Iemanjá é uma orixá africana associada às águas do mar e sincretizada com entidades indígenas e europeias ligadas à água. Ela é considerada a mãe protetora das águas e dos que delas dependem para a sustentabilidade econômica e cultural. Sua preservação é essencial para a manutenção das tradições dos povos de matriz africana e de todos aqueles que se identificam com sua representação materna.
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I ENCONTRO SOBRE A PRESERVAÇÃO DA CULTURA AFRO EM SÃO MIGUEL DO GUAMÁ - PA
1.
2. IEMANJÁ: FÉ
• Orixá africano, cujo nome deriva da
expressão iorubana Yéyé omo ejá ("MÃE
CUJOS FILHOS SÃO PEIXES"), identificada
no jogo do merindilogun pelos
odus Ejibe e Ossá;
• Orixá é, sobretudo, uma força dinâmica da
natureza = IEMANJÁ = ÁGUAS DO MAR;
• Iemanjá é tida como a senhora das águas
salgadas, sincreticamente associada à
entidade ameríndia MÃE-D’ÁGUA, às
SEREIAS de origem europeia e as IARAS.
Nesses paralelismos ainda podemos
encontrar a “Iemanjá brasileira” como
JANAÍNA (BARBOSA; FARIAS; HENRY, 1988,
p. 79).
3. • O que têm as Sereias Janaína, Iemanjá e a
Virgem Maria em comum é o simbolismo
das ÁGUAS MATERNAIS, pois as águas do
rio, dos mares são “para todos os homens
um dos maiores, um dos mais constates
símbolos maternos” (BACHELARD, 1997, p.
120),
que
seduz-nos,
embala-nos,
“devolve-nos a nossa mãe” (IDEM, p. 136),
seja ela Janaína, Kianda, Nossa Senhora,
Iemanjá etc.
• Diante disso, emerge a questão: sendo as
águas maternais, que tratamento estamos
dando a essa nossa mãe?
• Os devotos pedem que Oxum, senhora das
águas doces (RIOS), encaminhe as ofertas
a senhora das águas salgadas, Iemanjá: EIS
A LÓGICA-RITUAL DOS FESTIVAIS A
IEMANJÁ NA AMAZÔNIA!
4. • “Yemanjá, no mesmo período, porém nas
‘praias salobras’ do Mosqueiro, onde somente
se pode cultuar Iamin-Odó, uma espécie de
Yemanjá que ‘navega naquelas águas’, isto
é, que reina nas águas doces e salobras.
Quando isto acontece, faz-se necessário
‘arriar’ inicialmente uma ‘obrigação’ para
Oxum, com a finalidade de agradá-la e pedir
sua permissão para se homenagear Yemanjá
nas suas águas. Em se tratando de
Mosqueiro, as praias mais apropriadas para o
ritual estão localizadas na orla da Baía do
Sol,
destacando-se
as
praias
do
Marahu, porque se acredita que ali existe
muita ‘mironga’ (mistério) oriunda ainda no
tempo da escravatura. Observa-se, assim, que
nas ‘águas do Pará’, a partilha Yemanjá = água
salgada versus Oxum = água doce não é
rígida, pois na tradição da ‘Mina Paraense’
Yemanjá incorpora ou se sobrepõe como uma
espécie de rainha de todas as águas, enquanto
que Oxum se mantém rainha específica das
águas dos rios e demais águas doces.
(BARBOSA; FARIAS; HENRY, 1988, p. 81).
5.
6. IEMANJÁ: SUSTENTABILIDADE
• Sendo Iemanjá, senhoras das águas do mar, “mãe de
todas
as
cabeças”
(segundo
tradição
iorubana), senhora das águas grandes, representativo
da FORÇA DE TODAS AS ÁGUAS, ela precisa ser
preservada pelos povos que tiram sustento por meio
de suas águas;
• Nas águas de Iemanjá: escoação de produto das olarias
(e outros transportes comerciais e de pessoas = o rio é
uma rua!), cultivo da pesca de subsistência e
industrial, atração turística e para veraneio (período de
aquecimento da economia das regiões praianas).
7. O MELHOR ITEM DE CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO
PARÁ VEM DE SÃO MIGUEL, É ESCOADO PELO RIO.
IMAGINE A NÃO-PRESEVAÇÃO DESSE RECURSO
(POLUIÇÃO, BAIXO NÍVEL DE ÁGUA ETC.), QUE
PREJUÍZOS TERÍAMOS PARA NOSSA ECONOMIA E PARA
NOSSO POVO?
8. • Povos de matriz africana ensina a preservação
dos recursos naturais, não com a finalidade
ecológica, mas sim de manutenção da tradição:
SEM ÁGUA, IEMANJÁ MORRE E SEU CULTO
TAMBÉM!
• A DESTRUIÇÃO DA ÁGUA SIGNIFICA A
DESTRUIÇÃO
DA
FÉ
DE
QUALQUER
CULTURA/POVO!
• IEMANJÁ É O REPRESENTATIVO DA FIGURA DA
MÃE.
• IEMANJÁ NÃO É MAIS EXCLUSIVIDADE DOS
AFROS, MAS DE TODOS AQUELES QUE SE
INDENTIFICA COM A FIGURA MATERNA DESSA
FORÇA DA NATUREZA.
9. • Feliz do povo que luta pela
preservação de sua tradição,
história,
identidade,
memória: SERÁ SEMPRE UM
POVO LEMBRADO!
• Devemos todos colaborar
com
a
proteção
do
patrimônio cultural, imaterial
de
nossa
cidade,
se
quisermos
salvaguardar
nossa tradição e exigir
políticas públicas dos órgãos
gestores para esse fim.