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1
Economia Digital
Serviços e Redes
Multimédia e Novos Serviços
Primeira Monografia
Anabela de Almeida Lopes
Mestrado em Engenharia de Serviços e Gestão
Porto. 2015
2
Resumo:
As novas tecnologias e o comércio electrónico obtiveram uma atenção especial nos
últimos anos. Após uma Economia Tradicional surge uma “Nova Economia” digital assente em
interações e em redes tecnológicas. Às suas significativas contribuições, juntam-se algumas
limitações que criam barreiras à utilização dos novos bens de informação e aos mercados e
que os sustentam.
Largamente utilizadas nos dias de hoje, as tecnologias de informação permitiram uma
revolução económica e industrial impulsionando o aparecimento de novos tipos de negócios,
agora digitais.
Foram muitos os desafios lançados às organizações que de variadas formas, se viram
obrigadas a solucionar problemas inerentes aos novos formatos de interação com o cliente e
de comercialização dos seus produtos.
Palavras chave: Serviços Digitais, Redes Digitais, Novas Tecnologias, Economia Digital
3
Sumário:
1. Introdução ...........................................................................5
2. Serviços Digitais ...................................................................6
3. Redes Digitais.....................................................................17
4. Conclusões Finais...............................................................20
4
Índice de Ílustráçoes:
Ilustração 1 - Compra online de bilhetes Cinemas NOS .............................. 7
Ilustração 2 - Posto de Venda automática Metro do Porto......................... 8
Ilustração 3 - Catálogo online ZARA............................................................ 9
Ilustração 4- Exemplo de informação em loja online................................ 10
Ilustração 5- Guia de tamanhos para homem ZARA ................................. 11
Ilustração 6- Exemplo de método de pagamento em loja online ZARA .... 11
Ilustração 7- Exemplo de cartão virtual MB Net....................................... 13
Ilustração 8- Slogan MB Net..................................................................... 13
Ilustração 9- Exemplo da página Web - Wook ......................................... 14
Ilustração 10- Exemplo de pagamento Site WOOK................................... 14
Ilustração 11- Exemplo de mobile device sem serviço de rede ................. 14
5
Íntroduçáo:
Se antigamente, a economia se baseava na comercialização de produtos físicos e na
transação de dinheiro real com atrasos e custos associados, o século XXI veio revolucionar essa
problemática. O aparecimento das tecnologias e do mundo digital com negócios sem
fronteiras e o novo conceito de globalização impulsionou a emersão da e-conomy com novos
atores associados.
A economia de serviços nasce no pós-revolução industrial que pressupôs a criação do
processo de organização de informação e canais de interação e comunicação.
Ao longo do século XX, os serviços considerados de carácter social (finanças, banca, …)
passaram por um processo de desmaterialização dando assim origem a informação digitalizada
e um workflow intrínseco a esse novo tipo informacional.
Se no século passado atravessamos interações “person to person” / “process to
person” / “machine to person” / etc, hoje convivemos com informação digital baseada em BITS
considerados como unidades de medida da informação digital, NETWORKS como meios de
comunicação e interação e COMPUTERS que servem de prótese e objeto que nos liga a todo
este processo digital.
The new economy is digital and information based
Nesta monografia será analisado o surgimento da economia digital em comparação
com o que acontecia antes do seu aparecimento. Serão apresentados exemplos práticos do
antes e depois e quais as vantagens e limitações que ambas as realidades apresentam.
6
1. Os serviços digitáis
A sociedade em que hoje nos inserimos, não sabe ou, não quer viver ser tecnologia.
Emergimos de um “mundo físico” para um mundo completamente digital que facilitou em
muito o dia-a-dia das pessoas. Numa época em que tempo é dinheiro, um serviço que consiga
minimizar o tempo de atuação dos atores, pode em muito trazer valor para a organização que
o providencia.
O que acontece, é algo bastante preocupante, a falta de criatividade que as novas
gerações têm para lidar com um lapso tecnológico na rotina diária que assumem como natural.
A experiência que vou relatar, aconteceu-me num dia como tantos outros em que
seguia a minha rotina naturalmente.
Como de costume, ou melhor, sempre que possível sento-me no
primeiro banco do autocarro, aquele logo à entrada.
Quando chegou o autocarro, entrei e, o gesto é automático - encostar
o passe a máquina e validar a minha viagem. Tal é o meu espanto quando
reparo que a dita máquina não funciona. Fiquei sem saber o que fazer e o
motorista disse-me que podia simplesmente passar enquanto eu, num gesto
atrapalhado lá lhe ia mostrando o meu passe com a minha foto para
comprovar que era mesmo eu a titular do documento digital (antigamente, era
assim que se fazia. Antes das “máquinas”).
Sentei-me no dito sítio e pensei "Isto vai ser interessante". Muitos
utentes entraram e todos tiveram a mesma reação, entravam e tentavam sem
sucesso validar a sua viagem. O motorista lá repetia o discurso "Está avariada,
pode avançar". Era sábado por volta da hora de almoço e a comunidade que
entrou no autocarro devia rondar os 50/60 anos e, por isso mesmo, todos
tinham a mesma reação que eu tive, mostrar imediatamente o passe com a
foto como forma de comprovar a pertença do mesmo.
Até aqui tudo bem, até que sobe a bordo um rapaz com cerca de 15
anos e no momento em que encosta o passe na máquina e não ouve o natural
sinal de validação, fica completamente petrificado a olhar para o motorista. A
pergunta dele foi imediata "Isto não funciona. E agora?"
Este processo de observação durante a minha viagem de autocarro, suporta a ideia
que inicialmente foi por mim abordada. A tecnologia está presente na nossa vida, em gestos e
momentos que intuitivamente fazemos e vivemos.
Mas e se algo falha, sabemos como reagir? Hoje em dia, é tão natural comprar online
um bilhete de cinema como antigamente era, digiramo-nos ao balcão e comprar
7
presencialmente. A economia digital em que vivemos, facilitou em muito a interação com os
outros, podemos até dizer que eliminou quase por completo a interação interpessoal,
passando nós agora a comunicar apenas com máquinas que nos oferecem rapidamente “à
distância de um clique” aquilo que pretendemos e que em outros tempos demoraríamos
imenso para conseguir.
Mais uma vez, o fator tempo entra em análise. Numa era digital, é tudo uma questão
de tempo. Quanto mais rápido um serviço for, mais satisfeito está o cliente e mais lucro a
empresa arrecadou porque em pouco tempo satisfaz um cliente e imediatamente já está a
receber outro.
É fácil habituarmo-nos a esta facilidade que a tecnologia nos traz e à rapidez com que
efetuamos tarefas que anteriormente eram demoradas e até dispendiosas.
Voltando ao exemplo da compra de bilhetes, podemos agora rapidamente agendar a
sessão de cinema que queremos, o horário que pretendemos e até escolher o lugar na sala de
cinema que mais nos agrada. Pagamos o respetivo valor, e numa questão de minutos
acabamos de comprar um serviço e um produto digital que não temos fisicamente na mão mas
que nos assegura o lugar escolhido, na hora marcada e no filme que pretendemos. Se
pensarmos na forma que este processo era desenvolvido há vinte anos atrás, parece-nos
obsoleta a maneira como este decorria.
Teríamos que nos dirigir ao próprio cinema, o que nos faria gastar dinheiro em
transporte, provavelmente esperar numa fila de pessoas que ali estariam para a mesma
finalidade, acabando por perder imenso tempo e comprar o dito bilhete (produto físico) que
teríamos de guardar em sítio seguro sob pena de se perder e de colocar em risco todo este
processo que já tanto nos custou a desenvolver. Não há benefícios visíveis neste método
tradicional de compra de bilhetes pelo que, o mundo digital pretendeu dar resposta às
necessidades (ou novas necessidades) que os consumidores apresentavam. Executar tarefas
rapidamente, gastando o mínimo possível e assegurando o sucesso e a satisfação.
Ilustração 1 - Compra online de bilhetes Cinemas NOS
8
Existem no entanto, limitações a estes serviços que à partida parecem tão eficazes e
tão bem sucedidos. Uma delas, é a adequação a esta mudança por parte das pessoas que tão
habituadas estavam à forma “tradicional” dos processos.
A interação com os meios digitais ainda é tabu para as gerações mais antigas. A
concordância de que a facilidade e a conveniência do meio digital é uma realidade está bem
assente até nas mentalidades de épocas anteriores, mas a usabilidade e o fácil manuseamento
destas interfaces digitais demonstra-se uma barreira e uma limitação bastante comum. Ainda
são muitos os que preferem optar pelo “meio tradicional” e dirigir-se diretamente ao local
para efetuar determinada tarefa admitindo no entanto, que seria mais fácil faze-lo
digitalmente.
Estas limitações de plataformas pouco adequadas à geração que não cresceu na era
digital, é uma preocupação cada vez maior das organizações que fortemente apostam neste
tipo de serviço digital. Procuram então criar interfaces intuitivas e fáceis de utilizar apoiando-
se para isso em vários tipos de estudos acerca das necessidades dos clientes e observando de
que forma estes utilizam determinado produto digital e quais são as suas reclamações ou até
barreiras à utilização, criando desta forma um ciclo vicioso de constantes melhoramentos até
atingir a plena satisfação do publico-alvo. Á medida que o tempo passa, cada vez são mais
aqueles que se rendem ao facilitismo que a tecnologia oferece acabando por aprender de uma
forma ou outra como manusear este novo tipo de serviços tão impessoais mas no entanto, tão
rápidos e convenientes.
A impessoalidade dos serviços digitais é também um aspeto que pode ser caraterizado
como uma limitação. Hoje poucas vezes lidamos com pessoas, para passarmos a comunicar
com máquinas que supõe que sabemos como comunicar com elas, e a realidade é que sem
esses meios digitais já não sabemos como proceder tão habituados que estamos a usá-los
como meio de transição entre aquilo que precisamos e aquilo que nos é dado.
A verdade, é que a tecnologia está tão patente no nosso dia-a-dia que a falha
tecnológica pode ter consequências de enorme calibre para o utilizador. O grande problema
acontece quando estas falhas existem e não temos forma de proceder da forma “tradicional”
para resolver essa questão.
Ilustração 2 - Posto de Venda automática Metro do Porto
9
A imagem acima suporta a ideia que anteriormente referi. É frequente esta situação de
avaria de máquinas ao longo de toda a linha de Metro na cidade do Porto. Neste tipo de casos,
os utentes não têm outra forma de efetuar a sua compra de bilhetes porque a maioria das
estações não está munida de bilheteira física e muitas delas viram abolidos estes serviços que
agora são feitos pelas ditas máquinas.
Desta forma, a avaria e a falha tecnológica resulta num impedimento de compra de
bilhete que certamente acabará com o utente a não efetuar a viagem pretendida e a falhar a
compromissos que possa ter ou, em caso de urgência e numa tentativa de sorte, a aposta
numa viagem “ilegal” em que as possibilidades de existirem despesas e coimas associadas são
bastante altas. Tudo isto, porque a tecnologia falhou e não temos outra forma de contornar
essa falha que nos é alheia mas que afeta em muito a nossa rotina.
Como forma de solucionar estas situações, torna-se importante adotar um sistema
“híbrido”, articulando o digital com o físico para uma satisfação plena dos clientes e
salvaguardando as preferências digitais ou físicas dos utilizadores. Desta forma, são cada vez
mais as empresas que apostam neste sistema permitindo a compra online / digital, mas
também a opção de adotar o sistema tradicional de compra de produtos.
Bons exemplos destas empresas são as lojas de comércio de roupa que cada vez mais
adotam este tipo de sistema para assim agradar a um maior leque de consumidores, sempre
com o grande objetivo de criar valor para a marca e para o produto oferecido.
A criação de lojas online veio revolucionar a forma como adquirimos produtos.
Podemos rapidamente aceder a uma página web e de forma simples verificar todos os
produtos disponíveis com informações acerca de matérias utilizados para a concepção da peça
de roupa, cores disponíveis, selecionar tamanhos (em casos em que este aspeto se aplique) e
até preços.
Ilustração 3 - Catálogo online ZARA
10
Apesar da aparente facilidade que este tipo de serviços digitais oferece aos
utilizadores, algumas questões são levantadas. Clientes que sempre se habituaram ao ritual de
se dirigir diretamente a um estabelecimento comercial, entrar na loja pretendida e sentir o
produto na própria mão tendem a “duvidar” deste método tão revolucionário.
A verdade é que não existe contato físico e imediato com o produto que irá ser
adquirido. No espaço físico, facilmente verificamos presencialmente o artigo real, e numa
rápida análise apuramos de que material é feito, que cores estão disponíveis, qual o preço e
acima de tudo, temos a oportunidade de experimentar e determinar se vai ou não de encontro
àquilo que pretendemos.
As organizações sentiram então necessidade de dar resposta as estas necessidades
digitais dos seus clientes, oferecendo um leque de informação que refuta todas estas barreiras
digitais. O problema inicial foi o impedimento de experimentar a peça de roupa ou de calçado
que seria pretendido. Existia claramente uma enorme possibilidade de não selecionarmos o
tamanho correto.
O método utilizado é simples e quase sempre eficaz. A criação de uma espécie de
guideline que permita ao utilizador perceber qual o melhor tamanho a escolher conseguiu
resolver o dilema.
Este tipo de guias existem para coleções direcionadas quer para o público masculino
quer para o feminino. Assim, o utilizador poderá averiguar qual o tamanho mas acertado e
desta forma assegurar que irá fazer uma compra certa.
Ilustração 4- Exemplo de informação em loja online
11
Segue-se a problemática do envio e como se irá proceder o pagamento e entrega do
artigo.
Os métodos de pagamento são sem dúvida os que levantam mais incertezas aos mais
céticos neste tipo de processos digitais. Para finalizar uma encomenda é solicitado o
preenchimento de um formulário onde devemos indicar todo o tipo de dados pessoais e
finalmente selecionar o método de pagamento. É aqui que as limitações começam.
A verdade é que em caso de ser selecionado o método de pagamento por multibanco,
devemos indicar o número de cartão bancário para o pagamento da quantia indicada.
Ilustração 5- Guia de tamanhos para homem ZARA
Ilustração 6- Exemplo de método de pagamento em loja online ZARA
12
Numa altura em que a segurança da informação digital se encontra “na boca do
Mundo”, o fornecimento deste tipo de informações torna-se um entrave à compra online.
Mais uma vez, a criação de uma solução viável que persuada o cliente a adotar este método de
pagamento de forma simples e que salvaguarde a segurança dos seus dados foi imprescindível
para o sucesso da venda digital.
Foi perante esta problemática que o serviço Paypal surgiu. Uma solução tecnológica
que permite o pagamento electrónico excluindo a obrigatoriedade de fornecimento de dados
multibanco derrubando essa barreira que seria a segurança informacional do utilizador.
Dada a importância deste assunto, são vários os vídeos que explicam detalhadamente
como se procede à criação de uma conta de utilizador e de que forma os nossos dados são
salvaguardados. No vídeo para o qual o link abaixo no redireciona, verificamos o enfâse dado à
mais-valia que este sistema nos fornece, evitando o provisionamento de informação bancária.
“Paypal, how does it works” :
https://www.youtube.com/watch?v=so9uIkFKCnc
É de salientar a importância dada à salvaguarda de informação e a exaustiva referência
ao não uso de referências multibanco pessoais. Desta forma, comprar online torna-se bastante
simples e acima de tudo seguro.
Claro que, a maioria das lojas que adotam este tipo de serviço digital, promovem este
método de pagamento para refutar imediatamente a preocupação do cliente acerca do
fornecimento de informações pessoais, incitando assim até o mais céticos a utilizar as
encomendas online como alternativas ao método tradicional de compra.
Uma alternativa ao serviço Paypal, é o serviço de marca nacional denominado MB Net.
O sistema é idêntico e o objetivo é o mesmo.
No caso português, é criado um cartão virtual e temporário em que o utilizador tem a
possibilidade de escolher um montante limite para o seu novo cartão digital. Rapidamente é
devolvido um cartão virtual com todas as informações que são requeridas numa compra
online.
Este cartão está associado à nossa conta multibanco, mas como concebe uma
referência multibanco digital, não divulgamos a nossa referência real.
13
Ilustração 7- Exemplo de cartão virtual MB Net
À semelhança do que acontece com o serviço Paypal, também todos os nossos dados
são salvaguardados e a tarefa de compra online é mais uma vez facilitada. São muitos os
vídeos explicativos de como se deve utilizar e criar um MB Net auxiliando o utilizador neste
método digital de pagamento.
“GUIA/TUTORIAL | COMO ADERIR AO MBNET E CRIAR CARTÕES DE CRÉDITO VIRTUAIS”:
https://www.youtube.com/watch?v=fiVdJCuOJ9g
O slogan apresentado na imagem abaixo, espelha bem o objetivo que este método
pretende alcançar. Para o sucesso da venda online tornou-se de extrema importância a criação
de uma solução plausível que pudesse cativar o utilizador a aderir a este serviço. A segurança
da informação pessoal era a maior problemática e a maior barreira à utilização da compra
digital e assim, surgem recursos que facilitam e impulsionam este novo método de negócio
que cada vez mais emerge na e-conomy que hoje presenciamos.
Ilustração 8- Slogan MB Net
14
A adesão a este novo método não se resume apenas a lojas de retalho, também lojas
físicas de tecnologia e até de livros já se renderam à nova tendência de mercado.
Se antigamente a compra dos livros escolares no início do ano letivo era uma tarefa
quase impossível, agora, à distância de um clique podemos fazê-lo. São evitadas as longas filas
de espera, deslocações à escola para consultar a lista de livros e a posteriores deslocações a
uma livraria (preferencialmente geograficamente próxima da escola) para adquirir os livros. Os
parênteses utilizados na frase anterior devem-se essencialmente ao facto de nem sempre
existirem os livros pretendidos em todas livrarias a nível nacional.
O sistema usado pelas livrarias, consistia na venda de determinados manuais escolares
consoante as escolas que se encontrassem na zona. Assim, se um aluno fosse estudante numa
escola longe da sua área de residência teria quase obrigatoriamente de se deslocar para que
fosse possível adquirir os livros que constavam na lista de manuais fornecida pela escola.
Era realmente um transtorno para pais e estudantes que esperavam infinidades de
horas nas filas de espera das livrarias, existindo ainda a agravante de a dada altura dar-se uma
ruptura de stock em loja, comprometendo todo o esforço.
É neste sentido que a venda online se apresentou como uma alternativa bastante
aliciante. A título de exemplo, importa referir a empresa “Wook”, novamente uma alternativa
100% nacional que permite a aquisição de livros através da internet.
A grande diferença desta livraria online é exatamente isso – ser apenas online. Não
existe espaço físico pelo que, todas as compras são feitas na web. Voltando ao exemplo dos
livros escolares, na Wook, o problema dos manuais providenciados por zona geográfica foi
inteligentemente resolvido através de um processo de filtro por distrito, escola e disciplinas.
Assim, a deslocação à escola para obtenção da lista de manuais e até o deslocamento ao
espaço físico de compra são evitados.
Ilustração 9- Exemplo da página Web - Wook
15
Após selecionar todos os artigos que pretendemos encomendar, os produtos serão
entregues na morada fornecida mediante taxas de envio que podem variar consoante o tempo
de espera que o estejamos dispostos a aguardar.
Mais uma vez, são várias as opções de pagamento para que o utilizador não se sinta
obrigado a fornecer informação bancária que considere pessoal e intransmissível.
Perante todos os exemplos acima apresentados, podemos facilmente entender as
enumeras vantagens que a tecnologia e os negócios online vieram trazer à nova sociedade do
século XXI.
Na digital economy baseada em pessoas, processos e máquinas e com foco nas redes
e networks que proporcionam o workflow de bits, o valor é criado através da gestão de
informação e da movimentação de bits contrastando com a antiga transação e movimentação
de produtos e bens físicos.
Ilustração 10- Exemplo de pagamento Site WOOK
16
Se os serviços se iniciam no cliente e nas suas necessidades, a interação entre a
organização e o utilizador apresenta-se como uma medida fulcral para o sucesso do serviço a
oferecer e na inerente proposta de valor.
O modelo de relações proposto por Peter Keen promove a interação com o cliente e a
análise da informação acerca de necessidades como passos que devem ser percorridos, antes
da propriamente dita transação daquilo que o cliente requer.
“A digitalização da economia vai muito para além da proliferação de
dispositivos tecnológicos. Encontra-se também na forma como estes se ligam e transmitem
dados com informações que antes eram inacessíveis. É a internet das coisas.”
1
É assim reconhecido o Pull Model como caraterizador da nova tendência de negócio
digital. Nesta abordagem o cliente é o “rei” pois é ele quem decide a forma como o produtor
deve elaborar o seu produto.
Ao contrário do modelo Push em que o fornecedor tem mais influência e controla
tendências de concepção de produtos, o modelo Pull foca-se no cliente e nas suas
necessidades “obrigando” o fornecedor a ajustar as especificações do seu produto para que
estas satisfaçam as expectativas do cliente.
Associando todos estes conceitos às vantagens que as plataformas digitais trazem aos
utilizadores promovendo o facilitismo e a conveniência de utilização, surgem serviços digitais
cada vez mais aliciantes ao cliente que rapidamente esquecem todas as barreiras e limitações
referidas ao longo deste trabalho.
É desta forma que os negócios digitais e online vão ganhando mais forma e se vão
inserindo de forma massiva na nossa sociedade tornando-nos dependentes da sua utilização
para realizar tarefas que outrora nos eram tão demoradas e economicamente penosas.
1
Jornal Expresso Economia. Edição de Sábado, 3 de Outubro de 2015
17
2. Redes Digitáis
Um serviço não é considerado digital, se a ele não estiverem associadas redes digitais
que permitam o fluxo de bits.
Vivemos assumidamente numa sociedade de redes constituída por três grandes
indústrias – Telecomunicações, Computadores e Conteúdos - vistas como tecnologias
multimédia. Estas três indústrias são baseadas em conexões, utilizadores e tecnologias.
As telecomunicações permitem a comunicação de informação digital, os
computadores são meio que nos ligam a essa informação e o conteúdo representa a
informação que circula nestas redes digitais
Foram várias as épocas pela qual a sociedade passou até chegar aos dias e à economia
que hoje conhecemos.
A Era da Manufatura em 1900 em que vigorava a produção em massa; em 1960 a Era
da distribuição que promoveu os canais de venda, o marketing e a logística; a Era da
Informação nos anos 90 onde os computadores, as networks e a internet começaram a tornar
possível a previsão do culminar da tecnologia digital que se concebeu no início do milénio em
2010 com o surgimento da Era do consumidor baseada em redes de interação e comunicação
em que a customização de serviços e produtos e a transação de bens digitais se instalou na
economia.
As redes digitais permitiram uma comunicação e aproximação entre as organizações e
o seu publico-alvo. Agora, facilmente são analisadas tendências de mercado e necessidades
que um cliente tem perante determinado produto ou serviço. A personalização de bens digitais
consoante as especificações demonstradas e requeridas pelo cliente são hoje o core da
sociedade digital.
São então identificadas diferentes fases que ligam o conteúdo ao cliente:
a) Criação, direcionada para um segmento de clientes e não para o mercado
em geral;
b) Personalização, tendo em conta o levantamento e análise de necessidades
demonstradas pelo utilizador;
c) Contexto em que estas relações (entre produtor e consumidor) acontecem
e qual o meio (rede) pela qual se mantêm. Any time, Any place ,Any how
d) Conexão/Comunicação
e) Cooperação e colaboração
Ultrapassados todos estes passos o produto (conteúdo) chega ao consumidor de forma
clara e pertinente permitindo uma satisfação plena e o cumprimento de objetivos que a
proposta de valor pressupunha.
18
Mas será que o consumidor, é apenas consumidor? Nos tempos atuais, todos somos
consumidores mas ao mesmo tempo produtores. Sempre que inserimos informações na web
(posts nas redes sociais, feedbacks em relação a algum produto/serviço) estamos a assumir-
nos como produtores e consumidores concomitantemente. Esta nova perspetiva deu origem a
um novo conceito de Prosumer (producer + consumer) que retrata a simultaneidade de
tarefas.
Podemos considerar esta nova realidade como um mundo de plataformas conectadas
que promovem o fluxo de informação acessível em qualquer dispositivo móvel desde que este
esteja ligado a uma rede que permita o acesso a essa informação ( por exemplo a rede wifi).
A rede digital é o que permite o utilizador aceder a qualquer conteúdo digital em
qualquer altura e em qualquer lugar e comunicar com outros utilizadores independentemente
da sua localização.
Ilustração 11- Exemplo de mobile device sem serviço
de rede
19
Apoiadas pelas TIC’s (Tecnologias de Informação e Comunicação), as redes digitais
tornaram-nos numa sociedade plenamente contetada promovendo a transmissão de
informação em tempo real para qualquer parte do Mundo através de um simples toque ou
clique num dispositivo ligado à rede.
O Mundo tornou-se mais pequeno e a oportunidade da criação de uma diversidade de
serviços que se liguem ao consumidor transformou a economia dos dias de hoje.
20
3. Conclusoes fináis:
A elaboração desta monografia permitiu um estudo elaborado acerca dos novos
métodos de transação utilizadas pelas organizações digitais. Possibilitou-me uma reflexão
acerca da nova sociedade digital e de como estamos intrinsecamente dependentes dela.
Apercebi-me de que por vezes, nem nos damos conta do quão habituados estamos a
lidar com tecnologias e de que em caso de falha das mesmas, ficamos de certa forma
desamparados e impossibilitados de continuar com o nosso dia ou rotina. Foi bastante
agradável pensar e refletir acerca deste assunto e destes procedimentos que já nos são tão
naturais.
Após este estudo, sem dúvida que vou ver as coisas de outra forma, nomeadamente o
aparecimento constante de novos serviços digitais e os estudos que estão atrás da sua
implementação. A atenção às necessidades dos clientes é claramente um ponto fulcral para o
sucesso e é nesse aspeto que os produtores se apoiam.
Em forma de conclusão, foi um trabalho que muito gosto me deu a fazer e que em
muito contribuiu para uma nova perspetiva acerca da sociedade e economia digital dos dias de
hoje.

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Economia Digital Serviços e Redes

  • 1. 1 Economia Digital Serviços e Redes Multimédia e Novos Serviços Primeira Monografia Anabela de Almeida Lopes Mestrado em Engenharia de Serviços e Gestão Porto. 2015
  • 2. 2 Resumo: As novas tecnologias e o comércio electrónico obtiveram uma atenção especial nos últimos anos. Após uma Economia Tradicional surge uma “Nova Economia” digital assente em interações e em redes tecnológicas. Às suas significativas contribuições, juntam-se algumas limitações que criam barreiras à utilização dos novos bens de informação e aos mercados e que os sustentam. Largamente utilizadas nos dias de hoje, as tecnologias de informação permitiram uma revolução económica e industrial impulsionando o aparecimento de novos tipos de negócios, agora digitais. Foram muitos os desafios lançados às organizações que de variadas formas, se viram obrigadas a solucionar problemas inerentes aos novos formatos de interação com o cliente e de comercialização dos seus produtos. Palavras chave: Serviços Digitais, Redes Digitais, Novas Tecnologias, Economia Digital
  • 3. 3 Sumário: 1. Introdução ...........................................................................5 2. Serviços Digitais ...................................................................6 3. Redes Digitais.....................................................................17 4. Conclusões Finais...............................................................20
  • 4. 4 Índice de Ílustráçoes: Ilustração 1 - Compra online de bilhetes Cinemas NOS .............................. 7 Ilustração 2 - Posto de Venda automática Metro do Porto......................... 8 Ilustração 3 - Catálogo online ZARA............................................................ 9 Ilustração 4- Exemplo de informação em loja online................................ 10 Ilustração 5- Guia de tamanhos para homem ZARA ................................. 11 Ilustração 6- Exemplo de método de pagamento em loja online ZARA .... 11 Ilustração 7- Exemplo de cartão virtual MB Net....................................... 13 Ilustração 8- Slogan MB Net..................................................................... 13 Ilustração 9- Exemplo da página Web - Wook ......................................... 14 Ilustração 10- Exemplo de pagamento Site WOOK................................... 14 Ilustração 11- Exemplo de mobile device sem serviço de rede ................. 14
  • 5. 5 Íntroduçáo: Se antigamente, a economia se baseava na comercialização de produtos físicos e na transação de dinheiro real com atrasos e custos associados, o século XXI veio revolucionar essa problemática. O aparecimento das tecnologias e do mundo digital com negócios sem fronteiras e o novo conceito de globalização impulsionou a emersão da e-conomy com novos atores associados. A economia de serviços nasce no pós-revolução industrial que pressupôs a criação do processo de organização de informação e canais de interação e comunicação. Ao longo do século XX, os serviços considerados de carácter social (finanças, banca, …) passaram por um processo de desmaterialização dando assim origem a informação digitalizada e um workflow intrínseco a esse novo tipo informacional. Se no século passado atravessamos interações “person to person” / “process to person” / “machine to person” / etc, hoje convivemos com informação digital baseada em BITS considerados como unidades de medida da informação digital, NETWORKS como meios de comunicação e interação e COMPUTERS que servem de prótese e objeto que nos liga a todo este processo digital. The new economy is digital and information based Nesta monografia será analisado o surgimento da economia digital em comparação com o que acontecia antes do seu aparecimento. Serão apresentados exemplos práticos do antes e depois e quais as vantagens e limitações que ambas as realidades apresentam.
  • 6. 6 1. Os serviços digitáis A sociedade em que hoje nos inserimos, não sabe ou, não quer viver ser tecnologia. Emergimos de um “mundo físico” para um mundo completamente digital que facilitou em muito o dia-a-dia das pessoas. Numa época em que tempo é dinheiro, um serviço que consiga minimizar o tempo de atuação dos atores, pode em muito trazer valor para a organização que o providencia. O que acontece, é algo bastante preocupante, a falta de criatividade que as novas gerações têm para lidar com um lapso tecnológico na rotina diária que assumem como natural. A experiência que vou relatar, aconteceu-me num dia como tantos outros em que seguia a minha rotina naturalmente. Como de costume, ou melhor, sempre que possível sento-me no primeiro banco do autocarro, aquele logo à entrada. Quando chegou o autocarro, entrei e, o gesto é automático - encostar o passe a máquina e validar a minha viagem. Tal é o meu espanto quando reparo que a dita máquina não funciona. Fiquei sem saber o que fazer e o motorista disse-me que podia simplesmente passar enquanto eu, num gesto atrapalhado lá lhe ia mostrando o meu passe com a minha foto para comprovar que era mesmo eu a titular do documento digital (antigamente, era assim que se fazia. Antes das “máquinas”). Sentei-me no dito sítio e pensei "Isto vai ser interessante". Muitos utentes entraram e todos tiveram a mesma reação, entravam e tentavam sem sucesso validar a sua viagem. O motorista lá repetia o discurso "Está avariada, pode avançar". Era sábado por volta da hora de almoço e a comunidade que entrou no autocarro devia rondar os 50/60 anos e, por isso mesmo, todos tinham a mesma reação que eu tive, mostrar imediatamente o passe com a foto como forma de comprovar a pertença do mesmo. Até aqui tudo bem, até que sobe a bordo um rapaz com cerca de 15 anos e no momento em que encosta o passe na máquina e não ouve o natural sinal de validação, fica completamente petrificado a olhar para o motorista. A pergunta dele foi imediata "Isto não funciona. E agora?" Este processo de observação durante a minha viagem de autocarro, suporta a ideia que inicialmente foi por mim abordada. A tecnologia está presente na nossa vida, em gestos e momentos que intuitivamente fazemos e vivemos. Mas e se algo falha, sabemos como reagir? Hoje em dia, é tão natural comprar online um bilhete de cinema como antigamente era, digiramo-nos ao balcão e comprar
  • 7. 7 presencialmente. A economia digital em que vivemos, facilitou em muito a interação com os outros, podemos até dizer que eliminou quase por completo a interação interpessoal, passando nós agora a comunicar apenas com máquinas que nos oferecem rapidamente “à distância de um clique” aquilo que pretendemos e que em outros tempos demoraríamos imenso para conseguir. Mais uma vez, o fator tempo entra em análise. Numa era digital, é tudo uma questão de tempo. Quanto mais rápido um serviço for, mais satisfeito está o cliente e mais lucro a empresa arrecadou porque em pouco tempo satisfaz um cliente e imediatamente já está a receber outro. É fácil habituarmo-nos a esta facilidade que a tecnologia nos traz e à rapidez com que efetuamos tarefas que anteriormente eram demoradas e até dispendiosas. Voltando ao exemplo da compra de bilhetes, podemos agora rapidamente agendar a sessão de cinema que queremos, o horário que pretendemos e até escolher o lugar na sala de cinema que mais nos agrada. Pagamos o respetivo valor, e numa questão de minutos acabamos de comprar um serviço e um produto digital que não temos fisicamente na mão mas que nos assegura o lugar escolhido, na hora marcada e no filme que pretendemos. Se pensarmos na forma que este processo era desenvolvido há vinte anos atrás, parece-nos obsoleta a maneira como este decorria. Teríamos que nos dirigir ao próprio cinema, o que nos faria gastar dinheiro em transporte, provavelmente esperar numa fila de pessoas que ali estariam para a mesma finalidade, acabando por perder imenso tempo e comprar o dito bilhete (produto físico) que teríamos de guardar em sítio seguro sob pena de se perder e de colocar em risco todo este processo que já tanto nos custou a desenvolver. Não há benefícios visíveis neste método tradicional de compra de bilhetes pelo que, o mundo digital pretendeu dar resposta às necessidades (ou novas necessidades) que os consumidores apresentavam. Executar tarefas rapidamente, gastando o mínimo possível e assegurando o sucesso e a satisfação. Ilustração 1 - Compra online de bilhetes Cinemas NOS
  • 8. 8 Existem no entanto, limitações a estes serviços que à partida parecem tão eficazes e tão bem sucedidos. Uma delas, é a adequação a esta mudança por parte das pessoas que tão habituadas estavam à forma “tradicional” dos processos. A interação com os meios digitais ainda é tabu para as gerações mais antigas. A concordância de que a facilidade e a conveniência do meio digital é uma realidade está bem assente até nas mentalidades de épocas anteriores, mas a usabilidade e o fácil manuseamento destas interfaces digitais demonstra-se uma barreira e uma limitação bastante comum. Ainda são muitos os que preferem optar pelo “meio tradicional” e dirigir-se diretamente ao local para efetuar determinada tarefa admitindo no entanto, que seria mais fácil faze-lo digitalmente. Estas limitações de plataformas pouco adequadas à geração que não cresceu na era digital, é uma preocupação cada vez maior das organizações que fortemente apostam neste tipo de serviço digital. Procuram então criar interfaces intuitivas e fáceis de utilizar apoiando- se para isso em vários tipos de estudos acerca das necessidades dos clientes e observando de que forma estes utilizam determinado produto digital e quais são as suas reclamações ou até barreiras à utilização, criando desta forma um ciclo vicioso de constantes melhoramentos até atingir a plena satisfação do publico-alvo. Á medida que o tempo passa, cada vez são mais aqueles que se rendem ao facilitismo que a tecnologia oferece acabando por aprender de uma forma ou outra como manusear este novo tipo de serviços tão impessoais mas no entanto, tão rápidos e convenientes. A impessoalidade dos serviços digitais é também um aspeto que pode ser caraterizado como uma limitação. Hoje poucas vezes lidamos com pessoas, para passarmos a comunicar com máquinas que supõe que sabemos como comunicar com elas, e a realidade é que sem esses meios digitais já não sabemos como proceder tão habituados que estamos a usá-los como meio de transição entre aquilo que precisamos e aquilo que nos é dado. A verdade, é que a tecnologia está tão patente no nosso dia-a-dia que a falha tecnológica pode ter consequências de enorme calibre para o utilizador. O grande problema acontece quando estas falhas existem e não temos forma de proceder da forma “tradicional” para resolver essa questão. Ilustração 2 - Posto de Venda automática Metro do Porto
  • 9. 9 A imagem acima suporta a ideia que anteriormente referi. É frequente esta situação de avaria de máquinas ao longo de toda a linha de Metro na cidade do Porto. Neste tipo de casos, os utentes não têm outra forma de efetuar a sua compra de bilhetes porque a maioria das estações não está munida de bilheteira física e muitas delas viram abolidos estes serviços que agora são feitos pelas ditas máquinas. Desta forma, a avaria e a falha tecnológica resulta num impedimento de compra de bilhete que certamente acabará com o utente a não efetuar a viagem pretendida e a falhar a compromissos que possa ter ou, em caso de urgência e numa tentativa de sorte, a aposta numa viagem “ilegal” em que as possibilidades de existirem despesas e coimas associadas são bastante altas. Tudo isto, porque a tecnologia falhou e não temos outra forma de contornar essa falha que nos é alheia mas que afeta em muito a nossa rotina. Como forma de solucionar estas situações, torna-se importante adotar um sistema “híbrido”, articulando o digital com o físico para uma satisfação plena dos clientes e salvaguardando as preferências digitais ou físicas dos utilizadores. Desta forma, são cada vez mais as empresas que apostam neste sistema permitindo a compra online / digital, mas também a opção de adotar o sistema tradicional de compra de produtos. Bons exemplos destas empresas são as lojas de comércio de roupa que cada vez mais adotam este tipo de sistema para assim agradar a um maior leque de consumidores, sempre com o grande objetivo de criar valor para a marca e para o produto oferecido. A criação de lojas online veio revolucionar a forma como adquirimos produtos. Podemos rapidamente aceder a uma página web e de forma simples verificar todos os produtos disponíveis com informações acerca de matérias utilizados para a concepção da peça de roupa, cores disponíveis, selecionar tamanhos (em casos em que este aspeto se aplique) e até preços. Ilustração 3 - Catálogo online ZARA
  • 10. 10 Apesar da aparente facilidade que este tipo de serviços digitais oferece aos utilizadores, algumas questões são levantadas. Clientes que sempre se habituaram ao ritual de se dirigir diretamente a um estabelecimento comercial, entrar na loja pretendida e sentir o produto na própria mão tendem a “duvidar” deste método tão revolucionário. A verdade é que não existe contato físico e imediato com o produto que irá ser adquirido. No espaço físico, facilmente verificamos presencialmente o artigo real, e numa rápida análise apuramos de que material é feito, que cores estão disponíveis, qual o preço e acima de tudo, temos a oportunidade de experimentar e determinar se vai ou não de encontro àquilo que pretendemos. As organizações sentiram então necessidade de dar resposta as estas necessidades digitais dos seus clientes, oferecendo um leque de informação que refuta todas estas barreiras digitais. O problema inicial foi o impedimento de experimentar a peça de roupa ou de calçado que seria pretendido. Existia claramente uma enorme possibilidade de não selecionarmos o tamanho correto. O método utilizado é simples e quase sempre eficaz. A criação de uma espécie de guideline que permita ao utilizador perceber qual o melhor tamanho a escolher conseguiu resolver o dilema. Este tipo de guias existem para coleções direcionadas quer para o público masculino quer para o feminino. Assim, o utilizador poderá averiguar qual o tamanho mas acertado e desta forma assegurar que irá fazer uma compra certa. Ilustração 4- Exemplo de informação em loja online
  • 11. 11 Segue-se a problemática do envio e como se irá proceder o pagamento e entrega do artigo. Os métodos de pagamento são sem dúvida os que levantam mais incertezas aos mais céticos neste tipo de processos digitais. Para finalizar uma encomenda é solicitado o preenchimento de um formulário onde devemos indicar todo o tipo de dados pessoais e finalmente selecionar o método de pagamento. É aqui que as limitações começam. A verdade é que em caso de ser selecionado o método de pagamento por multibanco, devemos indicar o número de cartão bancário para o pagamento da quantia indicada. Ilustração 5- Guia de tamanhos para homem ZARA Ilustração 6- Exemplo de método de pagamento em loja online ZARA
  • 12. 12 Numa altura em que a segurança da informação digital se encontra “na boca do Mundo”, o fornecimento deste tipo de informações torna-se um entrave à compra online. Mais uma vez, a criação de uma solução viável que persuada o cliente a adotar este método de pagamento de forma simples e que salvaguarde a segurança dos seus dados foi imprescindível para o sucesso da venda digital. Foi perante esta problemática que o serviço Paypal surgiu. Uma solução tecnológica que permite o pagamento electrónico excluindo a obrigatoriedade de fornecimento de dados multibanco derrubando essa barreira que seria a segurança informacional do utilizador. Dada a importância deste assunto, são vários os vídeos que explicam detalhadamente como se procede à criação de uma conta de utilizador e de que forma os nossos dados são salvaguardados. No vídeo para o qual o link abaixo no redireciona, verificamos o enfâse dado à mais-valia que este sistema nos fornece, evitando o provisionamento de informação bancária. “Paypal, how does it works” : https://www.youtube.com/watch?v=so9uIkFKCnc É de salientar a importância dada à salvaguarda de informação e a exaustiva referência ao não uso de referências multibanco pessoais. Desta forma, comprar online torna-se bastante simples e acima de tudo seguro. Claro que, a maioria das lojas que adotam este tipo de serviço digital, promovem este método de pagamento para refutar imediatamente a preocupação do cliente acerca do fornecimento de informações pessoais, incitando assim até o mais céticos a utilizar as encomendas online como alternativas ao método tradicional de compra. Uma alternativa ao serviço Paypal, é o serviço de marca nacional denominado MB Net. O sistema é idêntico e o objetivo é o mesmo. No caso português, é criado um cartão virtual e temporário em que o utilizador tem a possibilidade de escolher um montante limite para o seu novo cartão digital. Rapidamente é devolvido um cartão virtual com todas as informações que são requeridas numa compra online. Este cartão está associado à nossa conta multibanco, mas como concebe uma referência multibanco digital, não divulgamos a nossa referência real.
  • 13. 13 Ilustração 7- Exemplo de cartão virtual MB Net À semelhança do que acontece com o serviço Paypal, também todos os nossos dados são salvaguardados e a tarefa de compra online é mais uma vez facilitada. São muitos os vídeos explicativos de como se deve utilizar e criar um MB Net auxiliando o utilizador neste método digital de pagamento. “GUIA/TUTORIAL | COMO ADERIR AO MBNET E CRIAR CARTÕES DE CRÉDITO VIRTUAIS”: https://www.youtube.com/watch?v=fiVdJCuOJ9g O slogan apresentado na imagem abaixo, espelha bem o objetivo que este método pretende alcançar. Para o sucesso da venda online tornou-se de extrema importância a criação de uma solução plausível que pudesse cativar o utilizador a aderir a este serviço. A segurança da informação pessoal era a maior problemática e a maior barreira à utilização da compra digital e assim, surgem recursos que facilitam e impulsionam este novo método de negócio que cada vez mais emerge na e-conomy que hoje presenciamos. Ilustração 8- Slogan MB Net
  • 14. 14 A adesão a este novo método não se resume apenas a lojas de retalho, também lojas físicas de tecnologia e até de livros já se renderam à nova tendência de mercado. Se antigamente a compra dos livros escolares no início do ano letivo era uma tarefa quase impossível, agora, à distância de um clique podemos fazê-lo. São evitadas as longas filas de espera, deslocações à escola para consultar a lista de livros e a posteriores deslocações a uma livraria (preferencialmente geograficamente próxima da escola) para adquirir os livros. Os parênteses utilizados na frase anterior devem-se essencialmente ao facto de nem sempre existirem os livros pretendidos em todas livrarias a nível nacional. O sistema usado pelas livrarias, consistia na venda de determinados manuais escolares consoante as escolas que se encontrassem na zona. Assim, se um aluno fosse estudante numa escola longe da sua área de residência teria quase obrigatoriamente de se deslocar para que fosse possível adquirir os livros que constavam na lista de manuais fornecida pela escola. Era realmente um transtorno para pais e estudantes que esperavam infinidades de horas nas filas de espera das livrarias, existindo ainda a agravante de a dada altura dar-se uma ruptura de stock em loja, comprometendo todo o esforço. É neste sentido que a venda online se apresentou como uma alternativa bastante aliciante. A título de exemplo, importa referir a empresa “Wook”, novamente uma alternativa 100% nacional que permite a aquisição de livros através da internet. A grande diferença desta livraria online é exatamente isso – ser apenas online. Não existe espaço físico pelo que, todas as compras são feitas na web. Voltando ao exemplo dos livros escolares, na Wook, o problema dos manuais providenciados por zona geográfica foi inteligentemente resolvido através de um processo de filtro por distrito, escola e disciplinas. Assim, a deslocação à escola para obtenção da lista de manuais e até o deslocamento ao espaço físico de compra são evitados. Ilustração 9- Exemplo da página Web - Wook
  • 15. 15 Após selecionar todos os artigos que pretendemos encomendar, os produtos serão entregues na morada fornecida mediante taxas de envio que podem variar consoante o tempo de espera que o estejamos dispostos a aguardar. Mais uma vez, são várias as opções de pagamento para que o utilizador não se sinta obrigado a fornecer informação bancária que considere pessoal e intransmissível. Perante todos os exemplos acima apresentados, podemos facilmente entender as enumeras vantagens que a tecnologia e os negócios online vieram trazer à nova sociedade do século XXI. Na digital economy baseada em pessoas, processos e máquinas e com foco nas redes e networks que proporcionam o workflow de bits, o valor é criado através da gestão de informação e da movimentação de bits contrastando com a antiga transação e movimentação de produtos e bens físicos. Ilustração 10- Exemplo de pagamento Site WOOK
  • 16. 16 Se os serviços se iniciam no cliente e nas suas necessidades, a interação entre a organização e o utilizador apresenta-se como uma medida fulcral para o sucesso do serviço a oferecer e na inerente proposta de valor. O modelo de relações proposto por Peter Keen promove a interação com o cliente e a análise da informação acerca de necessidades como passos que devem ser percorridos, antes da propriamente dita transação daquilo que o cliente requer. “A digitalização da economia vai muito para além da proliferação de dispositivos tecnológicos. Encontra-se também na forma como estes se ligam e transmitem dados com informações que antes eram inacessíveis. É a internet das coisas.” 1 É assim reconhecido o Pull Model como caraterizador da nova tendência de negócio digital. Nesta abordagem o cliente é o “rei” pois é ele quem decide a forma como o produtor deve elaborar o seu produto. Ao contrário do modelo Push em que o fornecedor tem mais influência e controla tendências de concepção de produtos, o modelo Pull foca-se no cliente e nas suas necessidades “obrigando” o fornecedor a ajustar as especificações do seu produto para que estas satisfaçam as expectativas do cliente. Associando todos estes conceitos às vantagens que as plataformas digitais trazem aos utilizadores promovendo o facilitismo e a conveniência de utilização, surgem serviços digitais cada vez mais aliciantes ao cliente que rapidamente esquecem todas as barreiras e limitações referidas ao longo deste trabalho. É desta forma que os negócios digitais e online vão ganhando mais forma e se vão inserindo de forma massiva na nossa sociedade tornando-nos dependentes da sua utilização para realizar tarefas que outrora nos eram tão demoradas e economicamente penosas. 1 Jornal Expresso Economia. Edição de Sábado, 3 de Outubro de 2015
  • 17. 17 2. Redes Digitáis Um serviço não é considerado digital, se a ele não estiverem associadas redes digitais que permitam o fluxo de bits. Vivemos assumidamente numa sociedade de redes constituída por três grandes indústrias – Telecomunicações, Computadores e Conteúdos - vistas como tecnologias multimédia. Estas três indústrias são baseadas em conexões, utilizadores e tecnologias. As telecomunicações permitem a comunicação de informação digital, os computadores são meio que nos ligam a essa informação e o conteúdo representa a informação que circula nestas redes digitais Foram várias as épocas pela qual a sociedade passou até chegar aos dias e à economia que hoje conhecemos. A Era da Manufatura em 1900 em que vigorava a produção em massa; em 1960 a Era da distribuição que promoveu os canais de venda, o marketing e a logística; a Era da Informação nos anos 90 onde os computadores, as networks e a internet começaram a tornar possível a previsão do culminar da tecnologia digital que se concebeu no início do milénio em 2010 com o surgimento da Era do consumidor baseada em redes de interação e comunicação em que a customização de serviços e produtos e a transação de bens digitais se instalou na economia. As redes digitais permitiram uma comunicação e aproximação entre as organizações e o seu publico-alvo. Agora, facilmente são analisadas tendências de mercado e necessidades que um cliente tem perante determinado produto ou serviço. A personalização de bens digitais consoante as especificações demonstradas e requeridas pelo cliente são hoje o core da sociedade digital. São então identificadas diferentes fases que ligam o conteúdo ao cliente: a) Criação, direcionada para um segmento de clientes e não para o mercado em geral; b) Personalização, tendo em conta o levantamento e análise de necessidades demonstradas pelo utilizador; c) Contexto em que estas relações (entre produtor e consumidor) acontecem e qual o meio (rede) pela qual se mantêm. Any time, Any place ,Any how d) Conexão/Comunicação e) Cooperação e colaboração Ultrapassados todos estes passos o produto (conteúdo) chega ao consumidor de forma clara e pertinente permitindo uma satisfação plena e o cumprimento de objetivos que a proposta de valor pressupunha.
  • 18. 18 Mas será que o consumidor, é apenas consumidor? Nos tempos atuais, todos somos consumidores mas ao mesmo tempo produtores. Sempre que inserimos informações na web (posts nas redes sociais, feedbacks em relação a algum produto/serviço) estamos a assumir- nos como produtores e consumidores concomitantemente. Esta nova perspetiva deu origem a um novo conceito de Prosumer (producer + consumer) que retrata a simultaneidade de tarefas. Podemos considerar esta nova realidade como um mundo de plataformas conectadas que promovem o fluxo de informação acessível em qualquer dispositivo móvel desde que este esteja ligado a uma rede que permita o acesso a essa informação ( por exemplo a rede wifi). A rede digital é o que permite o utilizador aceder a qualquer conteúdo digital em qualquer altura e em qualquer lugar e comunicar com outros utilizadores independentemente da sua localização. Ilustração 11- Exemplo de mobile device sem serviço de rede
  • 19. 19 Apoiadas pelas TIC’s (Tecnologias de Informação e Comunicação), as redes digitais tornaram-nos numa sociedade plenamente contetada promovendo a transmissão de informação em tempo real para qualquer parte do Mundo através de um simples toque ou clique num dispositivo ligado à rede. O Mundo tornou-se mais pequeno e a oportunidade da criação de uma diversidade de serviços que se liguem ao consumidor transformou a economia dos dias de hoje.
  • 20. 20 3. Conclusoes fináis: A elaboração desta monografia permitiu um estudo elaborado acerca dos novos métodos de transação utilizadas pelas organizações digitais. Possibilitou-me uma reflexão acerca da nova sociedade digital e de como estamos intrinsecamente dependentes dela. Apercebi-me de que por vezes, nem nos damos conta do quão habituados estamos a lidar com tecnologias e de que em caso de falha das mesmas, ficamos de certa forma desamparados e impossibilitados de continuar com o nosso dia ou rotina. Foi bastante agradável pensar e refletir acerca deste assunto e destes procedimentos que já nos são tão naturais. Após este estudo, sem dúvida que vou ver as coisas de outra forma, nomeadamente o aparecimento constante de novos serviços digitais e os estudos que estão atrás da sua implementação. A atenção às necessidades dos clientes é claramente um ponto fulcral para o sucesso e é nesse aspeto que os produtores se apoiam. Em forma de conclusão, foi um trabalho que muito gosto me deu a fazer e que em muito contribuiu para uma nova perspetiva acerca da sociedade e economia digital dos dias de hoje.