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BATE BOLA
Por Mariana Meneses
o Bate Bola do JFC desta
edição vamos conhecer um
brasileiro que desde que
começou carreira profissional, vem
ganhando muito destaque. Ele é um
exemplo para milhares de garotos
que sempre sonharam em se tornar
jogador de futebol. Diretamente da
Grécia, onde mora atualmente,
Pedro Mendes Mistieri, um
pirassununguense de 20 anos fala
de sua vida e suas conquistas
defendendo o Korintios!
Jornalismo Futebol Clube
(JFC) - É o primeiro time que
você defende fora do Brasil?
Pedro Mistieri - Não, eu já
estou há 2 anos fora do Brasil, e
o primeiro time que defendi foi
o Montecchio Maggiore na
Itália, aonde joguei por uma
temporada e meia.
JFC - Como foi essa
transferência e adaptação?
Pedro - Tudo aconteceu por
intermédio de 2 pessoas que
tenho satisfação em citar o
nome delas, um é o Claudinho
(ex-jogador do Santos), que já
tinha me visto jogar, acreditou
no meu potencial e me
apresentou ao Bressan uma
pessoa que dispensa
comentários, e trabalha com
grandes nomes do futebol
brasileiro, e foi ele quem me
deu a oportunidade aqui na
Europa. Eu tinha apenas 18
anos, poderia ser a melhor e
única oportunidade de jogar na
Europa em minha vida, e eu
sem pensar 2 vezes agarrei com
as 2 mãos, e graças a Deus
consegui dar continuidade ao
trabalho. A Adaptação não foi
nada fácil no começo, cheguei
em uma data que o inverno
estava bem rigoroso na Itália,
não sabia falar nada do idioma,
e morando sozinho longe da
família, que é uma coisa que e
normal na vida de um jogador
morar longe da família, mais
quando você esta no Brasil
qualquer coisa que acontecer
você pega um ônibus e volta pra
sua casa, agora quando se tem
um oceano separando ai é um
pouco mais complicado, mas o
sonho e a vontade de vencer
sempre foi maior que tudo isso,
e com o tempo as coisas foram
ficando mais fácil. Atualmente
estou na Grécia, o idioma é o
que mais esta me atrapalhando,
mais hoje um pouco mais
maduro, não estou sentindo
muito.
JFC - Você sentiu diferença no
estilo de jogo e na formação
(escalação) entre Europa e
Brasil?
Pedro - Senti sim, bastante,
aqui na Europa é um estilo de
jogo mais dinâmico e de muita
força, os jogadores procuram
não dar mais de 2 ou 3 toques
na bola, eles procuram fazer o
fácil, e é aonde deixa o jogo
bem dinâmico. A formação
tática é bem diferente da que eu
era acostumado a jogar no
Brasil, eu particularmente senti
mais ainda por jogar também de
lateral, no Brasil o lateral tem
toda liberdade pra chegar ao
ataque ir pra cima, já aqui na
Europa eles fazem uma linha de
4 defensores, e o lateral que é
como um zagueiro dificilmente
passa do meio campo, pois aqui
eles ainda jogam com os pontas
que é quem se encarrega de
atacar. Então tomei muita dura
dos treinadores no começo por
querer atacar, e até hoje ainda
tomo mais um pouco menos.
JFC - Alguns comentaristas
afirmam que o campeonato
brasileiro é mais disputado já
que aqui a grande maioria dos
clubes tem chance de ser
campeão, diferente do europeu
onde apenas dois ou três times
chegam com chance real de
título. Você concorda com isso?
N
O JOVEM PEDRO CHEGOU LÁ! (FOTO DIVULGAÇÃO)
4
Pedro - Concordo, realmente na
Europa a maioria dos
campeonatos são apenas 3 ou 4
equipes sempre as mesmas que
lutam pelo titulo, já no Brasil a
cada ano temos surpresas,
sempre times diferentes
chegando, é um campeonato
que dá gosto de acompanhar.
Mas aprendi a gostar do
campeonato italiano também,
quando eu morava no Brasil, eu
pensava que Itália era apenas
Milan, Inter, Juventos e Roma,
mais acompanhando de perto vi
a força que tem os outros times,
como o Lazio, Napoli, Udnese,
entre outros, então colocaria o
Campeonato Italiano nessa
briga com o Brasileiro de
campeonato mais disputado.
A fama e o dinheiro é a
realidade pra poucos, aquilo que
vemos no TV jogadores
milionários e famosos, na
verdade é uma porcentagem
bem pequena e pra chegar neles
tem que ser realmente
diferenciado.
JFC - Quais dificuldades você
encontrou até conseguir se
profissionalizar?
Pedro - As dificuldades penso
que são as mesmas para todos
os jogadores, de rodar vários
clubes nas categorias de base,
fazer peneiras, viajar horas pra
chegar no time fazer um treino
de 20 minutos, concorrendo
com 300, 400 meninos, da onde
muitas vezes não passam
nenhum. Depois você vai em
outro time, vai bem demais e
também é dispensado, então
cheguei muitas vezes pensar em
parar, largar tudo. Mais tenho
uma família que sempre me
apoiou ao máximo, sempre me
deixou correr atrás daquilo que
eu queria sem pressão, pelo
contrário, sempre me passaram
tranquilidade, e deixaram claro
que se um dia nada desse certo,
eles estariam ali em casa me
esperando de braços abertos.
Acredito que seja muito
importante ter essa base por trás
do menino ter o apoio da
família, nessa transação de
Juniores para Profissional,
porque tem muitos que fazem
18 anos e já têm a pressão da
família pra trabalhar, pra isso e
aquilo, e é aonde eles acabam
desistindo do sonho. Então só
tenho em agradecer a Deus e a
minha família, com certeza
nada disso seria possível sem
eles.
A FAMA E O DINHEIRO É
A REALIDADE PRA
POUCOS, AQUILO QUE
VEMOS NO TV
JOGADORES
MILIONÁRIOS E
FAMOSOS, NA VERDADE É
UMA PORCENTAGEM
BEM PEQUENA E PRA
CHEGAR NELES TEM QUE
SER REALMENTE
DIFERENCIADO.
JFC - A maioria dos garotos
sonha em ser jogador pelas
facilidades que essa profissão
oferece como dinheiro, fama,
mulheres, baladas etc. A
realidade é essa mesmo?
Pedro - Acho que é mais ou
menos essa a realidade sim, mas
essas facilidades não sabendo
lidar com elas viram
dificuldades, e é ai que muitos
ficam pelo caminho. A fama e o
dinheiro é a realidade pra
poucos, aquilo que vemos no
TV jogadores milionários e
famosos, na verdade é uma
porcentagem bem pequena e pra
chegar neles tem que ser
realmente diferenciado. Já
mulheres e baladas você acha
em qualquer lugar, em qualquer
time, então se o jogador não
tiver cabeça, não tiver foco,
acaba cedendo mesmo. Hoje em
dia o futebol está muito
competitivo e muito igualado
dentro de campo, são poucos os
que se destacam pela
habilidade. Então um jogador
que só quer saber de baladas,
mulher, e acaba não cuidando
do seu corpo, não repousa
direito, não se alimenta direito,
fica um passo atrás dos outros
sem dúvidas.
JFC - Tem vontade de voltar
para o Brasil? Que time tem o
sonho de defender?
Pedro - Sim tenho e muita, mas
não agora, quero jogar pelo
menos mais uns 4 anos aqui na
Europa, e quem sabe depois
voltar a jogar no Brasil. O time
que eu sonho em defender é o
Palmeiras, em casa todos são
palmeirenses e eu também,
desde que nasci, então tenho
como sonho e um objetivo de
vida um dia defender o verdão.

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  • 1. 3 BATE BOLA Por Mariana Meneses o Bate Bola do JFC desta edição vamos conhecer um brasileiro que desde que começou carreira profissional, vem ganhando muito destaque. Ele é um exemplo para milhares de garotos que sempre sonharam em se tornar jogador de futebol. Diretamente da Grécia, onde mora atualmente, Pedro Mendes Mistieri, um pirassununguense de 20 anos fala de sua vida e suas conquistas defendendo o Korintios! Jornalismo Futebol Clube (JFC) - É o primeiro time que você defende fora do Brasil? Pedro Mistieri - Não, eu já estou há 2 anos fora do Brasil, e o primeiro time que defendi foi o Montecchio Maggiore na Itália, aonde joguei por uma temporada e meia. JFC - Como foi essa transferência e adaptação? Pedro - Tudo aconteceu por intermédio de 2 pessoas que tenho satisfação em citar o nome delas, um é o Claudinho (ex-jogador do Santos), que já tinha me visto jogar, acreditou no meu potencial e me apresentou ao Bressan uma pessoa que dispensa comentários, e trabalha com grandes nomes do futebol brasileiro, e foi ele quem me deu a oportunidade aqui na Europa. Eu tinha apenas 18 anos, poderia ser a melhor e única oportunidade de jogar na Europa em minha vida, e eu sem pensar 2 vezes agarrei com as 2 mãos, e graças a Deus consegui dar continuidade ao trabalho. A Adaptação não foi nada fácil no começo, cheguei em uma data que o inverno estava bem rigoroso na Itália, não sabia falar nada do idioma, e morando sozinho longe da família, que é uma coisa que e normal na vida de um jogador morar longe da família, mais quando você esta no Brasil qualquer coisa que acontecer você pega um ônibus e volta pra sua casa, agora quando se tem um oceano separando ai é um pouco mais complicado, mas o sonho e a vontade de vencer sempre foi maior que tudo isso, e com o tempo as coisas foram ficando mais fácil. Atualmente estou na Grécia, o idioma é o que mais esta me atrapalhando, mais hoje um pouco mais maduro, não estou sentindo muito. JFC - Você sentiu diferença no estilo de jogo e na formação (escalação) entre Europa e Brasil? Pedro - Senti sim, bastante, aqui na Europa é um estilo de jogo mais dinâmico e de muita força, os jogadores procuram não dar mais de 2 ou 3 toques na bola, eles procuram fazer o fácil, e é aonde deixa o jogo bem dinâmico. A formação tática é bem diferente da que eu era acostumado a jogar no Brasil, eu particularmente senti mais ainda por jogar também de lateral, no Brasil o lateral tem toda liberdade pra chegar ao ataque ir pra cima, já aqui na Europa eles fazem uma linha de 4 defensores, e o lateral que é como um zagueiro dificilmente passa do meio campo, pois aqui eles ainda jogam com os pontas que é quem se encarrega de atacar. Então tomei muita dura dos treinadores no começo por querer atacar, e até hoje ainda tomo mais um pouco menos. JFC - Alguns comentaristas afirmam que o campeonato brasileiro é mais disputado já que aqui a grande maioria dos clubes tem chance de ser campeão, diferente do europeu onde apenas dois ou três times chegam com chance real de título. Você concorda com isso? N O JOVEM PEDRO CHEGOU LÁ! (FOTO DIVULGAÇÃO)
  • 2. 4 Pedro - Concordo, realmente na Europa a maioria dos campeonatos são apenas 3 ou 4 equipes sempre as mesmas que lutam pelo titulo, já no Brasil a cada ano temos surpresas, sempre times diferentes chegando, é um campeonato que dá gosto de acompanhar. Mas aprendi a gostar do campeonato italiano também, quando eu morava no Brasil, eu pensava que Itália era apenas Milan, Inter, Juventos e Roma, mais acompanhando de perto vi a força que tem os outros times, como o Lazio, Napoli, Udnese, entre outros, então colocaria o Campeonato Italiano nessa briga com o Brasileiro de campeonato mais disputado. A fama e o dinheiro é a realidade pra poucos, aquilo que vemos no TV jogadores milionários e famosos, na verdade é uma porcentagem bem pequena e pra chegar neles tem que ser realmente diferenciado. JFC - Quais dificuldades você encontrou até conseguir se profissionalizar? Pedro - As dificuldades penso que são as mesmas para todos os jogadores, de rodar vários clubes nas categorias de base, fazer peneiras, viajar horas pra chegar no time fazer um treino de 20 minutos, concorrendo com 300, 400 meninos, da onde muitas vezes não passam nenhum. Depois você vai em outro time, vai bem demais e também é dispensado, então cheguei muitas vezes pensar em parar, largar tudo. Mais tenho uma família que sempre me apoiou ao máximo, sempre me deixou correr atrás daquilo que eu queria sem pressão, pelo contrário, sempre me passaram tranquilidade, e deixaram claro que se um dia nada desse certo, eles estariam ali em casa me esperando de braços abertos. Acredito que seja muito importante ter essa base por trás do menino ter o apoio da família, nessa transação de Juniores para Profissional, porque tem muitos que fazem 18 anos e já têm a pressão da família pra trabalhar, pra isso e aquilo, e é aonde eles acabam desistindo do sonho. Então só tenho em agradecer a Deus e a minha família, com certeza nada disso seria possível sem eles. A FAMA E O DINHEIRO É A REALIDADE PRA POUCOS, AQUILO QUE VEMOS NO TV JOGADORES MILIONÁRIOS E FAMOSOS, NA VERDADE É UMA PORCENTAGEM BEM PEQUENA E PRA CHEGAR NELES TEM QUE SER REALMENTE DIFERENCIADO. JFC - A maioria dos garotos sonha em ser jogador pelas facilidades que essa profissão oferece como dinheiro, fama, mulheres, baladas etc. A realidade é essa mesmo? Pedro - Acho que é mais ou menos essa a realidade sim, mas essas facilidades não sabendo lidar com elas viram dificuldades, e é ai que muitos ficam pelo caminho. A fama e o dinheiro é a realidade pra poucos, aquilo que vemos no TV jogadores milionários e famosos, na verdade é uma porcentagem bem pequena e pra chegar neles tem que ser realmente diferenciado. Já mulheres e baladas você acha em qualquer lugar, em qualquer time, então se o jogador não tiver cabeça, não tiver foco, acaba cedendo mesmo. Hoje em dia o futebol está muito competitivo e muito igualado dentro de campo, são poucos os que se destacam pela habilidade. Então um jogador que só quer saber de baladas, mulher, e acaba não cuidando do seu corpo, não repousa direito, não se alimenta direito, fica um passo atrás dos outros sem dúvidas. JFC - Tem vontade de voltar para o Brasil? Que time tem o sonho de defender? Pedro - Sim tenho e muita, mas não agora, quero jogar pelo menos mais uns 4 anos aqui na Europa, e quem sabe depois voltar a jogar no Brasil. O time que eu sonho em defender é o Palmeiras, em casa todos são palmeirenses e eu também, desde que nasci, então tenho como sonho e um objetivo de vida um dia defender o verdão.