1. Leão Marinho
O veículo que não tem foca
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TU CIDADANIA
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SOCIEDADE
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D EMO POLÍTICA
2. Editorial
Nononono no n on ononono
nono non on on ono no no non ono
n Nononono no n on ononono nono
non on on ono no no non ono n No-
nonono no n on ononono nono non
on on ono no no non ono n Nonono-
no no n on ononono nono non on on
ono no no non ono n Nononono no n
on ononono nono non on on ono no
no non ono n
Nononono no n on ononono
nono non on on ono no no non ono
n Nononono no n on ononono nono
non on on ono no no non ono n No-
nonono no n on ononono nono non
on on ono no no non ono n Nonono-
no no n on ononono nono non on on
ono no no non ono n
Nononono no n on ononono
nono non on on ono no no non ono
n Nononono no n on ononono nono
non on on ono no no non ono n No-
nonono no n on ononono nono non
on on ono no no non ono n
Nononono no n on ononono
nono non on on ono no no non ono
n Nononono no n on ononono nono
non on on ono no no non ono n No-
nonono no n on ononono nono non
on on ono no no non ono n Nonono-
no no n on ononono nono non on on
ono no no non ono n Nononono no
n on ononono nono non on on ono
no no non ono n Nononono no n on
ononono nono non on on ono no no
non ono n Nononono no n on ono-
nono nono non on on ono no no non
ono n Nononono no n on ononono
nono non on on ono no no non ono
n Nononono no n on ononono nono
non on on ono no no non ono n No-
nonono no n on ononono nono non
on on ono no no non ono n Nonono-
no no n on ononono nono non on on
Expediente ono no no non ono n Nononono no
n on ononono nono non on on ono
no no non ono n Nononono no n on
ononono nono non on on ono no no
non ono n Nononono no n on ono-
nono nono non on on ono no no non
ono n Nononono no n on ononono
nono non on on ono no no non ono
n Nononono no n on ononono.
2
3. TÍTULO TÍTULO TÍTULO TÍTULO
Luciano Zarur, 46 anos, formado em Jornalismo, com pós- graduação e mestrado em Filo-
sofia. Ele que trabalha na área de jornalismo cerca de 20 anos, professor a mais de 15 anos,
concede entrevista a Revista Leão Marinho. O tema abordado nesta entrevista é o papel jorna-
lístico, histórico das Organizações Globo, princípios editoriais e sua
passagem na redação do grupo Marinho.
Qual é a sua opinião sobre o Após o militarismo, como
jornalismo praticado pelas você analisa o papel político
organizações Globo? da Globo?
Zarur _ As organizações Glo- Zarur _ Depois da democra-
bo é uma marca muito impor- cia, a nova república do go-
tante no jornalismo e também verno Sarney e os governos
naquilo que se declarou comu- que o sucederam, Collor em
nicação e cultura de massa. O seguida, o impeachment e
Jornal O Globo tem mais de Fernando Henrique Cardo-
80 anos. Já há muito tempo é so, as Organizações Globo
um dos principais periódicos se pautam por quase 9 anos
de imprensa no Brasil. Contu- sobre oposição ao gover-
do, em suas primeiras décadas no de esquerda capitaneados
não era, havia concorrência por Lula e agora por Dilma
maior, pois aqui no Rio de Ja- Roussef. Apoiadores sempre
neiro era a capital federal e do PSDB, caracterizando um
o Jornal do Brasil sempre foi apoio de sua linha editorial, o
um periódico mais importan- Legenda Legenda Legenda jornal de direita, deixa trans-
te. Desde que o JB, há uns 20 parecer, que assim como foi
anos para cá começou a ter proble- estação de rádio, ainda no Estado na ditadura, o seu apoio ao par-
mas financeiros e teve mudança, nos Novo de Getúlio Vargas, em 1944. tido, chamada social democracia.
pretentores do periódico, O Globo Em 1964, após o golpe militar, ob-
foi avançando e se tornou o princi- teve também a licença de um canal FOTOS: CREDITO
pal do Rio de Janeiro e um dos me- do Estado para explorar a parte co-
lhores do país, ao lado da Folha de mercial de televisão, que veio a se
São Paulo e Estadão. chamar TV Globo. Presta um bom
serviço na área de entretenimento e,
Como que você analisa o histórico desde sempre, o competente empre-
da Rede Globo? sário Roberto Marinho, formado em
jornalismo, se alinha aos governos
Zarur _ As organizações Globo e os de ocasião. Alguns líderes mencio-
órgãos de imprensa que pertencem nam isto, como Chateaubriand (As-
a ela, eu diria, têm no mínimo uma sis), que teve problemas com o mili-
historia controvérsia. Irineu Mari- tarismo por denunciar a TV Globo,
nho tinha o jornal que se chamava e o grupo estadunidense TIME
“A Noite”. Depois fundou O Glo- Wafe, por ejetar dinheiro para fazer
bo e logo depois faleceu. Então, o uma televisão que fosse “simpáti-
jovem Roberto Marinho, assumiu ca, amiga, ao regime militar”. Com
o jornal e teve a competência de isso, a TV entrou no ar quase que
torná-lo extremamente importante precisamente um ano ano depois do
para o Brasil. Em seguida conse- golpe, ou seja, foi parceira mesmo
guiu a concessão para operar uma do regime ditador. Legenda Legenda Legenda
3
4. Como você analisa a Carta de
Princípios Editoriais proposta pe-
las Organizações Globo?
Zarur _ Está bem redigido. As inten-
ções parecem ser as melhores possí-
veis, e eu que trabalhei no jornal O
Globo, na rádio CBN e na TV Glo-
bo e posso dar um depoimento com
alguma propriedade. Eles têm seu
manual de ética profissional, e me
parece que isto já vem até com cer-
to atraso. Talvez se cause estranha-
mento que isto venha sido gestado
por tanto tempo e venha a público,
agora. Muitos dos tópicos aqui são
de uma obviedade absoluta. Qual-
quer estudante de jornalismo sabe-
ria. Nós da graduação universitária Legenda Legenda Legenda
de jornalismo, estudamos ética pro-
fissional, ética filosófica, sabemos
o que deve ser a fundamentação do
“Olho olho olho vel é uma fraude efetivamente, como
é algo negativo. E 129 medidas em
jornalista, que mesmo que trabalhe
como uma imprensa particular ele é
Olho olho olho 2001, quem legislou no governo foi
FHC. Ah! É um detalhe? No proces-
um agente público que visa melho-
rar a cidadania, ajudar a sociedade
Olholho olho so para o receptor da mensagem, o
leitor do jornal Globo, o que ficará,
a se desenvolver com seu trabalho
e apuração das informações, pu-
Olhoho olho se algo se mantiver na sua memória,
será que tal presidente equivocada-
blicação. Contudo, saibamos que
existem alguns princípios óbvios Olho olho olho mente Lula, que foi quem mais usou
medidas provisórias, quando na ver-
no jornalismo, como por exemplo,
a questão da chamada linha edito- Olho oolho” dade em 2001, era o penúltimo ano
do governo do Social Democrata.
rial, que vejo como algo importan-
te sim. Eu só não sei se esta sendo 2010, teriam usado mais as medidas Você trabalhou na Rede Globo?
posto em pratica. provisórias, ou seja, teriam tentado Como foi sua passagem?
mais governar sem ter de esperar
Você tem algum exemplo que com- que o congresso legislasse e fizes- Zarur _ Sim. Eu não fui ser jorna-
prova a lealdade ou a deslealdade? se as leis. E aqui há um equivoco. lista para trabalhar na Globo, ali-
Uma reportagem principal do jor- ás eu nem pensava em televisão.
Zarur _ Um exemplo há alguns me- nal, em que o ano em que houve o Na década de 80, decidi a ser jor-
ses antes de ir a público o editorial, maior número de medidas provisó- nalista. Entrei na faculdade aos 18
que o jornal O Globo cometeu um rias foi 2001, que foi posto na conta anos e gostaria de trabalhar no JB.
erro colossal, uma fraude ao fazer de Lula. O ex-presidente Fernando Tinha pretensão de ser correspon-
uma reportagem domingo chama- Henrique que teve o mandato do dente em Paris, embora eu tivesse
do carta, ou seja, a principal ma- mesmo tamanho, dois mandatos na me formado em francês, Inglês, es-
téria daquela edição, do dia 15 de verdade de 95 a 2002, eleito e ree- panhol e italiano. Mas comecei até
maio de 2011. Desde o congresso leito, e no ano de 2001 atingiu 129 a lecionar nesta área no laboratório
do Holding, o legislativo estaria a medidas provisórias e o pico mais de idiomas da UERJ. Fui para no
deixar que o executivo fizesse o seu alto da estatística. No entanto, o pe- jornal Globo através de uma prova
trabalho, então, em entrevista a al- riódico informa que o governo Lula para estagiários de cultura geral,
guns parlamentares, o jornal traça como tido 10 anos, de 2001 a 2010. uma redação e uma entrevista com
um gráfico, sobre quais presiden- Deve ter sido uma falha? Sim. Eu um dos editorialistas que está lá até
tes de Sarney até Lula, de 1989 a diria que é menos provável. O possí- hoje. E eu passei entre centenas de
4
5. “Olho olho olho
Olho olho olho
Olholho olho
Olhoho olho
Olho olho olho
Olho oolho”
rito dos governos de PT. Por exem-
plo, redução do desemprego: eles
procuram uma minúcia para dizer
que embora nunca tenha existido
Legenda Legenda Legenda tanto emprego como agora a maio-
ria das vagas que há não é de alto
candidatos, só 28 foram aprovados. salário. O que eu costumo dizer é:
Comecei como repórter iniciante, pergunte a um desempregado se ele
acompanhando repórter, escreven- estaria melhor parado esperando
do meu texto, depois trabalhei na algo melhor? Enfim a pessoa pre-
Agencia de Notícias fui repórter, cisa sobreviver. Manter o naciona-
chefe de redação da antiga agên- lismo mantido pelo partido e suces-
cia de Esporte Express, que hoje em sivamente pela presidente Dilama,
dia faz parte do Lance. Fui para TV enfim, acho que está muito difícil
Globo, depois de trabalhar na tele- trabalhar lá. Mas eu não tive essa
visão Manchete, onde aprendi muito experiência porque trabalhei lá en-
sobre televisão. Fui para o jornal tre 1994 a 1998. Com o governo do
O Globo e era repórter de bairro. PSDB era tudo mais simples, mais
Já profissional, a TV Globo me cha- fácil, o objetivo deles era falar bem,
mou para fazer o curso lá dentro de não criticar.
reportagem e edição, eu já houvera
sido produtor e editor de texto na O que você espera dos princípios
Manchete, mas repórter não. Então, editoriais para a sociedade?
depois a emissora, me mandava co-
brir missões no interior, antiga Ser- Zarur _ Não espero efetivamente
ra Mar, Friburgo, Teresópolis, eu nada. Não creio que haja nenhu-
“Olho olho olho
era professor, com isso, não conse- ma guinada editorial no sentido de
gui conciliar. sermos ontologicamente corretos,
porque é isso que o público quer.
Como você se sentia na Redação? Olho olho olho Tomara que eu esteja enganado. Há
Você tem algum relato de mudan- muita pressão aos jornalistas que
ças de lá para cá? Olholho olho querem desenvolver seu trabalho
corretamente e são pressionados
Nunca sofri nenhum tipo de censu- Olhoho olho por chefias diretorias a editoriali-
ra direta, mas hoje em dia sei que é zar a sua noticia.
muito difícil trabalhar lá, por relato
de colegas por conta de ser difícil
Olho olho olho
extrair algo positivo de uma notícia
negativa que tenha sido algum mé-
Olho oolho”
5
6. TÍTULO TÍTULO
Texto de apresentação texto de apresentação texto de apresentação texto de apresentação
texto de apresentação texto de apresentação texto de apresentação texto de apresentação
Correção é aquilo que dá “ “Em aspectos gerais a tentativa de melhorar a credibilidade ou projetar
uma imagem e reputação positiva é uma tendência de todas as organizações de
credibilidade ao trabalho jor-
comunicação, não só a Globo.”
nalístico: nada mais danoso
para a reputação de um veí- “A perda de credibilidade de qualquer organização que tenha uma parti-
culo do que uma reportagem cipação efetiva na sociedade está acontecendo principalmente pelo novo paradig-
ma comunicacional que desenvolve cidadãos, já não tão submissos aos desman-
errada ou uma análise feita a dos e arrogância das organizações.”
partir de dados equivocados.
“Hoje, não somos mais, somente, receptores, mas produtores de conte-
údo que trocam idéias e opiniões criam fóruns de discussões, graças a interface
democrática da WEB. Sendo assim, existi essa tendência do mercado em criar ca-
Deve-se perseguir o furo nais de comunicação de acordo com as particularidades dos públicos de interesse
com objetivo de projetar e consolidar uma imagem e reputação positiva, que na
jornalístico, a informação maioria das vezes não condiz com o que se efetivamente faz.”
exclusiva, em primeira mão,
mas jamais se descuidar Ricardo Bressanm,
dos outros atributos da in-
formação de qualidade: a
isenção com que é produzida,
ouvindo-se todos os lados
nela envolvidos, e a correção
dos dados nela apresentados.
Notícia errada ou enviesada
falta imagens!
não é furo; é um golpe na
credibilidade do veículo;
“ “Os veículos de comunicação são empresas de comunicação, elas aten-
“O jornalismo é aquela dem os interesses comerciais de seus donos. E a Globo não é diferente disto. Ela
atende aos interesses econômicos políticos e financeiros da Rede Globo e faz
atividade que permite um jornalismo baseado nisto e não baseado no que realmente deveria ser a questão
primeiro conhecimento de da mediação.”
todos esses fenômenos, os
complexos e os simples, com “O poder de fiscalização, chamado quarto poder, deveria ser obrigação
da mídia, tornar público os acontecimentos, mas este poder acaba que simples-
um grau aceitável de fidedig- mente se torna mais um poder.”
nidade e correção, levando-se
em conta o momento e as cir- Ivana Gouveia, 43 anos, mestre em comunicação e cultura
cunstâncias em que ocorrem. e coordenadora de jornalismo da Faculdade CCAA
É, portanto, uma forma de
apreensão da realidade.”
6
7. TÍTULO TÍTULO
“Pratica jornalismo todo
“Segundo a Legislação Brasileira, o jornalismo é um serviço voltado ao meio veículo cujo propósito cen-
social, para a nação. Portanto é uma prestação de serviço “municiar” a sociedade tral seja conhecer, produzir
com informação.”
“Em minha tese de doutorado, derrubei muitos mitos do jornalismo, como a conhecimento, informar. O
imparcialidade e a subjetividade; e o que a Globo tinha como pensamento era veículo cujo objetivo central
que a verdade era a matéria prima do jornalismo. Mas agora, estão priorizando seja convencer, atrair adeptos,
a realidade como coisa explorada. Não há mal algum em tomar parte das coisas,
defender uma causa, faz pro-
pois acho absolutamente normal o veículo ter uma determinada posição política
e manifestar isso, portanto que seja no lugar correto, ou seja, no editorial ou em paganda. Um está na órbita do
artigos. O que não acho errado é manifestar no lugar da notícia, pois assim dis- conhecimento; o outro, da luta
torce os fatos para chegar a posição do veículo. Não é ético misturar informação político-ideológica.
com opinião”.
Peri Cota, jornalista, professor e coordenador do curso de jornalismo
das Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA).
“Isenção é a palavra-cha-
ve em jornalismo. E tão pro-
blemática quanto “verdade”.
Sem isenção, a informação
fica enviesada, viciada, perde
qualidade. Diante, porém,
da pergunta eterna – é pos-
sível ter 100% de isenção?
“As informações precisam ser sempre apuradas e aprofundadas, para que não
seja dada margem a dúvidas e contradições. A credibilidade é primordial.”
– a resposta é um simples
não. Assim como a verdade é
“Já houve, como sabemos, manipulação, principalmente, quando falamos do inexaurível, é impossível que
período das Diretas Já e da era Collor, apesar dos mais ferrenhos defensores da alguém possa se despir total-
“Vênus platinada” negarem e mascararem um pouco esses acontecimentos. Po-
rém, a partir do governo FHC, essas questões começaram a mudar um pouco, pois mente do seu subjetivismo.”
a ética e a democracia começaram a ser mais levadas em consideração”.
“O Jornalismo foi obtendo uma essência mais investigativa e defensora dos “Nenhum veículo das
direitos da sociedade. A cidadania, a ética, o combate à corrupção, foram sendo Organizações Globo fará
cada vez mais incorporados aos meios midiáticos, até se tornarem o que são hoje, uso de sensacionalismo, a
não só meios de informação, mas também, de revelação de falcatruas, tornando-se
deformação da realidade de
defensores da verdade, contribuindo para uma maior transparência. A imprensa
está mais livre, estando em seu pleno direito”. modo a causar escândalo e
explorar sentimentos e emo-
“Qualidade é essencial e a sede pelo “furo” pode descambar para uma informa- ções com o objetivo de atrair
ção incompleta e precipitada. O fato precisa ser mostrado, mas, posteriormente,
deve ser destrinchado para uma melhor compreensão da notícia”.
uma audiência maior. O bom
jornalismo é incompatível
Felipe Simão, 29 anos, Jornalista. Editor-chefe da Folha Dirigida com tal prática. Algo distinto,
e legítimo, é um jornalismo
popular, mais coloquial, às
vezes com um toque de hu-
mor, mas sem abrir mão de
informar corretamente”
7
8. O QUE É JORNALISMO?
Por Camila dos Reis Santos
Os três poderes da Repú- Periodicidade - consiste
blica, o legislativo, o judiciá- no espaço de tempo fixo e
rio e o executivo, têm como determinado entre uma edi-
objetivo organizar a socie- ção e outra de um veículo
dade para garantir os direi- jornalístico. Há jornais diá-
tos dos cidadãos. Segundo o rios, semanais e até mensais,
historiador Rainer Sousa, o mas é a regularidade que de-
Poder Executivo tem a fun- fine a periodicidade.
ção de observar as demandas Atualidade – consiste
da esfera pública e garantir na veiculação de notícias
os meios cabíveis para que atuais, ou seja, fatos que te-
as necessidades da coleti- nham acontecido no espaço
vidade sejam atendidas no de tempo entre uma edição e
interior daquilo que é deter- outra do jornal.
minado pela lei. Por sua vez, Publicidade – é a capaci-
o Poder Legislativo congre- dade que um veículo tem de
ga representantes políticos tornar os assuntos públicos.
que estabelecem novas leis. Universalidade – Con-
Dessa forma, ao serem elei- siste na diversificação dos
tos pelos cidadãos, os mem- assuntos que devem ser vei-
bros do legislativo se tornam culados em jornal.
porta-vozes dos anseios e in- Em síntese a notícia é
teresses da população como um relato de fatos ou acon-
um todo. Além de poder fis- tecimentos atuais de inte-
calizar o cumprimento das resse e importância para
leis por parte do Executivo. sociedade. Ela não é um
O Poder Judiciário tem por acontecimento, ainda que
função julgar, com base nos assombroso, mas a narração
princípios legais, de que for- desse acontecimento.
ma uma questão ou problema O jornalismo é dotado de
será resolvido. três teorias, a Teoria do Espe-
O Jornalismo é o Quarto lho, A teoria Organizacional
Poder. Tem o papel de guar- e a Teoria do Newsmaking.
dião dos direitos dos cida- A Teoria do Espelho pres-
dãos e atua na mediação de supõe que as notícias são
tornar público o que é pú- como elas são, porque a rea-
blico. A expressão foi cria- lidade assim as determina.O
da para qualificar, de modo dever do jornalista é de in-
livre, o poder das mídias ou formar e informar significa
do jornalismo em alusão aos outros três poderes do Estado buscar a verdade acima de qualquer coisa.
democrático. Se referindo a uma multiplicidade de formas “É para contornar essa simplificação em torno da
de fazer jornalismo, as Organizações Globo publicam o que “verdade” que se opta aqui por definir o jornalismo
é o “seu” jornalismo: como uma atividade que produz conhecimento. Um co-
“De todas as definições possíveis de jornalismo, a que as nhecimento que será constantemente aprofundado, pri-
Organizações Globo adotam é esta: jornalismo é o conjunto meiro pelo próprio jornalismo, em reportagens analíti-
de atividades que, seguindo certas regras e princípios, pro- cas de maior fôlego, e, depois, pelas ciências sociais,
duz um primeiro conhecimento sobre fatos e pessoas.” em especial pela História. Dizer, portanto, que o jorna-
O jornalismo tem a notícia como sua matéria prima. A lismo produz conhecimento, um primeiro conhecimen-
notícia tem como principais características a periodicidade, to, é o mesmo que dizer que busca a verdade dos fatos.”
atualidade, publicidade e universalidade. Organizações Globo.
8
9. TÍTULO TÍTULO
Pela Teoria Organizacional, o quanto a evolução futura.
trabalho jornalístico é dependente Quanto ao grau e nível hierárqui-
dos meios utilizados pela organi- co das pessoas envolvidas, estamos
zação. E o fator econômico é exa- falando de pessoas públicas. Veja-
tamente o mais influente de seus mos as considerações para estes:
condicionantes. O jornalismo é um _ “Pessoas públicas – celebrida-
negócio e como tal busca o lucro. des, artistas, políticos, autoridades
Por isso a organização está mais religiosas, servidores públicos em
fundamentalmente voltada para o cargos de direção, atletas e líderes
balanço contábil. empresariais, entre outros – por de-
A Teoria do Newsmaking é finição, abdicam em larga medida de
constituída através dos critérios de seu direito à privacidade. Além dis-
noticiabilidade. Isto é, fatores que so, aspectos de suas vidas privadas
influenciam a produção de notí- podem ser relevantes para o julga-
cias. Diante da imprevisibilidade mento de suas vidas públicas e para
dos acontecimentos, as empresas jornalísticas precisam a definição de suas personalidades e estilos de vida e, por
colocar ordem no tempo e no espaço. Para isso, estabe- isso, merecem atenção. Cada caso é um caso, e a decisão
lecem determinadas práticas unificadas na produção das a respeito, como sempre, deve ser tomada após reflexão,
notícias e dessas práticas que se faz ocupar a teoria do de preferência que envolva o maior número possível de
newsmaking. Dentre os critérios de noticiabilidade estão pessoas” Organizações Globo.
os critérios relativos ao conteúdo, critérios relativos ao Já nos critérios relativos ao produto, deve-se levar em
produto e os critérios relativos ao público. conta a brevidade e objetividade; atualidade e novidade;
Nos critérios relativos ao conteúdo deve-se levar em qualidade da história a ser contada; equilíbrio e capaci-
conta o grau e nível hierárquico das pessoas envolvidas dade de entretenimento.
no acontecimento; impacto sobre a nação e seu interesse Quanto a atualidade e novidade entramos no assun-
nacional; quantidade de pessoas envolvidas no aconteci- to agilidade, que é de vital importância para o exercí-
mento.; relevância e significatividade do acontecimento cio da profissão.
TÍTULO TÍTULO
Para as Organizações Globo seus bais” do jornalismo atuam de maneira transparentes em suas ações e em
profissionais devem estar afinados tendenciosa, manipuladora as infor- seus propósitos”.
com isenção, agilidade e correção. mações para interesses particulares, Dentre outros, os princípios Pau-
A indicação veio através da carta de como políticos e econômicos. ta o mito da imparcialidade no jor-
princípios. Mas embora tenham sido Ao expressarem o que pensam nalismo carta faz referencia a este
divulgadas em agosto com grande re- dos profissionais “globais”, alguns assunto. “Os veículos jornalísticos
percussão, uma enquete com os alu- estudantes entrevistados se manifes- das Organizações Globo devem ter
nos da Facha Méier comprovou que taram dizendo: a isenção como um objetivo cons-
maioria não leu e nem sabe do que - “Tecnicamente eficientes, mas a ciente e formalmente declarado.
se trata. ética nem sempre é exercida com o Todos os seus níveis hierárquicos,
Foram ouvidos 60 alunos dos cur- profissionalismo”. nos vários departamentos, devem
sos Jornalismo e Publicidade, sendo - “Grandes profissionais, mas em levar em conta este objetivo em to-
que 46% afirmaram não conhecer o sua maioria, marionetes articuladas das as decisões”.
conteúdo carta. Porém mais de 60 % pelos princípios da organização”. Os estudantes na pesquisa não
concorda que os profissionais da casa No editorial é imposto que o pro- concordam com a carta, pois aponta-
são excelentes, talentosos, compe- fissional deve sempre ser isento e ram que 83,3% acreditam que a rede
tes dentre outras qualidades, mas que leal com a informação. “Os veículos Globo é parcial, logo 16,7% acha que
15%, portanto, acreditam que os “glo- das Organizações Globo devem ser é imparcial.
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