O documento discute a prática da desfolha no bananal, explicando que folhas sem função, amareladas, danificadas ou doentes devem ser removidas manualmente. A desfolha melhora a arejamento, luminosidade, crescimento de rebentos e controle de pragas, além de beneficiar o solo. Imagens mostram a diferença com e sem a prática.
1. Número 53 Outubro/2004
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Mandioca e Fruticultura
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Rua Embrapa s/n - CP. 007 - 44380-000 - Cruz das Almas, BA
Tel: (75) 621-8000 - Fax: (75) 621-8097
www.cnpmf.embrapa.br
sac@cnpmf.embrapa.br
BANANA EM FOCO
Desfolha do Bananal
Marcelo Bezerra Lima1
A prática cultural conhecida como desfolha do bananal consiste na eliminação de folhas que,
por algum motivo, não estão mais sendo úteis à planta. Assim, devem ser eliminadas:
1) Folhas que não têm mais função para a planta.
2) Folhas totalmente amareladas ou secas.
3) Folhas que podem causar danos aos frutos, como deformações e/ou ferimentos.
4) Folhas inteiras ou em partes, que apresentam sintomas de mal-de-Sigatoka ou cordana.
5) Folhas que apresentam o pecíolo quebrado.
Em plantas de porte baixo, a eliminação dá-se com auxílio de uma faca, cortando-se as folhas na
base do pecíolo, bem junto ao pseudocaule, com o devido cuidado para não afetar as bainhas a
ele aderidas. Nas bananeiras de porte médio ou alto, repete-se a operação, utilizando-se foice
bifurcada ou penado, acoplado a uma haste, cuja altura possibilite a operação. O corte deve ser
sempre realizado de baixo para cima, evitando-se puxões para baixo, com conseqüente danos à
bainha foliar. As figuras 1 e 2, respectivamente, apresentam aspectos de um bananal sem uso
da desfolha, e com uso efetivo dessa prática de cultivo.
Um outro tipo de desfolha é a fitossanitária, a qual deve ser realizada a cada 14 dias, como
estratégia de controle para manter sempre baixo o nível de doenças nas folhas. Essa operação
reduz a quantidade de sintomas pela eliminação de folhas doentes, constituindo-se numa prática
rotineira em áreas de ocorrência de mal-de-Sigatoka.
Todo resto cultural proveniente da desfolha, do desbaste ou da colheita, inclusive os pseudocaules
ou troncos de plantas já colhidas, devem ser picados ou triturados e espalhados pelo bananal.
Em atendimento às Normas Técnicas Para a Produção Integrada de Bananas – PIB, fica proibida a
eliminação de bainhas foliares aderidas ao caule, assim como o acúmulo de restos culturais junto
às touceiras. Como medida preventiva, considera-se obrigatório a desinfecção de ferramentas,
utilizadas em bananais, em áreas de ocorrência de bacterioses.
Principais benefícios da realização da desfolha na época certa:
1) Elimina folhas cuja atividade fotossintética não correspondem aos requerimentos fisiológicos
da planta.
2) Proporciona melhores condições de arejamento e luminosidade do bananal.
3) Proporciona maior rapidez no desenvolvimento dos rebentos.
4) Proporciona maior controle de pragas que utilizam as folhas como refúgio ou fontes de
inóculo.
5) Proporciona melhorias no solo pela deposição de restos culturais.
1
Engo
Agro
, M.Sc., Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Rua Embrapa, S/N, Caixa Postal 007, CEP 44380-000 Cruz das Almas-BA. mlima@cnpmf.embrapa.br
2. Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento
Tiragem:1000exemplares
Fig. 1. Bananal sem a prática da desfolha.
Foto:MarceloBezerraLima/DomingosSouzaRamos
Fig.2. Bananal após a realização da desfolha.
Foto:MarceloBezerraLima/SebastiãodeOliveiraeSilva