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MÓDULO 4
Geração, Transmissão
e Distribuição de Energia
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
1
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
2
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
* “ Material sujeito a alterações sem prévio aviso!”
Índice
1 Introdução............................................................................................................... 9
1.1 Definição de energia e potência ............................................................................... 10
1.1.1 Energia________________________________ ________________________________ __10
1.1.2 Potência ________________________________ ________________________________ _11
1.2 O que é geração e cogeração? .................................................................................. 12
1.2.1 Geração ________________________________ ________________________________ _12
1.2.2 Cogeração ________________________________ _______________________________ 12
1.3 O sistema de geração................................................................................................ 15
1.3.1 Máquina primária ________________________________ __________________________ 15
1.3.2 Geradores ________________________________ ________________________________ 15
1.3.3 Transformadores ________________________________ __________________________ 15
1.3.4 Controle, comando e proteção ________________________________ ________________15
2 Máquinas Primárias.............................................................................................. 17
2.1 Hidráulicas ............................................................................................................... 17
2.2 Diesel ........................................................................................................................ 21
2.3 Termelétricas ........................................................................................................... 24
2.4 Termonucleares........................................................................................................ 26
2.5 Turbina a Gás .......................................................................................................... 30
2.5.1 Turbinas a gás em circuito aberto ________________________________ _____________31
2.5.2 Turbinas a gás em circuito fechado. ________________________________ ____________33
2.6 Turbinas Eólicas ...................................................................................................... 36
3 GERADORES ....................................................................................................... 42
3.1 Introdução................................................................................................................ 42
3.1.1 Histórico________________________________ ________________________________ _42
3.1.2 Noções de aplicações ________________________________ _______________________ 42
3.1.2.1Tipos de acionamentos................................ ................................................................ ..43
3.2 NOÇÕES FUNDAMENTAIS.................................................................................. 44
3.2.1 Princípio de funcionamento ________________________________ __________________44
3.2.2 Geração de corrente trifásica ________________________________ _________________47
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
3
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
3.2.2.1Ligações no sistema trifásico ................................ ................................ ........................47
3.2.2.2Tensão nominal múltipla................................ ...............................................................49
3.2.3 Comportamento do gerador em vazio e sob carga ________________________________ _52
3.2.4 Máquinas de pólos lisos e salientes ________________________________ ____________55
3.2.5 Reatâncias ________________________________ _______________________________ 56
3.2.6 Potência em máquinas de pólos salientes ________________________________ ________59
3.2.7 Definições ________________________________ _______________________________ 61
3.2.7.1Distorção harmônica ................................ ................................................................ .....61
3.2.7.2Fator de desvio ................................ ................................ ................................ .............61
3.2.7.3Modulação de tensão ................................ ................................ ................................ ....63
3.2.7.4Desequilíbrio angular ................................ ................................ ................................ ....63
3.2.7.5Desbalanceamento de tensão................................ .........................................................63
3.2.7.6Transiente de tensão ................................ ................................................................ .....63
3.2.7.7Tolerância de tensão ................................ ................................................................ .....64
3.3 GERADORES WEG................................................................................................ 65
3.3.1 Normas aplicáveis ________________________________ _________________________ 65
3.3.2 Geradores com excitação por escovas ________________________________ __________65
3.3.2.1Tipo SL (antigo DL) ................................ ................................................................ .....65
3.3.3 Geradores com excitação sem escovas (Brushless) ________________________________ 66
3.3.4 Geradores com excitação sem escovas para aplicações especiais _____________________ 69
3.3.5 Motores síncronos ________________________________ _________________________ 70
3.3.6 Regulador de tensão ________________________________ ________________________ 72
3.3.7 Tempo de regulagem da tensão (tempo de resposta) _______________________________ 72
3.3.8 NOMENCLATURA DAS MÁQUINAS SÍNCRONAS WEG ______________________ 73
3.4 CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE ................................................................. 76
3.4.1 Altitude ________________________________ ________________________________ _76
3.4.2 Temperatura ambiente.________________________________ ______________________ 76
3.4.3 Determinação da potência útil do gerador nas diversas condições de temperatura e a ltitude 76
3.4.4 Atmosfera Ambiente ________________________________ _______________________ 77
3.4.4.1Ambientes Agressivos ................................ ................................................................ ..77
3.4.5 Graus de proteção ________________________________ _________________________ 78
3.4.5.1Código de identificação ................................ ................................ ................................ 78
3.4.5.2Tipos usuais ................................................................ ................................ .................80
3.4.6 Limites de ruído ________________________________ ___________________________ 80
3.4.7 Vibração________________________________ ________________________________ _81
3.4.8 Ventilação ________________________________ _______________________________ 82
3.4.8.1Gerador aberto................................................................ ................................ ..............82
3.4.8.2Gerador totalmente fechado ................................ ................................ ..........................83
3.4.9 Acessórios/especialidades ________________________________ ___________________ 85
3.4.9.1Resistência de aquecimento ................................ ................................ ..........................85
3.4.9.2Proteção térmica de geradores elétricos ................................ ................................ .........85
3.5 CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO ........................................................... 88
3.5.1 Potência nominal ________________________________ __________________________ 88
3.5.2 Elevação de temperatura-classe de isolamento ________________________________ ___91
3.5.2.1Aquecimento do enrolamento ................................ ................................ .......................91
3.5.2.2Classes de isolamento ................................ ................................ ................................ ...92
3.5.2.3Medida da temperatura do enrolamento ................................ ................................ .........92
3.5.2.4Aplicação à máquinas elétricas ................................ ................................ .....................93
3.5.3 Queda de tensão ________________________________ ___________________________ 94
3.5.3.1Cálculo da queda de tensão ................................ ................................ ...........................94
3.5.3.2Influência do fator de potência ................................ ......................................................96
3.5.3.3Influência da carga inicial ................................ ................................ .............................96
3.5.4 Limitações na partid a de motores ________________________________ _____________98
3.5.5 Sobrecarga ________________________________ ______________________________ 103
3.5.6 Sobrevelocidade________________________________ __________________________ 104
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
4
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
3.5.7 Corrente de curto-circuito ________________________________ __________________104
3.5.8 Conversão de reatâncias ________________________________ ____________________ 105
3.5.9 Proteção do gerador ________________________________ _______________________ 106
3.5.10Regime de serviço ________________________________ ________________________ 106
3.5.10.1 Regimes Padronizados ................................ .............................................................106
3.5.11Diagrama de carga ________________________________ ________________________ 108
3.5.12Operação em paralelo de geradores ________________________________ ___________110
3.5.13Cálculo da bobina de aterramento do ponto estrela de geradores ____________________ 113
3.6 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ............................................................ 114
3.6.1 Componentes Principais ________________________________ ____________________ 114
3.6.1.1Estator da máquina principal ................................ .......................................................114
3.6.1.2Rotor da máquina principal ................................ ................................ .........................114
3.6.1.3Estator da excitatriz principal ................................ ................................ ......................114
3.6.1.4Rotor da excitatriz principal e diodo s retificadores girantes ................................ .........114
3.6.1.5Excitatriz auxiliar ................................ ................................ ................................ .......115
3.6.1.6Enrolamento auxiliar (ou bobina auxiliar) ................................................................ ...115
3.6.2 Placa de identificação________________________________ ______________________ 115
3.6.3 Normas________________________________ ________________________________ _116
3.6.4 Pintura - Geradores para aplicação geral ________________________________ _______116
3.6.5 Terminais de aterramento ________________________________ ___________________116
3.6.6 Forma construtiva ________________________________ ________________________ 116
3.6.7 Condições usuais de serviço ________________________________ ________________120
3.7 SELEÇÃO DE GERADORES .............................................................................. 121
3.7.1 Características necessárias para a correta seleção ________________________________ 121
3.7.2 Principais aplicações de geradores________________________________ ____________121
3.7.2.1Conversão de freqüência ................................ .............................................................122
3.7.2.2Conversão de Corrente................................ ................................................................ 123
3.7.2.3NO-BREAK................................................................ ................................ ...............124
3.7.2.4Short-Break Diesel ................................ ................................ ................................ .....125
3.7.2.5Geradores para CPD ................................ ................................................................ ...125
3.7.2.6Geradores linha Industrial ................................ ................................ ...........................126
3.7.2.7Geradores para Telecomunicações (padrão TELEBRÁS) ................................ ............126
3.7.2.8Geradores alimentando cargas deformantes ................................ ................................ .127
3.8 ENSAIOS ............................................................................................................... 128
3.8.1 ENSAIOS DE ROTINA ________________________________ ___________________128
3.8.2 ENSAIOS DE TIPO ________________________________ ______________________ 128
3.8.3 ENSAIOS ESPECIAIS ________________________________ ____________________ 128
3.9 COLETÂNEA DE FÓRMULAS ........................................................................... 129
4 CARACTERISTICAS E ESPECIFICAÇÕES DE TRANSFORMADORES DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA ................................................................................130
4.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 130
4.2 NOÇÕES FUNDAMENTAIS................................................................................ 131
4.2.1 Transformadores e suas aplicações ________________________________ ___________131
4.2.2 Tipos de Transformadores ________________________________ __________________132
4.2.2.1Divisão dos Transformadores quanto à Finalida de.......................................................133
4.2.2.2Divisão dos Transformadores quanto aos Enrolamentos ................................ ..............133
4.2.2.3Divisão dos Transformadores quanto aos Tipos Construtivos ................................ .......133
4.2.3 COMO FUNCIONA O TRA NSFORMADOR ________________________________ __133
4.2.4 Sistemas Elétricos ________________________________ ________________________ 135
4.2.4.1Sistemas de Corrente Alternada Monofásica ................................................................ 135
4.2.4.2Sistemas de Corrente Alternada Trifásica ................................ ................................ ....136
4.2.5 POTÊNCIAS ________________________________ ____________________________ 142
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
5
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
4.2.5.1Potência Ativa ou Útil ................................ ................................................................ 143
4.2.5.2Potência Reativa ................................................................ ................................ .........143
4.2.6 Potência Aparente ________________________________ ________________________ 143
4.3 DEFINIÇÕES IMPORTANTES E NORMALIZAÇÃO ...................................... 147
4.3.1 Potência Nominal ________________________________ _________________________ 147
4.3.1.1Transformadores Trifásicos ................................ ................................ ........................147
4.3.1.2Transformadores Monofásicos ................................ ....................................................147
4.3.1.3Potências nominais normalizadas ................................ ................................ ................147
4.3.2 TENSÕES ________________________________ ______________________________ 148
4.3.2.1Definições ................................................................ ................................ ..................148
4.3.2.2Escolha da Tensão Nominal ................................ ................................ ........................149
4.3.3 Derivações ________________________________ ______________________________ 151
4.3.3.1Definições ................................................................ ................................ ..................151
4.3.4 Correntes ________________________________ _______________________________ 153
4.3.4.1Corrente nominal ................................ ................................ ................................ ........153
4.3.4.2Corrente de excitação ................................ ................................ ................................ .153
4.3.4.3Corrente de curto-circuito ................................ ................................ ...........................154
4.3.4.4Corrente de partida ou In rush ................................ ................................ .....................155
4.3.5 Frequência Nominal ________________________________ _______________________ 155
4.3.6 Nível de Isolamento ________________________________ _______________________ 155
4.3.7 Deslocamento angular ________________________________ _____________________156
4.3.8 Identificação dos Terminais ________________________________ _________________158
4.4 Características de Desempenho ............................................................................. 163
4.4.1 Perdas________________________________ ________________________________ __163
4.4.2 Rendimento ________________________________ _____________________________ 165
4.4.3 Regulação________________________________ _______________________________ 166
4.4.4 Capacidade de sobrecarga ________________________________ __________________167
4.5 CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO .......................................................... 173
4.5.1 OPERAÇÃO EM CONDIÇÕES NORMAIS E ESPECIAIS DE FUNCIONAMENTO. __173
4.5.2 CONDIÇÕES NORMAIS DE TRANSPORTE E INSTALAÇÃO. __________________173
4.5.2.1O transporte e a instalação devem estar de acordo com NBR 7036 ou a NBR 7037 , a que
for aplicável. ................................ ................................ ....................................................173
4.5.3 OPERAÇÃO EM PARALELO ________________________________ ______________175
4.5.3.1DIAGRAMAS VETORIAIS COM MES MO DESLOCAMENTO ANGULAR ...........175
4.5.3.2RELAÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO IDÊNTICAS I NCLUSIVE DERIVAÇÕES ...175
4.5.3.3IMPEDÂNCIA................................ ................................ ................................ ...........175
4.5.4 OPERAÇÃO EM PARALELO ________________________________ ______________178
4.6 SELEÇÃO DOS TRANSFORMADORES............................................................ 179
4.6.1 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA DO TRANSFORMADOR ____________________ 179
4.6.2 FATOR DE DEMANDA (d) ________________________________ ________________179
4.6.2.1DETERMINAÇÃO DA DEMANDA MÁXIMA DE UM GRUPO DE MOTORES ....179
4.6.2.2DETERMINAÇÃO DA DEMANDA MÁXIMA DA INSTALAÇÃO .........................181
4.6.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DAS TABELAS ___________________________ 182
4.6.4 CRITÉRIOS DE ESCOLHA DOS TRANSFORMADORES COM BASE NO VALOR
OBTIDO NA DEMANDA. ________________________________ _________________182
4.6.4.1EVENTUAIS AUMENTOS DA POTÊNCIA INSTALADA ................................ .......186
4.6.4.2CONVENIÊNCIA DA SUBDIVISÃO EM MAIS UNIDADES ................................ ..186
4.6.4.3POTÊNCIA NOMINAL NORMALIZADA ................................................................ 187
4.6.5 DADOS NECESSÁRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR____187
4.7 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ............................................................ 188
4.7.1.1NÚCLEO ................................ ................................ ................................ ...................188
4.7.1.2ENROLAMENTO................................................................ ................................ ......189
4.7.1.3DISPOSITIVOS DE PRENSAGEM, CALÇOS E ISOLAMENTO .............................190
4.7.1.4COMUTADOR DE DERIVAÇÕES ................................ ................................ ...........190
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
6
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
4.7.2 BUCHAS ________________________________ _______________________________ 191
4.7.3 TANQUE ________________________________ _______________________________ 194
4.7.3.1SELADOS ................................ ................................ ................................ .................195
4.7.3.2COM CONSERVADOR DE ÓLEO ................................ ................................ ...........196
4.7.3.3TRANSFORMADORES FLANGEADOS ................................ ................................ ..196
4.7.4 RADIADORES ________________________________ __________________________ 197
4.7.5 TRATAMENTO SUPERFICIAL E PINTURA ________________________________ _198
4.7.6 LÍQUIDO DE ISOLAÇÃO E REFRIGERAÇÃO ________________________________ 198
4.7.7 PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO E DIAGRAMÁTICA ___________________________ 201
4.7.8 ACESSÓRIOS ________________________________ ___________________________ 203
4.7.8.1RELÉ BUCHHOLZ (TRAFOSCÓPIO) ................................ ................................ ......204
4.7.8.2TERMÔMETRO COM CONTATOS ................................ ................................ .........205
4.7.8.3INDICADOR DE NÍVEL DE ÓLEO ................................ ................................ ..........207
4.7.8.4IMAGEM TÉRMICA ................................ ................................ ................................ .209
4.7.8.5VÁLVULA DE ALÍVIO DE PRESSÃO................................ ................................ .....211
4.7.8.6RELÉ DE PRESSÃO SÚBITA ................................ ................................ ...................213
4.8 ENSAIOS ............................................................................................................... 218
4.8.1 ENSAIOS DE ROTINA ________________________________ ___________________218
4.8.2 ENSAIOS DE TIPO ________________________________ ______________________ 219
4.8.3 ENSAIOS ESPECIAIS ________________________________ ____________________ 219
4.8.4 OBJETIVOS DA REALIZAÇÃO DE ALGUNS ENSA IOS DE ROTINA:____________219
4.8.4.1RESISTÊNCIA ELÉTRICA DOS ENROLAMENTOS: ................................ ..............219
4.8.4.2RELAÇÃO DE TENSÕES: ................................ ................................ ........................220
4.8.4.3RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO ................................ ................................ ...........220
4.8.4.4POLARIDADE ................................ ................................ ................................ ..........220
4.8.4.5DESLOCAMENTO ANGULAR E SEQUÊNCIA DE FASES ................................ ....220
4.8.4.6PERDAS EM VAZIO ................................ ................................ ................................ .221
4.8.4.7PERDAS EM CARGA ................................ ................................ ............................... 221
4.8.4.8ENSAIOS DIELÉTRICOS ................................ ................................ .........................222
4.8.4.9ESTANQUEIDADE ................................ ................................................................ ...223
4.8.5 OBJETIVO DA REALIZAÇÃO DE ALGUNS ENSAIOS DE TIPO E ESPECIAIS ____223
4.8.5.1ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA: ................................ ................................ ..........223
4.8.5.2IMPULSO ATMOSFÉRICO: ................................ ................................ .....................223
4.8.5.3NÍVEL DE RUÍDO ................................ ................................ ................................ ....224
4.8.5.4CURTO-CIRCUITO ................................ ................................ ................................ ..224
4.8.5.5FATOR DE POTÊNCIA DO ISOLAMENTO ................................ ............................224
4.8.5.6TENSÃO DE RADIOINTERFERÊNCIA ................................................................ ...224
4.9 INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO ...................................................................... 225
4.9.1 TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO ________________________________ _225
4.9.1.1RECEBIMENTO................................ ................................ ................................ ........225
4.9.1.2MANUSEIO ................................ ................................ ................................ ..............225
4.9.1.3ARMAZENAGEM................................ ................................ ................................ .....225
4.9.1.4INSTALAÇÃO ................................ ................................ ................................ ..........226
4.9.1.5MANUTENSÃO ................................ ................................ ................................ ........226
4.9.1.6INSPEÇÃO PERIÓDICA ................................ ................................ ...........................226
4.9.1.7REVISÃO COMPLETA ................................ .............................................................227
4.9.2 TRANSFORMADORES DE P OTÊNCIA (FORÇA) _____________________________ 227
4.9.2.1RECEBIMENTO................................ ................................ ................................ ........227
4.9.2.2DESCARREGAMENTO E MANUSEIO................................ ................................ ....227
4.9.2.3VERIFICAÇÕES E ENSAIOS DE RECEBIMENTO ................................ .................228
4.9.2.4ARMAZENAMENTO................................ ................................................................ 228
4.9.2.5INSTALAÇÃO ................................ ................................ ................................ ..........228
4.9.2.6MONTAGEM DO TRANSFORMADOR ................................................................ ...229
4.9.2.7CUIDADOS RECOMENDADOS DURANTE E APÓS A MONTAGEM ...................229
4.9.3 ENSAIOS________________________________ _______________________________ 230
4.9.4 ENERGIZAÇÃO ________________________________ _________________________ 231
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
7
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
4.9.5 MANUTENÇÃO ________________________________ _________________________ 231
4.10 Conforme Anexo .................................................................................................... 234
5 Quadros................................................................................................................236
5.1 Manobra e Proteção............................................................................................... 236
5.1.1 Aspectos Gerais ________________________________ __________________________ 236
5.1.1.1Manobra................................................................ ................................ .....................236
5.1.1.2Proteção - Aspectos considerados ................................ ................................ ...............236
5.1.1.3Análise generalizada da proteção ................................ ................................ ................237
5.1.1.4Características gerais dos equipamentos de proteção ................................ ...................238
5.1.1.5Características Funcionais do Releamento ................................................................ ...241
5.1.2 Aspectos específicos ________________________________ ______________________ 242
5.1.2.1Equipamentos de manobra ................................ ..........................................................242
5.1.2.2Proteção de motores................................ ................................ ................................ ....244
5.1.2.3Proteção de Geradores ................................ ................................................................ 244
5.1.2.4Proteção de transformadores ................................ .......................................................245
5.1.2.5Proteção de barramentos ................................ .............................................................245
5.1.3 Coordenação ________________________________ ____________________________ 246
5.1.3.1Proteção de linhas................................ ................................ ................................ .......247
5.1.4 Princípios de coordenação ________________________________ __________________248
5.2 Diagramas elétricos................................................................................................ 249
5.2.1 Diagrama Unifilar ________________________________ ________________________ 249
5.2.2 Diagrama Trifilar ________________________________ _________________________ 250
5.2.3 Diagrama Funcional ________________________________ _______________________ 251
5.2.4 Diagramas Construtivos ________________________________ ____________________ 252
5.2.4.1Diagrama Sinóptico ................................ ................................ ................................ ....253
5.3 Consideração a respeito de quadros elétricos ....................................................... 254
5.3.1 Classificações________________________________ ____________________________ 254
5.3.1.1Quanto a função ................................................................ ................................ .........254
5.3.1.2Quanto ao local de instalação ................................ ................................ ......................257
5.3.1.3Quanto ao grau de proteção ................................ ................................ .........................257
5.3.1.4Quanto ao tipo de construção ................................ ................................ ......................258
5.3.2 Comportamento dos metais (estrutura e barramento) _____________________________ 258
5.3.3 Características dos metais ________________________________ __________________258
5.3.3.1Densidade ................................................................ ................................ ..................258
5.3.3.2Propriedades térmicas ................................ ................................ ................................ .259
5.3.3.3Propriedades elétricas ................................ ................................ ................................ .259
5.3.3.4Propriedades químicas ................................ ................................................................ 260
5.3.3.5Propriedades Mecanicas ................................ ................................ .............................. 260
5.4 Graus de Proteção.................................................................................................. 261
5.5 Condições Normais de Serviço............................................................................... 265
5.6 Considerações de Normalização ............................................................................ 267
5.6.1 Definições (Segundo IEEE C 37.20.2 - 1993) ________________________________ ___267
5.6.1.1Painéis Metal Clad................................................................ ................................ ......267
5.6.1.2Painéis Cubicle ................................ ................................ ................................ ...........268
5.6.1.3Painéis Interrupter ................................................................ ................................ ......268
5.6.1.4Painéis Baixa Tensão ................................ ................................ ................................ ..269
6 Produção Independente de Energia Elétrica no Brasil........................................270
6.1 Introdução.............................................................................................................. 270
6.2 Ligação em Autoprodutores em paralelo com o sistema de distribuição ............. 272
6.2.1 Paralelismo________________________________ ______________________________ 272
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
8
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
6.2.1.1Condições para o Paralelismo ................................ ................................ .....................273
6.2.1.2Métodos para o Sincronismo ................................ .......................................................273
6.2.2 Proteção Contra Faltas ________________________________ _____________________274
6.2.2.1 Nomenclatura para Relés (NBR 5175 - Maio 1988) ....................................................274
6.2.3 Projeto Elétrico ________________________________ __________________________ 283
7 Dimensionamento de Fios e Cabos de Baixa Tensão...........................................284
7.1 Os Seis Critérios Técnicos de Dimensionamento de Condutores Elétricos .......... 284
7.2 Seção do Condutor Neutro..................................................................................... 285
7.3 O Condutor de Proteção ........................................................................................ 286
7.4 Cores dos Condutores Neutro e de Proteção ......................................................... 287
7.5 Tabelas ................................................................................................................... 288
7.5.1 Grupos Contendo Cabos de Dimensões Diferentes _______________________________ 299
7.5.2 Correntes Máximas de Curto-Circuito ________________________________ _________310
7.5.3 Correntes Máximas de Curto-Circuito________________________________ _________311
7.5.4 Correntes Máximas de Curto-Circuito ________________________________ _________312
7.5.5 Determinação da Integral de Joule (l 2
t) de Condutores Elétricos _____________________313
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
9
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
1 INTRODUÇÃO
A eletricidade é a forma mais fácil de se transportar energia para a sua utilização nos
processos de manufatura. Ela surgiu como forma de substituir a energia da máquina a vapor,
pilastra mestra da atual revolução industrial.
Com o crescimento do setor industrial no Brasil a partir do inicio dos anos 90, o
aumento da demanda de energia elétrica superou a capacidade de crescimento do sistema de
geração das concessionárias de energia levando o governo a considerar possibilidade de
produção de energia elétrica por empresas do setor privado, com o objetivo de atrair
investimentos no setor e assim “desafogar” o sistema elétrico Brasileiro.
A economia e a produção de energia elétrica passaram a ser prioridade para o Ministério
das Minas e Energia e o DNAEE (hoje ANEEL), que através de campanhas informativas
incentivavam o uso racional de energia elétrica visando diminuir o desperdício e, através da
modificação da legislação regulamentar a geração e a cogeração de energia por grupos e
empresas privadas.
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
1.1 DEFINIÇÃO DE ENERGIA E POTÊNCIA
1.1.1 ENERGIA
Os físicos definem a palavra energia como a quantidade de trabalho que um sistema é
capaz de fornecer. Energia, de acordo com os físicos, não pode ser criada, consumida ou
destruída. No entanto a energia pode ser transformada ou transmitida de diferentes formas: a
energia cinética do movimento das moléculas de ar podem ser convertidas em energia cinética de
rotação pelo rotor de uma turbina eólica, que por sua vez pode ser convertida em energia elétrica
através de um gerador acoplado ao rotor da turbina.
Em cada processo de conversão de energia, parte da energia da fonte é dissipada em
forma de calor (energia térmica) em função do atrito entre as engrenagens, moléculas de ar e
esforços mecânicos da máquina conversora. A relação entre a energia que entra no sistema de
conversão e a energia que sai desse sistema chama-se rendimento.
Costuma-se medir a capacidade de produção de energia em quilowatt hora ou megawatt
hora durante um certo período de tempo. Note que a unidade de energia é quilowatt hora [kW.h],
e não apenas quilowatt [kW]. Confundir estas unidades é um erro bem comum.
Unidades de Energia
1 J [joule] = 1 [W.s] = 4.1868 [cal]
1 GJ [gigajoule] = 109 J
1 TJ [terajoule] = 1012 J
1 PJ [petajoule] = 1015 J
1 kWh [quilowatt hora] = 3,600,000 [joules]
1 toe [tonelada de óleo equivalente]
= 7.4 barris de óleo cru na máquina primária
= 7.8 barris no total de consumo final
= 1270 m3
de gás natural
1 Mtoe [milhão de toneladas de óleo equivalente] = 41.868 PJ
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
1.1.2 POTÊNCIA
A potência elétrica é normalmente medida em watt [W], quilowatt [kW], megawatt
[MW], etc. Ou seja, potência é a quantidade de energia transferida por unidade de tempo. A
potência pode ser medida em qualquer instante de tempo, enquanto a energia precisa ser medida
em um intervalo de tempo, como um segundo, uma hora, um ano, etc. Por exemplo, se uma
turbina ou gerador possuem uma potência nominal de 600 quilowatts [kW], significa que aquela
turbina pode produzir 600 quilowatts hora [kW.h] de energia por hora de operação, trabalhando
no ponto máximo de eficiência.
Dizer, por exemplo, que um país como a Dinamarca possui 1.000MW de potência
eólica instalada, não quer dizer quanta energia as turbinas produzem. As turbinas eólicas
funcionam cerca de 75% das horas do ano, mas funciona com capacidade máxima apenas
durante um numero limitado de horas no ano.
Para calcular a quantidade de energia produzida por uma turbina eólica é necessário
conhecer a distribuição da velocidade do vento por cada turbina. No caso acima citado, as
turbinas retornam, na média, 2.300 horas de funcionamento a plena carga por ano. Para calcular
a energia total produzida multiplica-se os 1.000MW de potência instalada pelas 2.300 horas de
funcionamento a plena carga, que é igual a 2.300.000 [MWh] ou 2,3 [TW.h] de energia.
Em outras áreas, tais como a Escócia, ou o oeste da Irlanda, encontramos turbinas
que trabalham, na média, 3.000 horas a plena carga, e até mais. No entanto na Alemanha não são
encontradas turbinas que trabalham mais que 2.000 horas por ano a plena carga.
A potência dos motores de automóveis são geralmente medidas em cavalos e não em
kW. A unidade “cavalo vapor” da uma idéia intuitiva de quanto “músculo” o gerador ou motor
possui, enquanto a energia da uma idéia de quanto um motor ou gerador “trabalhou” durante um
período de tempo.
Unidades de potência.
1 kW = 1.359 CV
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
1.2 O QUE É GERAÇÃO E COGERAÇÃO?
1.2.1 GERAÇÃO
A geração de energia elétrica é a transformação de qualquer tipo de energia em energia
elétrica. Esse processo ocorre em duas etapas. Na 1a
etapa uma máquina primária transforma
qualquer tipo de energia, normalmente hidráulica ou térmica, em energia cinética de rotação. Em
uma 2a
etapa um gerador elétrico acoplado à máquina primária transforma a energia cinética de
rotação em energia elétrica.
Como exemplo podemos tomar uma hidroelétrica onde uma turbina hidráulica
transforma a energia potencial da água em desnível, em energia cinética de rotação que é
transferida a um eixo acoplado a um gerador, tal como mostrado na figura 1.
1.2.2 COGERAÇÃO
De acordo com a ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica), “Cogeração de
energia é definida como o processo de produção combinada de calor e energia elétrica (ou
mecânica), a partir de um mesmo combustível, capaz de produzir benefícios sociais, econômicos
e ambientais. A atividade de cogeração contribui efetivamente para a racionalização energética,
uma vez que possibilita maior produção de energia elétrica e térmica a partir da mesma
quantidade de combustível.”
Diferentemente da geração, na cogeração a energia térmica, ou outro tipo de energia, é
utilizado diretamente nos processos de manufatura, tais como fornos, caldeiras, entre outros. A
cogeração é o reaproveitamento dos “resíduos” de energia dessas fontes para a geração de
energia elétrica diminuindo, assim, as perdas e, conseqüentemente, aumentando o rendimento e
o aproveitamento das fontes de energia.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Figura 1 – Central hidráulica em circuito aberto a céu aberto, Rio Paraná, Itapu, Brasil.
1- Barragem, 2- grades, 3- tomada de águas, 4- conduto forçado, 5- turbina, 6- alternador, 7- casa
de máquinas, 8- pórtico-ponte, 9- sistema de descarga 10- transformadores, 11- sistema de
transmissão.
A cogeração é a forma mais eficiente de gerar calor e energia elétrica a partir de uma
mesma fonte de energia. Comparando a utilização de combustível fóssil com a quantidade de
calor que é normalmente gasta no processo de geração de energia, a cogeração alcança níveis de
eficiência 3 vezes maior, podendo chegar a 4 vezes, do que no processo convencional de
geração. No entanto a cogeração passou a ser utilizada a muito pouco tempo. No meio da década
de 80, com o preço do gás natural relativamente baixo, a cogeração tornou-se uma alternativa
atrativa como uma nova forma de geração de energia elétrica. De fato, a cogeração é um dos
maiores responsáveis pela grande diminuição da construção de usinas hidrelétricas e
termonucleares ocorrida na década de 80. Hoje a cogeração corresponde a mais da metade da
capacidade das novas usinas instaladas na América do Norte na ultima década.
Os equipamentos de cogeração podem utilizar outros combustíveis além do gás natural.
Existem instalações em operação que utilizam madeira, bagaço de cana-de-açúcar, e outros
combustíveis dependendo do local e disponibilidade.
As implicações ambientais da cogeração são bem menores quando comparadas às do
processo convencional de geração, não apenas pela sua inerente eficiência, mas também pelo seu
caráter descentralizador. Isto se deve ao fato de ser impraticável o transporte de calor (energia
térmica) a grandes distâncias, e os equipamentos de cogeração são localizados fisicamente
próximos aos processos que utilizam calor. Desta forma a energia elétrica tende a ser gerada
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
próxima aos centros consumidores, reduzindo as perdas pela transmissão e a necessidade de
equipamentos para a distribuição. Um número significativo de conseqüências positivas para o
meio ambiente decorrem deste fato. As plantas de cogeração tendem a ser pequenas por isso
podem pertencer e serem operadas por companhias menores e afastadas de um centro industrial.
Como regra geral, elas também são construídas próximas a áreas populacionais, o que significa
que devem ser mantidas no mais alto padrão ambiental. Como por exemplo, na Europa e ,cada
vez mais, na América do Norte, a cogeração é o coração do sistema de calefação da cidade.
Calefação distrital e cogeração combinados podem reduzir as emissões de gases poluentes mais
do que qualquer outra tecnologia.
Figura 2 – Esquema geral de cogeração em uma industria
Para entender cogeração, é necessário saber que a forma mais convencional de se gerar
energia é baseada na queima de um combustível para produzir vapor. É a pressão do vapor que
gira a turbina e gera energia, em um processo inerentemente ineficiente. Por causa de um
principio básico da física, pouco mais que um terço da energia liberada pela queima do
combustível pode ser convertida em pressão de vapor para gerar energia elétrica. A cogeração,
no entanto, utiliza esse excesso de calor, normalmente na forma de vapor, a uma temperatura
relativamente baixa, liberada pelas turbinas. Esse vapor é utilizado em uma gama de aplicações
das mais variadas, e efetivamente diminui a combustão de combustíveis a base de carbono,
juntamente com todas as implicações ambientais que a queima desses combustíveis possui.
Além da cogeração, há um grande número de tecnologias que fazem uso do vapor
liberado pelas turbinas a baixas temperatura e pressão. Essas tecnologias são conhecidas como
sistemas de “ciclo combinado”. Elas são mais eficientes que a geração convencional de energia,
mas não tão eficiente quanto a cogeração.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
1.3 O SISTEMA DE GERAÇÃO
O sistema de geração é formado pelos seguintes componentes: Máquina primária,
geradores, transformador e sistema de controle, comando e proteção.
1.3.1 MÁQUINA PRIMÁRIA
É a maquina primária que faz a transformação de qualquer tipo de energia em energia
cinética de rotação para ser aproveitada pelo gerador. Por exemplo, a máquina que transforma a
energia liberada pela combustão do gás em energia cinética é a turbina a gás.
As principais máquinas primárias utilizadas hoje são motores Diesel, turbinas
hidráulicas, turbinas a vapor, turbinas a gás e eólicas. Normalmente as centrais elétricas onde as
máquinas primárias são turbinas a vapor, as centrais são classificadas em relação ao combustível
utilizado para aquecer o vapor. Onde ocorre o processo de combustão as centrais são chamadas
de termelétricas e onde ocorre o processo de fissão nuclear são chamadas de termonucleares.
1.3.2 GERADORES
São os geradores que transformam a energia cinética de rotação das máquinas primárias
em energia elétrica.
Os geradores são dimensionados de acordo com a potência que a máquina primária
pode fornecer. Além da potência, o tipo de máquina primária ( eólica, hídrica, térmica, etc...)
define também a velocidade de rotação que irá ser transmitida ao gerador e, em função dessa
velocidade é definido o número de pólos do gerador. O funcionamento, especificação e detalhes
do projeto serão estudados mais profundamente no capitulo 3.
1.3.3 TRANSFORMADORES
Uma vez gerada a energia elétrica, existe a necessidade de se compatibilizar o nível da
tensão de saída com a tensão do sistema ao qual o grupo gerador será ligado. O equipamento
utilizado para elevar ou rebaixar o nível de tensão é o transformador. Desta forma um grupo
gerador que gera energia a uma tensão de 13.8 kV pode ser ligado a uma linha de transmissão de
69kV desde que um transformador de 13,8/69 kV faça o ajuste da tensão. O funcionamento dos
transformadores será estudado com mais detalhes no capitulo 5.
1.3.4 CONTROLE, COMANDO E PROTEÇÃO
Para interligar um grupo gerador a uma rede de transmissão ou distribuição são
necessários vários requisitos. Em primeiro lugar, a tensão de saída do gerador não pode variar
mais que 10% para cima ou para baixo. O controle da tensão é feito através da excitatriz do
próprio gerador e será estudada no capitulo 3. No entanto, não basta apenas compatibilizar a
tensão. É necessário que se faça o sincronismo com a rede antes de comandar o fechamento da
linha. Para que estas medidas sejam tomadas, são necessários vários equipamentos de manobra e
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
proteção, tais como TC’s, TP’s, relés e disjuntores. O quadro de comando e proteção reúne todos
estes equipamentos, e permite ao operador supervisionar o funcionamento do sistema e atuar
imediatamente caso se faça necessário.
A freqüência do sistema elétrico é a variável mais importante e a mais difícil de ser
controlada. Para que o sistema de geração funcione corretamente, é necessário que a freqüência
de tensão de saída do gerador seja constante e de acordo com o sistema elétrico da região em que
se encontra. Por exemplo, no Brasil a freqüência de operação do sistema elétrico é de 60 Hz, e o
sistema de geração de energia elétrica do Paraguai é de 50 Hz. Esta freqüência é função da
rotação do gerador, portanto o gerador deve funcionar sempre em uma rotação fixa, que é
aplicada pela máquina primária. Portanto ela depende da velocidade de rotação da máquina
primária. Cabe ao sistema de controle atuar nos reguladores de velocidade das máquinas
primárias e assim garantir uma freqüência fixa da tensão na saída do gerador.
A potência elétrica de saída do gerador é diretamente proporcional a potência mecânica
transmitida pela máquina primária através do eixo. Sabemos que a potência mecânica na ponta
do eixo de uma máquina girante é diretamente proporcional ao produto da velocidade de rotação
e o torque na ponta de eixo:
nCkP ⋅⋅=
onde k é uma constante de proporcionalidade.
Portanto, se o gerador precisar entregar mais potência para o sistema devido a um
aumento súbito de carga, a máquina primária precisa aumentar o torque transferido ao gerador,
uma vez que a rotação deve-se manter constante.
Algumas das principais diferenças entre os turbogeradores e os hidrogeradores é a
velocidade de rotação e o momento de inércia da parte girante. Nos hidrogeradores a velocidade
de rotação é normalmente bem mais baixa e o momento de inércia bem maior do que nos
turbogeradores, uma das conseqüências desta diferença é a de que os turbogeradores necessitam
de sistemas de controle de corrente de campo e controle da velocidade de rotação da máquina
primária mais confiáveis e mais rápidos do que os hidrogeradores, pois uma perturbação na carga
requer uma adaptação rápida e precisa do sistema de geração.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
2 MÁQUINAS PRIMÁRIAS
2.1 HIDRÁULICAS
Toda eletricidade é proveniente de uma fonte de energia encontrada na natureza, como
os combustíveis fósseis, os ventos, entre outros. Nas hidrelétricas este princípio não é diferente.
A fonte de energia é a energia potencial de um volume de água, em função da diferença de
altitude entre o montante e a juzante.
Para iniciar o processo de conversão da energia potencial da água em energia elétrica, a
água dos reservatórios é captada, através de um sistema de adução onde a água é transportada
através de condutos de baixa pressão. Os condutos de baixa pressão possuem uma declividade
muito baixa, pois a sua finalidade é apenas o transporte da água até a entrada dos condutos
forçados, que conduzem a água até a casa de máquinas onde se encontram as turbinas.
Figura 2.1.1 – Exemplo de turbinas em barragens
A turbina hidráulica é uma máquina com a finalidade de transformar a energia cinética
do escoamento contínuo da água que a atravessa em trabalho mecânico. Para isso elas são
equipadas com uma série de pás (ou conchas, no caso das turbinas Pelton). Quando a água
atravessa essas pás, as turbinas giram com uma grande força. A força com que gira essa turbina
depende inicialmente da altura da queda de água, que corresponde, aproximadamente, a
diferença de altitude entre a adução e a entrada da turbina.
Existem várias formas de conseguir um desnível aproveitável: Por represamento, onde
uma barragem acumula as águas dos rios em alturas necessárias para obtenção dessa energia.
Neste caso as casas de máquinas são localizadas nos pés das barragens. Por Desvio, onde uma
parte do rio é desviada de seu curso normal para aproveitar-se um desnível de terreno. Ou por
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
derivação, onde parte da água de um rio é desviada e jogada em outro rio aproveitando-se o
desnível entre os dois rios. Nestes últimos as casas de máquinas são localizadas o mais próximo
possível da jusante dos desníveis.
Figura 2.1.2 – Corte longitudinal em uma turbina tipo francis, eixo vertical. 1- rotor, 2- pá,
3- labirinto interno, 4- labirinto externo, 5- Orifícios de equilíbrio de pressão, 6- tubo de
equilíbrio de pressão, 7- palheta diretriz, 8- tampa, 9- caixa espiral, 10- palheta fixa, 11- tubo de
sucção, 12- eixo, 13- flange de acoplamento, 14- servomotor das aletas ajustáveis.
Basicamente existem 2 tipos de turbinas hídricas: as turbinas de reação ou propulsão, e
turbinas de ação ou impulso.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Figura 2.1.3 - Corte longitudinal em uma turbina tipo hélice, kaplan, de eixo vertical. 1- rotor,
2- pá, 3- palheta diretriz, 4- tampa intermediaria, 5- tampa externa, 6- tampa interna, 7- anel
periférico, 8- caixa, 9- palheta fixa, 10- tubo de sucção, 11- eixo, 12- flange de acoplamento.
a) Turbinas de Reação (ou propulsão): São turbinas em que o trabalho mecânico é
obtido pela transformação das energias cinéticas e de pressão da água em
escoamento através do rotor. As turbinas de reação são as do tipo Francis e
Kaplan.
b) Turbinas de Ação (ou impulso): Aquela em que o trabalho mecânico é obtido
pela obtenção da energia cinética da água em escoamento através do rotor. As
turbinas de ação são as do tipo Pelton.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Figura 2.1.4 – Corte transversal em uma turbina pelton de dois injetores, de eixo horizontal e
coroa em uma única peça. 1- rotor, 2- pá, 3- coroa de pás, 4- tampa, 5- desviador frontal,
6- poço, 7- blindagem, 8- canal de fuga, 9-eixo de turbina, 10- injetor, 11- freio de jato,
12- agulha, 13- cruzeta pelton, 14- defletor.
A turbina hidráulica utiliza a energia cinética de rotação de seu rotor para girar o
gerador ao qual está conectado. Um dispositivo elétrico chamado transformador converte a
tensão de saída do gerador em tensões aproveitáveis pelas concessionárias.
Estima-se que o Brasil tenha um potencial de geração de energia hidrelétrica da ordem
de 200.000MW, capaz de fornecer 1 milhão de GWh de eletricidade anualmente, dos quais
somente 25% estão sendo utilizados.
A capacidade nominal instalada de geração de energia elétrica no Brasil é de
57.232MW, dos quais 92% são derivados de hidrelétricas. A ELETROBRÁS participa com
27.052MW da capacidade nominal instalada. Em 1996, o sistema teve energia disponível da
ordem de 311.379GWh, para um consumo de 260.908GWh, empregava 157.063 trabalhadores e
tinha aproximadamente 39,8 milhões de consumidores.
O Brasil, juntamente com o Paraguai, possui uma das maiores usinas hidrelétricas do
mundo, a Itaipú Binacional, com capacidade instalada de 12.600MW, localizada no rio Paraná,
fronteira dos dois países.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
2.2 DIESEL
O motor Diesel é uma maquina térmica, ou seja, transforma energia térmica em energia
mecânica através do mesmo principio de funcionamento dos motores a explosão, como os
conhecidos motores de automóveis. Esses motores são chamados de máquinas térmicas a pistão
ou motores de combustão interna. Seu objetivo é a obtenção de trabalho através da liberação da
energia química do combustível.
Figura 2.2.1 – Grupo gerador com motor Diesel 1- Máquina térmica motora, motor Diesel.
2- Máquina elétrica geradora. 3- Árvore, através da qual o motor Diesel fornece a potência para
o gerador. 4- Saída dos produtos da combustão. 5 - Entrada ou saída do fluido refrigerante.
A figura 2.2.1 mostra um grupo gerador onde um motor Diesel é a máquina térmica
motora que está acoplada a um alternador, máquina elétrica geradora ou operadora. Observa-se
que o motor Diesel fornece na árvore um trabalho em uma unidade de tempo, potência,
entregando ao meio externo, através de seus sistemas de refrigeração e nos produtos de
combustão, calor. Tal potência e calores são resultado da liberação de uma energia química
liberada através de reações exotérmicas entre um combustível, no caso o óleo Diesel, e um
comburente, no caso o oxigênio do ar.
Os motores a pistão de combustão interna podem ser classificadas de várias maneiras,
entre as quais algumas merecem destaque:
• Quanto ás propriedades do gás na fase de compressão: motores Otto e motores
Diesel;
• Quanto ao ciclo de trabalho: Motores de 2 e 4 tempos. Nos motores de 2 tempos
ocorre um processo de trabalho a cada giro da árvore, e no motor 4 tempos são
necessários 2 giros para completar um ciclo do processo;
• Quanto ao movimento do pistão: motores a pistão rotativos ou alternativos;
• Quanto ao número de cilindros.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Figura 2.2.2 – Corte no cabeçote de um motor de combustão interna PM1- Ponto morto
superior. PM2- Ponto morto inferior. 1- Cilindro. 2- Pistão ou êmbolo. 3- Vela. 4- Válvulas.
• Quanto a disposição dos cilindros: motores a pistão com cilindros em linha, V. L,
H, W, em estrela e com cilindros opostos.
Os motores a pistão de combustão interna mais utilizados em grupos geradores são os
motores Diesel. Diferentemente do motores Otto, em que a mistura combustível e comburente é
preparada fora do motor pelo carburador e injetada no cilindro, nos motores Diesel o ar é
admitido no cilindro, comprimido, e o combustível é injetado na massa de ar comprimido através
de um circuito independente ocasionando assim a inflamação espontânea.
O ciclo de funcionamento de um motor Diesel é a 4 tempos onde a combustão ocorre
com pequena variação de pressão a volume constante sendo sua maior parte desenvolvida a
pressão constante. Tal fato é uma característica única nos motores a diesel.
No caso dos motores diesel, a regulação de velocidade é feita a partir da injeção de
combustível no motor, tal como é feita nos motores diesel convencionais. Esta regulação de
velocidade é fundamental para que a freqüência do grupo gerador seja constante, em 60 ou 50 Hz
dependendo do sistema, independentemente da variação da carga.
As centrais Diesel, apesar de sua limitação de potência, ruído e vibração, constituem um
tipo de central muito utilizado até potências de 40 MW. Isto porque são bastante compactas,
entram em carga em um tempo muito pequeno, são de fácil operação e apresentam um plano de
manutenção de fácil execução, entre outros motivos.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Figura 2.2.3 – Ciclo de trabalhe de motor Diesel a 4 tempos.
PM1 e PM2 – Pontos mortos superior e inferior. VA – Válvula de admissão. VE – Válvula de
escape. D – diâmetro do pistão. E – curso. R – Raio da árvore de manivelas. Vm – volume
morto. Vc – Volume da cilindrada. I – Pistão ou êmbolo. II – Biela. III – Árvore de manivelas.
IV – Camisa. V – Cavernas, para refrigeração. VI – Injetor. Estado 2 – Início da injeção.
Estado 3 – final da combustão.
1o
tempo, 0-1, admissão
2o
tempo, 1-2, compressão
3o
tempo, 2-3-4, injeção, combustão e expansão
4o
tempo, 4-0, escape.
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2.3 TERMELÉTRICAS
As máquinas a vapor foram as primeiras máquinas a produzirem energia mecânica
aproveitável para processos industriais. Por isto essas máquinas foram fundamentais para o
acontecimento da revolução industrial. Com o aparecimento da eletricidade, as máquinas a vapor
se tornaram peças fundamentais para a geração de energia elétrica, uma vez que já existia o
domínio dessa tecnologia.
As instalações de potência com turbinas a vapor podem visar apenas a obtenção de
energia elétrica ou mecânica ou simultaneamente elétrica ou mecânica e vapor para o processo.
Essas centrais podem trabalhar em circuito aberto ou fechado, sendo o circuito aberto muito
utilizado quando se pretende utilizar calor para o processo.
Figura 2.3.1 – Funcionamento de uma instalação de potência a vapor.
O aquecimento da água é feito através da queima de algum combustível. De um modo
geral denomina-se combustível, qualquer corpo cuja combinação química com outro seja
exotérmica. Entretanto, condições de baixo preço, existência na natureza ou processo de
fabricação em grande quantidade limitam o número de combustíveis usados tecnicamente. Tendo
em vista seu estado físico, os combustíveis podem ser classificados em sólidos, líquidos ou
gasosos. Os combustíveis sólidos são formados de C, H2, O2, S, H2O e cinzas. Sendo
combustíveis apenas os 4 primeiros elementos. Entre os combustíveis sólidos temos os minerais
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
como turfas linhitos e carvão, e os não-minerais como lenha, serragem, bagaço de cana, de pinho
etc. Os combustíveis líquidos também podem ser minerais ou não minerais. Os minerais são
obtidos pela refinação do petróleo, destilação do xisto betuminoso ou hidrogenação do carvão.
Os mais usados são a gasolina, o óleo diesel e o óleo combustível. Os combustíveis líquidos não-
minerais são os álcoois e os óleos vegetais. Os combustíveis gasosos são divididos em naturais e
artificiais. Entre os naturais destacam-se o gás dos pântanos CH4 e os gases de petróleo. Entre os
artificiais temos o gasogênio, gás de alto-forno e gás de esgoto.
Basicamente, uma instalação a vapor é composta de bomba, caldeira, turbina e
condensador. Tendo em vista a pressão na saída da turbina, temos as instalações a vapor de
condensação e de contrapressão. Nas primeiras, a pressão do vapor na saída da turbina é menor
que a atmosférica, nas segundas maior.
A combustão ocorre na caldeira, dentro da câmara de combustão onde são injetados o
combustível e o comburente (ar). Após a combustão são retirados, como produto do processo,
gases e cinzas constituídos de produtos não queimados. A liberação de energia térmica devido ao
processo de combustão aquece a água na caldeira até evaporar. Uma vez na tubulação um
superaquecedor eleva a temperatura do vapor aumentando assim a pressão para entrar na turbina.
Ao passar pela turbina o vapor perde pressão e vai para o condensador onde volta ao estado
líquido e é bombeado de volta para a caldeira.
A turbina é a máquina que transforma a energia da pressão do vapor em energia cinética
de rotação e, através de um eixo de acoplamento, transmite essa energia para o gerador.
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2.4 TERMONUCLEARES
A usinas termonucleares funcionam utilizando o mesmo princípio de funcionamento das
usinas térmicas, ou seja, as máquinas que entregam energia para o gerador são as turbinas a
vapor (ver figura 2.4.1). O que torna essas usinas especiais é o combustível utilizado. Ao invés
de uma reação química de combustão, o que acontece é uma liberação de energia a nível
atômico.
Figura 2.4.1 – Funcionamento de uma usina nuclear
O núcleo do átomo foi descoberto em 1911 por Rutherford ao analisar as partículas
liberadas pelos átomos, mas somente após a descoberta do nêutron por Chadwick e as reações
feitas pelo casal Joliot-Curie em 1932 é que o núcleo começou a adquirir a sua real importância.
O tamanho do núcleo é muito pequeno. Ele ocupa o centro do átomo, e a carga total
positiva, bem como quase toda a massa do átomo está no núcleo. Ele é formado basicamente por
prótons e nêutrons. Os prótons possuem uma carga positiva numericamente igual a carga do
elétron (1.602 x 10-19
C). Os nêutrons são eletricamente neutros. As partículas do núcleo são
chamadas de nucleons. As forças que mantém as partículas do núcleo unidas entre si são
provenientes da repulsão eletrostática entre os prótons e de forças pequenas da natureza que
aparecem dentro do núcleo que são chamadas de forças nucleares.
A energia acumulada por essas forças nucleares são chamadas de energia de coesão e é
calculada pela equação de Einstein: E=MC2
.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Ao se determinar a massa do núcleo, descobrimos que ela é menor que a soma das
massas dos seus componentes. A diferença entre as duas é chamada de erro de massa (∆m) e a
energia de coesão fica E=∆m.C2
Uma parte da massa do núcleo é transformada em energia de coesão para manter as
partículas do núcleo unidas. Essa energia é liberada durante a reação nuclear. Dividindo a
energia de coesão pelo número de componentes do núcleo obtemos a energia média do núcleo,
um valor que indica a estabilidade do núcleo. Se o valor da energia de coesão média é alto, então
este núcleo é estável. Se esse valor é baixo, então ele é instável e tende a emitir alguns de seus
componentes para tornar-se mais estável. Neste caso o núcleo é radioativo.
O elemento natural mais pesado que se encontra na Natureza é o urânio . A maior parte
dele constitui-se de átomos estáveis , dotados de 92 prótons e 146 nêutrons . A soma dessas
quantidades determina o número atômico 238 . Aproximadamente 1 % do urânio , porém , é
constituído de átomos com apenas 143 nêutrons , o que resulta no número atômico 235 : estes
são instáveis .
Os termos energia atômica e energia nuclear são sinônimos e definem o mesmo
conceito. A razão para esse nome duplo é histórica.
A fissão nuclear é a reação na qual um núcleo pesado, quando bombardeado por
nêutrons, dividem-se em dois núcleos, um com aproximadamente metade da massa do outro.
Esta reação libera uma grande quantidade de energia e emite dois ou três nêutrons. Estes por sua
vez podem causar outras fissões interagindo com outros núcleos que vão emitir novos nêutrons, e
assim por diante, proporcionando uma liberação de energia em progressão geométrica. Este
efeito é conhecido como reação em cadeia. Em uma fração de segundos o numero de núcleos que
foram divididos liberam 106 vezes mais energia do que a obtida na explosão de um bloco de
dinamite de mesma massa. Em vista da velocidade com que a reação nuclear ocorre, a energia é
liberada muito mais rapidamente do que em uma reação química. Este é o princípio no qual a
bomba nuclear é baseado. As condições sob as quais a bomba atômica foi descoberta e
construída fazem parte da historia da humanidade e é familiar a todo mundo.
Se, por outro lado, apenas um desses nêutrons liberados produzir apenas uma fissão, o
numero de fissões por segundo passa a ser constante e a reação é controlada. Este é o principio
de operação no qual os reatores nucleares são baseados, os quais são fontes controláveis de
energia proveniente de fissões nucleares.
A maioria dos reatores usa como combustível o urânio enriquecido, em que a
porcentagem de U-235 é elevada de 1 para 3. O urânio, normalmente em forma de óxido,
encontra-se acondicionado no interior de longas hastes. Estas são arranjadas paralelamente,
formando elementos cilíndricos. Inicia-se a reação em cadeia bombardeando com nêutrons esses
elementos de combustível. Ao se fissionarem, os núcleos de U-235 liberam nêutrons animados
de alta energia para que estes possam ser usados na fissão de novos núcleos, sua velocidade de
deslocamento precisa ser reduzida.
Nesse momento, entra em cena um moderador, substância que envolve os elementos de
combustível no núcleo do reator. Os moderador mais comuns são a água pesada e o grafite.
Regula-se a taxa com que se dá a reação em cadeia por meio de hastes de controle, que
podem ser introduzidas entre tubos de combustível. As hastes são feitas de materiais capazes de
absorver nêutrons: quanto mais nêutrons forem absorvidos, menos núcleos experimentam a
fissão e menor a energia produzida. O calor gerado na reação nuclear é absorvido no circuito de
refrigeração. Na ausência deste, o núcleo do reator aqueceria de tal forma que acabaria por
derreter.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Há dois tipos básicos de reatores nucleares modernos. O primeiro deles emprega grafite
como moderador e um gás no circuito de refrigeração. O segundo utiliza água pesada como
moderador e água comum pressurizada como refrigerante. A água é mantida sob uma pressão tão
alta que, mesmo em temperaturas na faixa de 300 graus centígrados, mantém seu estado liquido.
Figura 2.4.2 – Partes componentes de uma usina nuclear
Em ambos os tipos de reator, o fluido refrigerante passa através de um trocador de calor
que contém água comum com o intuito de se transformar em vapor. Este vapor é usado para
mover uma turbina, que por sua vez gera eletricidade.
Depois de alguns anos o U-235 presente no urânio esgota-se. As hastes que contém o
combustível são então retiradas e em seguida enviadas a uma usina de reprocessamento, onde se
realiza a separação de componentes aproveitáveis. Os principais são o próprio urânio e o
plutônio, bastante utilizado na confecção de artefatos nucleares.
O plutônio é formado nos reatores pela absorção de nêutrons pelos núcleos de U-238.
Um novo tipo de reator, chamado de enriquecimento rápido, produz quantidades bem mais
elevadas de plutônio.
Para que possam funcionar, esses reatores de enriquecimento rápido exigem a
disponibilidade de uma enorme quantidade de nêutrons, uma vez que grande parcela deles é
absorvida pelos núcleos de U-238.
Como deve restar um fluxo de nêutrons suficiente para manter a reação em cadeia do U-
235, os reatores de enriquecimento rápido trabalham apenas com nêutrons rápidos. Em outras
palavras, não contam com um moderador. Em compensação, exigem que o circuito de
refrigeração seja preenchido por uma substância capaz de absorver as altas quantidades de calor
resultantes - por exemplo sódio liqüefeito.
Além de alimentar a indústria de armamentos nucleares, o plutônio produzido nos
reatores é armazenado, para uso no futuro em reatores que o utilizem como combustível .
Em muitos países a utilização da energia nuclear é tão grande que ultrapassa 60% de
toda a energia gerada. A tabela a seguir mostra o quanto alguns países produzem de energia
nuclear em relação ao total de energia gerada.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
País Eletricidade de origem nuclear
França 70%
Bélgica 67%
Suécia 50%
Suíça 39%
Alemanha 30%
Espanha 29%
Japão 25%
Tabela 2.1 – Percentual de eletricidade de origem nuclear
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
2.5 TURBINA A GÁS
As primeiras turbinas a gás foram idealizadas a mais de 150 anos. No entanto o
desenvolvimento e a implementação dessa tecnologia foi dificultada por uma série de motivos.
Destacamos entre eles:
• A máquina a vapor era o grande avanço da engenharia na época, e todo o
desenvolvimento industrial estava fundamentado neste tipo de máquina. Portanto,
para que houvesse concorrência, um novo tipo de máquina teria que possuir níveis
de rendimento muito altos, o que só era possível a temperaturas próximas de 500o
C.
Essas temperaturas só foram alcançadas nos últimos 50 anos com o avanço da
metalurgia que passou a fornecer materiais que suportassem esses níveis de
temperatura por longos períodos de tempo.
• Em função do número excessivo de estágios do turbocompressor, a potência para
instalações estacionárias era limitada. Apesar dos avanços consideráveis na
resolução deste problema, ele ainda ocupa a cabeça de muitos engenheiros
encarregados de desenvolver esta tecnologia.
• baixo rendimento dos compressores resultavam em um baixo rendimento para a
instalação, problemas estes que só foram resolvidos nas últimas décadas através do
desenvolvimento da mecânica dos fluidos, das técnicas construtivas, da teoria dos
modelos e dos respectivos ensaios, que permitiram a fabricação de
turbocompressores com rendimentos superiores a 85%.
Não há duvidas que os grandes avanços tecnológicos que viabilizaram o
desenvolvimento das turbinas a gás são mérito da indústria aeronáutica que, necessitando
aumentar a velocidade dos aviões, abandonaram os motores a pistão para se dedicarem ao
desenvolvimento de motores a reação. Desta forma surgiram o primeiro turboélices e turbojatos
na Segunda guerra mundial.
Figura 2.5.1 – Grupo gerador a gás com turbina em circuito aberto
De uma forma bem geral podemos classificar as instalações de turbinas a gás em dois
grandes grupos: Turbinas a gás em circuito aberto e Turbinas a gás em circuito fechado.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
2.5.1 TURBINAS A GÁS EM CIRCUITO ABERTO
As instalações das turbinas a gás em circuito aberto, estacionárias, podem ser com ou
sem recuperação. Neste tipo de instalação encontram-se os motores a reação turboélice e
turbojato.
O princípio de funcionamento dos motores a reação é simples. No item 2.2 vimos o
funcionamento dos motores a pistão. Esses motores utilizam a força exercida nos pistões devida
a rápida expansão dos gases em função da explosão. Como já sabemos, a toda força que exerce
uma ação corresponde uma força de reação de mesma intensidade, mas com o sentido oposto ao
da força atuante. Na figura 2.5.2 estão representadas, de forma simplificada, as forças que atuam
em um cilindro quando ocorre a combustão no seu interior.
Figura 2.5.2 - forças atuantes em um cilindro com pistão
Em função do princípio da ação e reação, as forças que agem nas laterais do cilindro se
anulam, uma vez que a superfície é cilíndrica. A força que provoca o deslocamento do pistão é
equilibrada por outra de mesma intensidade no fundo do cilindro, provocando também o seu
deslocamento se nenhum vínculo existir para impedir. Dizemos que o pistão sofre um
deslocamento pela “ação” de uma força, enquanto o cilindro é deslocado pela “reação” de uma
força de igual modulo e direção, porem no sentido contrário. Normalmente utilizamos a ação e
procuramos eliminar a reação através de vínculos. Isto ocorre, por exemplo, em todos os
motores a pistão, em fuzis, metralhadoras , canhões, etc. Nos motores a reação, a idéia é usar a
força de reação. No entanto essa força é de curta duração, como a força do recuo de um tiro.
Contudo, se usarmos uma metralhadora que dispara milhares de tiros por minuto, essa força terá
maior duração, mas com grandes oscilações. A amplitude das oscilações pode ser reduzida
diminuindo-se os tamanhos dos projéteis. Se essas dimensões tenderem a zero, também essas
amplitudes o farão. O escoamento contínuo de um gás corresponde a realização prática desse
princípio. Uma vez que as moléculas do gás representarão os elementos expelidos em dimensões
diminutas, logo teremos uma força de reação constante. Como em um balão de borracha cheio
onde o ar é expulso através de uma abertura.
A figura acima representa uma esfera oca, com uma abertura por onde escoa
continuamente uma massa m de fluido a uma velocidade c. Consequentemente ela sofrerá uma
reação ou impulsão com uma força F de módulo igual a:
cmF ⋅=
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Desta forma, quanto maior a massa de gás que sai da esfera por unidade de tempo,
maior a velocidade para a mesma seção, logo, maior a reação.
Figura 2.5.3 – Força de reação
Este é o princípio de funcionamento dos motores a reação, dos quais fazem parte o
Turboélice, motojato, turbojato, pulsojato, estatorreator ou impactorreator e o foguete.
Se fixarmos essas máquinas e colocarmos na saída uma hélice, podemos transformar a
energia cinética do gás de escape, que sai por causa da diferença de pressão entre o interior e o
exterior, em energia cinética de rotação. Essa energia cinética de rotação pode ser transmitida a
um gerador através de um eixo acoplado as hélices.
Figura 2.5.4 – Principio de funcionamento do rotor
Este é o princípio de funcionamento da turbina a gás em circuito aberto. Este tipo de
instalação possui um rendimento médio em torno de 30%. O combustível utilizado é o gás
natural. Em seguida é mostrado, de uma forma simplificada, o ciclo teórico para o
funcionamento da turbina.
Figura 2.5.5 – Turbina
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Em um ciclo simples da turbina, o ar a baixa pressão entra em um compressor (estado 1)
onde tem sua pressão elevada (estado 2). O combustível é adicionado ao ar comprimido e
enviado à câmara de combustão onde ocorre o processo de combustão. O produto desta
combustão entra na turbina (estado 3) e se expande para o estado 4. Uma parte do trabalho
produzido é utilizado para fazer o compressor funcionar e o restante é utilizado para fazer
funcionar o equipamento auxiliar e produzir energia elétrica.
O ciclo de Bryton descreve um ciclo simplificado de uma turbina a gás. As quatro
etapas do ciclo são:
(1-2) Compressão adiabática
(2-3) Aquecimento isobárico, isto é, a pressão constante
(3-4) Expansão adiabática
(4-1) Resfriamento isobárico.
Os diagramas p x v (pressão x volume) e T x s (temperatura x entropia) são mostrados a
seguir.
Figura 2.5.6 – Ciclo de Bryton
2.5.2 TURBINAS A GÁS EM CIRCUITO FECHADO.
Instalações com turbinas a gás em circuito fechado, onde a combustão ocorre fora do
circuito e o funcionamento é semelhante ao das turbinas a vapor, com a diferença que o fluido
utilizado é um gás, podendo ser o próprio ar ou outro gás como o hélio por exemplo.
Nas turbinas a gás com circuito fechado o fluido a baixas temperaturas (ambiente) passa
por um estágio de compressão onde 2 ou mais turbocompressores elevam a pressão do gás em
torno de 5 vezes. Após o estágio de compressão o gás é aquecido, aproveitando-se o calor da
saída da turbina e passando por uma caldeira, até atingir temperaturas superiores a 700o
C de
onde vai para a entrada das turbinas.
As turbinas funcionam por diferença de pressão, ou seja, aproveitam a energia cinética
do gás que passa de um lugar de da alta para um lugar de baixa pressão. Após passar por alguns
estágios de turbinas o gás volta a pressão inicial e passa por um trocador de calor onde pré-
aquece o gás que entra no aquecedor, abaixando a sua temperatura para perto de 100o
C. O gás
então é resfriado e retorna a sua condição inicial recomeçando o ciclo.
O esquema mostrado a seguir proporciona uma visão de como ocorre o processo a partir
da compressão do gás, até a sua expansão após a passagem pela turbina de baixa pressão. Para
entender o funcionamento basta acompanhar os valores de temperatura e pressão em cada etapa
do processo.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Figura 2.5.7 – Esquema geral de uma central térmica a gás em circuito fechado.
1 – Turbocompressor de baixa pressão. 2 – Turbocompressor de alta pressão.
3 – Turbina de alta pressão. 4 – Redutor. 5 – Turbina de baixa pressão. 6 – Pré-refrigerador.
7 – Refrigerador intermediário. 8 – Trocador de calor. 9 – Aquecedor de ar.
Note que a turbina a gás em circuito fechado não usa o gás como combustível. A
combustão é feita com qualquer produto combustível com a intenção de fornecer energia térmica
ao sistema. O gás é utilizado apenas como o fluido que transforma a energia térmica em energia
cinética para tocar as turbinas. Por exemplo existem usinas nucleares que utilizam o sistema de
turbinas a gás em circuito fechado para geração de energia elétrica, onde a energia térmica é
gerada a partir de combustível nuclear.
Figura 2.5.8 – Ciclos teóricos da turbina a gás com circuito fechado (Carnot, Ericsson)
Esse tipo de turbina utiliza o ciclo básico teórico de Carnot com duas isotérmicas e duas
adiabáticas tal como mostrado na figura 2.5.8, que é aproximado na prática pelo ciclo de Ackeret
e Keller onde a compressão isotérmica 1,2 é substituída por compressões adiabáticas e
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
refrigeração isobárica enquanto a expansão isotérmica 3,4 é substituída por expansões
adiabáticas e aquecimentos isobáricos.
Figura 2.5.9 – Ciclo de trabalho da turbina a gás com circuito
fechado (Ackeret e Keller)
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
2.6 TURBINAS EÓLICAS
Para se entender o funcionamento da turbina eólica faz-se necessário conhecer um
pouco da origem da energia transformada em eletricidade por esses equipamentos que, apesar de
seu princípio de funcionamento aparentemente simples, são hoje o que existe de mais moderno
na área de geração de energia elétrica para fins comerciais.
Toda a energia renovável (exceto a geotérmica e a das marés), bem como a energia dos
combustíveis fósseis, são provenientes do Sol. O sol irradia 1014
kwh por hora de energia para a
terra. Cerca de 1 a 2% dessa energia proveniente do Sol é convertida em energia eólica. Isto
corresponde a cerca de 50 a 100 vezes mais do que a energia convertida em biomassa por todas
as plantas do planeta.
Diferenças de temperatura fazem com que o ar circule. As regiões em volta do equador,
na latitude 0o
, são mais atingidas pelo calor do sol do que o restante do globo. Se não houvesse a
rotação da terra o ar simplesmente circularia na direção dos pólos a 10 Km de altitude, desceria
e retornaria ao equador.
Uma vez que o globo está rodando, todo o movimento do hemisfério norte é dirigido
para a direita, se observarmos este fenômeno em uma posição fixa olhando para o equador (no
hemisfério sul ela tende para a esquerda). Essa força aparente de curvatura é conhecida como
força de Coriolis (nome do matemático francês Gustave Gaspard Coriolis 1792 – 1843).
A força de Coriolis é um fenômeno visível. Por exemplo, os trilhos das estradas de ferro
desgastam mais de um lado que do outro, os rios são mais profundos em uma margem que na
outra (O lado depende de em qual hemisfério você está). Isto também funciona para os ventos.
No hemisfério norte, por exemplo, o vento tende a rodar no sentido anti-horário, enquanto no
hemisfério sul, é no sentido horário.
Estes dois fatores (as diferenças de temperatura e a força de Coriolis) aliados à
geografia, que impõe obstáculos à passagem dos ventos e considera as costas dos continentes,
definem o movimento dos ventos.
Uma turbina eólica obtém potência convertendo a força dos ventos em um torque
atuando nas pás do rotor. A quantidade de energia que o vento transfere para o rotor depende da
densidade do ar, da área do rotor, e da velocidade do vento.
Figura 2.6.1 – Um cilindro de ar de1500m2
e 1m de largura
atravessa o rotor de uma turbina eólica.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
A figura mostra como uma fatia de ar de 1 metro de espessura se move através de um
rotor de área de 1500m2
de uma típica turbina eólica de 600kW. Com 43m de diâmetro do rotor,
cada cilindro de ar pesa 1,9 toneladas, isto é, 1500 vezes 1,25kg que é o peso de 1m3
de ar.
A energia cinética de um corpo em movimento é proporcional a sua massa. A energia
cinética do vento também depende da densidade do ar, ou seja, de sua massa por unidade de
volume. Em outras palavras, quanto mais pesado for o ar, mais energia é recebida pela turbina.
Sob pressão atmosférica normal e a 15o
C a massa do ar é de 1,25 kg por metro cúbico,
mas a densidade aumenta com o aumento da umidade. De forma análoga, quanto mais frio o ar,
mais denso. Em altas altitudes (em montanhas por exemplo) a pressão do ar é menor e portanto
a densidade é menor.
Uma turbina eólica típica de 600kW possui um rotor com 43 a 44 metros de diâmetro, o
que significa que cobre uma área de 1500m2
. A área do rotor determina quanta energia o rotor
está apto a retirar do vento. Como a área do rotor aumenta com o quadrado do diâmetro, uma
turbina que possua um rotor 2 vezes maior recebe 22
= 4 vezes mais energia.
Figura 2.6.2 – Visão geral de uma turbina eólica
A velocidade do vento é extremamente importante para a quantidade de energia que
uma turbina pode converter para energia elétrica. A energia contida no vento varia com o cubo
da velocidade média do vento. Por exemplo, se a velocidade do vento aumenta 2 vezes, a energia
convertida aumenta 23
= 2 x 2 x 2 = 8 vezes. Mas por que a energia eólica varia com o cubo da
velocidade média do vento? Observando o nosso dia-a-dia sabemos que se dobrarmos a
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
velocidade do carro, será necessário 4 vezes mais energia para movimentá-lo (essencialmente
isto é conseqüência da Segunda lei de Newton para o movimento dos corpos). No caso da turbina
eólica utiliza-se a energia de frenagem do vento, e se a velocidade do vento for o dobro, tem-se
duas vezes mais volume de ar por segundo movendo-se através do rotor, e cada unidade de
volume possui 4 vezes mais energia, como no exemplo do carro. O gráfico mostra que a uma
velocidade de 8 m/s tem-se uma potência (quantidade de energia por segundo) de 314 Watts por
metro quadrado exposto ao vento (o vento que chega perpendicular a área coberta pelo rotor). A
16 m/s tem-se 8 vezes mais potência, isto é, 2509 W/m2
.
Figura 2.6.3 – Gráfico da potência por unidade de área
em função da velocidade do vento.
A tabela mostra a potência por metro quadrado exposto ao vento para diferentes
velocidades.
m/s W/m2
m/s W/m2
m/s W/m2
0 0 8 314 16 2509
1 1 9 447 17 3009
2 5 10 613 18 3572
3 17 11 815 19 4201
4 39 12 1058 20 4900
5 77 13 1346 21 5672
6 132 14 1681 22 6522
7 210 15 2067 23 7452
Tabela 2.6.1 – Valores discretos de potência por unidade de área.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Para “captar” a energia cinética do vento e transferir para a flange do rotor
transformando em energia cinética de rotação, as pás do rotor e são desenhadas conforme as asas
de um avião. Ou seja, o desenho aerodinâmico cria regiões de diferentes pressões em torno das
pás fazendo com que elas se movam. Em uma turbina de 600kW moderna, as pás do rotor
medem cerca de 20 metros.
Figura 2.6.4 – Princípio de funcionamento da asa
O corpo da turbina eólica faz o encapsulamento dos componentes principais, incluindo
o redutor e o gerador elétrico. O pessoal da manutenção pode entrar dentro do corpo a partir da
torre da turbina quando houver necessidade. Em uma das extremidades do corpo fica o rotor, isto
é, as pás interligadas pela flange, na outra o namômetro e o cata-vento.
Figura 2.6.5 – Corpo da turbina
À flange do rotor está ligado um eixo de baixa rotação que é acoplada a um ampliador.
Uma turbina de 600kW possui uma rotação relativamente baixa, cerca de 19 a 30 rpm. No eixo
de baixa rotação estão localizadas bombas para o sistema hidráulico que opera o freio
aerodinâmico como veremos mais adiante.
O ampliador é um dispositivo mecânico que transmite potência através de dois eixos
girando em velocidades diferentes. Em uma turbina de 600kW, por exemplo, o ampliador
transmite uma potência recebida da turbina através do eixo de baixa rotação a uma velocidade de
19 a 30 rpm para um gerador através do eixo de alta rotação a uma velocidade de
aproximadamente 1500 rpm, isto é, 50 vezes mais rápido. Por causa das perdas em função do
atrito mecânico das engrenagens, a temperatura do ampliador aumenta e um sistema de
refrigeração a óleo é responsável pela manutenção da temperatura dentro de faixas aceitáveis.
O eixo de alta rotação interliga o ampliador e o gerador. Ele esta equipado com um freio
a disco mecânico de emergência que é usado no caso do freio aerodinâmico falhar ou quando a
turbina está em manutenção.
O gerador usado nas turbinas eólicas é um gerador de indução ou gerador assíncrono,
que utiliza o mesmo princípio de funcionamento do motor assíncrono. Esta característica torna
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
os geradores de turbinas eólicas mais baratos e com um menor custo de manutenção. No entanto
isso só é possível porque a potência máxima das turbinas eólicas fica compreendida em uma
faixa que vai de 500 a 1500kW.
O controlador eletrônico é um computador que monitora continuamente as condições do
vento na turbina e controla o mecanismo de direcionamento da turbina, que tem a função de
manter a turbina sempre perpendicular à incidência do vento. No caso de algum defeito, como o
sobreaquecimento do gerador ou do ampliador, o controlador comanda a parada da turbina e
avisa o computador do operador via linha telefônica através de um modem.
O mecanismo de direcionamento utiliza um motor elétrico para virar o corpo da turbina
de forma que ela fique totalmente contra o vento. Ele é operado por um controlador eletrônico
que monitora a direção do vento utilizando o cata-vento.
O sistema hidráulico é utilizado para operar o freio aerodinâmico da turbina. Mudando-
se o angulo de ataque das pás, pode-se variar a velocidade da turbina. Desta forma o controlador
atua no sistema hidráulico com o objetivo de manter a velocidade da turbina constante.
A unidade de refrigeração é responsável por manter a temperatura do gerador e do
ampliador dentro de uma faixa aceitável para que não se diminua a vida útil destes
equipamentos. Por isso o sistema de refrigeração possui um ventilador elétrico independente que
tem a função de resfriar o gerador, bem como o óleo que é utilizado pelo ampliador.
Figura 2.6.6 – partes componentes da turbina
O papel da torre da turbina eólica é sustentar o corpo e o rotor da turbina. Geralmente é
uma vantagem a utilização de torres altas uma vez que a velocidade do vento cresce conforme a
distância do solo. Uma turbina de 600kW, hoje, fica suspensa a uma altura que varia entre 40 e
60 metros, o que corresponde aproximadamente a uma altura de um prédio de 13 a 20 andares.
As torres podem ser tubulares (como mostrado na figura) ou em treliça. Torres tubulares são
mais seguras para as pessoas que trabalham na manutenção, uma vez que é utilizado o interior da
torre para se alcançar o topo. A vantagem da torre em treliça é que ela é bem mais barata.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
O anemômetro é usado para medir a velocidade enquanto o cata-vento mede a direção
do vento. Os sinais eletrônicos enviados pelo transdutor de velocidade do anemômetro é
utilizado pelo sistema de controle da turbina para aciona-la quando a velocidade do vento chegar
a 5 metros por segundo. O computador também para a turbina automaticamente se a velocidade
do vento chegar a 25 metros por segundo com a finalidade de proteger a turbina e seus arredores.
Os sinais eletrônicos utilizados pelo transdutor de direção do cata-vento são utilizados pelo
sistema de controle para acionar o mecanismo de direcionamento.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
3 GERADORES
3.1 INTRODUÇÃO
3.1.1 HISTÓRICO
O gerador elementar foi inventado na Inglaterra em 1831 por MICHAEL FARADAY, e
nos Estados Unidos, mais ou menos na mesma época, por JOSEPH HENRY.
Este gerador consistia basicamente de um ímã que se movimentava dentro de uma
espira, ou vice-versa, provocando o aparecimento de uma f.e.m. registrado num galvanômetro.
Figura 3.1 - O galvanômetro "G" indica a passagem de uma
corrente quando o ímã se move em relação a bobina.
A WEG INDÚSTRIAS LTDA, DIVISÃO MÁQUINAS iniciou sua fabricação em
1980, tendo adquirido ao longo destes anos uma larga experiência e tecnologia na fabricação de
geradores de pequeno e grande porte.
3.1.2 NOÇÕES DE APLICAÇÕES
Geradores síncronos são máquinas destinadas a transformar energia mecânica em
energia elétrica.
Praticamente toda a energia consumida nas indústrias, residências, cidades, etc...,são
proveniente destes geradores.
A WEG INDÚSTRIAS LTDA, DIVISÃO MÁQUINAS fabrica geradores para as
seguintes aplicações:
• Geração Eólica;
• Alimentação de Fazendas, Sítios, Garimpos, Carros de Som;
• Pequenos Centros de Geração de Energia para uso Geral;
• Grupos Diesel de Emergência;
• Centro de Processamento de Dados;
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
• Telecomunicações;
• Usinas Hidroelétricas PCH’s;
• Cogeração / Turbo Geradores;
• Aplicações Específicas para uso Naval, Usinas de Açúcar e Álcool, Madeireiras,
Arrozeiras, Petroquímica, etc.
3.1.2.1 TIPOS DE ACIONAMENTOS
A - Grupo Diesel
São geradores acionados por Motores Diesel;
Potência: 50 a 1500 kVA
Rotação: 1800 rpm (IV pólos)
Tensão: 220, 380 ou 440 V - 50 ou 60 Hz.
B - Hidrogeradores
São geradores acionados por Turbinas Hidráulicas;
Potência: até 20.000 kVA
Rotação: 360 a 1800 rpm (XX a IV pólos)
Tensão: 220 a 13.800 V
C - Turbogeradores
São geradores acionados por Turbinas a Vapor;
Potência: até 20.000 kVA
Rotação: 1800 rpm ( IV pólos )
Tensão: 220 a 13.800 V
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
3.2 NOÇÕES FUNDAMENTAIS
3.2.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
A característica principal de um gerador elétrico é transformar energia mecânica em
elétrica. Para facilitar o estudo do princípio de funcionamento, vamos considerar inicialmente
uma espira imersa em um campo magnético produzido por um ímã permanente (Figura 3.2). O
princípio básico de funcionamento está baseado no movimento relativo entre uma espira e um
campo magnético. Os terminais da espira são conectados a dois anéis, que estão ligados ao
circuito externo através de escovas. Este tipo de gerador é denominado de armadura giratória.
Figura 3.2 - Esquema de funcionamento de um
gerador elementar (armadura girante)
Admitamos que a bobina gira com velocidade uniforme no sentido da flecha dentro do
campo magnético "B" também uniforme (Figura 3.2).
Se "v" é a velocidade linear do condutor em relação ao campo magnético, segundo a lei
da indução (FARADAY), o valor instantâneo da f.e.m. induzida no condutor em movimento de
rotação é determinada por:
)sen(vlBe θ⋅⋅⋅=
Onde: e = força eletromotriz;
B = indução do campo magnético;
l = comprimento de cada condutor;
v = velocidade linear;
θ = ângulo formado entre B e v.
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Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Para N espiras teremos então:
N)sen(vlBe ⋅θ⋅⋅⋅=
A variação da f.e.m. no condutor, em função do tempo, é determinada pela lei da
distribuição da indução magnética sob um pólo. Esta distribuição tem um caráter complexo e
depende da forma da sapata polar. Com um desenho conveniente da sapata poderemos obter uma
distribuição senoidal de induções. Neste caso, a f.e.m. induzida no condutor também varia com o
tempo sob uma lei senoidal.
A Figura 3.4a. mostra somente um lado da bobina no campo magnético, em 12 posições
diferentes, estando cada posição separada uma da outra de 30o.
A Figura 3.4b nos mostra as tensões correspondentes a cada uma das posições.
Já nos geradores de campo giratório (Figura 3.3) a tensão de armadura é retirada
diretamente do enrolamento de armadura (neste caso o estator) sem passar pelas escovas. A
potência de excitação destes geradores normalmente é inferior a 5% da potência nominal, por
este motivo, o tipo de armadura fixa (ou campo girante) é o mais utilizado.
Figura 3.3 - Esquema de funcionamento de um
gerador elementar (armadura fixa).
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
46
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
Figura 3.4 - Distribuição da Indução Magnética sob um Pólo
A cada giro das espiras teremos um ciclo completo da tensão gerada, para uma máquina
de um par de pólos. Os enrolamentos podem ser construídos com um número maior de pares de
pólos, que se distribuirão alternadamente (um norte e um sul).
Neste caso, teremos um ciclo a cada par de pólos. Sendo "n" a rotação da máquina em
"rpm" e "f" a freqüência em ciclos por segundo (HERTZ) teremos:
]Hz[
np
f
120
⋅
=
Onde: f = frequência (Hz)
p = número de pólos
n = rotação síncrona (rpm)
Note que o número de pólos da máquina terá que ser sempre par, para formar os pares
de pólos. Na tabela 3.1 são mostradas, para as freqüências e polaridades usuais, as velocidades
síncronas correspondentes.
Número de pólos 60 Hz 50 Hz
2 3600 3000
4 1800 1500
6 1200 1000
8 900 750
10 720 600
Tabela 3.1 - Velocidades Síncronas
CTC - Centro de Treinamento de Clientes
47
Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
3.2.2 GERAÇÃO DE CORRENTE TRIFÁSICA
O sistema trifásico é formado pela associação de três sistemas monofásicos de tensões
U1 , U2 e U3 tais que a defasagem entre elas seja de 120o
(Figura 3.5).
O enrolamento desse tipo de gerador é constituído por três conjuntos de bobinas
dispostas simetricamente no espaço, formando entre si também um ângulo de 120o
.
Para que o sistema seja equilibrado isto é, U1 = U2 = U3 o número de espiras de cada
bobina também deverá ser igual.
Figura 3.5 - Sistema Trifásico
A ligação dos três sistemas monofásicos para se obter o sistema trifásico é feita
usualmente de duas maneiras, representadas nos esquemas seguintes. Nestes esquemas (Figuras
2.2.2 e 2.2.3) costuma-se representar as tensões com setas inclinadas, ou vetores girantes
mantendo entre si o ângulo correspondente à defasagem (120o
).
3.2.2.1 LIGAÇÕES NO SISTEMA TRIFÁSICO
a) Ligação triângulo:
Chamamos "tensões/correntes de fase" as tensões e correntes de cada um dos três
sistemas monofásicos considerados, indicados por Vf e If. Se ligarmos os três sistemas
monofásicos entre si, como indica a figura 2.2.2.a, podemos eliminar três fios, deixando apenas
um em cada ponto de ligação, e o sistema trifásico ficará reduzido a três fios U, V e W.
A tensão entre dois quaisquer destes três fios chama-se "tensão de linha" (Vl), que é a
tensão nominal do sistema trifásico. A corrente em qualquer um dos fios chama-se "corrente de
linha" (Il).
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  • 2. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 1 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia
  • 3. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 2 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia * “ Material sujeito a alterações sem prévio aviso!” Índice 1 Introdução............................................................................................................... 9 1.1 Definição de energia e potência ............................................................................... 10 1.1.1 Energia________________________________ ________________________________ __10 1.1.2 Potência ________________________________ ________________________________ _11 1.2 O que é geração e cogeração? .................................................................................. 12 1.2.1 Geração ________________________________ ________________________________ _12 1.2.2 Cogeração ________________________________ _______________________________ 12 1.3 O sistema de geração................................................................................................ 15 1.3.1 Máquina primária ________________________________ __________________________ 15 1.3.2 Geradores ________________________________ ________________________________ 15 1.3.3 Transformadores ________________________________ __________________________ 15 1.3.4 Controle, comando e proteção ________________________________ ________________15 2 Máquinas Primárias.............................................................................................. 17 2.1 Hidráulicas ............................................................................................................... 17 2.2 Diesel ........................................................................................................................ 21 2.3 Termelétricas ........................................................................................................... 24 2.4 Termonucleares........................................................................................................ 26 2.5 Turbina a Gás .......................................................................................................... 30 2.5.1 Turbinas a gás em circuito aberto ________________________________ _____________31 2.5.2 Turbinas a gás em circuito fechado. ________________________________ ____________33 2.6 Turbinas Eólicas ...................................................................................................... 36 3 GERADORES ....................................................................................................... 42 3.1 Introdução................................................................................................................ 42 3.1.1 Histórico________________________________ ________________________________ _42 3.1.2 Noções de aplicações ________________________________ _______________________ 42 3.1.2.1Tipos de acionamentos................................ ................................................................ ..43 3.2 NOÇÕES FUNDAMENTAIS.................................................................................. 44 3.2.1 Princípio de funcionamento ________________________________ __________________44 3.2.2 Geração de corrente trifásica ________________________________ _________________47
  • 4. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 3 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 3.2.2.1Ligações no sistema trifásico ................................ ................................ ........................47 3.2.2.2Tensão nominal múltipla................................ ...............................................................49 3.2.3 Comportamento do gerador em vazio e sob carga ________________________________ _52 3.2.4 Máquinas de pólos lisos e salientes ________________________________ ____________55 3.2.5 Reatâncias ________________________________ _______________________________ 56 3.2.6 Potência em máquinas de pólos salientes ________________________________ ________59 3.2.7 Definições ________________________________ _______________________________ 61 3.2.7.1Distorção harmônica ................................ ................................................................ .....61 3.2.7.2Fator de desvio ................................ ................................ ................................ .............61 3.2.7.3Modulação de tensão ................................ ................................ ................................ ....63 3.2.7.4Desequilíbrio angular ................................ ................................ ................................ ....63 3.2.7.5Desbalanceamento de tensão................................ .........................................................63 3.2.7.6Transiente de tensão ................................ ................................................................ .....63 3.2.7.7Tolerância de tensão ................................ ................................................................ .....64 3.3 GERADORES WEG................................................................................................ 65 3.3.1 Normas aplicáveis ________________________________ _________________________ 65 3.3.2 Geradores com excitação por escovas ________________________________ __________65 3.3.2.1Tipo SL (antigo DL) ................................ ................................................................ .....65 3.3.3 Geradores com excitação sem escovas (Brushless) ________________________________ 66 3.3.4 Geradores com excitação sem escovas para aplicações especiais _____________________ 69 3.3.5 Motores síncronos ________________________________ _________________________ 70 3.3.6 Regulador de tensão ________________________________ ________________________ 72 3.3.7 Tempo de regulagem da tensão (tempo de resposta) _______________________________ 72 3.3.8 NOMENCLATURA DAS MÁQUINAS SÍNCRONAS WEG ______________________ 73 3.4 CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE ................................................................. 76 3.4.1 Altitude ________________________________ ________________________________ _76 3.4.2 Temperatura ambiente.________________________________ ______________________ 76 3.4.3 Determinação da potência útil do gerador nas diversas condições de temperatura e a ltitude 76 3.4.4 Atmosfera Ambiente ________________________________ _______________________ 77 3.4.4.1Ambientes Agressivos ................................ ................................................................ ..77 3.4.5 Graus de proteção ________________________________ _________________________ 78 3.4.5.1Código de identificação ................................ ................................ ................................ 78 3.4.5.2Tipos usuais ................................................................ ................................ .................80 3.4.6 Limites de ruído ________________________________ ___________________________ 80 3.4.7 Vibração________________________________ ________________________________ _81 3.4.8 Ventilação ________________________________ _______________________________ 82 3.4.8.1Gerador aberto................................................................ ................................ ..............82 3.4.8.2Gerador totalmente fechado ................................ ................................ ..........................83 3.4.9 Acessórios/especialidades ________________________________ ___________________ 85 3.4.9.1Resistência de aquecimento ................................ ................................ ..........................85 3.4.9.2Proteção térmica de geradores elétricos ................................ ................................ .........85 3.5 CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO ........................................................... 88 3.5.1 Potência nominal ________________________________ __________________________ 88 3.5.2 Elevação de temperatura-classe de isolamento ________________________________ ___91 3.5.2.1Aquecimento do enrolamento ................................ ................................ .......................91 3.5.2.2Classes de isolamento ................................ ................................ ................................ ...92 3.5.2.3Medida da temperatura do enrolamento ................................ ................................ .........92 3.5.2.4Aplicação à máquinas elétricas ................................ ................................ .....................93 3.5.3 Queda de tensão ________________________________ ___________________________ 94 3.5.3.1Cálculo da queda de tensão ................................ ................................ ...........................94 3.5.3.2Influência do fator de potência ................................ ......................................................96 3.5.3.3Influência da carga inicial ................................ ................................ .............................96 3.5.4 Limitações na partid a de motores ________________________________ _____________98 3.5.5 Sobrecarga ________________________________ ______________________________ 103 3.5.6 Sobrevelocidade________________________________ __________________________ 104
  • 5. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 4 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 3.5.7 Corrente de curto-circuito ________________________________ __________________104 3.5.8 Conversão de reatâncias ________________________________ ____________________ 105 3.5.9 Proteção do gerador ________________________________ _______________________ 106 3.5.10Regime de serviço ________________________________ ________________________ 106 3.5.10.1 Regimes Padronizados ................................ .............................................................106 3.5.11Diagrama de carga ________________________________ ________________________ 108 3.5.12Operação em paralelo de geradores ________________________________ ___________110 3.5.13Cálculo da bobina de aterramento do ponto estrela de geradores ____________________ 113 3.6 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ............................................................ 114 3.6.1 Componentes Principais ________________________________ ____________________ 114 3.6.1.1Estator da máquina principal ................................ .......................................................114 3.6.1.2Rotor da máquina principal ................................ ................................ .........................114 3.6.1.3Estator da excitatriz principal ................................ ................................ ......................114 3.6.1.4Rotor da excitatriz principal e diodo s retificadores girantes ................................ .........114 3.6.1.5Excitatriz auxiliar ................................ ................................ ................................ .......115 3.6.1.6Enrolamento auxiliar (ou bobina auxiliar) ................................................................ ...115 3.6.2 Placa de identificação________________________________ ______________________ 115 3.6.3 Normas________________________________ ________________________________ _116 3.6.4 Pintura - Geradores para aplicação geral ________________________________ _______116 3.6.5 Terminais de aterramento ________________________________ ___________________116 3.6.6 Forma construtiva ________________________________ ________________________ 116 3.6.7 Condições usuais de serviço ________________________________ ________________120 3.7 SELEÇÃO DE GERADORES .............................................................................. 121 3.7.1 Características necessárias para a correta seleção ________________________________ 121 3.7.2 Principais aplicações de geradores________________________________ ____________121 3.7.2.1Conversão de freqüência ................................ .............................................................122 3.7.2.2Conversão de Corrente................................ ................................................................ 123 3.7.2.3NO-BREAK................................................................ ................................ ...............124 3.7.2.4Short-Break Diesel ................................ ................................ ................................ .....125 3.7.2.5Geradores para CPD ................................ ................................................................ ...125 3.7.2.6Geradores linha Industrial ................................ ................................ ...........................126 3.7.2.7Geradores para Telecomunicações (padrão TELEBRÁS) ................................ ............126 3.7.2.8Geradores alimentando cargas deformantes ................................ ................................ .127 3.8 ENSAIOS ............................................................................................................... 128 3.8.1 ENSAIOS DE ROTINA ________________________________ ___________________128 3.8.2 ENSAIOS DE TIPO ________________________________ ______________________ 128 3.8.3 ENSAIOS ESPECIAIS ________________________________ ____________________ 128 3.9 COLETÂNEA DE FÓRMULAS ........................................................................... 129 4 CARACTERISTICAS E ESPECIFICAÇÕES DE TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO E FORÇA ................................................................................130 4.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 130 4.2 NOÇÕES FUNDAMENTAIS................................................................................ 131 4.2.1 Transformadores e suas aplicações ________________________________ ___________131 4.2.2 Tipos de Transformadores ________________________________ __________________132 4.2.2.1Divisão dos Transformadores quanto à Finalida de.......................................................133 4.2.2.2Divisão dos Transformadores quanto aos Enrolamentos ................................ ..............133 4.2.2.3Divisão dos Transformadores quanto aos Tipos Construtivos ................................ .......133 4.2.3 COMO FUNCIONA O TRA NSFORMADOR ________________________________ __133 4.2.4 Sistemas Elétricos ________________________________ ________________________ 135 4.2.4.1Sistemas de Corrente Alternada Monofásica ................................................................ 135 4.2.4.2Sistemas de Corrente Alternada Trifásica ................................ ................................ ....136 4.2.5 POTÊNCIAS ________________________________ ____________________________ 142
  • 6. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 5 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 4.2.5.1Potência Ativa ou Útil ................................ ................................................................ 143 4.2.5.2Potência Reativa ................................................................ ................................ .........143 4.2.6 Potência Aparente ________________________________ ________________________ 143 4.3 DEFINIÇÕES IMPORTANTES E NORMALIZAÇÃO ...................................... 147 4.3.1 Potência Nominal ________________________________ _________________________ 147 4.3.1.1Transformadores Trifásicos ................................ ................................ ........................147 4.3.1.2Transformadores Monofásicos ................................ ....................................................147 4.3.1.3Potências nominais normalizadas ................................ ................................ ................147 4.3.2 TENSÕES ________________________________ ______________________________ 148 4.3.2.1Definições ................................................................ ................................ ..................148 4.3.2.2Escolha da Tensão Nominal ................................ ................................ ........................149 4.3.3 Derivações ________________________________ ______________________________ 151 4.3.3.1Definições ................................................................ ................................ ..................151 4.3.4 Correntes ________________________________ _______________________________ 153 4.3.4.1Corrente nominal ................................ ................................ ................................ ........153 4.3.4.2Corrente de excitação ................................ ................................ ................................ .153 4.3.4.3Corrente de curto-circuito ................................ ................................ ...........................154 4.3.4.4Corrente de partida ou In rush ................................ ................................ .....................155 4.3.5 Frequência Nominal ________________________________ _______________________ 155 4.3.6 Nível de Isolamento ________________________________ _______________________ 155 4.3.7 Deslocamento angular ________________________________ _____________________156 4.3.8 Identificação dos Terminais ________________________________ _________________158 4.4 Características de Desempenho ............................................................................. 163 4.4.1 Perdas________________________________ ________________________________ __163 4.4.2 Rendimento ________________________________ _____________________________ 165 4.4.3 Regulação________________________________ _______________________________ 166 4.4.4 Capacidade de sobrecarga ________________________________ __________________167 4.5 CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO .......................................................... 173 4.5.1 OPERAÇÃO EM CONDIÇÕES NORMAIS E ESPECIAIS DE FUNCIONAMENTO. __173 4.5.2 CONDIÇÕES NORMAIS DE TRANSPORTE E INSTALAÇÃO. __________________173 4.5.2.1O transporte e a instalação devem estar de acordo com NBR 7036 ou a NBR 7037 , a que for aplicável. ................................ ................................ ....................................................173 4.5.3 OPERAÇÃO EM PARALELO ________________________________ ______________175 4.5.3.1DIAGRAMAS VETORIAIS COM MES MO DESLOCAMENTO ANGULAR ...........175 4.5.3.2RELAÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO IDÊNTICAS I NCLUSIVE DERIVAÇÕES ...175 4.5.3.3IMPEDÂNCIA................................ ................................ ................................ ...........175 4.5.4 OPERAÇÃO EM PARALELO ________________________________ ______________178 4.6 SELEÇÃO DOS TRANSFORMADORES............................................................ 179 4.6.1 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA DO TRANSFORMADOR ____________________ 179 4.6.2 FATOR DE DEMANDA (d) ________________________________ ________________179 4.6.2.1DETERMINAÇÃO DA DEMANDA MÁXIMA DE UM GRUPO DE MOTORES ....179 4.6.2.2DETERMINAÇÃO DA DEMANDA MÁXIMA DA INSTALAÇÃO .........................181 4.6.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DAS TABELAS ___________________________ 182 4.6.4 CRITÉRIOS DE ESCOLHA DOS TRANSFORMADORES COM BASE NO VALOR OBTIDO NA DEMANDA. ________________________________ _________________182 4.6.4.1EVENTUAIS AUMENTOS DA POTÊNCIA INSTALADA ................................ .......186 4.6.4.2CONVENIÊNCIA DA SUBDIVISÃO EM MAIS UNIDADES ................................ ..186 4.6.4.3POTÊNCIA NOMINAL NORMALIZADA ................................................................ 187 4.6.5 DADOS NECESSÁRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR____187 4.7 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ............................................................ 188 4.7.1.1NÚCLEO ................................ ................................ ................................ ...................188 4.7.1.2ENROLAMENTO................................................................ ................................ ......189 4.7.1.3DISPOSITIVOS DE PRENSAGEM, CALÇOS E ISOLAMENTO .............................190 4.7.1.4COMUTADOR DE DERIVAÇÕES ................................ ................................ ...........190
  • 7. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 6 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 4.7.2 BUCHAS ________________________________ _______________________________ 191 4.7.3 TANQUE ________________________________ _______________________________ 194 4.7.3.1SELADOS ................................ ................................ ................................ .................195 4.7.3.2COM CONSERVADOR DE ÓLEO ................................ ................................ ...........196 4.7.3.3TRANSFORMADORES FLANGEADOS ................................ ................................ ..196 4.7.4 RADIADORES ________________________________ __________________________ 197 4.7.5 TRATAMENTO SUPERFICIAL E PINTURA ________________________________ _198 4.7.6 LÍQUIDO DE ISOLAÇÃO E REFRIGERAÇÃO ________________________________ 198 4.7.7 PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO E DIAGRAMÁTICA ___________________________ 201 4.7.8 ACESSÓRIOS ________________________________ ___________________________ 203 4.7.8.1RELÉ BUCHHOLZ (TRAFOSCÓPIO) ................................ ................................ ......204 4.7.8.2TERMÔMETRO COM CONTATOS ................................ ................................ .........205 4.7.8.3INDICADOR DE NÍVEL DE ÓLEO ................................ ................................ ..........207 4.7.8.4IMAGEM TÉRMICA ................................ ................................ ................................ .209 4.7.8.5VÁLVULA DE ALÍVIO DE PRESSÃO................................ ................................ .....211 4.7.8.6RELÉ DE PRESSÃO SÚBITA ................................ ................................ ...................213 4.8 ENSAIOS ............................................................................................................... 218 4.8.1 ENSAIOS DE ROTINA ________________________________ ___________________218 4.8.2 ENSAIOS DE TIPO ________________________________ ______________________ 219 4.8.3 ENSAIOS ESPECIAIS ________________________________ ____________________ 219 4.8.4 OBJETIVOS DA REALIZAÇÃO DE ALGUNS ENSA IOS DE ROTINA:____________219 4.8.4.1RESISTÊNCIA ELÉTRICA DOS ENROLAMENTOS: ................................ ..............219 4.8.4.2RELAÇÃO DE TENSÕES: ................................ ................................ ........................220 4.8.4.3RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO ................................ ................................ ...........220 4.8.4.4POLARIDADE ................................ ................................ ................................ ..........220 4.8.4.5DESLOCAMENTO ANGULAR E SEQUÊNCIA DE FASES ................................ ....220 4.8.4.6PERDAS EM VAZIO ................................ ................................ ................................ .221 4.8.4.7PERDAS EM CARGA ................................ ................................ ............................... 221 4.8.4.8ENSAIOS DIELÉTRICOS ................................ ................................ .........................222 4.8.4.9ESTANQUEIDADE ................................ ................................................................ ...223 4.8.5 OBJETIVO DA REALIZAÇÃO DE ALGUNS ENSAIOS DE TIPO E ESPECIAIS ____223 4.8.5.1ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA: ................................ ................................ ..........223 4.8.5.2IMPULSO ATMOSFÉRICO: ................................ ................................ .....................223 4.8.5.3NÍVEL DE RUÍDO ................................ ................................ ................................ ....224 4.8.5.4CURTO-CIRCUITO ................................ ................................ ................................ ..224 4.8.5.5FATOR DE POTÊNCIA DO ISOLAMENTO ................................ ............................224 4.8.5.6TENSÃO DE RADIOINTERFERÊNCIA ................................................................ ...224 4.9 INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO ...................................................................... 225 4.9.1 TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO ________________________________ _225 4.9.1.1RECEBIMENTO................................ ................................ ................................ ........225 4.9.1.2MANUSEIO ................................ ................................ ................................ ..............225 4.9.1.3ARMAZENAGEM................................ ................................ ................................ .....225 4.9.1.4INSTALAÇÃO ................................ ................................ ................................ ..........226 4.9.1.5MANUTENSÃO ................................ ................................ ................................ ........226 4.9.1.6INSPEÇÃO PERIÓDICA ................................ ................................ ...........................226 4.9.1.7REVISÃO COMPLETA ................................ .............................................................227 4.9.2 TRANSFORMADORES DE P OTÊNCIA (FORÇA) _____________________________ 227 4.9.2.1RECEBIMENTO................................ ................................ ................................ ........227 4.9.2.2DESCARREGAMENTO E MANUSEIO................................ ................................ ....227 4.9.2.3VERIFICAÇÕES E ENSAIOS DE RECEBIMENTO ................................ .................228 4.9.2.4ARMAZENAMENTO................................ ................................................................ 228 4.9.2.5INSTALAÇÃO ................................ ................................ ................................ ..........228 4.9.2.6MONTAGEM DO TRANSFORMADOR ................................................................ ...229 4.9.2.7CUIDADOS RECOMENDADOS DURANTE E APÓS A MONTAGEM ...................229 4.9.3 ENSAIOS________________________________ _______________________________ 230 4.9.4 ENERGIZAÇÃO ________________________________ _________________________ 231
  • 8. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 7 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 4.9.5 MANUTENÇÃO ________________________________ _________________________ 231 4.10 Conforme Anexo .................................................................................................... 234 5 Quadros................................................................................................................236 5.1 Manobra e Proteção............................................................................................... 236 5.1.1 Aspectos Gerais ________________________________ __________________________ 236 5.1.1.1Manobra................................................................ ................................ .....................236 5.1.1.2Proteção - Aspectos considerados ................................ ................................ ...............236 5.1.1.3Análise generalizada da proteção ................................ ................................ ................237 5.1.1.4Características gerais dos equipamentos de proteção ................................ ...................238 5.1.1.5Características Funcionais do Releamento ................................................................ ...241 5.1.2 Aspectos específicos ________________________________ ______________________ 242 5.1.2.1Equipamentos de manobra ................................ ..........................................................242 5.1.2.2Proteção de motores................................ ................................ ................................ ....244 5.1.2.3Proteção de Geradores ................................ ................................................................ 244 5.1.2.4Proteção de transformadores ................................ .......................................................245 5.1.2.5Proteção de barramentos ................................ .............................................................245 5.1.3 Coordenação ________________________________ ____________________________ 246 5.1.3.1Proteção de linhas................................ ................................ ................................ .......247 5.1.4 Princípios de coordenação ________________________________ __________________248 5.2 Diagramas elétricos................................................................................................ 249 5.2.1 Diagrama Unifilar ________________________________ ________________________ 249 5.2.2 Diagrama Trifilar ________________________________ _________________________ 250 5.2.3 Diagrama Funcional ________________________________ _______________________ 251 5.2.4 Diagramas Construtivos ________________________________ ____________________ 252 5.2.4.1Diagrama Sinóptico ................................ ................................ ................................ ....253 5.3 Consideração a respeito de quadros elétricos ....................................................... 254 5.3.1 Classificações________________________________ ____________________________ 254 5.3.1.1Quanto a função ................................................................ ................................ .........254 5.3.1.2Quanto ao local de instalação ................................ ................................ ......................257 5.3.1.3Quanto ao grau de proteção ................................ ................................ .........................257 5.3.1.4Quanto ao tipo de construção ................................ ................................ ......................258 5.3.2 Comportamento dos metais (estrutura e barramento) _____________________________ 258 5.3.3 Características dos metais ________________________________ __________________258 5.3.3.1Densidade ................................................................ ................................ ..................258 5.3.3.2Propriedades térmicas ................................ ................................ ................................ .259 5.3.3.3Propriedades elétricas ................................ ................................ ................................ .259 5.3.3.4Propriedades químicas ................................ ................................................................ 260 5.3.3.5Propriedades Mecanicas ................................ ................................ .............................. 260 5.4 Graus de Proteção.................................................................................................. 261 5.5 Condições Normais de Serviço............................................................................... 265 5.6 Considerações de Normalização ............................................................................ 267 5.6.1 Definições (Segundo IEEE C 37.20.2 - 1993) ________________________________ ___267 5.6.1.1Painéis Metal Clad................................................................ ................................ ......267 5.6.1.2Painéis Cubicle ................................ ................................ ................................ ...........268 5.6.1.3Painéis Interrupter ................................................................ ................................ ......268 5.6.1.4Painéis Baixa Tensão ................................ ................................ ................................ ..269 6 Produção Independente de Energia Elétrica no Brasil........................................270 6.1 Introdução.............................................................................................................. 270 6.2 Ligação em Autoprodutores em paralelo com o sistema de distribuição ............. 272 6.2.1 Paralelismo________________________________ ______________________________ 272
  • 9. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 8 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 6.2.1.1Condições para o Paralelismo ................................ ................................ .....................273 6.2.1.2Métodos para o Sincronismo ................................ .......................................................273 6.2.2 Proteção Contra Faltas ________________________________ _____________________274 6.2.2.1 Nomenclatura para Relés (NBR 5175 - Maio 1988) ....................................................274 6.2.3 Projeto Elétrico ________________________________ __________________________ 283 7 Dimensionamento de Fios e Cabos de Baixa Tensão...........................................284 7.1 Os Seis Critérios Técnicos de Dimensionamento de Condutores Elétricos .......... 284 7.2 Seção do Condutor Neutro..................................................................................... 285 7.3 O Condutor de Proteção ........................................................................................ 286 7.4 Cores dos Condutores Neutro e de Proteção ......................................................... 287 7.5 Tabelas ................................................................................................................... 288 7.5.1 Grupos Contendo Cabos de Dimensões Diferentes _______________________________ 299 7.5.2 Correntes Máximas de Curto-Circuito ________________________________ _________310 7.5.3 Correntes Máximas de Curto-Circuito________________________________ _________311 7.5.4 Correntes Máximas de Curto-Circuito ________________________________ _________312 7.5.5 Determinação da Integral de Joule (l 2 t) de Condutores Elétricos _____________________313
  • 10. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 9 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 1 INTRODUÇÃO A eletricidade é a forma mais fácil de se transportar energia para a sua utilização nos processos de manufatura. Ela surgiu como forma de substituir a energia da máquina a vapor, pilastra mestra da atual revolução industrial. Com o crescimento do setor industrial no Brasil a partir do inicio dos anos 90, o aumento da demanda de energia elétrica superou a capacidade de crescimento do sistema de geração das concessionárias de energia levando o governo a considerar possibilidade de produção de energia elétrica por empresas do setor privado, com o objetivo de atrair investimentos no setor e assim “desafogar” o sistema elétrico Brasileiro. A economia e a produção de energia elétrica passaram a ser prioridade para o Ministério das Minas e Energia e o DNAEE (hoje ANEEL), que através de campanhas informativas incentivavam o uso racional de energia elétrica visando diminuir o desperdício e, através da modificação da legislação regulamentar a geração e a cogeração de energia por grupos e empresas privadas.
  • 11. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 10 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 1.1 DEFINIÇÃO DE ENERGIA E POTÊNCIA 1.1.1 ENERGIA Os físicos definem a palavra energia como a quantidade de trabalho que um sistema é capaz de fornecer. Energia, de acordo com os físicos, não pode ser criada, consumida ou destruída. No entanto a energia pode ser transformada ou transmitida de diferentes formas: a energia cinética do movimento das moléculas de ar podem ser convertidas em energia cinética de rotação pelo rotor de uma turbina eólica, que por sua vez pode ser convertida em energia elétrica através de um gerador acoplado ao rotor da turbina. Em cada processo de conversão de energia, parte da energia da fonte é dissipada em forma de calor (energia térmica) em função do atrito entre as engrenagens, moléculas de ar e esforços mecânicos da máquina conversora. A relação entre a energia que entra no sistema de conversão e a energia que sai desse sistema chama-se rendimento. Costuma-se medir a capacidade de produção de energia em quilowatt hora ou megawatt hora durante um certo período de tempo. Note que a unidade de energia é quilowatt hora [kW.h], e não apenas quilowatt [kW]. Confundir estas unidades é um erro bem comum. Unidades de Energia 1 J [joule] = 1 [W.s] = 4.1868 [cal] 1 GJ [gigajoule] = 109 J 1 TJ [terajoule] = 1012 J 1 PJ [petajoule] = 1015 J 1 kWh [quilowatt hora] = 3,600,000 [joules] 1 toe [tonelada de óleo equivalente] = 7.4 barris de óleo cru na máquina primária = 7.8 barris no total de consumo final = 1270 m3 de gás natural 1 Mtoe [milhão de toneladas de óleo equivalente] = 41.868 PJ
  • 12. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 11 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 1.1.2 POTÊNCIA A potência elétrica é normalmente medida em watt [W], quilowatt [kW], megawatt [MW], etc. Ou seja, potência é a quantidade de energia transferida por unidade de tempo. A potência pode ser medida em qualquer instante de tempo, enquanto a energia precisa ser medida em um intervalo de tempo, como um segundo, uma hora, um ano, etc. Por exemplo, se uma turbina ou gerador possuem uma potência nominal de 600 quilowatts [kW], significa que aquela turbina pode produzir 600 quilowatts hora [kW.h] de energia por hora de operação, trabalhando no ponto máximo de eficiência. Dizer, por exemplo, que um país como a Dinamarca possui 1.000MW de potência eólica instalada, não quer dizer quanta energia as turbinas produzem. As turbinas eólicas funcionam cerca de 75% das horas do ano, mas funciona com capacidade máxima apenas durante um numero limitado de horas no ano. Para calcular a quantidade de energia produzida por uma turbina eólica é necessário conhecer a distribuição da velocidade do vento por cada turbina. No caso acima citado, as turbinas retornam, na média, 2.300 horas de funcionamento a plena carga por ano. Para calcular a energia total produzida multiplica-se os 1.000MW de potência instalada pelas 2.300 horas de funcionamento a plena carga, que é igual a 2.300.000 [MWh] ou 2,3 [TW.h] de energia. Em outras áreas, tais como a Escócia, ou o oeste da Irlanda, encontramos turbinas que trabalham, na média, 3.000 horas a plena carga, e até mais. No entanto na Alemanha não são encontradas turbinas que trabalham mais que 2.000 horas por ano a plena carga. A potência dos motores de automóveis são geralmente medidas em cavalos e não em kW. A unidade “cavalo vapor” da uma idéia intuitiva de quanto “músculo” o gerador ou motor possui, enquanto a energia da uma idéia de quanto um motor ou gerador “trabalhou” durante um período de tempo. Unidades de potência. 1 kW = 1.359 CV
  • 13. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 12 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 1.2 O QUE É GERAÇÃO E COGERAÇÃO? 1.2.1 GERAÇÃO A geração de energia elétrica é a transformação de qualquer tipo de energia em energia elétrica. Esse processo ocorre em duas etapas. Na 1a etapa uma máquina primária transforma qualquer tipo de energia, normalmente hidráulica ou térmica, em energia cinética de rotação. Em uma 2a etapa um gerador elétrico acoplado à máquina primária transforma a energia cinética de rotação em energia elétrica. Como exemplo podemos tomar uma hidroelétrica onde uma turbina hidráulica transforma a energia potencial da água em desnível, em energia cinética de rotação que é transferida a um eixo acoplado a um gerador, tal como mostrado na figura 1. 1.2.2 COGERAÇÃO De acordo com a ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica), “Cogeração de energia é definida como o processo de produção combinada de calor e energia elétrica (ou mecânica), a partir de um mesmo combustível, capaz de produzir benefícios sociais, econômicos e ambientais. A atividade de cogeração contribui efetivamente para a racionalização energética, uma vez que possibilita maior produção de energia elétrica e térmica a partir da mesma quantidade de combustível.” Diferentemente da geração, na cogeração a energia térmica, ou outro tipo de energia, é utilizado diretamente nos processos de manufatura, tais como fornos, caldeiras, entre outros. A cogeração é o reaproveitamento dos “resíduos” de energia dessas fontes para a geração de energia elétrica diminuindo, assim, as perdas e, conseqüentemente, aumentando o rendimento e o aproveitamento das fontes de energia.
  • 14. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 13 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Figura 1 – Central hidráulica em circuito aberto a céu aberto, Rio Paraná, Itapu, Brasil. 1- Barragem, 2- grades, 3- tomada de águas, 4- conduto forçado, 5- turbina, 6- alternador, 7- casa de máquinas, 8- pórtico-ponte, 9- sistema de descarga 10- transformadores, 11- sistema de transmissão. A cogeração é a forma mais eficiente de gerar calor e energia elétrica a partir de uma mesma fonte de energia. Comparando a utilização de combustível fóssil com a quantidade de calor que é normalmente gasta no processo de geração de energia, a cogeração alcança níveis de eficiência 3 vezes maior, podendo chegar a 4 vezes, do que no processo convencional de geração. No entanto a cogeração passou a ser utilizada a muito pouco tempo. No meio da década de 80, com o preço do gás natural relativamente baixo, a cogeração tornou-se uma alternativa atrativa como uma nova forma de geração de energia elétrica. De fato, a cogeração é um dos maiores responsáveis pela grande diminuição da construção de usinas hidrelétricas e termonucleares ocorrida na década de 80. Hoje a cogeração corresponde a mais da metade da capacidade das novas usinas instaladas na América do Norte na ultima década. Os equipamentos de cogeração podem utilizar outros combustíveis além do gás natural. Existem instalações em operação que utilizam madeira, bagaço de cana-de-açúcar, e outros combustíveis dependendo do local e disponibilidade. As implicações ambientais da cogeração são bem menores quando comparadas às do processo convencional de geração, não apenas pela sua inerente eficiência, mas também pelo seu caráter descentralizador. Isto se deve ao fato de ser impraticável o transporte de calor (energia térmica) a grandes distâncias, e os equipamentos de cogeração são localizados fisicamente próximos aos processos que utilizam calor. Desta forma a energia elétrica tende a ser gerada
  • 15. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 14 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia próxima aos centros consumidores, reduzindo as perdas pela transmissão e a necessidade de equipamentos para a distribuição. Um número significativo de conseqüências positivas para o meio ambiente decorrem deste fato. As plantas de cogeração tendem a ser pequenas por isso podem pertencer e serem operadas por companhias menores e afastadas de um centro industrial. Como regra geral, elas também são construídas próximas a áreas populacionais, o que significa que devem ser mantidas no mais alto padrão ambiental. Como por exemplo, na Europa e ,cada vez mais, na América do Norte, a cogeração é o coração do sistema de calefação da cidade. Calefação distrital e cogeração combinados podem reduzir as emissões de gases poluentes mais do que qualquer outra tecnologia. Figura 2 – Esquema geral de cogeração em uma industria Para entender cogeração, é necessário saber que a forma mais convencional de se gerar energia é baseada na queima de um combustível para produzir vapor. É a pressão do vapor que gira a turbina e gera energia, em um processo inerentemente ineficiente. Por causa de um principio básico da física, pouco mais que um terço da energia liberada pela queima do combustível pode ser convertida em pressão de vapor para gerar energia elétrica. A cogeração, no entanto, utiliza esse excesso de calor, normalmente na forma de vapor, a uma temperatura relativamente baixa, liberada pelas turbinas. Esse vapor é utilizado em uma gama de aplicações das mais variadas, e efetivamente diminui a combustão de combustíveis a base de carbono, juntamente com todas as implicações ambientais que a queima desses combustíveis possui. Além da cogeração, há um grande número de tecnologias que fazem uso do vapor liberado pelas turbinas a baixas temperatura e pressão. Essas tecnologias são conhecidas como sistemas de “ciclo combinado”. Elas são mais eficientes que a geração convencional de energia, mas não tão eficiente quanto a cogeração.
  • 16. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 15 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 1.3 O SISTEMA DE GERAÇÃO O sistema de geração é formado pelos seguintes componentes: Máquina primária, geradores, transformador e sistema de controle, comando e proteção. 1.3.1 MÁQUINA PRIMÁRIA É a maquina primária que faz a transformação de qualquer tipo de energia em energia cinética de rotação para ser aproveitada pelo gerador. Por exemplo, a máquina que transforma a energia liberada pela combustão do gás em energia cinética é a turbina a gás. As principais máquinas primárias utilizadas hoje são motores Diesel, turbinas hidráulicas, turbinas a vapor, turbinas a gás e eólicas. Normalmente as centrais elétricas onde as máquinas primárias são turbinas a vapor, as centrais são classificadas em relação ao combustível utilizado para aquecer o vapor. Onde ocorre o processo de combustão as centrais são chamadas de termelétricas e onde ocorre o processo de fissão nuclear são chamadas de termonucleares. 1.3.2 GERADORES São os geradores que transformam a energia cinética de rotação das máquinas primárias em energia elétrica. Os geradores são dimensionados de acordo com a potência que a máquina primária pode fornecer. Além da potência, o tipo de máquina primária ( eólica, hídrica, térmica, etc...) define também a velocidade de rotação que irá ser transmitida ao gerador e, em função dessa velocidade é definido o número de pólos do gerador. O funcionamento, especificação e detalhes do projeto serão estudados mais profundamente no capitulo 3. 1.3.3 TRANSFORMADORES Uma vez gerada a energia elétrica, existe a necessidade de se compatibilizar o nível da tensão de saída com a tensão do sistema ao qual o grupo gerador será ligado. O equipamento utilizado para elevar ou rebaixar o nível de tensão é o transformador. Desta forma um grupo gerador que gera energia a uma tensão de 13.8 kV pode ser ligado a uma linha de transmissão de 69kV desde que um transformador de 13,8/69 kV faça o ajuste da tensão. O funcionamento dos transformadores será estudado com mais detalhes no capitulo 5. 1.3.4 CONTROLE, COMANDO E PROTEÇÃO Para interligar um grupo gerador a uma rede de transmissão ou distribuição são necessários vários requisitos. Em primeiro lugar, a tensão de saída do gerador não pode variar mais que 10% para cima ou para baixo. O controle da tensão é feito através da excitatriz do próprio gerador e será estudada no capitulo 3. No entanto, não basta apenas compatibilizar a tensão. É necessário que se faça o sincronismo com a rede antes de comandar o fechamento da linha. Para que estas medidas sejam tomadas, são necessários vários equipamentos de manobra e
  • 17. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 16 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia proteção, tais como TC’s, TP’s, relés e disjuntores. O quadro de comando e proteção reúne todos estes equipamentos, e permite ao operador supervisionar o funcionamento do sistema e atuar imediatamente caso se faça necessário. A freqüência do sistema elétrico é a variável mais importante e a mais difícil de ser controlada. Para que o sistema de geração funcione corretamente, é necessário que a freqüência de tensão de saída do gerador seja constante e de acordo com o sistema elétrico da região em que se encontra. Por exemplo, no Brasil a freqüência de operação do sistema elétrico é de 60 Hz, e o sistema de geração de energia elétrica do Paraguai é de 50 Hz. Esta freqüência é função da rotação do gerador, portanto o gerador deve funcionar sempre em uma rotação fixa, que é aplicada pela máquina primária. Portanto ela depende da velocidade de rotação da máquina primária. Cabe ao sistema de controle atuar nos reguladores de velocidade das máquinas primárias e assim garantir uma freqüência fixa da tensão na saída do gerador. A potência elétrica de saída do gerador é diretamente proporcional a potência mecânica transmitida pela máquina primária através do eixo. Sabemos que a potência mecânica na ponta do eixo de uma máquina girante é diretamente proporcional ao produto da velocidade de rotação e o torque na ponta de eixo: nCkP ⋅⋅= onde k é uma constante de proporcionalidade. Portanto, se o gerador precisar entregar mais potência para o sistema devido a um aumento súbito de carga, a máquina primária precisa aumentar o torque transferido ao gerador, uma vez que a rotação deve-se manter constante. Algumas das principais diferenças entre os turbogeradores e os hidrogeradores é a velocidade de rotação e o momento de inércia da parte girante. Nos hidrogeradores a velocidade de rotação é normalmente bem mais baixa e o momento de inércia bem maior do que nos turbogeradores, uma das conseqüências desta diferença é a de que os turbogeradores necessitam de sistemas de controle de corrente de campo e controle da velocidade de rotação da máquina primária mais confiáveis e mais rápidos do que os hidrogeradores, pois uma perturbação na carga requer uma adaptação rápida e precisa do sistema de geração.
  • 18. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 17 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 2 MÁQUINAS PRIMÁRIAS 2.1 HIDRÁULICAS Toda eletricidade é proveniente de uma fonte de energia encontrada na natureza, como os combustíveis fósseis, os ventos, entre outros. Nas hidrelétricas este princípio não é diferente. A fonte de energia é a energia potencial de um volume de água, em função da diferença de altitude entre o montante e a juzante. Para iniciar o processo de conversão da energia potencial da água em energia elétrica, a água dos reservatórios é captada, através de um sistema de adução onde a água é transportada através de condutos de baixa pressão. Os condutos de baixa pressão possuem uma declividade muito baixa, pois a sua finalidade é apenas o transporte da água até a entrada dos condutos forçados, que conduzem a água até a casa de máquinas onde se encontram as turbinas. Figura 2.1.1 – Exemplo de turbinas em barragens A turbina hidráulica é uma máquina com a finalidade de transformar a energia cinética do escoamento contínuo da água que a atravessa em trabalho mecânico. Para isso elas são equipadas com uma série de pás (ou conchas, no caso das turbinas Pelton). Quando a água atravessa essas pás, as turbinas giram com uma grande força. A força com que gira essa turbina depende inicialmente da altura da queda de água, que corresponde, aproximadamente, a diferença de altitude entre a adução e a entrada da turbina. Existem várias formas de conseguir um desnível aproveitável: Por represamento, onde uma barragem acumula as águas dos rios em alturas necessárias para obtenção dessa energia. Neste caso as casas de máquinas são localizadas nos pés das barragens. Por Desvio, onde uma parte do rio é desviada de seu curso normal para aproveitar-se um desnível de terreno. Ou por
  • 19. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 18 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia derivação, onde parte da água de um rio é desviada e jogada em outro rio aproveitando-se o desnível entre os dois rios. Nestes últimos as casas de máquinas são localizadas o mais próximo possível da jusante dos desníveis. Figura 2.1.2 – Corte longitudinal em uma turbina tipo francis, eixo vertical. 1- rotor, 2- pá, 3- labirinto interno, 4- labirinto externo, 5- Orifícios de equilíbrio de pressão, 6- tubo de equilíbrio de pressão, 7- palheta diretriz, 8- tampa, 9- caixa espiral, 10- palheta fixa, 11- tubo de sucção, 12- eixo, 13- flange de acoplamento, 14- servomotor das aletas ajustáveis. Basicamente existem 2 tipos de turbinas hídricas: as turbinas de reação ou propulsão, e turbinas de ação ou impulso.
  • 20. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 19 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Figura 2.1.3 - Corte longitudinal em uma turbina tipo hélice, kaplan, de eixo vertical. 1- rotor, 2- pá, 3- palheta diretriz, 4- tampa intermediaria, 5- tampa externa, 6- tampa interna, 7- anel periférico, 8- caixa, 9- palheta fixa, 10- tubo de sucção, 11- eixo, 12- flange de acoplamento. a) Turbinas de Reação (ou propulsão): São turbinas em que o trabalho mecânico é obtido pela transformação das energias cinéticas e de pressão da água em escoamento através do rotor. As turbinas de reação são as do tipo Francis e Kaplan. b) Turbinas de Ação (ou impulso): Aquela em que o trabalho mecânico é obtido pela obtenção da energia cinética da água em escoamento através do rotor. As turbinas de ação são as do tipo Pelton.
  • 21. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 20 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Figura 2.1.4 – Corte transversal em uma turbina pelton de dois injetores, de eixo horizontal e coroa em uma única peça. 1- rotor, 2- pá, 3- coroa de pás, 4- tampa, 5- desviador frontal, 6- poço, 7- blindagem, 8- canal de fuga, 9-eixo de turbina, 10- injetor, 11- freio de jato, 12- agulha, 13- cruzeta pelton, 14- defletor. A turbina hidráulica utiliza a energia cinética de rotação de seu rotor para girar o gerador ao qual está conectado. Um dispositivo elétrico chamado transformador converte a tensão de saída do gerador em tensões aproveitáveis pelas concessionárias. Estima-se que o Brasil tenha um potencial de geração de energia hidrelétrica da ordem de 200.000MW, capaz de fornecer 1 milhão de GWh de eletricidade anualmente, dos quais somente 25% estão sendo utilizados. A capacidade nominal instalada de geração de energia elétrica no Brasil é de 57.232MW, dos quais 92% são derivados de hidrelétricas. A ELETROBRÁS participa com 27.052MW da capacidade nominal instalada. Em 1996, o sistema teve energia disponível da ordem de 311.379GWh, para um consumo de 260.908GWh, empregava 157.063 trabalhadores e tinha aproximadamente 39,8 milhões de consumidores. O Brasil, juntamente com o Paraguai, possui uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo, a Itaipú Binacional, com capacidade instalada de 12.600MW, localizada no rio Paraná, fronteira dos dois países.
  • 22. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 21 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 2.2 DIESEL O motor Diesel é uma maquina térmica, ou seja, transforma energia térmica em energia mecânica através do mesmo principio de funcionamento dos motores a explosão, como os conhecidos motores de automóveis. Esses motores são chamados de máquinas térmicas a pistão ou motores de combustão interna. Seu objetivo é a obtenção de trabalho através da liberação da energia química do combustível. Figura 2.2.1 – Grupo gerador com motor Diesel 1- Máquina térmica motora, motor Diesel. 2- Máquina elétrica geradora. 3- Árvore, através da qual o motor Diesel fornece a potência para o gerador. 4- Saída dos produtos da combustão. 5 - Entrada ou saída do fluido refrigerante. A figura 2.2.1 mostra um grupo gerador onde um motor Diesel é a máquina térmica motora que está acoplada a um alternador, máquina elétrica geradora ou operadora. Observa-se que o motor Diesel fornece na árvore um trabalho em uma unidade de tempo, potência, entregando ao meio externo, através de seus sistemas de refrigeração e nos produtos de combustão, calor. Tal potência e calores são resultado da liberação de uma energia química liberada através de reações exotérmicas entre um combustível, no caso o óleo Diesel, e um comburente, no caso o oxigênio do ar. Os motores a pistão de combustão interna podem ser classificadas de várias maneiras, entre as quais algumas merecem destaque: • Quanto ás propriedades do gás na fase de compressão: motores Otto e motores Diesel; • Quanto ao ciclo de trabalho: Motores de 2 e 4 tempos. Nos motores de 2 tempos ocorre um processo de trabalho a cada giro da árvore, e no motor 4 tempos são necessários 2 giros para completar um ciclo do processo; • Quanto ao movimento do pistão: motores a pistão rotativos ou alternativos; • Quanto ao número de cilindros.
  • 23. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 22 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Figura 2.2.2 – Corte no cabeçote de um motor de combustão interna PM1- Ponto morto superior. PM2- Ponto morto inferior. 1- Cilindro. 2- Pistão ou êmbolo. 3- Vela. 4- Válvulas. • Quanto a disposição dos cilindros: motores a pistão com cilindros em linha, V. L, H, W, em estrela e com cilindros opostos. Os motores a pistão de combustão interna mais utilizados em grupos geradores são os motores Diesel. Diferentemente do motores Otto, em que a mistura combustível e comburente é preparada fora do motor pelo carburador e injetada no cilindro, nos motores Diesel o ar é admitido no cilindro, comprimido, e o combustível é injetado na massa de ar comprimido através de um circuito independente ocasionando assim a inflamação espontânea. O ciclo de funcionamento de um motor Diesel é a 4 tempos onde a combustão ocorre com pequena variação de pressão a volume constante sendo sua maior parte desenvolvida a pressão constante. Tal fato é uma característica única nos motores a diesel. No caso dos motores diesel, a regulação de velocidade é feita a partir da injeção de combustível no motor, tal como é feita nos motores diesel convencionais. Esta regulação de velocidade é fundamental para que a freqüência do grupo gerador seja constante, em 60 ou 50 Hz dependendo do sistema, independentemente da variação da carga. As centrais Diesel, apesar de sua limitação de potência, ruído e vibração, constituem um tipo de central muito utilizado até potências de 40 MW. Isto porque são bastante compactas, entram em carga em um tempo muito pequeno, são de fácil operação e apresentam um plano de manutenção de fácil execução, entre outros motivos.
  • 24. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 23 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Figura 2.2.3 – Ciclo de trabalhe de motor Diesel a 4 tempos. PM1 e PM2 – Pontos mortos superior e inferior. VA – Válvula de admissão. VE – Válvula de escape. D – diâmetro do pistão. E – curso. R – Raio da árvore de manivelas. Vm – volume morto. Vc – Volume da cilindrada. I – Pistão ou êmbolo. II – Biela. III – Árvore de manivelas. IV – Camisa. V – Cavernas, para refrigeração. VI – Injetor. Estado 2 – Início da injeção. Estado 3 – final da combustão. 1o tempo, 0-1, admissão 2o tempo, 1-2, compressão 3o tempo, 2-3-4, injeção, combustão e expansão 4o tempo, 4-0, escape.
  • 25. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 24 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 2.3 TERMELÉTRICAS As máquinas a vapor foram as primeiras máquinas a produzirem energia mecânica aproveitável para processos industriais. Por isto essas máquinas foram fundamentais para o acontecimento da revolução industrial. Com o aparecimento da eletricidade, as máquinas a vapor se tornaram peças fundamentais para a geração de energia elétrica, uma vez que já existia o domínio dessa tecnologia. As instalações de potência com turbinas a vapor podem visar apenas a obtenção de energia elétrica ou mecânica ou simultaneamente elétrica ou mecânica e vapor para o processo. Essas centrais podem trabalhar em circuito aberto ou fechado, sendo o circuito aberto muito utilizado quando se pretende utilizar calor para o processo. Figura 2.3.1 – Funcionamento de uma instalação de potência a vapor. O aquecimento da água é feito através da queima de algum combustível. De um modo geral denomina-se combustível, qualquer corpo cuja combinação química com outro seja exotérmica. Entretanto, condições de baixo preço, existência na natureza ou processo de fabricação em grande quantidade limitam o número de combustíveis usados tecnicamente. Tendo em vista seu estado físico, os combustíveis podem ser classificados em sólidos, líquidos ou gasosos. Os combustíveis sólidos são formados de C, H2, O2, S, H2O e cinzas. Sendo combustíveis apenas os 4 primeiros elementos. Entre os combustíveis sólidos temos os minerais
  • 26. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 25 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia como turfas linhitos e carvão, e os não-minerais como lenha, serragem, bagaço de cana, de pinho etc. Os combustíveis líquidos também podem ser minerais ou não minerais. Os minerais são obtidos pela refinação do petróleo, destilação do xisto betuminoso ou hidrogenação do carvão. Os mais usados são a gasolina, o óleo diesel e o óleo combustível. Os combustíveis líquidos não- minerais são os álcoois e os óleos vegetais. Os combustíveis gasosos são divididos em naturais e artificiais. Entre os naturais destacam-se o gás dos pântanos CH4 e os gases de petróleo. Entre os artificiais temos o gasogênio, gás de alto-forno e gás de esgoto. Basicamente, uma instalação a vapor é composta de bomba, caldeira, turbina e condensador. Tendo em vista a pressão na saída da turbina, temos as instalações a vapor de condensação e de contrapressão. Nas primeiras, a pressão do vapor na saída da turbina é menor que a atmosférica, nas segundas maior. A combustão ocorre na caldeira, dentro da câmara de combustão onde são injetados o combustível e o comburente (ar). Após a combustão são retirados, como produto do processo, gases e cinzas constituídos de produtos não queimados. A liberação de energia térmica devido ao processo de combustão aquece a água na caldeira até evaporar. Uma vez na tubulação um superaquecedor eleva a temperatura do vapor aumentando assim a pressão para entrar na turbina. Ao passar pela turbina o vapor perde pressão e vai para o condensador onde volta ao estado líquido e é bombeado de volta para a caldeira. A turbina é a máquina que transforma a energia da pressão do vapor em energia cinética de rotação e, através de um eixo de acoplamento, transmite essa energia para o gerador.
  • 27. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 26 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 2.4 TERMONUCLEARES A usinas termonucleares funcionam utilizando o mesmo princípio de funcionamento das usinas térmicas, ou seja, as máquinas que entregam energia para o gerador são as turbinas a vapor (ver figura 2.4.1). O que torna essas usinas especiais é o combustível utilizado. Ao invés de uma reação química de combustão, o que acontece é uma liberação de energia a nível atômico. Figura 2.4.1 – Funcionamento de uma usina nuclear O núcleo do átomo foi descoberto em 1911 por Rutherford ao analisar as partículas liberadas pelos átomos, mas somente após a descoberta do nêutron por Chadwick e as reações feitas pelo casal Joliot-Curie em 1932 é que o núcleo começou a adquirir a sua real importância. O tamanho do núcleo é muito pequeno. Ele ocupa o centro do átomo, e a carga total positiva, bem como quase toda a massa do átomo está no núcleo. Ele é formado basicamente por prótons e nêutrons. Os prótons possuem uma carga positiva numericamente igual a carga do elétron (1.602 x 10-19 C). Os nêutrons são eletricamente neutros. As partículas do núcleo são chamadas de nucleons. As forças que mantém as partículas do núcleo unidas entre si são provenientes da repulsão eletrostática entre os prótons e de forças pequenas da natureza que aparecem dentro do núcleo que são chamadas de forças nucleares. A energia acumulada por essas forças nucleares são chamadas de energia de coesão e é calculada pela equação de Einstein: E=MC2 .
  • 28. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 27 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Ao se determinar a massa do núcleo, descobrimos que ela é menor que a soma das massas dos seus componentes. A diferença entre as duas é chamada de erro de massa (∆m) e a energia de coesão fica E=∆m.C2 Uma parte da massa do núcleo é transformada em energia de coesão para manter as partículas do núcleo unidas. Essa energia é liberada durante a reação nuclear. Dividindo a energia de coesão pelo número de componentes do núcleo obtemos a energia média do núcleo, um valor que indica a estabilidade do núcleo. Se o valor da energia de coesão média é alto, então este núcleo é estável. Se esse valor é baixo, então ele é instável e tende a emitir alguns de seus componentes para tornar-se mais estável. Neste caso o núcleo é radioativo. O elemento natural mais pesado que se encontra na Natureza é o urânio . A maior parte dele constitui-se de átomos estáveis , dotados de 92 prótons e 146 nêutrons . A soma dessas quantidades determina o número atômico 238 . Aproximadamente 1 % do urânio , porém , é constituído de átomos com apenas 143 nêutrons , o que resulta no número atômico 235 : estes são instáveis . Os termos energia atômica e energia nuclear são sinônimos e definem o mesmo conceito. A razão para esse nome duplo é histórica. A fissão nuclear é a reação na qual um núcleo pesado, quando bombardeado por nêutrons, dividem-se em dois núcleos, um com aproximadamente metade da massa do outro. Esta reação libera uma grande quantidade de energia e emite dois ou três nêutrons. Estes por sua vez podem causar outras fissões interagindo com outros núcleos que vão emitir novos nêutrons, e assim por diante, proporcionando uma liberação de energia em progressão geométrica. Este efeito é conhecido como reação em cadeia. Em uma fração de segundos o numero de núcleos que foram divididos liberam 106 vezes mais energia do que a obtida na explosão de um bloco de dinamite de mesma massa. Em vista da velocidade com que a reação nuclear ocorre, a energia é liberada muito mais rapidamente do que em uma reação química. Este é o princípio no qual a bomba nuclear é baseado. As condições sob as quais a bomba atômica foi descoberta e construída fazem parte da historia da humanidade e é familiar a todo mundo. Se, por outro lado, apenas um desses nêutrons liberados produzir apenas uma fissão, o numero de fissões por segundo passa a ser constante e a reação é controlada. Este é o principio de operação no qual os reatores nucleares são baseados, os quais são fontes controláveis de energia proveniente de fissões nucleares. A maioria dos reatores usa como combustível o urânio enriquecido, em que a porcentagem de U-235 é elevada de 1 para 3. O urânio, normalmente em forma de óxido, encontra-se acondicionado no interior de longas hastes. Estas são arranjadas paralelamente, formando elementos cilíndricos. Inicia-se a reação em cadeia bombardeando com nêutrons esses elementos de combustível. Ao se fissionarem, os núcleos de U-235 liberam nêutrons animados de alta energia para que estes possam ser usados na fissão de novos núcleos, sua velocidade de deslocamento precisa ser reduzida. Nesse momento, entra em cena um moderador, substância que envolve os elementos de combustível no núcleo do reator. Os moderador mais comuns são a água pesada e o grafite. Regula-se a taxa com que se dá a reação em cadeia por meio de hastes de controle, que podem ser introduzidas entre tubos de combustível. As hastes são feitas de materiais capazes de absorver nêutrons: quanto mais nêutrons forem absorvidos, menos núcleos experimentam a fissão e menor a energia produzida. O calor gerado na reação nuclear é absorvido no circuito de refrigeração. Na ausência deste, o núcleo do reator aqueceria de tal forma que acabaria por derreter.
  • 29. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 28 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Há dois tipos básicos de reatores nucleares modernos. O primeiro deles emprega grafite como moderador e um gás no circuito de refrigeração. O segundo utiliza água pesada como moderador e água comum pressurizada como refrigerante. A água é mantida sob uma pressão tão alta que, mesmo em temperaturas na faixa de 300 graus centígrados, mantém seu estado liquido. Figura 2.4.2 – Partes componentes de uma usina nuclear Em ambos os tipos de reator, o fluido refrigerante passa através de um trocador de calor que contém água comum com o intuito de se transformar em vapor. Este vapor é usado para mover uma turbina, que por sua vez gera eletricidade. Depois de alguns anos o U-235 presente no urânio esgota-se. As hastes que contém o combustível são então retiradas e em seguida enviadas a uma usina de reprocessamento, onde se realiza a separação de componentes aproveitáveis. Os principais são o próprio urânio e o plutônio, bastante utilizado na confecção de artefatos nucleares. O plutônio é formado nos reatores pela absorção de nêutrons pelos núcleos de U-238. Um novo tipo de reator, chamado de enriquecimento rápido, produz quantidades bem mais elevadas de plutônio. Para que possam funcionar, esses reatores de enriquecimento rápido exigem a disponibilidade de uma enorme quantidade de nêutrons, uma vez que grande parcela deles é absorvida pelos núcleos de U-238. Como deve restar um fluxo de nêutrons suficiente para manter a reação em cadeia do U- 235, os reatores de enriquecimento rápido trabalham apenas com nêutrons rápidos. Em outras palavras, não contam com um moderador. Em compensação, exigem que o circuito de refrigeração seja preenchido por uma substância capaz de absorver as altas quantidades de calor resultantes - por exemplo sódio liqüefeito. Além de alimentar a indústria de armamentos nucleares, o plutônio produzido nos reatores é armazenado, para uso no futuro em reatores que o utilizem como combustível . Em muitos países a utilização da energia nuclear é tão grande que ultrapassa 60% de toda a energia gerada. A tabela a seguir mostra o quanto alguns países produzem de energia nuclear em relação ao total de energia gerada.
  • 30. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 29 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia País Eletricidade de origem nuclear França 70% Bélgica 67% Suécia 50% Suíça 39% Alemanha 30% Espanha 29% Japão 25% Tabela 2.1 – Percentual de eletricidade de origem nuclear
  • 31. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 30 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 2.5 TURBINA A GÁS As primeiras turbinas a gás foram idealizadas a mais de 150 anos. No entanto o desenvolvimento e a implementação dessa tecnologia foi dificultada por uma série de motivos. Destacamos entre eles: • A máquina a vapor era o grande avanço da engenharia na época, e todo o desenvolvimento industrial estava fundamentado neste tipo de máquina. Portanto, para que houvesse concorrência, um novo tipo de máquina teria que possuir níveis de rendimento muito altos, o que só era possível a temperaturas próximas de 500o C. Essas temperaturas só foram alcançadas nos últimos 50 anos com o avanço da metalurgia que passou a fornecer materiais que suportassem esses níveis de temperatura por longos períodos de tempo. • Em função do número excessivo de estágios do turbocompressor, a potência para instalações estacionárias era limitada. Apesar dos avanços consideráveis na resolução deste problema, ele ainda ocupa a cabeça de muitos engenheiros encarregados de desenvolver esta tecnologia. • baixo rendimento dos compressores resultavam em um baixo rendimento para a instalação, problemas estes que só foram resolvidos nas últimas décadas através do desenvolvimento da mecânica dos fluidos, das técnicas construtivas, da teoria dos modelos e dos respectivos ensaios, que permitiram a fabricação de turbocompressores com rendimentos superiores a 85%. Não há duvidas que os grandes avanços tecnológicos que viabilizaram o desenvolvimento das turbinas a gás são mérito da indústria aeronáutica que, necessitando aumentar a velocidade dos aviões, abandonaram os motores a pistão para se dedicarem ao desenvolvimento de motores a reação. Desta forma surgiram o primeiro turboélices e turbojatos na Segunda guerra mundial. Figura 2.5.1 – Grupo gerador a gás com turbina em circuito aberto De uma forma bem geral podemos classificar as instalações de turbinas a gás em dois grandes grupos: Turbinas a gás em circuito aberto e Turbinas a gás em circuito fechado.
  • 32. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 31 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 2.5.1 TURBINAS A GÁS EM CIRCUITO ABERTO As instalações das turbinas a gás em circuito aberto, estacionárias, podem ser com ou sem recuperação. Neste tipo de instalação encontram-se os motores a reação turboélice e turbojato. O princípio de funcionamento dos motores a reação é simples. No item 2.2 vimos o funcionamento dos motores a pistão. Esses motores utilizam a força exercida nos pistões devida a rápida expansão dos gases em função da explosão. Como já sabemos, a toda força que exerce uma ação corresponde uma força de reação de mesma intensidade, mas com o sentido oposto ao da força atuante. Na figura 2.5.2 estão representadas, de forma simplificada, as forças que atuam em um cilindro quando ocorre a combustão no seu interior. Figura 2.5.2 - forças atuantes em um cilindro com pistão Em função do princípio da ação e reação, as forças que agem nas laterais do cilindro se anulam, uma vez que a superfície é cilíndrica. A força que provoca o deslocamento do pistão é equilibrada por outra de mesma intensidade no fundo do cilindro, provocando também o seu deslocamento se nenhum vínculo existir para impedir. Dizemos que o pistão sofre um deslocamento pela “ação” de uma força, enquanto o cilindro é deslocado pela “reação” de uma força de igual modulo e direção, porem no sentido contrário. Normalmente utilizamos a ação e procuramos eliminar a reação através de vínculos. Isto ocorre, por exemplo, em todos os motores a pistão, em fuzis, metralhadoras , canhões, etc. Nos motores a reação, a idéia é usar a força de reação. No entanto essa força é de curta duração, como a força do recuo de um tiro. Contudo, se usarmos uma metralhadora que dispara milhares de tiros por minuto, essa força terá maior duração, mas com grandes oscilações. A amplitude das oscilações pode ser reduzida diminuindo-se os tamanhos dos projéteis. Se essas dimensões tenderem a zero, também essas amplitudes o farão. O escoamento contínuo de um gás corresponde a realização prática desse princípio. Uma vez que as moléculas do gás representarão os elementos expelidos em dimensões diminutas, logo teremos uma força de reação constante. Como em um balão de borracha cheio onde o ar é expulso através de uma abertura. A figura acima representa uma esfera oca, com uma abertura por onde escoa continuamente uma massa m de fluido a uma velocidade c. Consequentemente ela sofrerá uma reação ou impulsão com uma força F de módulo igual a: cmF ⋅=
  • 33. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 32 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Desta forma, quanto maior a massa de gás que sai da esfera por unidade de tempo, maior a velocidade para a mesma seção, logo, maior a reação. Figura 2.5.3 – Força de reação Este é o princípio de funcionamento dos motores a reação, dos quais fazem parte o Turboélice, motojato, turbojato, pulsojato, estatorreator ou impactorreator e o foguete. Se fixarmos essas máquinas e colocarmos na saída uma hélice, podemos transformar a energia cinética do gás de escape, que sai por causa da diferença de pressão entre o interior e o exterior, em energia cinética de rotação. Essa energia cinética de rotação pode ser transmitida a um gerador através de um eixo acoplado as hélices. Figura 2.5.4 – Principio de funcionamento do rotor Este é o princípio de funcionamento da turbina a gás em circuito aberto. Este tipo de instalação possui um rendimento médio em torno de 30%. O combustível utilizado é o gás natural. Em seguida é mostrado, de uma forma simplificada, o ciclo teórico para o funcionamento da turbina. Figura 2.5.5 – Turbina
  • 34. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 33 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Em um ciclo simples da turbina, o ar a baixa pressão entra em um compressor (estado 1) onde tem sua pressão elevada (estado 2). O combustível é adicionado ao ar comprimido e enviado à câmara de combustão onde ocorre o processo de combustão. O produto desta combustão entra na turbina (estado 3) e se expande para o estado 4. Uma parte do trabalho produzido é utilizado para fazer o compressor funcionar e o restante é utilizado para fazer funcionar o equipamento auxiliar e produzir energia elétrica. O ciclo de Bryton descreve um ciclo simplificado de uma turbina a gás. As quatro etapas do ciclo são: (1-2) Compressão adiabática (2-3) Aquecimento isobárico, isto é, a pressão constante (3-4) Expansão adiabática (4-1) Resfriamento isobárico. Os diagramas p x v (pressão x volume) e T x s (temperatura x entropia) são mostrados a seguir. Figura 2.5.6 – Ciclo de Bryton 2.5.2 TURBINAS A GÁS EM CIRCUITO FECHADO. Instalações com turbinas a gás em circuito fechado, onde a combustão ocorre fora do circuito e o funcionamento é semelhante ao das turbinas a vapor, com a diferença que o fluido utilizado é um gás, podendo ser o próprio ar ou outro gás como o hélio por exemplo. Nas turbinas a gás com circuito fechado o fluido a baixas temperaturas (ambiente) passa por um estágio de compressão onde 2 ou mais turbocompressores elevam a pressão do gás em torno de 5 vezes. Após o estágio de compressão o gás é aquecido, aproveitando-se o calor da saída da turbina e passando por uma caldeira, até atingir temperaturas superiores a 700o C de onde vai para a entrada das turbinas. As turbinas funcionam por diferença de pressão, ou seja, aproveitam a energia cinética do gás que passa de um lugar de da alta para um lugar de baixa pressão. Após passar por alguns estágios de turbinas o gás volta a pressão inicial e passa por um trocador de calor onde pré- aquece o gás que entra no aquecedor, abaixando a sua temperatura para perto de 100o C. O gás então é resfriado e retorna a sua condição inicial recomeçando o ciclo. O esquema mostrado a seguir proporciona uma visão de como ocorre o processo a partir da compressão do gás, até a sua expansão após a passagem pela turbina de baixa pressão. Para entender o funcionamento basta acompanhar os valores de temperatura e pressão em cada etapa do processo.
  • 35. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 34 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Figura 2.5.7 – Esquema geral de uma central térmica a gás em circuito fechado. 1 – Turbocompressor de baixa pressão. 2 – Turbocompressor de alta pressão. 3 – Turbina de alta pressão. 4 – Redutor. 5 – Turbina de baixa pressão. 6 – Pré-refrigerador. 7 – Refrigerador intermediário. 8 – Trocador de calor. 9 – Aquecedor de ar. Note que a turbina a gás em circuito fechado não usa o gás como combustível. A combustão é feita com qualquer produto combustível com a intenção de fornecer energia térmica ao sistema. O gás é utilizado apenas como o fluido que transforma a energia térmica em energia cinética para tocar as turbinas. Por exemplo existem usinas nucleares que utilizam o sistema de turbinas a gás em circuito fechado para geração de energia elétrica, onde a energia térmica é gerada a partir de combustível nuclear. Figura 2.5.8 – Ciclos teóricos da turbina a gás com circuito fechado (Carnot, Ericsson) Esse tipo de turbina utiliza o ciclo básico teórico de Carnot com duas isotérmicas e duas adiabáticas tal como mostrado na figura 2.5.8, que é aproximado na prática pelo ciclo de Ackeret e Keller onde a compressão isotérmica 1,2 é substituída por compressões adiabáticas e
  • 36. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 35 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia refrigeração isobárica enquanto a expansão isotérmica 3,4 é substituída por expansões adiabáticas e aquecimentos isobáricos. Figura 2.5.9 – Ciclo de trabalho da turbina a gás com circuito fechado (Ackeret e Keller)
  • 37. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 36 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 2.6 TURBINAS EÓLICAS Para se entender o funcionamento da turbina eólica faz-se necessário conhecer um pouco da origem da energia transformada em eletricidade por esses equipamentos que, apesar de seu princípio de funcionamento aparentemente simples, são hoje o que existe de mais moderno na área de geração de energia elétrica para fins comerciais. Toda a energia renovável (exceto a geotérmica e a das marés), bem como a energia dos combustíveis fósseis, são provenientes do Sol. O sol irradia 1014 kwh por hora de energia para a terra. Cerca de 1 a 2% dessa energia proveniente do Sol é convertida em energia eólica. Isto corresponde a cerca de 50 a 100 vezes mais do que a energia convertida em biomassa por todas as plantas do planeta. Diferenças de temperatura fazem com que o ar circule. As regiões em volta do equador, na latitude 0o , são mais atingidas pelo calor do sol do que o restante do globo. Se não houvesse a rotação da terra o ar simplesmente circularia na direção dos pólos a 10 Km de altitude, desceria e retornaria ao equador. Uma vez que o globo está rodando, todo o movimento do hemisfério norte é dirigido para a direita, se observarmos este fenômeno em uma posição fixa olhando para o equador (no hemisfério sul ela tende para a esquerda). Essa força aparente de curvatura é conhecida como força de Coriolis (nome do matemático francês Gustave Gaspard Coriolis 1792 – 1843). A força de Coriolis é um fenômeno visível. Por exemplo, os trilhos das estradas de ferro desgastam mais de um lado que do outro, os rios são mais profundos em uma margem que na outra (O lado depende de em qual hemisfério você está). Isto também funciona para os ventos. No hemisfério norte, por exemplo, o vento tende a rodar no sentido anti-horário, enquanto no hemisfério sul, é no sentido horário. Estes dois fatores (as diferenças de temperatura e a força de Coriolis) aliados à geografia, que impõe obstáculos à passagem dos ventos e considera as costas dos continentes, definem o movimento dos ventos. Uma turbina eólica obtém potência convertendo a força dos ventos em um torque atuando nas pás do rotor. A quantidade de energia que o vento transfere para o rotor depende da densidade do ar, da área do rotor, e da velocidade do vento. Figura 2.6.1 – Um cilindro de ar de1500m2 e 1m de largura atravessa o rotor de uma turbina eólica.
  • 38. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 37 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia A figura mostra como uma fatia de ar de 1 metro de espessura se move através de um rotor de área de 1500m2 de uma típica turbina eólica de 600kW. Com 43m de diâmetro do rotor, cada cilindro de ar pesa 1,9 toneladas, isto é, 1500 vezes 1,25kg que é o peso de 1m3 de ar. A energia cinética de um corpo em movimento é proporcional a sua massa. A energia cinética do vento também depende da densidade do ar, ou seja, de sua massa por unidade de volume. Em outras palavras, quanto mais pesado for o ar, mais energia é recebida pela turbina. Sob pressão atmosférica normal e a 15o C a massa do ar é de 1,25 kg por metro cúbico, mas a densidade aumenta com o aumento da umidade. De forma análoga, quanto mais frio o ar, mais denso. Em altas altitudes (em montanhas por exemplo) a pressão do ar é menor e portanto a densidade é menor. Uma turbina eólica típica de 600kW possui um rotor com 43 a 44 metros de diâmetro, o que significa que cobre uma área de 1500m2 . A área do rotor determina quanta energia o rotor está apto a retirar do vento. Como a área do rotor aumenta com o quadrado do diâmetro, uma turbina que possua um rotor 2 vezes maior recebe 22 = 4 vezes mais energia. Figura 2.6.2 – Visão geral de uma turbina eólica A velocidade do vento é extremamente importante para a quantidade de energia que uma turbina pode converter para energia elétrica. A energia contida no vento varia com o cubo da velocidade média do vento. Por exemplo, se a velocidade do vento aumenta 2 vezes, a energia convertida aumenta 23 = 2 x 2 x 2 = 8 vezes. Mas por que a energia eólica varia com o cubo da velocidade média do vento? Observando o nosso dia-a-dia sabemos que se dobrarmos a
  • 39. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 38 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia velocidade do carro, será necessário 4 vezes mais energia para movimentá-lo (essencialmente isto é conseqüência da Segunda lei de Newton para o movimento dos corpos). No caso da turbina eólica utiliza-se a energia de frenagem do vento, e se a velocidade do vento for o dobro, tem-se duas vezes mais volume de ar por segundo movendo-se através do rotor, e cada unidade de volume possui 4 vezes mais energia, como no exemplo do carro. O gráfico mostra que a uma velocidade de 8 m/s tem-se uma potência (quantidade de energia por segundo) de 314 Watts por metro quadrado exposto ao vento (o vento que chega perpendicular a área coberta pelo rotor). A 16 m/s tem-se 8 vezes mais potência, isto é, 2509 W/m2 . Figura 2.6.3 – Gráfico da potência por unidade de área em função da velocidade do vento. A tabela mostra a potência por metro quadrado exposto ao vento para diferentes velocidades. m/s W/m2 m/s W/m2 m/s W/m2 0 0 8 314 16 2509 1 1 9 447 17 3009 2 5 10 613 18 3572 3 17 11 815 19 4201 4 39 12 1058 20 4900 5 77 13 1346 21 5672 6 132 14 1681 22 6522 7 210 15 2067 23 7452 Tabela 2.6.1 – Valores discretos de potência por unidade de área.
  • 40. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 39 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Para “captar” a energia cinética do vento e transferir para a flange do rotor transformando em energia cinética de rotação, as pás do rotor e são desenhadas conforme as asas de um avião. Ou seja, o desenho aerodinâmico cria regiões de diferentes pressões em torno das pás fazendo com que elas se movam. Em uma turbina de 600kW moderna, as pás do rotor medem cerca de 20 metros. Figura 2.6.4 – Princípio de funcionamento da asa O corpo da turbina eólica faz o encapsulamento dos componentes principais, incluindo o redutor e o gerador elétrico. O pessoal da manutenção pode entrar dentro do corpo a partir da torre da turbina quando houver necessidade. Em uma das extremidades do corpo fica o rotor, isto é, as pás interligadas pela flange, na outra o namômetro e o cata-vento. Figura 2.6.5 – Corpo da turbina À flange do rotor está ligado um eixo de baixa rotação que é acoplada a um ampliador. Uma turbina de 600kW possui uma rotação relativamente baixa, cerca de 19 a 30 rpm. No eixo de baixa rotação estão localizadas bombas para o sistema hidráulico que opera o freio aerodinâmico como veremos mais adiante. O ampliador é um dispositivo mecânico que transmite potência através de dois eixos girando em velocidades diferentes. Em uma turbina de 600kW, por exemplo, o ampliador transmite uma potência recebida da turbina através do eixo de baixa rotação a uma velocidade de 19 a 30 rpm para um gerador através do eixo de alta rotação a uma velocidade de aproximadamente 1500 rpm, isto é, 50 vezes mais rápido. Por causa das perdas em função do atrito mecânico das engrenagens, a temperatura do ampliador aumenta e um sistema de refrigeração a óleo é responsável pela manutenção da temperatura dentro de faixas aceitáveis. O eixo de alta rotação interliga o ampliador e o gerador. Ele esta equipado com um freio a disco mecânico de emergência que é usado no caso do freio aerodinâmico falhar ou quando a turbina está em manutenção. O gerador usado nas turbinas eólicas é um gerador de indução ou gerador assíncrono, que utiliza o mesmo princípio de funcionamento do motor assíncrono. Esta característica torna
  • 41. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 40 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia os geradores de turbinas eólicas mais baratos e com um menor custo de manutenção. No entanto isso só é possível porque a potência máxima das turbinas eólicas fica compreendida em uma faixa que vai de 500 a 1500kW. O controlador eletrônico é um computador que monitora continuamente as condições do vento na turbina e controla o mecanismo de direcionamento da turbina, que tem a função de manter a turbina sempre perpendicular à incidência do vento. No caso de algum defeito, como o sobreaquecimento do gerador ou do ampliador, o controlador comanda a parada da turbina e avisa o computador do operador via linha telefônica através de um modem. O mecanismo de direcionamento utiliza um motor elétrico para virar o corpo da turbina de forma que ela fique totalmente contra o vento. Ele é operado por um controlador eletrônico que monitora a direção do vento utilizando o cata-vento. O sistema hidráulico é utilizado para operar o freio aerodinâmico da turbina. Mudando- se o angulo de ataque das pás, pode-se variar a velocidade da turbina. Desta forma o controlador atua no sistema hidráulico com o objetivo de manter a velocidade da turbina constante. A unidade de refrigeração é responsável por manter a temperatura do gerador e do ampliador dentro de uma faixa aceitável para que não se diminua a vida útil destes equipamentos. Por isso o sistema de refrigeração possui um ventilador elétrico independente que tem a função de resfriar o gerador, bem como o óleo que é utilizado pelo ampliador. Figura 2.6.6 – partes componentes da turbina O papel da torre da turbina eólica é sustentar o corpo e o rotor da turbina. Geralmente é uma vantagem a utilização de torres altas uma vez que a velocidade do vento cresce conforme a distância do solo. Uma turbina de 600kW, hoje, fica suspensa a uma altura que varia entre 40 e 60 metros, o que corresponde aproximadamente a uma altura de um prédio de 13 a 20 andares. As torres podem ser tubulares (como mostrado na figura) ou em treliça. Torres tubulares são mais seguras para as pessoas que trabalham na manutenção, uma vez que é utilizado o interior da torre para se alcançar o topo. A vantagem da torre em treliça é que ela é bem mais barata.
  • 42. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 41 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia O anemômetro é usado para medir a velocidade enquanto o cata-vento mede a direção do vento. Os sinais eletrônicos enviados pelo transdutor de velocidade do anemômetro é utilizado pelo sistema de controle da turbina para aciona-la quando a velocidade do vento chegar a 5 metros por segundo. O computador também para a turbina automaticamente se a velocidade do vento chegar a 25 metros por segundo com a finalidade de proteger a turbina e seus arredores. Os sinais eletrônicos utilizados pelo transdutor de direção do cata-vento são utilizados pelo sistema de controle para acionar o mecanismo de direcionamento.
  • 43. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 42 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 3 GERADORES 3.1 INTRODUÇÃO 3.1.1 HISTÓRICO O gerador elementar foi inventado na Inglaterra em 1831 por MICHAEL FARADAY, e nos Estados Unidos, mais ou menos na mesma época, por JOSEPH HENRY. Este gerador consistia basicamente de um ímã que se movimentava dentro de uma espira, ou vice-versa, provocando o aparecimento de uma f.e.m. registrado num galvanômetro. Figura 3.1 - O galvanômetro "G" indica a passagem de uma corrente quando o ímã se move em relação a bobina. A WEG INDÚSTRIAS LTDA, DIVISÃO MÁQUINAS iniciou sua fabricação em 1980, tendo adquirido ao longo destes anos uma larga experiência e tecnologia na fabricação de geradores de pequeno e grande porte. 3.1.2 NOÇÕES DE APLICAÇÕES Geradores síncronos são máquinas destinadas a transformar energia mecânica em energia elétrica. Praticamente toda a energia consumida nas indústrias, residências, cidades, etc...,são proveniente destes geradores. A WEG INDÚSTRIAS LTDA, DIVISÃO MÁQUINAS fabrica geradores para as seguintes aplicações: • Geração Eólica; • Alimentação de Fazendas, Sítios, Garimpos, Carros de Som; • Pequenos Centros de Geração de Energia para uso Geral; • Grupos Diesel de Emergência; • Centro de Processamento de Dados;
  • 44. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 43 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia • Telecomunicações; • Usinas Hidroelétricas PCH’s; • Cogeração / Turbo Geradores; • Aplicações Específicas para uso Naval, Usinas de Açúcar e Álcool, Madeireiras, Arrozeiras, Petroquímica, etc. 3.1.2.1 TIPOS DE ACIONAMENTOS A - Grupo Diesel São geradores acionados por Motores Diesel; Potência: 50 a 1500 kVA Rotação: 1800 rpm (IV pólos) Tensão: 220, 380 ou 440 V - 50 ou 60 Hz. B - Hidrogeradores São geradores acionados por Turbinas Hidráulicas; Potência: até 20.000 kVA Rotação: 360 a 1800 rpm (XX a IV pólos) Tensão: 220 a 13.800 V C - Turbogeradores São geradores acionados por Turbinas a Vapor; Potência: até 20.000 kVA Rotação: 1800 rpm ( IV pólos ) Tensão: 220 a 13.800 V
  • 45. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 44 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 3.2 NOÇÕES FUNDAMENTAIS 3.2.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO A característica principal de um gerador elétrico é transformar energia mecânica em elétrica. Para facilitar o estudo do princípio de funcionamento, vamos considerar inicialmente uma espira imersa em um campo magnético produzido por um ímã permanente (Figura 3.2). O princípio básico de funcionamento está baseado no movimento relativo entre uma espira e um campo magnético. Os terminais da espira são conectados a dois anéis, que estão ligados ao circuito externo através de escovas. Este tipo de gerador é denominado de armadura giratória. Figura 3.2 - Esquema de funcionamento de um gerador elementar (armadura girante) Admitamos que a bobina gira com velocidade uniforme no sentido da flecha dentro do campo magnético "B" também uniforme (Figura 3.2). Se "v" é a velocidade linear do condutor em relação ao campo magnético, segundo a lei da indução (FARADAY), o valor instantâneo da f.e.m. induzida no condutor em movimento de rotação é determinada por: )sen(vlBe θ⋅⋅⋅= Onde: e = força eletromotriz; B = indução do campo magnético; l = comprimento de cada condutor; v = velocidade linear; θ = ângulo formado entre B e v.
  • 46. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 45 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Para N espiras teremos então: N)sen(vlBe ⋅θ⋅⋅⋅= A variação da f.e.m. no condutor, em função do tempo, é determinada pela lei da distribuição da indução magnética sob um pólo. Esta distribuição tem um caráter complexo e depende da forma da sapata polar. Com um desenho conveniente da sapata poderemos obter uma distribuição senoidal de induções. Neste caso, a f.e.m. induzida no condutor também varia com o tempo sob uma lei senoidal. A Figura 3.4a. mostra somente um lado da bobina no campo magnético, em 12 posições diferentes, estando cada posição separada uma da outra de 30o. A Figura 3.4b nos mostra as tensões correspondentes a cada uma das posições. Já nos geradores de campo giratório (Figura 3.3) a tensão de armadura é retirada diretamente do enrolamento de armadura (neste caso o estator) sem passar pelas escovas. A potência de excitação destes geradores normalmente é inferior a 5% da potência nominal, por este motivo, o tipo de armadura fixa (ou campo girante) é o mais utilizado. Figura 3.3 - Esquema de funcionamento de um gerador elementar (armadura fixa).
  • 47. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 46 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia Figura 3.4 - Distribuição da Indução Magnética sob um Pólo A cada giro das espiras teremos um ciclo completo da tensão gerada, para uma máquina de um par de pólos. Os enrolamentos podem ser construídos com um número maior de pares de pólos, que se distribuirão alternadamente (um norte e um sul). Neste caso, teremos um ciclo a cada par de pólos. Sendo "n" a rotação da máquina em "rpm" e "f" a freqüência em ciclos por segundo (HERTZ) teremos: ]Hz[ np f 120 ⋅ = Onde: f = frequência (Hz) p = número de pólos n = rotação síncrona (rpm) Note que o número de pólos da máquina terá que ser sempre par, para formar os pares de pólos. Na tabela 3.1 são mostradas, para as freqüências e polaridades usuais, as velocidades síncronas correspondentes. Número de pólos 60 Hz 50 Hz 2 3600 3000 4 1800 1500 6 1200 1000 8 900 750 10 720 600 Tabela 3.1 - Velocidades Síncronas
  • 48. CTC - Centro de Treinamento de Clientes 47 Módulo 4 – Geração e Distribuição de Energia 3.2.2 GERAÇÃO DE CORRENTE TRIFÁSICA O sistema trifásico é formado pela associação de três sistemas monofásicos de tensões U1 , U2 e U3 tais que a defasagem entre elas seja de 120o (Figura 3.5). O enrolamento desse tipo de gerador é constituído por três conjuntos de bobinas dispostas simetricamente no espaço, formando entre si também um ângulo de 120o . Para que o sistema seja equilibrado isto é, U1 = U2 = U3 o número de espiras de cada bobina também deverá ser igual. Figura 3.5 - Sistema Trifásico A ligação dos três sistemas monofásicos para se obter o sistema trifásico é feita usualmente de duas maneiras, representadas nos esquemas seguintes. Nestes esquemas (Figuras 2.2.2 e 2.2.3) costuma-se representar as tensões com setas inclinadas, ou vetores girantes mantendo entre si o ângulo correspondente à defasagem (120o ). 3.2.2.1 LIGAÇÕES NO SISTEMA TRIFÁSICO a) Ligação triângulo: Chamamos "tensões/correntes de fase" as tensões e correntes de cada um dos três sistemas monofásicos considerados, indicados por Vf e If. Se ligarmos os três sistemas monofásicos entre si, como indica a figura 2.2.2.a, podemos eliminar três fios, deixando apenas um em cada ponto de ligação, e o sistema trifásico ficará reduzido a três fios U, V e W. A tensão entre dois quaisquer destes três fios chama-se "tensão de linha" (Vl), que é a tensão nominal do sistema trifásico. A corrente em qualquer um dos fios chama-se "corrente de linha" (Il).