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O Corajoso Clipe
TESOUROS OCEÂNICOS
Pronto, Toninho? — perguntou Vovô Juca vestindo o
casaco e colocando o chapéu.
— Já estou indo! — disse Toninho, descendo as
escadas.
— Que bom. Não podemos chegar atrasados.
Deixe eu lhe dar uma mãozinha para colocar o casaco
e o cachecol.
— Obrigado, vovô!
Uma vez por semana, Vovô Juca levava Toninho
para a biblioteca da cidade onde ele lia histórias
50
para um clube infantil de leitura. Ele gostava de
ler as histórias para as crianças e assobiava feliz a
caminho da biblioteca. Debaixo do braço, levava
seu livro especial.
— Que história o senhor vai ler hoje? —
perguntou Toninho.
— Ah, isso é segredo! — respondeu o avô com
um sorriso.
51
— O Vovô Juca chegou!
— disse Tuca todo animado lá
de dentro da biblioteca.
As crianças foram para os
seus lugares e ficaram quietinhas
enquanto Vovô Juca entrava.
— Oi criançada! — exclamou Vovô.
— Que surpresa mais agradável ver todos
vocês tão tranqüilos sentadinhos esperando!
As crianças deram umas risadinhas.
52
— Boa tarde,
Vovô Juca! —
disseram em coro.
— Boa tarde
para vocês
também! — disse
o Vovô Juca,
pendurando
o chapéu e o
casaco.
— A história
de hoje é sobre
um caranguejo
muito amigável
chamado Clipe
— explicou.
Vamos
começar?
53
— Esperem por mim
— disse Clipe bem alto para
seus amigos escutarem. Sou
tão lento em comparação
com eles! Nunca consigo
acompanhar o passo dos
outros.
Voltando rapidamente, Camila se prontificou
a ajudá-lo. Pegou com a mão uma das garras de
Clipe e o ajudou a alcançar os outros.
— Obrigado — disse Clipe. Mas por dentro
sentia-se um pouco triste.
Meus amigos precisam me
ajudar para eu conseguir
ir mais rápido e
andar com
eles. Eu devo
incomodá-los.
Acho que como
amigo eu não sirvo
para muita coisa!
54
Era dia do
desfile de
peixes-palhaço.
Todo ano um
cardume
desfilava perto
do Reino de
Jade. Camila
e seus amigos
estavam
indo para o
melhor local de
observação, o
Recife Amarelo.
Na frente
da parada,
peixinhos
faziam suas
acrobacias.
Depois vinha
a banda. A seguir
via-se uma trupe de
dança. E lá no final
estava o resto do cardume
puxando algas e fazendo movimentos graciosos
com elas.
55
— Que lindo! —
exclamou Camila. Quem me
dera poder desfilar também!
— Eu, se pudesse, queria
fazer parte da banda. —
disse o velho Baiacu.
Já Estrelico sugeriu
que participassem das
acrobacias.
Xalo então o jogou para
trás, por cima de sua cabeça;
ele deu uma cambalhota e
foi parar na cauda de Xalo.
— E eu poderia aprender
a fazer exibições com
as algas — disse Biju
rodopiando uma alga
comprida.
— Podemos fazer nossa
própria apresentação —
sugeriu Camila. — E desfilar
para nossas famílias.
— Vamos ensaiar! —
disse Estrelico todo animado.
Puseram-se então a
nadar, decididos a ensaiar
para a sua apresentação.
56
Clipe ficou no recife assistindo, muito triste, aos
últimos grupos no desfile. Eu não posso fazer nada
para participar de um desfile assim.
Foi então que percebeu um peixinho bem
pequeno que vinha lá atrás tentando carregar uma
longa alga. Estava todo enrolado naquela alga e
ela tampava quase que totalmente a sua visão.
Nesse instante o peixinho todo enrolado bateu
nos corais e a alga ficou presa nele. Puxou com
força, mas não conseguiu se soltar!
— Socorro! — chorou. — Por favor, alguém me
ajude. Fiquei presa!
57
Clipe ouviu o pedido de
socorro e queria ajudar,
mas pensou: Eu não vou
conseguir mesmo, então por
que tentar?
E mais uma vez ouviu o
peixinho implorar por ajuda.
Acho melhor ir dar uma
olhada, pensou.
— Você poderia me
ajudar?
— Posso tentar —
respondeu Clipe — mas
provavelmente não
vou conseguir fazer
muita coisa. Talvez seja
melhor eu ir procurar alguém.
— Por favor, pelo menos
tente — pediu o peixinho
chorando.
— Por favor, não
chore. Vou tentar
ajudá-la, só que não
sei se vou ter forças
para puxá-la daí.
— Como você se chama?
— perguntou Clipe.
58
— Lantejoula — respondeu o peixinho, que na
verdade era uma “peixinha”.
— Lantejoula, vou dar uma boa empurrada neste
coral e ver se consigo soltar você.
— Está bem — disse Lantejoula mais calma. —
Avise quando devo me impulsionar.
Clipe prendeu-se ao coral com suas garras.
— Acho que estou firme. Vamos lá. — Um, dois,
três... puxe!
Lantejoula e Clipe puxaram para trás, e depois de
algumas tentativas o pedaço de coral desprendeu-se e
soltou Lantejoula.
— Muito obrigada — ela agradeceu.
Clipe se ofereceu para ajudar a desenrolar a tira
de algas. Segurou uma ponta enquanto Lantejoula
saracoteava para se desemaranhar.
59
grande abraço em Clipe.
— Você é o meu herói! Você me resgatou! Qual é o
seu nome?
Clipe, meio acanhado, respondeu:
— É... é... eu me chamo… Clipe — gaguejou ele.
— Foi um prazer ajudar você.
— E o que você está fazendo aqui longe de tudo?
— Estava vendo a parada com alguns amigos, mas
eles foram embora e eu fiquei para trás. — explicou
Clipe.
— Puxa, ainda bem, assim você pôde me salvar
— concluiu Lantejoula. Muito obrigada.
Depois que se soltou ela deu um
60
— Não há de quê.
— Acho melhor eu
seguir caminho. Preciso voltar para casa. Obrigada
mesmo, Clipe! Tchau!
Clipe saiu nadando ao encontro dos amigos.
Sentia-se bem mais feliz. Agora sabia que, mesmo
sendo pequeno e incapaz de acompanhar os amigos
em tudo, ainda assim podia ajudar as pessoas.
61
— Vocês às vezes se sentem pequenos e
incapazes como o Clipe? — perguntou Vovô Juca.
— Sentimos! — responderam as crianças.
— Às vezes quero ser como meu irmão mais
velho — explicou Pedro. Ele sabe fazer um monte
de coisas, mas como sou pequeno não tem muito
que eu possa fazer para ajudar.
— É, demora para aprender as coisas —
explicou o Vovô. — Mas há muitas maneiras de
ajudar a mamãe e o papai. Quem sabe me dizer
uma delas?
62
— Eu ajudo minha mãe
a cuidar do jardim! — disse
Toninho.
— Eu às vezes lavo o carro
com o meu pai — afirmou Pedro.
— Minha mãe me deixa ajudá-
la na cozinha — disse Patrícia.
— Posso ajudar a arrumar a
casa — acrescentou Tuca.
— Não importa se você é
pequeno, ou se não sabe uma
certa coisa muito bem. Mesmo
assim pode ajudar — disse o Vovô
Juca.
— Tchau! — despediram-se as
crianças.
Vovô Juca e Toninho voltaram
então para casa.
— Vovô, para mim o senhor
é o melhor avô que existe. Muito
obrigado por todas as histórias
que nos conta. Elas sempre nos
ensinam muitas coisas!
— De nada, Toninho —
respondeu o avô sorrindo.
— Sabe, você é um neto
maravilhoso!
63
Moral
Não importa se
você é pequeno ou
grande, se acha
que sabe fazer
algo bem ou não.
Ainda assim pode
ajudar as pessoas.

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  • 2. Pronto, Toninho? — perguntou Vovô Juca vestindo o casaco e colocando o chapéu. — Já estou indo! — disse Toninho, descendo as escadas. — Que bom. Não podemos chegar atrasados. Deixe eu lhe dar uma mãozinha para colocar o casaco e o cachecol. — Obrigado, vovô! Uma vez por semana, Vovô Juca levava Toninho para a biblioteca da cidade onde ele lia histórias 50
  • 3. para um clube infantil de leitura. Ele gostava de ler as histórias para as crianças e assobiava feliz a caminho da biblioteca. Debaixo do braço, levava seu livro especial. — Que história o senhor vai ler hoje? — perguntou Toninho. — Ah, isso é segredo! — respondeu o avô com um sorriso. 51
  • 4. — O Vovô Juca chegou! — disse Tuca todo animado lá de dentro da biblioteca. As crianças foram para os seus lugares e ficaram quietinhas enquanto Vovô Juca entrava. — Oi criançada! — exclamou Vovô. — Que surpresa mais agradável ver todos vocês tão tranqüilos sentadinhos esperando! As crianças deram umas risadinhas. 52
  • 5. — Boa tarde, Vovô Juca! — disseram em coro. — Boa tarde para vocês também! — disse o Vovô Juca, pendurando o chapéu e o casaco. — A história de hoje é sobre um caranguejo muito amigável chamado Clipe — explicou. Vamos começar? 53
  • 6. — Esperem por mim — disse Clipe bem alto para seus amigos escutarem. Sou tão lento em comparação com eles! Nunca consigo acompanhar o passo dos outros. Voltando rapidamente, Camila se prontificou a ajudá-lo. Pegou com a mão uma das garras de Clipe e o ajudou a alcançar os outros. — Obrigado — disse Clipe. Mas por dentro sentia-se um pouco triste. Meus amigos precisam me ajudar para eu conseguir ir mais rápido e andar com eles. Eu devo incomodá-los. Acho que como amigo eu não sirvo para muita coisa! 54
  • 7. Era dia do desfile de peixes-palhaço. Todo ano um cardume desfilava perto do Reino de Jade. Camila e seus amigos estavam indo para o melhor local de observação, o Recife Amarelo. Na frente da parada, peixinhos faziam suas acrobacias. Depois vinha a banda. A seguir via-se uma trupe de dança. E lá no final estava o resto do cardume puxando algas e fazendo movimentos graciosos com elas. 55
  • 8. — Que lindo! — exclamou Camila. Quem me dera poder desfilar também! — Eu, se pudesse, queria fazer parte da banda. — disse o velho Baiacu. Já Estrelico sugeriu que participassem das acrobacias. Xalo então o jogou para trás, por cima de sua cabeça; ele deu uma cambalhota e foi parar na cauda de Xalo. — E eu poderia aprender a fazer exibições com as algas — disse Biju rodopiando uma alga comprida. — Podemos fazer nossa própria apresentação — sugeriu Camila. — E desfilar para nossas famílias. — Vamos ensaiar! — disse Estrelico todo animado. Puseram-se então a nadar, decididos a ensaiar para a sua apresentação. 56
  • 9. Clipe ficou no recife assistindo, muito triste, aos últimos grupos no desfile. Eu não posso fazer nada para participar de um desfile assim. Foi então que percebeu um peixinho bem pequeno que vinha lá atrás tentando carregar uma longa alga. Estava todo enrolado naquela alga e ela tampava quase que totalmente a sua visão. Nesse instante o peixinho todo enrolado bateu nos corais e a alga ficou presa nele. Puxou com força, mas não conseguiu se soltar! — Socorro! — chorou. — Por favor, alguém me ajude. Fiquei presa! 57
  • 10. Clipe ouviu o pedido de socorro e queria ajudar, mas pensou: Eu não vou conseguir mesmo, então por que tentar? E mais uma vez ouviu o peixinho implorar por ajuda. Acho melhor ir dar uma olhada, pensou. — Você poderia me ajudar? — Posso tentar — respondeu Clipe — mas provavelmente não vou conseguir fazer muita coisa. Talvez seja melhor eu ir procurar alguém. — Por favor, pelo menos tente — pediu o peixinho chorando. — Por favor, não chore. Vou tentar ajudá-la, só que não sei se vou ter forças para puxá-la daí. — Como você se chama? — perguntou Clipe. 58
  • 11. — Lantejoula — respondeu o peixinho, que na verdade era uma “peixinha”. — Lantejoula, vou dar uma boa empurrada neste coral e ver se consigo soltar você. — Está bem — disse Lantejoula mais calma. — Avise quando devo me impulsionar. Clipe prendeu-se ao coral com suas garras. — Acho que estou firme. Vamos lá. — Um, dois, três... puxe! Lantejoula e Clipe puxaram para trás, e depois de algumas tentativas o pedaço de coral desprendeu-se e soltou Lantejoula. — Muito obrigada — ela agradeceu. Clipe se ofereceu para ajudar a desenrolar a tira de algas. Segurou uma ponta enquanto Lantejoula saracoteava para se desemaranhar. 59
  • 12. grande abraço em Clipe. — Você é o meu herói! Você me resgatou! Qual é o seu nome? Clipe, meio acanhado, respondeu: — É... é... eu me chamo… Clipe — gaguejou ele. — Foi um prazer ajudar você. — E o que você está fazendo aqui longe de tudo? — Estava vendo a parada com alguns amigos, mas eles foram embora e eu fiquei para trás. — explicou Clipe. — Puxa, ainda bem, assim você pôde me salvar — concluiu Lantejoula. Muito obrigada. Depois que se soltou ela deu um 60
  • 13. — Não há de quê. — Acho melhor eu seguir caminho. Preciso voltar para casa. Obrigada mesmo, Clipe! Tchau! Clipe saiu nadando ao encontro dos amigos. Sentia-se bem mais feliz. Agora sabia que, mesmo sendo pequeno e incapaz de acompanhar os amigos em tudo, ainda assim podia ajudar as pessoas. 61
  • 14. — Vocês às vezes se sentem pequenos e incapazes como o Clipe? — perguntou Vovô Juca. — Sentimos! — responderam as crianças. — Às vezes quero ser como meu irmão mais velho — explicou Pedro. Ele sabe fazer um monte de coisas, mas como sou pequeno não tem muito que eu possa fazer para ajudar. — É, demora para aprender as coisas — explicou o Vovô. — Mas há muitas maneiras de ajudar a mamãe e o papai. Quem sabe me dizer uma delas? 62
  • 15. — Eu ajudo minha mãe a cuidar do jardim! — disse Toninho. — Eu às vezes lavo o carro com o meu pai — afirmou Pedro. — Minha mãe me deixa ajudá- la na cozinha — disse Patrícia. — Posso ajudar a arrumar a casa — acrescentou Tuca. — Não importa se você é pequeno, ou se não sabe uma certa coisa muito bem. Mesmo assim pode ajudar — disse o Vovô Juca. — Tchau! — despediram-se as crianças. Vovô Juca e Toninho voltaram então para casa. — Vovô, para mim o senhor é o melhor avô que existe. Muito obrigado por todas as histórias que nos conta. Elas sempre nos ensinam muitas coisas! — De nada, Toninho — respondeu o avô sorrindo. — Sabe, você é um neto maravilhoso! 63
  • 16. Moral Não importa se você é pequeno ou grande, se acha que sabe fazer algo bem ou não. Ainda assim pode ajudar as pessoas.