2. Quando construímos uma casa, contamos com a ajuda de uma panóplia
de profissionais de diferentes áreas. O trabalho de cada um deles é
essencial para que o resultado final funcione como a harmonia de uma
orquestra. Há profissionais cujo trabalho conhecemos bem. Sabemos em
que é que um arquitecto, um carpinteiro ou um canalizador nos pode ser
útil. Por outro lado, há áreas que nos são menos familiares. É o caso
do design de interiores tantas vezes confundido com a decoração de
interiores. Porém, os decoradores e os designers de interiores têm tarefas
distintas que, admitimos, em alguns pontos, até se podem tocar.
3. Os designers de interiores colaboram com os clientes para melhorar a
estética e a funcionalidade dos espaços que podem ser privados ou
comerciais e ir desde um pequeno apartamento ao lobby de um centro
comercial. Para além da beleza e da funcionalidade, os espaços devem
também oferecer segurança e, claro está, ir ao encontro das necessidades
do cliente. Os designers de interiores trabalham, por norma, com uma
carteira de clientes construída por eles, embora também possam servir
uma empresa maior. Seja qual for a situação, é uma mais-valia terem
uma boa reputação para serem convidados a levar a cabo muitos
projectos.
4. Com vista a satisfazer as necessidades dos clientes em termos de
funcionalidade, de segurança e de estética, os designers de interiores
jogam com a disposição dos móveis, com a paleta cromática e com a
decoração funcional e ornamental. Nesta missão, o projecto de
luminotecnia, os tratamentos para as janelas, os materiais utilizados para
os revestimentos, a arte, entre outras coisas, contribuem, em conjunto,
para o resultado final. Os designers de interiores podem também motivar
mudanças estruturais nos espaços, derrubando, por exemplo, uma parede
para criar um open space.
Quanto maior o conforto, maior o bem-estar e subsequente
produtividade.
5. Os designers de interiores são flexíveis porque se têm que deslocar até
aos espaços que vão intervencionar e encontrar-se com os clientes. Os
espaços são sempre diferentes e o horário de trabalho adapta-se a factores
e circunstâncias distintas. Um designer de interiores pode escolher
trabalhar apenas em projectos locais ou deslocar-se até mais longe e
trabalhar a nível nacional ou internacional. Quanto mais trabalhos e
sucesso, maiores as oportunidades de crescer profissionalmente e de vir a
formar uma equipa vasta que opere em várias frentes. Depois dos
encontros com os clientes, de combinar as estratégias e do delineamento
dos projectos, segue-se uma miríade de tarefas (visitar lojas, comprar
móveis, etc.). A maior parte dos designers de interiores tem um escritório
para se reunir com a equipa e receber clientes. Ter um espaço desta
natureza transmite uma maior sensação de profissionalismo e dá
segurança aos clientes.
6. A primeira etapa do trabalho de um designer de interiores é encontrar-
se com os clientes. Estes últimos devem comunicar aquilo que pretendem
e o designer fazer propostas e dar ideias nesse sentido. Este processo
envolve tirar medidas e perceber a posição dos clientes em relação à
funcionalidade e à estética da área.
Depois dos encontros iniciais, elabora-se um projecto. Hoje em dia, os
projectos 3D permitem que se tenha uma ideia muito realista de como o
espaço vai ficar. Por vezes, são tão perfeccionistas que é difícil perceber
se se trata de um projecto computadorizado ou real.
7. Os decoradores de interiores, ao contrário dos designers de interiores,
não precisam de educação formal porque se focam essencialmente na
estética e não se envolvem no planeamento estrutural dos espaços, mas
apenas após a conclusão dessa etapa. O trabalho dos decoradores é feito
mais à superfície. Contudo, existem cursos e programas de decoração.
Frequentá-los será sempre uma vantagem. Os decoradores trabalham
com as cores, o estilo, os móveis e os acessórios, mas podem, claro está,
colaborar com marceneiros, estofadores e outros profissionais.
8. A resposta é simples: se pretende fazer mudanças
estruturais num espaço, como remover uma parede ou
acrescentar janelas, é recomendável contratar
um designer de interiores. Se não quiser alterar o espaço
de forma tão profunda/técnica e almejar apenas a uma
mudança de estilo, de móveis ou a um novo tratamento de
janelas, um decorador será a melhor opção.