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Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.
Adélia Prado
Apenas começamos!
Estivemos envolvidos diretamente na construção de uma alternativa para o
futuro da UFTM com maior intensidade nos últimos seis meses. Desses,
ficamos envolvidos aproximadamente cinco meses construindo um robusto e
fundamentado programa de trabalho, bem como definindo quem representaria
esse amplo movimento.
Fábio e Laura assumiram essa tão importante tarefa: levar aos quatro cantos
da UFTM e até mesmo fora dela, nossa mensagem que indica a esperança em
outro modelo de gestão da universidade, respeitando-se as diferenças,
envolvendo a comunidade universitária na formulação e condução de seus
rumos, ampliando os espaços de participação e decisão, enfim, superando a
base geradora dos maiores problemas que podemos identificar, entre eles, o
mal uso de recursos, a falta de critérios e transparência, o autoritarismo...
Sem soluções mágicas, mas com compromissos claros, firmes e definidos, nos
apresentamos como uma alternativa viável sem abandonar os sonhos, de
modo responsável, produtivo, eficiente, plural, democrático.
As forças a superar eram gigantescas: o conservadorismo, a acomodação, o
medo da mudança, a força da máquina, a concentração do poder, os
interesses pessoais, o apego aos cargos, o desprezo pela coisa pública.
Nossos principais recursos eram nosso programa, nosso exemplo, nossa
coerência e o convencimento da comunidade universitária. Para a
concretização de nossas metas recorremos a um forte planejamento e intensa
organização.
Lutamos contra abusos de quem detém o poder, como o encurtamento do
período de campanha em mais de duas semanas (o que levou a situação
esdrúxula com a realização de dois debates em quatro dias!); o casuísmo
oportunista de inclusão dos trabalhadores da EBSERH, recém chegados, como
eleitores (e a recusa do mesmo direito à trabalhadores da FUNEPU que
ajudam a construir a universidade há mais de 20 anos); a falta de transparência
na lista de votantes dos servidores (que foi fornecida, segundo solicitações,
apenas extemporaneamente pela PRORH e divulgada fora de todos os prazos
oficiais, a despeito de todos os esforços e cobranças da Comissão Eleitoral); o
evidente uso da máquina (quando os telefones de boa parte da comunidade
universitária vazaram para a chapa da situação, levando ao envio indevido de
centenas de mensagens de celular na madrugada do dia 21/05), entre outros
abusos. Lutamos contra a desconfiança e o desconhecimento de setores da
comunidade universitária, sendo que obtivemos respostas positivas até mesmo
em locais que inicialmente não imaginávamos.
Fomos acusados de forasteiros, de estarmos interessados apenas no “poder”,
convidados em mais de uma oportunidade a sair da universidade. Contra tais
acusações, respondemos com a alegria de uma campanha propositiva, bonita
e ética. Convidamos a comunidade universitária a dar as mãos e cantar um
futuro que poderia começar em breve. Não negociamos um cargo sequer! Não
prometemos funções gratificadas ou ganhos materiais pessoais!
Enfrentamos pesada boca de urna; enfrentamos “cobranças” por parte da
maioria dos “dirigentes” sobre seus subordinados; enfrentamos a difamação;
enfrentamos desconfianças de alguns setores da universidade, sobretudo no
ICTE, a despeito dos enormes esforços que fizemos com o objetivo de integrá-
los em nosso programa. Encontramos ainda um cenário onde 49% dos alunos,
simplesmente, se abstiveram do processo e não foram às urnas.
Infelizmente, não conseguimos superar todas as limitações impostas e vencer
a votação oficial. Não podemos nem precisamos esconder que também
cometemos erros, mas não tivemos condições objetivas para atingir todas as
metas estipuladas e as situações previstas, o que contribuiu, parcialmente,
para que o resultado final nas urnas não fosse o suficiente para nossa vitória
eleitoral. Entretanto, nossos erros nunca vieram da arrogância ou da malícia.
Conquistamos cerca de 47% dos votos válidos, ou seja, grande parte da
comunidade universitária votou para esse projeto de universidade e de vida!
Este resultado nos enche de esperança, nos nutrindo e dando a força
necessária para seguir adiante, cantando! Continuaremos em nossa UFTM.
Sim, nossa, pois também fazemos parte dela, alguns há mais de 20 anos!
Esta campanha foi memorável, mais do que nas fotos e vídeos, nas postagens
do Facebook, de sites e blogues, e ficará marcada nas mentes, nas palavras e
nas ações da comunidade universitária, pois, como nunca antes na história da
UFTM, ela renovou o vocabulário, abriu um novo capítulo.
Palavras e expressões como transparência, descentralização orçamentária e
administrativa, diversidade, creche, calendário cultural e, acima de todas, Plano
Diretor, agora farão parte das conversas entre docentes, discentes e técnicos,
assim como estarão presentes nas reuniões dos órgãos colegiados,
principalmente do CONSU – Conselho Universitário, além de não poderem
mais ser alijadas das ações das Pró-Reitorias e do plano de trabalho a ser
implementado pela Reitoria, qualquer Reitoria daqui para frente.
Estaremos atuantes, organizados, mobilizados. Cobraremos e fiscalizaremos a
“atual-futura” gestão. Denunciaremos os desmandos, as perseguições, o mau
uso dos recursos públicos. Defenderemos a res publica com propriedade, pois
como republicanos, repudiamos a existência de privilegiados sem mérito ou
critérios publicamente definidos. Estaremos em todos os institutos, no
CEFORES, no HC, na EBSERSH, na FUNEPU, nos conselhos superiores, nos
órgãos de representação, nos espaços de ensino, pesquisa, extensão.
O movimento UFTM SOMOS TODOS NÓS renovou as palavras para renovar
as ações. Como disse James Weldon Johnson, ativista dos direitos civis na
década de 1960, “nada é mais poderoso que uma idéia cuja hora chegou!"
Deixamos uma mensagem de esperança aos nossos apoiadores incansáveis e
o aviso que não nos deixaremos silenciar! Continuaremos a lutar pelo “nosso”,
pois é essa concepção social que nos une e nos impulsiona. Uma concepção
pluralista em que o poder de um indivíduo não pode se sobrepor ao da
coletividade, nem impor-se sobre ela.
Agradecemos a quem confiou em nossas propostas e depositou nela a
esperança de uma nova UFTM. Pelo expressivo resultado nas urnas,
consideramos que fizemos uma campanha vitoriosa e estamos convictos que
também a partir de nossas contribuições a UFTM nunca mais será a mesma!
Sem dúvida, podemos afirmar que no dia 21 de maio de 2014 uma nova
universidade foi firmada. Isso nos leva a definir e seguir adiante com a visão de
que a UFTM SOMOS TODOS NÓS! Ontem, hoje e amanhã.
Estamos apenas começando!
UFTMUFTMUFTMUFTM SOMOS TODOS NÓSSOMOS TODOS NÓSSOMOS TODOS NÓSSOMOS TODOS NÓS
Uberaba, 03 de junho de 2014.

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  • 1. Uma ocasião, meu pai pintou a casa toda de alaranjado brilhante. Por muito tempo moramos numa casa, como ele mesmo dizia, constantemente amanhecendo. Adélia Prado Apenas começamos! Estivemos envolvidos diretamente na construção de uma alternativa para o futuro da UFTM com maior intensidade nos últimos seis meses. Desses, ficamos envolvidos aproximadamente cinco meses construindo um robusto e fundamentado programa de trabalho, bem como definindo quem representaria esse amplo movimento. Fábio e Laura assumiram essa tão importante tarefa: levar aos quatro cantos da UFTM e até mesmo fora dela, nossa mensagem que indica a esperança em outro modelo de gestão da universidade, respeitando-se as diferenças, envolvendo a comunidade universitária na formulação e condução de seus rumos, ampliando os espaços de participação e decisão, enfim, superando a base geradora dos maiores problemas que podemos identificar, entre eles, o mal uso de recursos, a falta de critérios e transparência, o autoritarismo... Sem soluções mágicas, mas com compromissos claros, firmes e definidos, nos apresentamos como uma alternativa viável sem abandonar os sonhos, de modo responsável, produtivo, eficiente, plural, democrático. As forças a superar eram gigantescas: o conservadorismo, a acomodação, o medo da mudança, a força da máquina, a concentração do poder, os interesses pessoais, o apego aos cargos, o desprezo pela coisa pública. Nossos principais recursos eram nosso programa, nosso exemplo, nossa coerência e o convencimento da comunidade universitária. Para a concretização de nossas metas recorremos a um forte planejamento e intensa organização. Lutamos contra abusos de quem detém o poder, como o encurtamento do período de campanha em mais de duas semanas (o que levou a situação esdrúxula com a realização de dois debates em quatro dias!); o casuísmo oportunista de inclusão dos trabalhadores da EBSERH, recém chegados, como
  • 2. eleitores (e a recusa do mesmo direito à trabalhadores da FUNEPU que ajudam a construir a universidade há mais de 20 anos); a falta de transparência na lista de votantes dos servidores (que foi fornecida, segundo solicitações, apenas extemporaneamente pela PRORH e divulgada fora de todos os prazos oficiais, a despeito de todos os esforços e cobranças da Comissão Eleitoral); o evidente uso da máquina (quando os telefones de boa parte da comunidade universitária vazaram para a chapa da situação, levando ao envio indevido de centenas de mensagens de celular na madrugada do dia 21/05), entre outros abusos. Lutamos contra a desconfiança e o desconhecimento de setores da comunidade universitária, sendo que obtivemos respostas positivas até mesmo em locais que inicialmente não imaginávamos. Fomos acusados de forasteiros, de estarmos interessados apenas no “poder”, convidados em mais de uma oportunidade a sair da universidade. Contra tais acusações, respondemos com a alegria de uma campanha propositiva, bonita e ética. Convidamos a comunidade universitária a dar as mãos e cantar um futuro que poderia começar em breve. Não negociamos um cargo sequer! Não prometemos funções gratificadas ou ganhos materiais pessoais! Enfrentamos pesada boca de urna; enfrentamos “cobranças” por parte da maioria dos “dirigentes” sobre seus subordinados; enfrentamos a difamação; enfrentamos desconfianças de alguns setores da universidade, sobretudo no ICTE, a despeito dos enormes esforços que fizemos com o objetivo de integrá- los em nosso programa. Encontramos ainda um cenário onde 49% dos alunos, simplesmente, se abstiveram do processo e não foram às urnas. Infelizmente, não conseguimos superar todas as limitações impostas e vencer a votação oficial. Não podemos nem precisamos esconder que também cometemos erros, mas não tivemos condições objetivas para atingir todas as metas estipuladas e as situações previstas, o que contribuiu, parcialmente, para que o resultado final nas urnas não fosse o suficiente para nossa vitória eleitoral. Entretanto, nossos erros nunca vieram da arrogância ou da malícia. Conquistamos cerca de 47% dos votos válidos, ou seja, grande parte da comunidade universitária votou para esse projeto de universidade e de vida! Este resultado nos enche de esperança, nos nutrindo e dando a força necessária para seguir adiante, cantando! Continuaremos em nossa UFTM. Sim, nossa, pois também fazemos parte dela, alguns há mais de 20 anos! Esta campanha foi memorável, mais do que nas fotos e vídeos, nas postagens do Facebook, de sites e blogues, e ficará marcada nas mentes, nas palavras e nas ações da comunidade universitária, pois, como nunca antes na história da UFTM, ela renovou o vocabulário, abriu um novo capítulo. Palavras e expressões como transparência, descentralização orçamentária e administrativa, diversidade, creche, calendário cultural e, acima de todas, Plano Diretor, agora farão parte das conversas entre docentes, discentes e técnicos, assim como estarão presentes nas reuniões dos órgãos colegiados, principalmente do CONSU – Conselho Universitário, além de não poderem
  • 3. mais ser alijadas das ações das Pró-Reitorias e do plano de trabalho a ser implementado pela Reitoria, qualquer Reitoria daqui para frente. Estaremos atuantes, organizados, mobilizados. Cobraremos e fiscalizaremos a “atual-futura” gestão. Denunciaremos os desmandos, as perseguições, o mau uso dos recursos públicos. Defenderemos a res publica com propriedade, pois como republicanos, repudiamos a existência de privilegiados sem mérito ou critérios publicamente definidos. Estaremos em todos os institutos, no CEFORES, no HC, na EBSERSH, na FUNEPU, nos conselhos superiores, nos órgãos de representação, nos espaços de ensino, pesquisa, extensão. O movimento UFTM SOMOS TODOS NÓS renovou as palavras para renovar as ações. Como disse James Weldon Johnson, ativista dos direitos civis na década de 1960, “nada é mais poderoso que uma idéia cuja hora chegou!" Deixamos uma mensagem de esperança aos nossos apoiadores incansáveis e o aviso que não nos deixaremos silenciar! Continuaremos a lutar pelo “nosso”, pois é essa concepção social que nos une e nos impulsiona. Uma concepção pluralista em que o poder de um indivíduo não pode se sobrepor ao da coletividade, nem impor-se sobre ela. Agradecemos a quem confiou em nossas propostas e depositou nela a esperança de uma nova UFTM. Pelo expressivo resultado nas urnas, consideramos que fizemos uma campanha vitoriosa e estamos convictos que também a partir de nossas contribuições a UFTM nunca mais será a mesma! Sem dúvida, podemos afirmar que no dia 21 de maio de 2014 uma nova universidade foi firmada. Isso nos leva a definir e seguir adiante com a visão de que a UFTM SOMOS TODOS NÓS! Ontem, hoje e amanhã. Estamos apenas começando! UFTMUFTMUFTMUFTM SOMOS TODOS NÓSSOMOS TODOS NÓSSOMOS TODOS NÓSSOMOS TODOS NÓS Uberaba, 03 de junho de 2014.