PIB, empregos e exportações da cadeia da soja e biodiesel

EXECUÇÃO: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da
Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq)
Coordenação:
Dr. Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros – Coordenador científico do Cepea.
Dra. Nicole Rennó Castro – Professora Esalq/USP, Pesquisadora Doutora do Cepea.
Equipe:
Dr. Rodrigo Peixoto da Silva, Pesquisador Doutor do Cepea.
Me. Fernanda Cigainski Lisbinski, Pesquisadora do Cepea.
Dr. Arlei Luiz Fachinello – Professor UFSC, Pesquisador Doutor do Cepea.
Dra. Adriana Ferreira Silva – Professora UFG, Pesquisadora Doutora do Cepea.

APOIO FINANCEIRO E TÉCNICO Associação Brasileira das Indústrias de Óleos
Vegetais (Abiove)
Equipe:
Dr. André Meloni Nassar – Presidente-executivo da Abiove
Dr. Daniel Furlan Amaral – Diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e Associação Brasileira das
Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Cadeia da soja e do biodiesel: PIB, empregos e
comércio exterior – Primeiros Resultados e metodologia. 2023. Disponível em: <
https://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-da-cadeia-de-soja.aspx>

Fonte Icones: The noun project
Aspectos metodológicos
PIB, emprego e comércio exterior
O projeto Abiove-Cepea
Considerações finais

O projeto Abiove-Cepea

O PROJETO ABIOVE-CEPEA
Objetivo do projeto:
A cadeia da soja e do biodiesel é a 1ª cadeia agropecuária brasileira em
termos de geração de PIB e de divisas, além de ser uma grande empregadora.
Esse projeto tem como objetivo a geração de dados macroeconômicos sobre
essa cadeia produtiva – algo imprescindível considerando sua dimensão,
impacto e potencial.
Espera-se com tais informações subsidiar os tomadores de decisão nas esferas
privada e pública, contribuindo para formulação de políticas nas dimensões
econômica, social e ambiental.

Informações geradas:
• PIB: informações anuais (2010 em diante) do PIB da cadeia produtiva – pelas
óticas do volume, preços relativos e renda real.
• Emprego: informações anuais (2012 em diante) do número de pessoas
ocupadas na cadeia produtiva, seu perfil (formalização, escolaridade e gênero) e
rendimentos do trabalho recebidos.
• Comércio exterior: informações anuais (2010 em diante) sobre exportações,
importações e saldo comercial da soja em grão, farelo de soja, óleo de soja,
biodiesel, glicerol e proteína de soja, identificando os principais parceiros
comerciais do Brasil, as principais regiões de origem das exportações e a
composição da pauta de exportações dessa cadeia produtiva.

Objetivo da apresentação:
Apresentar os principais pontos do relatório completo “PIB, Emprego e
Comércio Exterior na Cadeia da Soja e do Biodiesel”, em que constam as
séries históricas inéditas dos indicadores calculados e o detalhamento
metodológico.
Esse relatório e os dados resultantes do projeto podem ser acessados no
site do Cepea: https://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-da-cadeia-de-soja.aspx

Aspectos metodológicos

ASPECTOS METODOLÓGICOS
Para a mensuração do PIB e da geração de empregos pela cadeia
produtiva da soja e do biodiesel foram aplicadas as respectivas
metodologias próprias do Cepea.
Consolidadas
Aplicadas desde 1990 no caso do PIB e
desde 2017 no dos empregos, para o
agronegócio como um todo, de
estados específicos e outras cadeias
Lastreadas no IBGE
Garantindo a comparabilidade dos
números e a aderência das
estatísticas da cadeia produtiva às
nacionais.
Amplamente aceitas

Insumos: atividades fornecedoras de insumos para a produção de soja.
Soja (agricultura): produção de soja dentro da porteira.
Agroindústria: Óleo e Farelo (esmagamento + refino): óleos vegetais em bruto ou refinados e farelos
a partir da soja.
Rações: parcela da indústria de rações, relativa à participação do farelo de soja.
Biodiesel: biodiesel, independentemente da matéria-prima.
Insumos Soja (agricultura)
Óleo e Farelo
(esmag. e refino)
Biodiesel
Rações (de soja)
Agrosserviços
Agrosserviços: serviços gerais executados ao longo da cadeia produtiva para a movimentação dos
produtos in natura e processados tendo como finalidade atender à demanda final por bens domésticos.
Importante: há subprodutos que ainda não foram computados na versão atual dos cálculos (como o glicerol).
Os dados são obtidos considerando a seguinte estrutura da cadeia produtiva:

E o que incluem os
agrosserviços?
O Cepea considera como
atividades de serviços
parcialmente vinculadas ao
agronegócio >>>>>>>>>>>
Atividades de serviços parcialmente vinculadas à cadeia produtiva
Comércio por atacado e varejo, exceto veículos automotores
Transporte terrestre
Transporte aquaviário
Transporte aéreo
Armazenamento, atividades auxiliares dos transportes e correio
Alojamento
Alimentação
Edição e edição integrada à impressão
Atividades de televisão, rádio, cinema e gravação/edição de som e imagem
Telecomunicações
Desenvolvimento de sistemas e outros serviços de informação
Intermediação financeira, seguros e previdência complementar
Atividades imobiliárias
Atividades jurídicas, contábeis, consultoria e sedes de empresas
Serviços de arquitetura, engenharia, testes/análises técnicas e P & D
Outras atividades profissionais, científicas e técnicas
Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade intelectual
Outras atividades administrativas e serviços complementares
Atividades de vigilância, segurança e investigação
Administração pública, defesa e seguridade social
Fonte: Cepea (2017)
A parcela do PIB desses
setores que é incluída no PIB
da cadeia produtiva depende
do uso desses serviços pela
agropecuária e agroindústria
da referida cadeia produtiva.
Na da soja e biodiesel,
estimou-se:
• Comércios: 2,81%;
• Transportes: 2,19%
• Demais serviços: 1,59%.

Aspectos sobre a metodologia do PIB:
O PIB da cadeia produtiva e de cada um de seus segmentos é medido pela ótica
do produto: considera-se o Valor Adicionado (VA) a preços de mercado. O VA é
obtido pela diferença entre o Valor Bruto da Produção (VBP) e o Consumo
Intermediário (CI), ou custo dos insumos consumidos na produção.
VBP
CI
PIB Remuneração do trabalho (salários)
Impostos líquidos sobre a produção
Remuneração do capital (juros e lucros)
Como a produção de um setor é utilizada como insumo
na produção de outros na sequência da cadeia
produtiva, a abordagem do VA deve ser utilizada, ou se
incorreria em dupla contagem.

Aspectos sobre a metodologia do PIB:
No processo de cálculo do PIB, são criados diferentes indicadores que retratam
perspectivas complementares da sua evolução. Os dados divulgados e analisados no
âmbito do PIB do agronegócio brasileiro Cepea/CNA se referem ao PIB-renda. Para o PIB
da cadeia da soja e do biodiesel, será adotado sobretudo o PIB-volume:
PIB-volume:
Medido a preços
constantes, retratando
a variação apenas do
volume. É o indicador
comparável ao do IBGE
no acompanhamento
do PIB nacional.
Deflator do PIB:
Índice de preço obtido
pela relação entre o de
valor e o de volume.
Capta o efeito da
mudança no PIB da
variação nos preços dos
produtos e dos insumos
(mantidas quantidades
constantes)
PIB-nominal:
Retrata os valores
correntes do PIB
Preços Relativos:
Índice obtido pelo
deflacionamento do
deflator do PIB da
cadeia pelo deflator do
PIB nacional. Indica se
os preços na cadeia
estão ganhando ou
perdendo valor real
frente à inflação.
PIB-renda:
Reflete a renda real do
setor, considerando
variações de volume e
de preços relativos.
Resulta do
deflacionamento do PIB
nominal da cadeia
produtiva pelo deflator
do PIB nacional.
Analisado no âmbito da
cadeia da soja e do biodiesel
Analisado no âmbito do PIB
do agronegócio Cepea/CNA

Aspectos sobre a metodologia do Emprego:
Todos os resultados obtidos na etapa de mensuração e acompanhamento do
emprego resultam da aplicação de metodologia desenvolvida pelo Cepea aos
microdados trimestrais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Essa pesquisa tem algumas vantagens frentes às alternativas, e por isso é
adotada como padrão pelo Cepea em suas pesquisas de mercado de trabalho:
• Capta também o mercado de trabalho informal, diferentemente da pesquisa
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
• É trimestral e seus dados são divulgados com pequena defasagem temporal –
diferentemente da RAIS, da Pesquisa Industrial Anual - Empresa e do Censo
Agropecuário.

Esse acompanhamento foca nas pessoas ocupadas na cadeia produtiva de
interesse. Pessoas ocupadas: trabalharam pelo menos uma hora em trabalho
remunerado em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios, ou trabalho sem
remuneração em ajuda à atividade econômica de membro do domicílio ou
parente que reside em outro domicílio.
A definição abrange:
• Empregados: trabalhavam para um empregador.
• Conta própria: trabalhavam no próprio empreendimento, sozinhas ou com sócio,
sem ter empregado (contando, ou não, com a ajuda de trabalhador familiar auxiliar);
• Empregadores: trabalhavam no próprio empreendimento, com pelo menos um
empregado;
• Trabalhadores familiares auxiliares: trabalharam sem remuneração, em ajuda na
atividade econômica de membro do domicílio ou de parente de outro domicílio.

A caracterização das pessoas ocupadas toma por base quatro atributos
distintos, a partir das variáveis disponíveis na PNAD Contínua:
- Posição na ocupação e categoria do emprego: empregados com carteira assinada,
empregados sem carteira assinada, conta própria, empregadores e trabalhador
familiar auxiliar.
-Escolaridade: sem instrução, fundamental (incompleto ou completo), médio
(incompleto ou completo) e superior (incompleto ou completo).
-Gênero: homens e mulheres.
-Rendimentos: rendimento médio mensal habitualmente recebido – não considera
parcelas ou descontos esporádicos que não fazem parte do rendimento normalmente
recebido, como bonificações, horas extras, 13o salário, entre outros. Os valores são
reais e sempre deflacionados pelo IPCA do trimestre mais recente.

Aspectos sobre a metodologia do Comércio Exterior:
Nesse caso, não foi feito nenhum desenvolvimento metodológico. Os
dados oficiais sobre exportações e importações dos produtos da cadeia
produtiva, disponibilizados na plataforma Comex Stat, são baixados com
base nos códigos da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e
compilados e analisados pelo Cepea.
São acompanhados os seguintes produtos:
• Que tradicionalmente compõem o complexo soja: soja in natura,
farelo de soja e óleo de soja;
• Outros três subprodutos de interesse diretamente associados à cadeia
produtiva: glicerol, biodiesel e proteína de soja.

De modo geral, os dados foram obtidos via aplicação de metodologias do
Cepea em informações do próprio Cepea e da Abiove e:
• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
• Secretaria de Comércio Exterior – SECEX;
• Relação Anual de Informações Sociais, do MTE – RAIS;
• Companhia Nacional de Abastecimento – Conab;
• Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP;
• Associação Nacional para Difusão de Adubos – ANDA;
• Departamento de Economia Rural do Secretaria da Agricultura e do
Abastecimento do Paraná – Deral;
• Instituto de Economia Agrícola – IEA;
• Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – Sindirações.

A metodologia detalhada de mensuração e acompanhamento
do PIB, dos empregos e do comércio exterior na cadeia
produtiva da soja e do biodiesel pode ser consultada no
relatório completo.

PIB, emprego e comércio exterior

PIB
o Em 2022, o PIB total da cadeia da soja e do biodiesel alcançou expressivos
R$ 673,7 bilhões. De 2010 a 2022, a cadeia produtiva expandiu a
participação de 9% para 27% do PIB do agronegócio e de 2% para 7% do
PIB brasileiro.
Figura - Evolução da participação do PIB da cadeia produtiva no
PIB do Agronegócio brasileiro
Fonte: CEPEA, ABIOVE e IBGE
9%
12%
14%12%13%14%14%13%
19%
14%
22%
29%
27%
PIB da cadeia produtiva / PIB do agronegócio (%)
2%
2% 3% 2% 2% 3% 3% 3%
4%
3%
6%
8%
7%
PIB da cadeia produtiva / PIB brasileiro (%)
Figura - Evolução da participação do PIB da cadeia produtiva no
PIB total brasileiro

PIB
o De 2010 a 2022, o PIB-volume da cadeia produtiva aumentou 58%
Para referência, o
agronegócio cresceu 8% e
a economia, 12%.
Figura - Evolução da participação do PIB da cadeia produtiva no PIB do Agronegócio brasileiro
Fonte: CEPEA e ABIOVE
Aumento consistente da
disponibilização de produtos ao
consumidor final pela cadeia produtiva
0
200
400
600
800
0
50
100
150
200
250
300
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
R$
bilhões
de
2022
Índice
2010=100
PIB-renda PIB-volume Preços relativos

PIB
Da Figura anterior, nota-se também:
o Preços Relativos: oscilaram ao longo do período, refletindo as condições de
oferta e demanda dos produtos e insumos da cadeia produtiva. No
acumulado até 2022, os preços relativos cresceram 150% (se observado
apenas até 2019, antes do início da atual aceleração dos preços, o aumento
acumulado dos preços relativos havia sido de apenas 9%).
o PIB-renda: nota-se que, sobretudo de 2012 a 2019, o aumento do PIB-
volume não significou expansão da renda real (PIB-renda) do agente da
cadeia produtiva. Em termos reais, o crescimento do PIB-renda da cadeia
produtiva no período completo foi de 294%, bastante influenciado pelo
comportamento observado em 2020 e 2021

PIB
Figura - PIB dos segmentos da cadeia da soja e do biodiesel em 2022 (em R$ milhões)
TOTAL CADEIA PRODUTIVA: R$ 673,7 BILHÕES
42.089
192.101
57.704
10.335 8.915
362.540
Insumos Soja Óleo/Farelo
(esmagamento e
refino)
Rações (soja) Biodiesel Agrossserviços
Total agroindústria: R$ 76.954

PIB
o Como usualmente ocorre, a maior agregação de PIB foi dos agrosserviços: R$
362,54 bilhões em 2022 (+51% em volume frente a 2010). Esse valor estima o
que foi gerado pelos serviços ao atuarem na cadeia produtiva.
o A soja gerou R$ 192,1 bilhões em 2022 (+53% frente a 2010, em volume),
dimensão compatível com a sua dominância no contexto da agropecuária.
o Na agroindústria, foi gerado PIB de quase R$ 77 bilhões em 2022 (+46% frente
a 2010): R$ 57,7 bilhões pela indústria de esmagamento e refino (+44% frente a
2010), R$ 10,3 bilhões pela de rações (+20% frente a 2010) e R$ 8,9 bilhões pela
do biodiesel (+162% frente a 2010).
o O segmento de insumos gerou PIB de 42,1 bilhões em 2022 (+109% frente a
2010, em volume), expressividade relacionada à alta demanda da soja.

PIB
o De 2010 a 2022, a produção agrícola de soja aumentou a participação
frente à agroindústria no PIB da cadeia produtiva:
Insumos
6,5%
Soja
23,8%
Agrosserviços
55,4%
Esmagamento
e refino
10,1%
Rações
1,7%
Biodiesel
2,5%
Agroindústria
14,3%
2010
Insumos
6,2%
Soja
28,5%
Agrosserviços
53,8%
Esmagamento
e refino
8,6%
Rações
1,5%
Biodiesel
1,3%
Agroindústria
11,4%
2022
Figura - Composição do PIB da cadeia produtiva em 2010 e em 2022, entre seus segmentos e setores industriais

PIB
o O aspecto anterior está relacionado ao crescimento mais acelerado
da produção de soja frente ao processamento, com participação
crescente das exportações como destino do produto agrícola.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
1.000
t
Produção de soja Exportação de soja Processamento Exportação/Produção
Figura - Composição do PIB da cadeia produtiva em 2010 e em 2022, entre seus segmentos e setores industriais
Fonte: ABIOVE

PIB
o O PIB dos agrosserviços resulta das relações dos setores de serviços com as
atividades agropecuária e agroindustriais da cadeia produtiva. Logo, o valor do
PIB dos agrosserviços pode ser distribuído entre essas atividades, criando uma
estimativa das suas contribuições de forma direta (PIB do próprio segmento) e
indireta (PIB gerado via agrosserviços) na geração de renda:
42.089
192.101
76.954
156.858
205.682
Insumos Soja (agricultura) Total agroindústria
PIB total da cadeia: R$ 673,7 bilhões
PIB direto (R$ milhões) PIB via agrosserviços (R$ milhões)
Figura - PIB da cadeia da soja e do biodiesel com valores de agrosserviços distribuídos entre as atividades relacionadas

PIB
o A partir dessa lógica, é possível calcular o PIB por tonelada agregado na
produção agrícola (por tonelada produzida) e na produção agroindustrial (por
tonelada processada) tanto de forma direta como indireta (via agrosserviços):
Figura - PIB agregado na agropecuária e nas agroindústrias para cada tonelada de soja produzida e processada (em R$/t)
259 326 426 421 370 438 458 436 594 418
966
1.601 1.494
223 274
364 360 334 381 402 372
485
382
745
1.205 1.220
482
600
791 781 704
820 860 807
1.079
800
1.711
2.807 2.714
PIB/Tonelada: Agricultura (soja)
Soja direto Soja indireto Soja total
300 394 483 410 478 517 634 521 698 668
1.052
1.523 1.527
733
1.056
1.253
938
1.212 1.322
1.701
1.314
1.898 1.724
2.882
4.220 4.081
1.033
1.450
1.736
1.348
1.690 1.838
2.335
1.835
2.597
2.392
3.934
5.743 5.608
PIB/Tonelada: Agroindústrias
Agroindústria direto Agroindústria indireto Agroindústria total

PIB
o Esses números permitem calcular multiplicadores que mostram o potencial de
agregação da agroindústria (considerando impactos direto e indireto):
Figura - Fator de multiplicação do processamento (em %)
Em 2022, de formas direta e indireta,
o processamento agregou R$ 5.608
por tonelada de soja processada –
mais que o dobro (↑107% ) da
agregação realizada na soja
produzida no campo, e não
processada (R$ 2.714).
114%
142%
120%
73%
140%
124%
172%
127%
141%
199%
130%
105% 107%
PIB/t agroindústria / PIB/t soja

PIB – 2022 x 2021
Figura - Variação do PIB da cadeia da soja e do biodiesel e seus segmentos entre 2021 e 2022 (PIB-volume)
5,0%
-18,1%
5,2%
1,3%
-7,4%
2,8%
-4,8%
-7,8%
Esmag. e
refino
Rações Biodiesel Total
Insumos Soja Agroindústria Agros. Cadeia
produtiva

PIB – 2022 x 2021
Para a cadeia da soja e do biodiesel como um todo, o PIB recuou 7,8%
em 2022, frente a 2021.
o No caso da soja dentro da porteira, a queda de 18,1% do PIB é reflexo da
quebra da safra 2021/2022.
o Para a indústria de biodiesel, o recuo no PIB foi de 7,4%, devido à menor
produção – ao menos em parte, deve refletir a decisão do CNPE de manter o
percentual obrigatório de biodiesel no diesel em 10% (B10).
o As quedas dentro da porteira e na indústria de biodiesel se refletiram também
no desempenho do PIB dos agrosserviços, que recuou 4,8%.

PIB – 2022 x 2021
Em contrapartida, o PIB avançou para o segmento de insumos e para as
agroindústrias de esmagamento e refino e de rações:
o A expansão do PIB dos insumos, de 5% entre os anos, reflete a estimativa de
maior demanda de insumos pela atividade produtora de soja.
o Para a indústria de rações, o PIB cresceu 1,3% em 2022, abaixo das
expectativas do setor segundo o Sindirações – reflexo do desaquecimento da
demanda especialmente dos setores de ovos e leite.
o No caso do esmagamento e refino, o PIB cresceu 5,2%. Essa expansão da
produção pode refletir o momento favorável dos preços observado sobretudo
ao longo do primeiro semestre.

PIB – 2022 x 2021
% PIB-volume % Preços relativos %PIB-renda
Insumos 5,0% 28,6% 35,0%
Soja -18,1% -2,6% -20,2%
Agroindústria 2,8% -5,0% -2,3%
Esmagamento e refino 5,2% -0,3% 4,9%
Rações 1,3% -23,5% -22,5%
Biodiesel -7,4% -7,6% -14,4%
Agrosserviços -4,8% -4,7% -9,3%
Cadeia da soja e do biodiesel -7,8% -2,6% -10,2%
Tabela - Variações do PIB-volume, dos preços relativos e do PIB-renda da cadeia da soja e do biodiesel e
seus segmentos entre 2021 e 2022
INSUMOS:
maiores preços
de fertilizantes,
defensivos e
diesel em 2022
SOJA: embora o
preço do grão
tenha subido, a
alta dos insumos
ocorreu em maior
intensidade.
AGROSSERVIÇOS:
resultado reflete o
desempenho dos
segmentos a montante
(piora dos preços relativos
na cadeia produtiva).
BIODIESEL E RAÇÕES:
o aumento dos
preços dos produtos
foi inferior às
elevações das
matérias-primas.
ESMAG. E REFINO:
aumento dos preços
comparado ao das
matérias-primas não
suficiente para garantir
ganho real.

EMPREGO
1,14 1,29 1,36 1,55 1,56 1,75 1,83 1,84 1,88 2,03 2,05
19,59 19,44 19,20 19,04 18,46 18,18 18,23 18,39 17,48 18,46 18,97
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Milhões
de
pessoas
Cadeia da Soja e do Biodiesel Agronegócio
Figura - PO na cadeia produtiva da soja e do biodiesel e no agronegócio de 2012 a 2022 (milhões de pessoas)
Fonte: CEPEA e ABIOVE, com base na PNAD Contínua (IBGE)
o Em 2022, a cadeia da soja e do biodiesel gerou 2,05 milhões de
ocupações, 80% a mais do que em 2012.

EMPREGO
5,8%
6,6%
7,1%
8,1% 8,4%
9,6%
10,0% 10,0%
10,8% 11,0% 10,8%
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
%
PO cadeia da Soja e do Biodiesel/PO Agronegócio (%)
Figura - Participação da PO da cadeia da soja e do biodiesel
na PO do agronegócio de 2012 a 2022 (em %)
o Com isso, a participação da cadeia produtiva como geradora de empregos no
agronegócio ampliou-se de 5,8% para 10,8%. Comparando à PO total do Brasil,
a participação evoluiu de 1,3% para 2,1% no mesmo período.
1,3%
1,4% 1,5%
1,7% 1,7%
1,9% 2,0% 2,0%
2,2% 2,2%
2,1%
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
PO cadeia da soja e do biodiesel / PO do Brasil(%)
Figura - Participação da PO da cadeia da soja e do biodiesel
na PO do Brasil de 2012 a 2022 (em %)

EMPREGO
117.797
504.218
25.034 30.379 16.920
1.352.352
Óleo/Farelo
(esmagamento e
refino)
Rações (soja) Biodiesel
Insumos Soja Agroindústria Agrosserviços
Total agroindústria: 72.333
Figura - PO dos segmentos da cadeia da soja e do biodiesel em 2022 (número de pessoas)
TOTAL CADEIA PRODUTIVA: 2,05 MILHÕES

EMPREGO
o Assim como no mercado de trabalho brasileiro, e devido também à intensidade
do uso de trabalho, a maior parte da população ocupada (PO) na cadeia
produtiva está nos agrosserviços (1,35 milhão em 2022, +70,5% frente a 2012).
o A produção de soja gerou 504,2 mil ocupações em 2022 (+135% frente a
2012), configurando-se como a 4ª maior empregadora da agropecuária. Isso
reflete principalmente a elevada dimensão da cultura.
o Para as agroindústrias, estimou-se: 25,03 mil pessoas no esmagamento e
refino, 16,92 mil pessoas no biodiesel e 30,38 mil pessoas na produção de
rações, totalizando 72,3 mil ocupações em 2022 (+26,4% frente a 2012).
o Antes da porteira, no segmento de insumos, a geração de empregos vinculada
à cadeia produtiva foi de 117,8 mil pessoas em 2022 (+67,7% frente a 2012).

EMPREGO
o Assim como feito com os resultados do PIB, é possível adotar estratégia
semelhante para distribuir o contingente de pessoas ocupadas nos
agrosserviços entre os segmentos a montante relacionados na cadeia
produtiva:
Figura - Empregos da cadeia da soja e do biodiesel com os contingentes de agrosserviços distribuídos entre as atividades relacionadas
117.797
504.218
72.333
585.116
767.236
Insumos Soja (agricultura) Total agroindústria
PO total da cadeia: 2,05 milhões de pessoas
Empregos diretos (nº pessoas) Empregos via agrosserviços (nº pessoas)

EMPREGO
o Esse procedimento permite obter uma estimativa da contribuição de cada
segmento da cadeia da soja e do biodiesel na geração de empregos de forma
direta (no próprio segmento) e indireta (via agrosserviços), por mil toneladas:
Figura - Ocupações geradas na agropecuária e nas agroindústrias para cada tonelada de soja produzida e processada (em PO/mil t)
3,2 3,4 3,2 3,1 3,8 3,3 3,1 3,4 3,4 3,6 3,9
4,1 5,0 4,1 4,5 3,9 4,6 4,4 4,0 4,1 4,4 4,5
7,3
8,4
7,3 7,6 7,7 7,9 7,4 7,4 7,5 8,0 8,5
PO/mil t: Agricultura (soja)
Soja direto Soja indireto Soja total
1,6 1,6 2,0 1,9 1,4 1,6 1,6 1,5 1,4 1,4 1,4
14,1 13,0
15,0 15,8 16,7 16,4 17,0 18,0
15,9 15,4 15,2
15,7
14,6
17,0 17,6 18,1 18,0 18,6 19,5
17,3 16,8 16,7
PO/mil t: Agroindústrias
Agroindústria direto Agroindústria indireto Agroindústria total

EMPREGO
o Esses números permitem calcular multiplicadores que mostram o potencial de
geração de empregos da agroindústria (impactos direto e indireto):
Figura - Fator de multiplicação do processamento (em %)
Em 2022, de formas direta e
indireta, o processamento gerou
16,7 empregos por mil toneladas
de soja processada –
praticamente o dobro (↑97% ) da
geração de ocupações da soja
produzida e não processada (8,5
empregos por mil toneladas).
116%
75%
132% 131% 134% 127%
151%
165%
130%
109%
97%
20122013201420152016201720182019202020212022

EMPREGO
Tabela - Participação da PO da cadeia da soja e do biodiesel na PO do agronegócio de 2012 a 2022 (em %)
o Entre 2012 e 2022, houve ganho de participação do mercado de
trabalho agrícola frente ao agroindustrial – entre outros aspectos,
isso deve refletir o crescimento da produção de soja mais acelerado
que o do volume processado, como mencionado.
Segmentos 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Insumos 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 6% 5% 6%
Soja (agricultura) 19% 21% 20% 19% 23% 21% 21% 22% 23% 25% 25%
Agroindústria 5% 5% 6% 5% 3% 4% 4% 3% 4% 3% 4%
Agrosserviços 70% 68% 68% 70% 67% 69% 70% 69% 68% 67% 66%

EMPREGO
o Em relação ao perfil da mão de obra, observou-se:
i) a cadeia produtiva é mais formalizada que o agronegócio, seja
dentro da porteira ou nas agroindústrias;
ii) Quanto aos gêneros, a cadeia produtiva reproduz o padrão do
agronegócio no que diz respeito a um mercado de trabalho mais
masculino, sobretudo dentro da porteira;
iii) na cadeia produtiva, a escolaridade média é bastante superior à do
agronegócio e o nível médio de escolaridade aumentou
significativamente entre 2012 e 2022.

Segmentos Posição na Ocupação¹ 2012 2022
Insumos
Emp. com carteira 37.067 60.248
Emp. sem carteira 9.765 18.442
Empregadores 2.035 3.781
Conta própria 17.679 31.722
Outros 3.677 3.604
Primário (Soja)
Outros 33.912 37.628
Agroindústria
Empregadores 574 827
Outros 4.800 5.289
Agrosserviços
Outros 84.944 107.696
Total Cadeia produtiva
Outros 127.333 154.217
Fonte: CEPEA e ABIOVE, com base na PNAD Contínua (IBGE). Nota 1: outros inclui principalmente trabalhadores familiares auxiliares.
Tabela - Evolução da PO da cadeia da soja e do biodiesel por classes de posição na ocupação e categoria
do emprego, gênero e escolaridade (número de pessoas)
CONTINUA...

Segmentos Gênero 2012 2020
Insumos
Homens 52.575 88.467
Mulheres 17.648 29.330
Primário (Soja)
Homens 178.141 420.651
Mulheres 36.675 83.566
Agroindústria
Homens 45.187 52.501
Mulheres 12.060 19.832
Agrosserviços
Homens 458.500 779.952
Mulheres 334.894 572.400
Homens 734.403 1.341.572
Mulheres 401.277 705.129
CONTINUA...

Segmentos Escolaridade² 2012 2022
Insumos
Sem instrução 3.690 3.791
Fundamental 33.704 40.655
Médio 23.704 50.642
Superior 9.126 22.710
Primário (Soja)
Médio 43.816 193.447
Superior 11.686 60.814
Agroindústria
Médio 23.078 32.738
Superior 5.810 14.170
Agrosserviços
Médio 360.437 661.024
Superior 170.666 407.302
Médio 451.035 937.852
Superior 197.287 504.996
Fonte: CEPEA e ABIOVE, com base na PNAD Contínua (IBGE). Nota 2: as classes incluem formação completa e incompleta.

EMPREGO
o Essas características ajudam a explicar os rendimentos médios maiores
da cadeia produtiva frente ao agronegócio.
o Em 2022, o rendimento médio do trabalho na cadeia produtiva foi de
R$ 2.912 ao mês – 29% acima dos R$ 2.257 no agronegócio.
o Na produção de soja, o valor chegou a R$ 3.417, 115% acima do recebido
na agricultura (R$ 1.591).
o Nas agroindústrias, o rendimento médio foi R$ 2.359 – média pressionada
pela indústria de rações (R$ 1.527). No esmagamento e refino, o valor
chegou a R$ 2.818, e no biodiesel, a R$ 3.192. O rendimento médio da
agroindústria agrícola brasileira foi de R$ 2.277; portanto, os rendimentos
na indústria de esmagamento e refino e na de biodiesel superaram a média
agroindustrial em 24% e 40%, respectivamente.

EMPREGO
Rendimento Médio por segmento e
subsegmento
2012 2022
Insumos
Combustíveis 3.604 3.575
Energia, Gás e Água 3.024 3.372
Fertilizantes e Defensivos 3.746 3.453
Outros insumos 2.656 2.608
Primário (Soja) Soja em grão 2.607 3.417
Agroind.
Esmagamento (óleo e farelo) 2.139 2.818
Rações (de soja) 1.659 1.527
Biodiesel 2.786 3.192
Agross.
Comércio 2.199 2.150
Transporte e Armazenagem 2.835 2.611
Outros Serviços 3.637 3.597
Insumos 2.922 2.830
Primário (soja) 2.607 3.417
Agroindústria 2.122 2.359
Agrosserviços 2.827 2.761
Total Cadeia da Soja e do Biodiesel 2.756 2.912
Fonte: CEPEA e ABIOVE, com base na PNAD Contínua (IBGE).
Tabela - Evolução dos rendimentos médios mensais habituais do trabalho principal da PO da cadeia da
soja e do biodiesel por segmento (em R$ do quarto trimestre de 2022, deflacionados pelo IPCA)

EMPREGO – 2022 x 2021
2021 2022 % ∆
Insumos 110.091 117.797 7,00% 7.706
Soja 502.519 504.218 0,34% 1.699
Agroindústria 64.644 72.333 11,89% 7.689
Esmagamento e refino 18.424 25.034 35,88% 6.610
Rações 26.930 30.379 12,81% 3.449
Biodiesel 19.290 16.920 -12,28% -2.370
Agrosserviços 1.350.995 1.352.352 0,10% 1.357
Cadeia da soja e do biodiesel 2.028.250 2.046.700 0,91% 18.451
Fonte: CEPEA e ABIOVE, com base na PNAD Contínua (IBGE).
Em insumos,
aumento de 7% na
PO, em linha com os
bons preços e com a
expansão da área
com soja.
Na produção de soja, a PO
ficou estável - possível
reflexo do estreitamento
das margens com a alta
dos custos e da quebra da
safra.
PO estável também nos
agrosserviços - impacto
negativo das reduções
de produção da soja e
do biodiesel sobre o
uso de serviços.
Na agroindústria, a PO aumentou no
esmagamento e refino e na produção de
rações – nas quais houve aumento de
produção; mas reduziu na produção de
biodiesel, provavelmente refletindo a
menor produção do combustível.

COMÉRCIO EXTERIOR
Figura - Exportações de produtos da cadeia da soja e do biodiesel - 2010 a 2022 (US$ milhões)
Fonte: elaborado com base nos dados da SECEX (Comexstat)
CENÁRIO GERAL DAS EXPORTAÇÕES

COMÉRCIO EXTERIOR
o A tendência de 2010 a 2022 para a cadeia produtiva é de crescimento do valor
exportado. Embora com oscilações, o valor atingiu recorde em 2022, de US$ 61,3
bilhões – representando 38,3% das exportações do agronegócio.
o A maior parte é de soja in natura (76% do total entre 2010 e 2022): recordes
sucessivos em 2018, 2021 e 2022. Em 2022: US$ 46,55 bilhões
o De 2010 a 2022, o farelo respondeu por 19,1% (US$ 10,3 bilhões em 2022) e o
óleo por 4,5% (US$ 3,9 bilhões em 2022) do valor exportado da cadeia produtiva.
o Os demais produtos – glicerol, biodiesel e proteína de soja – ainda detém
participação reduzida nas exportações. Mas, essa participação foi crescente no
período: em 2010, os três produtos responderam por 0,22% do valor exportado
total e em 2022 a participação chegou a 0,74%.
CENÁRIO GERAL DAS EXPORTAÇÕES

COMÉRCIO EXTERIOR
Figura - Exportações de produtos da cadeia da soja e do biodiesel por produto entre 2010 e 2022 (US$ milhões)
DINÂMICA DAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES POR PRODUTO

COMÉRCIO EXTERIOR
o Soja in natura: exportações crescentes de 2010 a 2022 (com algumas quedas
devido a reduções de preços internacionais ou quebras de safra). Importações
inexpressivas frente às exportações no período: valor importado/(valor
exportado + valor importado) = % importações = 0,57%.
o Farelo: exportações crescentes até 2014, declinantes de 2014 a 2017 (queda
de preço e demanda internacional), e com recordes em 2021 e 2022.
Importações também inexpressivas no período: % importações = 0,05%.
o Óleo: queda no valor exportado desde 2011, com retorno do crescimento em
2021 e 2022. Importações tomam alguma relevância, embora ainda reduzida:
% importações = 2,38% de 2010 a 2022.

COMÉRCIO EXTERIOR
o Glicerol: exportações crescentes com valor recorde em 2022 (US$ 371,6
milhões) e importações declinantes desde 2013. No período: % importações =
7,16%, influenciada pelos percentuais mais altos até 2013 (superiores a 20%).
o Biodiesel: o Brasil passou a exportar com alguma expressividade em 2013, mas
os valores não mantiveram regularidade e ficaram na casa dos milhares de
dólares anuais até 2019. Exportações crescentes desde 2020, com recorde em
2022 (US$ 59 milhões). Importações inexpressivas: % importações = 0,16%.
o Proteína de soja: exportações oscilaram de 2010 a 2022 com leve tendência
crescente, e com valor recorde em 2022 (US$ 24 milhões). Há maior equilíbrio
entre importações e exportações: % importações = 47,25%.

COMÉRCIO EXTERIOR
o A China foi a principal parceira comercial do Brasil na comercialização
de produtos da cadeia da soja e do biodiesel de 2010 a 2020.
o Participação nas exportações em 2022: 52,61%.
o Aumentou a participação até 2018 – valores importados subiram 247%.
Reduziu a participação de 2019 a 2022 – importações do Sudeste Asiático,
África e Oriente Médio cresceram expressivamente.
o No caso do grão, a China tem maior destaque, enquanto as exportações de
farelo destinam-se sobretudo à União Europeia e à Ásia e as de óleo chegam a
outros destinos. Para o glicerol, o biodiesel e a proteína de soja, parte
relevante das exportações destina-se a países além desses grupos (“outros
países”).
PARCEIROS COMERCIAIS

COMÉRCIO EXTERIOR
o Outros grupos de países que se destacaram como destino das exportações
entre 2010 e 2022 foram a União Europeia, o Sudeste Asiático, o Leste
Asiático e a América do Norte. Em 2022:
o União Europeia: 14,51%
o Sudeste Asiático: 10,09%
o Oriente Médio: 7,49%
o Leste Asiático: 3,58%
o África: 1,76%
o América do Norte: 0,75%
o Restante: 9,21%

COMÉRCIO EXTERIOR
Tabela - Destino das exportações do complexo soja (valor exportado e % do valor exportado) (2010-2022)
Regiões 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Valor (US$ bilhões)
China 7,94 11,76 13,00 17,73 17,07 15,99 14,59 20,62 27,53 20,66 21,11 27,84 32,24
União Europeia 5,36 6,52 7,27 7,12 7,52 5,36 4,72 4,37 5,21 4,83 5,55 7,10 8,89
Sudeste Asiático 1,25 1,72 1,82 1,94 2,41 2,47 1,91 2,22 2,65 2,20 3,02 4,38 6,18
Leste Asiático 0,95 1,33 1,53 1,69 1,35 1,27 1,28 1,34 1,32 1,14 1,39 1,82 2,19
América do Norte 0,02 0,00 0,00 0,33 0,58 0,00 0,05 0,10 0,14 0,26 0,30 0,68 0,46
Oriente Médio 0,41 0,80 0,70 0,84 0,76 0,96 1,32 1,34 1,79 1,82 1,90 3,09 4,59
África 0,15 0,45 0,24 0,29 0,40 0,47 0,17 0,21 0,19 0,19 0,29 0,63 1,08
Outros 1,07 1,60 1,61 1,13 1,44 1,54 1,44 1,64 2,04 1,66 1,82 2,76 5,65
Participação (%)
China 46,28 48,60 49,67 57,04 54,14 56,98 57,24 64,77 67,34 63,08 59,66 57,64 52,61
União Europeia 31,28 26,96 27,78 22,91 23,84 19,09 18,53 13,73 12,76 14,73 15,70 14,70 14,51
Sudeste Asiático 7,31 7,13 6,97 6,25 7,65 8,81 7,51 6,96 6,49 6,73 8,54 9,08 10,09
Leste Asiático 5,53 5,51 5,83 5,45 4,27 4,52 5,01 4,22 3,24 3,47 3,93 3,76 3,58
América do Norte 0,12 0,01 0,00 1,07 1,83 0,01 0,19 0,31 0,35 0,80 0,85 1,41 0,75
Oriente Médio 2,38 3,29 2,67 2,71 2,42 3,43 5,18 4,22 4,37 5,56 5,37 6,39 7,49
África 0,85 1,87 0,92 0,92 1,27 1,67 0,69 0,64 0,47 0,58 0,82 1,31 1,76
Outros 6,25 6,62 6,15 3,65 4,58 5,49 5,66 5,14 4,98 5,06 5,14 5,72 9,21

COMÉRCIO EXTERIOR
Figura - Principais destinos das exportações brasileiras em 2022 para Soja in natura, Farelo de soja e Óleo de soja

COMÉRCIO EXTERIOR
Figura - Principais destinos das exportações brasileiras em 2022 para Glicerol, Biodiesel e Proteína de soja

COMÉRCIO EXTERIOR
o Destaca-se que, embora a cadeia produtiva seja destaque em termos de
exportações e saldo comercial, é necessário volume significativo para abastecer
um robusto mercado doméstico.
EXPORTAÇÃO VERSUS PRODUÇÃO
61%
53%
26%
Soja Farelo de soja Óleo de Soja
Figura - Exportações em relação à produção de soja, farelo de soja e óleo de soja em 2022
Fonte: elaborado com base em Abiove (2023).

COMÉRCIO EXTERIOR– 2022 x 2021
o O biênio 2021-2022 foi de resultados excepcionais para o comércio exterior da
cadeia produtiva.
o Exportações entre 2021 e 2022, para o conjunto dos produtos:
o Valor exportado: + 27%, com elevações para todos os produtos.
o Preços de exportação: +31%.
o Volume exportado: -3%, influenciado pela menor exportação do grão, com
aumento para os demais produtos e estabilidade para o glicerol.
o Entre os produtos: aumentos mais expressivos foram do biodiesel (559%), óleo de
soja (95%) e proteína de soja (77%) – com altas significativas em volume.
o Já o valor importado desses produtos reduziu (49%) e, como resultado, o saldo
comercial aumentou 28% – um ganho de expressivos US$ 13,2 bilhões.
CENÁRIO GERAL

COMÉRCIO EXTERIOR– 2022 x 2021
o Entre 2021 e 2022:
o Em termos relativos, as exportações cresceram mais intensamente para os
países da África (71%), do Oriente Médio (49%) e do Sudeste Asiático (41%).
o Em sequência, estiveram a União Europeia (25%), o Leste Asiático (21%) e,
então, a China (16%).
o O valor importado pela América do Norte reduziu (33%), ao passo que para o
total dos países restantes o aumento foi expressivo (104%).
o Exceto no caso da China, para os demais grupos de países as
exportações foram impulsionadas sobretudo pelos envios de farelo e
óleo de soja.

Considerações finais

CONSIDERAÇÕES FINAIS
o Em 2022, a cadeia da soja e do biodiesel foi a principal cadeia
produtiva agropecuária em termos de geração de PIB (27% do total) e
de exportações (38,3%) no Brasil. A cadeia produtiva também se
tornou uma grande empregadora, responsável por 10,8% dos
ocupados no agronegócio em 2022.
Essa relevância foi crescente ao longo da década
analisada, com seu potencial impacto socioeconômico
se multiplicando ao longo dos anos.

PIB
Crescimento consistente em
volume (acima do
agronegócio e do País),
significando disponibilização
crescente de produtos ao
consumidor final. Os preços
tiveram impacto favorável
expressivo na renda real dos
agentes da cadeia produtiva
no biênio de 2020-2021. Ao
longo do tempo, a produção
de soja aumentou sua
participação frente à
agroindústria no PIB.
EMPREGO
O emprego cresceu em
todos os segmentos, com
destaque para a soja
“dentro da porteira”
(reflexo principalmente da
sua elevada dimensão). Na
cadeia produtiva, a mão de
obra é relativamente mais
formalizada, escolarizada e
recebe maiores
rendimentos que no
agronegócio, mas a
participação feminina
também é baixa.
COMÉRCIO EXTERIOR
A tendência da década foi
de alta das exportações,
com valor recorde em 2022.
Para todos os produtos, o
saldo comercial foi positivo
no período. As exportações
são destinadas sobretudo
para a China, mas, desde
2019 a presença de outros
países (Ásia, África e
Oriente Médio) tem
crescido. Os destinos dos
produtos além do grão são
mais diversificados.

o Entre 2010 e 2022, a representatividade das exportações como destino do
produto agrícola foi crescente, com aumento mais acelerado do volume
exportado frente ao processado.
o O processamento desses volumes internamente significaria uma maior
geração de PIB e de emprego no País. Considerando os efeitos direto e
indireto (via agrosserviços), o processamento da soja em 2022 agregou PIB
por tonelada processada 107% maior que o agregado apenas dentro da
porteira por tonelada produzida e, em termos de emprego, a geração foi
97% maior.
Empregos mais formalizados, de maior
escolaridade e que pagam salários maiores que
a média da agroindústria brasileira.

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