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Baixar para ler offline
A volta
             das bolachas
             Fuck For Forest
             Fazer sexo na floresta é
             uma nova maneira de
             salvá-la
             Silent Disco
             No silêncio das pistas de dança
             o que reinam são os fones
             Andy Warhol
             A maior exposição pop
             chegou ao Brasil




R$ 9,90
1a edição
Junho 2010

                                               Junho/2010   1
C       arta do editor




     Vintage.
     Para os conhecedores do mundo da moda, esse
     termo é utilizado para as tendências dos anos
     1920 até 1960 que estão de volta. Para os apaix-
     onados pela bebida preferida de Baco, Vintage
     denomina os especiais vinhos do porto, que
     naturalmente envelhecem na garrafa sem perder
     o sabor. Pois é. Esse título resume a proposta da   Trabalhamos muito durante pouco mais de
     nossa revista, mas vai muito além.                  cinco meses para chegarmos ao projeto final
      As principais tendências que motivam as pes-       que você confere nesta edição (escrevo no
     soas a fazer determinado tipo de coisa, frequen-    plural por que esta é uma produção coletiva
     tar algum lugar ou agir de alguma maneira,          em que ninguém mediu esforços). Cada as-
     curiosa ou não, merecem destaque. Para esta         sunto, imagem, frase e desenhos foram pen-
     edição, nossa equipe teve um enorme cuidado         sados com carinho e são resultado de longas
     em debater, pesquisar e ir atrás desses assuntos    reuniões, noites mal dormidas, debates e
     que fazem parte da vida de nossos leitores.         discussões mal compreendidas, porém muito
      Neste número zero, trouxemos movimentos cul-       gratificantes e estimulantes para o aprendi-
     turais que já passaram, mas estão voltando com      zado de toda a equipe. O resultado está nas
     cara nova - como é o caso do disco de vinil - ou    próximas páginas. Para arrematar escolhe-
     que são atuais e presentes no nosso cotidiano       mos uma linguagem leve e descontraída,
     - como a tecnologia 3D, a ração humana e sexo       envolvida em um projeto gráfico que tam-
     para a floresta. Também arriscamos algumas          bém segue as principais tendências de cores
     práticas que podem virar tendências no futuro e     e formas.
     outras que ainda estão sendo descobertas pelas       Assim como o vintage dos vinhos do porto,
     pessoas.                                            que transcendem o tempo sem perder a
                                                         qualidade, a nossa Vintage espera também
                                                         alcançar a tradução do conceito: perecer e se
                                                         renovar a cada edição, sem perder sua quali-
                                                         dade e, além disso, seu espaço e importância
                                                         na vida das pessoas.

                                                         Desejo a você uma ótima leitura.

                                                         Talyson Rodrigues, editor-chefe e equipe.
                                                                                                         Arte sobre foto de AdrianMiaranda




4 Vintage
Expediente                                                                             Vintage
                                                                                                 Editor-Chefe: Talyson Rodrigues
                                                                                               Chefe de Reportagem: Thiago Souza
                                                                                                   Editora de Arte: Yumi Novais
                                                                                        Diretora de Planejamento e Controle: Thais Napoli
                                                                                              Diretora de Assinaturas: Liliane Gallio
                                                                                         Diretoral Geral de Publicidade: Daniela Sant’ana
                                                                                      Orientadora de Planejamento Editorial: Lilian Crepaldi
                                                                                 Orientador de Técnicas de Edição em Revista: Wagner Belmonte
                                                                                             Orientador de Arte: Maurício Gasparotto

                                         Editores Executivos: Marina Vecchione, Alisson Mattos, João Guilherme Cantarella Editores: João Gabriel Botto, Karina Soares Peron, Natália Brandão
                                       Editor Especial: Mário de Oliveira Filho Subeditores: Josilene Rodrigues, Igor Rodrigues Editores Assistentes: Kaio César de Deus, Luis Eduardo Mendes
                                    Repórteres:Ana Carolina Lima, Thácia Luisa Rabêlo, Raphael Cortezi, Bethânia Brito, Julian Cássio Ribeiro, Italo Gapsar, Eden Robson, Murillo Chaves, Marco
                                    Antônio Mendes, Valéria Salgado, Mayara Luz, Tadeu Pacífico, Mirian Pimentel, Emília Reis, Camila Guazzelli, Nathan Morais, Josiane Rodrigues, Mayne Luz,
                                    Breno Rodrigues, Lucas Balbino, Jussara Reis, Clayton Ferreira, Kássio Ribeiro, Ricardo Alves, Taynara Incert, Nayara Peloso, Karina Silveira, Wilma Oliveira,
                                    Deise Miarelli, Norton Juarez, Raquel Teixeira, Maria Luisa Sorshtuman, Diogo Carniato. Preparadores Digitais: Giovanni Pattela, Odair José da Silva, Joaquim
                                       José Xavier, Madeinusa Louisanna, Rita Jones, Arnaldo Pereira Antunes, Antonio Nunes, Silvio dos Santos, Vanusa Brasil, Paula Tejan do Carmo, Fausta
                                     Silvo, Maria das Graças Meneghelli, Zacarias Renato Santana, Melis Mansurs, Tales Aquiles, Lady Gaspar, Michel Jaques, Jaqueline Pereira. Colaboradores:
                                      Angélica Pietra, Samuel Vimer, Maria Terra, Chico Bento, Mônica Casca, Carlos Marx, Quico Flor, Francisca Madruga, Clotilde Setembrina, Luciano Verde,
                                     Ney Matoso, Maria Camões, Lázaro Ramosi, Edson Nascimento, Ronaldo Fentomen, Fabricia Cristina, Lais Rosário, Julia Capraar, Alice Trincheira, Roberto
                                    Trabucco, Kaite Perla, Jasmin Rosa, Jposé Maria, Alberto dos Caieira, Álvaro dos Campos, Juliana Pretto, Karla Vazques, José Silva, Lenine Guarani, Karolina
                                    Oliveira, Breno Luz, Alfredo Ruiz, Tabata Ronero, Jabel Maria, Karise Maltez, Francisco Tantra, Emilio Lezman, Alfredo Augusta, Leonardo Oliveira, Maria José
                                                            Oliveira, Tereza Matos, Jack Philip, Adriana Canhotto, Marisa Montes, John Lenny, Marta Scorceze, Luana Juris,




                                          Para o expediente fizemos uma clássica brincadeira que
                                          era feita com os vinis: a “cara de vinil”. É só pegar uma
                                          capa de disco que tenha o rosto do artista estampada
                                          nela, encaixar no lugar do seu rosto e pronto, só fotogra-
                                          far!
                                          Nós então resolvemos testar essa possibilidade que as ca-
                                          pas de Lps proporcionam, mas trocando as nossas faces.



                                        Da esquerda para a direita: Liliane, nossa repórter, Yumi,
                                        editora de arte, eu, Talyson, editor-chefe, Dani e Thaís,
                                        repórteres e Thiago chefe de reportagem.
Arte sobre foto de AdrianMiaranda




                                                                                                                                                                                             Junho/2010   5
FUCK FOR FOREST
            9    Fazer sexo na floresta é
                 uma nova maneira de
                 salvá-la




                 SLOW FOOD
            10   Comer devagar é uma tendência
                 que faz bem e ajuda a preservar a




                                                      INDI
                 diversidade no Planeta

                  RAÇÃO HUMANA
            11    Um novo modismo alimentar.
                  Qualidade de vida ou tendência
                  arriscada?

                 VITRINE TECH
            12   Os pincipais lançamentos
                 tecnológicos



                 APLICATIVOS INUTEIS
            13   As inutilidades que apenas
                 ocupam espaço no seu Iphone




                 MOCHILÃO
            14   Viajar pelo Brasil também é uma
                 opção para quem quer gastar
                 pouco e se divertir muito




                 FLASH MOB
            22   Tirando as calças no metrô ou
                 milhares de pessoas fazendo
                 passinhos ensaiados. Isso é Flash
                 Mob

                 3D
            23   A invasão tridimensional nas salas
                 de cinema e, agora, na sua casa




6 Vintage
Foto: Divulgação
                                                                       COUCH SURFING
                                                           Viajar e conhecer outras culturas
                                                                         dormindo no sofá          24
                                                                          ANDY WARHOL
                                                                       A maior exposição pop
                                                                             chegou ao Brasil      25
                                                                  CULTURA DE QUINTA
                                                                    A grande mistura de sons
                                                                     e movimentos artísticos
                                                                                                   26

DICE
                                                                                    MY POD
                                                                  O que você anda ouvindo?
                                                                                                   29
                                                                            SILENT DISCO
                                                               No silêncio das pistas de dança
                                                                   os que reinam são os fones      30
                                                                     DE HAPPY HOUR A
                                                                         FIM DE NOITE
                                                                   Três bares para animar seu      31
                                                                              final de semana

                                                                                       MENU
                                                                 Dicas de livro, filme, DVD, CD
                                                                                          teatro   32

  17CAPA
                                                                     EDITORIAL DE MODA
     A volta das                                             Graffite e moda. Anexo especial
                                                                             mostra fotos do

     bolachas
                                                          ensaio que mistura duas tendências


     Na era do mp3, o disco de vinil,
     que embalou festas e romances há
     alguns anos volta com força total e,
     ao que tudo indica, para ficar

                                                                                                        Junho/2010   7
Foto: Divulgação
PING - PONG
M   meio ambiente




                   F          uck
                                           for
                                   Por Yumi Novais
                                                  Forest
                                                                                     Traduzido para o português, algo como
                                                                                     sexo pela floresta. O Fuck For Forest se
                                                                                     funde entre ambientalismo e pornografia.
                                                                                     O novo Eco-Porn encontrou uma forma
                                                                                     inusitada de lutar pela natureza



                   N     a página de abertura do site, o tradicional aviso sobre
                   conteúdo para adultos vira frase de campanha, com bom hu-
                   mor e uma dose de provocação:“Aviso: É hora de darmos at-
                   enção a como os humanos destroem diariamente a natureza.
                   Esta página contém naturismo puro, incluindo grafismo
                   sexual, imagens eróticas e linguagem sexual explícita. Tam-
                   bém contém informação de como os humanos exploram
                   o planeta. Você deve ter 18 anos e em alguns lugares, 21,
                   para entrar nesta página e ver o material. Se for menor ou
                   simplesmente se ofender com o amor e a verdade, é melhor
                   fechar a janela.”
Foto: Divulgação




                   A ONG, conhecida como FFF, não é nenhuma grande
                   organização, mas já arrecadou mais de 300 mil euros desde
                   sua criação, em 2005. Fundada por um grupo de ativistas
                   noruegueses, tem como missão o“ativismo erótico e o por-
                   noidealismo”para quem quer ter “uma experiência ecológica
                   excitante, viva” Durante os primeiros meses de existência, o
                                   .
                   grupo chegou a receber fundos do governo da Noruega.
                   A organização promete preservar as florestas tropicais, se
                   você topar o corpo-a-corpo militante.Basta postar no site
                   oficial a filmagem ou fotos de momentos de intimidade e
                   autorizar a exibição. Existem também vídeos produzidos
                   escpecialmente para a entidade, com a participação de atores
                   e atrizes profissionais que doam seu cachê para a causa
                   defendida pelo grupo.
                    Mas se você é apenas um consumidor consciente, paga-se
                   15 dólares por mês e assiste a produções nem sempre negati-
                   vamente amadoras e todas ecologicamente corretas.
                   Em 2009, o grupo esteve em terras tupiniquins. A organização
                   montou seu estande no Universo Paralello, festival de arte e
                   cultura alternativa que acontece na Bahia todos os anos. Fuck
                   For Forest deu o que falar com a bandeira de sexo livre a favor
                   da natureza.
                   A soteropolitana Aline Soares, conhecida como Bob, par-
                   ticipou. “ Prazer e ativismo ambiental, por que não juntar?
                   Acho que qualquer forma de ajudar nosso planeta é válida”     ,
                   acredita.
                   Segundo Bob, não há regras. Não precisa estar acom-
                   panhado e pode transar com quem quiser: homens,
                   mulheres ou até mesmo um menage. “Você entra e
                   rola, com quem quiser e como quiser”, explica.
                   Se a luxúria queima a chama do pecado, em Fuck For
                   Forest o pecado é verde.




                                                                                                                  Junho/2010   9
S         aúde

                                                    Devagar
                                                    e sempre




                                                                                                                                           Foto: Divulgação
                                                      Comer devagar e comidas gostosas
                                                      é, agora, uma alternativa para salvar
                                                       o planeta. Parece não fazer muito
                                                      sentido, mas em 1969, o Slow Food
                                                     surgiu com esse objetivo e hoje ganha
                                                     mais espaço nas mesas das casas e de
                                                             refinados restaurantes

                                                                                              Por Talyson Rodrigues



É   da comida que vêm os
nutrientes necessários para          “O conceito não é apenas
                                                                        Mesmo com o surgimento há
                                                                        mais de quarenta anos, essa
                                                                                                                 Pará, cambuci, araçá e açaí
                                                                                                                 são alguns entre os muitos
                                  comer devagar, mas também             filosofia ecogastronomica                sabores aqui encontrados e
a sobrevivência. A falta de
                                  prezar pelo alimento bom,             começa a engordar somente                explorados pelos chefes de
tempo faz da alimentação
                                  ou seja, de boa qualidade             agora. Restaurantes já estão             cozinha Slow Food. comer-
uma coadjuvante no dia-
                                  e procedência, limpo, sem             adaptando seu menu e co-                 ciais e financeiros para que
-a-dia corrido e isso pode
                                  qualquer tipo de agrotóxi-            locando na mesa o assunto                não parassem sua produção
contribuir com a degradação
                                  cos ou produtos químicos e            comida sustentável. ”Somen-              orgânica com a expansão da
do Planeta. O que parece
                                  justo, que preserva e recom-          te agora se trata do assunto             indústria do alimento.
mais uma lorota apocalíptica
                                  pensa com justiça o produ-            com a seriedade merecida,
pode ser verdade, pelo me-
                                  tor.”, afirma Petrini, que já foi     antes éramos considerados
nos para um grupo conside-
                                  considerado um dos cin-               os ecochatos, agora voltaram
rável de pessoas que militam
                                  quenta homens que podem               os olhos para essa tendên-
em prol do alimento e da
                                  salvar o planeta.                     cia”, diz Anayde Lima, dona
natureza: os Slow Food.
                                  Além da rapidez de no pre-            do restaurante Julia que
Fabiana Sanchez é uma
                                  paro, a indústria do alimento         prepara pratos baseados
paulistana que conheceu o
                                  desencadeia muitos fatores            na filosofia Slow Food, mas
Slow Food há dois anos. Filha
                                  que a torna inimiga número            encontra ainda
de empresários do ramo do
                                  um do movimento “slow”.               dificuldades para
fast food – principal inimigo
                                  Ela abocanha as pequenas              trazer até a metró-
do movimeno slow – ela
                                  produções e contribui para a          pole os produtos
procurou então mudar seus
                                  extinção da biodiversidade            de pequenos agri-
hábitos alimentares, e conse-
                                  no planeta. Segundo eles              cultores.
guiu.Tornou-se militante do
gosto e abraçou a causa.          os produtos e as receitas da
                                  vovó preparadas com “amor”
O Slow Food surgiu na Itália
                                  (não aquele que vem em pó
                                                                        Brasil Slow
em 1969. Fundado pelo jor-                                              Em terras tupini-
nalista italiano Carlo Petrini,   dentro de saquinhos) estão
                                                                        quins esse conceito
o movimento veio como um          perdendo espaço para a pa-
                                                                        ecogastronomico
conceito de ecogastronomia        dronização da comida. Para
                                                                        encontrou uma
e uma possibilidade de dimi-      que isso não ocorra, ou seus
                                                                        rica diversidade
nuir os efeitos do fast food.     efeitos sejam amenizados,
                                                                        alimentar. Umbu,
                                  a filosofia criada por Petrini
                                                                        cupuaçu, arroz ver-
                                  ajuda na preservação dessa
                                                                        melho, castanha do
                                  diversidade de cada lugar.



10 Vintage
Qualidade de vida
                                                                          modismo arriscado                                                ?
                                                                 ou
Foto: Divulgação




                                       Por Thaís Napoli



                   	         O         personal trainer André Altarejo Cara-
                   vieri, 30, conta que conheceu pessoas na academia onde
                                                                                  Quem não deseja um corpo perfeito, à la Gisele? Ou
                                                                                  disposição de sobra, para aguentar a correria do
                   trabalha que deixaram de comer o trivial arroz com feijão      dia-a-dia? É possível conseguir tudo isso de maneira
                   e utilizam uma nova receita como alimento principal. “A
                   ração humana nunca deve ser usada para substituir as re-       saudável? Um novo composto, a ração humana, pro-
                   feições. Ela deve ser um complemento no café da manhã          mete que sim
                   ou no lanche da tarde. O emagrecimento não é restrição
                   e diminuição brusca de alimento. É um controle e um
                   equilíbrio alimentar ao longo do dia”, afirma.                  Modo de preparo
                   	           Desenvolvida pela terapeuta natural Lica Taka-
                                                                                   Ingredientes:
                   gui com o nutricionista Daniel Boarim, este novo suple-
                   mento é composto por 10 ingredientes ricos em fibras,           - 250 ml de leite de soja;
                   que trazem benefícios importantes para o bom funcio-            - 50 gramas de cada fibra (linhaça, colágeno, fibra de trigo, aveia, açú-
                   namento do corpo e ainda, se usado corretamente e               car mascavo, castanha, amêndoa, gergelim e gérmen de trigo);
                   com o auxílio de exercícios físicos, inibe o apetite e reduz    - 01 fruta de sua preferência.
                   medidas. Mas é preciso ir com calma. Profissionais reco-        Como fazer:




                                                                                                                                                                    Foto: Divulgação
                   mendam cautela e afirmam ser necessário visitar um nu-          - Bata no liquidificador os ingredientes que não sejam em pó, e
                   tricionista para esclarecer possíveis dúvidas. Segundo es-      depois os misture. Quando o composto estiver pronto, adicione 02
                   pecialistas, a mistura deve ser feita em casa e beber muito     colheres (sopa) ao leite de soja e a fruta escolhida, e bata tudo no
                   líquido passa ser obrigação.
                                                                                   liquidificador. Se preferir, adoce com mel ou melado de cana.
                   	           Ana Cristina Magalhães, 44, utilizou a ração de
                   forma inadequada e ganhou peso. “Ingeria grande quan-           - Guarde o composto em recipiente escuro. Conservar na geladeira,
                   tidade e não bebia água. Meu intestino passou a funcio-         por no máximo 10 dias.
                   nar mal e acabei engordando”, lembra. Segundo a nutri-
                   cionista Fabiana Cusin, a ausência de líquidos quando se
                   decide aderir ao composto causa inchaço abdominal e
                   um grande desconforto, que pode ser refletido também
                   no mau regulamento do intestino e aumento de peso,
                   dando efeito contrário ao esperado.
                             Sobre a perda de peso após o consumo, a profis-
                   sional afirma: “A ração humana auxilia no emagrecimento,
                   pois tem a função de estabilização do sistema digestivo e
                   diminui a absorção da gordura, porém são necessárias a
                   prática de exercícios físicos e o acompanhamento de um
                   especialista”.
                   	           Esta nova receita “mágica” está bastante pre-
                   sente no mundo fitness. Professores de academias, atle-
                   tas e até lutadores incluíram a mistura destes cereais
                   integrais nas dietas, pois eles aceleram o metabolismo e
                   proporcionam mais energia. Aline Fontes, instrutora de
                   Pilates, conta: “Há dois meses ouvi falar bem da ração e
                   resolvi experimentar. Senti que houve um aumento na
                   minha disposição, minha flora intestinal está mais regu-
                   lada, meus cabelos e unhas fortificados. Considero este
                   produto ricamente nutritivo, e tomo todos os dias no
                   café-da-manhã, batido com uma fruta”.
                   	           O importante é respeitar os conselhos dos es-
                   pecialistas e comprar ingredientes de boa qualidade.
                   Seguir corretamente as instruções ajuda a evitar que
                   o sonho do corpo perfeito e saudável não se torne um
                   grande pesadelo.




                                                                                                                                                  Junho/2010   11
T          ech
                                                     Por Daniela Sant’ana

     Um trabalho a menos




                                      Vitrine
                                                                                     Tecnologia
                                                                                     em Tablete
                                                                         Foto: Divulgação




   A Câmera Digital Samsung
   ST1000 tira fotos de quali-
   dade e é capaz de enviá-las
   automaticamente para a in-
   ternet utilizando a rede Wi-Fi
   que estiver disponível, basta
   informar a chave e a máquina
   já está on-line. Com alguns
   toques, é possível mandar
   imagens para o Picasa ou Fa-
   cebook e vídeos para o You-
   Tube. A conexão também
   pode ser usada para enviar
   as informações diretamente


                                                                                            A
   para TVs e outros aparelhos.
   A câmera pode ser adquiri-          Caindo na real
   da por R$1999 no mercado.                                                                       mais nova cri-
                                                                                            ação da Aplle, o Ipad,
                                                                                            é uma versão Apple,
                                                                                            o Ipad, é uma versão
                                                                                            melhorada do Iphone
   Para dividir as favoritas                                                                e, em breve, estará
                                                                                            disponível no mer-
                                                                                            cado brasileiro. O
                                                                                            aparelho fino e com
                                                                                            design inovador é
                                                                                            um pouco menor que
                                                                                            uma revista e dis-
                                      A tecnologia 3D não está mais                         ponibiliza acesso à
                                      disponível apenas nos cinemas.                        internet e muito mais
                                      A TV em terceira dimensão                             com alta velocidade
                                      começa a chegar ao Brasil.                            e memória, tudo isso
                                      Fabricantes como Toshiba e Pa-                        com tecnologia mul-
      Aparentemente,          mais                                                          ti-touch, que possibil-
      parece um copo térmico          nasonic já anunciam linhas de
                                      produtos. Algumas empresas                            ita percorrer um mun-
      para café, mas é um alto-fa-                                                          do de novidades com
      lante para tocador de MP3       já trabalham no desenvolvi-
                                      mento de aparelhos que dis-                           os dedos. O produto
      adaptável ao porta-copo                                                               custa em média R$3
      dos automóveis. Lançado         pensem óculos. Os televisores
                                      não devem se popularizar rapi-                        Mil, valor que varia de
      pela Sony, o aparelho RDP-                                                            acordo com a capaci-
      NWv500 será vendido nas         damente em função do alto
                                      preço, que varia entre R$7 Mil e                      dade de armazena-
      cores laranja e preto. O val-                                                         mento.
      or é de aproximadamente         R$15 Mil.
      R$250.


12 Vintage
Aplicativos



                                                                                       Inúteis
                    Jogos, curiosidades, utilidades e inutilidades:
                    tudo na palma da mão
                                                                Por Daniela Sant’ana



É       cada vez maior a variedade de aplicati-
vos para celulares. Pagos ou gratuitos, eles vi-    Um repelente em forma de
raram mania, divertem, e às vezes até ajudam       aplicativo, o AntiGnat, pro-
as pessoas. O que espanta é a quantidade de        duz um som quase imper-
funções inúteis, com necessidades duvidosas,       ceptível ao ouvido humano,
ou aqueles que até servem para alguma coisa,       mas que teoricamente
mas não para o usuário que o baixou.               poderia ajudar a espantar
 Os maiores exemplos são os próprios para o        mosquitos e outros insetos.
Iphone. Há programas para quem tem medo             Os usuários simplesmente
de avião; outro“traduz”o choro dos bebês e         baixam os programas e não
até um que“finge”tirar a roupa das pessoas.        usam, ficam só ocupando
Os preços variam de alguns centavos de dólar       o espaço na memória do
até mais de U$ 1.000.                              celular. Mesmo que um dia
Rodrigo Toledo, um aficionado por tecnologia       eles foram utilizados, com o
e internet que hoje trabalha como editor e         passar do tempo, as pessoas
consultor em mobilidade e mídias sociais, faz      percebem que não eram tão
uma lista em seu blog das inutilidades que         úteis quanto pensavam.
tem em seu celular, e não são poucos os que
ele baixou e nem sequer usou. Segundo ele,
“Um programa inútil não é necessariamente
um software ruim, e certamente pode ser de
grande utilidade para outro usuário, entre-
tanto, para você ele pode não ser uma boa
solução”  .
 Alguns são tão inúteis que chegam a ser
bizarros, como o YouDo VooDoo, que permite
que você dê um nome para o boneco e o
espete com agulhas digitais à vontade. O
sofrimento do boneco, batizado carinhosa-
mente com o nome daquele“amigo” pode ser
                                       ,
escutado por meio das caixas de som do seu
celular.
 Existem até aqueles que fazem seu organis-
mo funcionar melhor, como o Shybladder,
que reproduz sons de água que, segundo
seus desenvolvedores, mesmo que não haja
comprovação cientifica, estimulam as pessoas
a fazerem xixi.
 Eles até ajudam a encontrar companhia. É o
caso da Amamiya Momo, uma namorada vir-
tual que interage com o usuário e fica irritada
quando não lhe dão atenção.
  Para quem não se controla depois de beber
um pouco a mais, existe o Drunk Dialer, que
dificulta que você realize aquela ligação
proibida e irresistível para o ex, com um
dispositivo que só aceita a discagem se ela
for feita rapidamente, o que é difícil depois
da balada.
                                                                                                 Junho/2010   13
P                           é na estrada




                                        Viagem, mochila
                                        e descobertas
                                                                                      Por Liliane Gallio

                                                                    Viajar com pouco
                                   	      U      m destino, pou-    dinheiro, conhecer
             Foto: Divulgação




                                   co dinheiro e uma mochila
                                   nas costas impulsionam o
                                                                     lugares e pessoas
                                   sonho de estudantes, turis-
                                   tas e tribos no mundo in-
                                   teiro, que saem por aí afins
                                   de descobrir costumes, situ-
                                   ações e histórias diferentes.
                                   Carolina Campos, 23 anos,
                                   jornalista e fotógrafa, sabe
                                   bem como é a vida de um           Carolina diz que as coisas
                                   mochileiro. Sua primeira          acontecem naturalmente,
                                   viagem para fora do país          pois não há mordomias e
                                   ocorreu aos 16 anos, quando       nem datas marcadas, o que
                                   fez um intercâmbio na Aus-        se encontra no percurso
                                   trália. Depois da experiência,    é que cria as ocasiões. “O
                                   a vontade de conhecer out-        que nunca pode deixar de
                                   ros lugares não parou mais:       levar é o espírito aventurei-
                                   já percorreu todos os esta-       ro, o otimismo e a entrega,
                                   dos brasileiros e mais de 10      de corpo, mente e alma”     ,
                                   países, entre eles Alemanha,      viajar é uma forma de en-
                                   Portugal e Estados Unidos.        tender que as pessoas e
                                   	        Para muitos, essa é      lugares são diferentes e
                                   a única maneira de con-           respeitar estas diferenças.
                                   hecer o mundo e ter a pos-        “Viajar é tudo isso e mais
                                   sibilidade de vivenciar ex-       um pouco... E o que real-
                                   periências, diferenciadas e       mente me motiva é saber
                                   aprender com as surpresas         que irei conhecer novos
                                   que aparecem no camin-            cheiros, sentidos, sabores,
                                   ho. Ao decidir os lugares         cores e amores. Viajar é
                                    que irá percorrer, o mochile-    preciso” diz Carolina.
                                                                              ,
                                   iro carrega “nas costas” tudo     	
                                   o que precisa para enfren-
                                   tar aventuras e descobertas.




14 Vintage
O Brasil, por ser um
país rico em belezas
naturais e que possui
um povo acolhedor,
é uma das principais
rotas dos adeptos do
mochilão. De acordo
com São Paulo Tu-
rismo, a responsável
pelo turismo e even-
tos na cidade de São
Paulo, os estrangeiros
representam 75% do
público dos albergues
paulistanos.
	




                         Junho/2010   15
A Volta das




                                        Foto: Divulgação
VINIL



BolachasPor Talyson Rodrigues
                      Junho/2010   17
C           apa




                                                                                                                          Foto: Divulgação
                                                                             Seus ruídos já embalolaram
                                                                         romances e festinhas dos anos
                                                                       1950 até o final da década 1980.
                                                                       Agora ele reaparece com regrava-
                                                                      ções e bandas novas para agradar
                                                                          os mais jovens. Na era do mp3
                                                                            quem está de volta é o vinil.



       O         charme do barulho ruido-
   so da agulha da vitrola, em contato com
                                                 com, que fala de música e principalmen-
                                                 te sobre os vinis. Hoje sua coleção soma
                                                 mais de 200 títulos e ele mesmo afirma
                                                 que são em maior número do que ele
                                                                                                  Sua estante abriga hoje mais
                                                                                             de cinco mil exemplares bem con-
                                                                                             servados e, alguns raríssimos. Pra-
                                                                                             teleiras bem freqüentadas, lá estão
   os sulcos da superfície preta do vinil, há    tem de amigos. 95% desses álbuns ele
   muito tempo, estava apenas na memória                                                     os principais nomes da Mpb, toda
                                                 também tem em seu mp3, “Mais pela
   saudosista de muitos trintões e quaren-                                                   a coleção de Frank Sinatra, muitos
                                                 portabilidade. Não dá pra levar meus
   tões. A maioria das pessoas entre 18 e 25                                                 discos de Elvis e vinis raríssimos
                                                 vinis para uma viagem ou escutá-los no
   anos tem apenas uma vaga lembrança                                                        que contém musicais e programas
                                                 carro por exemplo”.
   dele. Mas, depois de seu quase desapare-                                                  de rádio. “Alguns discos não saem
                                                      O jornalista Marino Maradei é tam-
   cimento, por causa do surgimento do CD e                                                  da minha casa por nada, até o dia
                                                 bém um homem fascinado pela magia
   depois do mp3, o velho LP voltou para as                                                  em que alguém herdá-los” diz Ma-
                                                 dos vinis, mas com um diferencial: ele
   prateleiras, não as de sebos, mas de gran-                                                rino.
                                                 acompanhou o momento em que as bo-
   des lojas, com figuras novas para as cole-                                                     Com tantos discos é necessá-
                                                 lachas embalavam as festas e os namo-
   ções dos apaixonados por música que já o                                                  rio cuidado dobrado para que não
                                                 ros das pessoas da época, viu o seu qua-
   conheciam e dos que nem sequer viveram                                                    estraguem. Zelo que se repete na
                                                 se desaparecimento e presencia hoje a
   o período de reinado das bolachas.                                                        hora ouvir as musicas contidas no
                                                 sua volta.
        O estudante de engenharia da com-                                                    LP.
                                                     “Sessentão” e colecionador por con-
   putação Tony Aiex, 26, é um desses jovens     seqüência, Marino começou a juntar
   apaixonados. Comprou seu primeiro LP          seus discos quando trabalhava como
   aos 19 anos de idade, o “London Calling”      produtor de rádio. “Cheguei a ter mais
   do Clash. “Na época nem vitrola eu tinha,     de vinte mil LPs, doei a maioria e fiquei
   mas achei a capa de mais, De uns dois         só com as raridades” afirma.
   anos pra cá a coisa foi ficando mais séria”
   diz Tony. Há pouco menos de um ano ele
   criou o site tenhomaisdiscosqueamigos.
18 Vintage


       Revista Vintage
Para Marino, Tony e todos os apaixonados
pelo vinil, é um acontecimento ritualístico colo-
car o LP pra tocar. “É uma nostalgia que não tem
preço” diz Marino. Para Tony é muito mais praze-
roso esperar para ver o disco que chegou do cor-
reio, abrir o pacote, ver sua capa, sua cor e ouvir
cada música.
     Uma das perdas que trouxeram os arquivos
em mp3 foi visual. Não tem a imagem que resu-
me toda a ópera. Em um tamanho avantajado, as
capas de vinil traziam verdadeiras obras de arte
estampadas, além da possibilidade de brincar
com os rostos dos artistas e fazer a foto cara de
vinil. Os Cds já diminuíram significativamente
esse recurso visual em seu encarte e o mp3 en-
tão, nem se fala.
     Fato é que o vinil voltou. Com gravações de
novas bandas e como uma alternativa que pode
até solucionar um sério problema criado por seus
sucessores: a pirataria. Nos Estados Unidos e na
Europa, no ano passado, foram vendidos mais de
2,8 milhões de vinis, o melhor desempenho em
onze anos. As gravadoras se atentaram para esse
novo mercado e estão lançando e relançando
discos, e isso conquista fãs mais jovens.




                                          78 Rotações - Goma-laca
                                          Antes do surgimento do LP, em
                                     1890, eram os discos de 78 rpm que
                                     tocavam nos gramofones. Eles eram
                                     feitos de goma-laca, material duro e
                                     fácil de quebrar.

                                         LP - Long Play
                                         Mais leves e maleáveis os dis-
                                     cos de vinil substituem os de 78
                                     rpm em 1948. Suas capas marca-
                                     ram época.
                                                                                 MP3
                                                                                 Uma imensa capacidade de ar-
                                         FIta cassete                        mazenamento de músicas foi resul-
                                                                             tado de anos de pesquisa. Em 1998
                                         Essa mídia se destacou por
                                                                             surgiram os primeiros players de
                                     difundir a capacidade de gravar e       mp3
                                     emitir som. Surgiu em 1963, lan-
                                     çada pela empresa Philips.                  LP - O Retorno
                                                                                 No final de 2008 a gravado-
                                          Compact Disc - CD                  ra Deckdisc comprou e reabriu
                                          Prometendo maior durabilida-
                                     de, capacidade e clareza sonora o
                                                                             a última gravadora da América
                                     CD apareceu no final da década de       Latina. Um ano depois Europa e
                                     80 e foi, aos poucos, substituindo os   EUA registraram 2,8 milhões de
                                     LPs.                                    LPs vendidos

                                                                                                 Junho/2010   19


                                                                                                       Junho 2010
Além dos recursos visuais perdidos, alguns


                                                            Arte na capa
entusiastas insistem na teoria de que o CD
perde em qualidade sonora para o vinil, e
os arquivos em mp3 para os Cds. Uma velha
discussão que, para muitos não passa de
conversa fiada. Para o engenheiro de áudio        As capas de disco que fizeram história assinadas
José Augusto Soares o CD tem um som mais          por renomados artistas plásticos e ilustradores
metálico e perde alguns agudos e graves.
“Quanto mais compacto mais a qualidade so-
nora piora, seria também o caso dos arquivos
em mp3”. Essa é uma discussão sem fim entre
especialistas e amantes.                          Diamond Dogs - David Bowie
O que não se discute é que os Lps são, com
grande vantagem,mais difíceis de piratear do      A fantástica ilustração é de Guy Pe-
qualquer um de seus concorrentes. As grava-       ellaert, que é responsável por outros




                                                                                                     Foto: Divulgação
doras apostam nisso e agora estão olhando         desenhos de personalidades do mun-
para esse mercado que antes estava jogado         do da música.
às traças.
Há quem diga que o futuro são os vinis.
  O cantor Lenine aposta nessa teoria. Em
2006 ele lançou seu álbum “Labiata” em três
formatos: em CD, um mp3 estilizado com seu
nome e um vinil. E ainda afirmou que isso
simboliza o passado o presente e o futuro,
respectivamente.                                  Legal - Gal Costa
Seu material é mais caro e sua forma de
produção torna inviável qualquer tipo de
                                                  O artista brasileiro e tropicalista Hélio
reprodução clandestina. Por esse motivo não
tem na barraquinha do camelô um legítimo
                                                  Oiticica assina uma oba no disco da
“piratão” de um disco do Nirvana, Green Day       cantora Gal Costa.
ou Radiohead, por exemplo.
Esse alto custo não implica somente na
impossibilidade de lucro dos camelôs, mas
também no bolso dos consumidores. A maio-
ria das bandas que lança vinis atualmente é
do cenário internacional. Nas grandes livrarias
do Brasil já existem esses mesmos álbuns mas
por preços assustadores acima de três digitos.    Love You Live - The Rolling Stones
Fica mais fácil pedir pelo correio das próprias
gravadoras lá fora, o que encarece é o frete      Andy Warhol assina a capa do disco
que sai por dez dólares por unidade.              dos Rolling Stones. Andy é responsá-
Mas por aqui o mercado está começando a           vel por outras obras em estampadas
caminhar novamente. A gravadora Deckdisc
                                                  em capas de vinil, como a famosa ba-
comprou a última fábrica da América Latina -
que agora se tornou a única desse formato - e
                                                  nana do Velvet Underground & Nico.
está relançando alguns álbuns: “Chiaroescuro”
da cantora Pitty, “Fome de tudo” do Nação
Zumbi, “Cinema” do Cachorro Grande e “Onde
Brilhem os Olhos Seus” de Fernanda Takai .
                                                  Revolver - Beatles

                                                  O artista plástico Klaus Voorman fez
                                                  história ao realizar a fabulosa capa
                                                  do Revolver (1966). Os Beatles têm
                                                  várias capas históricas, como Sgt.
                                                  Pepper’s Lonely Hearts Club Band e
                                                  Abbey Road.
20 Vintage
Foto: Divulgação
C omportamento
 Um, dois, três e...

                      Flash
                    Mob
             Uma nova forma de manifestação ou uma
                                                        Por Liliane Gallio




             “Mariavaicomasoutras.com”?
      A     s manifestações organizadas pelos adep-
  tos do Flash Mob percorrem o mundo com algu-
                                                                                                        Foto: Divulgação

                                                                Pants” (sem calças), que aconteceu na últi-
                                                                ma quinta-feira (13) nas estações do metrô de
  mas mensagens de cunho político e ideias pelas
                                                                São Paulo. Cerca de 500 jovens se reuniram
  quais o inusitado é a principal razão do encontro.
                                                                e partiram em direção á estação Paraíso, embarcaram
      Os Flash Mobs são reunião rápidas que ocorrem
                                                                com roupas e no percurso até a estação Consolação,
  em lugares públicos. Os participantes se organizam
                                                                os participantes tiravam suas calças. É a segunda
  através de blogs e email, e as informações são divulga-
                                                                vez      que       este      tipo       de     even
  das em outros meios de comunicação como o Orkut.
                                                                to           ocorre             no           metrô.
      O maior Flash Mob do mundo, com mais de
                                                                Um dos organizadores de Flash Mob no Bras-
  21mil participantes, ocorreu no dia 10 de setem-
                                                                il é Caio Komatsu, 20 anos, que mobilizou os
  bro de 2009, durante um show do Black Eyed
                                                                adeptos da ideia no último dia 13 e definiu ao
  Peas na abertura da nova temporada da Op-
                                                                portal G1 que “tem gente de todas as tribos”.
  rah Winfrey, um programa norte-americano.
                                                                Os encontros do Flash Mob causam curiosidade e
    A popularização dos encontros ocorreu devido à fa-
                                                                mudam a rotina dos lugares onde ocorrem, pois
  cilidade de interação de um grande número de pes-
                                                                da mesma forma que rapidamente uma multi-
  soas, que nem sequer se conhecem e a proposta de
                                                                dão aparece, ela se dispersa, deixando as pessoas
  fazer algo novo em lugares diferentes, como o “No
                                                                sem entender o que realmente está acontecendo.




                  Pillow Fight é um
                  flash mob que acon-
                  tece em vários países
                  do mundo, inclusive
                  em São Paulo. Uma
                  guerra de travessei-
                  ros instantânea.




22 Vintage
P é na estrada

        Invasão 3D




                                                                                                                             Foto: Divulgação
                            Investimentos em tecnologia crescem para atrair o
    Por Thiago Souza        consumidor
o
    A     técnica 3D é responsável
    por um crescimento promissor no
                                            to da retina ao olhar objetos do
                                            cotidiano, mas também gerada por
                                            programas de computador, como é
                                                                                     da Unifesp: “Para quem possui labi-
                                                                                     rintite, as reações são mais fortes”,
                                                                                     explica.
    mercado de entretenimento. Seu          o caso de Avatar e Alice no País das     No futuro, empresas estudam
    uso, principalmente no cinema, é        Maravilhas, dois grandes sucessos        projetos para lançar a tecnologia
    uma alternativa para combater a         recentes do cinema.                      em mídias moveis, como celulares,
    pirataria, os downloads de filmes       Outras mídias, como a televisão,         players e iPods. O sucesso da téc-
    e para trazer de volta o publico às     também apostam em um futuro de           nica pode aumentar o seu fatura-
    bilheterias, que vende cada vez         sucesso com a tecnologia. Empre-         mento, e é possível afirmar que a
    menos entradas. Segundo pes-            sas como a sul-coreana Samsung           técnica mudará o modo como são
    quisas do portal Terra, as maiores      lançaram, no início deste ano,           vistos os programas.
    bilheterias do ano de 2009 vieram       televisores que permitem a imersão
    de filmes em três dimensões, caso       do espectador nas três dimensões.
    de Up – Altas Aventuras e Monstros      Como no cinema, o espectador
    vs. Alienígenas.                        precisa utilizar óculos especiais, que
    O cinema, inventado em 1895             podem trazer desconforto. Segun-
    pelos irmãos franceses August e         do Karen Grapea, estilista, o filme
    Louis Lumière, causou furor ao ser      assistido em três dimensões provo-
    apresentado à sociedade da época.       ca mal-estar e desconforto visual:
    O filme “L’Arrivé du Train”, de 1900,   “Depois de assistir Alice no País das
    foi a primeira experiência com as       Maravilhas, fiquei com os olhos ar-
    três dimensões para o público. As       dendo e com náusea. Provavelmen-
    imagens de um trem que saía de          te não assistirei mais filmes assim”.
    um túnel e chegava a uma estação        No exterior, as empresas que uti-
    provocaram estardalhaço na platéia      lizam esta tecnologia
    que, eufórica, pensou que o trem        para a venda de seus
    sairia do projetor e invadiria a sala   produtos advertem
    onde o filme estava sendo exibido.      sobre possíveis pro-
    A técnica utilizada para captar o       blemas ao espectador,
    fenômeno tridimensional é deno-         como dores de cabeça,
    minada estereoscopia, que procura       náuseas e cansaço visu-
    uma simulação de duas imagens           al. Alguns espectadores
    da mesma cena que são projetadas        ressaltam que uma
    nos olhos, de pontos distintos, o       sensação de flutuação
    que faz o cérebro processar as ima-     é nitidamente perce-
    gens, causando o efeito.                bida ao término de
    Segundo oftalmologistas, as três        cada sessão, conforme
    dimensões podem ser vistas natu-        Fernando Ganança,
    ralmente, a partir do deslocamen-       otorrinolaringologista
                                                                                                              Junho/2010   23
P é na estrada

                                  C
                          Na onda do




                                                ouch
                                                 Surfing
                                 Por Talyson Rodrigues


                           É só ter um sofá e disposição. O Couch surfing abre
                         portas para o relacionamento e a troca de culturas entre
                                              todo o mundo.
                      A      internet facilita e muito
                      a aproximação de culturas
                                                          Para participar, basta ter um sofá e dis-
                                                          posição para trocar cultura. O CS surgiu
                                                                                                      Entre as experiências, há que pas-
                                                                                                      sou pelas positivas mas alguns
                      completamente distintas e           em 1999, na cabeça de Casey Fenton,         apontam situações inesperadas nas
                      distantes. E é através dessa fer-   que faria então uma viagem à Islândia.      viagens.
                      ramenta que um grupo de mil-        Ele não queria ficar em albergue ou         O alemão Mika Straka ficou sem
                      hões de pessoas encontrou a         hotel, sem ninguém para conversar ou        dormir uma noite sem dormir em
                      oportunidade de potencializar       alguém que apresentasse o país, então       Barcelona a espera de seu anfitrião
                      essa troca de costumes, abrindo     mandou uma mensagem para uma                que foi para a balada e se esqueceu
                      a oportunidade de conhecer          lista de estudantes “ Estou indo para a     do hóspede.
                      pessoalmente uns aos outros         Islândia, posso dormir na sua casa?” A      Os usuários garantem que há segu-
                      e ainda uma brecha no sofá de       surpresa foi que muitos responderam         rança e que são poucos os proble-
                      casa para hospedar o mundo          que sim.                                    mas ocorridos. Existe uma grau de
                      todo.                                Dessa brilhante idéia nasceu o couch       recomendação de cada usuário do
                      O couch surfing é uma rede so-      surfing, que hoje hospeda – não em          site, que é dado por pessoas que
                      cial que liga pessoas de Tóquio     um sofá, mas em uma página na inter-        já se conheceram. Para os descon-
                      ao Rio de Janeiro, do Oiapoque      net – mais de 60 milhões de usuários        fiados, não é obrigatório hospedar
                      ao Chuí, do Irã aos EUA, os sete    de todos os cantos do mundo.                ninguém, e nem dormir na casa de
                      mares e os cinco continentes,       Philip Carthy, irladês de 26 anos veio      desconhecidos. O intuito do site é
                      enfim, conecta todo o globo         para o Brasil pela primeira vez pelo CS.    a troca de culturas, portanto um
                      terrestre.                          Hoje ele mora e trabalha aqui. “Vim         cafezinho ou uma cerveja podem
                      Carol Mesquita é jornalista e já    pela primeira vez ao Brasil para ficar      ser de bom tamanho.
                      utilizou de alguns sofás de pes-    na casa de uma amiga que conheci no
                      soas até então desconhecidas.       couch, um tempo depois eu me mudei
                      “Já viajei muito e sempre tive      para cá. Hoje não namoramos mais,
                      boas experiências no Couch          mas eu não quero deixar o Brasil” diz
                      Surfing, acho que é um resgate      Philip.
                      da confiança nas pessoas.”
Foto: Divulgação




                   24 Vintage
N   ovidade




                  Andy Warhol                                                 Por Thiago Souza



                    Pinacoteca do Estado reúne 170 obras
                   do inventor da pop art, na mais completa
                       mostra realizada sobre o artista.


A    ndy Warhol, nascido em
                                      No Brasil
Pittsburgh nos Estados Unidos,
é referência quando se fala em
artes plásticas e artes em geral e
seu currículo é invejável. Trabal-
hou em revistas como Vogue e
                                                                               E Andy não parou por aí. Isso é
The New Yorker, fazendo também
                                                                              visível porque suas exposições
anúncios publicitários e displays
                                                                              causam furor por onde passa. A
para vitrines de lojas, além de ser
                                                                              maior mostra já realizada sobre o
nada mais do que o pai de um
                                                                              artista está disponível na Pina-
movimento artístico que revolu-
                                                                              coteca do Estado de São Paulo,
cionou o mundo visual.
                                     A pop                       art surgiu   que reúne 44 filmes, 26 pinturas,
                                    durante                  a década de      58 gravuras, 39 fotos e duas ilus-
Andy é o inventor do fenômeno
                                                                              trações.
chamado pop art que se caracter- 1950, mas sua ascensão veio dez
iza pelas cores fortes, vibrantes,  anos depois. Andy, nome mais forte
                                                                              A mostra Andy Warhol, Mr. Amer-
além de utilizar materiais diversos do movimento, fugiu dos padrões de
                                                                              ica, organizada pelo The Andy
como gesso, tinta acrílica, látex e arte de seu tempo.
                                     Prova disso é o isso é o uso de          Estados Unidos atraiu milhares de
poliéster Mas esta arte veio, sobr-
                                                                              pessoas, curiosas, para ver suas
etudo, para criticar os hábitos de serigrafias para representar a forma
                                                                              obras. Marilyn Monroe, Ronald
consumo da sociedade capitalista de consumo impessoal dos objetos
                                    destinados à massa, como as gar-          Reagan, ator e 40º presidente dos
da época e seu intuito era de
                                    rafas de Coca-Cola e as latas de sopa     EUA, Mao Tsé-Tung e o boxeador
transformar o real em hiper-real.
                                    Campbell.                                 Muhammad Ali estão lá, não pes-
                                                                              soalmente, mas estampados em
                                                                              cores vibrantes e vivas pensadas
                                                                              pelo artista americano.




                                                                                                       Junho/2010   25
N          ovidade


Cultura                      de Quinta
                                 Por Yumi Novais



                                                                       Sem programa para uma quinta à
                                                                      noite? Que tal uma exposição, músi-
                                                                       ca ou um curta? O projeto Cultura
                                                                      de Quinta não é isso, nem aquilo. É
                                                                           tudo junto e misturado!




              A
                                             tora Cibele Appes (Cole-        Bangla e Bocato, este
                                             tivo Literatura Subsolo) e      último, com forte presença
                      pluralidade da noite
                                             Salvador Bocutto, dono do       na cena musical. Bocato já
              paulistana é indiscutível.
                                             Espaço Cultural Kaverna         atuou ao lado de grandes
              De segunda a segunda, é
                                             na Vila Madalena, onde          músicos brasileiros como
              possível encontrar na ci-
                                             acontece o Cultura. A visão     Rita Lee, Ney Matogrosso,
              dade um universo cultural
                                             desta proposta é a imersão      Roberto Carlos, Elis Regina,
              para todos os estilos e gos-
                                             no universo artístico alter-    Itamar Assumpção e Carlin-
              tos. De peças teatrais com
                                             nativo de diferentes locais     hos Brown.
              inspiração nas obras de Ni-
                                             da cidade, que mistura as         Nas artes visuais, o auge
              etzsche a shows fervorosos
                                             vertentes e recria os ambi-     foi a Galeria Grafite, pro-
              do Wando com calcinhas
                                             entes.                          duzida durante o evento.
              atiradas ao palco. A cultura
                                             A miscelânea cultural é         Enquanto os corpos
              pulsa em todo lugar!
                                             de tirar o fôlego. Há mani-     sassaricavam na pista, o
                    Com tanta diversi-
                                             festações artísticas diver-     artista simultaneamente
              dade, é difícil achar algum
                                             sas, como artes visuais e       grafitava. Um dos convida-
              projeto que se destaque
                                             cênicas, literatura, grafite,   dos da Galeria foi o mineiro
              e chame a atenção dos
                                             circo, dança, apresentação      Gabriel Nast e suas latas de
              paulistanos, acostumados
                                             de bandas independentes,        spray. Além do grafite, ele
              a uma variedade extensa
                                             projetos audiovisuais, entre    se apresenta em múltiplas
              de opções. O Cultura de
                                             outros.                         vertentes, como a Collage,
              Quinta ganhou espaço e,
                                             O pontapé inicial do Cultu-     expressão que utiliza de
              mesmo com pouco tempo
                                             ra aconteceu em 11 de           vários recortes e colagens
              de existência, é assunto
                                             março. A escolha da pro-        para formar uma obra. Ga-
              constante nas rodas de
                                             gramação musical foi de         briel possui exposições em
              estudantes, blogs espalha-
                                             alto nível. Como destaques,     outras galerias de projetos
              dos pela internet e redes
                                             Degusta Groove, Marco           conhecidos, como o Jazz
              sociais.
                                             Vilane, Alex Antunes e          nos Fundos.
                   A idéia nasceu a partir
                                             participação especial de
              da parceria entre a produ-




26 Vintage
Cultura de Subsolo

                                                                   O Coletivo surgiu do encontro entre Cibele Appes
                                                                   (irmã de Isis), Didi Monteiro e Fernando Dourado, no
                                                                   curso de audiovisual, na UNIP. ”O intercâmbio cul-
                                                                   tural teve início entre Uberlândia (MG) e São Paulo,
                                                                   com a vinda do mineiro Didi Monteiro para a Capital,
                                                                   afim de promover encontros e difundir diferentes
                                                                   vertentes de manifestações artísticas”, explica Isis.
                                                                   O Subsolo se propõe a trabalhar na produção lit-
                                                                   erária junto a outras expressões artísticas com mote
 à                                                                 no fomento da arte contemporânea no contexto das
úsi-                                                               cenas alternativas/independentes, além do incentivo
                                                                   às artes contemporâneas e à projeção de novos
ra                                                                 artistas para a cena artística.
.É




            Aos que procuram relaxar,
       o Cine Kaverna é a pedida. Com
       exibição de curtas independentes
       e isolamento acústico, que permite        O Cultura de Quinta deu uma
       aos que assistem o filme, tranquili-    guinada e a próxima etapa será
       dade. No pós-balada, na calma do        itinerante. A idéia é levar para out-
       amor de uma noite só ou na in-          ros bairros e cidades, como Santos
       quietude da curiosidade de boas         (SP), Votuporanga (SP) e Uberlândia
       produções artísticas.                   (MG). Novidade também é uma
           A escolha dos artistas ocorre,      revista independente e gratuita, que
       atualmente, de duas maneiras. “Uma      será produzida pelo Coletivo. Uma
       é o programa de seleção, que é          espécie de Cultura de Quinta de
       aberto no início de cada temporada      bolsa.
       do Coletivo. Também acontecem
       pesquisas de campo da equipe, que
       ‘garimpa’ novos artistas, através de
       indicações e informações em cen-
       tros culturais onde atuamos”, explica
       Didi Monteiro, coordenador do
       Coletivo Cultura Subsolo. Ele faz um
       balanço positivo da primeira etapa
       do Cultura. “Todos os participantes
       gostaram muito da proposta e da at-
       mosfera do evento. Sempre querem
       saber quando será a próxima data,
       e os artistas, se há espaço para uma
       nova apresentação”.
                                                                                                                         Foto: Divulgação




                                                                                                            Junho/2010    27
V ocê
                                            MyPod
                                      O que você anda ouvindo?




                  Cássio Ribeiro:




        MY POD
           “Existe uma bagunça no meu
                       mp3.
         Tem de tudo, são músicas que eu
           gosto de ouvir também quan-
           do estou na balada ou em um
                     boteco.
         A que mais escuto ultimamente é
          Take me out, do Fraz Ferdinand”




                                       Flávio Lima:

                                       “Gosto de ouvir músicas boas.
                                       Não me prendo a um estilo
                                       musical. Agora por exemplo es-
                                       tou ouvindo bastante Lenine.”




                     Carla Brandão:

                     “Eu carreguei meu mp3 com
                     músicas nacionais.
                     Prefiro ouvir Chico Buarque
                     quando estou indo para
                     algum lugar.”




                                                                 Junho/2010   29
N       a noite

                 No
                            s           ilêncio
                                                                           Foto Divulgação




                                                                                                             Foto: Divulgação
                                              da pista
                               Por Thaís Napoli

                                        Casas noturnas e festas
                                        tentam cada vez mais ofe-
                                        recer ao seu público novos
	       A    gora outro aparelho
também tem grande importân-
                                        e excitantes eventos. Ba-
                                        ladas temáticas, bebidas
cia nas pistas. Além das pickups        exóticas e ritmos alucinan-
dos DJs, fones de ouvido sem
fio com um transmissor FM dão           tes já são considerados
acesso às músicas. São várias           atrações      ultrapassadas.   	        Patrícia Gilioli, 26 anos,
freqüências de sons, os parti-                                         estudante de moda, afirma
cipantes escolhem o que ouvir                                          que desde 2008 comparece a
conforme seu gosto e dançam                                            todos os “silent eventos” que
de acordo com a música. Quem                                           acontecem na Virada Cultural.
vê de fora demora a entender.                                          “Quem vai pela primeira vez
Já pra quem entra nesse mun-                                           estranha, mas só no começo.
do silencioso pode dançar o                                            Quando percebe que pode
que quiser, na hora que bem                                            escolher entre três sons de di-
entender e até mesmo tirar o                                           ferentes DJs, entende o por-
fone um pouquinho se estiver                                           quê do sucesso. Não precisa
a fim de bater um papo. Isto é                                         ser só em balada, seria legal
Silent Disco, tendência importa-                                       para festas em apartamento
da da Inglaterra, direto dos pal-                                      também”, brinca Patrícia. Cada
cos do festival de Glastonbury.                                        um com seu jeito de dançar, a
	       Discotecas silenciosas                                         todo o momento utilizam lin-
surgem em todos os lugares do                                          guagens corporais e, involun-
mundo. No Brasil, a onda apare-                                        tariamente, cantam as músicas
ceu pela primeira vez na Virada                                        escolhidas. “É uma maneira di-
Cultural de São Paulo em 2008.                                         ferente de curtir, e é isso que o
         Quem desembarcou no                                           público procura, sair da rotina”.
metrô São Bento pôde conferir                                          	        Em Porto Alegre, duas
cerca de 500 pessoas com fones                                         casas noturnas aderiram à idéia.
de ouvido, curtindo uma música                                         MyCool e Beco 203 abrem às
que ninguém, além deles, ouvia.                                        portas uma vez por mês com
Valeu a experiência e a aprova-                                        festa silenciosas e o interesse
ção foi imediata. O projeto se                                         é impressionante. Sempre com
repete todo ano desde então,                                           filas enormes e lotação máxima
e começou a migrar para vários                                         das casas, o público não quer
cantos do país.                                                                mais trocar o f o n e
                                                                                         por       nada.
De Happy Hour a fim de noite                                                  Por Yumi Novais
Foto: Divulgação




                               Vintage traz a você uma seleção de bares em São Paulo. Começando pelo Happy
                                   Hour sagrado de todo o paulistano ao fim de noite embreagado da cidade

                                      Wall Street
                                      A partir da venda de bebidas, o bar simula a oscilação
                                      das ações em uma bolsa de valores. Um software ex-
                                      clusivo faz o preço das cervejas e caipirinhas subir ou
                         Happy Hour




                                      descer conforme a demanda. Há 26 mesas equipadas
                                      com tela touch screen. Com um simples toque, pode-se
                                      consultar o cardápio, fazer o pedido ou acompanhar a
                                      cotação das bebidas.
                                      Wall Street. Rua Jerônimo da Veiga, 149, Itaim Bibi,
                                      Tel:3873-6922. 18h/1h (sex. e sáb. até 2h; fecha dom.).

                                                                                                           Noite
                                                                   Ó do Borogodó
                                                                   O bar pode ser considerado uma encarnação da Lapa cari-
                                                                   oca em São Paulo. Lembra em muitos aspectos certos bo-
                                                                   tequins daquele pedaço boêmio do Rio: do público jovem
                                                                   de jeitão desencanado, passando pela programação ao vivo
                                                                   do crème de la crème do samba e chorinho. A cerveja é de
                                                                   garrafa e o caldinho de feijão de lamber o beiço.
                                                                   Ó do Borogodó. Rua Horácio Lane, 21, Pinheiros, Tel 3814-
                                                                   4087. 21h/3h (sáb. 13h/20h e 21h/3h; dom. 19h/0h).
                                                                                          Fim de noite




                   Charme da Paulista
                   Quem conhece esse boteco de esquina da Avenida Paulista sabe
                   que ele não tem charme algum, porém, vive lotado e há dias que é
                   praticamente impossível arranjar uma mesa. A cerveja é de gar-
                   rafa e as porções generosas. A miscelânea de pessoas e tipos que
                   encontramos na avenida, se apresenta também no bar. O que o
                   difere, é que funciona 24 horas. Ótimo para os baladeiros que que-
                   rem continuar a noite e nao sabem para onde correr.
                   Charme da Paulista. Avenida Paulista, 1499 (ao lado do Parque
                   Trianon). Funciona 24 horas.

                                                                                                                   Junho/2010   31
Por Thiago Souza



                        Teatro
                             O Rei e eu
                    Anna Leonowens (26 de
                     novembro de 1831–19
                        de janeiro de 1915)
                       foi uma escritora de
                      viagens, educadora e
                     ativista social britânica,




                                            INDICA
                    conhecida por ter sido a
                     professora das esposas
                    e dos filhos de Mongkut,
                    rei do Sião, e por ter sido
                     co-fundadora do Nova
                    Scotia College of Art and
                     Design. As experiências
                     de Leonowens no Sião
                       foram romanceadas
                       no livro de Margaret
                     Landon, publicado em
                      1944, Anna e o Rei do
                    Sião, e em vários filmes e
                     mini-séries de televisão
                       baseados no livro, e
                     mais notavelmente no
                     musical de sucesso de
                    Rodgers e Hammerstein,
       menu
                       O Rei e Eu, de 1951.
                                                      Música
                    Em cartaz no Teatro Alfa         Álbum: Volume Two
                                                  Intérprete: She and Him
                                                  Investida da atriz Zooey
                                                    Deschanel, famosa por
                                                   sucessos como 500 dias
                                                   com ela, com o músico
                                                      de country-folk M.
                                                     Ward, que alcançou o
                                                    sucesso e o reconheci-
                                                    mento do publico em
                                                   2009, durante o festival
                                                  South by Southwest, em
                                                   Austin, Texas. O hit Why
                                                  do you let me stay there
                                                    uma das musicas mais
                                                  baixadas e curtidas pelo
                                                      publico alternativo.




32 Vintage
Locação                                                Em cartaz
     Sherlock Holmes
         O filme

     Sherlock Holmes é
     um investigador do
    final do século XIX e                                      A hora do pesadelo
                                                                   Ficha Técnica:




CAMOS
     início do século XX
                                                               A Nightmare on Elm
    que ficou famoso por                                         Street, EUA, 2010
    utilizar, na resolução                                    Direção: Samuel Bayer
    dos seus mistérios, o                                    Elenco: Jackie Earle Ha-
    método científico e a                                   ley, Kyle Gallner, Rooney
  lógica dedutiva. Rachel                                       Mara, Kellan Lutz.
     McAdams (‘Diários                                      Enredo: Remake da obra
   de uma Paixão’) será                                     original de 1984 de Wes
    a intérprete de Irene                                      Craven, que conta a
   Adler, uma enigmática                                      historia de jovens que
                                                            começam a sonhar com
      mulher que atrai o
                                                              uma figura misteriosa
   detetive, interpretado                                    com o rosto deformado
   por Robert Downey Jr.
                                   Livro
                                                              que são assassinadas
    (‘Homem de Ferro’).                                        enquanto dormem
      Jude Law será Dr.       Juliet Nua e Crua, Editora
            Watson.                Rocco, 272 páginas.
                                   Autor: Nick Honrby
                             Sinopse: Ultimo lançamen-
                                to do autor de sucessos
                                 como Alta fidelidade e
                             Um grande garoto (ambos
                                transpostos para o cin-
                               ema). Conta a história de
                               Tucker Crowe, que há 20
                             anos abandonou a carreira
                              de músico em plena turnê
                              de Juliet, seu álbum mais
                                 famoso, sem dar expli-
                               cação. Especulações são
                               dadas até hoje, por fãs e
                               seguidores do astro, sem
                             sucesso. Ao mesmo tempo
                               em que é contada ao lei-
                               tor a história de Crowe, é
                                apresentada também a
                             vida de Duncan, fã que ob-
                             cecado pelo popstar, tem o
                             casamento em ruínas. Tudo
                               muda quando o sumido
                               Crowe entra em contato
                                 com a mulher de Dun-
                              can, através de um e-mail
                                enviado por ela, dando
                              origem a um novo e estra-
                              nho triângulo amoroso.


                                                                               Junho/2010   33
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Sexo na floresta: nova tendência de conservação ambiental

  • 1. A volta das bolachas Fuck For Forest Fazer sexo na floresta é uma nova maneira de salvá-la Silent Disco No silêncio das pistas de dança o que reinam são os fones Andy Warhol A maior exposição pop chegou ao Brasil R$ 9,90 1a edição Junho 2010 Junho/2010 1
  • 2.
  • 3.
  • 4. C arta do editor Vintage. Para os conhecedores do mundo da moda, esse termo é utilizado para as tendências dos anos 1920 até 1960 que estão de volta. Para os apaix- onados pela bebida preferida de Baco, Vintage denomina os especiais vinhos do porto, que naturalmente envelhecem na garrafa sem perder o sabor. Pois é. Esse título resume a proposta da Trabalhamos muito durante pouco mais de nossa revista, mas vai muito além. cinco meses para chegarmos ao projeto final As principais tendências que motivam as pes- que você confere nesta edição (escrevo no soas a fazer determinado tipo de coisa, frequen- plural por que esta é uma produção coletiva tar algum lugar ou agir de alguma maneira, em que ninguém mediu esforços). Cada as- curiosa ou não, merecem destaque. Para esta sunto, imagem, frase e desenhos foram pen- edição, nossa equipe teve um enorme cuidado sados com carinho e são resultado de longas em debater, pesquisar e ir atrás desses assuntos reuniões, noites mal dormidas, debates e que fazem parte da vida de nossos leitores. discussões mal compreendidas, porém muito Neste número zero, trouxemos movimentos cul- gratificantes e estimulantes para o aprendi- turais que já passaram, mas estão voltando com zado de toda a equipe. O resultado está nas cara nova - como é o caso do disco de vinil - ou próximas páginas. Para arrematar escolhe- que são atuais e presentes no nosso cotidiano mos uma linguagem leve e descontraída, - como a tecnologia 3D, a ração humana e sexo envolvida em um projeto gráfico que tam- para a floresta. Também arriscamos algumas bém segue as principais tendências de cores práticas que podem virar tendências no futuro e e formas. outras que ainda estão sendo descobertas pelas Assim como o vintage dos vinhos do porto, pessoas. que transcendem o tempo sem perder a qualidade, a nossa Vintage espera também alcançar a tradução do conceito: perecer e se renovar a cada edição, sem perder sua quali- dade e, além disso, seu espaço e importância na vida das pessoas. Desejo a você uma ótima leitura. Talyson Rodrigues, editor-chefe e equipe. Arte sobre foto de AdrianMiaranda 4 Vintage
  • 5. Expediente Vintage Editor-Chefe: Talyson Rodrigues Chefe de Reportagem: Thiago Souza Editora de Arte: Yumi Novais Diretora de Planejamento e Controle: Thais Napoli Diretora de Assinaturas: Liliane Gallio Diretoral Geral de Publicidade: Daniela Sant’ana Orientadora de Planejamento Editorial: Lilian Crepaldi Orientador de Técnicas de Edição em Revista: Wagner Belmonte Orientador de Arte: Maurício Gasparotto Editores Executivos: Marina Vecchione, Alisson Mattos, João Guilherme Cantarella Editores: João Gabriel Botto, Karina Soares Peron, Natália Brandão Editor Especial: Mário de Oliveira Filho Subeditores: Josilene Rodrigues, Igor Rodrigues Editores Assistentes: Kaio César de Deus, Luis Eduardo Mendes Repórteres:Ana Carolina Lima, Thácia Luisa Rabêlo, Raphael Cortezi, Bethânia Brito, Julian Cássio Ribeiro, Italo Gapsar, Eden Robson, Murillo Chaves, Marco Antônio Mendes, Valéria Salgado, Mayara Luz, Tadeu Pacífico, Mirian Pimentel, Emília Reis, Camila Guazzelli, Nathan Morais, Josiane Rodrigues, Mayne Luz, Breno Rodrigues, Lucas Balbino, Jussara Reis, Clayton Ferreira, Kássio Ribeiro, Ricardo Alves, Taynara Incert, Nayara Peloso, Karina Silveira, Wilma Oliveira, Deise Miarelli, Norton Juarez, Raquel Teixeira, Maria Luisa Sorshtuman, Diogo Carniato. Preparadores Digitais: Giovanni Pattela, Odair José da Silva, Joaquim José Xavier, Madeinusa Louisanna, Rita Jones, Arnaldo Pereira Antunes, Antonio Nunes, Silvio dos Santos, Vanusa Brasil, Paula Tejan do Carmo, Fausta Silvo, Maria das Graças Meneghelli, Zacarias Renato Santana, Melis Mansurs, Tales Aquiles, Lady Gaspar, Michel Jaques, Jaqueline Pereira. Colaboradores: Angélica Pietra, Samuel Vimer, Maria Terra, Chico Bento, Mônica Casca, Carlos Marx, Quico Flor, Francisca Madruga, Clotilde Setembrina, Luciano Verde, Ney Matoso, Maria Camões, Lázaro Ramosi, Edson Nascimento, Ronaldo Fentomen, Fabricia Cristina, Lais Rosário, Julia Capraar, Alice Trincheira, Roberto Trabucco, Kaite Perla, Jasmin Rosa, Jposé Maria, Alberto dos Caieira, Álvaro dos Campos, Juliana Pretto, Karla Vazques, José Silva, Lenine Guarani, Karolina Oliveira, Breno Luz, Alfredo Ruiz, Tabata Ronero, Jabel Maria, Karise Maltez, Francisco Tantra, Emilio Lezman, Alfredo Augusta, Leonardo Oliveira, Maria José Oliveira, Tereza Matos, Jack Philip, Adriana Canhotto, Marisa Montes, John Lenny, Marta Scorceze, Luana Juris, Para o expediente fizemos uma clássica brincadeira que era feita com os vinis: a “cara de vinil”. É só pegar uma capa de disco que tenha o rosto do artista estampada nela, encaixar no lugar do seu rosto e pronto, só fotogra- far! Nós então resolvemos testar essa possibilidade que as ca- pas de Lps proporcionam, mas trocando as nossas faces. Da esquerda para a direita: Liliane, nossa repórter, Yumi, editora de arte, eu, Talyson, editor-chefe, Dani e Thaís, repórteres e Thiago chefe de reportagem. Arte sobre foto de AdrianMiaranda Junho/2010 5
  • 6. FUCK FOR FOREST 9 Fazer sexo na floresta é uma nova maneira de salvá-la SLOW FOOD 10 Comer devagar é uma tendência que faz bem e ajuda a preservar a INDI diversidade no Planeta RAÇÃO HUMANA 11 Um novo modismo alimentar. Qualidade de vida ou tendência arriscada? VITRINE TECH 12 Os pincipais lançamentos tecnológicos APLICATIVOS INUTEIS 13 As inutilidades que apenas ocupam espaço no seu Iphone MOCHILÃO 14 Viajar pelo Brasil também é uma opção para quem quer gastar pouco e se divertir muito FLASH MOB 22 Tirando as calças no metrô ou milhares de pessoas fazendo passinhos ensaiados. Isso é Flash Mob 3D 23 A invasão tridimensional nas salas de cinema e, agora, na sua casa 6 Vintage
  • 7. Foto: Divulgação COUCH SURFING Viajar e conhecer outras culturas dormindo no sofá 24 ANDY WARHOL A maior exposição pop chegou ao Brasil 25 CULTURA DE QUINTA A grande mistura de sons e movimentos artísticos 26 DICE MY POD O que você anda ouvindo? 29 SILENT DISCO No silêncio das pistas de dança os que reinam são os fones 30 DE HAPPY HOUR A FIM DE NOITE Três bares para animar seu 31 final de semana MENU Dicas de livro, filme, DVD, CD teatro 32 17CAPA EDITORIAL DE MODA A volta das Graffite e moda. Anexo especial mostra fotos do bolachas ensaio que mistura duas tendências Na era do mp3, o disco de vinil, que embalou festas e romances há alguns anos volta com força total e, ao que tudo indica, para ficar Junho/2010 7
  • 9. M meio ambiente F uck for Por Yumi Novais Forest Traduzido para o português, algo como sexo pela floresta. O Fuck For Forest se funde entre ambientalismo e pornografia. O novo Eco-Porn encontrou uma forma inusitada de lutar pela natureza N a página de abertura do site, o tradicional aviso sobre conteúdo para adultos vira frase de campanha, com bom hu- mor e uma dose de provocação:“Aviso: É hora de darmos at- enção a como os humanos destroem diariamente a natureza. Esta página contém naturismo puro, incluindo grafismo sexual, imagens eróticas e linguagem sexual explícita. Tam- bém contém informação de como os humanos exploram o planeta. Você deve ter 18 anos e em alguns lugares, 21, para entrar nesta página e ver o material. Se for menor ou simplesmente se ofender com o amor e a verdade, é melhor fechar a janela.” Foto: Divulgação A ONG, conhecida como FFF, não é nenhuma grande organização, mas já arrecadou mais de 300 mil euros desde sua criação, em 2005. Fundada por um grupo de ativistas noruegueses, tem como missão o“ativismo erótico e o por- noidealismo”para quem quer ter “uma experiência ecológica excitante, viva” Durante os primeiros meses de existência, o . grupo chegou a receber fundos do governo da Noruega. A organização promete preservar as florestas tropicais, se você topar o corpo-a-corpo militante.Basta postar no site oficial a filmagem ou fotos de momentos de intimidade e autorizar a exibição. Existem também vídeos produzidos escpecialmente para a entidade, com a participação de atores e atrizes profissionais que doam seu cachê para a causa defendida pelo grupo. Mas se você é apenas um consumidor consciente, paga-se 15 dólares por mês e assiste a produções nem sempre negati- vamente amadoras e todas ecologicamente corretas. Em 2009, o grupo esteve em terras tupiniquins. A organização montou seu estande no Universo Paralello, festival de arte e cultura alternativa que acontece na Bahia todos os anos. Fuck For Forest deu o que falar com a bandeira de sexo livre a favor da natureza. A soteropolitana Aline Soares, conhecida como Bob, par- ticipou. “ Prazer e ativismo ambiental, por que não juntar? Acho que qualquer forma de ajudar nosso planeta é válida” , acredita. Segundo Bob, não há regras. Não precisa estar acom- panhado e pode transar com quem quiser: homens, mulheres ou até mesmo um menage. “Você entra e rola, com quem quiser e como quiser”, explica. Se a luxúria queima a chama do pecado, em Fuck For Forest o pecado é verde. Junho/2010 9
  • 10. S aúde Devagar e sempre Foto: Divulgação Comer devagar e comidas gostosas é, agora, uma alternativa para salvar o planeta. Parece não fazer muito sentido, mas em 1969, o Slow Food surgiu com esse objetivo e hoje ganha mais espaço nas mesas das casas e de refinados restaurantes Por Talyson Rodrigues É da comida que vêm os nutrientes necessários para “O conceito não é apenas Mesmo com o surgimento há mais de quarenta anos, essa Pará, cambuci, araçá e açaí são alguns entre os muitos comer devagar, mas também filosofia ecogastronomica sabores aqui encontrados e a sobrevivência. A falta de prezar pelo alimento bom, começa a engordar somente explorados pelos chefes de tempo faz da alimentação ou seja, de boa qualidade agora. Restaurantes já estão cozinha Slow Food. comer- uma coadjuvante no dia- e procedência, limpo, sem adaptando seu menu e co- ciais e financeiros para que -a-dia corrido e isso pode qualquer tipo de agrotóxi- locando na mesa o assunto não parassem sua produção contribuir com a degradação cos ou produtos químicos e comida sustentável. ”Somen- orgânica com a expansão da do Planeta. O que parece justo, que preserva e recom- te agora se trata do assunto indústria do alimento. mais uma lorota apocalíptica pensa com justiça o produ- com a seriedade merecida, pode ser verdade, pelo me- tor.”, afirma Petrini, que já foi antes éramos considerados nos para um grupo conside- considerado um dos cin- os ecochatos, agora voltaram rável de pessoas que militam quenta homens que podem os olhos para essa tendên- em prol do alimento e da salvar o planeta. cia”, diz Anayde Lima, dona natureza: os Slow Food. Além da rapidez de no pre- do restaurante Julia que Fabiana Sanchez é uma paro, a indústria do alimento prepara pratos baseados paulistana que conheceu o desencadeia muitos fatores na filosofia Slow Food, mas Slow Food há dois anos. Filha que a torna inimiga número encontra ainda de empresários do ramo do um do movimento “slow”. dificuldades para fast food – principal inimigo Ela abocanha as pequenas trazer até a metró- do movimeno slow – ela produções e contribui para a pole os produtos procurou então mudar seus extinção da biodiversidade de pequenos agri- hábitos alimentares, e conse- no planeta. Segundo eles cultores. guiu.Tornou-se militante do gosto e abraçou a causa. os produtos e as receitas da vovó preparadas com “amor” O Slow Food surgiu na Itália (não aquele que vem em pó Brasil Slow em 1969. Fundado pelo jor- Em terras tupini- nalista italiano Carlo Petrini, dentro de saquinhos) estão quins esse conceito o movimento veio como um perdendo espaço para a pa- ecogastronomico conceito de ecogastronomia dronização da comida. Para encontrou uma e uma possibilidade de dimi- que isso não ocorra, ou seus rica diversidade nuir os efeitos do fast food. efeitos sejam amenizados, alimentar. Umbu, a filosofia criada por Petrini cupuaçu, arroz ver- ajuda na preservação dessa melho, castanha do diversidade de cada lugar. 10 Vintage
  • 11. Qualidade de vida modismo arriscado ? ou Foto: Divulgação Por Thaís Napoli O personal trainer André Altarejo Cara- vieri, 30, conta que conheceu pessoas na academia onde Quem não deseja um corpo perfeito, à la Gisele? Ou disposição de sobra, para aguentar a correria do trabalha que deixaram de comer o trivial arroz com feijão dia-a-dia? É possível conseguir tudo isso de maneira e utilizam uma nova receita como alimento principal. “A ração humana nunca deve ser usada para substituir as re- saudável? Um novo composto, a ração humana, pro- feições. Ela deve ser um complemento no café da manhã mete que sim ou no lanche da tarde. O emagrecimento não é restrição e diminuição brusca de alimento. É um controle e um equilíbrio alimentar ao longo do dia”, afirma. Modo de preparo Desenvolvida pela terapeuta natural Lica Taka- Ingredientes: gui com o nutricionista Daniel Boarim, este novo suple- mento é composto por 10 ingredientes ricos em fibras, - 250 ml de leite de soja; que trazem benefícios importantes para o bom funcio- - 50 gramas de cada fibra (linhaça, colágeno, fibra de trigo, aveia, açú- namento do corpo e ainda, se usado corretamente e car mascavo, castanha, amêndoa, gergelim e gérmen de trigo); com o auxílio de exercícios físicos, inibe o apetite e reduz - 01 fruta de sua preferência. medidas. Mas é preciso ir com calma. Profissionais reco- Como fazer: Foto: Divulgação mendam cautela e afirmam ser necessário visitar um nu- - Bata no liquidificador os ingredientes que não sejam em pó, e tricionista para esclarecer possíveis dúvidas. Segundo es- depois os misture. Quando o composto estiver pronto, adicione 02 pecialistas, a mistura deve ser feita em casa e beber muito colheres (sopa) ao leite de soja e a fruta escolhida, e bata tudo no líquido passa ser obrigação. liquidificador. Se preferir, adoce com mel ou melado de cana. Ana Cristina Magalhães, 44, utilizou a ração de forma inadequada e ganhou peso. “Ingeria grande quan- - Guarde o composto em recipiente escuro. Conservar na geladeira, tidade e não bebia água. Meu intestino passou a funcio- por no máximo 10 dias. nar mal e acabei engordando”, lembra. Segundo a nutri- cionista Fabiana Cusin, a ausência de líquidos quando se decide aderir ao composto causa inchaço abdominal e um grande desconforto, que pode ser refletido também no mau regulamento do intestino e aumento de peso, dando efeito contrário ao esperado. Sobre a perda de peso após o consumo, a profis- sional afirma: “A ração humana auxilia no emagrecimento, pois tem a função de estabilização do sistema digestivo e diminui a absorção da gordura, porém são necessárias a prática de exercícios físicos e o acompanhamento de um especialista”. Esta nova receita “mágica” está bastante pre- sente no mundo fitness. Professores de academias, atle- tas e até lutadores incluíram a mistura destes cereais integrais nas dietas, pois eles aceleram o metabolismo e proporcionam mais energia. Aline Fontes, instrutora de Pilates, conta: “Há dois meses ouvi falar bem da ração e resolvi experimentar. Senti que houve um aumento na minha disposição, minha flora intestinal está mais regu- lada, meus cabelos e unhas fortificados. Considero este produto ricamente nutritivo, e tomo todos os dias no café-da-manhã, batido com uma fruta”. O importante é respeitar os conselhos dos es- pecialistas e comprar ingredientes de boa qualidade. Seguir corretamente as instruções ajuda a evitar que o sonho do corpo perfeito e saudável não se torne um grande pesadelo. Junho/2010 11
  • 12. T ech Por Daniela Sant’ana Um trabalho a menos Vitrine Tecnologia em Tablete Foto: Divulgação A Câmera Digital Samsung ST1000 tira fotos de quali- dade e é capaz de enviá-las automaticamente para a in- ternet utilizando a rede Wi-Fi que estiver disponível, basta informar a chave e a máquina já está on-line. Com alguns toques, é possível mandar imagens para o Picasa ou Fa- cebook e vídeos para o You- Tube. A conexão também pode ser usada para enviar as informações diretamente A para TVs e outros aparelhos. A câmera pode ser adquiri- Caindo na real da por R$1999 no mercado. mais nova cri- ação da Aplle, o Ipad, é uma versão Apple, o Ipad, é uma versão melhorada do Iphone Para dividir as favoritas e, em breve, estará disponível no mer- cado brasileiro. O aparelho fino e com design inovador é um pouco menor que uma revista e dis- A tecnologia 3D não está mais ponibiliza acesso à disponível apenas nos cinemas. internet e muito mais A TV em terceira dimensão com alta velocidade começa a chegar ao Brasil. e memória, tudo isso Fabricantes como Toshiba e Pa- com tecnologia mul- Aparentemente, mais ti-touch, que possibil- parece um copo térmico nasonic já anunciam linhas de produtos. Algumas empresas ita percorrer um mun- para café, mas é um alto-fa- do de novidades com lante para tocador de MP3 já trabalham no desenvolvi- mento de aparelhos que dis- os dedos. O produto adaptável ao porta-copo custa em média R$3 dos automóveis. Lançado pensem óculos. Os televisores não devem se popularizar rapi- Mil, valor que varia de pela Sony, o aparelho RDP- acordo com a capaci- NWv500 será vendido nas damente em função do alto preço, que varia entre R$7 Mil e dade de armazena- cores laranja e preto. O val- mento. or é de aproximadamente R$15 Mil. R$250. 12 Vintage
  • 13. Aplicativos Inúteis Jogos, curiosidades, utilidades e inutilidades: tudo na palma da mão Por Daniela Sant’ana É cada vez maior a variedade de aplicati- vos para celulares. Pagos ou gratuitos, eles vi- Um repelente em forma de raram mania, divertem, e às vezes até ajudam aplicativo, o AntiGnat, pro- as pessoas. O que espanta é a quantidade de duz um som quase imper- funções inúteis, com necessidades duvidosas, ceptível ao ouvido humano, ou aqueles que até servem para alguma coisa, mas que teoricamente mas não para o usuário que o baixou. poderia ajudar a espantar Os maiores exemplos são os próprios para o mosquitos e outros insetos. Iphone. Há programas para quem tem medo Os usuários simplesmente de avião; outro“traduz”o choro dos bebês e baixam os programas e não até um que“finge”tirar a roupa das pessoas. usam, ficam só ocupando Os preços variam de alguns centavos de dólar o espaço na memória do até mais de U$ 1.000. celular. Mesmo que um dia Rodrigo Toledo, um aficionado por tecnologia eles foram utilizados, com o e internet que hoje trabalha como editor e passar do tempo, as pessoas consultor em mobilidade e mídias sociais, faz percebem que não eram tão uma lista em seu blog das inutilidades que úteis quanto pensavam. tem em seu celular, e não são poucos os que ele baixou e nem sequer usou. Segundo ele, “Um programa inútil não é necessariamente um software ruim, e certamente pode ser de grande utilidade para outro usuário, entre- tanto, para você ele pode não ser uma boa solução” . Alguns são tão inúteis que chegam a ser bizarros, como o YouDo VooDoo, que permite que você dê um nome para o boneco e o espete com agulhas digitais à vontade. O sofrimento do boneco, batizado carinhosa- mente com o nome daquele“amigo” pode ser , escutado por meio das caixas de som do seu celular. Existem até aqueles que fazem seu organis- mo funcionar melhor, como o Shybladder, que reproduz sons de água que, segundo seus desenvolvedores, mesmo que não haja comprovação cientifica, estimulam as pessoas a fazerem xixi. Eles até ajudam a encontrar companhia. É o caso da Amamiya Momo, uma namorada vir- tual que interage com o usuário e fica irritada quando não lhe dão atenção. Para quem não se controla depois de beber um pouco a mais, existe o Drunk Dialer, que dificulta que você realize aquela ligação proibida e irresistível para o ex, com um dispositivo que só aceita a discagem se ela for feita rapidamente, o que é difícil depois da balada. Junho/2010 13
  • 14. P é na estrada Viagem, mochila e descobertas Por Liliane Gallio Viajar com pouco U m destino, pou- dinheiro, conhecer Foto: Divulgação co dinheiro e uma mochila nas costas impulsionam o lugares e pessoas sonho de estudantes, turis- tas e tribos no mundo in- teiro, que saem por aí afins de descobrir costumes, situ- ações e histórias diferentes. Carolina Campos, 23 anos, jornalista e fotógrafa, sabe bem como é a vida de um Carolina diz que as coisas mochileiro. Sua primeira acontecem naturalmente, viagem para fora do país pois não há mordomias e ocorreu aos 16 anos, quando nem datas marcadas, o que fez um intercâmbio na Aus- se encontra no percurso trália. Depois da experiência, é que cria as ocasiões. “O a vontade de conhecer out- que nunca pode deixar de ros lugares não parou mais: levar é o espírito aventurei- já percorreu todos os esta- ro, o otimismo e a entrega, dos brasileiros e mais de 10 de corpo, mente e alma” , países, entre eles Alemanha, viajar é uma forma de en- Portugal e Estados Unidos. tender que as pessoas e Para muitos, essa é lugares são diferentes e a única maneira de con- respeitar estas diferenças. hecer o mundo e ter a pos- “Viajar é tudo isso e mais sibilidade de vivenciar ex- um pouco... E o que real- periências, diferenciadas e mente me motiva é saber aprender com as surpresas que irei conhecer novos que aparecem no camin- cheiros, sentidos, sabores, ho. Ao decidir os lugares cores e amores. Viajar é que irá percorrer, o mochile- preciso” diz Carolina. , iro carrega “nas costas” tudo o que precisa para enfren- tar aventuras e descobertas. 14 Vintage
  • 15. O Brasil, por ser um país rico em belezas naturais e que possui um povo acolhedor, é uma das principais rotas dos adeptos do mochilão. De acordo com São Paulo Tu- rismo, a responsável pelo turismo e even- tos na cidade de São Paulo, os estrangeiros representam 75% do público dos albergues paulistanos. Junho/2010 15
  • 16.
  • 17. A Volta das Foto: Divulgação VINIL BolachasPor Talyson Rodrigues Junho/2010 17
  • 18. C apa Foto: Divulgação Seus ruídos já embalolaram romances e festinhas dos anos 1950 até o final da década 1980. Agora ele reaparece com regrava- ções e bandas novas para agradar os mais jovens. Na era do mp3 quem está de volta é o vinil. O charme do barulho ruido- so da agulha da vitrola, em contato com com, que fala de música e principalmen- te sobre os vinis. Hoje sua coleção soma mais de 200 títulos e ele mesmo afirma que são em maior número do que ele Sua estante abriga hoje mais de cinco mil exemplares bem con- servados e, alguns raríssimos. Pra- teleiras bem freqüentadas, lá estão os sulcos da superfície preta do vinil, há tem de amigos. 95% desses álbuns ele muito tempo, estava apenas na memória os principais nomes da Mpb, toda também tem em seu mp3, “Mais pela saudosista de muitos trintões e quaren- a coleção de Frank Sinatra, muitos portabilidade. Não dá pra levar meus tões. A maioria das pessoas entre 18 e 25 discos de Elvis e vinis raríssimos vinis para uma viagem ou escutá-los no anos tem apenas uma vaga lembrança que contém musicais e programas carro por exemplo”. dele. Mas, depois de seu quase desapare- de rádio. “Alguns discos não saem O jornalista Marino Maradei é tam- cimento, por causa do surgimento do CD e da minha casa por nada, até o dia bém um homem fascinado pela magia depois do mp3, o velho LP voltou para as em que alguém herdá-los” diz Ma- dos vinis, mas com um diferencial: ele prateleiras, não as de sebos, mas de gran- rino. acompanhou o momento em que as bo- des lojas, com figuras novas para as cole- Com tantos discos é necessá- lachas embalavam as festas e os namo- ções dos apaixonados por música que já o rio cuidado dobrado para que não ros das pessoas da época, viu o seu qua- conheciam e dos que nem sequer viveram estraguem. Zelo que se repete na se desaparecimento e presencia hoje a o período de reinado das bolachas. hora ouvir as musicas contidas no sua volta. O estudante de engenharia da com- LP. “Sessentão” e colecionador por con- putação Tony Aiex, 26, é um desses jovens seqüência, Marino começou a juntar apaixonados. Comprou seu primeiro LP seus discos quando trabalhava como aos 19 anos de idade, o “London Calling” produtor de rádio. “Cheguei a ter mais do Clash. “Na época nem vitrola eu tinha, de vinte mil LPs, doei a maioria e fiquei mas achei a capa de mais, De uns dois só com as raridades” afirma. anos pra cá a coisa foi ficando mais séria” diz Tony. Há pouco menos de um ano ele criou o site tenhomaisdiscosqueamigos. 18 Vintage Revista Vintage
  • 19. Para Marino, Tony e todos os apaixonados pelo vinil, é um acontecimento ritualístico colo- car o LP pra tocar. “É uma nostalgia que não tem preço” diz Marino. Para Tony é muito mais praze- roso esperar para ver o disco que chegou do cor- reio, abrir o pacote, ver sua capa, sua cor e ouvir cada música. Uma das perdas que trouxeram os arquivos em mp3 foi visual. Não tem a imagem que resu- me toda a ópera. Em um tamanho avantajado, as capas de vinil traziam verdadeiras obras de arte estampadas, além da possibilidade de brincar com os rostos dos artistas e fazer a foto cara de vinil. Os Cds já diminuíram significativamente esse recurso visual em seu encarte e o mp3 en- tão, nem se fala. Fato é que o vinil voltou. Com gravações de novas bandas e como uma alternativa que pode até solucionar um sério problema criado por seus sucessores: a pirataria. Nos Estados Unidos e na Europa, no ano passado, foram vendidos mais de 2,8 milhões de vinis, o melhor desempenho em onze anos. As gravadoras se atentaram para esse novo mercado e estão lançando e relançando discos, e isso conquista fãs mais jovens. 78 Rotações - Goma-laca Antes do surgimento do LP, em 1890, eram os discos de 78 rpm que tocavam nos gramofones. Eles eram feitos de goma-laca, material duro e fácil de quebrar. LP - Long Play Mais leves e maleáveis os dis- cos de vinil substituem os de 78 rpm em 1948. Suas capas marca- ram época. MP3 Uma imensa capacidade de ar- FIta cassete mazenamento de músicas foi resul- tado de anos de pesquisa. Em 1998 Essa mídia se destacou por surgiram os primeiros players de difundir a capacidade de gravar e mp3 emitir som. Surgiu em 1963, lan- çada pela empresa Philips. LP - O Retorno No final de 2008 a gravado- Compact Disc - CD ra Deckdisc comprou e reabriu Prometendo maior durabilida- de, capacidade e clareza sonora o a última gravadora da América CD apareceu no final da década de Latina. Um ano depois Europa e 80 e foi, aos poucos, substituindo os EUA registraram 2,8 milhões de LPs. LPs vendidos Junho/2010 19 Junho 2010
  • 20. Além dos recursos visuais perdidos, alguns Arte na capa entusiastas insistem na teoria de que o CD perde em qualidade sonora para o vinil, e os arquivos em mp3 para os Cds. Uma velha discussão que, para muitos não passa de conversa fiada. Para o engenheiro de áudio As capas de disco que fizeram história assinadas José Augusto Soares o CD tem um som mais por renomados artistas plásticos e ilustradores metálico e perde alguns agudos e graves. “Quanto mais compacto mais a qualidade so- nora piora, seria também o caso dos arquivos em mp3”. Essa é uma discussão sem fim entre especialistas e amantes. Diamond Dogs - David Bowie O que não se discute é que os Lps são, com grande vantagem,mais difíceis de piratear do A fantástica ilustração é de Guy Pe- qualquer um de seus concorrentes. As grava- ellaert, que é responsável por outros Foto: Divulgação doras apostam nisso e agora estão olhando desenhos de personalidades do mun- para esse mercado que antes estava jogado do da música. às traças. Há quem diga que o futuro são os vinis. O cantor Lenine aposta nessa teoria. Em 2006 ele lançou seu álbum “Labiata” em três formatos: em CD, um mp3 estilizado com seu nome e um vinil. E ainda afirmou que isso simboliza o passado o presente e o futuro, respectivamente. Legal - Gal Costa Seu material é mais caro e sua forma de produção torna inviável qualquer tipo de O artista brasileiro e tropicalista Hélio reprodução clandestina. Por esse motivo não tem na barraquinha do camelô um legítimo Oiticica assina uma oba no disco da “piratão” de um disco do Nirvana, Green Day cantora Gal Costa. ou Radiohead, por exemplo. Esse alto custo não implica somente na impossibilidade de lucro dos camelôs, mas também no bolso dos consumidores. A maio- ria das bandas que lança vinis atualmente é do cenário internacional. Nas grandes livrarias do Brasil já existem esses mesmos álbuns mas por preços assustadores acima de três digitos. Love You Live - The Rolling Stones Fica mais fácil pedir pelo correio das próprias gravadoras lá fora, o que encarece é o frete Andy Warhol assina a capa do disco que sai por dez dólares por unidade. dos Rolling Stones. Andy é responsá- Mas por aqui o mercado está começando a vel por outras obras em estampadas caminhar novamente. A gravadora Deckdisc em capas de vinil, como a famosa ba- comprou a última fábrica da América Latina - que agora se tornou a única desse formato - e nana do Velvet Underground & Nico. está relançando alguns álbuns: “Chiaroescuro” da cantora Pitty, “Fome de tudo” do Nação Zumbi, “Cinema” do Cachorro Grande e “Onde Brilhem os Olhos Seus” de Fernanda Takai . Revolver - Beatles O artista plástico Klaus Voorman fez história ao realizar a fabulosa capa do Revolver (1966). Os Beatles têm várias capas históricas, como Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band e Abbey Road. 20 Vintage
  • 22. C omportamento Um, dois, três e... Flash Mob Uma nova forma de manifestação ou uma Por Liliane Gallio “Mariavaicomasoutras.com”? A s manifestações organizadas pelos adep- tos do Flash Mob percorrem o mundo com algu- Foto: Divulgação Pants” (sem calças), que aconteceu na últi- ma quinta-feira (13) nas estações do metrô de mas mensagens de cunho político e ideias pelas São Paulo. Cerca de 500 jovens se reuniram quais o inusitado é a principal razão do encontro. e partiram em direção á estação Paraíso, embarcaram Os Flash Mobs são reunião rápidas que ocorrem com roupas e no percurso até a estação Consolação, em lugares públicos. Os participantes se organizam os participantes tiravam suas calças. É a segunda através de blogs e email, e as informações são divulga- vez que este tipo de even das em outros meios de comunicação como o Orkut. to ocorre no metrô. O maior Flash Mob do mundo, com mais de Um dos organizadores de Flash Mob no Bras- 21mil participantes, ocorreu no dia 10 de setem- il é Caio Komatsu, 20 anos, que mobilizou os bro de 2009, durante um show do Black Eyed adeptos da ideia no último dia 13 e definiu ao Peas na abertura da nova temporada da Op- portal G1 que “tem gente de todas as tribos”. rah Winfrey, um programa norte-americano. Os encontros do Flash Mob causam curiosidade e A popularização dos encontros ocorreu devido à fa- mudam a rotina dos lugares onde ocorrem, pois cilidade de interação de um grande número de pes- da mesma forma que rapidamente uma multi- soas, que nem sequer se conhecem e a proposta de dão aparece, ela se dispersa, deixando as pessoas fazer algo novo em lugares diferentes, como o “No sem entender o que realmente está acontecendo. Pillow Fight é um flash mob que acon- tece em vários países do mundo, inclusive em São Paulo. Uma guerra de travessei- ros instantânea. 22 Vintage
  • 23. P é na estrada Invasão 3D Foto: Divulgação Investimentos em tecnologia crescem para atrair o Por Thiago Souza consumidor o A técnica 3D é responsável por um crescimento promissor no to da retina ao olhar objetos do cotidiano, mas também gerada por programas de computador, como é da Unifesp: “Para quem possui labi- rintite, as reações são mais fortes”, explica. mercado de entretenimento. Seu o caso de Avatar e Alice no País das No futuro, empresas estudam uso, principalmente no cinema, é Maravilhas, dois grandes sucessos projetos para lançar a tecnologia uma alternativa para combater a recentes do cinema. em mídias moveis, como celulares, pirataria, os downloads de filmes Outras mídias, como a televisão, players e iPods. O sucesso da téc- e para trazer de volta o publico às também apostam em um futuro de nica pode aumentar o seu fatura- bilheterias, que vende cada vez sucesso com a tecnologia. Empre- mento, e é possível afirmar que a menos entradas. Segundo pes- sas como a sul-coreana Samsung técnica mudará o modo como são quisas do portal Terra, as maiores lançaram, no início deste ano, vistos os programas. bilheterias do ano de 2009 vieram televisores que permitem a imersão de filmes em três dimensões, caso do espectador nas três dimensões. de Up – Altas Aventuras e Monstros Como no cinema, o espectador vs. Alienígenas. precisa utilizar óculos especiais, que O cinema, inventado em 1895 podem trazer desconforto. Segun- pelos irmãos franceses August e do Karen Grapea, estilista, o filme Louis Lumière, causou furor ao ser assistido em três dimensões provo- apresentado à sociedade da época. ca mal-estar e desconforto visual: O filme “L’Arrivé du Train”, de 1900, “Depois de assistir Alice no País das foi a primeira experiência com as Maravilhas, fiquei com os olhos ar- três dimensões para o público. As dendo e com náusea. Provavelmen- imagens de um trem que saía de te não assistirei mais filmes assim”. um túnel e chegava a uma estação No exterior, as empresas que uti- provocaram estardalhaço na platéia lizam esta tecnologia que, eufórica, pensou que o trem para a venda de seus sairia do projetor e invadiria a sala produtos advertem onde o filme estava sendo exibido. sobre possíveis pro- A técnica utilizada para captar o blemas ao espectador, fenômeno tridimensional é deno- como dores de cabeça, minada estereoscopia, que procura náuseas e cansaço visu- uma simulação de duas imagens al. Alguns espectadores da mesma cena que são projetadas ressaltam que uma nos olhos, de pontos distintos, o sensação de flutuação que faz o cérebro processar as ima- é nitidamente perce- gens, causando o efeito. bida ao término de Segundo oftalmologistas, as três cada sessão, conforme dimensões podem ser vistas natu- Fernando Ganança, ralmente, a partir do deslocamen- otorrinolaringologista Junho/2010 23
  • 24. P é na estrada C Na onda do ouch Surfing Por Talyson Rodrigues É só ter um sofá e disposição. O Couch surfing abre portas para o relacionamento e a troca de culturas entre todo o mundo. A internet facilita e muito a aproximação de culturas Para participar, basta ter um sofá e dis- posição para trocar cultura. O CS surgiu Entre as experiências, há que pas- sou pelas positivas mas alguns completamente distintas e em 1999, na cabeça de Casey Fenton, apontam situações inesperadas nas distantes. E é através dessa fer- que faria então uma viagem à Islândia. viagens. ramenta que um grupo de mil- Ele não queria ficar em albergue ou O alemão Mika Straka ficou sem hões de pessoas encontrou a hotel, sem ninguém para conversar ou dormir uma noite sem dormir em oportunidade de potencializar alguém que apresentasse o país, então Barcelona a espera de seu anfitrião essa troca de costumes, abrindo mandou uma mensagem para uma que foi para a balada e se esqueceu a oportunidade de conhecer lista de estudantes “ Estou indo para a do hóspede. pessoalmente uns aos outros Islândia, posso dormir na sua casa?” A Os usuários garantem que há segu- e ainda uma brecha no sofá de surpresa foi que muitos responderam rança e que são poucos os proble- casa para hospedar o mundo que sim. mas ocorridos. Existe uma grau de todo. Dessa brilhante idéia nasceu o couch recomendação de cada usuário do O couch surfing é uma rede so- surfing, que hoje hospeda – não em site, que é dado por pessoas que cial que liga pessoas de Tóquio um sofá, mas em uma página na inter- já se conheceram. Para os descon- ao Rio de Janeiro, do Oiapoque net – mais de 60 milhões de usuários fiados, não é obrigatório hospedar ao Chuí, do Irã aos EUA, os sete de todos os cantos do mundo. ninguém, e nem dormir na casa de mares e os cinco continentes, Philip Carthy, irladês de 26 anos veio desconhecidos. O intuito do site é enfim, conecta todo o globo para o Brasil pela primeira vez pelo CS. a troca de culturas, portanto um terrestre. Hoje ele mora e trabalha aqui. “Vim cafezinho ou uma cerveja podem Carol Mesquita é jornalista e já pela primeira vez ao Brasil para ficar ser de bom tamanho. utilizou de alguns sofás de pes- na casa de uma amiga que conheci no soas até então desconhecidas. couch, um tempo depois eu me mudei “Já viajei muito e sempre tive para cá. Hoje não namoramos mais, boas experiências no Couch mas eu não quero deixar o Brasil” diz Surfing, acho que é um resgate Philip. da confiança nas pessoas.” Foto: Divulgação 24 Vintage
  • 25. N ovidade Andy Warhol Por Thiago Souza Pinacoteca do Estado reúne 170 obras do inventor da pop art, na mais completa mostra realizada sobre o artista. A ndy Warhol, nascido em No Brasil Pittsburgh nos Estados Unidos, é referência quando se fala em artes plásticas e artes em geral e seu currículo é invejável. Trabal- hou em revistas como Vogue e E Andy não parou por aí. Isso é The New Yorker, fazendo também visível porque suas exposições anúncios publicitários e displays causam furor por onde passa. A para vitrines de lojas, além de ser maior mostra já realizada sobre o nada mais do que o pai de um artista está disponível na Pina- movimento artístico que revolu- coteca do Estado de São Paulo, cionou o mundo visual. A pop art surgiu que reúne 44 filmes, 26 pinturas, durante a década de 58 gravuras, 39 fotos e duas ilus- Andy é o inventor do fenômeno trações. chamado pop art que se caracter- 1950, mas sua ascensão veio dez iza pelas cores fortes, vibrantes, anos depois. Andy, nome mais forte A mostra Andy Warhol, Mr. Amer- além de utilizar materiais diversos do movimento, fugiu dos padrões de ica, organizada pelo The Andy como gesso, tinta acrílica, látex e arte de seu tempo. Prova disso é o isso é o uso de Estados Unidos atraiu milhares de poliéster Mas esta arte veio, sobr- pessoas, curiosas, para ver suas etudo, para criticar os hábitos de serigrafias para representar a forma obras. Marilyn Monroe, Ronald consumo da sociedade capitalista de consumo impessoal dos objetos destinados à massa, como as gar- Reagan, ator e 40º presidente dos da época e seu intuito era de rafas de Coca-Cola e as latas de sopa EUA, Mao Tsé-Tung e o boxeador transformar o real em hiper-real. Campbell. Muhammad Ali estão lá, não pes- soalmente, mas estampados em cores vibrantes e vivas pensadas pelo artista americano. Junho/2010 25
  • 26. N ovidade Cultura de Quinta Por Yumi Novais Sem programa para uma quinta à noite? Que tal uma exposição, músi- ca ou um curta? O projeto Cultura de Quinta não é isso, nem aquilo. É tudo junto e misturado! A tora Cibele Appes (Cole- Bangla e Bocato, este tivo Literatura Subsolo) e último, com forte presença pluralidade da noite Salvador Bocutto, dono do na cena musical. Bocato já paulistana é indiscutível. Espaço Cultural Kaverna atuou ao lado de grandes De segunda a segunda, é na Vila Madalena, onde músicos brasileiros como possível encontrar na ci- acontece o Cultura. A visão Rita Lee, Ney Matogrosso, dade um universo cultural desta proposta é a imersão Roberto Carlos, Elis Regina, para todos os estilos e gos- no universo artístico alter- Itamar Assumpção e Carlin- tos. De peças teatrais com nativo de diferentes locais hos Brown. inspiração nas obras de Ni- da cidade, que mistura as Nas artes visuais, o auge etzsche a shows fervorosos vertentes e recria os ambi- foi a Galeria Grafite, pro- do Wando com calcinhas entes. duzida durante o evento. atiradas ao palco. A cultura A miscelânea cultural é Enquanto os corpos pulsa em todo lugar! de tirar o fôlego. Há mani- sassaricavam na pista, o Com tanta diversi- festações artísticas diver- artista simultaneamente dade, é difícil achar algum sas, como artes visuais e grafitava. Um dos convida- projeto que se destaque cênicas, literatura, grafite, dos da Galeria foi o mineiro e chame a atenção dos circo, dança, apresentação Gabriel Nast e suas latas de paulistanos, acostumados de bandas independentes, spray. Além do grafite, ele a uma variedade extensa projetos audiovisuais, entre se apresenta em múltiplas de opções. O Cultura de outros. vertentes, como a Collage, Quinta ganhou espaço e, O pontapé inicial do Cultu- expressão que utiliza de mesmo com pouco tempo ra aconteceu em 11 de vários recortes e colagens de existência, é assunto março. A escolha da pro- para formar uma obra. Ga- constante nas rodas de gramação musical foi de briel possui exposições em estudantes, blogs espalha- alto nível. Como destaques, outras galerias de projetos dos pela internet e redes Degusta Groove, Marco conhecidos, como o Jazz sociais. Vilane, Alex Antunes e nos Fundos. A idéia nasceu a partir participação especial de da parceria entre a produ- 26 Vintage
  • 27. Cultura de Subsolo O Coletivo surgiu do encontro entre Cibele Appes (irmã de Isis), Didi Monteiro e Fernando Dourado, no curso de audiovisual, na UNIP. ”O intercâmbio cul- tural teve início entre Uberlândia (MG) e São Paulo, com a vinda do mineiro Didi Monteiro para a Capital, afim de promover encontros e difundir diferentes vertentes de manifestações artísticas”, explica Isis. O Subsolo se propõe a trabalhar na produção lit- erária junto a outras expressões artísticas com mote à no fomento da arte contemporânea no contexto das úsi- cenas alternativas/independentes, além do incentivo às artes contemporâneas e à projeção de novos ra artistas para a cena artística. .É Aos que procuram relaxar, o Cine Kaverna é a pedida. Com exibição de curtas independentes e isolamento acústico, que permite O Cultura de Quinta deu uma aos que assistem o filme, tranquili- guinada e a próxima etapa será dade. No pós-balada, na calma do itinerante. A idéia é levar para out- amor de uma noite só ou na in- ros bairros e cidades, como Santos quietude da curiosidade de boas (SP), Votuporanga (SP) e Uberlândia produções artísticas. (MG). Novidade também é uma A escolha dos artistas ocorre, revista independente e gratuita, que atualmente, de duas maneiras. “Uma será produzida pelo Coletivo. Uma é o programa de seleção, que é espécie de Cultura de Quinta de aberto no início de cada temporada bolsa. do Coletivo. Também acontecem pesquisas de campo da equipe, que ‘garimpa’ novos artistas, através de indicações e informações em cen- tros culturais onde atuamos”, explica Didi Monteiro, coordenador do Coletivo Cultura Subsolo. Ele faz um balanço positivo da primeira etapa do Cultura. “Todos os participantes gostaram muito da proposta e da at- mosfera do evento. Sempre querem saber quando será a próxima data, e os artistas, se há espaço para uma nova apresentação”. Foto: Divulgação Junho/2010 27
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  • 29. V ocê MyPod O que você anda ouvindo? Cássio Ribeiro: MY POD “Existe uma bagunça no meu mp3. Tem de tudo, são músicas que eu gosto de ouvir também quan- do estou na balada ou em um boteco. A que mais escuto ultimamente é Take me out, do Fraz Ferdinand” Flávio Lima: “Gosto de ouvir músicas boas. Não me prendo a um estilo musical. Agora por exemplo es- tou ouvindo bastante Lenine.” Carla Brandão: “Eu carreguei meu mp3 com músicas nacionais. Prefiro ouvir Chico Buarque quando estou indo para algum lugar.” Junho/2010 29
  • 30. N a noite No s ilêncio Foto Divulgação Foto: Divulgação da pista Por Thaís Napoli Casas noturnas e festas tentam cada vez mais ofe- recer ao seu público novos A gora outro aparelho também tem grande importân- e excitantes eventos. Ba- ladas temáticas, bebidas cia nas pistas. Além das pickups exóticas e ritmos alucinan- dos DJs, fones de ouvido sem fio com um transmissor FM dão tes já são considerados acesso às músicas. São várias atrações ultrapassadas. Patrícia Gilioli, 26 anos, freqüências de sons, os parti- estudante de moda, afirma cipantes escolhem o que ouvir que desde 2008 comparece a conforme seu gosto e dançam todos os “silent eventos” que de acordo com a música. Quem acontecem na Virada Cultural. vê de fora demora a entender. “Quem vai pela primeira vez Já pra quem entra nesse mun- estranha, mas só no começo. do silencioso pode dançar o Quando percebe que pode que quiser, na hora que bem escolher entre três sons de di- entender e até mesmo tirar o ferentes DJs, entende o por- fone um pouquinho se estiver quê do sucesso. Não precisa a fim de bater um papo. Isto é ser só em balada, seria legal Silent Disco, tendência importa- para festas em apartamento da da Inglaterra, direto dos pal- também”, brinca Patrícia. Cada cos do festival de Glastonbury. um com seu jeito de dançar, a Discotecas silenciosas todo o momento utilizam lin- surgem em todos os lugares do guagens corporais e, involun- mundo. No Brasil, a onda apare- tariamente, cantam as músicas ceu pela primeira vez na Virada escolhidas. “É uma maneira di- Cultural de São Paulo em 2008. ferente de curtir, e é isso que o Quem desembarcou no público procura, sair da rotina”. metrô São Bento pôde conferir Em Porto Alegre, duas cerca de 500 pessoas com fones casas noturnas aderiram à idéia. de ouvido, curtindo uma música MyCool e Beco 203 abrem às que ninguém, além deles, ouvia. portas uma vez por mês com Valeu a experiência e a aprova- festa silenciosas e o interesse ção foi imediata. O projeto se é impressionante. Sempre com repete todo ano desde então, filas enormes e lotação máxima e começou a migrar para vários das casas, o público não quer cantos do país. mais trocar o f o n e por nada.
  • 31. De Happy Hour a fim de noite Por Yumi Novais Foto: Divulgação Vintage traz a você uma seleção de bares em São Paulo. Começando pelo Happy Hour sagrado de todo o paulistano ao fim de noite embreagado da cidade Wall Street A partir da venda de bebidas, o bar simula a oscilação das ações em uma bolsa de valores. Um software ex- clusivo faz o preço das cervejas e caipirinhas subir ou Happy Hour descer conforme a demanda. Há 26 mesas equipadas com tela touch screen. Com um simples toque, pode-se consultar o cardápio, fazer o pedido ou acompanhar a cotação das bebidas. Wall Street. Rua Jerônimo da Veiga, 149, Itaim Bibi, Tel:3873-6922. 18h/1h (sex. e sáb. até 2h; fecha dom.). Noite Ó do Borogodó O bar pode ser considerado uma encarnação da Lapa cari- oca em São Paulo. Lembra em muitos aspectos certos bo- tequins daquele pedaço boêmio do Rio: do público jovem de jeitão desencanado, passando pela programação ao vivo do crème de la crème do samba e chorinho. A cerveja é de garrafa e o caldinho de feijão de lamber o beiço. Ó do Borogodó. Rua Horácio Lane, 21, Pinheiros, Tel 3814- 4087. 21h/3h (sáb. 13h/20h e 21h/3h; dom. 19h/0h). Fim de noite Charme da Paulista Quem conhece esse boteco de esquina da Avenida Paulista sabe que ele não tem charme algum, porém, vive lotado e há dias que é praticamente impossível arranjar uma mesa. A cerveja é de gar- rafa e as porções generosas. A miscelânea de pessoas e tipos que encontramos na avenida, se apresenta também no bar. O que o difere, é que funciona 24 horas. Ótimo para os baladeiros que que- rem continuar a noite e nao sabem para onde correr. Charme da Paulista. Avenida Paulista, 1499 (ao lado do Parque Trianon). Funciona 24 horas. Junho/2010 31
  • 32. Por Thiago Souza Teatro O Rei e eu Anna Leonowens (26 de novembro de 1831–19 de janeiro de 1915) foi uma escritora de viagens, educadora e ativista social britânica, INDICA conhecida por ter sido a professora das esposas e dos filhos de Mongkut, rei do Sião, e por ter sido co-fundadora do Nova Scotia College of Art and Design. As experiências de Leonowens no Sião foram romanceadas no livro de Margaret Landon, publicado em 1944, Anna e o Rei do Sião, e em vários filmes e mini-séries de televisão baseados no livro, e mais notavelmente no musical de sucesso de Rodgers e Hammerstein, menu O Rei e Eu, de 1951. Música Em cartaz no Teatro Alfa Álbum: Volume Two Intérprete: She and Him Investida da atriz Zooey Deschanel, famosa por sucessos como 500 dias com ela, com o músico de country-folk M. Ward, que alcançou o sucesso e o reconheci- mento do publico em 2009, durante o festival South by Southwest, em Austin, Texas. O hit Why do you let me stay there uma das musicas mais baixadas e curtidas pelo publico alternativo. 32 Vintage
  • 33. Locação Em cartaz Sherlock Holmes O filme Sherlock Holmes é um investigador do final do século XIX e A hora do pesadelo Ficha Técnica: CAMOS início do século XX A Nightmare on Elm que ficou famoso por Street, EUA, 2010 utilizar, na resolução Direção: Samuel Bayer dos seus mistérios, o Elenco: Jackie Earle Ha- método científico e a ley, Kyle Gallner, Rooney lógica dedutiva. Rachel Mara, Kellan Lutz. McAdams (‘Diários Enredo: Remake da obra de uma Paixão’) será original de 1984 de Wes a intérprete de Irene Craven, que conta a Adler, uma enigmática historia de jovens que começam a sonhar com mulher que atrai o uma figura misteriosa detetive, interpretado com o rosto deformado por Robert Downey Jr. Livro que são assassinadas (‘Homem de Ferro’). enquanto dormem Jude Law será Dr. Juliet Nua e Crua, Editora Watson. Rocco, 272 páginas. Autor: Nick Honrby Sinopse: Ultimo lançamen- to do autor de sucessos como Alta fidelidade e Um grande garoto (ambos transpostos para o cin- ema). Conta a história de Tucker Crowe, que há 20 anos abandonou a carreira de músico em plena turnê de Juliet, seu álbum mais famoso, sem dar expli- cação. Especulações são dadas até hoje, por fãs e seguidores do astro, sem sucesso. Ao mesmo tempo em que é contada ao lei- tor a história de Crowe, é apresentada também a vida de Duncan, fã que ob- cecado pelo popstar, tem o casamento em ruínas. Tudo muda quando o sumido Crowe entra em contato com a mulher de Dun- can, através de um e-mail enviado por ela, dando origem a um novo e estra- nho triângulo amoroso. Junho/2010 33
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