Este trabalho analisa o discurso cristão evangélico em panfletos de campanha eleitoral e publicações religiosas no Brasil entre 2002-2006. Estuda como candidatos usam elementos religiosos para persuadir politicamente, alternando entre discursos religioso e cidadão. A análise baseia-se em teorias de Charaudeau sobre linguagem e argumentação, e de Maingueneau sobre discursos constituintes.
1. DÉBORA MARTINS DA COSTA BARBOSA SANTOS
DO FAZER-CRER RELIGIOSO AO FAZER-FAZER POLÍTICO:
UM OLHAR SOBRE A PRODUÇÃO DO DISCURSO CRISTÃO
EVANGÉLICO NAS ELEIÇÕES DO BRASIL DE 2002 E 2006
Belo Horizonte – MG
Faculdade de Letras da UFMG
2008
2. DÉBORA MARTINS DA COSTA BARBOSA SANTOS
DO FAZER-CRER RELIGIOSO AO FAZER-FAZER POLÍTICO:
UM OLHAR SOBRE A PRODUÇÃO DO DISCURSO CRISTÃO
EVANGÉLICO NAS ELEIÇÕES DO BRASIL DE 2002 E 2006
Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Estudos Lingüísticos da Faculdade
de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais
- UFMG, como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Lingüística.
Área de concentração: Lingüística
Linha de pesquisa: Análise do Discurso
Orientadora: Profª. Drª. Ida Lúcia Machado.
Faculdade de Letras da UFMG
Co-orientador: Prof. Dr. William Augusto Menezes.
Departamento de Letras da UFOP
Belo Horizonte
Faculdade de Letras da UFMG
2008
3. Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Letras
Programa de Pós-Graduação em Letras – Estudos Lingüísticos
Dissertação intitulada “Do fazer-crer religioso ao fazer-fazer político: um olhar
sobre a produção do discurso cristão evangélico nas eleições do Brasil de
2002 e 2006”, de autoria da mestranda Débora Martins da Costa Barbosa Santos,
____________________ pela banca examinadora constituída pelos seguintes
professores:
______________________________________________
Profª. Drª. Ida Lúcia Machado – FALE/UFMG – Orientadora
________________________________________________
Prof. Dr. William Augusto Menezes – DELET/UFOP
Departamento de Letras da UFOP
________________________________________________
Examinador 01
_________________________________________________
Examinador 02
Belo Horizonte,_______ de ______________________ de 2008.
5. Agradecimentos
A Deus, razão de tudo, pois, ao me dar a vida, permitiu que eu fizesse
dela o que bem quisesse. Melhor que isso, são só os projetos Dele para mim. Seria
inútil buscar palavras que expressassem minha gratidão ao seu cuidado que se
manifesta:
Em meus pais e irmãos, pelo amor dedicado.
Em meus sogros e cunhados (em especial ao Rodrigo) pelo exemplo nos
princípios e valores que me ensinam e dos quais me orgulho.
Em amigos tão caros que fiz nesta caminhada. Pessoas como Edmar,
que me encanta em sua GRANDEZA absoluta; Patrícia, Deusiane, Poliana e Telma,
pelo mérito de perpetuar nossa amizade, pois estive ausente por longo tempo;
Gilmar, Elisson e Maysa, que me inspiram e alegram.
Em Ronaldo pelo carinho e ajuda nos momentos finais deste trabalho.
Em primos, além do sangue, que são uma festa em minha vida.
Em alunos grandes e pequenos, por me ensinarem todos os dias que há
algo mais a ser feito.
Em muitos mestres que tive, por me ensinarem que é mais importante
aprender do que informar.
Em meus bichanos, que me ensinaram que a vida é efêmera, que todos
os momentos são dádiva, pois o tempo passa... e já não somos mais
6. Sobretudo, em meu esposo, Ênio, o qual, mais que um presente, é um
companheiro que tenho e que soube me apoiar desde o início de nossa caminhada
juntos, tendo de me dividir com os livros e com um tal de Charaudeau...
Na professora Ida Lúcia, pela inspiração, pela orientação, pela
delicadeza e pelo carinho ao deixar-me aos cuidados do professor William.
Especialmente, no William Menezes, pelo privilégio de tê-lo conhecido e
caminhado com ele; pela sabedoria que não hesitou em partilhar; pela calma diante
das minhas bagunças; pelo incentivo; e, pelas muitas vezes em que acreditou, mais
do que eu mesma, que realizar este trabalho era possível. Já existe um novo verbo:
“williar”. Os que tiveram a oportunidade de conjugá-lo, sabem-no muito bem.
7. “Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver é
que é o viver mesmo... Travessia perigosa,
mas é a da vida. Sertão que se alteia e
abaixa... O mais difícil não é um ser bom e
proceder honesto, dificultoso mesmo, é um
saber definido o que quer, e ter o poder de ir
até o rabo da palavra.”
Guimarães Rosa
8. RESUMO
O presente trabalho faz uma análise do discurso cristão evangélico de períodos eleitorais do
Brasil, sobretudo, de discursos produzidos por candidatos a cargos legislativos dos pleitos
eleitorais de 2002 e 2006, que professaram o seu pertencimento ao seguimento evangélico.
Para esta investigação foram selecionados panfletos de campanha eleitoral de candidatos
mineiros contrapondo-os a algumas publicações produzidas por instituições evangélicas,
durante no ano de 2006, fora do contexto eleitoral e, distribuídas em Belo Horizonte. Uma
vez reunido esse corpus, desenvolvemos o trabalho de pesquisa considerando
questionamentos como: o que, do ponto de vista discursivo, permitiria a um candidato
interpelar seu interlocutor ora na instância religiosa, ora na instância cidadã, e fazer-se digno
de crédito e legitimidade em ambos os espaços? Para a operacionalização na análise que
propusemos, adotamos como principal fundamentação as teorias: i) Semiolingüística, de
Patrick Charaudeau, especialmente, no que diz respeito aos sujeitos da linguagem e ao
estabelecimento de um contrato de comunicação, como também de suas considerações
sobre as configurações do discurso político; e a dos Discursos Constituintes, de Dominique
Maingueneau. Todo esse processo desenvolvido neste trabalho permitiu-nos constatar,
entre outros resultados, aspectos que evidenciaram como o recurso ao discurso religioso
pode levar à persuasão política.
Palavras-chave:
Discurso político, Discurso político-evangélico, Discurso constituinte
10. Lista de Grades Representacionais
Número da Tabela + Título da Tabela + Página
11. SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
................................................................................................... 00
PARTE I: DEFINIÇÕES TEÓRICAS .........................................................................00
1. A Teoria Semiolingüística ..............................................................................00
2. A Argumentação .............................................................................................00
3. Os gêneros do discurso .................................................................................00
3.1. Os gêneros propagandísticos ..................................................................00
4. Discursos Constituintes .................................................................................00
5. O Discurso religioso .......................................................................................00
5.1. O discurso cristão evangélico .................................................................00
6. O Discurso político .........................................................................................00
6.l. O discurso político eleitoral .......................................................................00
PARTE II: METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS ..................................................00
1. Procedimentos metodológicos ......................................................................00
2. Apresentação e descrição do corpus ...........................................................00
3. Levantamento de dados do corpus ...............................................................00
PARTE III: ANÁLISE CONTRASTIVA DO CORPUS ...............................................00
1. Componentes contratuais ..............................................................................00
2. Estratégias de persuasão ...............................................................................00
2.1. Os modos de organização do discurso....................................................00
2.2. Estratégias retóricas de persuasão .........................................................00
2.2.1. O ethos ou imagens de si no discurso .......................................00
2.2.2. O pathos ou afetividade discursiva ............................................00
2.2.3. O logos ou razoabilidade discursiva ..........................................00
5. CONCLUSÕES .....................................................................................................00
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................00