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INICIATIVAS EM NFV NO BRASIL
Júlio César Magro1
, Luiz Gustavo Turatti2
, Amândio Balcão Filho3
RESUMO
As redes das operadores possuem uma grande variedade de dispositivos dedicados (appliances)
de hardware proprietários. Para lançar um novo serviço de rede requer ainda outra variedade e
encontrar espaço e energia para acomodar esses equipamentos. A Virtualização das Funções de
Rede (NFV) visa solucionar esses problemas ao utilizar a tecnologia de virtualização padrão da
TI para consolidar muitos tipos de equipamentos de rede em padrão da indústria e em grande
quantidade de servidores, switches e armazenamento (storage), que podem estar localizados em
Data Centers, nós de rede e nas instalações do usuário. O objetivo do artigo é apresentar as
iniciativas em NFV no Brasil, bem como os desafios tecnológicos envolvidos e os incentivos e
estratégias na transformação digital. O método utilizado foi estudo bibliográfico. A NFV visa
a implementação de funções de rede (NF) como entidades de software que rodam sobre a
infraestrutura NFV (NFVI). Foi definida uma arquitetura de referência para a implementação
de NFV pelo ETSI. A padronização por parte dos fornecedores de tecnologia é essencial e estes
percebem essa preocupação e trabalham em conjunto com operadoras para a implantação da
NFV. As redes NFV e SDN são elementos chave para a transformação das operadoras
tradicionais (CSPs) em um DSP (Digital Services Provider). A NFV é uma tecnologia chave
que permite aos DSPs otimizarem a arquitetura de rede para a MEC (Multi-access Edge
Computing). Há a necessidade de capacitação e treinamento de profissionais e estudantes para
a nova abordagem de soluções, projeto de redes e modelos de negócios.
Palavras-chave: NFV, Virtualização, Rede
INTRODUÇÃO
As redes das operadores possuem uma grande variedade de dispositivos dedicados (appliances)
de hardware proprietários. Para lançar um novo serviço de rede frequentemente requer ainda
outra variedade e encontrar espaço e energia para acomodar esses equipamentos torna-se cada
vez mais difícil. Soma-se a isso aos custos crescentes da energia, desafios de investimento de
capital e a deficiência de habilidades necessárias para projetar, integrar e operar aparelhos cada
vez mais complexos baseados em hardware.
1
Mestre em Engenharia Elétrica/UNICAMP, Centro Universitário UniMetrocamp | Wyden, R. Dr. Sales de
Oliveira, 1661 - Vila Industrial, 13035-500 - Campinas - SP, julio.magro@unimetrocamp.edu.br
2
Doutor em Engenharia Elétrica/UNICAMP, Centro Universitário UniMetrocamp | Wyden, R. Dr. Sales de
Oliveira, 1661 - Vila Industrial, 13035-500 - Campinas - SP, luiz.turatti@unimetrocamp.edu.br
3
Mestre em Computação Aplicada/INPE, Pesquisador no CTI Renato Archer e Docente no Centro
Universitário UniMetrocamp | Wyden, R. Dr. Sales de Oliveira, 1661 - Vila Industrial, 13035-500 - Campinas -
SP, amandio.filho@unimetrocamp.edu.br
2
Além disso, os appliances baseados em hardware atingem rapidamente o fim de sua vida útil,
exige que grande parte do ciclo de obtenção-desenho-integração-implantação seja repetida com
pouco ou nenhum benefício de receita. Agrava-se ao considerar que os ciclos de vida de
hardware tornam-se mais curtos à medida que a inovação da tecnologia e serviços acelera e
inibe a implantação de novos serviços de rede que geram receita e restringe a inovação em um
mundo conectado cada vez mais centrado na rede.
A Virtualização das Funções de Rede (Network Functions Virtualization, NFV) visa solucionar
esses problemas ao utilizar a tecnologia de virtualização padrão da TI para consolidar muitos
tipos de equipamentos de rede em padrão da indústria e em grande quantidade de servidores,
switches e armazenamento (storage), que podem estar localizados em Data Centers, nós de
rede e nas instalações do usuário final. Acredita-se que a Virtualização das Funções de Rede é
aplicável a qualquer processamento de pacotes no plano de dados e função de plano de controle
em infraestruturas de redes fixas e móveis. A Virtualização das Funções de Rede é
complementar ao SDN (Software Defined Networking) (ETSI, 2012).
Para as operadoras de telecomunicações (fixas, móveis, ou por cabo/satélite) são muito
importantes as redes NFV e SDN, pois são tecnologias revolucionárias que retiram as principais
funções de rede do hardware dedicado caro, para colocá-las em plataformas de software, com
de redução de custos e aceleração do tempo para colocação no mercado (OSATO, 2015).
O objetivo do artigo é apresentar as iniciativas em NFV no Brasil, bem como os desafios
tecnológicos envolvidos e os incentivos e estratégias de empresas e governo na transformação
digital.
MÉTODO
O método utilizado foi estudo bibliográfico em livros, artigos, revistas e sites especializados. O
material estudado encontra-se nas referências bibliográficas.
RESULTADOS
A partir do estudo bibliográfico realizado foi possível compreender a evolução, os desafios e as
iniciativas em NFV no Brasil que segue as tendências tecnológicas mundiais.
3
A virtualização das Funções de Rede visa transformar a maneira como as operadoras arquitetam
as redes ao evoluir gradualmente da tecnologia de virtualização de TI padrão para consolidar
muitos tipos de equipamentos de rede no padrão da indústria e em grande quantidade de
servidores, switches e armazenamento, que podem estar localizados em Data Centers, nós de
rede e nas instalações do usuário final, conforme ilustrado na Figura 1 a seguir. Envolve a
implementação de funções de rede em software que podem ser executadas em uma variedade
de hardware de servidor no padrão da indútria e que podem ser movidas ou instanciadas em
vários locais da rede conforme necessário, sem necessidade de instalação de novos
equipamentos.
Figura 1 – Visão para virtualização das funções de rede
Fonte: ETSI, 2012
A Figura 2 mostra o relacionamento da Virtualização das Funções de Rede com SDN.
Figura 2 - Relacionamento da Virtualização das Funções de Rede com SDN
Fonte: ETSI, 2012
4
A NFV visa a implementação de funções de rede (NF) como entidades de software que rodam
sobre a infraestrutura NFV (NFVI). Portanto, foi definida uma arquitetura de referência para a
implementação de NFV pelo ETSI (European Telecommunications Standards Institute,
Industrial Specification Group for NFV) que objetiva permitir a instanciação dinâmica de
funções de rede virtuais (ou seja, as instâncias de VNFs), bem como a relação entre estas
relacionado a dados, controle, dependências, conectividade, entre outros atributos (ROSA et al,
2014).
A Figura 3 a seguir mostra arquitetura de referência para NFV.
Figura 3 – Arquitetura de alto nível para NFV
Fonte: ROSA et al, 2014
O mercado de sistemas de NFV se movimenta a medida que as discussões e propostas avançam
no Grupo de Especificação da Indútria (ISG) para NFV do ETSI. Ao final de 2015 a América
Móvil abriu uma RFI (Request for Information) para estabelecer a linha tecnológica desse
segmento para suas operações e, em seguida, realizar uma concorrência. Já a Telefónica havia
anunciado a escolha da HP para seu projeto global de virtualização denonimado Unica. Por
problemas de cronograma de entrega de soluções, decidiu fazer nova licitação e abriu uma nova
RFP (Request for Proposal).
A Embratel replica o mesmo processo de levantamento de informações. Todos os documentos
entregues pelos fabricantes no México também são entregues no Brasil. Em sintonia, a matriz
5
e a subsidiária brasileira definem a linha tecnológica que norteia o processo de licitação para a
compra de equipamentos de virtualização das redes.
Ao fazer nova concorrência, a Telefónica atrasou a conclusão do projeto Unica. Faria uma
implementação completa de plataformas HP OpenNFV, incluindo servidores, software,
orquestração e tecnologias de rede, além de contar com os serviços e a tecnologia HP Helion
OpenStack para operadoras. A iniciativa envolve a mudança de silos proprietários “verticais”
para uma arquitetura aberta unificada “horizontal” que traz os futuros recursos de
gerenciamento e orquestração (MANO) centralizados e recursos de hardware compartilhados
entre serviços, que reduz os custos operacionais.
A proposta inicial da Telefónica envolve uma abordagem de três fases para implementação da
Unica: virtualizar sistemas não críticos, como AAA (Authentication, Authorization and
Accounting) e Subsistema Multimídia IP (IMS), implantando-os como funções de redes virtuais
(VNFs); em seguida transformar em NFV redes core como o virtual Evolved Packet Core
(vEPC) para LTE e, por fim, virtualizar sistemas críticos como Home Subscriber Server (HSS)
e Home Location Register (HLR) (FERREIRA, 2015).
De todos os projetos de virtualização de telecomunicações em andamento, a iniciativa Unica da
Telefónica é a mais ambiciosa. Os negócios da operadora abrangem países da América Latina
e da Europa que têm pouco em comum. Desenvolver as ferramentas virtuais que possam ser
usadas nessas redes e os processos que as suportam nunca ocorre de forma direta.
A análise é morosa e em parte por causa da imaturidade da tecnologia. No momento, a
Telefónica está focada em virtualizar suas principais funções de rede, e levará algum tempo até
que possa voltar sua atenção para a Rede de Acesso Rádio (RAN). Mas o objetivo permanece
o mesmo: construir uma rede global mais automatizada, baseada em software, que reduza
custos, acelere o desenvolvimento de serviços e impulsione a inovação.
A Telefónica tem virtualizado funções de rede quando e como pode. Com a Ericsson como
principal parceira de virtualização da Unica, em substituição a HPE, a Telefónica está usando
atualmente quatro diferentes fornecedores de funções de rede virtual (VNFs) em um sinal de
sua determinação em buscar um lançamento genuinamente multivendor (MORRIS, 2017).
As tecnologias SDN e NFV são tendência em telecomunicações há algum tempo, mas começam
a tomar forma nas operadoras brasileiras. A TIM afirma ter pouco mais de um terço de suas
6
funções de rede virtualizadas e espera crescer ainda mais nos próximos três anos. Planeja 35%
da parte de camada de controle e, em três anos, 80% das funções virtualizadas. Entre esses
recursos da camada de controle estão a parte de serviço de valor adicionado, roaming e OSS.
Começou em 2015 e ao final 2017 chegou a 15 importantes funções de rede plenamente
virtualizadas.
A Oi tem com um plano de experimentação para verificar a utilização de NFV e SDN em
arquitetura de referência, como locação de POPs (Points of Presence), data centers, virtual edge
(borda da rede) e transformação de acessos dos usuários, com adoção da tecnologia
multicamada e no acesso. Iniciou toda a etapa de definição da parte de controle de SDN. Fez
algumas provas de conceito que começou com CPE (Customer Premises Equipment) virtual
residencial e corporativo na estrutura de controle da rede de transporte óptico e IP. Na sequência
a Oi pretende realizar a transformação da rede móvel, com EPC (Evolved Packet Core) virtual,
especialmente com M2M (Machine-to-Machine), e depois os demais elementos. Considera
ainda integração do controle unificado, que carece de padrões na indústria.
Um exemplo de virtualização que já demonstra maior adoção de operadoras no mundo é a voz
sobre o LTE (VoLTE, Voice over Long Term Evolution). A principal dificuldade para
operadoras é como integrar aos sistemas legados, mas as implantações ocorrem gradualmente
(AMARAL, 2016).
Em (DIAS, 2017) mostra-se que evolução dos negócios e das redes de telecomunicações não é
mais uma opção e sim uma necessidade, pois as CSPs (Communication Service Providers,
operadoras tradicionais) devem se transformar de Provedor de Conectividade para Provedor de
Serviços Digitais. As redes NFV e SDN são elementos chave para a transformação em um DSP
(Digital Services Provider).
DISCUSSÕES
As rápidas transformações na economia e na sociedade proporcionadas pelo ambiente digital
impõem novos desafios. As ações estratégicas definidas pelo governo brasileiro o faz
habilitador e facilitador dessa transformação digital no setor produtivo, na capacitação da
sociedade para essa nova realidade, e na atuação do Estado como prestador de serviços e
garantidor de direitos.
7
A transformação digital é uma oportunidade para dar um salto qualitativo. As tecnologias
digitais proporcionam as ferramentas facilitadoras de governo para incentivos na
competitividade e produtividade das empresas, bem como na capacitação e inclusão da
sociedade, para que possam se desenvolver e prosperar: as pessoas, organizações, negócios,
serviços governamentais, educacionais e acadêmicos (MCTIC, 2017).
As estratégias de adoção de redes SDN e NFV são objeto de estudos, planejamento e
implantações das operadoras para aproveitarem os benefícios da tecnologia. Um dos desafios é
como aproveitar a infraestrutura legada que possuem.
A redução do TCO (Total Cost of Ownership) é uma necessidade das operadoras para
competirem com as OTTs (Over-the-Top) como, por exemplo, NetFlix, Skype e WhatsApp.
A padronização por parte dos fornecedores de tecnologia é essencial para o planejamento,
projeto e implantação. Os fornecedores percebem essa necessidade e trabalham em conjunto
com operadoras para a implantação da NFV.
O desafio de integração da infraestrutura das operadoras pode ser resolvido a partir da
orquestração feita por software que gerencia cada parte da rede e as desobrigam de ter um
técnico em cada área para operar (MONTEIRO, 2016).
A NFV é uma tecnologia chave que permite aos provedores de serviços de comunicações
otimizar sua arquitetura de rede para a MEC (Multi-access Edge Computing).
A MEC aplica os princípios da arquitetura em nuvem para computação, armazenamento e
infraestrutura de rede na borda da rede, perto do usuário. Fornece recursos de computação em
nuvem quase em tempo real e um ambiente de serviço de TI na borda da rede, permite que os
aplicativos aproveitem os serviços de latência muito baixa e alta largura de banda e acesso em
tempo real a informações de rede.
Ao disponibilizar a MEC em redes de acesso desde redes LTE/5G a redes LANs com/sem fio,
os Provedores de Serviços de Comunicações (CSPs) estão especialmente posicionados para a
adoção de aplicativos da próxima geração na borda da rede, incluindo CDN (Content Delivery
Network), DNS (Domain Name System) e caching de serviços, telemetria 5G e IoT (Internet of
Things), modelagem de tráfego móvel, localização serviços, análise de vídeo, realidade
aumentada, carros conectados, segurança e conformidade (VMWARE, 2017).
8
Os provedores de serviços tanto móveis quanto fixos começam a fazer investimentos
significativos em SDN e NFV em vários casos de uso, que inclui, entre outros, uCPE/vCPE
(universal/virtual), SD-WAN (Software-Defined networking in a Wide Area Network), vEPC
(Virtual Evolved Packet Core), vIMS (IMS virtual), Cloud RAN (Radio Access Network) e
vCDN (CDN virtual). Estima-se que os investimentos dos provedores de serviços SDN e NFV
crescerão a uma CAGR (Compound Annual Growth Rate) de aproximadamente 45% entre 2017
e 2020, que representa, no final de 2020, quase US$ 22 bilhões em receita (CISION, 2018).
Outro fato relevante é o MEF (Metro Ethernet Forum) criar duas novas especificações de
orquestração para o MEF 3.0 para alinhar com outros grupos de padrões, o TeleManagement
Forum (TM Forum) e o Open Network Automation Platform (ONAP) para automatizar os
principais processos de back-office (apoio adminstrativo ao negócio) dentro e entre operadoras
de rede para facilitar a prestação de serviços (WILSON, 2018).
No Congresso Mundial de MPLS, SDN e NFV 2018 em Paris os executivos das operadoras de
telecomunicações Orange e Telefonica, da comunidade de fornecedores Nokia e RAD e da
Google do mundo da Internet participaram de um painel de discussões da situação da SDN e
NFV (MORRIS, 2018).
Uma plataforma importante denominada Dojot que resultou do projeto “Plataforma Aberta para
IoT e suas Aplicações”, que conta com o apoio do FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento
Tecnológico das Telecomunicações), do MCTIC, via Finep (Financiadora de Estudos e
Projetos) e é conduzido pelo CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em
Telecomunicações) em parceria com outras instituições de ciência e tecnologia: Instituto
Atlântico, Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), Fundação de Apoio à
Capacitação em Tecnologia da Informação (FACTI) e Universidade Federal do Ceará
representa uma promissora iniciativa. Com código aberto, está posicionada para ser habilitadora
e facilitar o desenvolvimento das soluções IoT. Além disso, a plataforma visa disponibilizar a
toda uma comunidade as contribuições advindas de sua evolução e aperfeiçoamento (DOJOT,
2017).
O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) em parceria com o MCTIC, no estudo
"Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil" mapeia as necessidades de fomentar novas
infraestruturas e modernizar as existentes com vistas a atender a essa demanda (BNDES, 2017).
9
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conceitos como redes SDN e NFV mudam a maneira como as operadoras projetam e gerenciam
suas redes e abre novas oportunidades de entrega de serviços. Isso exige planejamento e novas
abordagens na maneira como fazem negócios.
A SDN para as empresas de telecomunicações melhora o gerenciamento e a flexibilidade da
rede, inclui a gestão da automação do tráfego, engenharia de banda e a habilidade de ter uma
rede sob demanda que se ajuste às necessidades dos clientes (FALSARELLA, 2015).
O NFV é revolucionário e muda forma de conduzir os processos e as operadoras TIM e Oi, por
exemplo, agem nessa direção e se prepararam para as novas tecnologias com foco no 5G
(MONTEIRO, 2017), (INFRAROI, 2017).
A previsão para os próximos cinco anos é que cerca de 60% dos data centers hyperscale do
mundo estejam com soluções SDN e NFV e a transição do digital para o virtual se aproxima
rapidamente. Isso porque o volume de tráfego de dados cresce exponencialmente e pressiona
que uma nova arquitetura facilite a criação e a evolução de novos serviços. A redução de custos
e a possibilidade de oferecer serviços com agilidade são os fatores mais atraentes das
tecnologias SDN/NFV. As empresas precisam criar novos serviços para gerar novas receitas e
se manterem competitivas (RODRIGUES, 2018).
Com o crescimento do número de pessoas, dispositivos, máquinas e sensores que entram na
rede através da Internet das Coisas, as operadoras requerem novas capacidades para liderar a
entrega de serviços e aplicativos baseados em nuvem com valor agregado. Os desenvolvedores
e fornecedores de soluções desenham as plataformas nesta visão. Por exemplo, a da Cisco segue
a filosofia de ser aberta, elástica e extensível (SIQUEIRA, 2014).
Com a concorrência dos provedores de serviços over-the-top (OTT), como o WhatsApp, a
demanda de clientes por dados e o caro investimento em infraestrutura para suportar esse
cenário, as operadoras enfrentam desafios complicados, independente de seu tamanho. A
proposta da Ciena para a tal é virtualizar a borda da rede ao criar serviços virtuais para os
usuários e aposta na automação para reduzir custos (MONTEIRO, 2017).
A Trópico desenvolve a plataforma de virtualização aderente aos padrões internacionais que
favorece a adoção da tecnologia NFV e negócios relacionados (TRÓPICO, 2014).
10
A Padtec fornecedor de equipamentos ópticos e integrador de sistemas desenvolve o
multiplexador add/drop óptico reconfigurável (ROADM) em SDN (LIGHTWAVE, 2014). Os
desenvolvimentos orientam-se na abordagem da ONF (Open Network Foundation) (HOOFT,
2018).
Outro aspecto relevante se refere a necessidade de capacitação, treinamento e desenvolvimento
de habilidades de profissionais e estudantes para a nova abordagem de soluções, planejamento,
projeto de redes e modelos de negócios.
Por exemplo, o MEF anunciou a colaboração entre os grupos de padrões e de código aberto
para resolver problemas específicos de virtualização. Trata-se de um novo conjunto de
certificações e testes desenvolvidos em colaboração pelo MEF, ETSI e a Fundação Linux com
o objetivo de ajudar as operadoras de rede a treinar (e retreinar) o pessoal de operações para
entender e estar pronto para virtualização de funções de rede e rede definida por software
(WILSON, 2018).
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS
AMARAL, B. Operadoras brasileiras começam a tirar a virtualização do papel, 2016.
Disponível em < http://www.mobiletime.com.br/17/10/2016/operadoras-brasileiras-comecam-
a-tirar-a-virtualizacao-do-papel/458023/news.aspx>. Acesso em 06 de abr. 2018.
BNDES, Banco Nacional do Desenvolvimento. Produto 8: Relatório do Plano de Ação
Iniciativas e Projetos Mobilizadores, 2017. Disponível em <https://www.bndes.gov.br/
wps/wcm/connect/site/269bc780-8cdb-4b9b-a297-53955103d4c5/relatorio-final-plano-de-
acao-produto-alterado.pdf?MOD=AJPERES&CVID=m0jDUok>. Acesso em 08 de abr. 2018.
CISION PR Newswire. World SDN, NFV & Network Virtualization Ecosystem Research
Report 2017-2030 - $22 Billion Market Opportunities, Challenges, Strategies & Forecasts,
2018. Disponível em <https://www.prnewswire.com/news-releases/world-sdn-nfv--network-
virtualization-ecosystem-research-report-2017-2030---22-billion-market-opportunities-
challenges-strategies--forecasts-300579938.html>. Acesso em 08 de abr. 2018.
DIAS, C. H. Virtualização: Transformando o negócio das redes, 2017. I Semana de Cursos de
TI DeVry | Metrocamp, Campinas-SP, 2017.
11
DOJOT. Dojot a brazilian IoT platform, 2017. Disponível em <http://www.dojot.com.br/sobre-
a-dojot-iot/>. Acesso em 03 de abr. 2018.
ETSI, European Telecommunications Standards Institute, Industry Specification Group for
NFV, Network Functions Virtualization, White Paper, 2012. Disponível em <
https://portal.etsi.org/NFV/NFV_White_Paper.pdf>. Acesso em 03 de mar. 2018.
FALSARELLA, D. SDN e NFV abrem novas oportunidades a empresas de telecom, 2015.
Disponível em < computerworld.com.br/sdn-e-nfv-abrem-novas-oportunidades-empresas-de-
telecom-0>. Acesso em 06 de abr. 2018.
FERREIRA, W. NFV: América Móvel abre RFI e Telefónica revê contrato com HP, 2015.
Disponível em <http://www.telesintese.com.br/nfv-america-movil-abre-rfi-e-telefonica-reve-
contrato-com-hp/>. Acesso em 15 de fev. 2018.
HOOFT, F. SDN-Optical: Background, Basics & Tendencies, Padtec, 2018. II Encontro de
Redes e Segurança da Informação da Metrocamp, Campinas, SP.
INFRAROI. TIM e Oi avançam em NFV e SDN, 2017. Disponível em <
http://infraroi.com.br/tim-e-oi-avancam-em-nfv-e-sdn/>. Acesso em 06 de abr. 2018.
LIGHTWAVE. Padtec demos SDN-controlled directionless ROADM at SC14, 2014.
Disponível em < http://www.lightwaveonline.com/articles/2014/11/padtec-demos-sdn-
controlled-directionless-roadm-at-sc14.html>. Acesso em 08 de abr. 2018.
MCTIC, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Estratégia Brasileira
para a Transformação Digital – E-Digital, 2018. Disponível em
<http://www.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/estrategiadigital.pdf>. Acesso em 30
de mar. 2018.
MONTEIRO, J. Operadoras querem implantar SDN e NFV, a dúvida é como, 2016. Disponível
em <https:// ipnews.com.br/operadoras-querem-implantar-sdn-e-nfv-a-duvida-e-como/>.
Acesso em 06 de abr. 2018.
MONTEIRO, J. TIM acelera adoção de NFV e planeja virtualizar 49 funções de rede em 2017,
2017. Disponível em < https://ipnews.com.br/tim-acelera-adocao-de-nfv-e-planeja-virtualizar-
49-funcoes-de-rede-em-2017/>. Acesso em 06 de abr. 2018.
12
MONTEIRO, J. Ciena mostra que NFV também é para pequenas operadoras, 2017. Disponível
em <https://ipnews.com.br/ciena-mostra-que-nfv-tambem-e-para-pequenas-operadoras/>.
Acesso em 06 de abr. 2018.
MORRIS, I. Telefónica Plots Unica Expansion, 2017. Disponível em
<http://www.lightreading.com/nfv/nfv-strategies/telefonica-plots-unica-expansion/d/d-
id/735134>. Acesso em 20 de fev. 2018.
MORRIS, I. SDN Is Hype & NFV a Faux Pas – Telecom Panel, 2018. Disponível em
<http://www.lightreading.com/nfv/nfv-strategies/sdn-is-hype-and-nfv-a-faux-pas---telecom-
panel/d/d-id/742193?itc=lrnewsletter_lrdaily>. Acesso em 13 de abr. 2018.
OSATO, R. Passo a passo para implantar NFV nas redes atuais, 2015. Disponível em <
http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site
&UserActiveTemplate=mobile&infoid=41198&sid=15>. Acesso em 06 de abr. 2018.
RODRIGUES, S. SDN/NFV: A transição para o mundo virtual, 2018. Disponível em <
https://www.infranewstelecom.com.br/sdn-nfv/>. Acesso em 06 de abr. 2018.
ROSA, R. V. et al. Network Function Virtualization: Perspectivas, Realidades e Desafios, 2014.
Disponível em < http://www.dca.fee.unicamp.br/~chesteve/pubs/MC-SBRC14-NFV.pdf>.
Acesso em 26 de fev. 2018.
SIQUEIRA, E. Cisco expande oferta de virtualização, 2014. Disponível em
<http://www.mundodigital.net.br/index.php/component/content/article?id=1165>. Acesso em
06 de abr. 2018.
TRÓPICO. Vectura Virtual Edge, 2014. Disponível em
<http://www.tropiconet.com.br/vectura-virtual-edge/>. Acesso em 06 de abr. 2018.
VMWARE, Enable Next-Gen Services With Multi-Access Edge Computing, 2017. Disponível
em<https://www.vmware.com/content/dam/digitalmarketing/vmware/en/pdf/solutions/vmwar
e-mec-solution-overview.pdf>. Acesso em 07 de abr. 2018.
WILSON, C. MEF, ETSI & Linux Foundation Work Together on New NFV-Related
Specifications, 2018. Disponível em: <http://www.lightreading.com/nfv/nfv-specs-open-
13
source/mef-etsi-and-linux-foundation-work-together-on-new-nfv-related-specifications/d/d-
id/742132?itc=lrnewsletter_lrdaily>. Acesso em 10 de abr. 2018.

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Iniciativas NFV no Brasil

  • 1. 1 INICIATIVAS EM NFV NO BRASIL Júlio César Magro1 , Luiz Gustavo Turatti2 , Amândio Balcão Filho3 RESUMO As redes das operadores possuem uma grande variedade de dispositivos dedicados (appliances) de hardware proprietários. Para lançar um novo serviço de rede requer ainda outra variedade e encontrar espaço e energia para acomodar esses equipamentos. A Virtualização das Funções de Rede (NFV) visa solucionar esses problemas ao utilizar a tecnologia de virtualização padrão da TI para consolidar muitos tipos de equipamentos de rede em padrão da indústria e em grande quantidade de servidores, switches e armazenamento (storage), que podem estar localizados em Data Centers, nós de rede e nas instalações do usuário. O objetivo do artigo é apresentar as iniciativas em NFV no Brasil, bem como os desafios tecnológicos envolvidos e os incentivos e estratégias na transformação digital. O método utilizado foi estudo bibliográfico. A NFV visa a implementação de funções de rede (NF) como entidades de software que rodam sobre a infraestrutura NFV (NFVI). Foi definida uma arquitetura de referência para a implementação de NFV pelo ETSI. A padronização por parte dos fornecedores de tecnologia é essencial e estes percebem essa preocupação e trabalham em conjunto com operadoras para a implantação da NFV. As redes NFV e SDN são elementos chave para a transformação das operadoras tradicionais (CSPs) em um DSP (Digital Services Provider). A NFV é uma tecnologia chave que permite aos DSPs otimizarem a arquitetura de rede para a MEC (Multi-access Edge Computing). Há a necessidade de capacitação e treinamento de profissionais e estudantes para a nova abordagem de soluções, projeto de redes e modelos de negócios. Palavras-chave: NFV, Virtualização, Rede INTRODUÇÃO As redes das operadores possuem uma grande variedade de dispositivos dedicados (appliances) de hardware proprietários. Para lançar um novo serviço de rede frequentemente requer ainda outra variedade e encontrar espaço e energia para acomodar esses equipamentos torna-se cada vez mais difícil. Soma-se a isso aos custos crescentes da energia, desafios de investimento de capital e a deficiência de habilidades necessárias para projetar, integrar e operar aparelhos cada vez mais complexos baseados em hardware. 1 Mestre em Engenharia Elétrica/UNICAMP, Centro Universitário UniMetrocamp | Wyden, R. Dr. Sales de Oliveira, 1661 - Vila Industrial, 13035-500 - Campinas - SP, julio.magro@unimetrocamp.edu.br 2 Doutor em Engenharia Elétrica/UNICAMP, Centro Universitário UniMetrocamp | Wyden, R. Dr. Sales de Oliveira, 1661 - Vila Industrial, 13035-500 - Campinas - SP, luiz.turatti@unimetrocamp.edu.br 3 Mestre em Computação Aplicada/INPE, Pesquisador no CTI Renato Archer e Docente no Centro Universitário UniMetrocamp | Wyden, R. Dr. Sales de Oliveira, 1661 - Vila Industrial, 13035-500 - Campinas - SP, amandio.filho@unimetrocamp.edu.br
  • 2. 2 Além disso, os appliances baseados em hardware atingem rapidamente o fim de sua vida útil, exige que grande parte do ciclo de obtenção-desenho-integração-implantação seja repetida com pouco ou nenhum benefício de receita. Agrava-se ao considerar que os ciclos de vida de hardware tornam-se mais curtos à medida que a inovação da tecnologia e serviços acelera e inibe a implantação de novos serviços de rede que geram receita e restringe a inovação em um mundo conectado cada vez mais centrado na rede. A Virtualização das Funções de Rede (Network Functions Virtualization, NFV) visa solucionar esses problemas ao utilizar a tecnologia de virtualização padrão da TI para consolidar muitos tipos de equipamentos de rede em padrão da indústria e em grande quantidade de servidores, switches e armazenamento (storage), que podem estar localizados em Data Centers, nós de rede e nas instalações do usuário final. Acredita-se que a Virtualização das Funções de Rede é aplicável a qualquer processamento de pacotes no plano de dados e função de plano de controle em infraestruturas de redes fixas e móveis. A Virtualização das Funções de Rede é complementar ao SDN (Software Defined Networking) (ETSI, 2012). Para as operadoras de telecomunicações (fixas, móveis, ou por cabo/satélite) são muito importantes as redes NFV e SDN, pois são tecnologias revolucionárias que retiram as principais funções de rede do hardware dedicado caro, para colocá-las em plataformas de software, com de redução de custos e aceleração do tempo para colocação no mercado (OSATO, 2015). O objetivo do artigo é apresentar as iniciativas em NFV no Brasil, bem como os desafios tecnológicos envolvidos e os incentivos e estratégias de empresas e governo na transformação digital. MÉTODO O método utilizado foi estudo bibliográfico em livros, artigos, revistas e sites especializados. O material estudado encontra-se nas referências bibliográficas. RESULTADOS A partir do estudo bibliográfico realizado foi possível compreender a evolução, os desafios e as iniciativas em NFV no Brasil que segue as tendências tecnológicas mundiais.
  • 3. 3 A virtualização das Funções de Rede visa transformar a maneira como as operadoras arquitetam as redes ao evoluir gradualmente da tecnologia de virtualização de TI padrão para consolidar muitos tipos de equipamentos de rede no padrão da indústria e em grande quantidade de servidores, switches e armazenamento, que podem estar localizados em Data Centers, nós de rede e nas instalações do usuário final, conforme ilustrado na Figura 1 a seguir. Envolve a implementação de funções de rede em software que podem ser executadas em uma variedade de hardware de servidor no padrão da indútria e que podem ser movidas ou instanciadas em vários locais da rede conforme necessário, sem necessidade de instalação de novos equipamentos. Figura 1 – Visão para virtualização das funções de rede Fonte: ETSI, 2012 A Figura 2 mostra o relacionamento da Virtualização das Funções de Rede com SDN. Figura 2 - Relacionamento da Virtualização das Funções de Rede com SDN Fonte: ETSI, 2012
  • 4. 4 A NFV visa a implementação de funções de rede (NF) como entidades de software que rodam sobre a infraestrutura NFV (NFVI). Portanto, foi definida uma arquitetura de referência para a implementação de NFV pelo ETSI (European Telecommunications Standards Institute, Industrial Specification Group for NFV) que objetiva permitir a instanciação dinâmica de funções de rede virtuais (ou seja, as instâncias de VNFs), bem como a relação entre estas relacionado a dados, controle, dependências, conectividade, entre outros atributos (ROSA et al, 2014). A Figura 3 a seguir mostra arquitetura de referência para NFV. Figura 3 – Arquitetura de alto nível para NFV Fonte: ROSA et al, 2014 O mercado de sistemas de NFV se movimenta a medida que as discussões e propostas avançam no Grupo de Especificação da Indútria (ISG) para NFV do ETSI. Ao final de 2015 a América Móvil abriu uma RFI (Request for Information) para estabelecer a linha tecnológica desse segmento para suas operações e, em seguida, realizar uma concorrência. Já a Telefónica havia anunciado a escolha da HP para seu projeto global de virtualização denonimado Unica. Por problemas de cronograma de entrega de soluções, decidiu fazer nova licitação e abriu uma nova RFP (Request for Proposal). A Embratel replica o mesmo processo de levantamento de informações. Todos os documentos entregues pelos fabricantes no México também são entregues no Brasil. Em sintonia, a matriz
  • 5. 5 e a subsidiária brasileira definem a linha tecnológica que norteia o processo de licitação para a compra de equipamentos de virtualização das redes. Ao fazer nova concorrência, a Telefónica atrasou a conclusão do projeto Unica. Faria uma implementação completa de plataformas HP OpenNFV, incluindo servidores, software, orquestração e tecnologias de rede, além de contar com os serviços e a tecnologia HP Helion OpenStack para operadoras. A iniciativa envolve a mudança de silos proprietários “verticais” para uma arquitetura aberta unificada “horizontal” que traz os futuros recursos de gerenciamento e orquestração (MANO) centralizados e recursos de hardware compartilhados entre serviços, que reduz os custos operacionais. A proposta inicial da Telefónica envolve uma abordagem de três fases para implementação da Unica: virtualizar sistemas não críticos, como AAA (Authentication, Authorization and Accounting) e Subsistema Multimídia IP (IMS), implantando-os como funções de redes virtuais (VNFs); em seguida transformar em NFV redes core como o virtual Evolved Packet Core (vEPC) para LTE e, por fim, virtualizar sistemas críticos como Home Subscriber Server (HSS) e Home Location Register (HLR) (FERREIRA, 2015). De todos os projetos de virtualização de telecomunicações em andamento, a iniciativa Unica da Telefónica é a mais ambiciosa. Os negócios da operadora abrangem países da América Latina e da Europa que têm pouco em comum. Desenvolver as ferramentas virtuais que possam ser usadas nessas redes e os processos que as suportam nunca ocorre de forma direta. A análise é morosa e em parte por causa da imaturidade da tecnologia. No momento, a Telefónica está focada em virtualizar suas principais funções de rede, e levará algum tempo até que possa voltar sua atenção para a Rede de Acesso Rádio (RAN). Mas o objetivo permanece o mesmo: construir uma rede global mais automatizada, baseada em software, que reduza custos, acelere o desenvolvimento de serviços e impulsione a inovação. A Telefónica tem virtualizado funções de rede quando e como pode. Com a Ericsson como principal parceira de virtualização da Unica, em substituição a HPE, a Telefónica está usando atualmente quatro diferentes fornecedores de funções de rede virtual (VNFs) em um sinal de sua determinação em buscar um lançamento genuinamente multivendor (MORRIS, 2017). As tecnologias SDN e NFV são tendência em telecomunicações há algum tempo, mas começam a tomar forma nas operadoras brasileiras. A TIM afirma ter pouco mais de um terço de suas
  • 6. 6 funções de rede virtualizadas e espera crescer ainda mais nos próximos três anos. Planeja 35% da parte de camada de controle e, em três anos, 80% das funções virtualizadas. Entre esses recursos da camada de controle estão a parte de serviço de valor adicionado, roaming e OSS. Começou em 2015 e ao final 2017 chegou a 15 importantes funções de rede plenamente virtualizadas. A Oi tem com um plano de experimentação para verificar a utilização de NFV e SDN em arquitetura de referência, como locação de POPs (Points of Presence), data centers, virtual edge (borda da rede) e transformação de acessos dos usuários, com adoção da tecnologia multicamada e no acesso. Iniciou toda a etapa de definição da parte de controle de SDN. Fez algumas provas de conceito que começou com CPE (Customer Premises Equipment) virtual residencial e corporativo na estrutura de controle da rede de transporte óptico e IP. Na sequência a Oi pretende realizar a transformação da rede móvel, com EPC (Evolved Packet Core) virtual, especialmente com M2M (Machine-to-Machine), e depois os demais elementos. Considera ainda integração do controle unificado, que carece de padrões na indústria. Um exemplo de virtualização que já demonstra maior adoção de operadoras no mundo é a voz sobre o LTE (VoLTE, Voice over Long Term Evolution). A principal dificuldade para operadoras é como integrar aos sistemas legados, mas as implantações ocorrem gradualmente (AMARAL, 2016). Em (DIAS, 2017) mostra-se que evolução dos negócios e das redes de telecomunicações não é mais uma opção e sim uma necessidade, pois as CSPs (Communication Service Providers, operadoras tradicionais) devem se transformar de Provedor de Conectividade para Provedor de Serviços Digitais. As redes NFV e SDN são elementos chave para a transformação em um DSP (Digital Services Provider). DISCUSSÕES As rápidas transformações na economia e na sociedade proporcionadas pelo ambiente digital impõem novos desafios. As ações estratégicas definidas pelo governo brasileiro o faz habilitador e facilitador dessa transformação digital no setor produtivo, na capacitação da sociedade para essa nova realidade, e na atuação do Estado como prestador de serviços e garantidor de direitos.
  • 7. 7 A transformação digital é uma oportunidade para dar um salto qualitativo. As tecnologias digitais proporcionam as ferramentas facilitadoras de governo para incentivos na competitividade e produtividade das empresas, bem como na capacitação e inclusão da sociedade, para que possam se desenvolver e prosperar: as pessoas, organizações, negócios, serviços governamentais, educacionais e acadêmicos (MCTIC, 2017). As estratégias de adoção de redes SDN e NFV são objeto de estudos, planejamento e implantações das operadoras para aproveitarem os benefícios da tecnologia. Um dos desafios é como aproveitar a infraestrutura legada que possuem. A redução do TCO (Total Cost of Ownership) é uma necessidade das operadoras para competirem com as OTTs (Over-the-Top) como, por exemplo, NetFlix, Skype e WhatsApp. A padronização por parte dos fornecedores de tecnologia é essencial para o planejamento, projeto e implantação. Os fornecedores percebem essa necessidade e trabalham em conjunto com operadoras para a implantação da NFV. O desafio de integração da infraestrutura das operadoras pode ser resolvido a partir da orquestração feita por software que gerencia cada parte da rede e as desobrigam de ter um técnico em cada área para operar (MONTEIRO, 2016). A NFV é uma tecnologia chave que permite aos provedores de serviços de comunicações otimizar sua arquitetura de rede para a MEC (Multi-access Edge Computing). A MEC aplica os princípios da arquitetura em nuvem para computação, armazenamento e infraestrutura de rede na borda da rede, perto do usuário. Fornece recursos de computação em nuvem quase em tempo real e um ambiente de serviço de TI na borda da rede, permite que os aplicativos aproveitem os serviços de latência muito baixa e alta largura de banda e acesso em tempo real a informações de rede. Ao disponibilizar a MEC em redes de acesso desde redes LTE/5G a redes LANs com/sem fio, os Provedores de Serviços de Comunicações (CSPs) estão especialmente posicionados para a adoção de aplicativos da próxima geração na borda da rede, incluindo CDN (Content Delivery Network), DNS (Domain Name System) e caching de serviços, telemetria 5G e IoT (Internet of Things), modelagem de tráfego móvel, localização serviços, análise de vídeo, realidade aumentada, carros conectados, segurança e conformidade (VMWARE, 2017).
  • 8. 8 Os provedores de serviços tanto móveis quanto fixos começam a fazer investimentos significativos em SDN e NFV em vários casos de uso, que inclui, entre outros, uCPE/vCPE (universal/virtual), SD-WAN (Software-Defined networking in a Wide Area Network), vEPC (Virtual Evolved Packet Core), vIMS (IMS virtual), Cloud RAN (Radio Access Network) e vCDN (CDN virtual). Estima-se que os investimentos dos provedores de serviços SDN e NFV crescerão a uma CAGR (Compound Annual Growth Rate) de aproximadamente 45% entre 2017 e 2020, que representa, no final de 2020, quase US$ 22 bilhões em receita (CISION, 2018). Outro fato relevante é o MEF (Metro Ethernet Forum) criar duas novas especificações de orquestração para o MEF 3.0 para alinhar com outros grupos de padrões, o TeleManagement Forum (TM Forum) e o Open Network Automation Platform (ONAP) para automatizar os principais processos de back-office (apoio adminstrativo ao negócio) dentro e entre operadoras de rede para facilitar a prestação de serviços (WILSON, 2018). No Congresso Mundial de MPLS, SDN e NFV 2018 em Paris os executivos das operadoras de telecomunicações Orange e Telefonica, da comunidade de fornecedores Nokia e RAD e da Google do mundo da Internet participaram de um painel de discussões da situação da SDN e NFV (MORRIS, 2018). Uma plataforma importante denominada Dojot que resultou do projeto “Plataforma Aberta para IoT e suas Aplicações”, que conta com o apoio do FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), do MCTIC, via Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e é conduzido pelo CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) em parceria com outras instituições de ciência e tecnologia: Instituto Atlântico, Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), Fundação de Apoio à Capacitação em Tecnologia da Informação (FACTI) e Universidade Federal do Ceará representa uma promissora iniciativa. Com código aberto, está posicionada para ser habilitadora e facilitar o desenvolvimento das soluções IoT. Além disso, a plataforma visa disponibilizar a toda uma comunidade as contribuições advindas de sua evolução e aperfeiçoamento (DOJOT, 2017). O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) em parceria com o MCTIC, no estudo "Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil" mapeia as necessidades de fomentar novas infraestruturas e modernizar as existentes com vistas a atender a essa demanda (BNDES, 2017).
  • 9. 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conceitos como redes SDN e NFV mudam a maneira como as operadoras projetam e gerenciam suas redes e abre novas oportunidades de entrega de serviços. Isso exige planejamento e novas abordagens na maneira como fazem negócios. A SDN para as empresas de telecomunicações melhora o gerenciamento e a flexibilidade da rede, inclui a gestão da automação do tráfego, engenharia de banda e a habilidade de ter uma rede sob demanda que se ajuste às necessidades dos clientes (FALSARELLA, 2015). O NFV é revolucionário e muda forma de conduzir os processos e as operadoras TIM e Oi, por exemplo, agem nessa direção e se prepararam para as novas tecnologias com foco no 5G (MONTEIRO, 2017), (INFRAROI, 2017). A previsão para os próximos cinco anos é que cerca de 60% dos data centers hyperscale do mundo estejam com soluções SDN e NFV e a transição do digital para o virtual se aproxima rapidamente. Isso porque o volume de tráfego de dados cresce exponencialmente e pressiona que uma nova arquitetura facilite a criação e a evolução de novos serviços. A redução de custos e a possibilidade de oferecer serviços com agilidade são os fatores mais atraentes das tecnologias SDN/NFV. As empresas precisam criar novos serviços para gerar novas receitas e se manterem competitivas (RODRIGUES, 2018). Com o crescimento do número de pessoas, dispositivos, máquinas e sensores que entram na rede através da Internet das Coisas, as operadoras requerem novas capacidades para liderar a entrega de serviços e aplicativos baseados em nuvem com valor agregado. Os desenvolvedores e fornecedores de soluções desenham as plataformas nesta visão. Por exemplo, a da Cisco segue a filosofia de ser aberta, elástica e extensível (SIQUEIRA, 2014). Com a concorrência dos provedores de serviços over-the-top (OTT), como o WhatsApp, a demanda de clientes por dados e o caro investimento em infraestrutura para suportar esse cenário, as operadoras enfrentam desafios complicados, independente de seu tamanho. A proposta da Ciena para a tal é virtualizar a borda da rede ao criar serviços virtuais para os usuários e aposta na automação para reduzir custos (MONTEIRO, 2017). A Trópico desenvolve a plataforma de virtualização aderente aos padrões internacionais que favorece a adoção da tecnologia NFV e negócios relacionados (TRÓPICO, 2014).
  • 10. 10 A Padtec fornecedor de equipamentos ópticos e integrador de sistemas desenvolve o multiplexador add/drop óptico reconfigurável (ROADM) em SDN (LIGHTWAVE, 2014). Os desenvolvimentos orientam-se na abordagem da ONF (Open Network Foundation) (HOOFT, 2018). Outro aspecto relevante se refere a necessidade de capacitação, treinamento e desenvolvimento de habilidades de profissionais e estudantes para a nova abordagem de soluções, planejamento, projeto de redes e modelos de negócios. Por exemplo, o MEF anunciou a colaboração entre os grupos de padrões e de código aberto para resolver problemas específicos de virtualização. Trata-se de um novo conjunto de certificações e testes desenvolvidos em colaboração pelo MEF, ETSI e a Fundação Linux com o objetivo de ajudar as operadoras de rede a treinar (e retreinar) o pessoal de operações para entender e estar pronto para virtualização de funções de rede e rede definida por software (WILSON, 2018). REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS AMARAL, B. Operadoras brasileiras começam a tirar a virtualização do papel, 2016. Disponível em < http://www.mobiletime.com.br/17/10/2016/operadoras-brasileiras-comecam- a-tirar-a-virtualizacao-do-papel/458023/news.aspx>. Acesso em 06 de abr. 2018. BNDES, Banco Nacional do Desenvolvimento. Produto 8: Relatório do Plano de Ação Iniciativas e Projetos Mobilizadores, 2017. Disponível em <https://www.bndes.gov.br/ wps/wcm/connect/site/269bc780-8cdb-4b9b-a297-53955103d4c5/relatorio-final-plano-de- acao-produto-alterado.pdf?MOD=AJPERES&CVID=m0jDUok>. Acesso em 08 de abr. 2018. CISION PR Newswire. World SDN, NFV & Network Virtualization Ecosystem Research Report 2017-2030 - $22 Billion Market Opportunities, Challenges, Strategies & Forecasts, 2018. Disponível em <https://www.prnewswire.com/news-releases/world-sdn-nfv--network- virtualization-ecosystem-research-report-2017-2030---22-billion-market-opportunities- challenges-strategies--forecasts-300579938.html>. Acesso em 08 de abr. 2018. DIAS, C. H. Virtualização: Transformando o negócio das redes, 2017. I Semana de Cursos de TI DeVry | Metrocamp, Campinas-SP, 2017.
  • 11. 11 DOJOT. Dojot a brazilian IoT platform, 2017. Disponível em <http://www.dojot.com.br/sobre- a-dojot-iot/>. Acesso em 03 de abr. 2018. ETSI, European Telecommunications Standards Institute, Industry Specification Group for NFV, Network Functions Virtualization, White Paper, 2012. Disponível em < https://portal.etsi.org/NFV/NFV_White_Paper.pdf>. Acesso em 03 de mar. 2018. FALSARELLA, D. SDN e NFV abrem novas oportunidades a empresas de telecom, 2015. Disponível em < computerworld.com.br/sdn-e-nfv-abrem-novas-oportunidades-empresas-de- telecom-0>. Acesso em 06 de abr. 2018. FERREIRA, W. NFV: América Móvel abre RFI e Telefónica revê contrato com HP, 2015. Disponível em <http://www.telesintese.com.br/nfv-america-movil-abre-rfi-e-telefonica-reve- contrato-com-hp/>. Acesso em 15 de fev. 2018. HOOFT, F. SDN-Optical: Background, Basics & Tendencies, Padtec, 2018. II Encontro de Redes e Segurança da Informação da Metrocamp, Campinas, SP. INFRAROI. TIM e Oi avançam em NFV e SDN, 2017. Disponível em < http://infraroi.com.br/tim-e-oi-avancam-em-nfv-e-sdn/>. Acesso em 06 de abr. 2018. LIGHTWAVE. Padtec demos SDN-controlled directionless ROADM at SC14, 2014. Disponível em < http://www.lightwaveonline.com/articles/2014/11/padtec-demos-sdn- controlled-directionless-roadm-at-sc14.html>. Acesso em 08 de abr. 2018. MCTIC, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Estratégia Brasileira para a Transformação Digital – E-Digital, 2018. Disponível em <http://www.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/estrategiadigital.pdf>. Acesso em 30 de mar. 2018. MONTEIRO, J. Operadoras querem implantar SDN e NFV, a dúvida é como, 2016. Disponível em <https:// ipnews.com.br/operadoras-querem-implantar-sdn-e-nfv-a-duvida-e-como/>. Acesso em 06 de abr. 2018. MONTEIRO, J. TIM acelera adoção de NFV e planeja virtualizar 49 funções de rede em 2017, 2017. Disponível em < https://ipnews.com.br/tim-acelera-adocao-de-nfv-e-planeja-virtualizar- 49-funcoes-de-rede-em-2017/>. Acesso em 06 de abr. 2018.
  • 12. 12 MONTEIRO, J. Ciena mostra que NFV também é para pequenas operadoras, 2017. Disponível em <https://ipnews.com.br/ciena-mostra-que-nfv-tambem-e-para-pequenas-operadoras/>. Acesso em 06 de abr. 2018. MORRIS, I. Telefónica Plots Unica Expansion, 2017. Disponível em <http://www.lightreading.com/nfv/nfv-strategies/telefonica-plots-unica-expansion/d/d- id/735134>. Acesso em 20 de fev. 2018. MORRIS, I. SDN Is Hype & NFV a Faux Pas – Telecom Panel, 2018. Disponível em <http://www.lightreading.com/nfv/nfv-strategies/sdn-is-hype-and-nfv-a-faux-pas---telecom- panel/d/d-id/742193?itc=lrnewsletter_lrdaily>. Acesso em 13 de abr. 2018. OSATO, R. Passo a passo para implantar NFV nas redes atuais, 2015. Disponível em < http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site &UserActiveTemplate=mobile&infoid=41198&sid=15>. Acesso em 06 de abr. 2018. RODRIGUES, S. SDN/NFV: A transição para o mundo virtual, 2018. Disponível em < https://www.infranewstelecom.com.br/sdn-nfv/>. Acesso em 06 de abr. 2018. ROSA, R. V. et al. Network Function Virtualization: Perspectivas, Realidades e Desafios, 2014. Disponível em < http://www.dca.fee.unicamp.br/~chesteve/pubs/MC-SBRC14-NFV.pdf>. Acesso em 26 de fev. 2018. SIQUEIRA, E. Cisco expande oferta de virtualização, 2014. Disponível em <http://www.mundodigital.net.br/index.php/component/content/article?id=1165>. Acesso em 06 de abr. 2018. TRÓPICO. Vectura Virtual Edge, 2014. Disponível em <http://www.tropiconet.com.br/vectura-virtual-edge/>. Acesso em 06 de abr. 2018. VMWARE, Enable Next-Gen Services With Multi-Access Edge Computing, 2017. Disponível em<https://www.vmware.com/content/dam/digitalmarketing/vmware/en/pdf/solutions/vmwar e-mec-solution-overview.pdf>. Acesso em 07 de abr. 2018. WILSON, C. MEF, ETSI & Linux Foundation Work Together on New NFV-Related Specifications, 2018. Disponível em: <http://www.lightreading.com/nfv/nfv-specs-open-