6. Origem do Universo
Escrito por Ruth Hinrichs e Carla C Porcher
Introdução
A questão mais central da cosmologia, que concerne a compreensão do
universo como um todo, é a questão da origem deste sistema complexo. O
modelo da criação súbita, mais conhecido como “Big Bang”, foi proposto por
Georges Lemaître e George Gamow. Este modelo simples, que propõe a
origem como sendo um evento explosivo, explica as propriedades do
Universo atual e é corroborado por muitas evidências recentes da pesquisa
astronômica. Porém a nossa observação do Universo - vasto em tempo e
espaço- é limitada ao curto período da história da humanidade, de modo que
os dados observacionais são necessariamente limitados.
7. História da Cosmologia
Considerando os métodos observacionais disponíveis para a astronomia até os tempos modernos, é
perfeitamente compreensível que a humanidade se contentou com um modelo de Universo que fosse
estático e infinito, servindo de coreografia imutável para o mecanismo preciso de revolução de Sol, Lua e
planetas. A revolução de Galileo apenas tirou a Terra do centro do sistema, propondo o sistema
heliocêntrico, mas não modificou a compreensão do cosmos propriamente dito.
No fim do século XVIII surgiram as primeiras dúvidas sobre a infinitude e a homogeneidade do Universo,
formuladas no chamado Paradoxo de Olbers-Chéseaux: Se o Universo for infinito e uniforme, cada área do
céu deveria ter um número infinito de estrelas, que somariam uma luminosidade equivalente a da superfície
da estrela - tornando o céu claro à noite.
Só a partir de 1920, com a instalação de um telescópio potente de 100 polegadas (2,5 m) de diâmetro, no
Monte Wilson (EUA), o astrônomo Edwin Hubble conseguiu estabelecer que inúmeros objetos
astronômicos não faziam parte da nossa galáxia e lhe foi possível determinar suas distâncias. Já havia sido
determinada a composição espectral de várias “estrêlas” extragalácticas, e era sabido, que várias delas
tinham um desvio espectral - as linhas conhecidas dos elementos se encontravam deslocadas para
comprimentos de onda maiores, fenômeno denominado de “red shift”atribuído à velocidade de afastamento
destas estrêlas (efeito Doppler). Em 1929 Hubble percebeu, que as velocidades de afastamento e o red
shift estavam correlacionados - quanto mais distante a estrela, maior a sua velocidade de afastamento, e
concluiu que o Universo se encontrava todo em expansão. A constante de Hubble, que indica esta relação
entre distância e velocidade de afastamento, permite estimar a idade do Universo como sendo de 10-20
bilhões de anos.
8. Origem do Sistema Solar
A origem do Sistema Solar e da Terra
O sistema solar é composto pelo Sol, que concentra 99% da massa do sistema, e
por todos os corpos que orbitam a seu redor. Destes, os de maior massa são os nove
planetas conhecidos: Mercúrio, Venus, Terra, Marte (planetas terrestres), Júpiter,
Saturno, Urano, Netuno (planetas gigantes) e Plutão. Além dos planetas ocorrem ainda
satélites, cometas, asteróides e meteoritos.
Tendo acontecido muitos antes do surgimento da espécie humana, a origem do
sistema solar só pode ser explicada através de teorias. Estas são formuladas com base
em fundamentos teóricos e modelamentos matemáticos que procuram explicar as
características essenciais do Sistema Solar como o conhecemos hoje. É certo que as
teorias mostram um modelo simplificado do processo ocorrido e ainda que não seja
possível dizer qual dessas teorias se aproxima mais da “verdade” , se é que alguma
delas reflete o que realmente aconteceu na formação do Sistema Solar, as teorias podem
ser consideradas como mais ou menos válidas dependendo da sua capacidade em
explicar características essencias deste sistema. As principais características a serem
explicadas são:
9. 1. Os planetas têm um plano comum de revolução em torno do Sol que corresponde
aproximadamente ao plano equatorial do Sol.
2. As órbitas planetares são aproximadamente circulares, as mais excêntricas sendo
aquelas dos menores planetas (Mercúrio e Plutão).
3. A maior parte da massa do Sistema Solar se concentra no Sol (Ms = 740 x
somatório da massa dos demais corpos do sistema).
4. O movimento dos planetas ao redor do Sol acomoda a maior parte do momentum
angular (99,5%) do sistema, apesar de o Sol ter a maior parte da massa, característica
que teve um profundo efeito sobre as teorias de sua formação.
5. Existe uma diferença significativa massa e densidade entre os planetas terrestres
e os planetas gigantes. Esta diferença reflete a composição média (O, Si, Fe e outros
elementos pesados nos planetas terrestres e 99% de H e He para os planetas gigantes,
que contém apenas cerca de 1% de elementos pesados).
As teorias propostas para a origem do Sistema Solar são basicamente derivadas
de duas, propostas inicialmente no século XVIII. Entretanto todas as teorias têm
dificuldade de explicar todas as complexidades do Sistema Solar começando de um
estado incial plausível.
10. A teoria da colisão
Inicialmente proposta por Buffon em 1776, propunha que o Sol teria se
formado completamente e o material dos planetas teria sido arrancado do
Sol em uma colisão catastrófica com um cometa ou uma estrêla. O
principal problema desta teoria é que ela não justifica o grande
momentum angular de revolução dos planetas. Além disto o filamento
arrancado do Sol (ou da estrêla), para prover material suficiente para a
formação dos planetas, teria que vir de seu interior, onde a temperatura é
de milhões de graus e, assim, o filamento iria se dispersar antes de poder
se consolidar.