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IX Congreso Latinoamericano y del Caribe de Ingeniería Agrícola - CLIA 2010
XXXIX Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2010
Vitória - ES, Brasil, 25 a 29 de julho 2010
Centro de Convenções de Vitória
MANUTENÇÃO DE TRATORES AGRÍCOLAS DE PNEUS NA REGIÃO DE ANÁPOLIS –
GOIÁS
DORNELES MACHADO DE FREITAS1
; ELTON FIALHO DOS REIS2
; GRACIELLY RIBEIRO
DE ALCÂNTARA3
; JOSUÉ GOMES DELMOND3
1
Engenheiro Agrícola, UEG/Anápolis/GO, cyalcantara@gmail.com
2
Engenheiro Agrícola, Prof. Doutor., UEG/Anápolis/GO.
3
Engenheira Agrícola, Pós-Graduanda, UEG/Anápolis/GO.
4
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Apresentado no
IX Congreso Latinoamericano y del Caribe de Ingeniería Agrícola - CLIA 2010
XXXIX Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2010
25 a 29 de julho de 2010 - Vitória - ES, Brasil
RESUMO: A manutenção de tratores agrícolas de pneu é muito importante, pois aumenta a vida útil
do equipamento ampliando a competitividade no setor. Este trabalho tem como objetivo analisar a
periodicidade de manutenção de tratores agrícolas de pneu utilizados em propriedades rurais. O
experimento foi desenvolvido em fazendas da região de Anápolis, Goiás, preenchendo questionários
com os proprietários e operadores, sobre à periodicidade de manutenção dos tratores. Avaliaram-se,
em dez tratores agrícolas, os seguintes itens: nível do fluido da bateria, o nível da água do radiador,
níveis de óleo do cárter, transmissão final e combustível, situação de lâmpadas, a pressão dos rodados,
altura das garras, pinos graxeiros do trator, equipamentos contra capotagem, situação do abrigo do
trator, abrigo de lubrificantes, convergência das rodas dianteiras e substituição de lubrificantes e
filtros. Os resultados indicaram que, a manutenção realizada com periodicidade, nos tratores avaliados,
se restringe em averiguar nível de óleo do cárter, transmissão, hidráulico e água do radiador, ficando
os demais itens com baixo índice de averiguação em relação à periodicidade. A manutenção de 500 a
1000 horas apresentou o menor índice de realização dentro da periodicidade recomendada.
PALAVRAS–CHAVE: Competitividade; Periodicidade; Vida Útil.
MAINTENANCE OF AGRICULTURAL TRACTOR TIRE IN THE REGION OF ANÁPOLIS-
GOIÁS
ABSTRACT: The maintenance of agricultural tractors tire is very important because it increases the
useful life of the equipment increasing the competitiveness in the sector. This paper aims to analyze
the frequency of maintenance of agricultural tractors tire used in rural properties. The experiment was
conducted on farms in the region of Anápolis, Goiás, filling out questionnaires with the owners and
operators on the frequency of maintenance of tractors. Ten agricultural tractors were evaluated, the
following items: level of battery fluid, the water level in the radiator, levels crankcase oil, final
transmission and fuel, lamps situation, the run pressure, height of the claws, pin tractor grease,
equipment against capsize, situation tractor shelter, lubricants shelter, convergence front wheels and
replacement of the lubricants and filters. The results indicated that the maintenance performed at
intervals, measured in tractors, is restricted to investigate the level of crankcase oil, transmission,
hydraulic and radiator water, while the remaining items with a low rate of investigation in relation to
frequency. The maintenance of approximately 500 to 1000 hours showed the lowest rate of
achievement within the recommended interval.
KEYWORDS: Competitiveness; periodicity; helpful life.
INTRODUÇÃO: A manutenção é utilizada para evitar possíveis falhas e quebras em máquinas e
instalações, entre outros, é importante para dar confiabilidade aos equipamentos, melhorar a qualidade,
diminuir desperdícios de produto, evitar que a máquina ou equipamento pare em pleno processo
produtivo, aumentar a sua vida útil e reduzir problemas de segurança para o operador. Há vários tipos
de manutenção que podem ser empregadas como: preventiva, corretiva planejada e não planejada e
preditiva. Segundo OLIVEIRA 2001, as despesas com reparos e manutenção compõem os mais
elevados itens dos custos operacionais, o que pode ser atribuído ao uso intensivo dos tratores
agrícolas, tornando economicamente inviável a utilização da máquina em uma empresa. Tem-se como
objetivo analisar a periodicidade de manutenção de tratores agrícolas de pneu utilizados em
propriedades rurais.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisados 10 tratores agrícolas de pneu, escolhidos de maneira
aleatória, com marcas, modelos, ano, potência, fonte e aplicações variadas dentro do setor rural. Foram
avaliados os seguintes itens: nível do fluido da bateria, o nível da água do radiador, níveis de óleo do
cárter, transmissão final, e combustível, situação de lâmpadas, a pressão dos rodados, altura das garras,
pinos graxeiros do trator, equipamentos contra capotagem, situação do abrigo do trator e abrigo de
lubrificantes e convergência das rodas dianteiras e substituição de lubrificantes e filtros. O nível de
fluído da bateria: verificado por meio de uma pipeta graduada para correta visualização do nível que
deve se encontrar a 1,5cm; Nível de água do radiador: avaliado com o motor em temperatura
ambiente, em 1 cm acima das placas; Os níveis de óleo do cárter e transmissão final: determinados
com o trator em superfície plana e o motor em repouso por tempo mínimo de 30 minutos, conforme
recomendações dos manuais de fabricante; Lâmpadas: existência e funcionamento; Combustível: foi
verificado, por questionário, o reabastecimento após jornada de trabalho com o trator ainda quente
para evitar que a umidade contida no ar forme gotículas de água ao resfriar-se; A pressão dos rodados:
obtida com um manômetro portátil inserido nas válvulas dos pneus, estando estas na posição superior
e com o pneu em temperatura ambiente e a sombra e através de questionário verificar-se-á aferição do
mesmo pelos operadores; Altura das garras: verificada com auxilio de uma régua metálica e um
paquímetro com precisão de 0,01mm em três pontos aleatórios na região central dos pneus; Folga nos
pedais de freios e embreagem: observada visualmente com auxílio do operador; Pinos graxeiros do
trator: avaliados visualmente quanto existência, anomalias e lubrificação; Abrigo do trator: verificado
a existência e se respondem aos critérios; ventilação suficiente; piso não absorvente e que não solte
poeira; espaço para manobras e circulação de pessoas; distância de fontes de poeira e água; Quanto à
segurança do trabalho: foi verificado, existência de equipamento de proteção contra capotagem e sinto
de segurança; Convergência das rodas dianteiras: feito o alinhamento visual das rodas e com auxilio
de uma haste regulável foi feita a verificação na altura do eixo quanto à distorção; Substituição de
lubrificante e filtros: Avaliado através de informações prestadas pelo responsável de manutenção. Os
dados da ficha de avaliação do equipamento e ficha de manutenção serão correlacionados através de
histogramas e analisados pela estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A correta manutenção reduz gastos com substituição de peças
reduzindo custos e depreciação dos tratores. A manutenção de 10hs deverá ser realizada diariamente
antes do inicio e na troca de turno de trabalho, todos os tratores apresentaram nível de óleo lubrificante
do cárter e água do radiador dentro dos limites aceitáveis, 90% não realizaram drenagem no copo do
sedimentador de combustível e não usam completar o tanque de combustível ao final da jornada de
trabalho, 60% apresentaram problemas no funcionamento de faróis e lâmpadas e um percentual 50%
das máquinas avaliadas não apresentaram problemas com os pinos graxeiros (Figura1). Constata-se
que 90% dos tratores avaliados não realizam a drenagem do copo sedimentador e do pré-filtro. O nível
de água do radiador também é uma operação realizada todos os dias pelos operadores. Nota-se que
40% não apresentaram problemas com qualquer um dos faróis e lâmpadas. Observa-se que 50% dos
tratores avaliados apresentaram no mínimo um pino graxeiro danificado ou com anomalias que não
possibilita a correta lubrificação do sistema. Na Figura 2, referente à manutenção de 50hs, pode-se
observar que nos tratores avaliados 40% apresentaram problemas no nível de óleo da direção
hidráulica, 80% não apresentaram problemas de reaperto geral das porcas e tensão da correia do
ventilador, 50% possuíam todas as células da bateria com nível em torno de 1,5 cm superior a placa,
50% com terminais da bateria limpos sem sinais de oxidação e apenas 10% dos equipamentos
analisados o operador tinha condições de verificar a pressão de inflação dos pneus. A verificação do
nível de óleo da direção hidráulica encontrava-se incorreta em 40% dos tratores. Nota-se que 80% dos
tratores avaliados não apresentaram problemas quanto ao item reaperto geral de porcas. O mesmo
ocorre no item, tensão da correia do ventilador. O nível de solução de bateria encontrava-se inferior
em pelo menos uma célula em 50% dos tratores avaliados. Em 60% dos tratores observa que limpeza
dos contatos da bateria foi insatisfatória.
FIGURA 1. Distribuição percentual dos níveis de
ação para manutenção diária nos tratores
avaliados.
FIGURA 2. Distribuição percentual dos níveis de
ação para manutenção de 50hs nos tratores
avaliados.
Nas propriedades visitadas apenas 10% possuíam equipamentos para aferir a pressão dos pneus sendo
na maioria realizada visualmente. Observando a Figura 3, verifica-se que os pneus apresentaram
variação de pressão entre o lado direito e esquerdo, onde quatro tratores apresentaram diferença de
pressão entre o pneu traseiro esquerdo e direto de 0 a 15%, cinco entre 16 e 30% e um com variação
superior a 50%, favorecendo a diferença de tração entre os rodados, nos pneus dianteiros, seis tratores
variaram em percentual entre o lado esquerdo e direito de 0 a 15% , dois de 16 a 30% e dois maiores
que 30%, aumentando a variação de tração nos tratores com tração dianteira adicional (TDA) e
provocando maiores esforços e desgaste no sistema de direção, cubos e rolamentos das rodas. Na
Figura 4, observa-se que 40% dos pneus avaliados não possuem altura de garra indicada para trabalho,
25% apresentam com altura de garra que caracteriza pneu com meia vida e 35% com altura de garra
entre 21 e 35 mm o que caracteriza pneu novo. Segundo SCHLOSSER et al. (1992) a patinagem
excessiva das rodas motrizes, devida à falta de interação entre o rodado e o solo, é um fator de perda
de velocidade e é agravada pelo mau estado dos pneus.
FIGURA 3. Distribuição percentual dos níveis de
pressão dos rodados.
FIGURA 4. Distribuição percentual da altura de
garra dos pneus.
Manutenção com periodicidade de 100 horas de trabalho pode-se averiguar que 60% dos
equipamentos estavam com nível de óleo dos redutores finais adequados para trabalho, 90%
apresentaram níveis de óleo da transmissão e hidráulico dentro do limite aceitável (Figura 5). Para a
manutenção de 200hs de trabalho (Figura 6), a troca de óleo do motor foi realizada no período
recomendado pelo fabricante em 80% dos tratores, regulagem dos pedais de embreagem em 40%,
regulagens dos pedais de freio em 30%, limpeza dos suspiros em 100% e folga do rolamento das rodas
inexistentes em 70% das máquinas vistoriadas. Percebe-se que 20% dos tratores não estavam regulares
com a troca de óleo. Observa-se que 40% dos tratores avaliados não estavam com os pedais de
embreagens regulados. Apenas 30% dos tratores avaliados apresentaram freios regulados.
FIGURA 5 – Distribuição percentual dos níveis
de ação para manutenção de 100hs nos tratores
avaliados.
FIGURA 6. Distribuição percentual dos níveis de
ação para manutenção de 200hs nos tratores
avaliados.
De acordo com dados prestados pelos responsáveis pela máquina, pode-se afirmar que é o período de
manutenção preventiva com menor índice de realização nos intervalos sugeridos. Na Figura 7,
verifica-se que apenas 10% dos tratores realizaram troca de óleo da direção hidráulica, 20%
substituição de óleo da transmissão, redutores finais e hidráulico, 30% apresentam convergência das
rodas dianteira adequadas e 0% calibraram os bicos e bomba injetora. Nota-se que apenas 10% dos
tratores avaliados fizeram substituição do óleo com a periodicidade determinada. Não houve
preocupação dos responsáveis pelos tratores em executar calibração do bico e da bomba injetora.
Apenas 20% realizaram a substituição do óleo da transmissão e hidráulico no tempo indicado.
Somente 30% dos tratores apresentaram ajuste de convergência das rodas dianteiras adequado. Nas
sete propriedades visitadas a existência de abrigo ocorre na maioria, embora todas apresentassem
alguma falha de manejo ou construção inadequada. Na figura 8, pode-se observar que dentre os
critérios avaliados o item piso e limpeza apresentou o menor índice de realização.
FIGURA 7. Distribuição percentual dos níveis de
ação para manutenção de 500 a 1000hs nos tratores
avaliados.
FIGURA 8. Distribuição percentual dos tipos e
condições dos abrigos nas propriedades
visitadas.
A presença do cinto de segurança nos tratores que possuem cabine ou estrutura de proteção contra o
capotamento é essencial para evitar lesões graves na ocorrência de acidentes, nos tratores avaliados de
acordo com quadro valores de convergência das rodas dianteiras, a maioria dos tratores possuía
estrutura de proteção contra capotamento e apenas um destes possuía sinto segurança.
CONCLUSÕES: Nos tratores avaliados foi demonstrada uma grande preocupação de seus
responsáveis quanto a níveis de óleo do cárter, transmissão, hidráulico e nível da água do radiador,
ficando os demais itens de manutenção com índice baixo de realização de acordo com uma
periodicidade. A manutenção de 500 a 1000 horas apresentou o menor índice de realização dentro de
uma periodicidade recomendada.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, L.E.K; FOLLE, S.M.; FRANZ, C.A.B.; MARTIN, U. Trabalhador na operação e na
manutenção de tratores agrícolas: operação de arado de discos reversíveis. Brasília: SENAR,
2001.76 p.
SCHLOSSER, J.F.; PEREIRA, C.F.; SOUZA, F.E.G.;HURTADO, R.R.; MEZZOMO,
C.P.L.Equalização da patinagem provocada pela diferenciação de lastros no trabalho do trator em
aração a duas velocidades. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 21,
1992, Santa Maria. Anais... Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola/UFSM, 1992. p. 1535-1546.

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  • 1. IX Congreso Latinoamericano y del Caribe de Ingeniería Agrícola - CLIA 2010 XXXIX Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2010 Vitória - ES, Brasil, 25 a 29 de julho 2010 Centro de Convenções de Vitória MANUTENÇÃO DE TRATORES AGRÍCOLAS DE PNEUS NA REGIÃO DE ANÁPOLIS – GOIÁS DORNELES MACHADO DE FREITAS1 ; ELTON FIALHO DOS REIS2 ; GRACIELLY RIBEIRO DE ALCÂNTARA3 ; JOSUÉ GOMES DELMOND3 1 Engenheiro Agrícola, UEG/Anápolis/GO, cyalcantara@gmail.com 2 Engenheiro Agrícola, Prof. Doutor., UEG/Anápolis/GO. 3 Engenheira Agrícola, Pós-Graduanda, UEG/Anápolis/GO. 4 Engenheiro Agrícola, Prof. M.Sc., UEG/Anápolis/GO. Apresentado no IX Congreso Latinoamericano y del Caribe de Ingeniería Agrícola - CLIA 2010 XXXIX Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2010 25 a 29 de julho de 2010 - Vitória - ES, Brasil RESUMO: A manutenção de tratores agrícolas de pneu é muito importante, pois aumenta a vida útil do equipamento ampliando a competitividade no setor. Este trabalho tem como objetivo analisar a periodicidade de manutenção de tratores agrícolas de pneu utilizados em propriedades rurais. O experimento foi desenvolvido em fazendas da região de Anápolis, Goiás, preenchendo questionários com os proprietários e operadores, sobre à periodicidade de manutenção dos tratores. Avaliaram-se, em dez tratores agrícolas, os seguintes itens: nível do fluido da bateria, o nível da água do radiador, níveis de óleo do cárter, transmissão final e combustível, situação de lâmpadas, a pressão dos rodados, altura das garras, pinos graxeiros do trator, equipamentos contra capotagem, situação do abrigo do trator, abrigo de lubrificantes, convergência das rodas dianteiras e substituição de lubrificantes e filtros. Os resultados indicaram que, a manutenção realizada com periodicidade, nos tratores avaliados, se restringe em averiguar nível de óleo do cárter, transmissão, hidráulico e água do radiador, ficando os demais itens com baixo índice de averiguação em relação à periodicidade. A manutenção de 500 a 1000 horas apresentou o menor índice de realização dentro da periodicidade recomendada. PALAVRAS–CHAVE: Competitividade; Periodicidade; Vida Útil. MAINTENANCE OF AGRICULTURAL TRACTOR TIRE IN THE REGION OF ANÁPOLIS- GOIÁS ABSTRACT: The maintenance of agricultural tractors tire is very important because it increases the useful life of the equipment increasing the competitiveness in the sector. This paper aims to analyze the frequency of maintenance of agricultural tractors tire used in rural properties. The experiment was conducted on farms in the region of Anápolis, Goiás, filling out questionnaires with the owners and operators on the frequency of maintenance of tractors. Ten agricultural tractors were evaluated, the following items: level of battery fluid, the water level in the radiator, levels crankcase oil, final transmission and fuel, lamps situation, the run pressure, height of the claws, pin tractor grease, equipment against capsize, situation tractor shelter, lubricants shelter, convergence front wheels and replacement of the lubricants and filters. The results indicated that the maintenance performed at intervals, measured in tractors, is restricted to investigate the level of crankcase oil, transmission, hydraulic and radiator water, while the remaining items with a low rate of investigation in relation to frequency. The maintenance of approximately 500 to 1000 hours showed the lowest rate of achievement within the recommended interval. KEYWORDS: Competitiveness; periodicity; helpful life. INTRODUÇÃO: A manutenção é utilizada para evitar possíveis falhas e quebras em máquinas e instalações, entre outros, é importante para dar confiabilidade aos equipamentos, melhorar a qualidade,
  • 2. diminuir desperdícios de produto, evitar que a máquina ou equipamento pare em pleno processo produtivo, aumentar a sua vida útil e reduzir problemas de segurança para o operador. Há vários tipos de manutenção que podem ser empregadas como: preventiva, corretiva planejada e não planejada e preditiva. Segundo OLIVEIRA 2001, as despesas com reparos e manutenção compõem os mais elevados itens dos custos operacionais, o que pode ser atribuído ao uso intensivo dos tratores agrícolas, tornando economicamente inviável a utilização da máquina em uma empresa. Tem-se como objetivo analisar a periodicidade de manutenção de tratores agrícolas de pneu utilizados em propriedades rurais. MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisados 10 tratores agrícolas de pneu, escolhidos de maneira aleatória, com marcas, modelos, ano, potência, fonte e aplicações variadas dentro do setor rural. Foram avaliados os seguintes itens: nível do fluido da bateria, o nível da água do radiador, níveis de óleo do cárter, transmissão final, e combustível, situação de lâmpadas, a pressão dos rodados, altura das garras, pinos graxeiros do trator, equipamentos contra capotagem, situação do abrigo do trator e abrigo de lubrificantes e convergência das rodas dianteiras e substituição de lubrificantes e filtros. O nível de fluído da bateria: verificado por meio de uma pipeta graduada para correta visualização do nível que deve se encontrar a 1,5cm; Nível de água do radiador: avaliado com o motor em temperatura ambiente, em 1 cm acima das placas; Os níveis de óleo do cárter e transmissão final: determinados com o trator em superfície plana e o motor em repouso por tempo mínimo de 30 minutos, conforme recomendações dos manuais de fabricante; Lâmpadas: existência e funcionamento; Combustível: foi verificado, por questionário, o reabastecimento após jornada de trabalho com o trator ainda quente para evitar que a umidade contida no ar forme gotículas de água ao resfriar-se; A pressão dos rodados: obtida com um manômetro portátil inserido nas válvulas dos pneus, estando estas na posição superior e com o pneu em temperatura ambiente e a sombra e através de questionário verificar-se-á aferição do mesmo pelos operadores; Altura das garras: verificada com auxilio de uma régua metálica e um paquímetro com precisão de 0,01mm em três pontos aleatórios na região central dos pneus; Folga nos pedais de freios e embreagem: observada visualmente com auxílio do operador; Pinos graxeiros do trator: avaliados visualmente quanto existência, anomalias e lubrificação; Abrigo do trator: verificado a existência e se respondem aos critérios; ventilação suficiente; piso não absorvente e que não solte poeira; espaço para manobras e circulação de pessoas; distância de fontes de poeira e água; Quanto à segurança do trabalho: foi verificado, existência de equipamento de proteção contra capotagem e sinto de segurança; Convergência das rodas dianteiras: feito o alinhamento visual das rodas e com auxilio de uma haste regulável foi feita a verificação na altura do eixo quanto à distorção; Substituição de lubrificante e filtros: Avaliado através de informações prestadas pelo responsável de manutenção. Os dados da ficha de avaliação do equipamento e ficha de manutenção serão correlacionados através de histogramas e analisados pela estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A correta manutenção reduz gastos com substituição de peças reduzindo custos e depreciação dos tratores. A manutenção de 10hs deverá ser realizada diariamente antes do inicio e na troca de turno de trabalho, todos os tratores apresentaram nível de óleo lubrificante do cárter e água do radiador dentro dos limites aceitáveis, 90% não realizaram drenagem no copo do sedimentador de combustível e não usam completar o tanque de combustível ao final da jornada de trabalho, 60% apresentaram problemas no funcionamento de faróis e lâmpadas e um percentual 50% das máquinas avaliadas não apresentaram problemas com os pinos graxeiros (Figura1). Constata-se que 90% dos tratores avaliados não realizam a drenagem do copo sedimentador e do pré-filtro. O nível de água do radiador também é uma operação realizada todos os dias pelos operadores. Nota-se que 40% não apresentaram problemas com qualquer um dos faróis e lâmpadas. Observa-se que 50% dos tratores avaliados apresentaram no mínimo um pino graxeiro danificado ou com anomalias que não possibilita a correta lubrificação do sistema. Na Figura 2, referente à manutenção de 50hs, pode-se observar que nos tratores avaliados 40% apresentaram problemas no nível de óleo da direção hidráulica, 80% não apresentaram problemas de reaperto geral das porcas e tensão da correia do ventilador, 50% possuíam todas as células da bateria com nível em torno de 1,5 cm superior a placa, 50% com terminais da bateria limpos sem sinais de oxidação e apenas 10% dos equipamentos analisados o operador tinha condições de verificar a pressão de inflação dos pneus. A verificação do nível de óleo da direção hidráulica encontrava-se incorreta em 40% dos tratores. Nota-se que 80% dos
  • 3. tratores avaliados não apresentaram problemas quanto ao item reaperto geral de porcas. O mesmo ocorre no item, tensão da correia do ventilador. O nível de solução de bateria encontrava-se inferior em pelo menos uma célula em 50% dos tratores avaliados. Em 60% dos tratores observa que limpeza dos contatos da bateria foi insatisfatória. FIGURA 1. Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção diária nos tratores avaliados. FIGURA 2. Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 50hs nos tratores avaliados. Nas propriedades visitadas apenas 10% possuíam equipamentos para aferir a pressão dos pneus sendo na maioria realizada visualmente. Observando a Figura 3, verifica-se que os pneus apresentaram variação de pressão entre o lado direito e esquerdo, onde quatro tratores apresentaram diferença de pressão entre o pneu traseiro esquerdo e direto de 0 a 15%, cinco entre 16 e 30% e um com variação superior a 50%, favorecendo a diferença de tração entre os rodados, nos pneus dianteiros, seis tratores variaram em percentual entre o lado esquerdo e direito de 0 a 15% , dois de 16 a 30% e dois maiores que 30%, aumentando a variação de tração nos tratores com tração dianteira adicional (TDA) e provocando maiores esforços e desgaste no sistema de direção, cubos e rolamentos das rodas. Na Figura 4, observa-se que 40% dos pneus avaliados não possuem altura de garra indicada para trabalho, 25% apresentam com altura de garra que caracteriza pneu com meia vida e 35% com altura de garra entre 21 e 35 mm o que caracteriza pneu novo. Segundo SCHLOSSER et al. (1992) a patinagem excessiva das rodas motrizes, devida à falta de interação entre o rodado e o solo, é um fator de perda de velocidade e é agravada pelo mau estado dos pneus. FIGURA 3. Distribuição percentual dos níveis de pressão dos rodados. FIGURA 4. Distribuição percentual da altura de garra dos pneus. Manutenção com periodicidade de 100 horas de trabalho pode-se averiguar que 60% dos equipamentos estavam com nível de óleo dos redutores finais adequados para trabalho, 90% apresentaram níveis de óleo da transmissão e hidráulico dentro do limite aceitável (Figura 5). Para a manutenção de 200hs de trabalho (Figura 6), a troca de óleo do motor foi realizada no período recomendado pelo fabricante em 80% dos tratores, regulagem dos pedais de embreagem em 40%, regulagens dos pedais de freio em 30%, limpeza dos suspiros em 100% e folga do rolamento das rodas inexistentes em 70% das máquinas vistoriadas. Percebe-se que 20% dos tratores não estavam regulares com a troca de óleo. Observa-se que 40% dos tratores avaliados não estavam com os pedais de embreagens regulados. Apenas 30% dos tratores avaliados apresentaram freios regulados.
  • 4. FIGURA 5 – Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 100hs nos tratores avaliados. FIGURA 6. Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 200hs nos tratores avaliados. De acordo com dados prestados pelos responsáveis pela máquina, pode-se afirmar que é o período de manutenção preventiva com menor índice de realização nos intervalos sugeridos. Na Figura 7, verifica-se que apenas 10% dos tratores realizaram troca de óleo da direção hidráulica, 20% substituição de óleo da transmissão, redutores finais e hidráulico, 30% apresentam convergência das rodas dianteira adequadas e 0% calibraram os bicos e bomba injetora. Nota-se que apenas 10% dos tratores avaliados fizeram substituição do óleo com a periodicidade determinada. Não houve preocupação dos responsáveis pelos tratores em executar calibração do bico e da bomba injetora. Apenas 20% realizaram a substituição do óleo da transmissão e hidráulico no tempo indicado. Somente 30% dos tratores apresentaram ajuste de convergência das rodas dianteiras adequado. Nas sete propriedades visitadas a existência de abrigo ocorre na maioria, embora todas apresentassem alguma falha de manejo ou construção inadequada. Na figura 8, pode-se observar que dentre os critérios avaliados o item piso e limpeza apresentou o menor índice de realização. FIGURA 7. Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 500 a 1000hs nos tratores avaliados. FIGURA 8. Distribuição percentual dos tipos e condições dos abrigos nas propriedades visitadas. A presença do cinto de segurança nos tratores que possuem cabine ou estrutura de proteção contra o capotamento é essencial para evitar lesões graves na ocorrência de acidentes, nos tratores avaliados de acordo com quadro valores de convergência das rodas dianteiras, a maioria dos tratores possuía estrutura de proteção contra capotamento e apenas um destes possuía sinto segurança. CONCLUSÕES: Nos tratores avaliados foi demonstrada uma grande preocupação de seus responsáveis quanto a níveis de óleo do cárter, transmissão, hidráulico e nível da água do radiador, ficando os demais itens de manutenção com índice baixo de realização de acordo com uma periodicidade. A manutenção de 500 a 1000 horas apresentou o menor índice de realização dentro de uma periodicidade recomendada. REFERÊNCIAS OLIVEIRA, L.E.K; FOLLE, S.M.; FRANZ, C.A.B.; MARTIN, U. Trabalhador na operação e na manutenção de tratores agrícolas: operação de arado de discos reversíveis. Brasília: SENAR, 2001.76 p. SCHLOSSER, J.F.; PEREIRA, C.F.; SOUZA, F.E.G.;HURTADO, R.R.; MEZZOMO, C.P.L.Equalização da patinagem provocada pela diferenciação de lastros no trabalho do trator em aração a duas velocidades. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 21, 1992, Santa Maria. Anais... Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola/UFSM, 1992. p. 1535-1546.