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Nafta: análise dos resultados para o México, EUA e Canadá
1.
2. O Nafta (Acordo Norte-Americano de Livre Comércio) ou Área de Livre
Comércio das Américas, é um bloco econômico que integra três países da
América do Norte: Estados Unidos, Canadá e México. O bloco entrou em
vigor em 1994.
Se existe um consenso acerca da bombástica proposta dos EUA de criação
da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) é de que ela será uma
extensão de outro tratado econômico já em vigor: o Nafta (North American
Free Trade Agreement).
A experiência do Nafta, serve de estrondoso alerta sobre as trágicas
perspectivas que decorrem da imposição da ALCA em todo o continente
americano.
3. Nem mesmo os trabalhadores norte-americanos, que aparentemente
seriam favorecidos com o crescimento da economia, têm o que comemorar
com a vigência deste acordo. Várias pesquisas indicam que os únicos
beneficiados são as gigantescas corporações empresariais.
Já para os assalariados, o resultado foi o aumento de desemprego, queda de
rendimentos e precarização do trabalho. Estudos de sindicatos e ONGs
norte-americanas comprovam que, entre 1994-2000, o Nafta eliminou 766
mil empregos nos EUA.
4. Deixando os Estados Unidos, que desmentem o mito do “paraíso” do
Nafta, ingressamos no Canadá. Neste país, um dos mais ricos do mundo e
há tempos na liderança entre as nações de melhores índices de
desenvolvimento humano (IDH) da ONU, o quadro piora bem mais. Nos
oito anos de vigência do acordo, o Canadá empacou no seu crescimento
econômico, tornou-se mais dependente e vulnerável e assistiu a
degradação social e do meio ambiente. Atualmente, muitos se questionam
sobre o futuro do país enquanto uma nação soberana.
5. Neste novo tipo de colonialismo, quem sofre são os trabalhadores. Desde a
implantação do Nafta, 276 mil trabalhadores canadenses perderam os seus
empregos. A renda per capta no Canadá corresponde atualmente a menos
de dois terços da renda nos EUA.
Como decorrência da falta de oportunidades, cresce o número dos
melhores cérebros que buscam seu futuro nos EUA.
A colonização não se manifesta apenas no terreno econômico. Ela perverte
a cultura e os valores nacionais. “Os 80% de canadenses que falam inglês
agora têm preferências iguais às dos americanos: lêem os mesmos livros,
acompanham as mesmas ligas esportivas e vêem os mesmos programas de
TV e filmes.
6. Se o Nafta já causa estragos nos EUA e no Canadá, o que dizer da situação
do seu sócio mais frágil! Este país é a maior vítima deste projeto de
anexação das corporações empresariais e do imperialismo norte-
americano. Apesar de toda a propaganda da mídia internacional, ele não
ganha absolutamente nada com a vigência do Nafta. O processo de
regressão neste tempo é avassalador em todos os terrenos.
Nos anos 70, antes da implantação do acordo, a economia mexicana
crescia, em média, 6,6% ao ano. Já nos anos 90, o crescimento despencou
para 3,3%. Agora, com a freada da economia americana, a situação
degringolou de vez.
7. Todas as maravilhas do Nafta, alardeadas pelos apologistas neoliberais,
mostraram-se um fiasco. Segundo a propaganda, o acordo incentivaria o
ingresso de capital estrangeiro, alavancando o desenvolvimento
econômico e a distribuição de renda. Mas este milagre não se confirmou. É
certo que houve maior fluxo de capital externo para o país – que atingiu
US$ 36 bilhões entre 1998/2000. Mas, no mesmo período, o déficit em
conta corrente, resultado da remessa de juros e lucros para o exterior, em
especial para os EUA, foi de US$ 48 bilhões. “Simplificando os termos:
entraram US$ 36 bilhões; saíram US$ 48 bilhões”.