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SISTEMA ATMOSFÉRICO PLANETÁRIO:
MITOS E “VERDADES”.
Alceu Raposo Junior
Universidade Federal de Minas Gerais
Instituto de Geociências
Pós-Graduação em Geografia
Programa da aula de hoje
Objetivos: Levar ao aluno a refletir sobre os conceitos físico-químicos da
atmosfera e em especial sobre a possibilidade de vivenciar o direito do
contraditório, refletir sobre outros saberes, em especial a diversidade de
pensamentos com bases cientificas.
Planejamento da aula: Aula expositiva com ampla participação dos
alunos.
Duração da aula: 50 min.
Forma de avaliação: Não haverá avaliação nesta aula.
Recursos didáticos: Aula on line com uso e ferramentas como
PowerPoint e Teams.
Variabilidade Climática
• Variabilidade climática corresponde às variações nos padrões médios
climáticos em escalas temporais e espaciais (mudanças no desvio
padrão, ocorrência de extremos) que extrapolam um evento isolado
com tempo atípico
• A variabilidade pode ser causada por:
• Processos internos: processos que naturalmente fazem parte do
sistema climático;
• Processos externos: causas antropogênicas, por exemplo. Neste
caso esta definição fica mais próxima do conceito de mudança
climática.
y = 0,0248x + 20,151
R² = 0,6264
19,0
19,5
20,0
20,5
21,0
21,5
22,0
22,5
23,0
23,5
24,0
24,5
1910
1912
1914
1916
1918
1920
1922
1924
1926
1928
1930
1932
1934
1936
1938
1940
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
(⁰C) Temperatura Média Anual do Municípiode Belo Horizonte entre 1910 e 2018
Dados Instrumentais
Normal 1961-1990
Linear (Dados Instrumentais)
Temperatura Média Anual –Normais
● 1911 – 1928  20,4°C
● 1931 – 1960  20,7°C
● 1961 – 1990  21,1°C
● 1986 – 2018  22,3°C
● 1911 – 2018  aumento de 1,9°C
Redução na amplitude térmica anual em 0,7°C
Declínio
Aumento
Declínio
Aumento
Aumento
Aumento
Declínio
Declínio
?
Oscilação, variabilidade ou Mudança
Climática?
16,5
17,5
18,5
19,5
20,5
21,5
22,5
23,5
24,5
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(°C) TemperaturaMédiadoAr
1911-1928
1931-1960
1961-1990
1986-2018
Sistema Climático Global
As características do sistema climático em qualquer período depende de três fatores cruciais:
1) Input de energia solar;
2) A maneira pela qual esta energia é distribuída e absorvida sobre a superfície da Terra;
3) A natureza da interação dos processos entre os vários componentes do sistema climático.
Fonte: IPCC (2007)
O Sistema Terra Atmosfera Global
 Estudo do clima antes da difusão de
sistemas de monitoramento e coleta de
dados sobre temperatura, precipitação,
etc (~100 anos atrás).
 As informações paleoclimatológicas estão
bastante ligadas ao aparecimento da vida
na Terra uma vez que os fósseis são uma
fonte importante para reconstituir o
clima passado e a fotossíntese
transformou radicalmente a atmosfera
original do planeta.
Paleoclimatologia
Eras Geológicas
Dados de termômetros (vermelho) anéis de árvore,
corais, amostras de gelo, registros históricos (azul)
ano
http://www.grida.no/climate/ipcc_tar/wg1/figspm-1.htm
Variação na temperatura da superfície da terra nos últimos 1000 anos
Clima
Fatores Extraterrestres
Emissões
Vulcânicas
Orogênese e
Epirogênese
Deriva
Continental
Trocas de Calor
Atmosfera / Oceanos
Composição
Atmosférica
Albedo
Atmosférico
Albedo
Superficial
Parâmetros
Orbitais
Poeira
Interestelar
Output Solar
Fatores Internos
GEEs +
Aerossois
Principals controladores do Sistema Climático Global
● Acredita-se que a temperatura média da Terra tenha variado
bastante durante sua evolução.
● A figura acima mostra a variação da temperatura média da Terra de
acordo com Scotese (http://www.scotese.com)
Mudanças Climáticas Naturais
1. Tectônica de Placas
O movimento dos continentes influenciou não apenas
o clima em locais específicos, como também afetou a
temperatura global ao redistribuir a radiação solar e/ou
proveniente das massas continentais devido a
alterações no tipo de vegetação/geleira que cobria a
Terra.
Mudanças Climáticas Naturais
Clima do período final do Devoniano (360 milhões de anos atrás)
• A Pangea começava
a se formar.
• O Canadá estava
coberto por florestas
tropicais
• A bacia Amazônica se
encontrava próxima
ao Pólo Sul, coberta
por gelo.
Clima no final do Carbonífero (300 milhões de anos atrás)
• Extensas florestas
cobriam as regiões
tropicais da Pangea, que
estava limitada ao norte
e ao sul por desertos.
Uma capa de gelo cobria
o Pólo Sul.
● A mega-monção da
Pangea estava ativa
durante esse período.
● O interior da Pangea era
muito quente e seco.
Desertos cobriam o que
agora são as florestas
Amazônica e do Congo.
Clima do início e meio do Jurássico (150 milhões de anos atrás)
Mini era do Gelo.
Havia neve e gelo durante
os invernos e as florestas
temperadas cobriam as
regiões polares.
Clima do início do Cretáceo (100 milhões de anos atrás)
Clima do final do Cretáceo (70 milhões de anos atrás)
• O clima era mais
quente do que o de
hoje.
• Não existia gelo nos
pólos.
• Os dinossauros
migraram entre as
zonas temperadas
quente e fria,
conforme a mudança
de estação.
Clima do Oligoceno (30 milhões de anos atrás)
• Gelo cobria o Pólo
Sul, mas não o Pólo
Norte.
• Florestas
temperadas, com
temperaturas amenas
cobriam o norte da
Eurásia e da América
do Norte.
Clima do Mioceno (15 milhões de anos atrás)
• Clima parecido com o
de hoje, mas mais
quente.
• Os cinturões climáticos
eram bem definidos,
estendendo-se dos
Pólos ao Equador.
2. Erupções vulcânicas
• A quantidade e localização de material ejetado à atmosfera por
vulcões provavelmente teve um impacto significativo no clima ao
longo das eras.
• Vulcões emitem gases de efeito estufa como CO2 e H2O, mas
também emitem SO2, que podem gerar partículas finas na
atmosfera. Essas partículas pequeninas podem refletir a
radiação solar, diminuindo a temperatura da superfície.
Forças naturais (erupções
vulcânicas e mudanças na
atividade solar
• Além da emissão de gases, uma
erupção vulcânica joga na
atmosfera aerossóis (partículas)
que podem causar um resfriamento
no clima global. A quantidade e
localização de material ejetado à
atmosfera por vulcões
provavelmente teve um impacto
significativo no clima ao longo das
eras.
• Vulcões emitem gases de efeito
estufa como CO2 e H2O, mas
também emitem SO2, que podem
gerar partículas finas na atmosfera.
Essas partículas pequeninas podem
refletir a radiação solar, diminuindo
a temperatura da superfície.
Causas Naturais da Variabilidade Climática- Erupções Vulcanicas
Tamanho da Terra
Imagem do dia 30 de março de 2001. Uma mancha solar é uma
região na superfície do sol com temperatura mais baixa devido á
ação de campos magnéticos no interior do sol. As temperaturas
da mancha estão entre 4000-4500 K, o que cria um contraste
com o arredor que tem temperaturas de 5700 K.
Mancha Solar (Sunspot)
Fonte: http://rst.gsfc.nasa.gov/
Fonte: http://ds9.ssl.berkeley.edu/
As manchas solares causam flutuações de output com ciclos
de 11, 22, 44 anos, etc. As labaredas solares também causam
flutuações a curto prazo na natureza.
Radiação Solar e Manchas Solares
3. Variação solar
Ciclo de Milankovitch
Este ciclo que explica as diferenças na insolação terrestre devido
à mudanças no posicionamento da Terra em relação ao Sol é
uma das causas mais importantes na variabilidade climática
observada.
Conceitos Básicos
Clima Frio
• Maior cobertura de gelo e neve
• Maior albedo superficial
• Retração dos oceanos e diminuição do nível médio dos mares
• Aumento relativo dos continentes
• Menor quantidade de vapor d’água circulando na atmosfera
• Clima mais seco e árido
• Maior absorção de CO2 pelos oceanos
• Diminuição do efeito estufa
Clima Quente
• Menor cobertura de gelo e neve
• Menor albedo superficial
• Expansão dos oceanos e elevação do nível médio dos mares
• Maior quantidade de vapor d’água circulando na atmosfera
• Aumento dos totais pluviométricos
• Clima mais úmido
• Menor absorção de CO2 pelos oceanos
• Aumento do efeito estufa
4. Variação da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch)
• Excentricidade: varia com um período de 100.000 anos.
Atualmente, a órbita da Terra é praticamente circular, mas
daqui a 50.000 anos, ela estará mais excêntrica, com
maiores diferenças entre o afélio (mais longe) e periélio
(mais perto).
• Precessão do periélio: atualmente, a Terra está mais perto
do sol (periélio) em Janeiro e mais longe (afélio) em Julho.
A variação do período do ano em que o periélio ocorre se
chama precessão do periélio.
• Precessão do equinócio: o eixo de rotação da Terra está
inclinado (23.5¼) com relação à orbita que nosso planeta
faz ao redor do sol. Esta inclinação pode variar entre
22.5¼ e 24.5¼ num período de 41.000 anos.
• A combinação destes ciclos leva à variação de radiação
solar que chega à Terra.
Obliquidade
Valor atual:
23.44°
Frequência:
41.000 anos
4. Variação da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch)
Precessão
Frequência:
19.000 - 23.000 anos
4. Variação da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch)
Ecentricidade
4. Variação da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch)
Modelo de Milankovitch
4. Variação da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch)
Forçante Radiativa
• As temperaturas da superfície e da atmosfera terrestre
dependem do balanço da energia que entra (radiação solar) e
a energia que sai (radiação terrestre).
• A superfície (continentes e oceanos) da Terra absorve a
radiação solar, aquecendo e re-emitindo radiação na faixa do
infravermelho. Em termos de média anual, a radiação solar
que incide sobre a Terra está em balanço com a radiação
terrestre que sai.
• Qualquer fator que altere este balanço pode afetar o clima.
• Forçante radiativa é qualquer variação no balanço de energia
disponível para o sistema global Terra-Atmosfera.
• Forçantes radiativas positivas tendem a aquecer a superfície da
Terra e a baixa atmosfera (aumento da concentração de gases
de efeito estufa).
• Forçantes negativas tendem a esfriá-las (material
particulado?).
Forçantes antropogênicas
CONSTITUINTES "NÃO VARIÁVEIS" DO AR ATMOSFÉRICO
Nitrogênio (N2)
Oxigênio (O2)
Argônio (Ar)
Neônio (Ne)
Hélio (He)
Metano (CH4)
Criptônio (Kr)
Hidrogênio (H2)
Xenônio (Xe)
Constituintes Conteúdo (% por volume) Peso Molecular
Nitrogênio (N2) 78,084 28,02
Oxigênio (O2) 20,948 32,00
Argônio (Ar) 0,934 39,88
Neônio (Ne) 0,001818 20,18
Hélio (He) 0,000524 4,00
Metano (CH4) 0,0002
Criptônio (Kr) 0,000114
Hidrogênio (H2) 0,00005 2,02
Xenônio (Xe) 0,000087
TOTAL 100,00
Constituintes Conteúdo (% por volume) Peso Molecular
Vapor d'água (H2O) 0 a 4,0 18,00
Dióxido de Carbono (CO2) 0,037 44,00
Ozônio (O3) 0 a 0,01 48,00
Dióxido de Enxofre (SO2) 0 a 0,0001
Dióxido de Nitrogênio (NO2) 0 a 0,000002
CONSTITUINTES "NÃO VARIÁVEIS" DO AR ATMOSFÉRICO
CONSTITUINTES "VARIÁVEIS" DO AR ATMOSFÉRICO
Gases
Estufa
Fonte: UNEP/GRID – Arendal`.
1°
2°
3°
4°
CO2
Concentração
até 100 vezes
inferior à do
vapor d’agua
Gases
Sintéticos
Fonte: UNEP/GRID – Arendal, www.grid.co.
1 Alterações na composição química e isotrópica da bolha de ar;
2 O aprisionamento da bolha de ar pelo gelo não é instantâneo,
lapso temporal de  1000 anos.
A metodologia dos cilindros de gelo é contestável, tende
a produzir concentrações de CO2 de 30% a 50% abaixo
dos valores reais:
Dioxído de Carbono (CO2)
Concentração de CO2 nos últimos 180 anos obtida por métodos químicos segundo Prof. Ernst Georg
Beck (2007)1. Os dados monstram que o nível de CO2 em 1827 e 1940 foram superiores aos atuais
379ppmv.
1Artigo disponível em http://www.physforum.com/index.php?showtopic=13436
Dioxído de Carbono (CO2)
Períodos Glaciais Períodos Interglaciais
15C
y = 0,03x + 14,997
R² = 0,7218
13,0
13,5
14,0
14,5
15,0
15,5
16,0
16,5
17,0
17,5
18,0
18,5
19,0
19,5
1910
1912
1914
1916
1918
1920
1922
1924
1926
1928
1930
1932
1934
1936
1938
1940
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
(⁰C) Temperatura Mínima noMunicípio de Belo Horizonte entre 1910 e 2018
Temp. Min. Normal 1961 - 1990 Linear (Temp. Min.)
Temperatura Mínima Média Anual
● 1911 – 1928  15,2°C
● 1931 – 1960  16,3°C
● 1961 – 1990  16,7°C
● 1986 – 2018  18,0°C
● 1911 – 2018  aumento de 2,8°C
Tendências positivas persistentes de 1910 a 2018,
embora haja “rupturas” em determinados anos.
Influência da modificação
do uso e ocupação do solo
10,0
11,0
12,0
13,0
14,0
15,0
16,0
17,0
18,0
19,0
20,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(°C) TemperaturaMínimadoAr
1911-1928
1931-1960
1961-1990
1986-2018
y = 0,0125x + 26,112
R² = 0,2479
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
27,0
27,5
28,0
28,5
29,0 1910
1912
1914
1916
1918
1920
1922
1924
1926
1928
1930
1932
1934
1936
1938
1940
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
(⁰C) Temperatura Máxima no Município de Belo Horizonte entre 1910 e 2018
Temp. Max Normal 1961-1990 Linear (Temp. Max)
Temperatura Máxima Média Anual
● 1911 – 1928  26,3°C
● 1931 – 1960  26,5°C
● 1961 – 1990  27,1°C
● 1986 – 2018  27,2°C
● 1911 – 2018  aumento de 0,9°C
Redução na temperatura máxima média mensal
entre 0,1°C e 0,5°C de 1961 a 2009 - exceto
jan, fev, abr e set.
Atuação de fenômenos
Atmosfera/Oceano como
ENOS, ODP, etc
23,5
24,0
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
27,0
27,5
28,0
28,5
29,0
29,5
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(°C) TemperaturaMáximadoAr
1911-1928
1931-1960
1961-1990
1986-2018
y = -0,1116x + 76,017
R² = 0,3532
54,0
56,0
58,0
60,0
62,0
64,0
66,0
68,0
70,0
72,0
74,0
76,0
78,0
80,0
82,0
84,0
86,0
88,0
1910
1912
1914
1916
1918
1920
1922
1924
1926
1928
1930
1932
1934
1936
1938
1940
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
(%) Umidade Relativa do Ar no Muncípio de Belo Horizonte entre 1910 e 2018
Dados Instrumentais
Normal 1961-1990
Linear (Dados Instrumentais)
Umidade Relativa Média Anual
● 1911 – 1928  73,2%
● 1931 – 1960  71,6%
● 1961 – 1990  72,2%
● 1986 – 2018  64,6%
● 1911 – 2018  redução de 8,6%
Tendências de queda na UR% de 1911 a 2018.
Reduções mais expressivas e persistente após
1980.
Influência da modificação
do uso e ocupação do solo
Declínio
Acentuado
55,0
57,0
59,0
61,0
63,0
65,0
67,0
69,0
71,0
73,0
75,0
77,0
79,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(%)
Umidade Relativa do Ar
1911-1928
1931-1960
1961-1990
1986-2018
y = 0,6765x + 1473,1
R² = 0,0041
0,0
250,0
500,0
750,0
1000,0
1250,0
1500,0
1750,0
2000,0
2250,0
2500,0
2750,0
1910
1912
1914
1916
1918
1920
1922
1924
1926
1928
1930
1932
1934
1936
1938
1940
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
(mm) Precipitação Acumulada Anual no Município de Belo Horizonte entre 1910 e 2018
Dados Instrumentais
Normal 1961-1990
Precipitação Anual
● 1911 – 1928  1564,4 mm
● 1931 – 1960  1473,4 mm
● 1961 – 1990  1491,3 mm
● 1986 – 2018  1546,4 mm
● 1911 – 2018  redução de 18,0mm
As modificações nos totais mensais são mais
expressivas em relação ao acumulado anual.
1963  497,5mm
1982  2509,8mm
2014  945,4mm
1934  959,9mm
1945  2268,3mm
1926  2217,8mm
0,0
30,0
60,0
90,0
120,0
150,0
180,0
210,0
240,0
270,0
300,0
330,0
360,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(mm)
Precipitação AcumuladaMensal
1911-1928
1931-1960
1961-1990
1986-2018
Fonte: UNEP/GRID – Arendal, www.grid.co
Mudanças Climáticas Históricas
Mudanças Climáticas
Seculares ou Instrumentais
Mudanças
Climáticas
Geológicas
Fonte: http://www.neaq.org/
Mudanças Climáticas
A atividade solar atingiu o seu pico em abril de 2014. Um ciclo solar 24 excepcionalmente
baixo, com um máximo de 81,9 manchas por dia. Se as previsões de muitos físicos solares
estiverem corretas, o Sol poderá começar um período de baixa atividade para vários anos.
Fonte: http://www.attivitasolare.com/
Radiação Solar e Manchas Solares
Fonte: http://www.uwsp.edu
A erupção do Monte Piinatubo nas Filipinas em 1991 foi responsável pela queda da temperatura média
global em 0,5ºC entre 1991 e 1993. O aumento da opacidade atmosférica eleva o albedo e reduz a entrada
de energia solar.
Fonte: http://www.nasa.gov
Variações na Composição Atmosférica
Fonte: http://www.iea.sp.gov.br//
Fonte: https://movingimages.wordpress.com
O fenômeno El Niño-
Oscilação Sul (ENOS)
pode ser caracterizado
por uma oscilação
acoplada do oceano-
atmosfera, que produz
alterações na
temperatura superficial do
mar (TSM), na pressão
atmosférica, na circulação
e na convecção tropical,
principalmente no oceano
Pacífico, mas com
reflexos em muitos
lugares do planeta
(Teleconexões).
El Niño & La Niña
Fonte: https://climatedataguide.ucar.edu/
Oscilação Decadal do Pacífico
ODP Positivo (Fase Quente)  maior número de episódios de El Niño que tendem a ser mais intensos e menor frequência
de La Niñas que tendem a ser menos expressivas.
ODP Negativo (Fase Fria)  maior número de episódios de La Niña que tendem a ser mais intensos e menor frequência de
El Niños que tendem a ser curtos e rápidos.
PDO & ENSO
Fonte: http://www.ipcc.ch/
Modelos Climáticos e os Cenários do IPCC
Fonte: http://www.cmmap.org/
Feedbacks
São mecanismos físicos que
amplificam (feedback positivo) ou
reduzem (feedback negativo) a
magnitude da resposta do
sistema climático para um dado
forçamento radioativo.
Nos GCMs a informação está representada em pontos (nós) de uma
grade em 3D colocada sobre a superfície terrestre, resultante do
cruzamento da latitude, longitude e altitude.
As ferramentas adotadas para
obter e avaliar projeções
(cenários) climáticas passadas
e futuras são os modelos
numéricos de clima, que
podem ser: Modelos Globais
Atmosféricos (GCMs) ou
Modelos Globais Acoplados
Oceano-Atmosfera
(AOGCMs).
Modelos Climáticos – Características Gerais
Fonte: http://www.southwestclimatechange.org
1990 2001
2007
1996
Evolução Modelos Climáticos
Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC)
Modelos Climáticos - Deficiências
Existem deficiências nos modelos numérios para representar alguns processos
físicos do sistema climático, tais como:
a) Dificuldade em reproduzir a temperatura média global e as diferenças
térmicas entre o Equador e os Polos;
b) Dificuldade em determinar a intensidade e o posicionamento das altas
pressões subtropicais e das correntes de jatos;
c) Deficiências em estimar os efeitos da nebulosidade em cenários futuros. A
maioria dos modelos não levam em consideração os tipos, formas,
consitiuição, distribuição e propriedades óticas das nuvens;
d) Deficiências sérias na modelagem e simulação do ciclo hidrológico. A
convecção profunda curto-circuita o efeito estufa, não permitindo que a
temperatura do planeta atinja valores elevados.
Modelos Climáticos - Deficiências
Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC)
Modelos Climáticos - Incertezas
Existem fontes de incerteza nos modelos numérios para obter os cenários
futuros, dentre elas, destacam-se:
a) Incerteza nas emissões futuras de GEEs e aerossóis que afetam o
forçamento radioativo do sistema climático;
b) Incerteza na inclusão de efeitos diretos do aumento na concentração de
CO2 atmosférico nas plantas e do comportamento das plantas no clima
futuro;
c) Incerteza na sensibilidade do clima global e nos padrões regionais das
projeções simulado pelos modelos
d) Incerteza em relação à variabilidade natural do clima (parâmetros
orbitais, atividades solar e vulcânicas, etc).
Modelos Climáticos - Incertezas
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Sistema atmosférico planetário: mitos e verdades

  • 1. SISTEMA ATMOSFÉRICO PLANETÁRIO: MITOS E “VERDADES”. Alceu Raposo Junior Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Geociências Pós-Graduação em Geografia
  • 2. Programa da aula de hoje Objetivos: Levar ao aluno a refletir sobre os conceitos físico-químicos da atmosfera e em especial sobre a possibilidade de vivenciar o direito do contraditório, refletir sobre outros saberes, em especial a diversidade de pensamentos com bases cientificas. Planejamento da aula: Aula expositiva com ampla participação dos alunos. Duração da aula: 50 min. Forma de avaliação: Não haverá avaliação nesta aula. Recursos didáticos: Aula on line com uso e ferramentas como PowerPoint e Teams.
  • 3. Variabilidade Climática • Variabilidade climática corresponde às variações nos padrões médios climáticos em escalas temporais e espaciais (mudanças no desvio padrão, ocorrência de extremos) que extrapolam um evento isolado com tempo atípico • A variabilidade pode ser causada por: • Processos internos: processos que naturalmente fazem parte do sistema climático; • Processos externos: causas antropogênicas, por exemplo. Neste caso esta definição fica mais próxima do conceito de mudança climática.
  • 4. y = 0,0248x + 20,151 R² = 0,6264 19,0 19,5 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24,0 24,5 1910 1912 1914 1916 1918 1920 1922 1924 1926 1928 1930 1932 1934 1936 1938 1940 1942 1944 1946 1948 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 (⁰C) Temperatura Média Anual do Municípiode Belo Horizonte entre 1910 e 2018 Dados Instrumentais Normal 1961-1990 Linear (Dados Instrumentais) Temperatura Média Anual –Normais ● 1911 – 1928  20,4°C ● 1931 – 1960  20,7°C ● 1961 – 1990  21,1°C ● 1986 – 2018  22,3°C ● 1911 – 2018  aumento de 1,9°C Redução na amplitude térmica anual em 0,7°C Declínio Aumento Declínio Aumento Aumento Aumento Declínio Declínio ? Oscilação, variabilidade ou Mudança Climática? 16,5 17,5 18,5 19,5 20,5 21,5 22,5 23,5 24,5 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (°C) TemperaturaMédiadoAr 1911-1928 1931-1960 1961-1990 1986-2018
  • 5. Sistema Climático Global As características do sistema climático em qualquer período depende de três fatores cruciais: 1) Input de energia solar; 2) A maneira pela qual esta energia é distribuída e absorvida sobre a superfície da Terra; 3) A natureza da interação dos processos entre os vários componentes do sistema climático. Fonte: IPCC (2007) O Sistema Terra Atmosfera Global
  • 6.  Estudo do clima antes da difusão de sistemas de monitoramento e coleta de dados sobre temperatura, precipitação, etc (~100 anos atrás).  As informações paleoclimatológicas estão bastante ligadas ao aparecimento da vida na Terra uma vez que os fósseis são uma fonte importante para reconstituir o clima passado e a fotossíntese transformou radicalmente a atmosfera original do planeta. Paleoclimatologia
  • 8. Dados de termômetros (vermelho) anéis de árvore, corais, amostras de gelo, registros históricos (azul) ano http://www.grida.no/climate/ipcc_tar/wg1/figspm-1.htm Variação na temperatura da superfície da terra nos últimos 1000 anos
  • 9. Clima Fatores Extraterrestres Emissões Vulcânicas Orogênese e Epirogênese Deriva Continental Trocas de Calor Atmosfera / Oceanos Composição Atmosférica Albedo Atmosférico Albedo Superficial Parâmetros Orbitais Poeira Interestelar Output Solar Fatores Internos GEEs + Aerossois Principals controladores do Sistema Climático Global
  • 10. ● Acredita-se que a temperatura média da Terra tenha variado bastante durante sua evolução. ● A figura acima mostra a variação da temperatura média da Terra de acordo com Scotese (http://www.scotese.com) Mudanças Climáticas Naturais
  • 11. 1. Tectônica de Placas O movimento dos continentes influenciou não apenas o clima em locais específicos, como também afetou a temperatura global ao redistribuir a radiação solar e/ou proveniente das massas continentais devido a alterações no tipo de vegetação/geleira que cobria a Terra. Mudanças Climáticas Naturais
  • 12. Clima do período final do Devoniano (360 milhões de anos atrás) • A Pangea começava a se formar. • O Canadá estava coberto por florestas tropicais • A bacia Amazônica se encontrava próxima ao Pólo Sul, coberta por gelo.
  • 13. Clima no final do Carbonífero (300 milhões de anos atrás) • Extensas florestas cobriam as regiões tropicais da Pangea, que estava limitada ao norte e ao sul por desertos. Uma capa de gelo cobria o Pólo Sul.
  • 14. ● A mega-monção da Pangea estava ativa durante esse período. ● O interior da Pangea era muito quente e seco. Desertos cobriam o que agora são as florestas Amazônica e do Congo. Clima do início e meio do Jurássico (150 milhões de anos atrás)
  • 15. Mini era do Gelo. Havia neve e gelo durante os invernos e as florestas temperadas cobriam as regiões polares. Clima do início do Cretáceo (100 milhões de anos atrás)
  • 16. Clima do final do Cretáceo (70 milhões de anos atrás) • O clima era mais quente do que o de hoje. • Não existia gelo nos pólos. • Os dinossauros migraram entre as zonas temperadas quente e fria, conforme a mudança de estação.
  • 17. Clima do Oligoceno (30 milhões de anos atrás) • Gelo cobria o Pólo Sul, mas não o Pólo Norte. • Florestas temperadas, com temperaturas amenas cobriam o norte da Eurásia e da América do Norte.
  • 18. Clima do Mioceno (15 milhões de anos atrás) • Clima parecido com o de hoje, mas mais quente. • Os cinturões climáticos eram bem definidos, estendendo-se dos Pólos ao Equador.
  • 19. 2. Erupções vulcânicas • A quantidade e localização de material ejetado à atmosfera por vulcões provavelmente teve um impacto significativo no clima ao longo das eras. • Vulcões emitem gases de efeito estufa como CO2 e H2O, mas também emitem SO2, que podem gerar partículas finas na atmosfera. Essas partículas pequeninas podem refletir a radiação solar, diminuindo a temperatura da superfície.
  • 20. Forças naturais (erupções vulcânicas e mudanças na atividade solar • Além da emissão de gases, uma erupção vulcânica joga na atmosfera aerossóis (partículas) que podem causar um resfriamento no clima global. A quantidade e localização de material ejetado à atmosfera por vulcões provavelmente teve um impacto significativo no clima ao longo das eras. • Vulcões emitem gases de efeito estufa como CO2 e H2O, mas também emitem SO2, que podem gerar partículas finas na atmosfera. Essas partículas pequeninas podem refletir a radiação solar, diminuindo a temperatura da superfície. Causas Naturais da Variabilidade Climática- Erupções Vulcanicas
  • 21. Tamanho da Terra Imagem do dia 30 de março de 2001. Uma mancha solar é uma região na superfície do sol com temperatura mais baixa devido á ação de campos magnéticos no interior do sol. As temperaturas da mancha estão entre 4000-4500 K, o que cria um contraste com o arredor que tem temperaturas de 5700 K. Mancha Solar (Sunspot)
  • 22. Fonte: http://rst.gsfc.nasa.gov/ Fonte: http://ds9.ssl.berkeley.edu/ As manchas solares causam flutuações de output com ciclos de 11, 22, 44 anos, etc. As labaredas solares também causam flutuações a curto prazo na natureza. Radiação Solar e Manchas Solares
  • 24. Ciclo de Milankovitch Este ciclo que explica as diferenças na insolação terrestre devido à mudanças no posicionamento da Terra em relação ao Sol é uma das causas mais importantes na variabilidade climática observada.
  • 25. Conceitos Básicos Clima Frio • Maior cobertura de gelo e neve • Maior albedo superficial • Retração dos oceanos e diminuição do nível médio dos mares • Aumento relativo dos continentes • Menor quantidade de vapor d’água circulando na atmosfera • Clima mais seco e árido • Maior absorção de CO2 pelos oceanos • Diminuição do efeito estufa Clima Quente • Menor cobertura de gelo e neve • Menor albedo superficial • Expansão dos oceanos e elevação do nível médio dos mares • Maior quantidade de vapor d’água circulando na atmosfera • Aumento dos totais pluviométricos • Clima mais úmido • Menor absorção de CO2 pelos oceanos • Aumento do efeito estufa
  • 26. 4. Variação da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch) • Excentricidade: varia com um período de 100.000 anos. Atualmente, a órbita da Terra é praticamente circular, mas daqui a 50.000 anos, ela estará mais excêntrica, com maiores diferenças entre o afélio (mais longe) e periélio (mais perto). • Precessão do periélio: atualmente, a Terra está mais perto do sol (periélio) em Janeiro e mais longe (afélio) em Julho. A variação do período do ano em que o periélio ocorre se chama precessão do periélio. • Precessão do equinócio: o eixo de rotação da Terra está inclinado (23.5¼) com relação à orbita que nosso planeta faz ao redor do sol. Esta inclinação pode variar entre 22.5¼ e 24.5¼ num período de 41.000 anos. • A combinação destes ciclos leva à variação de radiação solar que chega à Terra.
  • 27. Obliquidade Valor atual: 23.44° Frequência: 41.000 anos 4. Variação da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch)
  • 28. Precessão Frequência: 19.000 - 23.000 anos 4. Variação da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch)
  • 29. Ecentricidade 4. Variação da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch)
  • 30. Modelo de Milankovitch 4. Variação da órbita da Terra (ciclos de Milankovitch)
  • 31. Forçante Radiativa • As temperaturas da superfície e da atmosfera terrestre dependem do balanço da energia que entra (radiação solar) e a energia que sai (radiação terrestre). • A superfície (continentes e oceanos) da Terra absorve a radiação solar, aquecendo e re-emitindo radiação na faixa do infravermelho. Em termos de média anual, a radiação solar que incide sobre a Terra está em balanço com a radiação terrestre que sai. • Qualquer fator que altere este balanço pode afetar o clima. • Forçante radiativa é qualquer variação no balanço de energia disponível para o sistema global Terra-Atmosfera. • Forçantes radiativas positivas tendem a aquecer a superfície da Terra e a baixa atmosfera (aumento da concentração de gases de efeito estufa). • Forçantes negativas tendem a esfriá-las (material particulado?).
  • 33. CONSTITUINTES "NÃO VARIÁVEIS" DO AR ATMOSFÉRICO Nitrogênio (N2) Oxigênio (O2) Argônio (Ar) Neônio (Ne) Hélio (He) Metano (CH4) Criptônio (Kr) Hidrogênio (H2) Xenônio (Xe) Constituintes Conteúdo (% por volume) Peso Molecular Nitrogênio (N2) 78,084 28,02 Oxigênio (O2) 20,948 32,00 Argônio (Ar) 0,934 39,88 Neônio (Ne) 0,001818 20,18 Hélio (He) 0,000524 4,00 Metano (CH4) 0,0002 Criptônio (Kr) 0,000114 Hidrogênio (H2) 0,00005 2,02 Xenônio (Xe) 0,000087 TOTAL 100,00 Constituintes Conteúdo (% por volume) Peso Molecular Vapor d'água (H2O) 0 a 4,0 18,00 Dióxido de Carbono (CO2) 0,037 44,00 Ozônio (O3) 0 a 0,01 48,00 Dióxido de Enxofre (SO2) 0 a 0,0001 Dióxido de Nitrogênio (NO2) 0 a 0,000002 CONSTITUINTES "NÃO VARIÁVEIS" DO AR ATMOSFÉRICO CONSTITUINTES "VARIÁVEIS" DO AR ATMOSFÉRICO Gases Estufa
  • 34. Fonte: UNEP/GRID – Arendal`. 1° 2° 3° 4° CO2 Concentração até 100 vezes inferior à do vapor d’agua Gases Sintéticos
  • 35. Fonte: UNEP/GRID – Arendal, www.grid.co. 1 Alterações na composição química e isotrópica da bolha de ar; 2 O aprisionamento da bolha de ar pelo gelo não é instantâneo, lapso temporal de  1000 anos. A metodologia dos cilindros de gelo é contestável, tende a produzir concentrações de CO2 de 30% a 50% abaixo dos valores reais: Dioxído de Carbono (CO2)
  • 36. Concentração de CO2 nos últimos 180 anos obtida por métodos químicos segundo Prof. Ernst Georg Beck (2007)1. Os dados monstram que o nível de CO2 em 1827 e 1940 foram superiores aos atuais 379ppmv. 1Artigo disponível em http://www.physforum.com/index.php?showtopic=13436 Dioxído de Carbono (CO2)
  • 37. Períodos Glaciais Períodos Interglaciais 15C
  • 38. y = 0,03x + 14,997 R² = 0,7218 13,0 13,5 14,0 14,5 15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 19,5 1910 1912 1914 1916 1918 1920 1922 1924 1926 1928 1930 1932 1934 1936 1938 1940 1942 1944 1946 1948 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 (⁰C) Temperatura Mínima noMunicípio de Belo Horizonte entre 1910 e 2018 Temp. Min. Normal 1961 - 1990 Linear (Temp. Min.) Temperatura Mínima Média Anual ● 1911 – 1928  15,2°C ● 1931 – 1960  16,3°C ● 1961 – 1990  16,7°C ● 1986 – 2018  18,0°C ● 1911 – 2018  aumento de 2,8°C Tendências positivas persistentes de 1910 a 2018, embora haja “rupturas” em determinados anos. Influência da modificação do uso e ocupação do solo 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 19,0 20,0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (°C) TemperaturaMínimadoAr 1911-1928 1931-1960 1961-1990 1986-2018
  • 39. y = 0,0125x + 26,112 R² = 0,2479 24,0 24,5 25,0 25,5 26,0 26,5 27,0 27,5 28,0 28,5 29,0 1910 1912 1914 1916 1918 1920 1922 1924 1926 1928 1930 1932 1934 1936 1938 1940 1942 1944 1946 1948 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 (⁰C) Temperatura Máxima no Município de Belo Horizonte entre 1910 e 2018 Temp. Max Normal 1961-1990 Linear (Temp. Max) Temperatura Máxima Média Anual ● 1911 – 1928  26,3°C ● 1931 – 1960  26,5°C ● 1961 – 1990  27,1°C ● 1986 – 2018  27,2°C ● 1911 – 2018  aumento de 0,9°C Redução na temperatura máxima média mensal entre 0,1°C e 0,5°C de 1961 a 2009 - exceto jan, fev, abr e set. Atuação de fenômenos Atmosfera/Oceano como ENOS, ODP, etc 23,5 24,0 24,5 25,0 25,5 26,0 26,5 27,0 27,5 28,0 28,5 29,0 29,5 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (°C) TemperaturaMáximadoAr 1911-1928 1931-1960 1961-1990 1986-2018
  • 40. y = -0,1116x + 76,017 R² = 0,3532 54,0 56,0 58,0 60,0 62,0 64,0 66,0 68,0 70,0 72,0 74,0 76,0 78,0 80,0 82,0 84,0 86,0 88,0 1910 1912 1914 1916 1918 1920 1922 1924 1926 1928 1930 1932 1934 1936 1938 1940 1942 1944 1946 1948 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 (%) Umidade Relativa do Ar no Muncípio de Belo Horizonte entre 1910 e 2018 Dados Instrumentais Normal 1961-1990 Linear (Dados Instrumentais) Umidade Relativa Média Anual ● 1911 – 1928  73,2% ● 1931 – 1960  71,6% ● 1961 – 1990  72,2% ● 1986 – 2018  64,6% ● 1911 – 2018  redução de 8,6% Tendências de queda na UR% de 1911 a 2018. Reduções mais expressivas e persistente após 1980. Influência da modificação do uso e ocupação do solo Declínio Acentuado 55,0 57,0 59,0 61,0 63,0 65,0 67,0 69,0 71,0 73,0 75,0 77,0 79,0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (%) Umidade Relativa do Ar 1911-1928 1931-1960 1961-1990 1986-2018
  • 41. y = 0,6765x + 1473,1 R² = 0,0041 0,0 250,0 500,0 750,0 1000,0 1250,0 1500,0 1750,0 2000,0 2250,0 2500,0 2750,0 1910 1912 1914 1916 1918 1920 1922 1924 1926 1928 1930 1932 1934 1936 1938 1940 1942 1944 1946 1948 1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 (mm) Precipitação Acumulada Anual no Município de Belo Horizonte entre 1910 e 2018 Dados Instrumentais Normal 1961-1990 Precipitação Anual ● 1911 – 1928  1564,4 mm ● 1931 – 1960  1473,4 mm ● 1961 – 1990  1491,3 mm ● 1986 – 2018  1546,4 mm ● 1911 – 2018  redução de 18,0mm As modificações nos totais mensais são mais expressivas em relação ao acumulado anual. 1963  497,5mm 1982  2509,8mm 2014  945,4mm 1934  959,9mm 1945  2268,3mm 1926  2217,8mm 0,0 30,0 60,0 90,0 120,0 150,0 180,0 210,0 240,0 270,0 300,0 330,0 360,0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (mm) Precipitação AcumuladaMensal 1911-1928 1931-1960 1961-1990 1986-2018
  • 42. Fonte: UNEP/GRID – Arendal, www.grid.co Mudanças Climáticas Históricas Mudanças Climáticas Seculares ou Instrumentais Mudanças Climáticas Geológicas Fonte: http://www.neaq.org/ Mudanças Climáticas
  • 43. A atividade solar atingiu o seu pico em abril de 2014. Um ciclo solar 24 excepcionalmente baixo, com um máximo de 81,9 manchas por dia. Se as previsões de muitos físicos solares estiverem corretas, o Sol poderá começar um período de baixa atividade para vários anos. Fonte: http://www.attivitasolare.com/ Radiação Solar e Manchas Solares
  • 44. Fonte: http://www.uwsp.edu A erupção do Monte Piinatubo nas Filipinas em 1991 foi responsável pela queda da temperatura média global em 0,5ºC entre 1991 e 1993. O aumento da opacidade atmosférica eleva o albedo e reduz a entrada de energia solar. Fonte: http://www.nasa.gov Variações na Composição Atmosférica
  • 45. Fonte: http://www.iea.sp.gov.br// Fonte: https://movingimages.wordpress.com O fenômeno El Niño- Oscilação Sul (ENOS) pode ser caracterizado por uma oscilação acoplada do oceano- atmosfera, que produz alterações na temperatura superficial do mar (TSM), na pressão atmosférica, na circulação e na convecção tropical, principalmente no oceano Pacífico, mas com reflexos em muitos lugares do planeta (Teleconexões). El Niño & La Niña
  • 46. Fonte: https://climatedataguide.ucar.edu/ Oscilação Decadal do Pacífico ODP Positivo (Fase Quente)  maior número de episódios de El Niño que tendem a ser mais intensos e menor frequência de La Niñas que tendem a ser menos expressivas. ODP Negativo (Fase Fria)  maior número de episódios de La Niña que tendem a ser mais intensos e menor frequência de El Niños que tendem a ser curtos e rápidos. PDO & ENSO
  • 48. Fonte: http://www.cmmap.org/ Feedbacks São mecanismos físicos que amplificam (feedback positivo) ou reduzem (feedback negativo) a magnitude da resposta do sistema climático para um dado forçamento radioativo. Nos GCMs a informação está representada em pontos (nós) de uma grade em 3D colocada sobre a superfície terrestre, resultante do cruzamento da latitude, longitude e altitude. As ferramentas adotadas para obter e avaliar projeções (cenários) climáticas passadas e futuras são os modelos numéricos de clima, que podem ser: Modelos Globais Atmosféricos (GCMs) ou Modelos Globais Acoplados Oceano-Atmosfera (AOGCMs). Modelos Climáticos – Características Gerais
  • 50. Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) Modelos Climáticos - Deficiências Existem deficiências nos modelos numérios para representar alguns processos físicos do sistema climático, tais como: a) Dificuldade em reproduzir a temperatura média global e as diferenças térmicas entre o Equador e os Polos; b) Dificuldade em determinar a intensidade e o posicionamento das altas pressões subtropicais e das correntes de jatos; c) Deficiências em estimar os efeitos da nebulosidade em cenários futuros. A maioria dos modelos não levam em consideração os tipos, formas, consitiuição, distribuição e propriedades óticas das nuvens; d) Deficiências sérias na modelagem e simulação do ciclo hidrológico. A convecção profunda curto-circuita o efeito estufa, não permitindo que a temperatura do planeta atinja valores elevados. Modelos Climáticos - Deficiências
  • 51. Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) Modelos Climáticos - Incertezas Existem fontes de incerteza nos modelos numérios para obter os cenários futuros, dentre elas, destacam-se: a) Incerteza nas emissões futuras de GEEs e aerossóis que afetam o forçamento radioativo do sistema climático; b) Incerteza na inclusão de efeitos diretos do aumento na concentração de CO2 atmosférico nas plantas e do comportamento das plantas no clima futuro; c) Incerteza na sensibilidade do clima global e nos padrões regionais das projeções simulado pelos modelos d) Incerteza em relação à variabilidade natural do clima (parâmetros orbitais, atividades solar e vulcânicas, etc). Modelos Climáticos - Incertezas