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Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto
Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior
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AULA 00: Ecologia e Dinâmica de Populações
	
  
Sumário Páginas
1. Apresentação 1-6
2. Introdução 7-8
3. Conceitos 9-11
4. Componentes Básicos do Ecossistema 12-13
4.1 Componentes Abióticos 13-26
4.2 Componentes Bióticos 27-29
5. Dinâmica e Interação das Comunidades nos
Ecossistemas
29-30
5.1 Relações Harmônicas Intraespecíficas 30-31
5.2 Relações Harmônicas Interespecíficas 31-34
5.3 Relações Desarmônicas Interespecíficas 34-36
5.4 Relações Desarmônicas Intraespecíficas 36-38
6. Dinâmica das Populações 39
6.1 Densidade Populacional 39
6.2 Seleção r e k 40
6.3 Potencial Biótico 41-42
6.4 Influência dos Fatores Abióticos e Bióticos sobre as
Populações
42
6.5 Sucessão Ecológica e Conceito de Comunidade
Clímax
43
7. Lista de questões comentadas 44-46
8. Teste Final + Gabarito 47-52
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1. Apresentação
	
  
	
  
Olá meus amigos,
Tudo bem?! Espero que estejam muitíssimo bem e animados para
uma jornada de estudo (trabalho pesado) no intuito de alcançar um
grande sonho.
Antes de falar sobre o nosso novo curso deixem eu me apresentar
para aqueles que ainda não me conhecem.
Meu nome é Rosenval Júnior, engenheiro florestal pela
Universidade Federal de Viçosa (UFV), com especialização em controle e
monitoramento ambiental. Estou cursando outra especialização, agora,
em Direito Ambiental.
Sou servidor público federal desde 2006, quando obtive aprovação
em 1° lugar para o cargo de engenheiro da Casa Civil da Presidência da
República/Arquivo Nacional. Atualmente, exerço as minhas atividades no
Ministério da Justiça.
Alguns resultados que obtive em concursos:
ü 1° lugar para Analista do Ministério Público de MG;
ü 2° lugar para Analista Pericial do MPU;
ü 2° lugar para Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário
do INCRA;
ü 7º lugar Engenheiro Júnior da Caixa Econômica Federal;
ü 10º lugar para Analista Ambiental do IEF/MG;
ü 1° lugar para Técnico em Recursos Naturais – nível II do
IDAF;
ü 2° lugar para Perito Criminal da Polícia Civil do RJ;
ü 2° lugar para Analista Ambiental área IV do IBAMA.
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Prezados, estamos lançando um novo curso específico para os
concursos da área ambiental. Este material tem o objetivo de ser a base
teórica para uma preparação eficiente.
O curso é direcionado para os concursos do IBAMA, ICMBio, MMA,
Petrobras, EPE, Perito Criminal, entre outros. Além disso, pode ser
utilizado por biólogos, engenheiros florestais, engenheiros ambientais,
agrônomos, geólogos, químicos, geógrafos, gestores ambientais, técnicos
ambientais, florestais...enfim as mais diversas carreiras que atuam na
área ambiental e que estão sendo demandadas nos concursos públicos.
Obviamente não é nossa pretensão tratar de todos os assuntos,
mesmo por que isso seria inviável. Não temos condições de montar um
curso que aborde todos os temas de todas as áreas. Muitos temas
necessitam de 1 livro somente para tratar de um assunto. O que nós
buscamos foi criar um curso com os temas mais comuns nas provas de
meio ambiente para servir como um direcionamento no estudo de vocês.
Para dividir essa tarefa comigo, convidei dois professores, a Etiene
e o Éric. A Etiene é bióloga, com mestrado e doutorado em Biologia
Marinha pela UFF. Ela irá ministrar as 3 primeiras aulas (Ecologia, Biologia
e Oceanografia). O Éric passará para vocês o conhecimento sobre
cartografia, sensoriamento remoto, geoprocessamento e SIG. Ele, assim
como eu, fez engenharia florestal pela Universidade Federal de Viçosa,
inclusive somos da mesma turma. Atualmente está cursando o PhD na
ESALQ/USP, na área de planejamento utilizando tecnologias de
monitoramento LiDAR.
Pessoal, eu estarei com vocês na aula 3 sobre biomas brasileiros;
hotspots; noções de silvicultura e manejo florestal; desmatamento e
incêndios florestais e na aula 4 sobre recuperação de áreas degradadas,
conservação do solo e ciclagem de nutrientes.
As dúvidas devem ser enviadas para o email do professor
responsável pela aula, ok?!
Quem for fazer o curso de analista ambiental do Ibama eu indico
fortemente o meu curso de direito e legislação ambiental, que está no site
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com um novo cronograma. Vocês devem unir os dois cursos. O motivo de
separar os módulos foi para que os meus alunos do direito ambiental não
precisassem pagar novamente pelas aulas que já fizeram.
Por exemplo, a parte de Políticas Públicas e Desenvolvimento
Sustentável; Principais Conferências, Convenções e Acordos
Internacionais sobre Meio Ambiente; Licenciamento Ambiental; Código
Florestal, Recursos Hídricos...todos esses assuntos poderiam estar neste
curso, mas pelos motivos já apresentados eles estarão, na verdade, já
estão no curso de direito e legislação ambiental.
Prezados, espero que esse curso seja útil na preparação de vocês.
Acredito que fazendo os dois cursos vocês terão uma excelente base
sobre meio ambiente e estarão muito mais preparados para as provas de
concursos da área ambiental.
Sei como é ser concurseiro. Sei o quanto é difícil. Mas, a
recompensa vale muito a pena. Podem ter certeza disso! Quando vocês
virem o nome de vocês no Diário Oficial, a alegria dos seus pais,
o orgulho da família, quando vocês tiverem a estabilidade, a remuneração
certa todo mês terão a certeza de que todo esforço foi recompensado.
Além disso, vocês atuando na área ambiental estarão prestando um
serviço de vital importância para toda a sociedade, para o planeta.
Antes da apresentação da Prof. Etiene e do início da sua aula,
apresento abaixo o nosso cronograma.
Grande abraço. Fiquem com Deus. Bons estudos!
Rosenval Júnior Telesforo Costa
rosenvaljunior@estrategiaconcursos.com.br
www.facebook.com/rosenvaljunior
"Quem quer fazer alguma coisa, encontra um meio.
Quem não quer fazer nada, encontra uma desculpa."
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Roberto Shinyashiki
CRONOGRAMA
Aula 00 (Demonstrativa – Já disponível) Prof. Etiene Clavico
Ecologia e Dinâmica de Populações
Aula 01 – (09/07) Prof. Etiene Clavico
Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão do reino
animal, divisão do subfilo vertebrata até o nível de ordem) e Noções de
Oceanografia
Aula 02 - (23/07) Prof. Etiene Clavico
Noções de Botânica (taxionomia vegetal até o nível de classe,
fitogeografia, evolução, ciclo de vida e células vegetais.) e Espécies
exóticas em ambientes naturais
Aula 03 - (06/08) Prof. Rosenval Júnior
Biomas Brasileiros: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Caatinga.
Hotspots brasileiros: Mata Atlântica e Cerrado. Noções de Silvicultura e
Manejo de florestas tropicais: conceitos, práticas e técnicas.
Desmatamento e Incêndios Florestais.
Aula 04 – (20/08) Prof. Rosenval Júnior
Recuperação de áreas degradadas, conservação do solo e ciclagem de
nutrientes.
Aula 05 – (27/08) Prof. Eric Gorgens
Conceitos básicos de cartografia. Sistemas de coordenadas e projeção.
Geoprocessamento e sensoriamento remoto. Conceitos básicos de
Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Sistemas de imageamento:
conceitos de pixel, resolução espacial, temporal e radiométrica. Imagens
de radar, multiespectrais e multitemporais. Aplicações de sensoriamento
remoto no monitoramento e controle de desmatamentos e incêndios
florestais.
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Olá, queridos alunos!
Meu nome é Etiene Clavico, e sou Doutora em Biologia
Marinha, formada pela Universidade Federal Fluminense.
Gostaria de apresentar este primeiro tópico do curso, que
permitirá que os conceitos aqui descritos facilitem a resolução de
questões dos concursos, principalmente aqueles concernentes à esfera
ambiental. Digo facilitar porque quem vem estudando há algum tempo,
resolvendo provas anteriores ou mesmo participando de outros processos
seletivos, sabe que a CESPE não costuma cobrar estas definições de
forma direta. Mas, é preciso ficar atento! Embora não exista uma
cobrança direta, é FUNDAMENTAL que estes conceitos estejam todos na
ponta da língua, ou do lápis, porque eles aparecem permeando quase
todas as questões de Biologia, integrando todas as disciplinas, como
zoologia, botânica, evolução, etc...
Então, provavelmente não encontraremos perguntas específicas
relacionadas às definições de Ecologia, mas, sem esse conhecimento,
provavelmente erraremos às questões. Espero que vocês aproveitem ao
máximo esse material, e que com ele possamos contribuir de alguma
forma como seu sucesso na vida profissional, que certamente virá, depois
de toda esta dedicação. Estarei à disposição para tirar qualquer dúvida,
ok? FOCO E DISCIPLINA devem ser as palavras de ordem a partir de
agora!
Um abraço e bons estudos!
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2. Introdução
A palavra Ecologia tem origem no Grego, e é formada pelo prefixo
oikos = casa, lar (referindo-se à nossa circunvizinhança imediata, ou
nosso ambiente), complementada pelo sufixo logos = estudo,
conhecimento. Desta forma, definimos a Ecologia como o ramo da
biologia que estuda as interações que ocorrem entre os seres vivos e o
meio onde vivem, incluindo todos os fatores químicos, físicos e biológicos
presentes no ambiente, e que são capazes de afetar direta ou
indiretamente os organismos.
A primeira coisa que precisamos saber, quando começamos a
estudar Ecologia, é que a vida no Planeta NÃO ocorre de forma isolada. A
partir do nascimento de qualquer forma de vida (seja ela unicelular ou
pluricelular, heterótrofa ou autótrofa, etc.), passando por seu
crescimento, desenvolvimento, reprodução, até a sua morte e
decomposição da matéria orgânica, este ser estará interagindo de alguma
forma com outros organismos existentes naquele ambiente. Por exemplo,
a necessidade básica de alimentação já demonstra um fator de
relacionamento entre os seres vivos, que explicaremos mais tarde, e que
constitui o que chamamos em Ecologia de Cadeia Trófica.
Além disso, não podemos esquecer que os fatores ambientais
(temperatura, umidade, luz) também influenciam as diversas formas de
vida. Na verdade, o mundo físico proporciona o contexto para a vida,
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sendo este ambiente físico o principal responsável por restringir sua
expressão. Exemplo claro disso é a ocorrência natural de pinguins estar
restrita a um ambiente com características específicas, principalmente no
que concerne às baixas temperaturas. E é por estas questões físicas que
não encontramos pinguins ocorrendo naturalmente dentro de florestas
tropicais J!
Mas da mesma forma que dizemos que a vida depende e é
influenciada pelo mundo físico, podemos afirmar que os seres vivos
afetam e influenciam este mesmo mundo físico: solos, atmosfera, lagos e
oceanos, e muitas rochas sedimentares devem suas propriedades, em
parte, às atividades das plantas e animais. Inclusive podemos afirmar,
sem medo de errar, que algas, conchas e esqueletos de animais
compõem o sedimento de muitos mares, lagos e oceanos ao redor do
mundo.
Sabendo então que a Ecologia vem elucidar estas questões, que
abordam as interações que ocorrem entre os seres vivos, e destes com o
ambiente onde vivem, podemos passar para o tópico que estabelecerá
conceitos importantes que devem ser observados, a fim de facilitar nosso
estudo e entendimento.
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3. Conceitos
ESPÉCIE - Atualmente existem mais de 20 conceitos de espécies
diferentes, todos eles com suas vantagens e desvantagens. O conceito
biológico de espécie (CBE) é, sem dúvida, o mais popular e influente.
Neste conceito, as espécies são definidas como ”...grupos de populações
naturais intercruzantes, que são isoladas reprodutivamente de outros
grupos intercruzantes de população". Ficou confuso? Ok, não se
desespere! Podemos dizer de forma mais simples que espécie é o
conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e
bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando
descendentes férteis.
É fundamental conhecer e memorizar
algumas definições em Ecologia, porque
as Bancas costumam fazer referências
indiretas a estes conceitos, que devem
estar bem compreendidos e
devidamente fixados, para a resolução
correta da questão!
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POPULAÇÃO - qualquer grupo de organismos da mesma espécie que
ocupa um espaço determinado e funciona como uma parte de uma
comunidade biótica.
COMUNIDADE OU BIOCENOSE - conjunto de populações que
funcionam como uma unidade integradora, através de transformações
metabólicas provenientes da co-evolução numa dada área de habitat
físico.
BIOTÓPO - em Ecologia, um biótopo ou ecótopo (do grego βιος -bios =
vida + τόπoς = lugar, ou seja, lugar onde se encontra vida) é uma região
que apresenta regularidade nas condições ambientais e nas populações,
propiciando a existência dos seres que ali habitam. Corresponde à menor
parcela de um habitat que é possível discernir geograficamente.
HABITAT - é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada,
isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do ecossistema.
NICHO ECOLÓGICO - inclui não apenas o espaço físico ocupado pelo
organismo, mas também o seu papel funcional na comunidade e a sua
posição em gradientes ambientais de temperatura, umidade, pH, solo e
outras condições de existências.
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ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO - é o conjunto formado pelo
meio ambiente físico, ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos -
sem vida. Ex.: solo, água, ar) e a BIOCENOSE (formada por componentes
bióticos - seres vivos), que com o meio se relaciona.
ECÓTONO - é a região de transição entre duas comunidades ou entre
dois ecossistemas. Nesta área vamos encontrar um grande número de
espécies e, por conseguinte, um grande número de nichos ecológicos.
EQUIVALENTES ECOLÓGICOS - correspondem às espécies que ocupam
o mesmo nicho ecológico em regiões geográficas diferentes.
BIOSFERA - toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa
denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos,
mares e oceanos e parte da atmosfera.
	
   	
  
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4. Componentes básicos dos Ecossistemas
Bem, agora que já sabemos algumas definições, poderemos dar
sequência na matéria. Vamos dar continuidade descrevendo os
componentes básicos de um ecossistema.
Como já vimos, os organismos vivos e o seu ambiente estão
inseparavelmente ligados e interagem entre si. De um modo geral, os
ecossistemas são constituídos por três componentes:
• ABIÓTICOS - que em conjunto constituem o biótopo, conforme já
definimos anteriormente. A radiação solar é um dos principais
fatores físicos dos ecossistemas terrestres, porque é através dela
que as plantas realizam fotossíntese, liberando oxigênio para a
atmosfera e transformando a energia luminosa em química.
• BIÓTICOS - representados pelos seres vivos que compõem a
comunidade biótica ou biocenoses, também já pontuado nas
definições.
• ENERGIA – é caracterizada pela força motriz presentes nos diversos
ambientes, e garante as condições necessárias para a produção
primária em um ambiente, ou seja, a produção de biomassa a partir
de componentes inorgânicos.
Vamos, então, começar caracterizando os elementos que fazem
parte do que chamamos de componentes abióticos, ou seja, a parte
física do ambiente (a+biótico = que não tem vida), e depois passaremos
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aos componentes bióticos, suas classificações e os tipos de interações
que podem ocorrer entre eles.
4.1 Componentes Abióticos
Os componentes ou fatores abióticos são componentes não
vivos que influenciam a vida dos seres vivos presentes no ecossistema.
Estes influenciam o crescimento, atividade e a fisiologia destes seres,
assim como a sua distribuição pelos diferentes locais. Como estes fatores
variam de valor de local para local, são responsáveis por determinar uma
grande diversidade de ambientes.
Os fatores abióticos impulsionam as mais diversas adaptações dos
seres vivos para seu desenvolvimento e podem ser agrupados em dois
tipos principais:
1) os fatores climáticos, como a luz, a temperatura e a
umidade, que caracterizam o clima de uma região, e
2) os fatores edáficos, dos quais se destacam a composição
química e a estrutura do solo.
LUZ
A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o
Sol. Em ecologia, pode ser definida como a quantidade de
energia luminosa que atinge uma dada área em um espaço
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de tempo. A incidência luminosa pode variar em função de alguns fatores,
como por exemplo, a latitude, a morfologia do terreno, a nebulosidade, as
estações do ano e a hora do dia.
A Luz é um fator indispensável para o desenvolvimento das plantas
e dos animais. É a partir da energia luminosa que plantas e todos os
produtores produzem a matéria orgânica que constitui o seu corpo
(através do processo denominado Fotossíntese), bem como o oxigênio
necessário a todos os seres vivos.
Os organismos são influenciados não apenas pela intensidade
luminosa, mas também pelo fotoperíodo – número de horas de luz por
dia. A intensidade luminosa e o fotoperíodo influenciam, ainda, outros
processos vitais das plantas, como por exemplo:
1) germinação das sementes - algumas plantas apenas germinam na
ausência de luz, enquanto outras, como a semente da alface,
necessitam de uma quantidade mínima de luz para germinar;
2) floração - algumas plantas apenas florescem quando os dias são mais
longos, quando comparados à noite. Este é o caso do trigo ou do
girassol. Outras, pelo contrário, apenas florescem quando o
fotoperíodo é curto. É o caso dos crisântemos ou da soja. Há ainda
plantas cuja floração não depende do número de horas de luz por
dia, como por exemplo o tomateiro;
3) crescimento e maturação dos frutos;
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4) movimentos das plantas (fototropismo): em certos casos verifica-se
que as plantas seguem os movimentos do sol ao longo do dia,
orientando-se na direção dele.
No que concerne aos animais, praticamente todos necessitam de luz
para sobreviver. São exceção algumas espécies que vivem em cavernas,
bem como as espécies que vivem no meio aquático a grandes
profundidades - espécies abissais. Já certos animais, como por exemplo
as borboletas, necessitam de elevada intensidade luminosa, enquanto
seres como alguns gastrópodos (caracol) e a minhocas não necessitam de
muita luz.
Temperatura
Embora de formas diferentes, todos os seres vivos são influenciados
pela temperatura, fator que direciona a sua distribuição e está na origem
de diversas adaptações. Assim como a luz, é um fator abiótico de grande
importância para os seres vivos e influencia seus períodos de atividade,
suas características morfológicas e seus comportamentos.
Cada espécie apenas pode viver em um determinado intervalo de
temperatura, conhecido como intervalo de tolerância. Abaixo desses
limites de temperatura, as suas funções vitais são seriamente
comprometidas e os seres vivos podem morrer. Contudo, mesmo dentro
do limite de tolerância, para cada espécie existe um valor de temperatura
para a qual o seu desenvolvimento é máximo. Chamamos este valor de
temperatura ótima.
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Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto,
provocados pelas variações de temperatura. Os animais também
apresentam características próprias de adaptação aos diferentes valores
de temperatura. Por exemplo, os que vivem em regiões muito frias
apresentam, geralmente, pelagem longa e uma camada de gordura sob a
pele.
Quanto à classificação dos organismos
em função da temperatura do
ambiente onde estão inseridos, ou
mesmo do próprio corpo, vale apena
gravar algumas definições!!!
• ESTENOTÉRMICOS: São organismos que não toleram grandes
variações térmicas, ou seja, têm intervalos de tolerância reduzidos
(só sobrevivem entre limites estreitos de temperatura).
• EURITÉRMICOS: São organismos capazes de tolerar grandes
variações de temperatura, ou seja, têm grande amplitude térmica
de existência.
• HOMEOTÉRMICOS: Seres que possuem temperatura
corporal constante, que não sofre variação de acordo com a
temperatura do meio. Exemplo: aves e mamíferos;
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• PECILOTÉRMICOS: Seres que possuem temperatura corporal
variável, de acordo com a temperatura ambiental.
Exemplo: répteis, anfíbios e peixes.
Alguns fenômenos relacionados à distribuição e mudanças fisiológicas
de algumas espécies de animais, relacionados à temperatura como
formas de adaptação, também devem ser conhecidos. São eles:
• Migração: Os animais percorrem distâncias variadas em busca de
ambientes propícios para a reprodução, com melhores condições
climáticas e presença de alimentos.
• Hibernação: Os animais diminuem suas atividades vitais, devido
às baixas temperaturas.
• Estivação: Ao contrário da hibernação, neste fenômeno, algumas
espécies diminuem suas atividades vitais, devido ao calor.
Além disso, também é importante salientar que algumas plantas
estão bem adaptadas a temperaturas elevadas, como é o caso do cacto,
enquanto outras, como o musgo e algumas espécies de pinheiros, são
mais resistentes a temperaturas baixas.
ÁGUA
Há quinhentos milhões de anos as águas do nosso planeta são as
mesmas, fazendo seu ciclo natural de evaporação, chuva, infiltração no
solo e formação de fontes, rios, mares, lagos e lençóis subterrâneos,
prestando fundamentais serviços a toda espécie de vida.
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No âmbito da biologia, por suas propriedades físicas e químicas, além
de ter sido o meio em que se originaram os seres vivos mais primitivos, e
onde vive a maioria das espécies atualmente existentes, a água
representa o constituinte mais importante do meio interno de todos os
organismos, sendo indispensável a todas as suas funções vitais. Sob a
forma de soluções e suspensões diversas (líquido intersticial, seiva,
sangue, linfa, líquido cefalorraquidiano, citoplasma, líquido amniótico,
líquido sinovial, etc.), a água transporta oxigênio e alimentos, remove
dióxido de carbono e outros resíduos, assegura a circulação das células
migradoras (leucócitos, plasmócitos, macrófagos etc.), das hemácias e
plaquetas, dos anticorpos e hormônios, e de sinais químicos diversos.
Desta forma, podemos dizer que para assegurar a sobrevivência, o
organismo deve ser capaz de obter a quantidade de água necessária,
além de minimizar possíveis perdas (através da respiração, transpiração e
excreção). Pode-se dizer que o equilíbrio hidroeletrolítico é uma função
essencial para cada organismo e sua manutenção é condição básica para
a vida.
ADAPTAÇÕES ÚTEIS DE VEGETAIS CONTRA A PERDA DE ÁGUA
As plantas características das regiões secas apresentam diversas
adaptações para captarem água e para diminuírem a sua perda. Por
exemplo, os pinheiros que crescem em solos arenosos têm raízes muito
profundas, para poderem captar a água que se infiltra para grandes
profundidades.
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Nos desertos, onde chove abundantemente durante pouco tempo,
algumas plantas possuem raízes pouco profundas, que se estendem
por uma grande área de modo que, quando chove, possam captar
rapidamente a maior quantidade de água possível. Outras ainda são
capazes de aproveitar água do orvalho. Para diminuírem a perda de água,
algumas plantas como os cactos possuem as folhas transformadas em
espinhos, o que diminui a área exposta e, consequentemente, a perda
de água por transpiração. Estas plantas têm ainda caules carnudos,
capazes de armazenar água. Outra adaptação das plantas à secura é o
revestimento por ceras impermeáveis ou por pêlos, o que diminui a
transpiração. Nos desertos, muitas espécies de plantas vivem a maior
parte do tempo sob a forma de sementes, que apenas germinam após a
queda de chuva, desenvolvendo-se então muito rapidamente. Vamos falar
mais sobre isso na parte do curso sobre Botânica. O Link importante aqui
é concernente aos estômatos.
	
   Os estômatos são estruturas celulares,
presentes na parte inferior das folhas, que
têm a função de realizar trocas gasosas entre
a planta e o meio ambiente. São constituídos
por duas células estomáticas, apresentando
uma abertura entre elas, denominada ostíolo.
A troca de gases ocorre em virtude do
potencial higroscópico das células-guardas,
que permitem maior ou menor abertura dos
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Questões abordando a
funcionalidade dos estômatos
estão sempre presentes nas
provas... Este tema será
abordado de maneira mais
aprofundada no tópico
referente à Botânica, mas, por
hora, vale a pena saber mais
sobre isso!
ostíolos em função do teor de água presente.
É por essa abertura que se estabelece a
comunicação entre o ambiente interno da
folha e o ambiente externo, favorecendo a
transpiração e a troca de gases. Três fatores
ambientais influenciam a abertura dos
estômatos: luz; CO2; e teor hídrico.
A transpiração é a eliminação de água na
forma de vapor que ocorre nos vegetais e
animais por uma necessidade fisiológica,
sendo controlada por mecanismos físicos,
morfológicos, anatômicos e fisiológicos. Nos
vegetais a transpiração ocorre principalmente
através das folhas, que é a principal superfície
de contato do vegetal com o ambiente.
Quando a absorção de água
pelo vegetal é maior que a
transpiração, os estômatos
ficam abertos. Se a transpiração é maior que o
suprimento hídrico, como ocorre em dias
secos, com baixa umidade relativa do ar, as
células estomáticas perdem água e os
estômatos fecham, controlando assim a perda
de água pela planta.
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ADAPTAÇÕES CONCERNENTES AOS ESTÔMATOS
- Posição dos estômatos na folha: nas folhas, os estômatos podem
ser encontrados: a) apenas na face superior (adaxial), sendo a folha
classificada como epiestomática, como ocorre na folha da ninféia e outras
plantas aquáticas flutuantes; b) somente na face inferior (abaxial), sendo
a folha classificada como hipoestomática ou c) ocorrer em ambas as
faces, sendo denominada de folha anfiestomática.
- Estômatos afundados na epiderme e oculto em criptas: Os
estômatos estão relacionados à entrada e saída de ar no interior dos
órgãos em que se encontram ou, ainda, com a saída de água na forma de
vapor. São encontrados frequentemente nas partes aéreas
fotossintetizantes, principalmente nas folhas, e podem também ser
encontrados, em menores quantidades, nos pecíolos, caules jovens e
partes florais. As células estomáticas podem se encontrar no mesmo
nível das demais células epidérmicas, estar elevadas em relação a estas,
ou em depressões. Em algumas folhas, essas depressões são amplas e
contêm muitos tricomas e estômatos, sendo denominadas criptas
estomáticas. Como, nesse caso, o estômato não fica exposto às condições
do ambiente, isso diminui a perda de água. A posição das células
estomáticas normalmente está relacionada às condições hídricas do
ambiente.
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Outro tópico que merece ser lembrado é a classificação dos seres
vivos, de acordo com o ambiente onde são naturalmente encontrados, no
âmbito da abundância ou escassez de água. Eles são denominados:
• HIDRÓFILOS: Seres que vivem permanentemente na água como os
peixes;
• HIGRÓFITOS: Seres que só vivem em ambientes úmidos. Exemplo:
Anfíbios.
• MESÓFILOS: Seres que vivem em áreas mais ou menos úmidas.
• XERÓFILOS: Seres que vivem em ambientes secos. Exemplo:
Mamíferos de deserto, liquens, cactáceos.
• TROPÓFITOS: seres que suportam grande variação de umidade.
1) Prova: CESPE - 2010 - SAEB
As plantas da caatinga têm adaptações específicas para a
seca, porque, mesmo durante a curta estação de chuva, faz muito
calor durante o dia, os recursos sob a forma de água são
reduzidos, a evaporação e a transpiração das plantas são
intensas. Os vegetais devem também resistir a vários meses, às
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vezes anos, de seca. Várias adaptações morfológicas, anatômicas
ou fisiológicas combinam-se para permitir essa resistência.
Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção que
apresenta adaptações das plantas à seca.
a) tubérculos e espinhos
b) folhas amplas e sem cutícula
c) folhas amplas e estômatos abertos por curtos períodos
d) cutículas impermeáveis e estômatos abertos durante todo o dia
Gabarito: A
2) Prova: CESPE - 2007 - TRE - AP - Analista Judiciário
Para manter equilíbrio de sal e água, os organismos de água
doce, que são hiperosmóticos, retêm sais enquanto excretam a
água que continuamente se difunde para dentro de seus corpos.
Os organismos marinhos, que são hiposmóticos, excretam sais
ativamente. Alguns organismos marinhos aumentam o nível de
solutos, tais como ureia e aminoácidos, em seus fluidos corporais
para equilibrar o potencial osmótico da água do mar. Esse
mecanismo tem a finalidade de:
a) reduzir o movimento de água para fora de seus corpos;
b) aumentar o movimento de água para fora de seus corpos;
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c) reduzir o movimento de água para dentro de seus corpos;
d) aumentar o movimento de água para dentro de seus corpos;
e) aumentar a concentração desses solutos na água fora de seus corpos
Gabarito: A
3) Prova: CESPE - 2007 - TRE - AP - Analista Judiciário
"A residência de uma espécie em uma comunidade local é
determinada parcialmente por suas adaptações às condições e
recursos e parcialmente por interações competitivas com as
outras espécies. Assim, as espécies presentes num patrimônio
regional estão distribuídas nas diferentes comunidades baseadas
em suas adaptações e interações". Esse trecho refere-se a:
a) nicho fundamental;
b) nicho percebido;
c) seleção de espécies;
d) adaptação;
e) interações locais.
GABARITO: C
	
  
	
  
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4) Prova: CESPE - 2008 - ABIN
Os estômatos são encontrados em angiospermas,
gimnospermas, pteridófitas e briófitas. Formados por duas
células-guarda e, em muitas plantas, por células subsidiárias, são
de fundamental importância para as plantas, exercendo um papel
fundamental na entrada de gás carbônico para a fotossíntese e
saída de oxigênio, além de controlar o processo de transpiração.
Com relação à localização dos estômatos nas plantas,
considere as afirmativas que se seguem.
I - Os estômatos encontram-se com uma mesma frequência em
toda a superfície das plantas, mas apenas aqueles que se
encontram nas folhas são funcionais.
II - A maioria dos estômatos encontra-se nas folhas, sendo que
sua frequência e distribuição variam de acordo com a espécie,
posição da folha e condições de crescimento.
III - Nas angiospermas e gimnospermas, os estômatos podem
ocorrer em caules verdes, flores e frutos.
IV - Na maioria das espécies, os estômatos encontram-se na
face adaxial das folhas, podendo aparecer na face abaxial em
monocotiledôneas herbáceas.
Estão corretas APENAS as afirmativas:
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a) I e II
b) I e III
c) I e IV
d) II e III
e) III e IV
Gabarito: D
5) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Técnico de Laboratório
A respeito de microrganismos, julgue os itens a seguir.
1) Os fungos e os vegetais possuem clorofila, razão por que podem
realizar fotossíntese e, consequentemente, produzir o seu próprio
alimento.
Gabarito: Errado
2) Os microrganismos heterotróficos obtêm ATP por meio de respiração
aeróbica ou anaeróbica e fotossíntese.
Gabarito: Errado
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4.2 Componentes Bióticos
Conforme já falamos anteriormente, os componente bióticos de um
ecossistema relacionam-se entre si e estipulam níveis para essas
relações. Podemos, então, classificar os seres vivos de acordo com as
funções específicas que desempenharão dentro de um ecossistema.
CLASSIFICAÇÃO TRÓFICA
Do ponto de vista trófico (de trophe =alimento), um ecossistema é
composto por dois componentes:
1) um componente autotrófico (= que alimenta a si mesmo),
no qual predomina a fixação da energia da luz, a utilização de substâncias
inorgânicas simples e a elaboração de substâncias complexas,
normalmente a partir da luz solar, com a produção de oxigênio. Têm essa
capacidade todos os seres fotossintetizantes e quimiossintetizantes (que
ao invés da luz solar, utilizam substâncias químicas oxidadas).
2) um componente heterotrófico (= que é alimentado por
outro), no qual predominam o uso, a nova preparação e a decomposição
de materiais complexos. São assim considerados todos os organismos que
não são capazes de produzir o seu próprio alimento, tendo que utilizar a
energia produzida pelos autótrofos ou mesmo por outros heterótrofos
(dependendo de sua dieta).
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As cadeias alimentares, ou cadeias tróficas, constituem-se como a
sequência dos eventos consecutivos de relações de alimentação de um
grupo de organismos por outros, formando os níveis tróficos. A partir
desta classificação e do seu posicionamento na cadeia trófica, poderemos
considerar denominá-los:
• PRODUTORES – São sempre autótrofos, produzem o alimento que
será usado na cadeia, e por isso estão obrigatoriamente no início de
qualquer cadeia alimentar. A energia transformada a partir da luz
solar e do gás carbônico será repassada a todos os outros
componentes restantes da cadeia trófica. Os principais produtores
conhecidos são plantas e algas microscópicas.
• CONSUMIDORES – São os organismos que necessitam alimentar-se
de outros organismos para obter a energia que eles não podem
produzir para si próprios. Obtêm energia dos autótrofos e de outros
heterótrofos, podendo ser consumidores primários, consumidores
secundários, consumidores terciários e assim por diante.
• DECOMPOSITORES – São organismos que atuam exatamente em
papel contrário ao dos produtores. Eles transformam matéria
orgânica em matéria inorgânica, reduzindo compostos complexos em
moléculas simples, fazendo com que estes compostos retornem ao
solo para serem utilizados novamente por outro produtor, gerando
uma nova cadeia alimentar. Os decompositores mais importantes são
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as bactérias e os fungos. Por se alimentarem de matéria em
decomposição são considerados saprófitos.
Na alimentação, nem toda a energia obtida será integralmente
usada, isto é, parte dessa energia não será absorvida e será eliminada
com as fezes; outra parte será dissipada em forma de calor. Assim,
grande parte da energia será “perdida” no decorrer de uma cadeia
alimentar, diminuindo sempre a cada nível. Podemos, então, dizer que o
fluxo de energia num ecossistema é unidirecional começando sempre com
a luz solar incidindo sobre os produtores, e diminuindo a cada nível
alimentar dos consumidores.
5. Dinâmica e Interações das Comunidades nos Ecossistemas
Dentro de um ecossistema, os componentes bióticos estão integrados
através das interações existentes entre os seres vivos. Essas interações
se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos
mantêm entre si. As interações que os indivíduos de uma espécie mantêm
com indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes, para obter
os recursos necessários para sua sobrevivência e reprodução, constituem
as relações ecológicas.
Essas interações permitem que eles busquem alimentos, encontrem
abrigos, acasalem, cuidem da prole, etc. Algumas dessas interações, no
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entanto, tornam-se prejudiciais aos indivíduos, especialmente quando os
recursos do meio são escassos.
Neste contexto, as relações ecológicas podem ocorrer entre
indivíduos da mesma espécie, sendo denominadas relações
intraespecíficas, ou entre indivíduos de espécies diferentes, recebendo
o nome de relações interespecíficas. Ainda, algumas relações
promovem benefícios para as duas partes envolvidas. Outras são
benéficas para uma parte e indiferentes, ou neutras, para a outra. Nesses
casos as relações são ditas harmônicas. Existem muitos exemplos de
relações harmônicas, como a organização social das abelhas, em que a
divisão de trabalho beneficia toda a colmeia, ou das plantas epífitas, que
se fixam a outras plantas sem, contudo, prejudicá-las. Mas há também
relações ditas desarmônicas, nas quais o benefício de um indivíduo
significa necessariamente o prejuízo de outro. Esse é o caso da relação
entre predadores e presas ou da competição por alimentos.
Vamos, a partir de agora, citar algumas das mais conhecidas
interações ecológicas.
5.1 Relações harmônicas intraespecíficas
Em se tratando de relações harmônicas entre indivíduos da mesma
espécie (homotípicas), existem basicamente dois tipos de interações:
colônias e sociedades.
1) Colônias - são associações harmônicas entre indivíduos de uma
mesma espécie, anatomicamente ligados, que em geral perderam a
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capacidade de viver isoladamente. A separação de um indivíduo da
colônia determina a sua morte.
Quando as colônias são constituídas por organismos que apresentam
a mesma forma, não ocorre divisão de trabalho. Todos os indivíduos são
iguais e executam todas as funções vitais. Essas colônias são
denominadas homomorfas ou isomorfas. Um exemplo são os recifes de
corais.
Quando as colônias são formadas por indivíduos com formas e
funções distintas, ocorre uma divisão de trabalho. Essas colônias são
denominadas heteromorfas. Um bom exemplo é o celenterado da espécie
Phisalia caravela popularmente conhecida por "caravela".
2) Sociedades - são associações entre indivíduos da mesma espécie,
organizados de um modo cooperativo e não ligados anatomicamente, na
qual seus componentes podem se desligar um do outro a qualquer
momento, formando uma nova associação. Suas funções são divididas em
um sistema de cooperação, e como exemplo, temos os cupins, formigas,
abelhas e vespas.
5.2 Relações harmônicas interespecíficas
Conforme já vimos, estas relações ocorrem entre organismos de
espécies diferentes. São elas: protocooperação, mutualismo,
comensalismo e inquilinismo.
1) Mutualismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes
na qual ambos se beneficiam, sendo necessária para a sobrevivência dos
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mesmos. Esse tipo de associação é tão íntima que a sobrevivência dos
seres que a formam torna-se impossível quando separados.
Análise de algumas interações classificadas como Mutualismo:
a) liquens - Os liquens são formados quando há uma relação
entre os fungos e as algas. Como os fungos são seres heterótrofos
(não produzem o seu próprio alimento) e não realizam
a fotossíntese, eles recebem alimento das algas e são beneficiados
pela fotossíntese realizada por elas. Em troca disso, os fungos
protegem as algas da luz solar com as suas hifas, e além de
sintetizar substâncias favoráveis para as células das algas, eles
fornecem para elas água e sais minerais.
b) bacteriorriza - É a união das raízes de leguminosas com
as bactérias Rhizobium. O mutualismo entre elas se dá pelo
nitrogênio fabricado pela bactéria e a matéria orgânica fabricada
pela planta.
c) cupins e protozoários - O principal alimento dos cupins é a
madeira, porém eles não possuem a enzima celulase, responsável
pela digestão da celulose, presente na madeira. Em seu organismo
há a presença dos protozoários que são os realizam esta digestão.
2) Protocooperação - ou simplesmente cooperação, é a associação
entre indivíduos de espécies diferentes na qual ambos se beneficiam, mas
cuja coexistência não é obrigatória.
Análise de algumas interações classificadas como Protocooperação:
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a) paguro-eremita e a anêmona-do-mar - O paguro-eremita não
apresenta exoesqueleto e seu abdômen é mole, fato que o expõe a
predadores. Ele encontra refúgio dentro uma concha
de gastrópodo abandonada, servindo de substrato para anêmonas-
do-mar, que com seus tentáculos urticantes, protege o paguro de
predadores. E em troca o paguro transporta a anêmona na busca de
alimentos.
b) pássaro-palito e crocodilo - Os pássaros se alimentam dos
detritos de comida armazenados na boca dos crocodilos. Estes, por
sua vez, ficam livres do ataque de parasitas.
c) anu e gado - A ajuda também se torna para ambas as partes.
No caso dos anus, seu alimento é obtido através dos
carrapatos encontrados no gado, que por outro lado se liberta dos
parasitas.
3) Comensalismo - Uma espécie, chamada de comensal, é a única
beneficiada na relação. Já a segunda espécie, chamada de hospedeira,
não recebe vantagem, mas também não fica no prejuízo.
Dessa forma, comensal utiliza os restos alimentares ou metabólicos do
hospedeiro, não causando nenhum prejuízo a ele. Exemplo de
comensalismo muito citado é o que ocorre entre a rêmora e o tubarão. A
rêmora ou peixe-piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira
dorsal transformada em ventosa, com a qual se fixa ao corpo do tubarão.
A rêmora, além de ser transportada pelo tubarão, aproveita os restos de
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sua alimentação. O tubarão não é prejudicado, uma vez que os alimentos
ingeridos pela rêmora correspondem aos desprezados pelo tubarão.
4) Inquilinismo - Nesta relação, um dos seres é chamado de inquilino, e
se abriga no corpo de outro organismo, chamado de hospedeiro, sem
causar qualquer dano a ele. Esta associação se assemelha com o
comensalismo, e a principal diferença é que nesta relação não envolve a
busca de alimentos, mas somente de abrigo.
Análise de algumas interações clássicas de Protocooperação
a) peixe-agulha e holotúria - O peixe-agulha possui um corpo
fino e alongado. Ele penetra no corpo da holotúria, conhecida
popularmente como pepino-do-mar, em busca de abrigo, somente
saindo de lá para procurar alimento, voltando logo em seguida. O
peixe agulha apenas encontra abrigo no corpo do pepino-do-mar,
sem nenhum prejuízo para ele.
b) Orquídeas e bromélias que vivem sobre troncos - a
associação entre as orquídeas e as bromélias com troncos de árvores
recebe o nome de epifitismo. Por isso, orquídeas e bromélias são
denominadas epífitas. Essas plantas conseguem, vivendo sobre os
troncos de árvores, o suprimento ideal de luz para realizarem a
fotossíntese. Uma observação muito importante, aqui, é não
confundir as orquídeas e bromélias com plantas parasitas. As epífitas
são plantas que apenas procuram abrigo, proteção e luz ideal ao
crescer sobre outras plantas, mas sem prejudicá-las.
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5.3 Relações desarmônicas (interespecíficas e/ou
intraespecíficas)
Estes casos ocorrem quando uma relação entre duas espécies
favorece uma em detrimento a outra (embora não seja muito comum,
podem existir relações desarmônicas entre seres da mesma espécie).
1) Predatismo - A predação interespecífica é a relação em que o
indivíduo de uma espécie mata um indivíduo de outra espécie para se
alimentar. Em geral, o conceito de predação está associado aos “grandes
predadores”, ou seja, aqueles animais que estão no topo das cadeias
alimentares, como os leões, as onças, os ursos, os tigres e o ser humano.
Mas há uma ampla gama de organismos predadores na natureza, e nem
todos são de grande porte ou ocupam o topo das cadeias alimentares, ou
mesmo são animais. As plantas carnívoras são um exemplo de predação
entre os vegetais. Elas complementam sua alimentação com os nutrientes
obtidos pela decomposição de pequenos insetos e animais, que são
capturados com o auxílio de folhas modificadas e especialmente
adaptadas para esta função. Dessa forma, podem sobreviver em solos
encharcados e pobres em nutrientes.
2) Herbivoria - é a relação estabelecida entre os animais que se
alimentam de plantas. É importante lembrar que a relação de herbivoria
não é exclusividade dos animais herbívoros, pois os animais onívoros
também se alimentam de plantas. Nela, o animal se beneficia em
detrimento do vegetal. É uma relação desarmônica de extrema
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importância, pois as plantas são a base da cadeia alimentar e fornecem a
energia necessária à existência dos demais níveis tróficos em todos os
ecossistemas.
3) Competição - compreende a interação ecológica em que indivíduos
da mesma espécie ou indivíduos de espécies diferentes disputam alguma
recurso, como por exemplo, alimento, território, luminosidade, etc. A
competição pode ser intraespecífica (quando estabelecida dentro da
própria espécie) ou interespecífica (entre espécies diferentes). Em ambos
os casos, esse tipo de interação favorece um processo seletivo que
culmina, geralmente, com a preservação das formas de vida mais bem
adaptadas ao meio ambiente e com a extinção dos indivíduos com baixo
poder adaptativo. Assim, a competição constitui um fator regulador
da densidade populacional, contribuindo para evitar a superpopulação
das espécies.
4) Parasitismo - Esta relação ocorre entre indivíduos de espécies
diferentes, sendo que uma delas, denominada parasita, habita no interior
ou no exterior de outra espécie, denominada hospedeiro. O hospedeiro
torna-se o alimento do parasita.
5) Esclavagismo - é um tipo de relação
ecológica entre seres vivos onde um ser
vivo se aproveita das atividades, do
trabalho ou de produtos produzidos por outros seres vivos. Este tipo de
interação também pode ocorrer entre indivíduos da mesma espécie.
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5.4 Relações desarmônicas especificamente intraespecíficas
1) Canibalismo - é o nome dado às relações de predação
intraespecíficas. Apesar de ser um caso incomum, indivíduos da mesma
espécie podem ter relações de predação em algumas condições. Situações
em que a população cresce demasiadamente e há falta de recursos
essenciais como espaço, alimento e água podem provocar o canibalismo.
Esse comportamento é observado, por exemplo, em criatórios de
camundongos. O canibalismo também faz parte do comportamento sexual
de algumas espécies. A fêmea da aranha Latrodectus mactans, por
exemplo, é conhecida como viúva-negra por matar e comer seu parceiro
sexual após a cópula. O mesmo comportamento é adotado pela fêmea do
louva-a-deus, que muitas vezes chega a arrancar a cabeça do macho
ainda durante a cópula, terminando a alimentação apenas após ter sido
fecundada.
6) Prova: CESPE - 2007 - CPC - Perito Criminal
Em uma ilha do Pacífico, coelhos foram introduzidos para
consumo humano e acabaram causando sérios desequilíbrios
ecológicos devido a sua superpopulação. Foram registrados os
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seguintes eventos: 1. As populações de marsupiais herbívoros de
alimentação semelhante aos coelhos foram extremamente
reduzidas. 2. Uma espécie local de pulga passou a se alimentar do
sangue dos coelhos, embora sem causar redução na população
destes. 3. Uma espécie de raposa europeia foi introduzida para
controlar os coelhos, mas acabou atacando também espécies
locais de marsupiais de hábitos semelhantes aos coelhos. 4. Um
vírus altamente específico para coelhos foi finalmente introduzido,
embora tenham surgido populações resistentes.
Pode-se dizer que as interações ecológicas que melhor descrevem
as situações 1, 2, 3, e 4, respectivamente, são:
a) competição; parasitismo; predatismo, parasitismo.
b) predatismo; parasitismo; mutualismo; comensalismo.
c) amensalismo; esclavagismo; canibalismo; parasitismo.
d) canibalismo; inquilismo; predatismo; parasitismo.
e) esclavagismo; cooperação; predatismo; parasitismo.
Gabarito: letra A
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6. DINÂMICA DAS POPULAÇÕES
Propriedades do grupo Populacional
Conforme já descrevemos, população é qualquer grupo de
organismos da mesma espécie que ocupa um espaço determinado e
funciona como uma parte de uma comunidade biótica.
Podemos citar como características básicas de uma população:
densidade, natalidade, mortalidade, distribuição etária, potencial biótico,
dispersão e forma de crescimento. E características genéticas:
adaptatividade, fitness reprodutivo e persistência.
6.1 Densidade Populacional
A densidade populacional configura-se como a relação entre o
número de indivíduos de uma de população e a unidade de área ou
volume ocupada.
Existem alguns fatores que interferem diretamente na densidade das
populações, como a taxa de natalidade (N), taxa de mortalidade (M), taxa
de imigração (I) e a taxa de emigração (E), que podem ser consideradas
como atributos de uma população.
A taxa de natalidade é a velocidade com que os indivíduos nascem
e são adicionados à população, dependendo do potencial biótico da
população.
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A taxa de mortalidade é a velocidade com que os indivíduos
morrem e são eliminados da população, sendo dependente de fatores
como a predação, o parasitismo, doenças, entre outros.
A taxa de imigração é a velocidade com que indivíduos
provenientes de outras áreas entram numa população.
A taxa de emigração é a velocidade com que indivíduos deixam
uma população e dirigem-se para outras áreas.
A densidade de uma população pode manter-se fixa, ou ainda
aumentar ou diminuir em função das taxas de natalidade, mortalidade,
imigração e emigração, mas é importante ressaltar que o tamanho das
populações naturais frequentemente permanece em equilíbrio, em
harmonia com os fatores abióticos que interferem na estrutura destas
populações.
6.2 Seleção r e Seleção k
Uns dos principais conceitos em ecologia diz respeito à seleção dos
organismos vivendo a) em ambientes relativamente estáveis e previsíveis
ou b) em um meio em constante mutação, portanto imprevisíveis.
Populações r-selecionadas são aquelas que vivem em um ambiente
completamente livre de competição e sem nenhum efeito da densidade
populacional. Desta forma a estratégia selecionada seria investimento um
amplo direcionado à reprodução, com pequena alocação energética por
indivíduo da prole e produção de uma progênie quão numerosa possível
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(ambientes com baixa densidade, a pressão seletiva favorece espécies
com potencial reprodutivo alto).
Nestes casos, a energia necessária para a reprodução e, portanto,
para a sobrevivência de gerações futuras, implica energia dedicada a
estruturas reprodutivas, atividades de acasalamento, produção da prole,
cuidado dos pais, etc.
Já as populações K-selecionadas, vivem em um ambiente saturado
de organismos, onde os efeitos da densidade populacional são grandes.
Neste tipo de ambiente a estratégia ótima seria um maior direcionamento
de energia à manutenção somática e crescimento em detrimento de um
menor investimento em reprodução (investe mais na manutenção e
sobrevivência do indivíduo).
6.3. Potencial Biótico
O potencial biótico de uma população é a sua capacidade de
reprodução e, portanto, de aumentar o número de indivíduos em certa
área, em condições favoráveis.
Apesar de muitas espécies apresentarem um potencial biótico
elevado como os insetos, peixes, ostras entre outras, ao longo do tempo
as populações mantêm-se constantes, devido a ação da resistência
ambiental. A propósito, resistência ambiental é a própria ação da
seleção natural sobre as populações, tais como a limitação de alimento e
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espaço, competição intra e interespecífica, predação, parasitismo, entre
outros fatores.
Por exemplo, o predatismo e o parasitismo são fatores que
influenciam o crescimento populacional, regulando o tamanho das
populações. A introdução ou eliminação de predadores, além da
capacidade de adaptação de espécies exóticas e/ou invasoras em
determinados ecossistemas podem acarretar em desequilíbrios
populacionais graves para diversas espécies.
6.4. Influência dos Fatores Abióticos e Bióticos sobre as
Populações
A população de um ecossistema pode crescer infinitamente em
teoria, mas existe uma curva real de crescimento de uma população que
é determinada pelo aumento dos indivíduos, modificada pela chamada
resistência do ambiente. Esta resistência é composta por todos os fatores
abióticos que podem influenciar no crescimento da população, conforme
já falamos no início deste material.
Os fatores abióticos que interferem no tamanho das populações
estão relacionados ao ambiente onde esta população está presente,
como a umidade, salinidade, pH, temperatura, oxigenação, entre outros.
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6.5 A Sucessão Ecológica e Conceito de Comunidade Clímax
A sucessão ecológica configura-se como as alterações graduais,
ordenadas e progressivas no ecossistema, resultantes da ação contínua
dos fatores ambientais sobre os organismos e da reação destes últimos
sobre o ambiente.
Ao observarmos o processo de sucessão ecológica podemos
identificar um progressivo aumento na biodiversidade e espécies e na
biomassa total. As teias e cadeias alimentares se tornam cada vez mais
complexas e ocorre a constante formação de novos nichos.
Neste sentido, a COMUNIDADE CLIMAX é aquela que expressa o
máximo de desenvolvimento possível do ecossistema sob as condições do
local em que a sucessão ocorreu. A estabilidade de uma comunidade
clímax está em grande parte associada ao aumento da variedade de
espécies e da complexidade das relações alimentares.
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7. Lista de questões comentadas
1) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Biologia
As dimensões de um ecossistema podem variar
consideravelmente, de uma poça de água à totalidade do planeta
Terra, considerado um imenso ecossistema composto por todos
os ecossistemas existentes.
Com base no texto acima, julgue os itens subsequentes.
( ) Em cada ecossistema, a matéria e a energia passam do meio
abiótico para os seres vivos, não retornando, posteriormente, dos seres
vivos ao meio.
(Gabarito: E)
Comentário: De fato, a energia é transferida do meio abiótico para os seres visos.
Mas, ao contrário do que a segunda parte da questão afirma, essa energia retorna
para o meio através da decomposição da matéria orgânica, realizada pelos
organismos decompositores.
( ) Um ecossistema consiste em um conjunto de vida definido pelo
agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala
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regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada
de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria.
Gabarito: E
Comentário: Conforme já estudamos, o ecossistema é composto pelo Biótopo +
Biocenose. Esta biocenose comporta todos os organismos existentes, e não somente a
vegetação.
2) Prova: CESPE - 2010 - BASA - Técnico Científico
Em um planeta aquecido, mantenha o refrigerador ligado. A
floresta amazônica há muito deixou de ser tratada como o pulmão
do mundo, mas ganhou status ainda mais importante, o de ar-
condicionado da Terra. A preservação da mata é fundamental no
combate ao aquecimento global, apontam especialistas.
O Globo. "Planeta Terra", nov./2009, p. 20 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a
inserção da Amazônia no quadro de desenvolvimento sustentável,
julgue os itens que se seguem.
( ) Embora relativamente pouco extensa quanto à dimensão
geográfica, a Amazônia é o ecossistema integralmente brasileiro mais
conhecido no mundo, graças à formidável quantidade de água e de
espécies que possui, e à sua importância para o clima global, como afirma
expressamente o texto.
Gabarito: E
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Comentário: A questão já inicia errada, afirmando que a Amazônia é relativamente
pouco extensa. Além disso, a Amazônia não está localizada integralmente em terras
brasileiras. É verdade que a maioria das florestas está contida dentro do Brasil, com
60% da floresta, mas 13% da floresta está localizada no Peru, além de pequenas
quantidades dispostas na Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia,
Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
3) Prova: CESPE - 2010 - SAEB
Uma cadeia alimentar pode ser representada por um milharal,
gafanhotos, andorinhas e decompositores. Nesse exemplo, os
gafanhotos seriam:
A) produtores.
B) consumidores de primeira ordem.
C) consumidores de segunda ordem.
D) consumidores de terceira ordem.
Gabarito: B
Comentário: Gafanhotos são animais que se alimentam de folhas verdes. Na cadeia
trófica proposta, eles se alimentariam do milharal, constituindo-se como os
consumidores primários (alimentam-se dos produtores) ou consumidores de primeira
ordem (outro nome dado aos consumidores primários).
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8. Teste Final + Gabarito
1) Prova: CESPE - 2009 - ANTAQ - Técnico Administrativo
"[...] falcões que caçam rapidamente suas presas; águias e
falcões que caçam planando; águias pescadoras que mergulham
para capturar peixes; o pássaro secretário de pernas longas que
corre atrás de sua presa; carcarás que se alimentam de
cadáveres; e mesmo um abutre africano que se alimenta quase
que exclusivamente de fruta da palmeira de óleo." (retirado de
FUTUYMA, 1997: 388) O trecho acima descreve parte da variação
existente nos hábitos alimentares e na morfologia associada de
espécies aparentadas de Falconiformes (Aves). Costuma se
utilizar o termo ________________ para descrever a
diversificação em diferentes nichos ecológicos das espécies
derivadas de um mesmo ancestral. Dentre as alternativas,
preenche-se corretamente a lacuna acima por:
a) Irradiação adaptativa.
b) Convergência evolutiva.
c) Seleção natural.
d) Competição interespecífica.
e) Deriva genética.
Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto
Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior
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2) Prova: CESPE - 2009 - CEHAP - PB - Digitador - Médio
Use uma das alternativas abaixo para preencher corretamente o
texto referente ao Princípio de Gause: "Num mesmo
_____________, duas espécies _____________ podem ter o
mesmo ____________; porém nunca terão por muito tempo o
mesmo ______________, já que a competição leva ao
desaparecimento ____________."
a) habitat, diferentes, nicho ecológico, ecossistema, das duas
b) ecossistema, diferentes, nicho ecológico, habitat, das duas
c) habitat, idênticas, nicho ecológico, habitat, das duas
d) ecossistema, diferentes, comportamento, nicho ecológico, de uma
delas
e) ecossistema, diferentes, habitat, nicho ecológico, de uma delas
3) Prova: CESPE - 2009 - CEHAP - PB - Administrador - Superior
Populações são reguladas por fatores independentes e
dependentes da densidade. São exemplos de fatores
independentes e dependentes da densidade, respectivamente:
a) limitação por espaço e fecundidade.
b) taxa de parasitismo e luminosidade.
c) doenças e temperatura.
d) taxa de predação e mortalidade.
e) eventos catastróficos e fecundidade.
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4) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Pericial - Engenharia
Florestal
O plantio sequencial de espécies pioneiras, secundárias e clímax
para recuperação de áreas degradadas, é conhecido como:
a) grupo de espécies nativas.
b) grupo de espécies ecológicas.
c) segmento de espécies nativas.
d) grupo de sucessão ecológica.
5) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Biologia - Específicos
As bactérias do gênero Rhizobium, fixadoras de nitrogênio,
vivem dentro das raízes de leguminosas onde formam nódulos.
Essas bactérias absorvem o nitrogênio do ar e com ele
sintetizam substâncias nitrogenadas, também utilizadas pela
planta hospedeira. As leguminosas, em contrapartida, fornecem
açúcares e outros compostos orgânicos às bactérias existentes
em seus nódulos.
Tendo como referência o texto acima, julgue os itens que se
seguem.
( ) O texto refere relação de parasitismo entre as bactérias do
gênero Rhizobium e vegetais da família das leguminosas.
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6) Prova: CESPE - 2011 - CBM-ES - Oficial Bombeiro Militar
No texto acima, são abordados os impactos ambientais do atual
modelo agrícola. Com relação a esse tema e suas implicações,
julgue os itens que se seguem.
( ) Denomina-se herbivoria a relação ecológica da lagarta-do-
cartucho com o milho.
7) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Técnico de Laboratório - Biologia -
Específicos
As bactérias do gênero Rhizobium, fixadoras de nitrogênio,
vivem dentro das raízes de leguminosas onde formam nódulos.
Essas bactérias absorvem o nitrogênio do ar e com ele
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sintetizam substâncias nitrogenadas, também utilizadas pela
planta hospedeira. As leguminosas, em contrapartida, fornecem
açúcares e outros compostos orgânicos às bactérias existentes
em seus nódulos.
Tendo como referência o texto acima, julgue os itens que se
seguem.
( ) As bactérias do gênero Rhizobium convertem o nitrogênio
presente na atmosfera diretamente em nitratos.
8) Prova: MS CONCURSOS - 2010 - CIENTEC-RS - Engenheiro Civil
Quando se aplica em uma área cultivada uma substância que mata
exclusivamente herbívoro, os primeiros organismos a serem
profundamente afetados por ausência de alimentos são os:
a) Produtores.
b) Consumidores de 1ª ordem.
c) Consumidores de 2ª ordem.
d) Decompositores.
e) Produtores e decompositores.
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Gabarito
1 2 3 4 5 6 7 8
A E E D ERRADO CERTO CERTO C
Alunos, com estes últimos exercícios fechamos esta aula
inicial. Espero que vocês tenham aproveitado este
material...
Aproveito para lembrar que é muito importante resolver questões de
concursos anteriores. Existem sites especializados em questões de
concursos. Sugiro que façam download de provas anteriores do IBAMA e
MMA, porque ambos são organizados pela CESPE. Dessa forma, dá pra
ter uma ideia do que eles costumam cobrar!
Aguardo vocês aqui, na próxima aula!
Continuem estudando, ok?
Se quiserem entrar em contato comigo, para esclarecer dúvidas ou obter
quaisquer outras informações, escrevam para etieneclavico@globo.com
Abraços e bons estudos!
Etiene Clavico

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Ecologia, Biologia e Sensoriamento Remoto

  • 1. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  1  de  52   AULA 00: Ecologia e Dinâmica de Populações   Sumário Páginas 1. Apresentação 1-6 2. Introdução 7-8 3. Conceitos 9-11 4. Componentes Básicos do Ecossistema 12-13 4.1 Componentes Abióticos 13-26 4.2 Componentes Bióticos 27-29 5. Dinâmica e Interação das Comunidades nos Ecossistemas 29-30 5.1 Relações Harmônicas Intraespecíficas 30-31 5.2 Relações Harmônicas Interespecíficas 31-34 5.3 Relações Desarmônicas Interespecíficas 34-36 5.4 Relações Desarmônicas Intraespecíficas 36-38 6. Dinâmica das Populações 39 6.1 Densidade Populacional 39 6.2 Seleção r e k 40 6.3 Potencial Biótico 41-42 6.4 Influência dos Fatores Abióticos e Bióticos sobre as Populações 42 6.5 Sucessão Ecológica e Conceito de Comunidade Clímax 43 7. Lista de questões comentadas 44-46 8. Teste Final + Gabarito 47-52
  • 2. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  2  de  52   1. Apresentação     Olá meus amigos, Tudo bem?! Espero que estejam muitíssimo bem e animados para uma jornada de estudo (trabalho pesado) no intuito de alcançar um grande sonho. Antes de falar sobre o nosso novo curso deixem eu me apresentar para aqueles que ainda não me conhecem. Meu nome é Rosenval Júnior, engenheiro florestal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com especialização em controle e monitoramento ambiental. Estou cursando outra especialização, agora, em Direito Ambiental. Sou servidor público federal desde 2006, quando obtive aprovação em 1° lugar para o cargo de engenheiro da Casa Civil da Presidência da República/Arquivo Nacional. Atualmente, exerço as minhas atividades no Ministério da Justiça. Alguns resultados que obtive em concursos: ü 1° lugar para Analista do Ministério Público de MG; ü 2° lugar para Analista Pericial do MPU; ü 2° lugar para Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário do INCRA; ü 7º lugar Engenheiro Júnior da Caixa Econômica Federal; ü 10º lugar para Analista Ambiental do IEF/MG; ü 1° lugar para Técnico em Recursos Naturais – nível II do IDAF; ü 2° lugar para Perito Criminal da Polícia Civil do RJ; ü 2° lugar para Analista Ambiental área IV do IBAMA.
  • 3. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  3  de  52   Prezados, estamos lançando um novo curso específico para os concursos da área ambiental. Este material tem o objetivo de ser a base teórica para uma preparação eficiente. O curso é direcionado para os concursos do IBAMA, ICMBio, MMA, Petrobras, EPE, Perito Criminal, entre outros. Além disso, pode ser utilizado por biólogos, engenheiros florestais, engenheiros ambientais, agrônomos, geólogos, químicos, geógrafos, gestores ambientais, técnicos ambientais, florestais...enfim as mais diversas carreiras que atuam na área ambiental e que estão sendo demandadas nos concursos públicos. Obviamente não é nossa pretensão tratar de todos os assuntos, mesmo por que isso seria inviável. Não temos condições de montar um curso que aborde todos os temas de todas as áreas. Muitos temas necessitam de 1 livro somente para tratar de um assunto. O que nós buscamos foi criar um curso com os temas mais comuns nas provas de meio ambiente para servir como um direcionamento no estudo de vocês. Para dividir essa tarefa comigo, convidei dois professores, a Etiene e o Éric. A Etiene é bióloga, com mestrado e doutorado em Biologia Marinha pela UFF. Ela irá ministrar as 3 primeiras aulas (Ecologia, Biologia e Oceanografia). O Éric passará para vocês o conhecimento sobre cartografia, sensoriamento remoto, geoprocessamento e SIG. Ele, assim como eu, fez engenharia florestal pela Universidade Federal de Viçosa, inclusive somos da mesma turma. Atualmente está cursando o PhD na ESALQ/USP, na área de planejamento utilizando tecnologias de monitoramento LiDAR. Pessoal, eu estarei com vocês na aula 3 sobre biomas brasileiros; hotspots; noções de silvicultura e manejo florestal; desmatamento e incêndios florestais e na aula 4 sobre recuperação de áreas degradadas, conservação do solo e ciclagem de nutrientes. As dúvidas devem ser enviadas para o email do professor responsável pela aula, ok?! Quem for fazer o curso de analista ambiental do Ibama eu indico fortemente o meu curso de direito e legislação ambiental, que está no site
  • 4. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  4  de  52   com um novo cronograma. Vocês devem unir os dois cursos. O motivo de separar os módulos foi para que os meus alunos do direito ambiental não precisassem pagar novamente pelas aulas que já fizeram. Por exemplo, a parte de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável; Principais Conferências, Convenções e Acordos Internacionais sobre Meio Ambiente; Licenciamento Ambiental; Código Florestal, Recursos Hídricos...todos esses assuntos poderiam estar neste curso, mas pelos motivos já apresentados eles estarão, na verdade, já estão no curso de direito e legislação ambiental. Prezados, espero que esse curso seja útil na preparação de vocês. Acredito que fazendo os dois cursos vocês terão uma excelente base sobre meio ambiente e estarão muito mais preparados para as provas de concursos da área ambiental. Sei como é ser concurseiro. Sei o quanto é difícil. Mas, a recompensa vale muito a pena. Podem ter certeza disso! Quando vocês virem o nome de vocês no Diário Oficial, a alegria dos seus pais, o orgulho da família, quando vocês tiverem a estabilidade, a remuneração certa todo mês terão a certeza de que todo esforço foi recompensado. Além disso, vocês atuando na área ambiental estarão prestando um serviço de vital importância para toda a sociedade, para o planeta. Antes da apresentação da Prof. Etiene e do início da sua aula, apresento abaixo o nosso cronograma. Grande abraço. Fiquem com Deus. Bons estudos! Rosenval Júnior Telesforo Costa rosenvaljunior@estrategiaconcursos.com.br www.facebook.com/rosenvaljunior "Quem quer fazer alguma coisa, encontra um meio. Quem não quer fazer nada, encontra uma desculpa."
  • 5. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  5  de  52   Roberto Shinyashiki CRONOGRAMA Aula 00 (Demonstrativa – Já disponível) Prof. Etiene Clavico Ecologia e Dinâmica de Populações Aula 01 – (09/07) Prof. Etiene Clavico Noções de Zoologia (regras de nomenclatura científica, divisão do reino animal, divisão do subfilo vertebrata até o nível de ordem) e Noções de Oceanografia Aula 02 - (23/07) Prof. Etiene Clavico Noções de Botânica (taxionomia vegetal até o nível de classe, fitogeografia, evolução, ciclo de vida e células vegetais.) e Espécies exóticas em ambientes naturais Aula 03 - (06/08) Prof. Rosenval Júnior Biomas Brasileiros: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Caatinga. Hotspots brasileiros: Mata Atlântica e Cerrado. Noções de Silvicultura e Manejo de florestas tropicais: conceitos, práticas e técnicas. Desmatamento e Incêndios Florestais. Aula 04 – (20/08) Prof. Rosenval Júnior Recuperação de áreas degradadas, conservação do solo e ciclagem de nutrientes. Aula 05 – (27/08) Prof. Eric Gorgens Conceitos básicos de cartografia. Sistemas de coordenadas e projeção. Geoprocessamento e sensoriamento remoto. Conceitos básicos de Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Sistemas de imageamento: conceitos de pixel, resolução espacial, temporal e radiométrica. Imagens de radar, multiespectrais e multitemporais. Aplicações de sensoriamento remoto no monitoramento e controle de desmatamentos e incêndios florestais.
  • 6. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  6  de  52   Olá, queridos alunos! Meu nome é Etiene Clavico, e sou Doutora em Biologia Marinha, formada pela Universidade Federal Fluminense. Gostaria de apresentar este primeiro tópico do curso, que permitirá que os conceitos aqui descritos facilitem a resolução de questões dos concursos, principalmente aqueles concernentes à esfera ambiental. Digo facilitar porque quem vem estudando há algum tempo, resolvendo provas anteriores ou mesmo participando de outros processos seletivos, sabe que a CESPE não costuma cobrar estas definições de forma direta. Mas, é preciso ficar atento! Embora não exista uma cobrança direta, é FUNDAMENTAL que estes conceitos estejam todos na ponta da língua, ou do lápis, porque eles aparecem permeando quase todas as questões de Biologia, integrando todas as disciplinas, como zoologia, botânica, evolução, etc... Então, provavelmente não encontraremos perguntas específicas relacionadas às definições de Ecologia, mas, sem esse conhecimento, provavelmente erraremos às questões. Espero que vocês aproveitem ao máximo esse material, e que com ele possamos contribuir de alguma forma como seu sucesso na vida profissional, que certamente virá, depois de toda esta dedicação. Estarei à disposição para tirar qualquer dúvida, ok? FOCO E DISCIPLINA devem ser as palavras de ordem a partir de agora! Um abraço e bons estudos!
  • 7. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  7  de  52   2. Introdução A palavra Ecologia tem origem no Grego, e é formada pelo prefixo oikos = casa, lar (referindo-se à nossa circunvizinhança imediata, ou nosso ambiente), complementada pelo sufixo logos = estudo, conhecimento. Desta forma, definimos a Ecologia como o ramo da biologia que estuda as interações que ocorrem entre os seres vivos e o meio onde vivem, incluindo todos os fatores químicos, físicos e biológicos presentes no ambiente, e que são capazes de afetar direta ou indiretamente os organismos. A primeira coisa que precisamos saber, quando começamos a estudar Ecologia, é que a vida no Planeta NÃO ocorre de forma isolada. A partir do nascimento de qualquer forma de vida (seja ela unicelular ou pluricelular, heterótrofa ou autótrofa, etc.), passando por seu crescimento, desenvolvimento, reprodução, até a sua morte e decomposição da matéria orgânica, este ser estará interagindo de alguma forma com outros organismos existentes naquele ambiente. Por exemplo, a necessidade básica de alimentação já demonstra um fator de relacionamento entre os seres vivos, que explicaremos mais tarde, e que constitui o que chamamos em Ecologia de Cadeia Trófica. Além disso, não podemos esquecer que os fatores ambientais (temperatura, umidade, luz) também influenciam as diversas formas de vida. Na verdade, o mundo físico proporciona o contexto para a vida,
  • 8. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  8  de  52   sendo este ambiente físico o principal responsável por restringir sua expressão. Exemplo claro disso é a ocorrência natural de pinguins estar restrita a um ambiente com características específicas, principalmente no que concerne às baixas temperaturas. E é por estas questões físicas que não encontramos pinguins ocorrendo naturalmente dentro de florestas tropicais J! Mas da mesma forma que dizemos que a vida depende e é influenciada pelo mundo físico, podemos afirmar que os seres vivos afetam e influenciam este mesmo mundo físico: solos, atmosfera, lagos e oceanos, e muitas rochas sedimentares devem suas propriedades, em parte, às atividades das plantas e animais. Inclusive podemos afirmar, sem medo de errar, que algas, conchas e esqueletos de animais compõem o sedimento de muitos mares, lagos e oceanos ao redor do mundo. Sabendo então que a Ecologia vem elucidar estas questões, que abordam as interações que ocorrem entre os seres vivos, e destes com o ambiente onde vivem, podemos passar para o tópico que estabelecerá conceitos importantes que devem ser observados, a fim de facilitar nosso estudo e entendimento.
  • 9. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  9  de  52   3. Conceitos ESPÉCIE - Atualmente existem mais de 20 conceitos de espécies diferentes, todos eles com suas vantagens e desvantagens. O conceito biológico de espécie (CBE) é, sem dúvida, o mais popular e influente. Neste conceito, as espécies são definidas como ”...grupos de populações naturais intercruzantes, que são isoladas reprodutivamente de outros grupos intercruzantes de população". Ficou confuso? Ok, não se desespere! Podemos dizer de forma mais simples que espécie é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. É fundamental conhecer e memorizar algumas definições em Ecologia, porque as Bancas costumam fazer referências indiretas a estes conceitos, que devem estar bem compreendidos e devidamente fixados, para a resolução correta da questão!
  • 10. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  10  de  52   POPULAÇÃO - qualquer grupo de organismos da mesma espécie que ocupa um espaço determinado e funciona como uma parte de uma comunidade biótica. COMUNIDADE OU BIOCENOSE - conjunto de populações que funcionam como uma unidade integradora, através de transformações metabólicas provenientes da co-evolução numa dada área de habitat físico. BIOTÓPO - em Ecologia, um biótopo ou ecótopo (do grego βιος -bios = vida + τόπoς = lugar, ou seja, lugar onde se encontra vida) é uma região que apresenta regularidade nas condições ambientais e nas populações, propiciando a existência dos seres que ali habitam. Corresponde à menor parcela de um habitat que é possível discernir geograficamente. HABITAT - é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do ecossistema. NICHO ECOLÓGICO - inclui não apenas o espaço físico ocupado pelo organismo, mas também o seu papel funcional na comunidade e a sua posição em gradientes ambientais de temperatura, umidade, pH, solo e outras condições de existências.
  • 11. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  11  de  52   ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO - é o conjunto formado pelo meio ambiente físico, ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos - sem vida. Ex.: solo, água, ar) e a BIOCENOSE (formada por componentes bióticos - seres vivos), que com o meio se relaciona. ECÓTONO - é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas. Nesta área vamos encontrar um grande número de espécies e, por conseguinte, um grande número de nichos ecológicos. EQUIVALENTES ECOLÓGICOS - correspondem às espécies que ocupam o mesmo nicho ecológico em regiões geográficas diferentes. BIOSFERA - toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos, mares e oceanos e parte da atmosfera.    
  • 12. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  12  de  52   4. Componentes básicos dos Ecossistemas Bem, agora que já sabemos algumas definições, poderemos dar sequência na matéria. Vamos dar continuidade descrevendo os componentes básicos de um ecossistema. Como já vimos, os organismos vivos e o seu ambiente estão inseparavelmente ligados e interagem entre si. De um modo geral, os ecossistemas são constituídos por três componentes: • ABIÓTICOS - que em conjunto constituem o biótopo, conforme já definimos anteriormente. A radiação solar é um dos principais fatores físicos dos ecossistemas terrestres, porque é através dela que as plantas realizam fotossíntese, liberando oxigênio para a atmosfera e transformando a energia luminosa em química. • BIÓTICOS - representados pelos seres vivos que compõem a comunidade biótica ou biocenoses, também já pontuado nas definições. • ENERGIA – é caracterizada pela força motriz presentes nos diversos ambientes, e garante as condições necessárias para a produção primária em um ambiente, ou seja, a produção de biomassa a partir de componentes inorgânicos. Vamos, então, começar caracterizando os elementos que fazem parte do que chamamos de componentes abióticos, ou seja, a parte física do ambiente (a+biótico = que não tem vida), e depois passaremos
  • 13. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  13  de  52   aos componentes bióticos, suas classificações e os tipos de interações que podem ocorrer entre eles. 4.1 Componentes Abióticos Os componentes ou fatores abióticos são componentes não vivos que influenciam a vida dos seres vivos presentes no ecossistema. Estes influenciam o crescimento, atividade e a fisiologia destes seres, assim como a sua distribuição pelos diferentes locais. Como estes fatores variam de valor de local para local, são responsáveis por determinar uma grande diversidade de ambientes. Os fatores abióticos impulsionam as mais diversas adaptações dos seres vivos para seu desenvolvimento e podem ser agrupados em dois tipos principais: 1) os fatores climáticos, como a luz, a temperatura e a umidade, que caracterizam o clima de uma região, e 2) os fatores edáficos, dos quais se destacam a composição química e a estrutura do solo. LUZ A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. Em ecologia, pode ser definida como a quantidade de energia luminosa que atinge uma dada área em um espaço
  • 14. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  14  de  52   de tempo. A incidência luminosa pode variar em função de alguns fatores, como por exemplo, a latitude, a morfologia do terreno, a nebulosidade, as estações do ano e a hora do dia. A Luz é um fator indispensável para o desenvolvimento das plantas e dos animais. É a partir da energia luminosa que plantas e todos os produtores produzem a matéria orgânica que constitui o seu corpo (através do processo denominado Fotossíntese), bem como o oxigênio necessário a todos os seres vivos. Os organismos são influenciados não apenas pela intensidade luminosa, mas também pelo fotoperíodo – número de horas de luz por dia. A intensidade luminosa e o fotoperíodo influenciam, ainda, outros processos vitais das plantas, como por exemplo: 1) germinação das sementes - algumas plantas apenas germinam na ausência de luz, enquanto outras, como a semente da alface, necessitam de uma quantidade mínima de luz para germinar; 2) floração - algumas plantas apenas florescem quando os dias são mais longos, quando comparados à noite. Este é o caso do trigo ou do girassol. Outras, pelo contrário, apenas florescem quando o fotoperíodo é curto. É o caso dos crisântemos ou da soja. Há ainda plantas cuja floração não depende do número de horas de luz por dia, como por exemplo o tomateiro; 3) crescimento e maturação dos frutos;
  • 15. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  15  de  52   4) movimentos das plantas (fototropismo): em certos casos verifica-se que as plantas seguem os movimentos do sol ao longo do dia, orientando-se na direção dele. No que concerne aos animais, praticamente todos necessitam de luz para sobreviver. São exceção algumas espécies que vivem em cavernas, bem como as espécies que vivem no meio aquático a grandes profundidades - espécies abissais. Já certos animais, como por exemplo as borboletas, necessitam de elevada intensidade luminosa, enquanto seres como alguns gastrópodos (caracol) e a minhocas não necessitam de muita luz. Temperatura Embora de formas diferentes, todos os seres vivos são influenciados pela temperatura, fator que direciona a sua distribuição e está na origem de diversas adaptações. Assim como a luz, é um fator abiótico de grande importância para os seres vivos e influencia seus períodos de atividade, suas características morfológicas e seus comportamentos. Cada espécie apenas pode viver em um determinado intervalo de temperatura, conhecido como intervalo de tolerância. Abaixo desses limites de temperatura, as suas funções vitais são seriamente comprometidas e os seres vivos podem morrer. Contudo, mesmo dentro do limite de tolerância, para cada espécie existe um valor de temperatura para a qual o seu desenvolvimento é máximo. Chamamos este valor de temperatura ótima.
  • 16. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  16  de  52   Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto, provocados pelas variações de temperatura. Os animais também apresentam características próprias de adaptação aos diferentes valores de temperatura. Por exemplo, os que vivem em regiões muito frias apresentam, geralmente, pelagem longa e uma camada de gordura sob a pele. Quanto à classificação dos organismos em função da temperatura do ambiente onde estão inseridos, ou mesmo do próprio corpo, vale apena gravar algumas definições!!! • ESTENOTÉRMICOS: São organismos que não toleram grandes variações térmicas, ou seja, têm intervalos de tolerância reduzidos (só sobrevivem entre limites estreitos de temperatura). • EURITÉRMICOS: São organismos capazes de tolerar grandes variações de temperatura, ou seja, têm grande amplitude térmica de existência. • HOMEOTÉRMICOS: Seres que possuem temperatura corporal constante, que não sofre variação de acordo com a temperatura do meio. Exemplo: aves e mamíferos;
  • 17. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  17  de  52   • PECILOTÉRMICOS: Seres que possuem temperatura corporal variável, de acordo com a temperatura ambiental. Exemplo: répteis, anfíbios e peixes. Alguns fenômenos relacionados à distribuição e mudanças fisiológicas de algumas espécies de animais, relacionados à temperatura como formas de adaptação, também devem ser conhecidos. São eles: • Migração: Os animais percorrem distâncias variadas em busca de ambientes propícios para a reprodução, com melhores condições climáticas e presença de alimentos. • Hibernação: Os animais diminuem suas atividades vitais, devido às baixas temperaturas. • Estivação: Ao contrário da hibernação, neste fenômeno, algumas espécies diminuem suas atividades vitais, devido ao calor. Além disso, também é importante salientar que algumas plantas estão bem adaptadas a temperaturas elevadas, como é o caso do cacto, enquanto outras, como o musgo e algumas espécies de pinheiros, são mais resistentes a temperaturas baixas. ÁGUA Há quinhentos milhões de anos as águas do nosso planeta são as mesmas, fazendo seu ciclo natural de evaporação, chuva, infiltração no solo e formação de fontes, rios, mares, lagos e lençóis subterrâneos, prestando fundamentais serviços a toda espécie de vida.
  • 18. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  18  de  52   No âmbito da biologia, por suas propriedades físicas e químicas, além de ter sido o meio em que se originaram os seres vivos mais primitivos, e onde vive a maioria das espécies atualmente existentes, a água representa o constituinte mais importante do meio interno de todos os organismos, sendo indispensável a todas as suas funções vitais. Sob a forma de soluções e suspensões diversas (líquido intersticial, seiva, sangue, linfa, líquido cefalorraquidiano, citoplasma, líquido amniótico, líquido sinovial, etc.), a água transporta oxigênio e alimentos, remove dióxido de carbono e outros resíduos, assegura a circulação das células migradoras (leucócitos, plasmócitos, macrófagos etc.), das hemácias e plaquetas, dos anticorpos e hormônios, e de sinais químicos diversos. Desta forma, podemos dizer que para assegurar a sobrevivência, o organismo deve ser capaz de obter a quantidade de água necessária, além de minimizar possíveis perdas (através da respiração, transpiração e excreção). Pode-se dizer que o equilíbrio hidroeletrolítico é uma função essencial para cada organismo e sua manutenção é condição básica para a vida. ADAPTAÇÕES ÚTEIS DE VEGETAIS CONTRA A PERDA DE ÁGUA As plantas características das regiões secas apresentam diversas adaptações para captarem água e para diminuírem a sua perda. Por exemplo, os pinheiros que crescem em solos arenosos têm raízes muito profundas, para poderem captar a água que se infiltra para grandes profundidades.
  • 19. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  19  de  52   Nos desertos, onde chove abundantemente durante pouco tempo, algumas plantas possuem raízes pouco profundas, que se estendem por uma grande área de modo que, quando chove, possam captar rapidamente a maior quantidade de água possível. Outras ainda são capazes de aproveitar água do orvalho. Para diminuírem a perda de água, algumas plantas como os cactos possuem as folhas transformadas em espinhos, o que diminui a área exposta e, consequentemente, a perda de água por transpiração. Estas plantas têm ainda caules carnudos, capazes de armazenar água. Outra adaptação das plantas à secura é o revestimento por ceras impermeáveis ou por pêlos, o que diminui a transpiração. Nos desertos, muitas espécies de plantas vivem a maior parte do tempo sob a forma de sementes, que apenas germinam após a queda de chuva, desenvolvendo-se então muito rapidamente. Vamos falar mais sobre isso na parte do curso sobre Botânica. O Link importante aqui é concernente aos estômatos.   Os estômatos são estruturas celulares, presentes na parte inferior das folhas, que têm a função de realizar trocas gasosas entre a planta e o meio ambiente. São constituídos por duas células estomáticas, apresentando uma abertura entre elas, denominada ostíolo. A troca de gases ocorre em virtude do potencial higroscópico das células-guardas, que permitem maior ou menor abertura dos
  • 20. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  20  de  52   Questões abordando a funcionalidade dos estômatos estão sempre presentes nas provas... Este tema será abordado de maneira mais aprofundada no tópico referente à Botânica, mas, por hora, vale a pena saber mais sobre isso! ostíolos em função do teor de água presente. É por essa abertura que se estabelece a comunicação entre o ambiente interno da folha e o ambiente externo, favorecendo a transpiração e a troca de gases. Três fatores ambientais influenciam a abertura dos estômatos: luz; CO2; e teor hídrico. A transpiração é a eliminação de água na forma de vapor que ocorre nos vegetais e animais por uma necessidade fisiológica, sendo controlada por mecanismos físicos, morfológicos, anatômicos e fisiológicos. Nos vegetais a transpiração ocorre principalmente através das folhas, que é a principal superfície de contato do vegetal com o ambiente. Quando a absorção de água pelo vegetal é maior que a transpiração, os estômatos ficam abertos. Se a transpiração é maior que o suprimento hídrico, como ocorre em dias secos, com baixa umidade relativa do ar, as células estomáticas perdem água e os estômatos fecham, controlando assim a perda de água pela planta.
  • 21. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  21  de  52   ADAPTAÇÕES CONCERNENTES AOS ESTÔMATOS - Posição dos estômatos na folha: nas folhas, os estômatos podem ser encontrados: a) apenas na face superior (adaxial), sendo a folha classificada como epiestomática, como ocorre na folha da ninféia e outras plantas aquáticas flutuantes; b) somente na face inferior (abaxial), sendo a folha classificada como hipoestomática ou c) ocorrer em ambas as faces, sendo denominada de folha anfiestomática. - Estômatos afundados na epiderme e oculto em criptas: Os estômatos estão relacionados à entrada e saída de ar no interior dos órgãos em que se encontram ou, ainda, com a saída de água na forma de vapor. São encontrados frequentemente nas partes aéreas fotossintetizantes, principalmente nas folhas, e podem também ser encontrados, em menores quantidades, nos pecíolos, caules jovens e partes florais. As células estomáticas podem se encontrar no mesmo nível das demais células epidérmicas, estar elevadas em relação a estas, ou em depressões. Em algumas folhas, essas depressões são amplas e contêm muitos tricomas e estômatos, sendo denominadas criptas estomáticas. Como, nesse caso, o estômato não fica exposto às condições do ambiente, isso diminui a perda de água. A posição das células estomáticas normalmente está relacionada às condições hídricas do ambiente.
  • 22. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  22  de  52   Outro tópico que merece ser lembrado é a classificação dos seres vivos, de acordo com o ambiente onde são naturalmente encontrados, no âmbito da abundância ou escassez de água. Eles são denominados: • HIDRÓFILOS: Seres que vivem permanentemente na água como os peixes; • HIGRÓFITOS: Seres que só vivem em ambientes úmidos. Exemplo: Anfíbios. • MESÓFILOS: Seres que vivem em áreas mais ou menos úmidas. • XERÓFILOS: Seres que vivem em ambientes secos. Exemplo: Mamíferos de deserto, liquens, cactáceos. • TROPÓFITOS: seres que suportam grande variação de umidade. 1) Prova: CESPE - 2010 - SAEB As plantas da caatinga têm adaptações específicas para a seca, porque, mesmo durante a curta estação de chuva, faz muito calor durante o dia, os recursos sob a forma de água são reduzidos, a evaporação e a transpiração das plantas são intensas. Os vegetais devem também resistir a vários meses, às
  • 23. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  23  de  52   vezes anos, de seca. Várias adaptações morfológicas, anatômicas ou fisiológicas combinam-se para permitir essa resistência. Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção que apresenta adaptações das plantas à seca. a) tubérculos e espinhos b) folhas amplas e sem cutícula c) folhas amplas e estômatos abertos por curtos períodos d) cutículas impermeáveis e estômatos abertos durante todo o dia Gabarito: A 2) Prova: CESPE - 2007 - TRE - AP - Analista Judiciário Para manter equilíbrio de sal e água, os organismos de água doce, que são hiperosmóticos, retêm sais enquanto excretam a água que continuamente se difunde para dentro de seus corpos. Os organismos marinhos, que são hiposmóticos, excretam sais ativamente. Alguns organismos marinhos aumentam o nível de solutos, tais como ureia e aminoácidos, em seus fluidos corporais para equilibrar o potencial osmótico da água do mar. Esse mecanismo tem a finalidade de: a) reduzir o movimento de água para fora de seus corpos; b) aumentar o movimento de água para fora de seus corpos;
  • 24. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  24  de  52   c) reduzir o movimento de água para dentro de seus corpos; d) aumentar o movimento de água para dentro de seus corpos; e) aumentar a concentração desses solutos na água fora de seus corpos Gabarito: A 3) Prova: CESPE - 2007 - TRE - AP - Analista Judiciário "A residência de uma espécie em uma comunidade local é determinada parcialmente por suas adaptações às condições e recursos e parcialmente por interações competitivas com as outras espécies. Assim, as espécies presentes num patrimônio regional estão distribuídas nas diferentes comunidades baseadas em suas adaptações e interações". Esse trecho refere-se a: a) nicho fundamental; b) nicho percebido; c) seleção de espécies; d) adaptação; e) interações locais. GABARITO: C    
  • 25. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  25  de  52   4) Prova: CESPE - 2008 - ABIN Os estômatos são encontrados em angiospermas, gimnospermas, pteridófitas e briófitas. Formados por duas células-guarda e, em muitas plantas, por células subsidiárias, são de fundamental importância para as plantas, exercendo um papel fundamental na entrada de gás carbônico para a fotossíntese e saída de oxigênio, além de controlar o processo de transpiração. Com relação à localização dos estômatos nas plantas, considere as afirmativas que se seguem. I - Os estômatos encontram-se com uma mesma frequência em toda a superfície das plantas, mas apenas aqueles que se encontram nas folhas são funcionais. II - A maioria dos estômatos encontra-se nas folhas, sendo que sua frequência e distribuição variam de acordo com a espécie, posição da folha e condições de crescimento. III - Nas angiospermas e gimnospermas, os estômatos podem ocorrer em caules verdes, flores e frutos. IV - Na maioria das espécies, os estômatos encontram-se na face adaxial das folhas, podendo aparecer na face abaxial em monocotiledôneas herbáceas. Estão corretas APENAS as afirmativas:
  • 26. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  26  de  52   a) I e II b) I e III c) I e IV d) II e III e) III e IV Gabarito: D 5) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Técnico de Laboratório A respeito de microrganismos, julgue os itens a seguir. 1) Os fungos e os vegetais possuem clorofila, razão por que podem realizar fotossíntese e, consequentemente, produzir o seu próprio alimento. Gabarito: Errado 2) Os microrganismos heterotróficos obtêm ATP por meio de respiração aeróbica ou anaeróbica e fotossíntese. Gabarito: Errado
  • 27. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  27  de  52   4.2 Componentes Bióticos Conforme já falamos anteriormente, os componente bióticos de um ecossistema relacionam-se entre si e estipulam níveis para essas relações. Podemos, então, classificar os seres vivos de acordo com as funções específicas que desempenharão dentro de um ecossistema. CLASSIFICAÇÃO TRÓFICA Do ponto de vista trófico (de trophe =alimento), um ecossistema é composto por dois componentes: 1) um componente autotrófico (= que alimenta a si mesmo), no qual predomina a fixação da energia da luz, a utilização de substâncias inorgânicas simples e a elaboração de substâncias complexas, normalmente a partir da luz solar, com a produção de oxigênio. Têm essa capacidade todos os seres fotossintetizantes e quimiossintetizantes (que ao invés da luz solar, utilizam substâncias químicas oxidadas). 2) um componente heterotrófico (= que é alimentado por outro), no qual predominam o uso, a nova preparação e a decomposição de materiais complexos. São assim considerados todos os organismos que não são capazes de produzir o seu próprio alimento, tendo que utilizar a energia produzida pelos autótrofos ou mesmo por outros heterótrofos (dependendo de sua dieta).
  • 28. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  28  de  52   As cadeias alimentares, ou cadeias tróficas, constituem-se como a sequência dos eventos consecutivos de relações de alimentação de um grupo de organismos por outros, formando os níveis tróficos. A partir desta classificação e do seu posicionamento na cadeia trófica, poderemos considerar denominá-los: • PRODUTORES – São sempre autótrofos, produzem o alimento que será usado na cadeia, e por isso estão obrigatoriamente no início de qualquer cadeia alimentar. A energia transformada a partir da luz solar e do gás carbônico será repassada a todos os outros componentes restantes da cadeia trófica. Os principais produtores conhecidos são plantas e algas microscópicas. • CONSUMIDORES – São os organismos que necessitam alimentar-se de outros organismos para obter a energia que eles não podem produzir para si próprios. Obtêm energia dos autótrofos e de outros heterótrofos, podendo ser consumidores primários, consumidores secundários, consumidores terciários e assim por diante. • DECOMPOSITORES – São organismos que atuam exatamente em papel contrário ao dos produtores. Eles transformam matéria orgânica em matéria inorgânica, reduzindo compostos complexos em moléculas simples, fazendo com que estes compostos retornem ao solo para serem utilizados novamente por outro produtor, gerando uma nova cadeia alimentar. Os decompositores mais importantes são
  • 29. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  29  de  52   as bactérias e os fungos. Por se alimentarem de matéria em decomposição são considerados saprófitos. Na alimentação, nem toda a energia obtida será integralmente usada, isto é, parte dessa energia não será absorvida e será eliminada com as fezes; outra parte será dissipada em forma de calor. Assim, grande parte da energia será “perdida” no decorrer de uma cadeia alimentar, diminuindo sempre a cada nível. Podemos, então, dizer que o fluxo de energia num ecossistema é unidirecional começando sempre com a luz solar incidindo sobre os produtores, e diminuindo a cada nível alimentar dos consumidores. 5. Dinâmica e Interações das Comunidades nos Ecossistemas Dentro de um ecossistema, os componentes bióticos estão integrados através das interações existentes entre os seres vivos. Essas interações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si. As interações que os indivíduos de uma espécie mantêm com indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes, para obter os recursos necessários para sua sobrevivência e reprodução, constituem as relações ecológicas. Essas interações permitem que eles busquem alimentos, encontrem abrigos, acasalem, cuidem da prole, etc. Algumas dessas interações, no
  • 30. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  30  de  52   entanto, tornam-se prejudiciais aos indivíduos, especialmente quando os recursos do meio são escassos. Neste contexto, as relações ecológicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie, sendo denominadas relações intraespecíficas, ou entre indivíduos de espécies diferentes, recebendo o nome de relações interespecíficas. Ainda, algumas relações promovem benefícios para as duas partes envolvidas. Outras são benéficas para uma parte e indiferentes, ou neutras, para a outra. Nesses casos as relações são ditas harmônicas. Existem muitos exemplos de relações harmônicas, como a organização social das abelhas, em que a divisão de trabalho beneficia toda a colmeia, ou das plantas epífitas, que se fixam a outras plantas sem, contudo, prejudicá-las. Mas há também relações ditas desarmônicas, nas quais o benefício de um indivíduo significa necessariamente o prejuízo de outro. Esse é o caso da relação entre predadores e presas ou da competição por alimentos. Vamos, a partir de agora, citar algumas das mais conhecidas interações ecológicas. 5.1 Relações harmônicas intraespecíficas Em se tratando de relações harmônicas entre indivíduos da mesma espécie (homotípicas), existem basicamente dois tipos de interações: colônias e sociedades. 1) Colônias - são associações harmônicas entre indivíduos de uma mesma espécie, anatomicamente ligados, que em geral perderam a
  • 31. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  31  de  52   capacidade de viver isoladamente. A separação de um indivíduo da colônia determina a sua morte. Quando as colônias são constituídas por organismos que apresentam a mesma forma, não ocorre divisão de trabalho. Todos os indivíduos são iguais e executam todas as funções vitais. Essas colônias são denominadas homomorfas ou isomorfas. Um exemplo são os recifes de corais. Quando as colônias são formadas por indivíduos com formas e funções distintas, ocorre uma divisão de trabalho. Essas colônias são denominadas heteromorfas. Um bom exemplo é o celenterado da espécie Phisalia caravela popularmente conhecida por "caravela". 2) Sociedades - são associações entre indivíduos da mesma espécie, organizados de um modo cooperativo e não ligados anatomicamente, na qual seus componentes podem se desligar um do outro a qualquer momento, formando uma nova associação. Suas funções são divididas em um sistema de cooperação, e como exemplo, temos os cupins, formigas, abelhas e vespas. 5.2 Relações harmônicas interespecíficas Conforme já vimos, estas relações ocorrem entre organismos de espécies diferentes. São elas: protocooperação, mutualismo, comensalismo e inquilinismo. 1) Mutualismo - é a associação entre indivíduos de espécies diferentes na qual ambos se beneficiam, sendo necessária para a sobrevivência dos
  • 32. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  32  de  52   mesmos. Esse tipo de associação é tão íntima que a sobrevivência dos seres que a formam torna-se impossível quando separados. Análise de algumas interações classificadas como Mutualismo: a) liquens - Os liquens são formados quando há uma relação entre os fungos e as algas. Como os fungos são seres heterótrofos (não produzem o seu próprio alimento) e não realizam a fotossíntese, eles recebem alimento das algas e são beneficiados pela fotossíntese realizada por elas. Em troca disso, os fungos protegem as algas da luz solar com as suas hifas, e além de sintetizar substâncias favoráveis para as células das algas, eles fornecem para elas água e sais minerais. b) bacteriorriza - É a união das raízes de leguminosas com as bactérias Rhizobium. O mutualismo entre elas se dá pelo nitrogênio fabricado pela bactéria e a matéria orgânica fabricada pela planta. c) cupins e protozoários - O principal alimento dos cupins é a madeira, porém eles não possuem a enzima celulase, responsável pela digestão da celulose, presente na madeira. Em seu organismo há a presença dos protozoários que são os realizam esta digestão. 2) Protocooperação - ou simplesmente cooperação, é a associação entre indivíduos de espécies diferentes na qual ambos se beneficiam, mas cuja coexistência não é obrigatória. Análise de algumas interações classificadas como Protocooperação:
  • 33. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  33  de  52   a) paguro-eremita e a anêmona-do-mar - O paguro-eremita não apresenta exoesqueleto e seu abdômen é mole, fato que o expõe a predadores. Ele encontra refúgio dentro uma concha de gastrópodo abandonada, servindo de substrato para anêmonas- do-mar, que com seus tentáculos urticantes, protege o paguro de predadores. E em troca o paguro transporta a anêmona na busca de alimentos. b) pássaro-palito e crocodilo - Os pássaros se alimentam dos detritos de comida armazenados na boca dos crocodilos. Estes, por sua vez, ficam livres do ataque de parasitas. c) anu e gado - A ajuda também se torna para ambas as partes. No caso dos anus, seu alimento é obtido através dos carrapatos encontrados no gado, que por outro lado se liberta dos parasitas. 3) Comensalismo - Uma espécie, chamada de comensal, é a única beneficiada na relação. Já a segunda espécie, chamada de hospedeira, não recebe vantagem, mas também não fica no prejuízo. Dessa forma, comensal utiliza os restos alimentares ou metabólicos do hospedeiro, não causando nenhum prejuízo a ele. Exemplo de comensalismo muito citado é o que ocorre entre a rêmora e o tubarão. A rêmora ou peixe-piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira dorsal transformada em ventosa, com a qual se fixa ao corpo do tubarão. A rêmora, além de ser transportada pelo tubarão, aproveita os restos de
  • 34. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  34  de  52   sua alimentação. O tubarão não é prejudicado, uma vez que os alimentos ingeridos pela rêmora correspondem aos desprezados pelo tubarão. 4) Inquilinismo - Nesta relação, um dos seres é chamado de inquilino, e se abriga no corpo de outro organismo, chamado de hospedeiro, sem causar qualquer dano a ele. Esta associação se assemelha com o comensalismo, e a principal diferença é que nesta relação não envolve a busca de alimentos, mas somente de abrigo. Análise de algumas interações clássicas de Protocooperação a) peixe-agulha e holotúria - O peixe-agulha possui um corpo fino e alongado. Ele penetra no corpo da holotúria, conhecida popularmente como pepino-do-mar, em busca de abrigo, somente saindo de lá para procurar alimento, voltando logo em seguida. O peixe agulha apenas encontra abrigo no corpo do pepino-do-mar, sem nenhum prejuízo para ele. b) Orquídeas e bromélias que vivem sobre troncos - a associação entre as orquídeas e as bromélias com troncos de árvores recebe o nome de epifitismo. Por isso, orquídeas e bromélias são denominadas epífitas. Essas plantas conseguem, vivendo sobre os troncos de árvores, o suprimento ideal de luz para realizarem a fotossíntese. Uma observação muito importante, aqui, é não confundir as orquídeas e bromélias com plantas parasitas. As epífitas são plantas que apenas procuram abrigo, proteção e luz ideal ao crescer sobre outras plantas, mas sem prejudicá-las.
  • 35. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  35  de  52   5.3 Relações desarmônicas (interespecíficas e/ou intraespecíficas) Estes casos ocorrem quando uma relação entre duas espécies favorece uma em detrimento a outra (embora não seja muito comum, podem existir relações desarmônicas entre seres da mesma espécie). 1) Predatismo - A predação interespecífica é a relação em que o indivíduo de uma espécie mata um indivíduo de outra espécie para se alimentar. Em geral, o conceito de predação está associado aos “grandes predadores”, ou seja, aqueles animais que estão no topo das cadeias alimentares, como os leões, as onças, os ursos, os tigres e o ser humano. Mas há uma ampla gama de organismos predadores na natureza, e nem todos são de grande porte ou ocupam o topo das cadeias alimentares, ou mesmo são animais. As plantas carnívoras são um exemplo de predação entre os vegetais. Elas complementam sua alimentação com os nutrientes obtidos pela decomposição de pequenos insetos e animais, que são capturados com o auxílio de folhas modificadas e especialmente adaptadas para esta função. Dessa forma, podem sobreviver em solos encharcados e pobres em nutrientes. 2) Herbivoria - é a relação estabelecida entre os animais que se alimentam de plantas. É importante lembrar que a relação de herbivoria não é exclusividade dos animais herbívoros, pois os animais onívoros também se alimentam de plantas. Nela, o animal se beneficia em detrimento do vegetal. É uma relação desarmônica de extrema
  • 36. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  36  de  52   importância, pois as plantas são a base da cadeia alimentar e fornecem a energia necessária à existência dos demais níveis tróficos em todos os ecossistemas. 3) Competição - compreende a interação ecológica em que indivíduos da mesma espécie ou indivíduos de espécies diferentes disputam alguma recurso, como por exemplo, alimento, território, luminosidade, etc. A competição pode ser intraespecífica (quando estabelecida dentro da própria espécie) ou interespecífica (entre espécies diferentes). Em ambos os casos, esse tipo de interação favorece um processo seletivo que culmina, geralmente, com a preservação das formas de vida mais bem adaptadas ao meio ambiente e com a extinção dos indivíduos com baixo poder adaptativo. Assim, a competição constitui um fator regulador da densidade populacional, contribuindo para evitar a superpopulação das espécies. 4) Parasitismo - Esta relação ocorre entre indivíduos de espécies diferentes, sendo que uma delas, denominada parasita, habita no interior ou no exterior de outra espécie, denominada hospedeiro. O hospedeiro torna-se o alimento do parasita. 5) Esclavagismo - é um tipo de relação ecológica entre seres vivos onde um ser vivo se aproveita das atividades, do trabalho ou de produtos produzidos por outros seres vivos. Este tipo de interação também pode ocorrer entre indivíduos da mesma espécie.
  • 37. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  37  de  52   5.4 Relações desarmônicas especificamente intraespecíficas 1) Canibalismo - é o nome dado às relações de predação intraespecíficas. Apesar de ser um caso incomum, indivíduos da mesma espécie podem ter relações de predação em algumas condições. Situações em que a população cresce demasiadamente e há falta de recursos essenciais como espaço, alimento e água podem provocar o canibalismo. Esse comportamento é observado, por exemplo, em criatórios de camundongos. O canibalismo também faz parte do comportamento sexual de algumas espécies. A fêmea da aranha Latrodectus mactans, por exemplo, é conhecida como viúva-negra por matar e comer seu parceiro sexual após a cópula. O mesmo comportamento é adotado pela fêmea do louva-a-deus, que muitas vezes chega a arrancar a cabeça do macho ainda durante a cópula, terminando a alimentação apenas após ter sido fecundada. 6) Prova: CESPE - 2007 - CPC - Perito Criminal Em uma ilha do Pacífico, coelhos foram introduzidos para consumo humano e acabaram causando sérios desequilíbrios ecológicos devido a sua superpopulação. Foram registrados os
  • 38. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  38  de  52   seguintes eventos: 1. As populações de marsupiais herbívoros de alimentação semelhante aos coelhos foram extremamente reduzidas. 2. Uma espécie local de pulga passou a se alimentar do sangue dos coelhos, embora sem causar redução na população destes. 3. Uma espécie de raposa europeia foi introduzida para controlar os coelhos, mas acabou atacando também espécies locais de marsupiais de hábitos semelhantes aos coelhos. 4. Um vírus altamente específico para coelhos foi finalmente introduzido, embora tenham surgido populações resistentes. Pode-se dizer que as interações ecológicas que melhor descrevem as situações 1, 2, 3, e 4, respectivamente, são: a) competição; parasitismo; predatismo, parasitismo. b) predatismo; parasitismo; mutualismo; comensalismo. c) amensalismo; esclavagismo; canibalismo; parasitismo. d) canibalismo; inquilismo; predatismo; parasitismo. e) esclavagismo; cooperação; predatismo; parasitismo. Gabarito: letra A
  • 39. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  39  de  52   6. DINÂMICA DAS POPULAÇÕES Propriedades do grupo Populacional Conforme já descrevemos, população é qualquer grupo de organismos da mesma espécie que ocupa um espaço determinado e funciona como uma parte de uma comunidade biótica. Podemos citar como características básicas de uma população: densidade, natalidade, mortalidade, distribuição etária, potencial biótico, dispersão e forma de crescimento. E características genéticas: adaptatividade, fitness reprodutivo e persistência. 6.1 Densidade Populacional A densidade populacional configura-se como a relação entre o número de indivíduos de uma de população e a unidade de área ou volume ocupada. Existem alguns fatores que interferem diretamente na densidade das populações, como a taxa de natalidade (N), taxa de mortalidade (M), taxa de imigração (I) e a taxa de emigração (E), que podem ser consideradas como atributos de uma população. A taxa de natalidade é a velocidade com que os indivíduos nascem e são adicionados à população, dependendo do potencial biótico da população.
  • 40. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  40  de  52   A taxa de mortalidade é a velocidade com que os indivíduos morrem e são eliminados da população, sendo dependente de fatores como a predação, o parasitismo, doenças, entre outros. A taxa de imigração é a velocidade com que indivíduos provenientes de outras áreas entram numa população. A taxa de emigração é a velocidade com que indivíduos deixam uma população e dirigem-se para outras áreas. A densidade de uma população pode manter-se fixa, ou ainda aumentar ou diminuir em função das taxas de natalidade, mortalidade, imigração e emigração, mas é importante ressaltar que o tamanho das populações naturais frequentemente permanece em equilíbrio, em harmonia com os fatores abióticos que interferem na estrutura destas populações. 6.2 Seleção r e Seleção k Uns dos principais conceitos em ecologia diz respeito à seleção dos organismos vivendo a) em ambientes relativamente estáveis e previsíveis ou b) em um meio em constante mutação, portanto imprevisíveis. Populações r-selecionadas são aquelas que vivem em um ambiente completamente livre de competição e sem nenhum efeito da densidade populacional. Desta forma a estratégia selecionada seria investimento um amplo direcionado à reprodução, com pequena alocação energética por indivíduo da prole e produção de uma progênie quão numerosa possível
  • 41. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  41  de  52   (ambientes com baixa densidade, a pressão seletiva favorece espécies com potencial reprodutivo alto). Nestes casos, a energia necessária para a reprodução e, portanto, para a sobrevivência de gerações futuras, implica energia dedicada a estruturas reprodutivas, atividades de acasalamento, produção da prole, cuidado dos pais, etc. Já as populações K-selecionadas, vivem em um ambiente saturado de organismos, onde os efeitos da densidade populacional são grandes. Neste tipo de ambiente a estratégia ótima seria um maior direcionamento de energia à manutenção somática e crescimento em detrimento de um menor investimento em reprodução (investe mais na manutenção e sobrevivência do indivíduo). 6.3. Potencial Biótico O potencial biótico de uma população é a sua capacidade de reprodução e, portanto, de aumentar o número de indivíduos em certa área, em condições favoráveis. Apesar de muitas espécies apresentarem um potencial biótico elevado como os insetos, peixes, ostras entre outras, ao longo do tempo as populações mantêm-se constantes, devido a ação da resistência ambiental. A propósito, resistência ambiental é a própria ação da seleção natural sobre as populações, tais como a limitação de alimento e
  • 42. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  42  de  52   espaço, competição intra e interespecífica, predação, parasitismo, entre outros fatores. Por exemplo, o predatismo e o parasitismo são fatores que influenciam o crescimento populacional, regulando o tamanho das populações. A introdução ou eliminação de predadores, além da capacidade de adaptação de espécies exóticas e/ou invasoras em determinados ecossistemas podem acarretar em desequilíbrios populacionais graves para diversas espécies. 6.4. Influência dos Fatores Abióticos e Bióticos sobre as Populações A população de um ecossistema pode crescer infinitamente em teoria, mas existe uma curva real de crescimento de uma população que é determinada pelo aumento dos indivíduos, modificada pela chamada resistência do ambiente. Esta resistência é composta por todos os fatores abióticos que podem influenciar no crescimento da população, conforme já falamos no início deste material. Os fatores abióticos que interferem no tamanho das populações estão relacionados ao ambiente onde esta população está presente, como a umidade, salinidade, pH, temperatura, oxigenação, entre outros.
  • 43. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  43  de  52   6.5 A Sucessão Ecológica e Conceito de Comunidade Clímax A sucessão ecológica configura-se como as alterações graduais, ordenadas e progressivas no ecossistema, resultantes da ação contínua dos fatores ambientais sobre os organismos e da reação destes últimos sobre o ambiente. Ao observarmos o processo de sucessão ecológica podemos identificar um progressivo aumento na biodiversidade e espécies e na biomassa total. As teias e cadeias alimentares se tornam cada vez mais complexas e ocorre a constante formação de novos nichos. Neste sentido, a COMUNIDADE CLIMAX é aquela que expressa o máximo de desenvolvimento possível do ecossistema sob as condições do local em que a sucessão ocorreu. A estabilidade de uma comunidade clímax está em grande parte associada ao aumento da variedade de espécies e da complexidade das relações alimentares.
  • 44. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  44  de  52     7. Lista de questões comentadas 1) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Biologia As dimensões de um ecossistema podem variar consideravelmente, de uma poça de água à totalidade do planeta Terra, considerado um imenso ecossistema composto por todos os ecossistemas existentes. Com base no texto acima, julgue os itens subsequentes. ( ) Em cada ecossistema, a matéria e a energia passam do meio abiótico para os seres vivos, não retornando, posteriormente, dos seres vivos ao meio. (Gabarito: E) Comentário: De fato, a energia é transferida do meio abiótico para os seres visos. Mas, ao contrário do que a segunda parte da questão afirma, essa energia retorna para o meio através da decomposição da matéria orgânica, realizada pelos organismos decompositores. ( ) Um ecossistema consiste em um conjunto de vida definido pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala
  • 45. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  45  de  52   regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria. Gabarito: E Comentário: Conforme já estudamos, o ecossistema é composto pelo Biótopo + Biocenose. Esta biocenose comporta todos os organismos existentes, e não somente a vegetação. 2) Prova: CESPE - 2010 - BASA - Técnico Científico Em um planeta aquecido, mantenha o refrigerador ligado. A floresta amazônica há muito deixou de ser tratada como o pulmão do mundo, mas ganhou status ainda mais importante, o de ar- condicionado da Terra. A preservação da mata é fundamental no combate ao aquecimento global, apontam especialistas. O Globo. "Planeta Terra", nov./2009, p. 20 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a inserção da Amazônia no quadro de desenvolvimento sustentável, julgue os itens que se seguem. ( ) Embora relativamente pouco extensa quanto à dimensão geográfica, a Amazônia é o ecossistema integralmente brasileiro mais conhecido no mundo, graças à formidável quantidade de água e de espécies que possui, e à sua importância para o clima global, como afirma expressamente o texto. Gabarito: E
  • 46. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  46  de  52   Comentário: A questão já inicia errada, afirmando que a Amazônia é relativamente pouco extensa. Além disso, a Amazônia não está localizada integralmente em terras brasileiras. É verdade que a maioria das florestas está contida dentro do Brasil, com 60% da floresta, mas 13% da floresta está localizada no Peru, além de pequenas quantidades dispostas na Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. 3) Prova: CESPE - 2010 - SAEB Uma cadeia alimentar pode ser representada por um milharal, gafanhotos, andorinhas e decompositores. Nesse exemplo, os gafanhotos seriam: A) produtores. B) consumidores de primeira ordem. C) consumidores de segunda ordem. D) consumidores de terceira ordem. Gabarito: B Comentário: Gafanhotos são animais que se alimentam de folhas verdes. Na cadeia trófica proposta, eles se alimentariam do milharal, constituindo-se como os consumidores primários (alimentam-se dos produtores) ou consumidores de primeira ordem (outro nome dado aos consumidores primários).
  • 47. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  47  de  52   8. Teste Final + Gabarito 1) Prova: CESPE - 2009 - ANTAQ - Técnico Administrativo "[...] falcões que caçam rapidamente suas presas; águias e falcões que caçam planando; águias pescadoras que mergulham para capturar peixes; o pássaro secretário de pernas longas que corre atrás de sua presa; carcarás que se alimentam de cadáveres; e mesmo um abutre africano que se alimenta quase que exclusivamente de fruta da palmeira de óleo." (retirado de FUTUYMA, 1997: 388) O trecho acima descreve parte da variação existente nos hábitos alimentares e na morfologia associada de espécies aparentadas de Falconiformes (Aves). Costuma se utilizar o termo ________________ para descrever a diversificação em diferentes nichos ecológicos das espécies derivadas de um mesmo ancestral. Dentre as alternativas, preenche-se corretamente a lacuna acima por: a) Irradiação adaptativa. b) Convergência evolutiva. c) Seleção natural. d) Competição interespecífica. e) Deriva genética.
  • 48. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  48  de  52   2) Prova: CESPE - 2009 - CEHAP - PB - Digitador - Médio Use uma das alternativas abaixo para preencher corretamente o texto referente ao Princípio de Gause: "Num mesmo _____________, duas espécies _____________ podem ter o mesmo ____________; porém nunca terão por muito tempo o mesmo ______________, já que a competição leva ao desaparecimento ____________." a) habitat, diferentes, nicho ecológico, ecossistema, das duas b) ecossistema, diferentes, nicho ecológico, habitat, das duas c) habitat, idênticas, nicho ecológico, habitat, das duas d) ecossistema, diferentes, comportamento, nicho ecológico, de uma delas e) ecossistema, diferentes, habitat, nicho ecológico, de uma delas 3) Prova: CESPE - 2009 - CEHAP - PB - Administrador - Superior Populações são reguladas por fatores independentes e dependentes da densidade. São exemplos de fatores independentes e dependentes da densidade, respectivamente: a) limitação por espaço e fecundidade. b) taxa de parasitismo e luminosidade. c) doenças e temperatura. d) taxa de predação e mortalidade. e) eventos catastróficos e fecundidade.
  • 49. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  49  de  52   4) Prova: FCC - 2007 - MPU - Analista Pericial - Engenharia Florestal O plantio sequencial de espécies pioneiras, secundárias e clímax para recuperação de áreas degradadas, é conhecido como: a) grupo de espécies nativas. b) grupo de espécies ecológicas. c) segmento de espécies nativas. d) grupo de sucessão ecológica. 5) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Biologia - Específicos As bactérias do gênero Rhizobium, fixadoras de nitrogênio, vivem dentro das raízes de leguminosas onde formam nódulos. Essas bactérias absorvem o nitrogênio do ar e com ele sintetizam substâncias nitrogenadas, também utilizadas pela planta hospedeira. As leguminosas, em contrapartida, fornecem açúcares e outros compostos orgânicos às bactérias existentes em seus nódulos. Tendo como referência o texto acima, julgue os itens que se seguem. ( ) O texto refere relação de parasitismo entre as bactérias do gênero Rhizobium e vegetais da família das leguminosas.
  • 50. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  50  de  52   6) Prova: CESPE - 2011 - CBM-ES - Oficial Bombeiro Militar No texto acima, são abordados os impactos ambientais do atual modelo agrícola. Com relação a esse tema e suas implicações, julgue os itens que se seguem. ( ) Denomina-se herbivoria a relação ecológica da lagarta-do- cartucho com o milho. 7) Prova: CESPE - 2011 - FUB - Técnico de Laboratório - Biologia - Específicos As bactérias do gênero Rhizobium, fixadoras de nitrogênio, vivem dentro das raízes de leguminosas onde formam nódulos. Essas bactérias absorvem o nitrogênio do ar e com ele
  • 51. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  51  de  52   sintetizam substâncias nitrogenadas, também utilizadas pela planta hospedeira. As leguminosas, em contrapartida, fornecem açúcares e outros compostos orgânicos às bactérias existentes em seus nódulos. Tendo como referência o texto acima, julgue os itens que se seguem. ( ) As bactérias do gênero Rhizobium convertem o nitrogênio presente na atmosfera diretamente em nitratos. 8) Prova: MS CONCURSOS - 2010 - CIENTEC-RS - Engenheiro Civil Quando se aplica em uma área cultivada uma substância que mata exclusivamente herbívoro, os primeiros organismos a serem profundamente afetados por ausência de alimentos são os: a) Produtores. b) Consumidores de 1ª ordem. c) Consumidores de 2ª ordem. d) Decompositores. e) Produtores e decompositores.
  • 52. Meio Ambiente, Biologia, Ecologia e Sensoriamento Remoto Prof. Etiene Clavico, Eric Gorgens e Rosenval Júnior Aula 00   Etiene  Clavico,  Ph.D.                                    www.estrategiaconcursos.com.br                                  Página  52  de  52   Gabarito 1 2 3 4 5 6 7 8 A E E D ERRADO CERTO CERTO C Alunos, com estes últimos exercícios fechamos esta aula inicial. Espero que vocês tenham aproveitado este material... Aproveito para lembrar que é muito importante resolver questões de concursos anteriores. Existem sites especializados em questões de concursos. Sugiro que façam download de provas anteriores do IBAMA e MMA, porque ambos são organizados pela CESPE. Dessa forma, dá pra ter uma ideia do que eles costumam cobrar! Aguardo vocês aqui, na próxima aula! Continuem estudando, ok? Se quiserem entrar em contato comigo, para esclarecer dúvidas ou obter quaisquer outras informações, escrevam para etieneclavico@globo.com Abraços e bons estudos! Etiene Clavico