O documento discute como o hábito de resolver problemas através de compras se desenvolve desde a infância e pode destruir laços familiares. Ele sugere que os pais devem educar os filhos em vez de satisfazê-los com presentes, e que é importante dar atenção emocional aos filhos em vez de presentes materiais.
1. Desde pequenos um hábito se instala em nós: resolver problemas comprando coisas. Você já percebeu como essa situação é bastante comum? Começa quando as crianças vêem anúncios na TV e pressionam os pais para que lhes comprem brinquedos e doces.
2. Por sua vez, pais e mães também são levados a acreditar que seus filhos serão mais felizes se tiverem mais e mais coisas materiais. É o consumismo se instalando. Em vez de enfrentarem essa crise educando a criança, em geral os pais a satisfazem.
3. É uma atitude que reforça a crença de que se pode ter tudo e que as coisas materiais são a razão da felicidade. Muitos pais, inclusive, tentam compensar as longas horas ausentes de casa fazendo compras exageradas. Enchem os filhos de objetos e, rapidamente, as crianças aprendem a negociar. Tornam-se cada vez mais exigentes e consumistas.
4. Na adolescência, as compras continuam: aparelhos eletrônicos substituem os brinquedos. São celulares, computadores e jogos eletrônicos de imediato substituídos, quando surgem novos modelos. As mesadas se tornam maiores e logo os filhos desaparecem de casa, em companhia de amigos. Vivem em noitadas intermináveis, com fácil acesso ao álcool, fumo e drogadição.
5. O passo seguinte é comprar-lhes um carro, um apartamento E cabe então a pergunta: Nessas quase duas décadas em que vivem com os pais, que aprenderam? Que exemplos receberam?
6. Será que conhecem verdadeiramente seus pais? Estão preparados para amar ou para comprar? E o que dizer dos pais? Será que realmente conhecem seus filhos? Sabem de seus sonhos e aspirações? Já ouviram suas frustrações e problemas?
7. Chega-se então ao mundo adulto. E as situações infelizes continuam a ser resolvidas à base de compras. Roupas e sapatos, carros, vinhos, jóias. A ostentação esconde a infelicidade. Falsa é essa felicidade baseada em ter coisas. Ela estimula o materialismo e destrói o que temos de mais belo: a convivência familiar, a construção de lembranças preciosas.
8. Amar a família inclui sustentá-la em suas necessidades, prover o estudo dos filhos, garantir alimentação e lazer. Mas, muito diferente é substituir a presença do amor pelo presente – por mais ricamente embalado que seja. Um filho é uma dádiva Divina. Uma responsabilidade que inclui não apenas dar-lhe coisas materiais, mas dar-lhe suporte emocional, psicológico. É preciso falar com os filhos, conhecê-los, sondar o que pensam, refletir sobre o que fazem.
9. O mesmo vale para o casal: depois de alguns anos de convivência, as conversas, antes tão íntimas, costumam ser substituídas por presentes, como flores e jóias. Aos poucos se esvai a cumplicidade, a parceria e até a atração. E os pais? Envelhecem sozinhos, cercados de enfermeiras ou de pessoas pagas para tomar conta deles. Velhos pais, isolados, com suas manias e conversas que ninguém quer ouvir. Quão felizes seriam com visitas e conversas mais longas.
10. Por tudo isso, reflita hoje: Estou amando ou comprando minha família?
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