O documento descreve o movimento hippie e a contracultura dos anos 1960, incluindo suas características como rejeição aos valores tradicionais, estilo de vida comunitário e defesa da paz, amor livre e não-violência. O tropicalismo também é abordado como movimento cultural que sacudiu a música e arte brasileiras na época, promovendo experimentação e ruptura estética.
2. INTRODUÇÃO
Os "hippies" eram parte do que se convencionou chamar movimento de
contracultura dos anos 60 tendo relativa queda de popularidade nos anos
70 nos EUA, embora o movimento tenha tido muita força em países como o
Brasil somente na década de 70.
As questões ambientais, a prática de nudismo, e a emancipação sexual
eram ideias respeitadas recorrentemente por estas comunidades.
Adotavam um modo de vida comunitário, tendendo a uma espécie de
socialismo-anarquista ou estilo de vida nômade e à vida em comunhão com
a natureza, negavam o nacionalismo e a todas as guerras, abraçavam
aspectos de religiões como o budismo, hinduísmo, e/ou as religiões das
culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores
tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas e
totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o poder
governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o
autoritarismo e os valores sociais tradicionais como parte de uma
"instituição" única, e que não tinha legitimidade.
3. O Movimento Hippie
Para ser um hippie você deveria
acreditar na paz como a maneira
resolver diferenças entre povos,
ideologias e religiões. A maneira à
paz é com o amor e a tolerância.
Amar significa a aceitação de outra
enquanto é, dar-lhe a liberdade
para expressar-se e não os julgar
baseados em aparências. Este é o
núcleo da filosofia do hippie.
Começaram a surgir então jovens
rebeldes delinquentes, e
desajustados, mas tinham um
grande potencial criativo, e seus
próprios ideais, o rock psicodélico,
e as drogas, e as contradições dos
antigos valores dados pela
sociedade, marcaram esse período
" mágico".
4. Estilo e comportamento
O símbolo da paz foi desenvolvido na
Inglaterra como logo para uma campanha
pelo desarmamento nuclear, e foi adotado
pelos hippies americanos que eram contra
a guerra nos anos 60.
Nos anos 60, muitos jovens passaram a
contestar a sociedade e a pôr em causa os
valores tradicionais e o poder militar e
econômico. Esses movimentos de
contestação iniciaram-se nos EUA,
impulsionados por músicos e artistas em
geral. Os hippies defendiam o amor livre e
a não-violência. Como grupo, os hippies
tendem a viver em comunidades
coletivistas ou de forma nômade, vivendo
e produzindo independentemente dos
mercados formais, usam cabelos e barbas
mais compridos do que era considerado
"elegante" na época do seu surgimento.
Muita gente não associada à contracultura
considerava os cabelos compridos uma
ofensa, em parte por causa da atitude
iconoclasta dos hippies, às vezes por
acharem "anti-higiênicos" ou os
considerarem "coisa de mulher".
5. Características próprias dos hippies:
Roupas velhas e naturalmente rasgadas, para ir O incenso e meditação são parte integrante da
em oposição ao consumismo, ou então roupas cultura hippie pelo seu caráter simbólico e quase
com cores berrantes para fazer apologia a religiosos;
psicodelia, além de diversos outros estilos Uso de drogas como marijuana (maconha),
incomuns (tais como calças boca-de-sino, haxixe, e alucinógenos como o LSD e psilocibina
camisas tingidas, roupas de inspiração indiana). (alcalóide extraído de um cogumelo), visando a
Às vezes tocar músicas nas casas de amigos ou "liberação da mente", seguindo as idéias dos
em festas ao ar livre como na famosa "Human beats e de Timothy Leary, um psicólogo
Be-In" de San Francisco, ou no Festival de proponente dos benefícios terapêuticos e
Woodstock em 1969. Atualmente, há o chamado espirituais do LSD. Porém muitos consideravam
Burning Man Festival. o cigarro feito de tabaco como prejudicial à
Amor livre e sem distinções. saúde. O uso da maconha era exaltado também
Ideais anarquistas de comunidades igualitárias e por sua natureza iconoclasta e ilícita, mais do
total liberdade não violenta. que por seus efeitos psico-farmacêuticos;
Rejeição à produtos de beleza, giletes de Culto pelo prazer livre, seja ele físico, sexual ou
barbear, shampoos ou outros instrumentos intelectual.
artificiais. Repúdio à ganância e à falsidade.
Vida em comunidades onde todos os ditames do Fome intelectual insaciável. Raramente são
capitalismo são deixados de lado. Por exemplo, adeptos à muitas inovações tecnologicas,
todos os moradores exercem uma função dentro preferindo uma vida distante de prazeres
da comunidade, as decisões são tomadas em materiais.
conjunto, normalmente é praticada a agricultura Misticismo.
de subsistência e o comércio entre os moradores
é realizado através da troca. Existem
comunidades hippies espalhadas no mundo
inteiro; vivem para a subsistência.
6. Contracultura
Um movimento que tem seu auge
na década de 1960, quando teve
lugar um estilo de mobilização e
contestação social e com ele novos
meios de comunicação em massa.
Jovens inovando estilos, voltando-
se mais para o anti-social aos olhos
das famílias mais conservadoras,
com um espírito mais libertário,
resumindo como uma cultura
underground, cultura alternativa
ou cultura marginal, focada
principalmente nas transformações
da consciência, dos valores e do
comportamento, na busca de
outros espaços e novos canais de
expressão para o indivíduo e
pequenas realidades do cotidiano.
7. Tropicália
O Tropicalismo foi um movimento
de ruptura que sacudiu o ambiente
da música popular e da cultura
brasileira entre 1967 e 1968. Seus
participantes formaram um grande
coletivo, cujos destaques foram os
cantores-compositores Caetano
Veloso e Gilberto Gil, além das
participações da cantora Gal Costa
e do cantor-compositor Tom Zé, da
banda Mutantes, e do maestro
Rogério Duprat. A cantora Nara
Leão e os letristas José Carlos
Capinan e Torquato Neto
completaram o grupo, que teve
também o artista gráfico,
compositor e poeta Rogério Duarte
como um de seus principais
mentores intelectuais.
8. Nas Artes plásticas
1967: Exposição “Nova
Objetividade Brasileira” no
MAM (Helio Oiticica)
Superação do quadro
Tomada de posição do artista
Vontade construtivista geral
Produções coletivas
Participação do espectador
9. Na Música
1968: Lançamento do álbum
Tropicália ou Panis et
Circenses (Caetano Veloso,
Gilberto Gil, Tom Zé,
Capinam e Torquato Neto,
Gal Costa, Nara Leão, Os
Mutantes, Rogério Duprat)
10. Na Estética
Experimentação Bat Macumba
Bat Macumba
ê ê, Bat Macumba obá
ê ê, Bat Macumba oh
estética Bat Macumba
Bat Macumba
ê ê, Bat Macumba
ê ê, Bat Macum
Bat Macumba ê ê, Batman
Bat Macumba ê ê, Bat
Bat Macumba ê ê, Ba
Bat Macumba êê
Bat Macumba ê
Bat Macumba
Bat Macum
Batman
Bat
Ba
Bat
Bat Ma
Bat Macum
Bat Macumba
Bat Macumba ê
Bat Macumba êê
Bat Macumba ê ê, Ba
Bat Macumba ê ê, Bat
Bat Macumba ê ê, Batman
Bat Macumba ê ê, Bat Macum
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oba
11. No teatro
agressão e o corpo
marginalidade e indústria
cultural
experimentalismo e
processo criativo
transgressão da fronteira
ator-público
“era uma violência revolucionária, a violência que é
legítima porque se opõe contra a violência do dia-a-dia.
(...)[era uma peça] que fazia toda uma
revolução, que negava o pensamento
acadêmico, o pensamento idealista
em relação ao teatro”
Zé Celso Martinez Correa
12. No Cinema
Recusa do modelo de
produção hollywoodiano e
opção por um cinema
descolonizado.
Duplo engajamento: arte
com conteúdo político e
revolução através da
estética
O experimentalismo
formal das vanguardas e
o cinema autoral
Influência do neo
realismo italiano, do cine
verité e da nouvelle vague
francesa