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I

                                                                                                 VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO
                                                                                                 E O URBANISMO ILUMINISTA
                          EXPOSIÇÃO




   Localização dos Núcleos Expositivos

                                                      Rua D. Pedro V                                                                                          C.T.T.
                                                                                                                                          Rua Teófilo Braga




                                                   Rua Cândido dos Reis
              Rua Combatentes da Grande Guerra




                                                                                                                                                                       Rua Conselheiro Frederico Ramirez




                                                                                                                             Centro
                                                             Rua Gen. Humberto Delgado




                                                                                                                             Cultural
                                                                                                                                                                                                                      Rua Dr. Manuel de Arriaga




                                                                                           R. Doutor Sousa Martins
                                                                                                         Rua 5 de Outubro




                                                                                         R. 1º de Maio                                                                                                                                            R. António Capa
                                                   Largo                                                                                                                                                   Lrg Antº                                P.S.P.
                                                                                                                                                                                                            Aleixo
R. Estreita
                                                 Luthgarda
                                                 G. Caires                                                                              III                   Igreja
                                                                                                                              Praça
                                                                                                                             Marquês
                                                                                                                            de Pombal
                                                                                                                                                                                                             IV
                                                       Rua J. Algarve                                                                                                                                        Rua José Barão
                                                                                                                            Câmara
                                                                                                                            Municipal
                                                      Rua da Princesa
                                                                                                                             II
                                                                                                                              I                               Avenida da República

                                                    Doca de Recreio
                                                                                                                             Rio Guadiana
Núcleo I
NA MARGEM DIREITA
DO GUADIANA FACE
A ESPANHA
Núcleo I
NA MARGEM DIREITA
DO GUADIANA FACE
A ESPANHA
1‘   O RIO GUADIANA:
     FRONTEIRA E COMÉRCIO
     O RIO GUADIANA: FRONTEIRA
     E COMÉRCIO
     No Algarve, o Guadiana afirmou-se como fronteira       No Algarve, o Guadiana afirmou-se como fronteira
     entre o Reino de Portugal e o vizinho Reino de         entre o Reino de Portugal e o vizinho Reino de
     Castela a partir do ano de 1267, através do Tratado    Castela a partir do ano de 1267, através do Tratado
     de Badajoz. Desde então, a fronteira passou a ser      de Badajoz. Desde então, a fronteira passou a ser
     protegida e guarnecida de castelos e fortalezas.       protegida e guarnecida de castelos e fortalezas.
     Disso temos o exemplo dos castelos de Alcoutim e       Disso temos o exemplo dos castelos de Alcoutim e
     de Castro Marim.                                       de Castro Marim.
     No entanto, apesar de separar dois Reinos em           No entanto, apesar de separar dois Reinos em
     constante conflito, o Guadiana nunca deixou de ser     constante conflito, o Guadiana nunca deixou de ser
     usado para fins de comunicação e comércio entre        usado para fins de comunicação e comércio entre
     as diferentes localidades situadas nas suas            as diferentes localidades situadas nas suas
     margens, tal como sempre o fora desde a                margens, tal como sempre o fora desde a
     Antiguidade. Para além de ser um importante            Antiguidade. Para além de ser um importante
     intermediário entre o litoral algarvio e o interior    intermediário entre o litoral algarvio e o interior
     alentejano, também através do Guadiana se              alentejano, também através do Guadiana se
     processava uma intensa actividade comercial entre      processava uma intensa actividade comercial entre
     algarvios e andaluzes.                                 algarvios e andaluzes.
     À vizinha Andaluzia eram vendidos os frutos secos      À vizinha Andaluzia eram vendidos os frutos secos
     do Algarve – figos, passas, amêndoas – além de         do Algarve – figos, passas, amêndoas – além de
     peixe fresco ou salgado, vinho, sal e azeite. Em       peixe fresco ou salgado, vinho, sal e azeite. Em
     troca, os portos algarvios recebiam sobretudo os       troca, os portos algarvios recebiam sobretudo os
     cereais, mas também legumes e tecidos de lã ou de      cereais, mas também legumes e tecidos de lã ou de
     linho.                                                 linho.
     Sobre estas trocas recaía uma forte pressão fiscal e   Sobre estas trocas recaía uma forte pressão fiscal e
     certas mercadorias, como o gado, não podiam ser        certas mercadorias, como o gado, não podiam ser
     transaccionadas. Daí o fenómeno do contrabando,        transaccionadas. Daí o fenómeno do contrabando,
     endémico em todas as regiões fronteiriças.             endémico em todas as regiões fronteiriças.
2‘   O “LUGAR”
     DE ARENILHA
     O “LUGAR” DE ARENILHA
     A mais antiga referência a um “lugar” chamado          A mais antiga referência a um “lugar” chamado
     Arenilha remonta aos inícios do século XVI, entre os   Arenilha remonta aos inícios do século XVI, entre os
     anos de 1508 e 1510, e encontra-se no Livro das        anos de 1508 e 1510, e encontra-se no Livro das
     Fortalezas (um conjunto de gravuras que                Fortalezas (um conjunto de gravuras que
     representam todos os castelos e fortalezas             representam todos os castelos e fortalezas
     portugueses fronteiros ao reino vizinho) da autoria    portugueses fronteiros ao reino vizinho) da autoria
     de Duarte de Armas. Numa gravura do castelo de         de Duarte de Armas. Numa gravura do castelo de
     Castro Marim é possível identificar o topónimo         Castro Marim é possível identificar o topónimo
     Arenilha junto à foz do Guadiana. Nesta altura, a      Arenilha junto à foz do Guadiana. Nesta altura, a
     povoação ainda não tinha sido criada por ordem         povoação ainda não tinha sido criada por ordem
     régia, pelo que Arenilha era somente o nome dado       régia, pelo que Arenilha era somente o nome dado
     àquele lugar, sazonalmente ocupado por pequenas        àquele lugar, sazonalmente ocupado por pequenas
     comunidades piscatórias.                               comunidades piscatórias.
     Estas comunidades seriam essencialmente                Estas comunidades seriam essencialmente
     compostas por pessoas oriundas do reino vizinho,       compostas por pessoas oriundas do reino vizinho,
     pois o topónimo é um substantivo de origem             pois o topónimo é um substantivo de origem
     castelhana que se pode traduzir por “areia miúda”,     castelhana que se pode traduzir por “areia miúda”,
     referindo-se às características arenosas do local.     referindo-se às características arenosas do local.
     Mais tarde, diversos autores lhe fizeram referência,   Mais tarde, diversos autores lhe fizeram referência,
     mas como a vila de Santo António de Arenilha           mas como a vila de Santo António de Arenilha
     sempre se manteve pequena e precária povoação,         sempre se manteve pequena e precária povoação,
     pouca atenção lhe dedicaram.                           pouca atenção lhe dedicaram.
A NECESSIDADE DE CRIAÇÃO
3‘   DA VILA DE SANTO ANTÓNIO
     DE ARENILHA
     A NECESSIDADE DE CRIAÇÃO DA VILA
     DE SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA
     A principal razão que levou a que o rei D. Manuel I    A principal razão que levou a que o rei D. Manuel I
     quisesse povoar a foz do Guadiana teve origem          quisesse povoar a foz do Guadiana teve origem
     numa estratégia económica.                             numa estratégia económica.
     O local onde se viria a instalar a vila de Arenilha    O local onde se viria a instalar a vila de Arenilha
     encontrava-se despovoado nesses inícios do século      encontrava-se despovoado nesses inícios do século
     XVI. Desta maneira, podiam as mercadorias passar       XVI. Desta maneira, podiam as mercadorias passar
     de Portugal para o vizinho Reino de Castela, e vice-   de Portugal para o vizinho Reino de Castela, e vice-
     versa, sem que houvesse um controlo alfandegário       versa, sem que houvesse um controlo alfandegário
     para cobrar os impostos que sobre elas recaíam. Os     para cobrar os impostos que sobre elas recaíam. Os
     pescadores castelhanos também podiam vir               pescadores castelhanos também podiam vir
     livremente aos mares do Sotavento algarvio pescar      livremente aos mares do Sotavento algarvio pescar
     o peixe português e levá-lo para as suas terras, em    o peixe português e levá-lo para as suas terras, em
     prejuízo dos cofres reais. Além do mais, estando       prejuízo dos cofres reais. Além do mais, estando
     este sítio desabitado, os ricos recursos piscícolas    este sítio desabitado, os ricos recursos piscícolas
     proporcionados pelo mar de Monte Gordo eram            proporcionados pelo mar de Monte Gordo eram
     muito pouco aproveitados por portugueses.              muito pouco aproveitados por portugueses.
     Assim, em nome dos interesses do Reino e através       Assim, em nome dos interesses do Reino e através
     de Carta de Privilégio concedida por D. Manuel I a 8   de Carta de Privilégio concedida por D. Manuel I a 8
     de Fevereiro de 1513, é criada a vila de Santo         de Fevereiro de 1513, é criada a vila de Santo
     António de Arenilha na margem direita da foz do        António de Arenilha na margem direita da foz do
     Guadiana, uma povoação essencialmente                  Guadiana, uma povoação essencialmente
     vocacionada para a pesca. O monarca pretendia          vocacionada para a pesca. O monarca pretendia
     afirmar assim a sua soberania política e               afirmar assim a sua soberania política e
     administrativa sobre aquele ermo território raiano,    administrativa sobre aquele ermo território raiano,
     visando evitar o contrabando e retirar melhores        visando evitar o contrabando e retirar melhores
     rendimentos das pescarias em Monte Gordo.              rendimentos das pescarias em Monte Gordo.
PRIVILÉGIOS CONCEDIDOS
4‘   AOS MORADORES DE SANTO
     ANTÓNIO DE ARENILHA
     PRIVILÉGIOS CONCEDIDOS AOS MORADORES
     DE SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA
     Nos primeiros anos da existência da nova vila de         Nos primeiros anos da existência da nova vila de
     Arenilha, os monarcas D. Manuel I e D. João III          Arenilha, os monarcas D. Manuel I e D. João III
     concederam aos arenilhenses certos privilégios.          concederam aos arenilhenses certos privilégios.
     Desde a data da sua criação – 1513 – os moradores        Desde a data da sua criação – 1513 – os moradores
     de Arenilha estavam livres da obrigação de pagar os      de Arenilha estavam livres da obrigação de pagar os
     direitos (ou impostos) das mercadorias que               direitos (ou impostos) das mercadorias que
     entravam na sua vila, desde que estas se                 entravam na sua vila, desde que estas se
     destinassem ao consumo próprio e não à venda. A          destinassem ao consumo próprio e não à venda. A
     partir de Maio de 1529 ficaram livres do pagamento       partir de Maio de 1529 ficaram livres do pagamento
     do imposto sobre o vinho que vendessem. Em               do imposto sobre o vinho que vendessem. Em
     1542, o rei D. João III autorizou que Arenilha tivesse   1542, o rei D. João III autorizou que Arenilha tivesse
     uma barca de passagem no seu porto, de modo a            uma barca de passagem no seu porto, de modo a
     facilitar a circulação de pessoas, animais e             facilitar a circulação de pessoas, animais e
     mercadorias entre as duas margens do Guadiana.           mercadorias entre as duas margens do Guadiana.
     O dinheiro obtido com o aluguer da dita barca            O dinheiro obtido com o aluguer da dita barca
     revertia a favor da Câmara de Arenilha. Os               revertia a favor da Câmara de Arenilha. Os
     arenilhenses detinham ainda o privilégio de estarem      arenilhenses detinham ainda o privilégio de estarem
     isentos da acção da Justiça exterior ao seu termo.       isentos da acção da Justiça exterior ao seu termo.
     O propósito de tudo isto era facilitar o quotidiano      O propósito de tudo isto era facilitar o quotidiano
     desta gente, fixá-la no local e atrair novos             desta gente, fixá-la no local e atrair novos
     moradores.                                               moradores.
5‘   A VIDA EM SANTO ANTÓNIO
     DE ARENILHA
     A VIDA EM SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA
     Os moradores de Arenilha seriam provenientes de          Os moradores de Arenilha seriam provenientes de
     povoações e localidades próximas, como Castro            povoações e localidades próximas, como Castro
     Marim, Cacela ou da praia de Monte Gordo. Mas            Marim, Cacela ou da praia de Monte Gordo. Mas
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6‘   A DEMOGRAFIA
     ARENILHENSE
     A DEMOGRAFIA ARENILHENSE
     De todos os documentos que se referem a Arenilha,      De todos os documentos que se referem a Arenilha,
     resulta que a vila foi sempre escassamente             resulta que a vila foi sempre escassamente
     povoada.                                               povoada.
     Entre 1527 e 1573, os moradores de Arenilha            Entre 1527 e 1573, os moradores de Arenilha
     rondavam as seis dezenas. No entanto, por volta do     rondavam as seis dezenas. No entanto, por volta do
     ano 1600, já não ultrapassariam a dezena, o que        ano 1600, já não ultrapassariam a dezena, o que
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     Arenilha foi ficando cada vez mais despovoada a        Arenilha foi ficando cada vez mais despovoada a
     partir dos finais do século XVI. Sabe-se que em        partir dos finais do século XVI. Sabe-se que em
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     muito poucas.                                          muito poucas.
A EXTINÇÃO DA VILA
7‘   DE SANTO ANTÓNIO
     DE ARENILHA
     A EXTINÇÃO DA VILA DE SANTO ANTÓNIO
     DE ARENILHA
     Foram dois os motivos que contribuíram para o        Foram dois os motivos que contribuíram para o
     abandono da vila de Arenilha. O primeiro             abandono da vila de Arenilha. O primeiro
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O urbanismo iluminista em Vila Real de Santo António

  • 1. I VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO E O URBANISMO ILUMINISTA EXPOSIÇÃO Localização dos Núcleos Expositivos Rua D. Pedro V C.T.T. Rua Teófilo Braga Rua Cândido dos Reis Rua Combatentes da Grande Guerra Rua Conselheiro Frederico Ramirez Centro Rua Gen. Humberto Delgado Cultural Rua Dr. Manuel de Arriaga R. Doutor Sousa Martins Rua 5 de Outubro R. 1º de Maio R. António Capa Largo Lrg Antº P.S.P. Aleixo R. Estreita Luthgarda G. Caires III Igreja Praça Marquês de Pombal IV Rua J. Algarve Rua José Barão Câmara Municipal Rua da Princesa II I Avenida da República Doca de Recreio Rio Guadiana
  • 2. Núcleo I NA MARGEM DIREITA DO GUADIANA FACE A ESPANHA Núcleo I NA MARGEM DIREITA DO GUADIANA FACE A ESPANHA
  • 3. 1‘ O RIO GUADIANA: FRONTEIRA E COMÉRCIO O RIO GUADIANA: FRONTEIRA E COMÉRCIO No Algarve, o Guadiana afirmou-se como fronteira No Algarve, o Guadiana afirmou-se como fronteira entre o Reino de Portugal e o vizinho Reino de entre o Reino de Portugal e o vizinho Reino de Castela a partir do ano de 1267, através do Tratado Castela a partir do ano de 1267, através do Tratado de Badajoz. Desde então, a fronteira passou a ser de Badajoz. Desde então, a fronteira passou a ser protegida e guarnecida de castelos e fortalezas. protegida e guarnecida de castelos e fortalezas. Disso temos o exemplo dos castelos de Alcoutim e Disso temos o exemplo dos castelos de Alcoutim e de Castro Marim. de Castro Marim. No entanto, apesar de separar dois Reinos em No entanto, apesar de separar dois Reinos em constante conflito, o Guadiana nunca deixou de ser constante conflito, o Guadiana nunca deixou de ser usado para fins de comunicação e comércio entre usado para fins de comunicação e comércio entre as diferentes localidades situadas nas suas as diferentes localidades situadas nas suas margens, tal como sempre o fora desde a margens, tal como sempre o fora desde a Antiguidade. Para além de ser um importante Antiguidade. Para além de ser um importante intermediário entre o litoral algarvio e o interior intermediário entre o litoral algarvio e o interior alentejano, também através do Guadiana se alentejano, também através do Guadiana se processava uma intensa actividade comercial entre processava uma intensa actividade comercial entre algarvios e andaluzes. algarvios e andaluzes. À vizinha Andaluzia eram vendidos os frutos secos À vizinha Andaluzia eram vendidos os frutos secos do Algarve – figos, passas, amêndoas – além de do Algarve – figos, passas, amêndoas – além de peixe fresco ou salgado, vinho, sal e azeite. Em peixe fresco ou salgado, vinho, sal e azeite. Em troca, os portos algarvios recebiam sobretudo os troca, os portos algarvios recebiam sobretudo os cereais, mas também legumes e tecidos de lã ou de cereais, mas também legumes e tecidos de lã ou de linho. linho. Sobre estas trocas recaía uma forte pressão fiscal e Sobre estas trocas recaía uma forte pressão fiscal e certas mercadorias, como o gado, não podiam ser certas mercadorias, como o gado, não podiam ser transaccionadas. Daí o fenómeno do contrabando, transaccionadas. Daí o fenómeno do contrabando, endémico em todas as regiões fronteiriças. endémico em todas as regiões fronteiriças.
  • 4. 2‘ O “LUGAR” DE ARENILHA O “LUGAR” DE ARENILHA A mais antiga referência a um “lugar” chamado A mais antiga referência a um “lugar” chamado Arenilha remonta aos inícios do século XVI, entre os Arenilha remonta aos inícios do século XVI, entre os anos de 1508 e 1510, e encontra-se no Livro das anos de 1508 e 1510, e encontra-se no Livro das Fortalezas (um conjunto de gravuras que Fortalezas (um conjunto de gravuras que representam todos os castelos e fortalezas representam todos os castelos e fortalezas portugueses fronteiros ao reino vizinho) da autoria portugueses fronteiros ao reino vizinho) da autoria de Duarte de Armas. Numa gravura do castelo de de Duarte de Armas. Numa gravura do castelo de Castro Marim é possível identificar o topónimo Castro Marim é possível identificar o topónimo Arenilha junto à foz do Guadiana. Nesta altura, a Arenilha junto à foz do Guadiana. Nesta altura, a povoação ainda não tinha sido criada por ordem povoação ainda não tinha sido criada por ordem régia, pelo que Arenilha era somente o nome dado régia, pelo que Arenilha era somente o nome dado àquele lugar, sazonalmente ocupado por pequenas àquele lugar, sazonalmente ocupado por pequenas comunidades piscatórias. comunidades piscatórias. Estas comunidades seriam essencialmente Estas comunidades seriam essencialmente compostas por pessoas oriundas do reino vizinho, compostas por pessoas oriundas do reino vizinho, pois o topónimo é um substantivo de origem pois o topónimo é um substantivo de origem castelhana que se pode traduzir por “areia miúda”, castelhana que se pode traduzir por “areia miúda”, referindo-se às características arenosas do local. referindo-se às características arenosas do local. Mais tarde, diversos autores lhe fizeram referência, Mais tarde, diversos autores lhe fizeram referência, mas como a vila de Santo António de Arenilha mas como a vila de Santo António de Arenilha sempre se manteve pequena e precária povoação, sempre se manteve pequena e precária povoação, pouca atenção lhe dedicaram. pouca atenção lhe dedicaram.
  • 5. A NECESSIDADE DE CRIAÇÃO 3‘ DA VILA DE SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA A NECESSIDADE DE CRIAÇÃO DA VILA DE SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA A principal razão que levou a que o rei D. Manuel I A principal razão que levou a que o rei D. Manuel I quisesse povoar a foz do Guadiana teve origem quisesse povoar a foz do Guadiana teve origem numa estratégia económica. numa estratégia económica. O local onde se viria a instalar a vila de Arenilha O local onde se viria a instalar a vila de Arenilha encontrava-se despovoado nesses inícios do século encontrava-se despovoado nesses inícios do século XVI. Desta maneira, podiam as mercadorias passar XVI. Desta maneira, podiam as mercadorias passar de Portugal para o vizinho Reino de Castela, e vice- de Portugal para o vizinho Reino de Castela, e vice- versa, sem que houvesse um controlo alfandegário versa, sem que houvesse um controlo alfandegário para cobrar os impostos que sobre elas recaíam. Os para cobrar os impostos que sobre elas recaíam. Os pescadores castelhanos também podiam vir pescadores castelhanos também podiam vir livremente aos mares do Sotavento algarvio pescar livremente aos mares do Sotavento algarvio pescar o peixe português e levá-lo para as suas terras, em o peixe português e levá-lo para as suas terras, em prejuízo dos cofres reais. Além do mais, estando prejuízo dos cofres reais. Além do mais, estando este sítio desabitado, os ricos recursos piscícolas este sítio desabitado, os ricos recursos piscícolas proporcionados pelo mar de Monte Gordo eram proporcionados pelo mar de Monte Gordo eram muito pouco aproveitados por portugueses. muito pouco aproveitados por portugueses. Assim, em nome dos interesses do Reino e através Assim, em nome dos interesses do Reino e através de Carta de Privilégio concedida por D. Manuel I a 8 de Carta de Privilégio concedida por D. Manuel I a 8 de Fevereiro de 1513, é criada a vila de Santo de Fevereiro de 1513, é criada a vila de Santo António de Arenilha na margem direita da foz do António de Arenilha na margem direita da foz do Guadiana, uma povoação essencialmente Guadiana, uma povoação essencialmente vocacionada para a pesca. O monarca pretendia vocacionada para a pesca. O monarca pretendia afirmar assim a sua soberania política e afirmar assim a sua soberania política e administrativa sobre aquele ermo território raiano, administrativa sobre aquele ermo território raiano, visando evitar o contrabando e retirar melhores visando evitar o contrabando e retirar melhores rendimentos das pescarias em Monte Gordo. rendimentos das pescarias em Monte Gordo.
  • 6. PRIVILÉGIOS CONCEDIDOS 4‘ AOS MORADORES DE SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA PRIVILÉGIOS CONCEDIDOS AOS MORADORES DE SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA Nos primeiros anos da existência da nova vila de Nos primeiros anos da existência da nova vila de Arenilha, os monarcas D. Manuel I e D. João III Arenilha, os monarcas D. Manuel I e D. João III concederam aos arenilhenses certos privilégios. concederam aos arenilhenses certos privilégios. Desde a data da sua criação – 1513 – os moradores Desde a data da sua criação – 1513 – os moradores de Arenilha estavam livres da obrigação de pagar os de Arenilha estavam livres da obrigação de pagar os direitos (ou impostos) das mercadorias que direitos (ou impostos) das mercadorias que entravam na sua vila, desde que estas se entravam na sua vila, desde que estas se destinassem ao consumo próprio e não à venda. A destinassem ao consumo próprio e não à venda. A partir de Maio de 1529 ficaram livres do pagamento partir de Maio de 1529 ficaram livres do pagamento do imposto sobre o vinho que vendessem. Em do imposto sobre o vinho que vendessem. Em 1542, o rei D. João III autorizou que Arenilha tivesse 1542, o rei D. João III autorizou que Arenilha tivesse uma barca de passagem no seu porto, de modo a uma barca de passagem no seu porto, de modo a facilitar a circulação de pessoas, animais e facilitar a circulação de pessoas, animais e mercadorias entre as duas margens do Guadiana. mercadorias entre as duas margens do Guadiana. O dinheiro obtido com o aluguer da dita barca O dinheiro obtido com o aluguer da dita barca revertia a favor da Câmara de Arenilha. Os revertia a favor da Câmara de Arenilha. Os arenilhenses detinham ainda o privilégio de estarem arenilhenses detinham ainda o privilégio de estarem isentos da acção da Justiça exterior ao seu termo. isentos da acção da Justiça exterior ao seu termo. O propósito de tudo isto era facilitar o quotidiano O propósito de tudo isto era facilitar o quotidiano desta gente, fixá-la no local e atrair novos desta gente, fixá-la no local e atrair novos moradores. moradores.
  • 7. 5‘ A VIDA EM SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA A VIDA EM SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA Os moradores de Arenilha seriam provenientes de Os moradores de Arenilha seriam provenientes de povoações e localidades próximas, como Castro povoações e localidades próximas, como Castro Marim, Cacela ou da praia de Monte Gordo. Mas Marim, Cacela ou da praia de Monte Gordo. Mas uma boa parte deles seria também oriunda do reino uma boa parte deles seria também oriunda do reino vizinho, nomeadamente de Ayamonte e arredores. vizinho, nomeadamente de Ayamonte e arredores. A pesca era a principal actividade exercida, e A pesca era a principal actividade exercida, e viveriam em cabanas de colmo, típicas das viveriam em cabanas de colmo, típicas das povoações piscatórias. O pinhal ali perto fornecia- povoações piscatórias. O pinhal ali perto fornecia- lhes a madeira usada para a construção dessas lhes a madeira usada para a construção dessas habitações. A partir desta matéria-prima, os habitações. A partir desta matéria-prima, os arenilhenses também faziam as suas embarcações e arenilhenses também faziam as suas embarcações e diversos utensílios, fossem estes domésticos ou diversos utensílios, fossem estes domésticos ou ligados à actividade piscatória. ligados à actividade piscatória. Em Arenilha existiam dois edifícios religiosos, dos Em Arenilha existiam dois edifícios religiosos, dos quais não restam hoje quaisquer vestígios. Eram eles quais não restam hoje quaisquer vestígios. Eram eles a igreja da Trindade, situada entre as habitações, e a a igreja da Trindade, situada entre as habitações, e a ermida de Santo António, já um pouco mais afastada ermida de Santo António, já um pouco mais afastada do aglomerado e edificada num ponto mais alto. do aglomerado e edificada num ponto mais alto. Construídos nas primeiras décadas do século XVI, Construídos nas primeiras décadas do século XVI, seriam provavelmente os únicos edifícios de seriam provavelmente os únicos edifícios de alvenaria existentes entre as cabanas dos alvenaria existentes entre as cabanas dos pescadores. pescadores. Arenilha era frequentemente acometida por assaltos Arenilha era frequentemente acometida por assaltos da pirataria mourisca. Desde a época medieval as da pirataria mourisca. Desde a época medieval as costas algarvias eram alvo de piratas berberes que costas algarvias eram alvo de piratas berberes que saqueavam e destruíam as povoações do litoral. saqueavam e destruíam as povoações do litoral. Para tentar resolver esta situação, Santo António de Para tentar resolver esta situação, Santo António de Arenilha foi protegida, nos meados do século XVI, Arenilha foi protegida, nos meados do século XVI, por uma paliçada de madeira. por uma paliçada de madeira. Localizada na margem direita da foz do Guadiana, Localizada na margem direita da foz do Guadiana, seriam frequentes e intensas as relações entre seriam frequentes e intensas as relações entre arenilhenses e ayamontinos. Este facto é desde logo arenilhenses e ayamontinos. Este facto é desde logo atestado num documento de 1554, que refere a atestado num documento de 1554, que refere a vinda a Arenilha de um padre de Ayamonte para vinda a Arenilha de um padre de Ayamonte para celebrar as missas, regressando à sua terra quando celebrar as missas, regressando à sua terra quando terminava o serviço litúrgico. Isto porque à data não terminava o serviço litúrgico. Isto porque à data não havia pároco na igreja da Trindade. havia pároco na igreja da Trindade. O contrabando foi também e desde sempre uma O contrabando foi também e desde sempre uma realidade vivida em Santo António de Arenilha. A realidade vivida em Santo António de Arenilha. A proximidade com o reino vizinho, a convivência entre proximidade com o reino vizinho, a convivência entre as populações das margens opostas, a falta de as populações das margens opostas, a falta de oficiais alfandegários por estas bandas e o peso do oficiais alfandegários por estas bandas e o peso do imposto sobre o pescado e outras mercadorias que imposto sobre o pescado e outras mercadorias que iam e vinham pela fronteira, eram factores favoráveis iam e vinham pela fronteira, eram factores favoráveis ao desenvolvimento do comércio ilícito. Em 1547 foi ao desenvolvimento do comércio ilícito. Em 1547 foi elaborado um “Regimento” que tinha por objectivo elaborado um “Regimento” que tinha por objectivo regular e apertar a vigilância alfandegária. Medida regular e apertar a vigilância alfandegária. Medida que não obteve grandes resultados, pois a prática do que não obteve grandes resultados, pois a prática do contrabando manteve-se. contrabando manteve-se.
  • 8. 6‘ A DEMOGRAFIA ARENILHENSE A DEMOGRAFIA ARENILHENSE De todos os documentos que se referem a Arenilha, De todos os documentos que se referem a Arenilha, resulta que a vila foi sempre escassamente resulta que a vila foi sempre escassamente povoada. povoada. Entre 1527 e 1573, os moradores de Arenilha Entre 1527 e 1573, os moradores de Arenilha rondavam as seis dezenas. No entanto, por volta do rondavam as seis dezenas. No entanto, por volta do ano 1600, já não ultrapassariam a dezena, o que ano 1600, já não ultrapassariam a dezena, o que significa que a população foi reduzida a um sexto no significa que a população foi reduzida a um sexto no espaço de duas ou três décadas. espaço de duas ou três décadas. Conclui-se assim que a vila de Santo António de Conclui-se assim que a vila de Santo António de Arenilha foi ficando cada vez mais despovoada a Arenilha foi ficando cada vez mais despovoada a partir dos finais do século XVI. Sabe-se que em partir dos finais do século XVI. Sabe-se que em 1673 ainda aí residiriam algumas pessoas, mas 1673 ainda aí residiriam algumas pessoas, mas muito poucas. muito poucas.
  • 9. A EXTINÇÃO DA VILA 7‘ DE SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA A EXTINÇÃO DA VILA DE SANTO ANTÓNIO DE ARENILHA Foram dois os motivos que contribuíram para o Foram dois os motivos que contribuíram para o abandono da vila de Arenilha. O primeiro abandono da vila de Arenilha. O primeiro relacionou-se com a pirataria mourisca que relacionou-se com a pirataria mourisca que assolava as costas algarvias, ameaçando as assolava as costas algarvias, ameaçando as populações do litoral. No entanto, o motivo populações do litoral. No entanto, o motivo fundamental foi a acção do mar. Arenilha foi fundamental foi a acção do mar. Arenilha foi progressivamente engolida pelas águas do oceano progressivamente engolida pelas águas do oceano e o local onde habitaram os arenilhenses encontra- e o local onde habitaram os arenilhenses encontra- se hoje submerso. se hoje submerso. Nas primeiras décadas do século XVIII a vila Nas primeiras décadas do século XVIII a vila encontrava-se praticamente extinta. Os seus encontrava-se praticamente extinta. Os seus moradores foram-se dispersando pelas terras moradores foram-se dispersando pelas terras circundantes e a maioria acabou por se instalar na circundantes e a maioria acabou por se instalar na praia de Monte Gordo, de mares ricos em recursos praia de Monte Gordo, de mares ricos em recursos piscícolas. piscícolas.