, a
picape tem motor Duratorq
3.2 turbodiesel de cinco
cilindros com potência
de 200 cv e torque de
47,9 kgfm, transmissão
automática, tração 4x4
e diferencial traseiro
blocante.
BMW: novo X6 M
A BMW do Brasil confirma
a chegada do novo
BMW X6 M ao país no
terceiro trimestre deste
ano. Produzido em
Spartanburg, Carolina do
Sul, nos Estados Unidos,
o BMW X6 M é referência
em esportividade e
versatilidade e reúne o
conforto de um SAV (Sport
ActivityVehicule) com o
alto desempenho ímpar
de um legítimo esportivo
BMW M.“O X6 M integra
atributos como alta
tecnologia, exclusividade
e esportividade para
agradar aos exigentes
consumidores da
linha BMW M”, afirma
Roberto Carvalho, Diretor
Comercial da BMW do
Brasil.“Vamos seguir
a ofensiva de produtos
para trazer mais opções
e escolhas ao cliente do
Brasil.A cada três veículos
premium vendidos no
Brasil hoje, um é BMW, e
os clientes e fãs da marca
terão agora mais uma
opção de escolha dentro
da família M”, completa.
ACONTECE
esta semana
APLICATIVO AUTO
BUSCA DA FORD
COMEMORA 1 ANO
O Auto Busca, aplicativo
de venda de peças da
Ford, completa um ano e
comemora apresentando
três grandes novidades: a
expansão do catálogo de
peças, que agora possibilita
a compra de itens para
veículos de ano-modelo
2002 a 2020, o lançamento
de uma área dedicada aos
cupons de desconto e a
chegada à região Nordeste.
Considerado uma revolução
no pós-venda, o aplicativo
traz as facilidades do
comércio eletrônico para
o segmento de oficinas e
reparadores independentes.
Com essa ampliação no
portfolio, o Auto Busca
passa a oferecer mais de
6.000 peças de reposição e
até o final do ano chegará a
mais de 10.000 itens.
BMW Motorrad
confirma nova
versão da S1000 RR
Para celebrar o Dia do
Motociclista, a BMW
Motorrad Brasil confirma o
lançamento da S1000 RR
pacote M, nova versão da
consagrada superesportiva
da marca. Fabricado em
Manaus, o novo modelo
irá impressionar ainda
mais pelos atributos de
performance e design.
“O caráter racing da RR
faz dela um ícone no
segmento das motocicletas
esportivas.A nova versão
consolida ainda mais esta
fama ao trazer ao cliente
BMW Motorrad o que
há de mais moderno na
tecnologia em duas rodas”,
afirma Julian Mallea,
Diretor da BMW Motorrad
do Brasil.
RODASDUAS
A produção do Nissan
V-Drive está a pleno vapor
no Complexo Industrial da
Nissan, em Resende (RJ). O
modelo que irá aumentar a
oferta de produtos da marca
no mercado brasileiro chega
às concessionárias nas próxi-
mas semanas. A mudança
irá mexer pouco nos preços
do V-Drive. Atualmente, ele
parte de R$ 56.590 e chega a
R$ 76.990, enquanto a linha
2021 custará entre R$ 57.190
e R$ 72.890. Isso abre espaço
para que a nova geração
do Versa tenha preços mais
altos, já que ela virá bem
mais equipada, com itens
como frenagem automática
de emergência e painel de
instrumentos digital. Como
apenas o nome foi alterado,
o V-Drive continuará com o
motor 1.0 de três cilindros, de
77 cv a 6.200 rpm e 10 kgfm
a 4.000 rpm. A única opção
de transmissão é a manual
de 5 marchas. As demais
versões usam o 1.6 de quatro
cilindros, que entrega 111
cv a 5.600 rpm e 15,1 kgfm a
4.000 rpm, podendo trabal-
har tanto com a caixa manual
de 5 posições quanto com a
automática do tipo CVT.
Chevrolet lança nova
S10 com internet a bordo
Nissan rebatiza o Versa
com o nome de V-drive
INOVADORA
NOVA GERAÇÃO
CORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTO
Alagoas l 2 a 8 de agosto I ano 08 I nº 388 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
CAMPUSCAMPUSCAMPUSCAMPUS
PedroCabr
al
Envie critica e sugestão para ndsvcampus@gmail.com
Dois
dedos
de
prosa
Este número traz
depoimentos sobre
a pandemia, vivida
por pessoas ligadas aos
Cultos de Matriz Afri-
cana;émaisumacontri-
buição de Campus/O
Dia sobre o que vem
sendo o Corona nas
Alagoas, afetando o
nosso cotidiano de
forma perturbadora.
Os contribuintes foram
selecionados pelo
Professor Dr. Clébio
Araújo, a quem since-
ramente agradecemos.
Claro que agradecemos
a todos os colaborado-
res que nos deram seus
textos e ao jornalista
Enio Lins, de quem
temos a sorte da capa.
Vamos ler!
Abraço,
Sávio Almeida
VIVENTES DAS ALAGOAS
E A PANDEMIA (XVI)
“
P
a n d e m i a e
C u l t o s d e
Matriz Afri-
cana se configura como um
espaço democrático para a
expressãodasdiferentespers-
pectiva sob as quais os povos
de terreiros e seus sujeitos
vivenciam e compreendem
este momento singular de
isolamento social e enfrenta-
mento da Covid-19.
Nesse sentido, apresen-
taremos artigos escritos
pelos próprio atores e atrizes
sociais que protagonizam
o cotidiano dos terreiros
alagoanos em suas práticas
litúrgicas, saberes e fazeres
cotidianos. São Yalorixás,
Babalorixás, Ogãns e Ekedes,
além de Yaôs que trazem a
público sua visão de mundo,
construída com base em
sistemas culturais particula-
res, onde a circularidade, a
reciprocidade e a celebração
da vida como sagrada predo-
minam.
Esses Xangozeiros e
Xangozeiras, dispersos
por todos os rincões de
nossa anfíbia terra, trazem
com suas vozes, cânticos e
contos, valores e princípios
que podem ressignificar a
tragédia pandêmica e nos
revitalizar a esperança de
dias melhores. Na ótica do
Axé, nada se esgota em si,
tampouco se explica por si,
pois natureza, ser humano
e sagrado se interconectam
como um só. Ao desfrutar
desses textos, portanto é
possível que nossos leitores
e leitoras reavivam sentidos
já esquecidos para a suas
existências e, talvez, apren-
dam com os terreiros que a
verdadeira magia é o misté-
rio de renascer em vida.
A
h, a Covid-
19! A prin-
c í p i o e l a
em mim surtiu um efeito
devastador. Passei anos
presa em mim, anos que
meu movimento era de
descida, atenta a dor que
me alimentava, adoecendo
espaços onde passava e
pessoas próximas. Sim,
pode-se dizer que eu atingi
o fundo do poço.
Como uma boa enten-
dedora das forças da natu-
reza, não apenas por ser do
Candomblé, mas também
por ter aquele lado Bruxa,
entendo que existem ares
de cura e eles chegam. E
assim eles chegaram, mas,
havia um vírus no meio do
caminho e o momento dizia
que eu tinha que continuar
em casa, isolada, ou seja: o
movimento deveria ser de
mim para mim, novamente.
Na primeira semana
de isolamento fui demi-
tida do meu emprego, só
me restava correr para o
mar, moro perto dele. Três,
quatro semanas depois
o decreto do governo me
tirou o mar e, mais uma
vez, eu caí.
O que me valia todos
esses dias era um grupo de
Whatsapp onde residem
oito mulheres, as conver-
sas diárias com minha
irmã e minha madrasta.
Enfim, nós nos falamos
todos os dias, os dias intei-
ros: problemas, alegrias,
agonias, música, dança,
política e receitas, muitas
receitas. Somos todas
Bruxas. Este movimento
iniciou em mim a ebulição,
o enfervercer da minha
espiritualidade muito mais
forte e consequentemente
da minha cura.
Quando tudo parecia
insuportável ao ponto de
uma crise de ansiedade
me levar às portas da UPA
com meu companheiro
enlouquecido para que eu
recebesse atendimento,
apoiado por vizinhos,
quando tudo isso aconte-
cia eu recebi do universo o
colo, o embalar de um ser
envolto em cuidados.
A percepção da espiritu-
alidade,desdeentão,vemse
aprimorando. Impossível
não entender que todo esse
processo é racional. Sim, a
fé é racional. Sustento esta
tese quando em mim ela se
aprimora no momento em
que estudo a mim mesma
(neste momento sou aten-
dida em processo terapêu-
tico espiritual). Explico: da
mesma forma que descons-
truo o formato da mulher
socialmente construída até
então buscando resolver
meus medos e tomando
consciência plena de quem
sou, minha força vital se
aprimora e entendo cada
vez mais os sinais da espi-
ritualidade nos rituais
mais banais que possam
ser desenvolvidos como
passar um café, tomar meu
banho diário, varrer a casa,
molhar minhas plantas.
O isolamento social me
preencheu de amor e esse
tom é o tom da espiritua-
lidade para mim. Sou filha
das águas do rio e do vento
com um guerreiro voraz
que conseguiu depois
de esgotar quase todas
as possibilidades forjar
o ouro para sua amada.
Meus Orixás são da estrada
e o Covid-19, assim como a
depressão, me fez enxergar
que a estrada a percorrer
está em mim. Eu sou minha
estrada. Meu ponto de
partida e minha chegada.
O ar que eu própria respiro
e a areia que sutilmente
rasga a pele de meus pés.
Hoje direciono minhas
forças junto com práticas
diversas. Sim, continuo no
Candomblé e o reconheço
como religião, mas para-
lelo às suas práticas tenho
como exercício a medita-
ção diária, leituras sobre
manifestações da espi-
ritualidade em culturas
diferentes, expondo uma
compreensão holística do
universo.
Assim caminho, descon-
truindo-me no isolamento
e alimentando meu Orí
com as pequenas certezas
de amar e achar belo tudo o
que meus olhos conseguem
enxergar.
Axé!
CAMPUS
2 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
redação 82 3023.2092
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Este suplemento foi coordenado
pelo Prof.Dr.ClébioAraújo
Quem
é
quem?
CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial JorgeVieira JoséAlberto CostaODiaAlagoas
Prof. Dr. Clébio Correia OdéAkueran Ibadan
Jexoamin Mônica Mônica Carvalho
A pandemia e Cultos de Matriz Africana
Para ler ouvindo Debaixo D’Água, de
Arnaldo Antunes, na voz de Bethania
Meu querido diário,
Soube hoje que a peste assola o mundo e que já bate na
porta de nossas cidades...(e a menina escrevia,
enquanto a mulher sorria e a febre ardia)
CAMPUS
3O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus.
A
ssim como
as escolas e
os eventos
artísticos – dois dos ambien-
tes nos quais transito – as
casas de Axé fazem parte do
primeiro grupo das ativida-
des suspensas por conta da
pandemia do Covid-19, e
assim como ocorreu e ocorre
nestes outros ambientes, o
terreiro precisou se reinven-
tar e se adaptar às impossibi-
lidade deste período.
Como só posso falar a
partir de onde meus pés
pisam, gostaria de compar-
tilhar com o/a leitor/a um
pouco do que temos feito no
Terreiro de Umbanda Aldeia
dos Orixás – o qual eu faço
parte – para diminuir as
distâncias entre nós nesse
momento tão delicado.
Sabemos que o Axé nos
envolve, independente da
distância física, mas como
afro-religiosos, nossa fé é
comunitária, está no cole-
tivo, está no cuidado com as
outras pessoas. Então, como
fazer isso se no momento
não podemos nos aproximar,
nem abraçar as pessoas que
amamos?
Achamos uma resposta
e uma possível solução para
essa questão. Fechada há
mais de 100 dias, a Aldeia
dos Orixás vem buscando
promover com aqueles que
fazem parte da sua comu-
nidade o que chamo de
Aquilombamento Virtual,
digo isso porque, dada a
impossibilidade da realiza-
ção de giras e atendimentos,
estamos buscando manter
nossos vínculos por meio do
ambiente digital.
Nossa proposta tem sido
nos mantermos em contato
uns com os outros, nem que
seja uma vez por semana,
usando de plataformas de
videoconferência para reali-
zarmos conversas que nem
sempre tínhamos tempo
durante o dia-a-dia. Para
além de trocar conhecimento,
existe aqui a preocupação
com nossos mais velhos e
nossos mais novos de ofere-
cer conforto e um instante de
comunhão, mesmo que por
trás das telas de um compu-
tador ou de um celular.
Se somos um coletivo, se
“eu sou porque nós somos”,
então como lidar com esse
Aquilombamento para além
dos limites da virtualidade?
Um dos caminhos que a
Umbanda percorre é também
o da caridade, e dentro de
uma crise sanitária como a
que passamos, para além
da saúde espiritual, precisa-
mos cuidar da saúde física
e mental daqueles que por
quais somos responsáveis
energeticamente, para isso
conseguimos nos estruturar
em duas frentes de acolhi-
mento.
Uma delas com a cola-
boração de psicólogos/as,
assistentes sociais e demais
profissionais de saúde volun-
tários/as, assim conseguimos
dar suporte e orientação para
os médiuns da casa que testa-
ram positivo para a Covid-19,
já que muitas vezes o choque
de informações atrapalha um
tratamento mais eficaz.
A segunda frente foi
possível através de convênio
com o Fundo Brasil de Direi-
tos Humanos, conseguimos
iniciar uma campanha virtual
de manutenção dos terreiros
e conscientização do povo
de Axé sobre como comba-
ter o avanço do coronavírus
dentro de suas comunidades.
Saindo do ambiente
virtual, por meio do convê-
nio conseguimos viabilizar a
entrega de kits com materiais
de limpeza, álcool gel, cestas
básicas e máscaras – produ-
zidas por outros terreiros
parceiros – que foram distri-
buídos para outras casas e
também para asilos.
Optamos por organizar
esta ação neste formato para
assim compartilharmos com
nossosirmãoseirmãsdeféde
outras casas parte do recurso
para realização dessa ativi-
dade,umavezquecostureiras
ecostureirasqueconfecciona-
ram as máscaras também são
de terreiros, no sentimento de
horizontalidade, na ideia de
“onde come um come dois”,
além da distribuição desses
kits e das cestas básicas para
o corpo mediúnico de outras
casas.
Compreendo que, assim
como na Aldeia, outros
tantos terreiros também têm
prestado assistência às suas
comunidades com maior
eficácia do que os órgãos
governamentais, principal-
mente nas periferias, afir-
mando mais uma vez que
apesar dos ataques e perse-
guições, as Casas de Axé são
responsáveis pela manuten-
ção e pela busca do bem estar
das regiões do seu entorno.
Independente de quanto
tempoaindafiquemosimpos-
sibilitados de nos encontrar
emnossosolosagrado,omais
importante é a consciência de
que somos responsáveis uns
pelos outros e que é a força da
coletividade que nos levará à
cura, ou pelo menos, a atra-
vessar essa pandemia com
um pouco de serenidade.
Daniela Beny Professora deTeatro,especialista emAntropologia,doutoranda emArtes Cênicas e Iá-Criadeira doTerreiro de UmbandaAldeia dos Orixás em processo de consagração como Ialorixá
O aquilombamento virtual e a solidariedade do Axé
E
s t a m o s
passando por
um momento
difícil de uma pandemia
mundial (Covid-19) infec-
tando milhares de pessoas
doentes, milhares que morre-
ram e morrem todos os dias e
aí vem o desemprego, a fome,
o medo, o estresse, o desassos-
sego, as dúvidas.
Empresas fechadas,
indústrias, escolas, comér-
cio, as pessoas em quaren-
tena sem poder respirar o ar
livre de nossas belas praias.
Outrosmorremsemassistên-
cia médica, porque a saúde
em Alagoas não tem suporte
para atender todos os conta-
minados pela Covid-19.
Essas doenças do século
passado voltando com vários
sintomas e nomes diferentes,
sem escolher a quem atingir,
pobre, ricos, brancos, pretos,
independente de posição
social. Mas como sempre os
humildes são os mais atingi-
dos, são os filhos da miséria
de um país que desce ladeira
abaixo.
Considero essa calami-
dade revolta da natureza,
pelos erros dos homens que
não tem respeito a Deus, ou
desconhece essa poderosa
força e fazem o que querem,
mas tenho certeza que tudo
isso vai passar.
Apróprianaturezaadverte
ao homem o princípio de um
fim que deve estar próximo,
mas não sabemos o momento
exato. Ainda temos tempo de
praticar o bem nesse planeta.
Estamos tristes e pensativos!
C o m o p e d i r a o s
“DEUSES” para acalmar essa
situação?
Nossos templos fechados,
privados de atendimento ao
público, nossas obrigações,
nossos cultos, nossas festas,
trabalhos espirituais, nossas
curas aos necessitados com
nossas ervas medicinais,
banhos, chás, xaropes de
folhas, raízes, sementes, entre
cascos e a fumaça do nosso
cachimboougaitaparaafastar
ventos ruins para aqueles que
nos procuram.
O que fazer?
Enfim, meu dever, junta-
mente com os meus filhos, é,
a princípio, colocar nossos
joelhos sobre o solo sagrado
ou colocar nossa cabeça (Ori)
sobre a terra, receber a energia
que nos contagia, nos regem e
fazer nossas preces.
Toda segunda-feira, reza-
mos pela madrugada e, ao
amanhecer, saímos em pere-
grinação pelas ruas da cidade
de Maceió com os balaios de
Doboruns (pipocas), nossas
baianas, acompanhadas com
o nosso Ogã, saem jogando
as flores para o grande rei da
terra,
Orixá responsável pela
doença e a cura, em pedidos
de perdão e assim continu-
amos apenas com três ou
quatro pessoas, com afir-
mações de pontos, rezas,
oferendas de paz, jejuns às
sextas-feiras e assim segui-
mos com o cumprimento do
decreto governamental sem a
abertura da nossa casa.
Vamos vencer sim, somos
de fé, resistentes e confiantes
quechegaráavacinaparaesse
vírus, creio que até dezembro.
Teremos bons resultados que
serão frutos de um grande
reforço para além da nossa fé.
Continuem usando máscaras,
lavando as mãos, pois o vírus
está em todos os lugares e a
prevenção ainda é o melhor
remédio.
Respeitosamente, Mãe
Mirian.
(Yabinan de Nanã e
Oxum).
Arroboboi!!
Mãe Mirian (Yabinan de Nanã e Oxum)
Ilé N’iféOmi Omo PosúBétá (A Casa das Yabás)
CAMPUS
4 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
FICHA TÉCNICA
CAMPUS
COORDENADORIAS SETORIAIS
L. Sávio deAlmeida
Coordenador de Campus
Cícero Rodrigues
Ilustração
Jobson Pedrosa
Diagramação
Iracema Ferro
Edição e Revisão
CíceroAlbuquerque
Semiárido
Eduardo Bastos
Artes Plásticas
Amaro Hélio da Silva
Índios
Lúcio Verçoza
Ciências Sociais
Renildo Ribeiro
Letras e Literatura
Visite o Blog do SávioAlmeida
Q
u a n d o f u i
convidado a
escrever esse
pequenotexto,narrandocomo
eu, sendo um Umbandista,
estaria vivenciando a pande-
mia da Covid-19, fiquei dias
pensando o que colocar no
papelequepudesse,paraalém
de descrever essa experiência
minha, individual e ao mesmo
tempo coletiva, ser também
um instrumento de levar para
quem ler, uma palavra de
otimismo e acolhimento.
Desde que fui escolhido
por Oxumaré, há cinco anos
atrás, para cuidar de sua tran-
queira no GUESB (Grupo
União Espirita Santa Barbara),
sob a liderança da nossa Ialo-
rixá Mãe Neide Oyá D’ Oxum,
queaminhatrajetóriatemsido
atravessada por recorrentes
desafios, planos, vitórias, bem
como de constantes questiona-
mentos sobre a minha própria
caminhada enquanto um ser
umbandista. Ao longo desse
caminho, renúncias, perdas,
ganhos, lágrimas, tristezas,
alegrias, aceitação, negação,
rejeição, tem provocado
inúmeros questionamentos,
muitos dos quais sem respos-
tas prontas e imediatas.
Diante dessa pandemia
que estamos atravessando,
os Orixás e as Entidades, tem
sido então, o ponto de cone-
xão que tem me orientado a
fortalecer minhas próprias
dores, meus próprios medos
e angústias. São fundamen-
tais na construção das minhas
narrativas cotidianas, pois
viver em isolamento, requer
antes de tudo, fortalecer as
nossas demandas emocionais,
fortalecimento dos nossos
vínculos afetivos com nossas
famílias, nossos amigos, com
pessoas que nos são próximas
e que agora tem que se ocupar
emprotegerasprópriasvidas.
Neste sentido, eu posso sepa-
rar esse meu atravessamento
na pandemia em duas etapas
ou experiências. A primeira
delas se vincula ao espaço
sagrado do GUESB.
No início da pandemia,
entre os meses de março até
meados de maio, o terreiro foi
meu abrigo, minha morada,
meu recanto de acolhimento
e também de ensinamento.
Esses quase três meses que
fiquei por lá, foram importan-
tes para o meu fortalecimento
espiritual, na compreensão do
meu dever e do meu chamado
enquanto umbandista, filho
de Oxumaré. Durante a esta-
dia por lá também, junto com
a nossa Mãe Neide, Pai João
Paulo, Pai Ogã Júnior, e alguns
irmãos e irmãs, que assim
como eu, também estão ainda
passando o isolamento social
por lá, decidimos acolher o
máximo que pudéssemos, as
famílias em situação de vulne-
rabilidade agravada com a
pandemia,comdistribuiçãode
sopa (duas vezes na semana) e
também através de cestas bási-
cas.
Entre uma atividade social
e outra, pudemos ainda fazer
algumas lives via redes sociais
do GUESB, com o intuito de
propagar e disseminar mensa-
gens de fé, de esperança em
dias melhores. Ao mesmo
tempo que produzíamos
pequenosvídeosquepostados,
espalhavam orações e preces,
pedindo aos Orixás discerni-
mentodiantedasincertezasdo
caminho, fortalecendo sobre-
tudoanossaprópriafé,anossa
própria missão e crescimento
dentro do espaço sagrado.
O silêncio, as memorias, as
histórias dos antigos contadas
através da nossa matriarca,
se mesclavam com as nossas
própriasrelaçõesestabelecidas
durante esses intensos dias de
convívio no terreiro.
O segundo momento, se
estabelece a partir do dia 18
de maio, quando eu deixo o
terreiro e atravesso o país para
desembarcar em Santa Cata-
rina, e é aqui onde estou agora.
Éaqui,desde2017,que eufaço
o doutorando em Antropolo-
gia,eéaquiquesãoampliados
os sentimentos, os ensinamen-
tos, que foram construídos
nos meses anteriores dentro
de terreiro. É aqui que o isola-
mento se amplia e toma forma
mais acentuada, pois o conví-
vio coletivo cede lugar para a
solidão, para acentuação do
silêncio dos dias, agravados
ainda mais pela chegada do
inverno, dias frios, chuvosos,
até com presença de ciclones,
me fazem ainda mais ter que
acreditar que algo maior e
mais forte está me guiando e
me protegendo.
C o m o u m f i l h o d e
Oxumaré, guiado também
por Iansã, Obaluâe, Nanã e
Tempo, acredito (e agradeço
todos os dias por isso) que
estamos sendo convidados e
convidadas a experienciar um
novo mundo, novas possibi-
lidades de caminhar sobre a
terra e que, por mais duro que
tenha sido, viver longe de que
amamos, por mais pesado que
o fardo parece ser, por mais
doloroso que seja, ver alguém
partir sem receber as devidas
homenagens, nós que aqui
ficamos devemos traçar novos
objetivos, novas metas, lançar
nossos olhares sobre aqueles
e aquelas que realmente preci-
samdanossaatenção,donosso
afeto e do nosso cuidado.
Por fim, para além dessa
conexão mais forte, mais
apurada com os Orixás e meus
guias espirituais, tenho escrito
a minha tese, vivenciado meus
dias com muita música, com
muitadança,escrevendosobre
minhas dores, minhas angús-
tias, aprendendo também a
fazer autorretratos, a ser mais
forte e mais vivo em dias
nublados,paraqueenfim,seja-
mos todos acolhidos dentro de
um forte e caloroso abraço. Me
vistodebranco,quasetodosos
dias, com meus fios de conta
no pescoço, acendo velas e me
ponho de joelhos saudando
e louvando, me conectando
à minha ancestralidade, que
habita em todo lugar.
Arroboboi!!
Igor Luiz Rodrigues da Silva Yaó de Oxumaré do GUESB
Nossos olhares sobre aqueles e aquelas
M
e u n o m e
é L e i d e
M a r i a
Pereira Raymundo, tenho
48 anos e na religião sou
iyagumekedy de oya filha
de D’Niboó raízes Omoketa.
O mundo parou e nos
tornamos frágeis. Toda
riqueza, arrogância e prepo-
tência foi posta à prova. O
mundo parou e talvez essa
foi a única maneira de Deus
e o sagrado nos chamar à
razão para termos de volta à
nossa fé, o nosso amor pelo
próximo, a nossa empatia,
e solidariedade para com
nossos irmãos.
A p a n d e m i a ve i o e
com ela não houve esco-
lhas entre o pobre ou rico,
o branco ou negro, todas
as etnias tiveram perdas
irreparáveis. Perdemos
pais, avós, amigos, irmãos
e amores... mas ainda
assim a ganância, o ego, e
a arrogância assolou de tal
maneira em nosso mundo,
foi algo tão grandioso e
triste pra nos chamar a aten-
ção, que diante de Deus e
dos nossos orixás, voduns
e nkisis somos iguais e o
que realmente importa não
é o luxo, o glamour o “eu
posso mais” ou o “eu tenho
mais”, mas sim nossa fé,
nosso amor, nossa união
para quem está de fora
quando nos olharem enxer-
gar apenas o amor para com
seu próximo sem importar
se é rico, pobre, umbanda,
candomblé, católico, evan-
gélico, e sim apenas almas
diante de Deus e das forças
da natureza.
Foi preciso tudo isso
para acordamos e rever
n o s s o s va l o r e s , n o s s a
humildade, nossa união já
muito esquecida, nossa fé
reacendeu e nossa empatia
cresceu. E hoje nos preocu-
pamos com nossos irmãos
de uma forma em geral.
Fomos obrigados a parar,
pensar, nos aproximamos
de quem amamos e cuidar
um dos outros. Também nos
fez ver o quão pequenos e
frágeis somos, e hoje temos
o cuidado de nos proteger,
proteger a quem amamos e
a todos.
Essa é minha opinião e a
visão que tenho diante disso
tudo que estamos vivendo.
Leide Maria Pereira Raymundo Iyagumekedy de oya filha de D’Niboó raízes Omoketa
Foi preciso tudo isso para acordamos

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O Dia Digital - TUDO LIMPO NO COMBATE À PANDEMIA EM ALAGOAS

  • 1. Alagoas l 2 a 8 de agosto I ano 08 I nº 388 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br Alagoas avançou mais cinco posições no ranking que revela a transparência da divulgação dos contratos emergênciasduranteapande- mia da Covid-19. O levanta- mento feito pela organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional, divulgado na sexta-feira (31), evidencia Alagoas na 4ª posi- ção, com a segunda melhor nota do país: 98,73 pontos, bem próximo da avaliação máxima atingida pelos esta- dos do Ceará, Espírito Santo e Rondônia. A pontuação média dos estados brasileiros é de 85,7. No estudo, que está em sua terceira edição, a ONG analisa os sites, redes sociais e portais de transparência dos governos de todos os 26 esta- dosedoDistritoFederal,além de todas as 27 capitais. CULTURA INVESTIGAÇÕES Mestre Gilberto, o Mascareiro dos Bobos MP denuncia Rocha Lima no homicídio de empresário 8 EDITORIAL: FACÇÕES CRIMINOSAS CHEGARAMAALAGOAS JUNTAMENTE COM FERNANDINHO BEIRA MAR,EM 2003 “PESQUISA” Instituto TDL exclui pré-candidatura de Lenilda Luna anunciada há cinco meses O tenente-coronel Rocha Lima foi denunciado pelo Ministério Público no inqué- ritodaPolíciaCivilqueapurou o assassinato do empresário Luciano Albuquerque, crime ocorrido em outubro de 2019, no Village Campestre. Se o Tribunal de Justiça aceitar a denúncia, o coronel será levadoaJúriPopular.Também no decorrer da semana que passou, o TJ de Alagoas recu- sou habeas corpus para a liberdade do coronel, que está preso na sede do Batalhão de Rádio Patrulha. A defesa do coronel atesta que ele é inocente e que vai, no decor- rer do processo, provar isso. Outras três pessoas também foram denunciadas. FASE AMARELA Rui amplia horário dos shoppings e libera academias e parques infantis SecomMaceióPeiFon DESEMPENHO DO ESTADO foi avaliado como ótimo na terceira edição de estudo da ONGTransparência Internacional TUDO LIMPO NO COMBATE À PANDEMIA EM ALAGOAS Na orla, os exercícios nos equipamentos esportivos estão autorizados Os parquinhos infantis nas praças e orla foram liberados através do decreto municipal; órgãos do Município vão fiscalizar o cumprimento das regras Maceió segue na Fase Amarela e, no novo decreto municipal (Nº 8.930), da sexta-feira(31),oprefeitoRui Palmeira autorizou a reaber- tura de academias e centros de ginásticas com 50% da capacidade.Parques,parqui- nhos infantis e outros mobi- liários urbanos esportivos instalados na orla e praças também foram liberados. Os shoppings podem funcionar das 10h às 22h e o comércio no Centro, das 9h às 17h, de segunda á sexta-feira e, no sábado, das 9h às 14h. “É muito importante que cada maceioense faça a sua parte para que a gente continue avançando nesta reaber- tura gradativa. A situação de Maceió continua melho- rando, mas é preciso que a populaçãonãorelaxe”,,disse Rui Palmeira 2 3 7 3
  • 2. 2 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 EXPRESSÃO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 210 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092 Para anunciar, ligue 3023.2092 EXPEDIENTE ElianePereira Diretora-Executiva DeraldoFrancisco Editor-Geral Conselho Editorial Jackson de Lima Neto JoséAlberto Costa JorgeVieiraODiaAlagoas Dr. Olegário Venceslau de Oliveira e Silva Advogado e Escritor A brisa sutil dos ventos traz à guisa de memória as estreitas vielas duma antiquíssima Penedo, banhada amiúde pelo frescor das mansas águas do Velho Chico, com suas manias de sinuosidade. Sob o orago perpétuo de santos católicos em suas formas barrocas, a imponência de desbotadas e seculares igrejas locais dão um eloquente testemunho da religiosidade católica, quais sentinelas permanentes a guardarem as reminiscências daquela comuna nativista em terras alagoanas. À sombra arrefecedora dos casarios que circundam o átrio da matriz amenizam o cansaço dos viajantesquetransitamnaque- las íngremes ruas de pedras sobrepostas, quando dos dias quentes e ofegantes da bucó- lica cidade interiorana, com seus traços aristocráticos e imperial opulência. Neste cenário ribeirinho, qual aquarela multicolorida pintadapelasmãosdoCriador, ainda no insipiente alvorecer do longevo ano de mil nove- centos e sessenta e três, eis que surgefeitoraiosdesolaromper o breu da madrugada a figura jamais olvidada de Henrique Soares da Costa, primogênito do clã desta família, que poste- riormente tornarse-ia um dos mais influentes clérigos da igreja no Brasil. A vida e obras deste alagoano há muito se entrelaçam com o pensamento teológico de Santa Margarida Maria Alacoque, encarnando o sentido primaz da vocação sacerdotal: “Eis o coração que tanto amou os homens”, fazendo de sua existência terrena um lídimo ofertório a Deus e aos seus. O chamado vocacional advém do Criador, cuja tríade cristã: fé, esperança e caridade foi o corolário que marcou a trajetória de Dom Henrique Soares, quer como Bispo de Aracaju e Palmares, bem como exímio docente compromis- sadocoma causa da educação. O sacramento da ordem é um profundo e enigmático misté- rio, compreendido somente por aqueles cuja capacidade intelectual transcende os limi- tes temporais e humanos, que buscam nas fontes caudalosas da oração o real sentido de sua existência. Seu exemplo de Apóstolo, suas obras e ensinamentos de mestre tornar-se-ão indestru- tível argamassa na lembrança de todos que um dia privaram de sua dulcíssima companhia. Fiel em toda maneira de agir, Dom Henrique Soares da Costa soube cultivar a paci- ência ante o labor e espinhos que lhes apareceram nas estra- das da vida. No final de sua missão terrena, longe da terra que o viu nascer – Penedo – e sobre sua cátedra de Bispo da Diocese de Palmares pôde fazer jus as eternas e melodio- sas palavras de São Tomás de Aquino: “Ó meu Deus; sabeis que nada desejei ensinar que não tivesse aprendido de Vós. Se o que escrevi é verdade, aceitai-o como uma homena- gemàvossainfinitamajestade; se falso, perdoai a minha igno- rância...”cumprindodestartea vocação que um dia abraçara, sem temor de olhar para trás e na certeza que jamais será esquecido, cujos louros por seu trabalho estão reservados na eternidade, feito santo acla- mado pela grei a receber as honras dos altares. Dom Henrique Soares: o leão de Palmares P ode-se rela- c i o n a r , s e m medo de errar, a importação do crime faccio- nado para Alagoas às duas estadas do narcotraficante Luiz Fernando da Costa – o Fernandinho Beira Mar – na sede da Polícia Federal. Isso ocorreu em 2003 e 2005, quando a Secretaria Nacio- nal de Justiça não sabia onde colocar o bandido que o Brasil ajudou a criar no Rio de Janeiro, fundador da facção criminosa Comando Verme- lho, e o mandou paraAlagoas. Sendo custodiado da União, ela [a União] poderia colocá-lo onde bem quisesse, desde que sentisse segu- rança. Que o criminoso não fugiria. Mas Beira Mar não precisava estar no “mundão” para comandar o crime. Com vários gerentes na então maior organização criminosa do País, Beira Mar continuou ordenando o tráfico de armas, de drogas e execuções no “tribunaldocrime”,dedentro da cadeia. Alagoas foi o estado esco- lhido pela União para custo- diar – por apenas 40 dias, que viraram seis meses – Fernan- dinho Beira Mar. Em 2003, o Estado recebeu a promessa de que teria unidades prisionais de segurança máxima cons- truídas pelo Governo Federal e, naquele momento, a contra- partidaseria“tomarconta”de BeiraMar.OGovernoaceitou. A Polícia Federal recebeu reforço de 60 homens, foi feita barricada na frente da sede, o trânsito foi interrom- pido no local. Uma operação de guerra para preservar um bandido perigoso e Alagoas virar assunto nacional. Não demorou muito e o Comando Vermelho se mudou de mala e cuia para Alagoas. Afinal, era o novo endereço do chefe. Os tentáculos da facção fixaram endereço em cidades da região metropolitana de Maceió e houve até bandido faccionado que alugasse um barraco em frente à sede da PF,oquefoidescobertomeses depois. Uma vez em Alagoas, alguns criminosos foram presos e, no sistema prisional, passaram a recrutar novos membros para a organização. Isso chamou a atenção da facção PCC [Primeiro Comando da Capital] que, paranãoperderterrenoparao grupo rival, fixou-se também em Alagoas e passou a recru- tar muito mais membros e simpatizantes do PCC, o 3. O Comando Vermelho é o 2, na linguagem dos bandi- dos. Essa simbologia é feita com os dedos, na posição que antes se conhecia como “paz e amor”.Hoje,osdoisdedosem V simboliza o 2, o Comando Vermelho. Os três dedos centrais da mão em justaposi- ção simbolizam o PCC. A última estada de Beira MarporAlagoasfoiem2005e, quandofoiembora,eledeixou duas facções criminosas rivais e violentas elevando os núme- ros da violência emAlagoas. Não à toa, Alagoas foi o Estado que deu origem à Operação FlashBack, ocor- rida na semana passada em oito estados nordestinos e mais cinco do restante do País. As ações cumpriram mais de 100 mandados de prisão, com mais de 50% só emAlagoas. Herança de Beira Mar. Herança de uma gestão negligente com a segurança pública. Herança maldita de Fernandinho Beira Mar
  • 3. Ariel Cipola e Deraldo Francisco Repórteres P e s q u i s a d e intenção de voto para a Prefeitura de Maceió, reali- zada pelo Instituto TDL Pesquisa e Marketing, revela que o pleito será decidido em SegundoTurno.Apesquisafoi registrada no Tribunal Regio- nal Eleitoral (TRE) no dia 22 de julho, mas o número não foi revelado. Além disso, a pré-candidata pela Unidade Popular (UP), Lenilda Luna, mesmo tendo divulgado seu nome há cinco meses para o pleito deste ano, não aparece napesquisaenãofoipontuada. A pré-candidata vai adotar as providências legais para o caso. Isso pode implicar em complicações jurídicas para o instituto. O TDL diz que a pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 25 de julho, que foram entre- vistadas 800 pessoas, com a margem de erro de 3,47% e intervalo de confiança de 95%. Isso quer dizer que o resultado da pesquisa tem 5% de chance denãoseroverdadeirocenário para o momento em Maceió. No entanto, os números obtidos pelo estudo mostra uma disputa bem aproxi- madaentreoscandidatos:João Henrique Caldas (PSB), com 26,8%;Alfredo Gaspar (MDB), 16,2%; Ronaldo Lessa (PDT), com14,2%eDaviDavino(PP), que aparece na pesquisa com 9,8%.Háumadisputatambém aproximada num bloco na parte de baixo da pesquisa. Esse bloco é formado pelos pré-candidatos: Cícero Filho (PCdB), 1,0%; Flávio Moreno (PSL), 0,5%; Ricardo Barbosa (PT), 0,5%; Ricardo Santa Rita (Avante),0,2%eBasileChristo- poulos (PSOL), 0,2%. Um dado curioso apre- sentado pela pesquisa TDL se refere à soma dos números entre brancos, nulos e inde- cisos. O total é 30,8%. Neste caso, esse seria, em tese, o montante de eleitores a serem buscados pelos candidatos. A pré-candidata Lenilda Luna (UP), não teve seu nome incluído na pesquisa TDL. Lenilda se manifes- tou dizendo que é mais uma tentativa de invisibilizar a participação da mulher na política. “Ao tempo que escondem meu nome como pré-candi- data, revelam que 16,2% dos eleitoresrejeitamtodososque estãoaí.Jávencemosasimpo- sições machistas que subju- gam a mulher e nos colocam na sombra dos homens. Nós temos voz e, nestas eleições, representaremos também a voz de todos os excluídos dessa cidade”, disse Lenilda. 3O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 PODER redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Entre os líderes,Gaspar é o de menor rejeição A TDL realizou dois cenários de pesquisas esti- muladas – aquela onde os candidatos são expostos aos eleitores -, no primeiro os números foram os seguistes; JHC – 26,8%, Alfredo Gaspar – 16,2%, Ronaldo Lessa – 14,2%, Davi Davino Filho (PP) – 9,8% e Cícero Filho (PC do B) – 1,0%. Os demais pré- -candidatos não chegaram a 1%. O número de indecisos é de 16,7%, já os eleitores que disseram que vão votar em Branco ou Nulo é de 14,1%. No segundo cenário esti- mulado, a TDL acrescentou o nome do ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida, e os números tiveram uma leve alteração, mas não alte- rou o “grid de largada” dos três primeiros. Porém, Cicero Almeida tomou o quarto lugar de Davi Davino Filho. JHC caiu para – 21,1%, Alfredo Gaspar foi para -15,3%, Ronaldo Lessa – 11,3%, Cícero Almeida – 9,3%,DaviDavino–9,2,dessa vez Cícero Filho, assim como os demais candidatos, ficou abaixo de 1%. A pesquisa também avaliou a rejeição dos pré- -candidatos; 39,3% dos entre- vistadosdisseramnãorejeitar nenhumdeles;16,2%rejeitam todos; 12,3% Ronaldo Lessa; 11,0% Cícero Almeida; 5,7% JHC; 2,5% Davi Davino Filho; 2,0% Alfredo Gaspar; 1,5% Cícero Filho; 1,2% Ricardo Barbosa;1,0%FlávioMoreno. E 6% não responderam ou não souberam responder. Os demais ficaram abaixo de 1%. Esses “demais são Tacio Melo (Podemos), com 0,7%; Santa Rita, 0,5% e Basile, com 0,2. No entanto, o nome de Lenilda Luna não aparece mais uma vez. MP denuncia coronel em inquérito sobre homicídio MORTE DE EMPRESÁRIO JanaínaRibeiro Ascom/MPAL O Ministério Público Estadual deAlagoas (MPAL) denunciou, naquinta-feira(30),otenente- -coronel da Polícia Militar, Antônio Marcos da Rocha Lima, o militar da reserva José Gilberto Cavalcante Góes, o segurança particular WagnerLuizdasNevesSilva e Gilson Cavalcanti de Góes Júnior pelo crime de homicí- dio duplamente qualificado contra Luciano Albuquer- que Cavalcante. A vítima foi assassinada na manhã do dia 25 de outubro do ano passado,noConjuntoVillage CampestreII. Aaçãopenalfoiproposta pelo promotor de justiça Antônio Luis Vilas Boas Sousa, da 68ª Promotoria de Justiça da capital – que tem atuação perante o Tribu- nal de Júri. Segundo ele, o inquérito relatado pela Polí- cia Civil contém provas sufi- cientes da autoria do crime. “A investigação está bem fundamentada, com provas, documentos e testemunhos que deram ao Ministério Público a certeza da autoria delitiva do homicídio. Em razão isso, todos os acusa- dosforamdenunciadospelo assassinato com as qualifi- cadoras de motivo torpe e sem chance de defesa para a vítima”,informouVilasBoas. “Segundo as investiga- ções policiais, no dia, local e horário descritos, a vítima após realizar o pagamento do conserto do veículo de sua filha Isabele, na oficina do senhor Leonardo Antô- nio, localizada no Village Campestre II, no momento em que adentrava em seu veículo VW Saveiro, foi surpreendida por diversos disparos de arma de fogo deflagrados pelos acusados José Gilberto e Wagner Luiz e Gilson Cavalcanti, os quais já estavam seguindo-a em um veículo VW Voyage, cor branca, com engate, vidros fumê, placa QLJ-3302, tendo ao volante o denunciado Wagner Luiz, conhecido ‘informante’ da polícia. Mesmo atingida, a vítima conseguiusaircomoveículo desgovernado e, ao pular do carro, os denunciados, que a seguiam no VW Voyage, desceram e terminaram de matá-la, deflagrando cinco disparos de arma de fogo”, dizumtrechodadenúncia. De acordo com a 68ª Promotoria de Justiça da capital, o crime ocorreu porque Luciano Albuquer- quehaviaprometidovender um terreno, na Forene, ao PMaposentadoJoséGilberto e que, após essa negociação ter sido combinada entre os dois, o militar teve despe- sas de cerca de R$ 3 mil com documentos relativos a esse lote, só que a vítima, apesar dereceberconstantescobran- ças, não teria honrado com o pagamentodadívida. ROCHALIMA ParaoMinistérioPúblico, a participação do tenente- -coronel Rocha Lima está configurada. “Sabe-se de queoacusadoconhecidopor ‘coronelRochaLima’émuito amigo do co-réu Wagner Luiz, inclusive, na casa deste foram apreendidos farda- mentos da PM com o nome de‘RochaLima’ecertificado do curso CETE assinado por ele.Háfortesindíciosdeque ele teria fornecido as muni- ções para o cometimento do crime, uma vez que o oficial foi comandante do BPE (Batalhão de Policiamento de Eventos) e do 4º BPM, que receberam munições comloteBLK43,calibre.40”, apontaadenúncia. Luciano de Albuquer- que Cavalcante foi assassi- nado em 25 de outubro do ano passado, por volta das 10h20, na Avenida Ministro LindolfoCollor,noConjunto ViIlage Campestre II, bairro daCidade Universitária. Em razãodesuamorte,opromo- tor Antônio Luis Vilas Boas Sousa denunciou o tenente- -coronel da Polícia Militar Antônio Marcos da Rocha Lima, o militar da reserva José Gilberto Cavalcante Goes, o segurança particular WagnerLuizdasNevesSilva e Gilson Cavalcanti de Góes Júnior pelo crime de homicí- dioduplamentequalificado. Lenildadizqueexcluirseunomefoiumamanifestaçãomachista;eladestacouos16,2%querejeitamtodososcandidatos TDL faz pesquisa sem incluir pré-candidata Lenilda Luna REPRESENTANTEDAUNIDADEPOPULARteveapré-candidaturaanunciadanodia1ºdefevereiro,portanto,hácincomeses
  • 4. MácioAmaral Ascom C o n d u t o r e s a l a g o a n o s agora pode- rão alterar o próprio endereço da Carteira Nacional de Habi- litação(CNH)semsairdecasa. Essa é uma das novidades do Portal Mais Detran, lançado pelo Departamento Esta- dual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL). A nova plata- forma irá garantir maior auto- nomia ao cidadão, sem deixar de lado a segurança, proteção aosdadosecomodidadequejá são marca registrada de todos os serviços on-line do órgão. O portal Mais Detran foi desenvolvido para entregar uma experiência totalmente personalizada ao usuário, que terá acesso individual através do cadastro de login e senha. Na plataforma, ele poderá visualizar todas as informa- ções da CNH, como multas e período de vencimento, além de ter acesso às informações referentes ao veículo, como o prazo de licenciamento. O usuário também rece- berá, no e-mail cadastrado, todas as novidades da CNH e veículo. O destaque da plata- forma é a possibilidade do condutor mudar o endereço por conta própria, no conforto de casa, procedimento que ainda era feito presencial- mente e, por isso, levava um alto número de pessoas ao atendimento. Poderão alterar o endereço da CNH para outro municí- pio aqueles condutores que não tenham serviço em aberto junto ao órgão, ou que não tenham veículo registrado no atual município. Nesses casos, a mudança é permitida e uma nova só poderá ser feita após 30dias.Casoocondutorqueira mudar o endereço dentro da mesma cidade, não há prazos ou maiores restrições. Todas as regras estão devidamente informadas nas etapas do serviço no Portal. COMOCADASTRAR Para utilizar o portal Mais Detran, basta entrar no site do Detran/AL pelo https://mais. detran.al.gov.br/. O primeiro passo será realizar o cadastro, clicando em “Cadastrar-se” e preenchendo os campos soli- citados. Nocadastro,sãosolicitados o número do CPF, nacionali- dade,nomecompleto,número da carteira de identidade, número de registro da habi- litação, data de nascimento e e-mail e número de celular válidos. Ao final do processo, aconfirmaçãodocadastroserá enviada para o e-mail infor- mado, e é nele que o usuário receberá as notificações perso- nalizadas. Mais Detran traz segurança e facilidades A superintendente opera- cional de trânsito do Detran/ AL, Lisiane Rocha, responsá- vel por articular o processo de construção do portal junto às áreas operacionais, diz que o lançamento “é um sonho que se concretiza”. Segundo ela, a autarquia trabalha constante- mente no desenvolvimento de projetos que facilitem os servi- ços prestados, e preza, acima de tudo, pela segurança do cidadão. Dessa forma, o portal, que foi totalmente desenvolvi- mento pela Chefia de Infraes- trutura Tecnológica do Detran de Alagoas, agrega outros serviçosaosquejáestãodispo- níveison-line.“Agoratrazemos para o nosso usuário possibili- dades de troca de dados confi- denciais,numambienteseguro e fechado a senha. Ele poderá alterar dados do seu ende- reço e dar prosseguimento ao serviço desejado, sem precisar se dirigir a um posto de aten- dimento do Detran. É a tecno- logia trazendo comodidade e melhoria na prestação do serviço”, afirma Lisiane. FACILIDADE O estudante de fisiotera- pia, Márcio Souza, utilizou o portal Mais Detran para fazer a mudança de endereço sem sair de casa. “Devido ao fato de deslocamento das áreas de risco do Pinheiro, onde eu morava, tivemos que nos mudar.Esteano,quandoocor- reu o vencimento da minha carteira de habilitação, lembrei que teria que ser feito essa mudança, mas já estávamos na fase da pandemia e com a quarentenainstauradaaquino estado”, conta. Para Márcio, a nova plata- forma foi útil e de fácil acesso, e ele destaca a facilidade que portal Mais Detran oferece para os usuários. “A inter- face é muito interessante, bem usual, fácil e rápida para manejar. No possível retorno às atividades ‘normais’ vão ser evitados os deslocamentos para atendimentos presen- ciais, que também podem ser considerados empecilhos para os usuários em determinadas condições”, ressalta o estu- dante. De acordo com o diretor- -presidente do Detran/AL, Adrualdo Catão, a plataforma segue as medidas de desbu- rocratização e modernidade adotadas pelo Governo do Estado e facilitará a vida do cidadão,umavezquepoupará idas desnecessárias ao atendi- mentopresencial.Aideiaéque o portal avance cada vez mais, e toda a equipe da autarquia continuará trabalhando para incluir novos serviços no Mais Detran. 4 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 ESTADO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Mudança de endereço da CNH agora pode ser feita on-line DENOMINADOMAISDETRAN,novoportalelaboradopeloórgãogaranteacessoseguroepersonalizadoadiversosserviços
  • 5. PUBLICIDADE 5O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br
  • 6. 6 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 SOCIAL redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br EM SOCIEDADE Jailthon Sillva jailthonsilva@yahoo.com.br Contatos: 3522-2662 / 99944-8050 CHEGA...CHEGANDO | Só no estilo,como sempre,André Fon é destaque in Maceió.#aplausos APLAUSOS |A poderosa cronista social,blogger e jornalista Isabelle Acciolly é a aniversariante mais festejada da capital alagoana no próximo dia 5 de agosto.Parabéns e sucesso sempre! #timtim AGOSTO DOURADO Dos dias 1° a 7, é realizada a Semana Mundial da Amamentação. Por este motivo, agosto foi escolhido para ser o mês da conscientização do aleitamento materno.AcampanhafoiinstituídapelogovernofederalaquinoBrasil,em2017. A cor dourada foi escolhida porque, segundo os idealizadores da campanha, os momentos de amamentação são“horas de ouro”. BONÉ – UM ACESSÓRIO A+ Nãoédehojequeobonéestácomtudo!Vocêquerturbinarolookbásicoedeixá- -lo cheio de estilo? Então pode apostar no boné! Ele é o acessório perfeito para dar um charme a mais no seu visual e ainda ajuda a resolver aquele bad hair day rapidinho. Ele ganhou até as passarelas – tudo para provar que o item está em alta entre as fashionistas! #apostenadica TODA ELA |A bela esteticista Gloria Maria,está em alta in Arapiraca com muitas novida- des no segmento de estética para deixar vocês mais lindos e de bem com a vida.No próximo dia 5,a poderosa celebra mais uma linda primavera em sua vida.#sútotal MADE IN BRASIL | Sempre antenada e bem informada quando o assunto se refere à palavra MODA,a empresária de sucesso,digital influencer e expert da moda Cláudia Métne é destaque +QVIP em vestir e fotografar para as principais grifes do Brasil e do mundo. #luxototal CLASSEA | O empresárioAldo Rodrigues,carrega em sua bagagem durante todos esses anos,grande experiência,ousa- dia e dinamismo no ramo de decorações in Maceió e recebe meu carinho por se destacar a cada dia.#parabéns Pediatria domiciliar Essa dica de hoje é para as mamães e papais de plantão! Comumnovoserviçoquevisaoconforto de mães e pais que não gostam de esperar consulta para os filhos em um consultóriocheio,aPed&Acolhe,pedia- tria domiciliar, veio inovar o mercado alagoano. A empresa é formada por três pedia- tras empreendedoras, Mariana Beltrão, Andrea Gameleira e Ana Caroline Chagas que vão até você! Mais informações pelo Instagram: @ ped.acolhe Senar credencia técnicos de campo O Serviço Nacio- nal de Aprendiza- gem Rural – Senar Alagoas– precisade técnicos de campo paraformarcercade 40 novas turmas de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – no Estado. Dois editaisdecredencia- mentoestãodisponíveisnositewww.senar-al.org.br,oprimeiroparaoPrograma aAgronordesteeosegundoparaprojetosdaregionaldoSenaremtodooestado. As vagas são para técnicos com formação vinculada às áreas da pecuária,agri- culturaeagroindústria,aexemplodezootecnistas,veterinários,administradores, agrônomos,nutricionistas,técnicos agrícolas e de laticínios,entre outros profis- sionais que atendam aos pré-requisitos dos editais. Os aprovados no processo seletivo são acionados pelo SenarAlagoas,de acordo com as demandas. Cada técnico pode visitar até 30 propriedades rurais por mês,num período de até dois anos.O valor da visita é de R$ 200 e o profissional, portanto,pode receber até R$ 6 mil mensais pelo trabalho. “ Selo do Turismo Responsável Alagoas segue se consolidando como um destino turístico seguro para o cená- rio pós-pandemia. Prova disso é que o Estado conta agora com 423 estabele- cimentos com o selo do turismo respon- sável do Ministério doTurismo. Acertificaçãoéconcedidaaosempreendimentosqueseguemosprotocolospara prevenção da covid-19 estabelecidos pelo Governo Federal. Os municípios com maior número de estabelecimentos já certificados são Maceió (202), Maragogi (51),Piranhas (37),São Miguel dos Milagres (22) e Marechal Deodoro (20). Cadastur e o Selo Parasolicitaroselo,ointeressadodeveacessarositeturismo.gov.br/selorespon- savel, ler as orientações previstas no protocolo destinado ao segmento em que atua e estar com situação regular no Cadastur, indispensável para a aquisição da certificação.Caso não tenha o Cadastro,basta procurar a Sedetur através do telefone ouWhatsApp (82) 98833-4344 e regularizar a situação cadastral. Assessoria para mulheres A EntreAspasAsses- soria de Comunica- ção e Consultoria é uma empresa que já está no mercado há muitos anos e, com a pandemia, o digi- tal ficou bem mais evidente,sendo cada vez mais valorizado. Recentemente a consultoria voltou o seu trabalho para mulheres empreendedo- ras e que querem se destacar no mercado de trabalho através da comunicação online e offline.Vale conferir o Instagram:@entreaspasassessoria Estamos ansiosos pelas vendas para o Dia dos Pais. Tudo está sendo feito com muita segurança” Lana Retore, Presidente da Associação de Lojistas do Maceió Shopping. CAFÉ&NEGÓCIOS THÁCIA SIMONE thaciasimone@gmail.com
  • 7. A capitalalago- ana segue na fase amarela do Plano Estadual de Distan- ciamento Social Controlado, quando o risco de contágio do coronavírus é considerado moderado. No novo decreto municipal (Nº 8.930), publi- cado na sexta-feira passada, o prefeito Rui Palmeira autoriza a reabertura de academias e centros de ginástica com 50% da capacidade e amplia o horário de funcionamento de shoppings e do comércio no Centro. O Município manterá o regime de teletrabalho, bem como a paralisação das ativi- dades educacionais nas esco- las da Rede Municipal e de instituições privadas, até o início da fase verde. Assim como os outros setores já em funcionamento, seguindoosprotocolossanitá- rios específicos, as academias, centrosdeginásticaeestabele- cimentos congêneres também devem seguir o Protocolo Sanitário da Secretaria Muni- cipal de Turismo Esporte e Lazer (Semtel). Com o novo decreto, o comércionoCentrodeMaceió passa a funcionar de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, e sábado das 9h às 14h. O horário de funcionamento também foi estendido para os shoppings, galerias e centros comerciais, que antes esta- vam abertos das 12h às 20h, e que agora podem funcionar das 10h às 22h. O documento também libera a utilização de parques infantis e mobiliários urbanos esportivos situados na orla e nas praças. Prefeitura de Maceió mantém todas as medidas de segurança, distanciamento social e higienização em locais públicos, estabelecimen- tos comerciais e instituições financeiras, publicadas nos decretos municipais e divul- gadas amplamente nos meios de comunicação. A obrigato- riedade do uso de máscaras sobre o nariz e a boca perma- nece em todo território muni- cipal. “É muito importante que cada maceioense faça a sua parte para que a gente conti- nue avançando nesta reaber- tura gradativa. A situação de Maceiócontinuamelhorando, mas é preciso que a popula- ção não relaxe nos cuidados. Então, se for necessário sair de casa, não esquecer da máscara e o uso de álcool em gel”, reforçou Rui Palmeira. 7O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 COTIDIANO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br VEJA COMO FICA: EDUCAÇÃO O Município mantém as ativi- dades educacionais em todas as escolas da Rede de Ensino Infantil e Fundamental do Município para- lisadas, bem como das instituições de ensino privadas de Maceió até o início da fase verde do Plano de Distanciamento Social Controlado. Asatividadesadministrativaspodem funcionar normalmente. TELETRABALHO O regime de teletrabalho para os servidores e empregados dos órgãos e entidades da administra- ção pública municipal, que exercem funções administrativas internas, segue até o início da fase verde do Plano de Distanciamento Social Controlado. Os servidores que exer- cem serviço público essencial e que integram o grupo de risco também permanecem em teletrabalho. ATIVIDADES ECONÔMICAS Enquanto durar a fase amarela no enfrentamento à Covid-19, o Plano de Distanciamento prevê a autorização do funcionamento de lojas ou estabelecimentos de rua, bares e restaurantes (funcionando com 50% da sua capacidade e com horário de atendimento até 0h), shoppings centers, galerias, centro comerciais e estabelecimentos congêneres (funcionamento de 10h às 22h), salões de beleza e barbe- arias, templos, igrejas e demais instituições religiosas com 50% de sua capacidade), – transporte inter- municipal e turístico (com 50% da capacidade), academias,centros de ginásticaeestabelecimentoscongê- neres com 50% de sua capacidade) e todos demais setores autorizados nas fases vermelha e laranja. ORLA O comércio ambulante, bares, restaurantes, barracas, quios- ques, mixes e food trucks, feiras e mercados de artesanato, passeios turísticos, balanças de pescado e bancas de revistas situadas nas orlas e praças permanecem autori- zados a funcionar na orla municipal, seguindo as exigências previstas no Protocolo Experimente Maceió. O estacionamento de veículos nos espaços públicos da orla, em vagas intercaladas. ATIVIDADES DE ESPORTE E LAZER Seguindo as medidas de segu- rança e o distanciamento social, os maceioenses podem praticar espor- tes de forma individualizada, no calçadão da orla e praças.A asses- soria esportiva de corrida e triatlo ao arlivrepodeserrealizada,desdeque sem contato físico. O banho de mar e o uso da praia na faixa arenosa de forma individualizada também estão autorizados, além do passeio com animais domésticos ou de estima- ção. Também está autorizada a utili- zação de parques infantis e mobili- ários urbanos esportivos situados na orla e nas praças. O Município também autoriza os treinos funcio- nais ao ar livre, desde que sem contato físico. Continua proibida, até o dia 14 de agosto de 2020, a prática de esportescoletivosnasorlas,praçase parques,ousodequadraseginásios públicos e privados para a prática de esportes coletivos e treinos com contato físico, o funcionamento de escolas e clubes de esportes, salvo para atividades individualizadas e uso de academias públicas. EVENTOS Permanecem suspensos, até o dia 14 de agosto de 2020, todos os eventos públicos agendados pelos órgãos ou entidades municipais, além de concessões de licenças ou alvarás para realização de eventos privados ou públicos. Segue autori- zado até o dia 14 de agosto de 2020 o uso de espaços abertos, públicos ou privados para a realização de eventos em formato drive-in, desde que cumpridas as medidas de segu- rança e higienização. TRANSPORTE PÚBLICO O uso do Cartão Bem Legal EscolaredoCartãoBemLegalSênior nos transportes públicos municipais continua proibido. Essa regra não vale para pessoas com deficiência oupatologiacrônica,quenecessitam de gratuidade nesses coletivos.Está mantida a capacidade de passagei- ros nos transportes públicos urba- nos, sentados ou em pé, no limite da capacidade do veículo, com as janelas abertas,sem utilização de ar condicionado, sem redução de frota e com o uso obrigatório de másca- ras. O programa Domingo é Meia também permanece suspenso. FUNERAIS As restrições para a realização dos funerais continuam as mesmas. Em casos de mortes por Covid-19, até em casos suspeitos, a duração máxima será de uma hora por veló- rioeenterro,comocaixãofechadoe limite de dez pessoas.Já no caso de óbitosquenãosejamdecorrentesda pandemia, a duração máxima será de três horas com a presença de 20 pessoas. Não devem comparecer ao cemitério os idosos com mais de 60 anos, as pessoas com doenças crônicaseassuspeitasdetercontra- ído coronavírus. Prefeito amplia o horário de funcionamento de shoppings DECRETO EMERGENCIAL MUNICIPAL autoriza reabertura de academias e centros de ginástica com 50% da capacidade Atividades comerciais na orla estão autorizadas com protocolo sanitário Município mantém fiscalização em ação conjunta com a Polícia Militar Rui Palmeira reforça importância do uso da máscara de proteção IgorPereira/SecomMaceió Fotos:PeiFon/SecomMaceió
  • 8. João Lemos Repórter N ossa repor- tagem foi ao litoral Norte de Alagoas para conhe- cer uma das manifestações populares mais autênticas do povo, mantida pelos habitan- tes do povoado Tatuamunha, em Porto de Pedras. Essa gostosa tradição presente nos festejos de Momo perdeu no domingo passado (26), o seu maior incentivador, aos 71 anos, o mascareiro, Gilberto Antônio da Silva, o famoso MestreGiba,ouGilbertoTatu- amunha, como era chamado entre os familiares, amigos e clientes. O apelido é apenas um detalhe diante do grande legadodeixadoporesteverda- deiro amante da arte popular. OMestreGilberto,falecido em decorrência de problemas no coração, foi um artesão importanteparaasalvaguarda dos Bobos. Iniciou sua produ- ção de máscaras antes mesmo de completar 15 anos. Foi pedreiro por profis- são, mas a paixão pela arte o fez autodidata. Aprendeu a técnica sozinho, com o intuito de brincar ao lado dos amigos numa remota época onde os afamados Bobos comanda- vam as ruas de Tatuamunha. “Ele era um homem humilde,bompai,bommarido e um bom amigo. Deixou-nos uma lição de vida importante: na hora da queda não abrir mão de se reerguer com os olhos fixos sempre no futuro e de cabeça erguida. Eu acom- panho o trabalho do meu pai desde os 12 anos, na hora da produção das máscaras. Dos últimos tempos pra cá passei a produzirtambém,entendendo a importância de ajudá-lo na manutenção dessas nossas brincadeiras”, disse Luciano Silva,29,quetambéméartesão por influência do pai. Os bobos são parte impor- tantenatradiçãodaquelaloca- lidade. Impossível não olhar o mapa das tradições populares no Estado sem que nos esbar- remos com a criatividade e irreverência mantida ao longo dos anos pelo saudoso Mestre Gilberto, um dos últimos detentores da técnica. Muitas gerações foram marcadaspelasenormescabe- ças. As peculiaridades dessas máscaras são ainda a função dos moradores em produzi- -las utilizando o barro, goma de mandioca, papel e tintas. “Meu pai fazia máscaras para todos os lugares, vinha gente de todo canto comprar. Não tenho noção de quantas máscaras chegou a produzir, mas, foram muitas. Por aqui, só meu pai e o seu Cláudio ainda mantinha a tradição”. relembrou Luciano. Coletivo Bobo Gaiato,criado por três amigos,mantêm a tradição no povoado Lucianocresceuvendoopaiconfeccionandomáscarae,porsuainfluência,hojeéartesãoelevadiantelegadodoMestreGiba ColetivomantémvivoolegadodoMestreGiba Até a década de 1990 era possível ver a folia dos Bobos ocorrer de forma original, com a participação maciça da comunidade. Dos anos 2000 emdiante,comainfluênciada era digital, a prática foi sendo deixada de lado restando apenas a lembrança e alguns fazedores da brincadeira. “As máscaras tradicionais com moldes de barro e preen- chidas com papel e goma de mandioca foi sendo substi- tuída pela de borracha, as andanças foram diminuindo desastrosamente. Felizmente Seu Gilberto deu continui- dade à feitoria das máscaras”, destacou Thiago Souza, líder do Coletivo Bobo Gaiato. Da necessidade de manter vivo o costume no Povoado, o sonho de três amigos, Alexan- dre Marlon, Thiago Souza e Sebastian Paiva se tornou realidade com a criação do Coletivo Bobo Gaiato, no ano passado. “Nosso objetivo é resgatar as andanças dos Bobos, fortalecer, a partir de agora a memória do Mestre Gilberto, estimular novos mascareiros e trazer de volta os que outrora faziam másca- ras”, relatou Thiago. Com o reconhecimento da resistência do Mestre Gilberto e seu ensino, o Coletivo conse- guiu,emfevereirodeesteano, realizar oficinas de confecção de máscaras com crianças e jovens da região, iniciando o trabalho de salvaguarda do saber e repasse feito a tempo pelo saudoso Mestre, sua cria- tividade fazia com que cada máscara fosse única. “Thiago resgatou a cultura dosBobosaquinonossomuni- cípio com o ColetivoBobo Gaiato. Do futuro esperamos que a nossa cultura não seja mais esquecida como estava. Com o Coletivo se torna fácil a manutenção da brincadeira. É um incentivo e nos ajudará bastante a partir de agora”, finalizou Luciano Silva. Agora mais do que nunca é preciso eternizar o legado deixado pelo Mestre Gilberto. Emparceriacomosseusfilhos oColetivotemocompromisso de manter viva a tradição, incentivando a produção das máscaras para as novas gera- ções. TRADIÇÃO, legado e o resgaste da brincadeira popular por jovens do Povoado Tatuamunha, Litoral Norte de Alagoas Mestre Gilberto, o Mascareiro dos Bobos de Porto de Pedras CULTURA redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br 8 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020
  • 9. Até pouco tempo, era praxe nos contratos de seguro de vida, a previsão do não pagamento de indenização em caso de faleci- mento, por conta da cláusula de Excludente de Responsabilidade em decorrência de força maior, o que pode incluir catástrofes e pandemias, desde que decretado por autoridade competente. Entre- tanto, o Brasil não havia passado por nenhum acontecimento simi- lar desde a criação do Código de Defesa do Consumidor. Portanto, não havia dúvidas ou restrições dos contratantes e as seguradoras nunca haviam sido acionadas por este motivo. Esse ano representa o marco para as seguradoras, pois, com a pandemia do COVID-19 os questionamentos não tardaram a chegar nas seguradoras por parte de segurados temerosos de even- tual não pagamento de indeniza- ção. No artigo 12°, I, d, da Circular SUSEP n° 440, de 27 de junho de 2012, prevê que tal modalidade de riscos excluídos,confirmando que não haveria nada a ser pago pelas seguradoras.Fato este que ensejou insegurança, preocupação e uma necessária reflexão sobre o tema. E qual função de um seguro de vida! Senão garantir uma monta pecuni- ária a ser paga pela seguradora em caso de falecimento do contratante aos beneficiários escolhidos por ele? Inclusive pode ser contratar mais de um, à sua livre escolha e, igualmente, fixar o valor a ser inde- nizado e ainda é possível incluir a assistência funeral, isto é, a segu- radora se encarrega de arcar com as despesas relacionadas desde o óbito até o enterro do segurado, com variações do tipo de serviços prestados como locação de jazigo, transporte do corpo, velório, dentre outros. A linha que separa a tranquilidade financeira ou não da família do ente que veio a óbito por conta do COVID-19 é tênue,pois,sem prévia justificativa, as contratadas pode- riam se recusar ao pagamento das indenizações. A SUSEP e 80% das seguradoras, representadas pela Confederação Nacional das Empre- sas de Seguros chegaram a um acordo no final de abril para flexi- bilizarem as condições contratuais para que, mesmo não havendo a obrigatoriedade, as indenizações fossem honradas para os casos de falecimento por COVID-19, porém, não houve nenhuma alte- ração legislativa ou sequer um ato normativo da SUSEP sobre o acor- dado. Transcorridos quatro meses da COVID-19 com mais de 90 mil mortes, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei n° 890/2020 para incluir o artigo 798-A no Código Civil vigente: Art. 798-A. O segurador não pode eximir-se ao pagamento do seguro, ainda que da apólice conste a restri- ção, se a morte ou a incapacidade do segurado provier da infecção por epidemias ou pandemias, ainda que declaradas por órgão competente. O Projeto de Lei seguiu para a Câmara dos Deputados e, provavel- mente, será aprovado. Conclusão Em suma, prudência, previsão legal e adequação para tempos excep- cionais serão essenciais para que nem seguradoras e nem segura- dos sejam prejudicados. Acerta o Congresso Nacional e a população agradece. Então é isso pessoal! Espero que tenha gostado do tema dessa semana e sempre que vocês dese- jarem enviem suas dúvidas para meu e-mail. Não deixem de acom- panhar as novidades em minhas redes sociais.Até a próxima se Deus quiser! Bom final de semana para todos! Grande abraço! 9O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br DjaildoAlmeida Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com Os seguros de vida e a pandemia do noco coronavírus
  • 10. 10 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 ESPORTES redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Clubes alagoanos vão sofrer com jogos no estilo “the flash” CAMPEONATOALAGOANOserádecididoempoucosdias,comintervalosde48horasparacadajogo;atletascorremriscodelesõesgraves JOGODuro Jorge Moraes jorgepontomoraes@gmail.com Thiago Luiz Estagiário N a retomada do Campeo- nato Alago- ano, o formato de conclusão da competição, ajustado pela Federação Alagoana de Fute- bol (FAF) exigiu muito esforço da entidade, dos clubes, dos jogadores e principalmente dos trabalhadores que deixam os atletas prontos para enfren- tarem a maratona de jogos. Preparadores físicos e outros profissionais da Educação Física e da Fisiologia trabalha- ram duro num cenário total- mente novo: um período de quatromeseslongedosgrama- dos e sem contato com bola. O campeonato estadual voltou para ser concluído num intervalodesetedias.Aconclu- são de duas rodadas da fase de classificação, semifinal e a grande decisão. Cada partida, com um “descanso” de 48 horas para os atletas. Isso sem contar que CRB, CSA, Jaciobá e Coruripe ainda terão o Brasi- leirão pela frente. Os clubes da capital, se chegarem à decisão, terão apenas cerca de dois dias para a estreia na Série B. Apesar do sério risco de lesões,essaalternativa,mesmo longe do ideal, foi a mais prática encontrada pela FAF para concluir o Alagoano em campo, sem conflitar com as datas do calendário da CBF. Em Arapiraca, o ASA teve apenas nove dias de prepara- ção para enfrentar o CSA, no jogo do retorno do Alagoano. Apesar disso, o time se postou bem em campo, venceu por 2 a 0 e não deu sinais de extremo cansaço físico. O preparador físico do alvinegro, Leandro Netto, disse que como o tempo de preparação foi curto, a ênfase foi a formatação da maneira de jogar e a preparação física atuou como suporte dos outros aspectos, ( técnico, táti- coc.), procurando aumentar o nível de força dos atletas na salademusculaçãoenocampo sempre que possível. “Traçamos um planeja- mentoquechamamosdeciclos ondulatórios de treinamento, ondeacadatrêssessõesdetrei- nos fazíamos uma sessão de recuperação, e isso nos possi- bilitou trabalhar cargas com intensidades mais elevadas”. OpersonaltrainerEduardo Freitas, ou Simba [como também é conhecido], atuou como preparador físico do Cruzeiropor18anoseexplicou que esse é um grande desafio para os profissionais da área. Ainda hoje, ele realiza traba- lhos específicos com Marcelo MorenoecomovolanteHenri- que, atletas da Raposa. De acordo com Simba, mesmo os jogadores que esta- vam treinando em casa na quarentena, sentem dificul- dades, porque o estímulo do treinamento é diferente das adaptações que precisam ser feitas numa partida oficial. Por esse motivo, os preparado- res físicos precisam ter muita cautela. Oespecialistaalertouainda que,parasuportaresse“aperto no calendário”, as equipes precisam ter um elenco que permita a rotatividade dos jogadores, pois “é um risco muito grande para a saúde ortopédica do atleta; com certeza, lesões vão aparecer”. No jogo contra o Ceará, pela Copa do Nordeste, o CRB demonstrouaindanoprimeiro tempo que não conseguia acompanhar o ritmo de jogo do Vozão, que tinha mais de um mês a mais de treinos. Já na reestreia pelo estadual, o atacante Erik mostrou que a forma física não era um problemaparaele.Duasarran- cadas e dois gols. Pelo lado azulino, também não é diferente. Na vitória contra oABC, pelo Nordestão, enaderrotaparaoASA,otime secomportoubemfisicamente. Em médio prazo, tudo está sob controle para o staff dos clubes. Mas talvez o impacto dessa maratona de partidas seja sentido durante o decor- rer da atual temporada, que só será encerrada em janeiro de 2021. Ruim para o CSA Avolta do Campeonato Alagoano na última quarta-feira (29) só não foi bom para o CSA,que escalando um time alternativo, perdeu para o modesto time do ASA, formado em dez dias para a volta da competição. O detalhe maior nãofoiaderrotapor2a0,mascomoelasedeu,semjogar10 reaisdefutebol,diantedeumadversáriomontadoàspres- saseaceitandoqualquertipodeacordoparavoltarajogar. Em campo,o time deu um nó no CSA,com um esquema de jogo bem fechado, saindo com rapidez e chutando mais vezes ao gol,até que acertou em duas oportunidades. Nos demais jogos da rodada, CRB e CEO fizeram a parte deles.O primeiro ganhou fácil do Coruripe por 3 a 0,no Rei Pelé, e o segundo venceu apertado o Jaciobá por 1 a 0, em Palmeira dos Índios. Nessa volta, a expectativa era saber como se comportariam os times do interior, uma vez que CSA e CRB voltaram a trabalhar mais cedo e já haviam atuado pela Copa do Nordeste,onde o CSA venceu o ABC e o CRB foi derrotado pelo Ceará, um dos times finalistas do Nordestão,jogando a decisão com o Bahia,que eliminou o Confiança. Se o CSA não foi bem na volta do campeonato estadual, o CRB em nenhuma momento foi ameaçado pelo Coruripe, dando velocidade ao jogo quando era necessário e retendo abolaparadeixarotempopassaresairvitorioso.Indepen- dentemente dos resultados, o CRB voltou a mostrar mais equilíbrio em campo,individualmente alguns jogadores se destacaram, como Gun, Léo Gamalho e Érick, enquanto o time alternativo do CSA não teve nenhum destaque indivi- dual e,até o seu goleiro,o principal jogador do time,falhou no primeiro gol. l Nem sempre em um lugar onde poucos mandam, o resultadopodeserbom,principalmentenofutebol,quando o assunto deve ser tratado coletivamente. Foi o caso do time alternativo do CSA para jogar em Arapiraca.Segundo Rafael Tenório, o assunto foi discutido entre ele, Eduardo Batista e Marcelo Barbaroti.Deu no que deu; l Pelascircunstânciasdoadversário,formadoemapenas 10dias,aderrotadoCSAmostrou,maisumavez,queotime não engrenou na temporada.Parou por conta da pandemia semjogarbemevoltoupior,inclusivecominvençãonasua escalação.OpessoaldoCSAabraosolhosouvailutarpara não cair para a Série C do Brasileiro,no ano que vem. ALFINETADAS...O clássico Nofechamentodacolunaaindafaltavaserjogadaaúltimarodada da fase de classificação, inclusive com o clássico CSA e CRB. Praticamente classificados, o CRB principalmente, já que o CSA dependia de algumas combinações para não ficar de fora se não vencesse o clássico. Espera-se que as duas equipes tenham mostrado um melhor futebol,especialmente o CSA,que voltaria a escalarseusprincipaisjogadores,oquenãoocorreucontraoASA. Clássico no interior Nos outros três jogos, um é chamado de o clássico do interior. Trata-se de CSE e ASA, com o jogo realizado em Palmeira dos Índios,com ambos os times com chances de classificação e com a mesma pontuação. Em Olho D’Água das Flores, o CEO, ainda dependente de uma vaga para a semi-final, recebeu o Murici já classificado. E, finalmente, o Coruripe, com menores chances de passarparaaoutrafase,recebeuoJaciobá,olanternadacompe- tição. Como não temos ainda como adivinhar resultados, hoje a gente já sabe no que deu a rodada. Autorizado pela diretoria A desculpa no CSA que a decisão de jogar com um time alter- nativo contra o ASA foi da diretoria não pegou muito bem diante da torcida. Muita gente que ouviu isso ficou na bronca, porque o técnico Eduardo Batista já tinha deixado claro bem antes dos jogos contra oASA e o CRB.Os torcedores estão dizendo que isso édesculpadeamarelo,querendoenganarosbestas.Opresidente RafaelTenório chegou a informar, reservadamente, que o jogo do ASA era para saber quem vai ou não vai continuar no clube para o Brasileiro da Série B, em uma hora errada para fazer essa obser- vação. Novas contratações Apesar do número elevado de jogadores em seus clubes - os dois com mais de 30 atletas -, as diretorias de CSA e CRB continuam anunciando reforços e contatos com clubes do interior de São Paulo. A informação é que,a cada momento que os nomes forem anunciados, outros serão dispensados no final do Campeonato Alagoano.OCSAvêfalhasnasuadefesa,mesmonecessitandode mais jogadores para o ataque,enquanto o CRB aposta no ataque, para deixar o time de Marcelo Cabo com mais opções ofensivas. O destaque da volta Deixando CSA e CRB fora dessas avaliações, o jogador que encheu os olhos e apareceu com grande destaque na volta do futebol alagoano, foi o meia Jardson, o camisa 10 do ASA.Além deumbelíssimogolcontra oCSA,participoudolance dosegundo gol, ajudou na marcação e sempre estava rondando a área para finalizar. Como foi expulso de campo na sua estréia, não temos como avaliar seu futebol no segundo jogo, que foi contra o CSE, pois cumpria suspensão automática. Pelo que vi, acho que vale uma olhada de CSA e CRB. Intensidade e intervalo curto entre as partidas são riscos iminentes de lesões BritoJr.
  • 11. 11O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 Estudarláfora redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Alyshia Gomes alyshiagomes.ri@gmail.com Educação Internacional e Práticas Integrativas Complementares Em 2018,foram incorporadas mais 10 técnicas às PIC ofertadas pelo Sistema Único de Saúde, perfazendo 29 práticas integra- tivas e complementares oferecidas no SUS, são elas: ayurveda, homeopatia,medicinatradicionalchinesa,medicinaantroposófica, plantas medicinais/fitoterapia,arteterapia,biodança,dança circu- lar, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropra- xia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa, termalismo social/crenoterapia, yoga, apiterapia, aromoterapia, bioenergética, cromoterapia, constelação familiar, geoterapia, hipnoterapia,imposição de mãos,ozoniterapia e terapia de florais. A Constelação Familiar, recentemente incluída no âmbito do SUS – enquanto PIC – é compreendida como método psicoterapêutico deabordagemsistêmica,energéticaefenomenológica,quebusca reconhecer a origem dos problemas e/ou alterações trazidas pelo usuário, bem como o que está encoberto nas relações familiares para,por meio do conhecimento das forças que atuam no incons- ciente familiar e das leis do relacionamento humano, encontrar a ordem, o pertencimento e o equilíbrio, criando condições para que a pessoa reoriente o seu movimento em direção à cura e ao crescimento. Os atendimentos em grupos na prática das unidades de saúde visam contribuir para a ampliação da clínica e a flexibilização de conceitosdesaúde-doençae ahumanização daatençãoà saúde. Na prática clínica da atenção em saúde, essa abordagem tem se destacado como diferencial na compreensão de sintomas “inex- plicáveis” sob o ponto de vista biomédico, mas que podem ser vistos através de experiências fenomenológicas, possibilitando a compreensão do indivíduo como sujeito do processo de promoção ecuidadopermanentedesuasaúde–agenteco-responsávelpelo processo de equilíbrio entre saúde e doença. Tive a oportunidade de beber direto na fonte, quando por duas vezes (2017 e 2019), estive na Alemanha para realizar treina- mento em Constelação Familiar promovido pela Hellinger Schule. A programação constava de momentos vivenciais, que proporcio- naram maior conexão com a minha essência, e com as questões pessoais, que por vezes estavam implícitas, representadas por sintomas clínicos e/ou emaranhamentos familiares. AnaLydiaPeixotoéTerapeutaIntegrativa(CBTH-BR0730) Programa Postdoc-NeT-AI - Alemanha Fonte: DAAD Pelo quinto ano, o DAAD sele- ciona pesquisa- dores doutores do mundo todo para participar do “Postdoctoral Networking Tour” na Alemanha, desta vez com ênfase em Inte- ligência Artificial e “machine lear- ning”.A chamada destina-seadoutoresdetodasasnacionalidades(inclusivealemães)quetenham concluídoodoutoradohánomáximocincoanos.Asinscriçõesparasecandidatar ao tour estão abertas até 16 de agosto. O programa da viagem, marcada para 22 a 28 de novembro de 2020, prevê visitas a universidades, institutos de pesquisa e empresas no sul da Alemanha relacionadasaotemadotourcientífico,taiscomoInstitutoMaxPlanckparaSiste- masInteligentes,CentroBoschdeInteligênciaArtificialeUniversidadeTécnicade Munique .O tour será conduzido em inglês. Aviso importante: apesar das incertezas trazidas pela pandemia de Covid-19, o DAADesperarecebercandidaturasdomundotodo.Faremosopossívelparaque a participação dos selecionados aconteça neste ou no próximo tour. Entre os requisitos, é preciso ter concreto interesse em desenvolver a carreira de pesquisador(a) naAlemanha e comprovar o desenvolvimento de pesquisa em área ligada à temática do tour. O DAAD cobrirá as despesas de viagem,acomo- dação e a maior parte das refeições.Confira todos os requisitos,os benefícios do tour e consulte o programa da viagem em https://bit.ly/3eRA1oQ . Cátedra J.William Fulbright – Dra.Ruth Cardoso Fonte: Comissão Fulbright Brasil A Cátedra J. William Fulbright – Dra. Ruth Cardoso na Georgetown University busca selecio- nar professor/pesquisa- dor brasileiro que atue em instituição de ensino superior em uma das seguintes área: Antro- pologia, Ciência Política, Sociologia e História do Brasil, com foco em processos sociais e políticos contem- porâneos, para participar das atividades de docência na Universidade Georgetown,emWashington. O candidato selecionado deverá passar um ano acadêmico ou um semestre ministrando cursos e realizando pesquisa. O programa é uma parceria entre a Comissão Fulbright, FAPESP e Georgetown University. Requisitos: * Possuir nacionalidade brasileira e não ter nacionalidade norte-americana; * Ter concluído o doutorado até 31 de dezembro de 2004; * Dedicar-se em regime integral às atividades acadêmicas, que devem incluir a docência, orientação ou co-orientação dedissertaçõesoutesese/ouaparticipaçãoemprojetosde pesquisa nas áreas previstas no edital; * Possuir atuação acadêmica qualificada na área e reco- nhecida competência profissional com produ- ção intelectual consis- tente; * Ter fluência em inglês compatível com o bom desempenho nas ativi- dades previstas, que inclui ministrar aulas; * Não ter recebido, nem acumular,bolsaoubene- fício financeiro de outras agências ou entidades brasileiras para o mesmo objetivo; *PermanecernoBrasilduranteaseleção,afiliaçãoepartida aos EUA. Benefícios: * Estipêndio mensal: US$ 5.000,00 (cinco mil dólares americanos)pagoapenasnosmesesdeefetivapermanên- cianosEUA;sendoquenoprimeiroeúltimomês,ovalorda mensalidade será pago proporcionalmente ao período de permanência emWashington,D.C.,EUA. *Auxílioinstalação:parcelaúnicanovalordeUS$2.000,00 (dois mil dólares americanos). * Seguro saúde. * Passagem aérea internacional de ida e volta em classe econômica entre a cidade de residência no Brasil e Washington,D.C.,EUA. * Auxílio Moradia,oferecido pela Georgetown University. Maiores informações em https://bit.ly/2ZPAzY4 .
  • 12. O agronegócio é o setor que mais cresce na economia, e a forte ligação da Chevrolet S10 com o campo ganha ainda mais relevância. Isto porque a picape preferida do produ- tor rural chega à linha 2021 com uma série de recursos inovadores que agregam produtividade ao dia a dia, como o sistema Wi-Fi nativo. Da pecuária até a agricultura de precisão, tudo gira em torno da conectividade. Além disso, a picape acaba se trans- formando no escritório do homem do campo e a internet é uma ferramenta de trabalho estratégica para administrar e operar o negócio em tempo real. O sinal até 12 vezes mais estável que o de um smart- phone é o principal diferen- cial do Wi-Fi nativo da Nova S10, que é capaz ainda de se manter mais tempo conectada àrede4Gemfunçãodaantena que amplifica o sinal - isto se traduz em maior velocidade de transmissão de dados. 12 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br igor93279039@hotmail.comIGOR PEREIRA RANGER STORM A Ford Ranger Storm chegou ao mercado este ano, depois de ser exibida como protótipo no Salão do Automóvel, e logo conquistou muitos fãs com seu visual esportivo e desempenho robusto para enfrentar todo tipo de terreno.A boa receptividade da Ranger Storm tanto por parte dos especialistas como dos consumidores não é obra do acaso. O modelo foi especialmente desenvolvido pela engenharia local da Ford com foco nas preferências do mercado brasileiro, usando a experiência global da marca em picapes.Além do visual exclusivo, com o nome Storm na grade dianteira e faixas esportivas, a picape tem motor Duratorq 3.2 turbodiesel de cinco cilindros com potência de 200 cv e torque de 47,9 kgfm, transmissão automática, tração 4x4 e diferencial traseiro blocante. BMW: novo X6 M A BMW do Brasil confirma a chegada do novo BMW X6 M ao país no terceiro trimestre deste ano. Produzido em Spartanburg, Carolina do Sul, nos Estados Unidos, o BMW X6 M é referência em esportividade e versatilidade e reúne o conforto de um SAV (Sport ActivityVehicule) com o alto desempenho ímpar de um legítimo esportivo BMW M.“O X6 M integra atributos como alta tecnologia, exclusividade e esportividade para agradar aos exigentes consumidores da linha BMW M”, afirma Roberto Carvalho, Diretor Comercial da BMW do Brasil.“Vamos seguir a ofensiva de produtos para trazer mais opções e escolhas ao cliente do Brasil.A cada três veículos premium vendidos no Brasil hoje, um é BMW, e os clientes e fãs da marca terão agora mais uma opção de escolha dentro da família M”, completa. ACONTECE esta semana APLICATIVO AUTO BUSCA DA FORD COMEMORA 1 ANO O Auto Busca, aplicativo de venda de peças da Ford, completa um ano e comemora apresentando três grandes novidades: a expansão do catálogo de peças, que agora possibilita a compra de itens para veículos de ano-modelo 2002 a 2020, o lançamento de uma área dedicada aos cupons de desconto e a chegada à região Nordeste. Considerado uma revolução no pós-venda, o aplicativo traz as facilidades do comércio eletrônico para o segmento de oficinas e reparadores independentes. Com essa ampliação no portfolio, o Auto Busca passa a oferecer mais de 6.000 peças de reposição e até o final do ano chegará a mais de 10.000 itens. BMW Motorrad confirma nova versão da S1000 RR Para celebrar o Dia do Motociclista, a BMW Motorrad Brasil confirma o lançamento da S1000 RR pacote M, nova versão da consagrada superesportiva da marca. Fabricado em Manaus, o novo modelo irá impressionar ainda mais pelos atributos de performance e design. “O caráter racing da RR faz dela um ícone no segmento das motocicletas esportivas.A nova versão consolida ainda mais esta fama ao trazer ao cliente BMW Motorrad o que há de mais moderno na tecnologia em duas rodas”, afirma Julian Mallea, Diretor da BMW Motorrad do Brasil. RODASDUAS A produção do Nissan V-Drive está a pleno vapor no Complexo Industrial da Nissan, em Resende (RJ). O modelo que irá aumentar a oferta de produtos da marca no mercado brasileiro chega às concessionárias nas próxi- mas semanas. A mudança irá mexer pouco nos preços do V-Drive. Atualmente, ele parte de R$ 56.590 e chega a R$ 76.990, enquanto a linha 2021 custará entre R$ 57.190 e R$ 72.890. Isso abre espaço para que a nova geração do Versa tenha preços mais altos, já que ela virá bem mais equipada, com itens como frenagem automática de emergência e painel de instrumentos digital. Como apenas o nome foi alterado, o V-Drive continuará com o motor 1.0 de três cilindros, de 77 cv a 6.200 rpm e 10 kgfm a 4.000 rpm. A única opção de transmissão é a manual de 5 marchas. As demais versões usam o 1.6 de quatro cilindros, que entrega 111 cv a 5.600 rpm e 15,1 kgfm a 4.000 rpm, podendo trabal- har tanto com a caixa manual de 5 posições quanto com a automática do tipo CVT. Chevrolet lança nova S10 com internet a bordo Nissan rebatiza o Versa com o nome de V-drive INOVADORA NOVA GERAÇÃO
  • 13. CORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTO Alagoas l 2 a 8 de agosto I ano 08 I nº 388 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br CAMPUSCAMPUSCAMPUSCAMPUS PedroCabr al Envie critica e sugestão para ndsvcampus@gmail.com Dois dedos de prosa Este número traz depoimentos sobre a pandemia, vivida por pessoas ligadas aos Cultos de Matriz Afri- cana;émaisumacontri- buição de Campus/O Dia sobre o que vem sendo o Corona nas Alagoas, afetando o nosso cotidiano de forma perturbadora. Os contribuintes foram selecionados pelo Professor Dr. Clébio Araújo, a quem since- ramente agradecemos. Claro que agradecemos a todos os colaborado- res que nos deram seus textos e ao jornalista Enio Lins, de quem temos a sorte da capa. Vamos ler! Abraço, Sávio Almeida VIVENTES DAS ALAGOAS E A PANDEMIA (XVI)
  • 14. “ P a n d e m i a e C u l t o s d e Matriz Afri- cana se configura como um espaço democrático para a expressãodasdiferentespers- pectiva sob as quais os povos de terreiros e seus sujeitos vivenciam e compreendem este momento singular de isolamento social e enfrenta- mento da Covid-19. Nesse sentido, apresen- taremos artigos escritos pelos próprio atores e atrizes sociais que protagonizam o cotidiano dos terreiros alagoanos em suas práticas litúrgicas, saberes e fazeres cotidianos. São Yalorixás, Babalorixás, Ogãns e Ekedes, além de Yaôs que trazem a público sua visão de mundo, construída com base em sistemas culturais particula- res, onde a circularidade, a reciprocidade e a celebração da vida como sagrada predo- minam. Esses Xangozeiros e Xangozeiras, dispersos por todos os rincões de nossa anfíbia terra, trazem com suas vozes, cânticos e contos, valores e princípios que podem ressignificar a tragédia pandêmica e nos revitalizar a esperança de dias melhores. Na ótica do Axé, nada se esgota em si, tampouco se explica por si, pois natureza, ser humano e sagrado se interconectam como um só. Ao desfrutar desses textos, portanto é possível que nossos leitores e leitoras reavivam sentidos já esquecidos para a suas existências e, talvez, apren- dam com os terreiros que a verdadeira magia é o misté- rio de renascer em vida. A h, a Covid- 19! A prin- c í p i o e l a em mim surtiu um efeito devastador. Passei anos presa em mim, anos que meu movimento era de descida, atenta a dor que me alimentava, adoecendo espaços onde passava e pessoas próximas. Sim, pode-se dizer que eu atingi o fundo do poço. Como uma boa enten- dedora das forças da natu- reza, não apenas por ser do Candomblé, mas também por ter aquele lado Bruxa, entendo que existem ares de cura e eles chegam. E assim eles chegaram, mas, havia um vírus no meio do caminho e o momento dizia que eu tinha que continuar em casa, isolada, ou seja: o movimento deveria ser de mim para mim, novamente. Na primeira semana de isolamento fui demi- tida do meu emprego, só me restava correr para o mar, moro perto dele. Três, quatro semanas depois o decreto do governo me tirou o mar e, mais uma vez, eu caí. O que me valia todos esses dias era um grupo de Whatsapp onde residem oito mulheres, as conver- sas diárias com minha irmã e minha madrasta. Enfim, nós nos falamos todos os dias, os dias intei- ros: problemas, alegrias, agonias, música, dança, política e receitas, muitas receitas. Somos todas Bruxas. Este movimento iniciou em mim a ebulição, o enfervercer da minha espiritualidade muito mais forte e consequentemente da minha cura. Quando tudo parecia insuportável ao ponto de uma crise de ansiedade me levar às portas da UPA com meu companheiro enlouquecido para que eu recebesse atendimento, apoiado por vizinhos, quando tudo isso aconte- cia eu recebi do universo o colo, o embalar de um ser envolto em cuidados. A percepção da espiritu- alidade,desdeentão,vemse aprimorando. Impossível não entender que todo esse processo é racional. Sim, a fé é racional. Sustento esta tese quando em mim ela se aprimora no momento em que estudo a mim mesma (neste momento sou aten- dida em processo terapêu- tico espiritual). Explico: da mesma forma que descons- truo o formato da mulher socialmente construída até então buscando resolver meus medos e tomando consciência plena de quem sou, minha força vital se aprimora e entendo cada vez mais os sinais da espi- ritualidade nos rituais mais banais que possam ser desenvolvidos como passar um café, tomar meu banho diário, varrer a casa, molhar minhas plantas. O isolamento social me preencheu de amor e esse tom é o tom da espiritua- lidade para mim. Sou filha das águas do rio e do vento com um guerreiro voraz que conseguiu depois de esgotar quase todas as possibilidades forjar o ouro para sua amada. Meus Orixás são da estrada e o Covid-19, assim como a depressão, me fez enxergar que a estrada a percorrer está em mim. Eu sou minha estrada. Meu ponto de partida e minha chegada. O ar que eu própria respiro e a areia que sutilmente rasga a pele de meus pés. Hoje direciono minhas forças junto com práticas diversas. Sim, continuo no Candomblé e o reconheço como religião, mas para- lelo às suas práticas tenho como exercício a medita- ção diária, leituras sobre manifestações da espi- ritualidade em culturas diferentes, expondo uma compreensão holística do universo. Assim caminho, descon- truindo-me no isolamento e alimentando meu Orí com as pequenas certezas de amar e achar belo tudo o que meus olhos conseguem enxergar. Axé! CAMPUS 2 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Este suplemento foi coordenado pelo Prof.Dr.ClébioAraújo Quem é quem? CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092 Para anunciar, ligue 3023.2092 EXPEDIENTE ElianePereira Diretora-Executiva DeraldoFrancisco Editor-Geral Conselho Editorial JorgeVieira JoséAlberto CostaODiaAlagoas Prof. Dr. Clébio Correia OdéAkueran Ibadan Jexoamin Mônica Mônica Carvalho A pandemia e Cultos de Matriz Africana Para ler ouvindo Debaixo D’Água, de Arnaldo Antunes, na voz de Bethania Meu querido diário, Soube hoje que a peste assola o mundo e que já bate na porta de nossas cidades...(e a menina escrevia, enquanto a mulher sorria e a febre ardia)
  • 15. CAMPUS 3O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus. A ssim como as escolas e os eventos artísticos – dois dos ambien- tes nos quais transito – as casas de Axé fazem parte do primeiro grupo das ativida- des suspensas por conta da pandemia do Covid-19, e assim como ocorreu e ocorre nestes outros ambientes, o terreiro precisou se reinven- tar e se adaptar às impossibi- lidade deste período. Como só posso falar a partir de onde meus pés pisam, gostaria de compar- tilhar com o/a leitor/a um pouco do que temos feito no Terreiro de Umbanda Aldeia dos Orixás – o qual eu faço parte – para diminuir as distâncias entre nós nesse momento tão delicado. Sabemos que o Axé nos envolve, independente da distância física, mas como afro-religiosos, nossa fé é comunitária, está no cole- tivo, está no cuidado com as outras pessoas. Então, como fazer isso se no momento não podemos nos aproximar, nem abraçar as pessoas que amamos? Achamos uma resposta e uma possível solução para essa questão. Fechada há mais de 100 dias, a Aldeia dos Orixás vem buscando promover com aqueles que fazem parte da sua comu- nidade o que chamo de Aquilombamento Virtual, digo isso porque, dada a impossibilidade da realiza- ção de giras e atendimentos, estamos buscando manter nossos vínculos por meio do ambiente digital. Nossa proposta tem sido nos mantermos em contato uns com os outros, nem que seja uma vez por semana, usando de plataformas de videoconferência para reali- zarmos conversas que nem sempre tínhamos tempo durante o dia-a-dia. Para além de trocar conhecimento, existe aqui a preocupação com nossos mais velhos e nossos mais novos de ofere- cer conforto e um instante de comunhão, mesmo que por trás das telas de um compu- tador ou de um celular. Se somos um coletivo, se “eu sou porque nós somos”, então como lidar com esse Aquilombamento para além dos limites da virtualidade? Um dos caminhos que a Umbanda percorre é também o da caridade, e dentro de uma crise sanitária como a que passamos, para além da saúde espiritual, precisa- mos cuidar da saúde física e mental daqueles que por quais somos responsáveis energeticamente, para isso conseguimos nos estruturar em duas frentes de acolhi- mento. Uma delas com a cola- boração de psicólogos/as, assistentes sociais e demais profissionais de saúde volun- tários/as, assim conseguimos dar suporte e orientação para os médiuns da casa que testa- ram positivo para a Covid-19, já que muitas vezes o choque de informações atrapalha um tratamento mais eficaz. A segunda frente foi possível através de convênio com o Fundo Brasil de Direi- tos Humanos, conseguimos iniciar uma campanha virtual de manutenção dos terreiros e conscientização do povo de Axé sobre como comba- ter o avanço do coronavírus dentro de suas comunidades. Saindo do ambiente virtual, por meio do convê- nio conseguimos viabilizar a entrega de kits com materiais de limpeza, álcool gel, cestas básicas e máscaras – produ- zidas por outros terreiros parceiros – que foram distri- buídos para outras casas e também para asilos. Optamos por organizar esta ação neste formato para assim compartilharmos com nossosirmãoseirmãsdeféde outras casas parte do recurso para realização dessa ativi- dade,umavezquecostureiras ecostureirasqueconfecciona- ram as máscaras também são de terreiros, no sentimento de horizontalidade, na ideia de “onde come um come dois”, além da distribuição desses kits e das cestas básicas para o corpo mediúnico de outras casas. Compreendo que, assim como na Aldeia, outros tantos terreiros também têm prestado assistência às suas comunidades com maior eficácia do que os órgãos governamentais, principal- mente nas periferias, afir- mando mais uma vez que apesar dos ataques e perse- guições, as Casas de Axé são responsáveis pela manuten- ção e pela busca do bem estar das regiões do seu entorno. Independente de quanto tempoaindafiquemosimpos- sibilitados de nos encontrar emnossosolosagrado,omais importante é a consciência de que somos responsáveis uns pelos outros e que é a força da coletividade que nos levará à cura, ou pelo menos, a atra- vessar essa pandemia com um pouco de serenidade. Daniela Beny Professora deTeatro,especialista emAntropologia,doutoranda emArtes Cênicas e Iá-Criadeira doTerreiro de UmbandaAldeia dos Orixás em processo de consagração como Ialorixá O aquilombamento virtual e a solidariedade do Axé E s t a m o s passando por um momento difícil de uma pandemia mundial (Covid-19) infec- tando milhares de pessoas doentes, milhares que morre- ram e morrem todos os dias e aí vem o desemprego, a fome, o medo, o estresse, o desassos- sego, as dúvidas. Empresas fechadas, indústrias, escolas, comér- cio, as pessoas em quaren- tena sem poder respirar o ar livre de nossas belas praias. Outrosmorremsemassistên- cia médica, porque a saúde em Alagoas não tem suporte para atender todos os conta- minados pela Covid-19. Essas doenças do século passado voltando com vários sintomas e nomes diferentes, sem escolher a quem atingir, pobre, ricos, brancos, pretos, independente de posição social. Mas como sempre os humildes são os mais atingi- dos, são os filhos da miséria de um país que desce ladeira abaixo. Considero essa calami- dade revolta da natureza, pelos erros dos homens que não tem respeito a Deus, ou desconhece essa poderosa força e fazem o que querem, mas tenho certeza que tudo isso vai passar. Apróprianaturezaadverte ao homem o princípio de um fim que deve estar próximo, mas não sabemos o momento exato. Ainda temos tempo de praticar o bem nesse planeta. Estamos tristes e pensativos! C o m o p e d i r a o s “DEUSES” para acalmar essa situação? Nossos templos fechados, privados de atendimento ao público, nossas obrigações, nossos cultos, nossas festas, trabalhos espirituais, nossas curas aos necessitados com nossas ervas medicinais, banhos, chás, xaropes de folhas, raízes, sementes, entre cascos e a fumaça do nosso cachimboougaitaparaafastar ventos ruins para aqueles que nos procuram. O que fazer? Enfim, meu dever, junta- mente com os meus filhos, é, a princípio, colocar nossos joelhos sobre o solo sagrado ou colocar nossa cabeça (Ori) sobre a terra, receber a energia que nos contagia, nos regem e fazer nossas preces. Toda segunda-feira, reza- mos pela madrugada e, ao amanhecer, saímos em pere- grinação pelas ruas da cidade de Maceió com os balaios de Doboruns (pipocas), nossas baianas, acompanhadas com o nosso Ogã, saem jogando as flores para o grande rei da terra, Orixá responsável pela doença e a cura, em pedidos de perdão e assim continu- amos apenas com três ou quatro pessoas, com afir- mações de pontos, rezas, oferendas de paz, jejuns às sextas-feiras e assim segui- mos com o cumprimento do decreto governamental sem a abertura da nossa casa. Vamos vencer sim, somos de fé, resistentes e confiantes quechegaráavacinaparaesse vírus, creio que até dezembro. Teremos bons resultados que serão frutos de um grande reforço para além da nossa fé. Continuem usando máscaras, lavando as mãos, pois o vírus está em todos os lugares e a prevenção ainda é o melhor remédio. Respeitosamente, Mãe Mirian. (Yabinan de Nanã e Oxum). Arroboboi!! Mãe Mirian (Yabinan de Nanã e Oxum) Ilé N’iféOmi Omo PosúBétá (A Casa das Yabás)
  • 16. CAMPUS 4 O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de agosto I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br FICHA TÉCNICA CAMPUS COORDENADORIAS SETORIAIS L. Sávio deAlmeida Coordenador de Campus Cícero Rodrigues Ilustração Jobson Pedrosa Diagramação Iracema Ferro Edição e Revisão CíceroAlbuquerque Semiárido Eduardo Bastos Artes Plásticas Amaro Hélio da Silva Índios Lúcio Verçoza Ciências Sociais Renildo Ribeiro Letras e Literatura Visite o Blog do SávioAlmeida Q u a n d o f u i convidado a escrever esse pequenotexto,narrandocomo eu, sendo um Umbandista, estaria vivenciando a pande- mia da Covid-19, fiquei dias pensando o que colocar no papelequepudesse,paraalém de descrever essa experiência minha, individual e ao mesmo tempo coletiva, ser também um instrumento de levar para quem ler, uma palavra de otimismo e acolhimento. Desde que fui escolhido por Oxumaré, há cinco anos atrás, para cuidar de sua tran- queira no GUESB (Grupo União Espirita Santa Barbara), sob a liderança da nossa Ialo- rixá Mãe Neide Oyá D’ Oxum, queaminhatrajetóriatemsido atravessada por recorrentes desafios, planos, vitórias, bem como de constantes questiona- mentos sobre a minha própria caminhada enquanto um ser umbandista. Ao longo desse caminho, renúncias, perdas, ganhos, lágrimas, tristezas, alegrias, aceitação, negação, rejeição, tem provocado inúmeros questionamentos, muitos dos quais sem respos- tas prontas e imediatas. Diante dessa pandemia que estamos atravessando, os Orixás e as Entidades, tem sido então, o ponto de cone- xão que tem me orientado a fortalecer minhas próprias dores, meus próprios medos e angústias. São fundamen- tais na construção das minhas narrativas cotidianas, pois viver em isolamento, requer antes de tudo, fortalecer as nossas demandas emocionais, fortalecimento dos nossos vínculos afetivos com nossas famílias, nossos amigos, com pessoas que nos são próximas e que agora tem que se ocupar emprotegerasprópriasvidas. Neste sentido, eu posso sepa- rar esse meu atravessamento na pandemia em duas etapas ou experiências. A primeira delas se vincula ao espaço sagrado do GUESB. No início da pandemia, entre os meses de março até meados de maio, o terreiro foi meu abrigo, minha morada, meu recanto de acolhimento e também de ensinamento. Esses quase três meses que fiquei por lá, foram importan- tes para o meu fortalecimento espiritual, na compreensão do meu dever e do meu chamado enquanto umbandista, filho de Oxumaré. Durante a esta- dia por lá também, junto com a nossa Mãe Neide, Pai João Paulo, Pai Ogã Júnior, e alguns irmãos e irmãs, que assim como eu, também estão ainda passando o isolamento social por lá, decidimos acolher o máximo que pudéssemos, as famílias em situação de vulne- rabilidade agravada com a pandemia,comdistribuiçãode sopa (duas vezes na semana) e também através de cestas bási- cas. Entre uma atividade social e outra, pudemos ainda fazer algumas lives via redes sociais do GUESB, com o intuito de propagar e disseminar mensa- gens de fé, de esperança em dias melhores. Ao mesmo tempo que produzíamos pequenosvídeosquepostados, espalhavam orações e preces, pedindo aos Orixás discerni- mentodiantedasincertezasdo caminho, fortalecendo sobre- tudoanossaprópriafé,anossa própria missão e crescimento dentro do espaço sagrado. O silêncio, as memorias, as histórias dos antigos contadas através da nossa matriarca, se mesclavam com as nossas própriasrelaçõesestabelecidas durante esses intensos dias de convívio no terreiro. O segundo momento, se estabelece a partir do dia 18 de maio, quando eu deixo o terreiro e atravesso o país para desembarcar em Santa Cata- rina, e é aqui onde estou agora. Éaqui,desde2017,que eufaço o doutorando em Antropolo- gia,eéaquiquesãoampliados os sentimentos, os ensinamen- tos, que foram construídos nos meses anteriores dentro de terreiro. É aqui que o isola- mento se amplia e toma forma mais acentuada, pois o conví- vio coletivo cede lugar para a solidão, para acentuação do silêncio dos dias, agravados ainda mais pela chegada do inverno, dias frios, chuvosos, até com presença de ciclones, me fazem ainda mais ter que acreditar que algo maior e mais forte está me guiando e me protegendo. C o m o u m f i l h o d e Oxumaré, guiado também por Iansã, Obaluâe, Nanã e Tempo, acredito (e agradeço todos os dias por isso) que estamos sendo convidados e convidadas a experienciar um novo mundo, novas possibi- lidades de caminhar sobre a terra e que, por mais duro que tenha sido, viver longe de que amamos, por mais pesado que o fardo parece ser, por mais doloroso que seja, ver alguém partir sem receber as devidas homenagens, nós que aqui ficamos devemos traçar novos objetivos, novas metas, lançar nossos olhares sobre aqueles e aquelas que realmente preci- samdanossaatenção,donosso afeto e do nosso cuidado. Por fim, para além dessa conexão mais forte, mais apurada com os Orixás e meus guias espirituais, tenho escrito a minha tese, vivenciado meus dias com muita música, com muitadança,escrevendosobre minhas dores, minhas angús- tias, aprendendo também a fazer autorretratos, a ser mais forte e mais vivo em dias nublados,paraqueenfim,seja- mos todos acolhidos dentro de um forte e caloroso abraço. Me vistodebranco,quasetodosos dias, com meus fios de conta no pescoço, acendo velas e me ponho de joelhos saudando e louvando, me conectando à minha ancestralidade, que habita em todo lugar. Arroboboi!! Igor Luiz Rodrigues da Silva Yaó de Oxumaré do GUESB Nossos olhares sobre aqueles e aquelas M e u n o m e é L e i d e M a r i a Pereira Raymundo, tenho 48 anos e na religião sou iyagumekedy de oya filha de D’Niboó raízes Omoketa. O mundo parou e nos tornamos frágeis. Toda riqueza, arrogância e prepo- tência foi posta à prova. O mundo parou e talvez essa foi a única maneira de Deus e o sagrado nos chamar à razão para termos de volta à nossa fé, o nosso amor pelo próximo, a nossa empatia, e solidariedade para com nossos irmãos. A p a n d e m i a ve i o e com ela não houve esco- lhas entre o pobre ou rico, o branco ou negro, todas as etnias tiveram perdas irreparáveis. Perdemos pais, avós, amigos, irmãos e amores... mas ainda assim a ganância, o ego, e a arrogância assolou de tal maneira em nosso mundo, foi algo tão grandioso e triste pra nos chamar a aten- ção, que diante de Deus e dos nossos orixás, voduns e nkisis somos iguais e o que realmente importa não é o luxo, o glamour o “eu posso mais” ou o “eu tenho mais”, mas sim nossa fé, nosso amor, nossa união para quem está de fora quando nos olharem enxer- gar apenas o amor para com seu próximo sem importar se é rico, pobre, umbanda, candomblé, católico, evan- gélico, e sim apenas almas diante de Deus e das forças da natureza. Foi preciso tudo isso para acordamos e rever n o s s o s va l o r e s , n o s s a humildade, nossa união já muito esquecida, nossa fé reacendeu e nossa empatia cresceu. E hoje nos preocu- pamos com nossos irmãos de uma forma em geral. Fomos obrigados a parar, pensar, nos aproximamos de quem amamos e cuidar um dos outros. Também nos fez ver o quão pequenos e frágeis somos, e hoje temos o cuidado de nos proteger, proteger a quem amamos e a todos. Essa é minha opinião e a visão que tenho diante disso tudo que estamos vivendo. Leide Maria Pereira Raymundo Iyagumekedy de oya filha de D’Niboó raízes Omoketa Foi preciso tudo isso para acordamos