O documento resume as atividades de celebração do Natal no Lar Betel e na Sociedade Metodista de Mulheres, incluindo a entrega de panetones no Lar Betel e um almoço de confraternização na SMM. Além disso, relata a realização bem-sucedida do Bazar de Natal da SMM e o congresso nacional de mais de mil mulheres metodistas.
1. Ano 18 Novembro – Dezembro / 2010 nº161
NATAL NO LAR BETEL MAIS DE MIL MULHERES
No dia 9 de dezembro, celebraremos o Natal no NO NACIONAL
Lar Betel. Levaremos conosco o carinho e o desejo O Sesc de Guarapari, em Vitória, no Espírito
de um Feliz Natal a todos os internos. Cumprindo a Santo, acolheu, durante os dias 18 a 21 de novem-
tradição, entregaremos os famosos panetones como bro, o VIII Congresso Nacional da Confederação
oferta de amor, com certeza, esperados e desejados das Sociedades Metodistas de Mulheres, que reuniu
por todos . Partiremos às 14:30h, da porta da Igre- mil participantes, entre delegadas, Bispos e Pastoras.
ja. Venha participar desse encontro que fará bem a Leia reportagem na pág. 4
você e a eles também.
COMEMORE O NATAL
NA SMM
No dia 11 de dezembro, sábado, a partir das
12h30, você e sua família poderão participar da ce-
lebração do Natal da SMM, no salão social da Igreja,
aderindo ao almoço da “travessinha”. Cada qual le-
vará um prato que dê para o tamanho de sua família.
Pratos como carnes em geral, tortas, saladas mistas,
refrigerantes serão bem-vindos. A SMM oferecerá
arroz e as aniversariantes darão a sobremesa.
Nova diretoria da Confederação de Mulheres
BAZAR DE NATAL:
SMM CELEBRA 114 ANOS
BELEZA E BOM GOSTO No último sábado, dia 27/11, a Sociedade Meto-
O Bazar de Natal deste ano ultrapassou as expec- dista de Mulheres realizou reunião mensal, desta vez,
tativas, apresentando uma produção delicada e de para celebrar os 114 anos da SMM. A sócia Joana
bom gosto, com o predomínio da arte em todas as D’Arc Bicudo da Silva e sua equipe se responsabi-
peças: panos de prato, aventais, toalhas de mesa, lizaram por essa importante programação. Foram
comestíveis e outros produtos. Foi um sucesso! A momentos de alegria e gratidão pelo aniversário da
arrecadação aumentou em relação ao ano passado e Sociedade.
será destinada à missão. Leia mais nas págs. 2 e 6.
SMM RECEBE NOVAS SÓCIAS
2. 2 GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010
Corpo Editorial
Bazar de Natal:
Beleza e Bom Gosto
Ana Tereza Fernandez
O primeiro sábado de novembro é uma data sem-
pre esperada, pois nele se realiza o Bazar de Natal. Não foi
diferente neste ano. Havia grande expectativa. Na realidade Silvia, Vera, Inayá, Clóris, Wilma e Darlene Barbosa Schützer
ele começa muito antes, pois desde de fevereiro as mulheres
estão envolvidas com ele e as atividades vão num crescente
de entusiasmo e dinamismo que dá gosto apreciar. Aí chega Expediente
o grande dia: 6 de novembro. No salão social da Catedral, GAIVOTA é o órgão oficial da Sociedade de Mulheres da
mais um Bazar de Natal, da Sociedade de Metodista de Mu- Catedral Metodista de Piracicaba.
lheres! Grande o sucesso devido ao interesse e à dedicação Redatora:
das mulheres. Muita alegria, confraternização, sorrisos e .a Vera Baggio Alvim
presença de muitas sócias e convidadas. Corpo Editorial:
Depois de uma oração de gratidão, a correria para as Clóris Alessi
compras. Darlene Barbosa Schützer
Inayá Ometto
Foi um ano de superação por parte da coordenação, em
Wilma Baggio Câmara da Silva
organização, motivação e excelência nos trabalhos apresen-
Secretária:
tados. E nos resultados, também! Wilma Baggio Câmara da Silva
“Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso, estamos ale- cecams@gmail.com
gres” (Salmo 126:3) Produção e Impressão:
Printfit Soluções - www.printfit.com.br
FAZENDO COMPRAS NO BAZAR Marcel Yamauti - Diagramação
Fotos:
Rev. Paulo Dias Nogueira
Distribuição:
Sílvia Novaes Rolim
Jornalista Responsável:
Gustavo Jacques Dias Alvim - MTb 19.492/SP
Diretoria da SMM
Wilma, Silvia, Zenaide, Inayá, Maria José, Mirce, Clóris, Cinira e Vera
PRESENÇA ALEGRE DA MARIA AMÉLIA,
Presidente:
FUNDARORA DO BAZAR
Vera Baggio Alvim
Vices:
Inayá T. Veiga Ometto
Priscila Barroso Segabinazzi
Secretária de ata:
Clóris Alessi
Sec. Correpondentes:
Rosália T. Veiga Ometto
Wilma Baggio Câmara da Silva
Tesoureira:
Sílvia Novaes Rolim
Agente da Voz Missionária:
Cinira Cirillo Cesar
3. GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010 3
Advento: Tempo de Esperança
Texto: Isaías 9:1-6; João 15
Rinalva Cassiano Silva
Estamos entrando no Advento, período no qual come- claramente os sinais dessa esperança, em especial no versículo
moramos o anúncio do nascimento de Jesus Cristo, o filho 6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o
de Deus que, por graça do seu Pai, veio ao mundo para nos governo está sobre seus ombros; e o seu nome será; Maravi-
salvar. É a chegada do menino Jesus, que veio habitar conosco lhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe
e nos trazer a salvação. Advento é tempo de esperança, entre- da Paz”. Essa profecia é do Velho Testamento e, portanto,
tanto esta não é passiva, pois esse período requer de nós atitu- urgia esperar. Ela vai se realizar tempos depois numa manje-
des e ações. Além da esperança, e para além dela, é tempo de doura de Belém.
paz, alegria, reconciliação com Deus, preparar o coração para Advento é também tempo de paz. Seu nome será: “Prínci-
as emoções que enchem nossas vidas, enfim sentir que tudo pe da Paz”. Jesus Cristo afirma em João 14:1: “Não se turbe o
isso advém Daquele cujo berço foi uma simples manjedoura. vosso coração”. Cabe lembrar que o contrário de preocupação
Nós cristãos podemos refletir o sentido do Advento retor- é paz, tranquilidade.
nando ao Novo Testamento, no encontro da Virgem Maria Advento é, ainda, um tempo e uma oportunidade para
com os anjos que vieram anunciar que ela seria a mãe do Sal- reavaliarmos a nossa vida e procurarmos a força de Deus para
vador, Jesus Cristo. Esse anúncio trouxe à Maria emoções e fortalecer o nosso caminhar. Quem sabe é hora de mudarmos
alegria, mas com certeza medos também, Medo da sociedade hábitos comuns em nossa vida e trazermos ao coração a verda-
de sua época, do que o povo poderia pensar de uma jovem deira fé na pessoa de Jesus.
estar grávida antes do casamento, do noivo não aceitá-la, en- Por último, Advento é reconhecer o amor de Deus e acei-
fim, medo de tudo e de todos. Apesar de todos esses temores, tar o seu mandamento em João 15:12 “O meu mandamento
Maria aceita o convite/desafio, sendo chamada e vocacionada é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.”
por Deus para ser a Mãe do Salvador. Assim, Advento pode Vivamos esse período com muita esperança e muita paz e,
representar medo, mas também é vitória. sobretudo, amemo-nos uns aos outros como Jesus nos amou.
Advento é tempo de esperança! Isaías 9:1-6 nos mostra
Encerrando essa pequena reflexão deixamos o belo poema da Pastora Hideide Brito Torres.
Um desejo de Natal lágrimas
Que este seja o Natal da esperança. e só aquele que chora toda uma noite
Que este seja o Natal de uma nova visão: sabe como são lindos os primeiros raios da ma-
as mesmas pessoas, as mesmas ruas, as mesmas nhã!
vidas Que este seja o Natal da esperança.
mas novos olhos permitem novas descobertas. para que nossas reconstruções sejam mais am-
Que este seja o Natal de quem dança na chuva, plas,
lavando o corpo e a alma das dores, das mágo- mais bonitas e mais sólidas,
as, com janelas maiores por onde possa entrar o sol.
das memórias ruins que o tempo ameniza Que este seja o Natal da esperança
e o amor de Deus pode curar e renovar. porque o sol da justiça vem nascendo sobre nós
Que este seja o Natal da esperança e podemos levantar e resplandecer
porque quem espera sempre alcança. porque a glória do Senhor vem nascendo sobre
E eu espero, espero e espero nós...
porque às vezes, mesmo quando o choro Feliz Natal da esperança!
dura uma noite inteira, Feliz Natal de Jesus!
é possível ver as estrelas e a lua por entre as
4. 4 GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010
MAIS DE MIL MULHERES NO NACIONAL
Ah! Se tivesse dado ouvidos aos meus mandamentos! En- 2 – Rev. Giselma de S. Mattos – Família.
tão seria a tua paz como um rio, e a tua justiça como as Na sequência um dos melhores momentos do con-
ondas do mar. Isaias 48.18 gresso. A palestra da profa. Elaine L. de Oliveira, sobre
Discípulas unindo valores, fortalecendo a cidadania. auto-estima e auto-imagem. Extremamente simpática
Este foi o tema o VIII Con- e envolvente nos presenteou
gresso Nacional de Mulheres com momentos de reflexão,
Metodistas em Guarapari (ES). repletos de bom humor e mui-
Nos dias 18 a 21 de novembro ta descontração. Saímos todas
de 2010. nos achando lindas e maravi-
O local do encontro foi no lhosas. Um verdadeiro show.
SESC da referida cidade, que Na parte da tarde houve
abrigou cerca de 1.000 mulhe- a eleição para os próximos 4
res de todo o Brasil. anos da Confederação. Devido
Na abertura a presidente da ao excelente trabalho desen-
Confederação, Sonia do Nas- volvido pela diretoria, foram
cimento, apresentou as dele- Delegadas de Piracicaba
reeleitas, com exceção da te-
gações das várias Regiões. Quando soureira que agora será de responsa-
mencionadas, havia grandes vibrações por parte das Re- bilidade de Lorena M. das Neves.
giões, que se apresentaram devidamente uniformizadas, A noite de sábado foi festiva, com a apresentação das
com diversidade de padrões, dando um colorido especial Federações com números musicais, dança, etc. O desta-
à ocasião. Um belo grupo de lou- que ficou com a nossa Região (5ª),
vor abrilhantou todas as reuniões. com a apresentação de uma peque-
A reflexão dessa noite ficou na peça teatral sobre Raabe. As ar-
a cargo do Bispo Roberto A. de tistas deram conta do recado com
Souza, baseado no texto de Prov. louvor.
31.10-31, sobre a mulher virtuosa. Na manhã de domingo o Culto
Na manhã seguinte a devocio- de encerramento teve o sermão da
nal foi dirigida pelo Bispo Paulo Bispa Marisa que muito eloquente,
Lockman e com a apresentação trouxe inspiradora mensagem.
dos painéis. As pastoras participantes do
1 – Bispo João Carlos Lopes evento foram apresentadas e auxi-
que com a desenvoltura, simpatia liaram os bispos na distribuição da
Inayá Ometto e Sonia Palmeira
e muito carisma discorreu sobre cres- Santa Ceia.
cimento. Texto base João 15.16. Durante todos os dias as diversas Federações nos pre-
2 – Bispo Luiz Virgilio B. da Rosa falou sobre forma- senteavam com sugestivos mimos. Entre as atividades
ção do caráter cristão. havia momentos de louvor e também de divertidas brin-
3 – Bispo Adonias P. do Lago explanou sobre discipu- cadeiras.
lado e Igreja local na visão metodista. Às 13hs foi declarado o encerramento do Congresso.
4 – Bispa Marisa Ferreira – Discipulando mulheres. Troxemos na bagagem:
Texto Isaías 61.1-3. 1 – novas amizades;
Pausa para o almoço, com retorno a tarde para leitura 2 – estreitamento de antigas amizades;
dos relatórios da Confederação, onde pudemos compro- 3 – histórias para contar;
var o enorme trabalho desenvolvido pela diretoria. 4 – crescimento espiritual;
No sábado de manhã, 2ª parte dos painéis. 5 – inúmeros desafios para o presseguimento da obra
1 – Rev. Pedro Magalhães – Violência contra crianças do Senhor e da missão.
e adolescentes, apresentando um CD discorrendo sobre Que venha o 9º Congresso! Se Deus permitir, esta-
esta tenebrosa realidade que vivemos, lançando um de- remos
safio para enfrentarmos esse terrível mal, tão em alta em Inayá Ometto.
nossos dias.
5. GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010 5
A grande mensagem do Natal
Isaías 40: 1- 11
Por volta de 1.750, John Newton, compositor do conhecido Hino “Amazing Grace” era capitão de um navio que
transportava escravos africanos para as colônias britânicas, para trabalhar nas plantações. Entre as viagens, ele ouviu
uma pregação ao ar livre de George Whitefield, pregador leigo metodista e converteu-se. Ele tomou consciência da
maldade de sua ocupação e desistiu da mesma. Ele decide ser pastor. Em 82, Newton disse: “Minha memória já qua-
se se foi, mas eu recordo duas coisas: que eu sou um grande pecador, e que Cristo é meu grande Salvador!” A princípio,
ele não sente-se merecedor de tanto amor, por conta de seus erros. Ele expressa seu sentimento ao compor este hino,
listado entre os favoritos do mundo; milhares de pessoas já foram tocadas por este hino, que reflete sua experiência
de ser encontrado por Deus. Eu estava perdido, mas agora me achei, na verdade, ele quer dizer, fui achado por Deus.
Deus é um Deus na constante busca de seus filhos e filhas. O profeta diz: “preparai um caminho do Senhor...”
Mas, na verdade, Deus já preparou o caminho para encontrar o ser humano e este caminho é Jesus. Esta é a grande
mensagem do Natal. Deus vem ao encontro do ser humano perdido para conceder-lhe vida. Por isto, John Newton
cantou: eu estava perdido e fui achado.
1. O que significa estar PERDIDO – Perdido quer di- como empregado. Ao ver o filho de longe, ele corre ao en-
zer extraviado; desencaminhado; disperso; difuso; sem es- contro do filho. No Natal, Deus se revela a nós em Jesus e
perança ou salvação. ilumina o nosso caminho para que encontremos Jesus. Assim
A história do povo de Israel é marcada por caminhos e des- como os pastores, os reis magos, os anjos, devemos seguir a
caminhos. Em sua jornada rumo à terra prometida, algumas estrela, a luz que vai nos levar de volta para Ao seguirmos os
vezes, eles se perdem. Quando isto acontece? Quando eles sinais de Deus, encontraremos a criança que veio nos direcio-
se afastam de Deus e buscam seus próprios caminhos. Isto nar para Deus. Nós estamos aqui porque Cristo veio ao nosso
fica muito claro nos diversos períodos do povo. João Batista encontro.
surgiu num momento em que o povo estava perdido e não
3. O encontro com Deus provoca conversão e compro-
conseguia achar o caminho para Deus. O Messias estava che-
misso
gando, mas o povo não estava atento aos sinais. Por isso, João
João Batista chamava o povo a colocar-se a caminho,
Batista chama, convoca à conversão, aponta o caminho que
arrumar a vida para encontrar-se com Deus. Seu papel era
leva ao encontro do Messias, revelando a face de um Deus
apontar o caminho para Deus, mas compete a cada um de
que quer consolar seu povo, quer trazer vida e perdão.
nós preparar a vereda, o caminho para Deus. Compete a cada
Muitas vezes, na busca de novas experiências e novos ca-
um de nós a decisão de por o pé na estrada. Converter-se é
minhos, nos afastamos de Deus e nos perdemos. Por estar-
uma decisão pessoal e implica numa mudança de rumo, de
mos perdidos, ficamos sem esperança e sem salvação, a vida
direção. Diante de Jesus, os pastores retornam glorificando
perde o sentido, o norte, a direção, mas a fé em Jesus nos
e louvando a Deus por tudo que tinham ouvido e visto. Eles
chama de volta ao caminho de Deus.
tornaram-se mensageiros do caminho de Deus. Conversão é
2. Deus vem ao nosso encontro – O que significa EN- transformação de vida na sua totalidade, não simplesmente
CONTRAR? Deparar com; achar; defrontar-se; achegar; em gestos externos.
unir. Conversão exige olhar para a frente, ou seja, dispor-se a
Deus não quer que continuemos perdidos nas estradas da transformar o mundo em Reino de Deus para que a justiça
vida, desiludidos, sem sonhos e abandonados. Por este moti- seja uma realidade. Neste Natal, somos chamadas à conver-
vo, Deus envia Jesus para nos levar de volta para casa. Deus são, a olhar a vida com novos olhos e promover a paz e a jus-
enviou Jesus para redirecionar nossa fé. Deus veio ao nosso tiça e anunciar a maravilhosa graça que salva, redime, restaura
encontro. Porque Ele veio ao nosso encontro, nós encontra- e renova.
mos graça. Na parábola do filho pródigo, o pai do filho pró-
digo, corre ao encontro do filho. O filho já havia preparado Pra. Amélia Tavares
todo o discurso para pedir perdão ao pai e ser reintegrado
6. 6 GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010
OS BASTIDORES DO BAZAR
GRAÇA E PAZ ...
(... como sempre nos saúda o nosso Pastor Paulo)
Foram realmente muitas as graças divinas que nos mos, a Sílvia cuidou das finanças, a Wilma e a Vera de-
acompanharam, durante todo este ano, enquanto nos ram suporte, incentivando e apoiando o grupo com o seu
preparávamos para o Bazar de Natal da SMM.. Primeiro, bom senso.
foi o Chá de Outono, realizado em abril, para angariar A minha parceria com a Ione foi magnífica, pois ela
fundos para as despesas necessárias. Contamos com a completou grande parte dos trabalhos que apresentamos
presteza das “meninas” da equipe da cozinha, coordena- no bazar, sempre muito delicada, dedicada e pronta, pois
das pela Zenaide, das juvenis, da Priscila preparando o
costura e faz crochê com perfeição.
ponche e resolvendo todas as dificuldades que surgiram
como: lugares para todas as convidadas, colocação das Alguns objetos foram doados por amigas, como a Nei-
molduras para exposição dos trabalhos do Bazar e mais va, Lucila, Carolina, Neusa, Rosana e Rosa. Na arruma-
uma infinidade de pequenos detalhes, para os quais ela ção do bazar, ajudaram a Ana Teresa, Sílvia e Wilma. A
sempre tem a solução. Carla se dispôs a nos auxiliar pilotando a maquininha de
Muitas outras colaboradoras como a Naly, Mirce, estampar preços. Enfim, foram tantas as colaboradoras
Célia, Viviane, Virgínia, Jandira, Zenaide, Violeta e que se alguma foi esquecida, me perdoem.
Guilhermina,fizeram crochê e bordados nos panos de Quero destacar uma ajuda inestimável que recebi da
prato, assim como aventais, porta-assadeira, cobre-bolo, Ester e do Pastor Paulo, que, com suas orações e fé, me
tudo com alegria, disposição e dentro de suas especiali- transmitiram força e otimismo nos momentos delicados
dades. e graves que minha família e eu passamos durante este
A Inayá, sempre com o seu sorriso e dinamismo, ano.
tomou aulas de macramê e de confecção de cestinhas. Finalmente, quero louvar e agradecer a Deus por esta
Resultado: seus produtos ficaram um encanto e fizeram equipe maravilhosa que Ele formou e que soube trabalhar
muito sucesso. tão bem. Segundo o Gustavo Alvim, nas suas lições da
A Joana conseguiu novos modelos para apresentar- Escola Dominical, a gratidão é muito importante.
Rachel Munhoz dos Santos Diehl
7. GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010 7
DIA DA BÍBLIA??? . . .
Gustavo Jacques Dias Alvim
Era dezembro. A família voltava da Igreja, depois de ter gada, vindos da Europa e dos Estados Unidos, dos primeiros
participado do culto matutino e da Escola Dominical. Ca- missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra de
minhava em direção do estacionamento, onde havia ficado o Deus. Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas
carro. Vinham, lado a lado, o “seu” Juliano, crente antigo, de institucionalizaram a tradição do “Dia da Bíblia”, que ganhou
berço metodista, sua esposa Rute, convertida durante o perí- ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do Bra-
odo de namoro, e o único filho, chamado Diogo, menino de sil, em junho de 1948. As comemorações do segundo domin-
uns 12 anos, muito inteligente e vivo, questionador e interes- go de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões de cristãos
sado em tudo; ele costumava fazer freqüentes indagações. em todo o País.
Já no início do trajeto, ele saiu com esta: O menino ouviu tudo atentamente, sem interromper o
— Pai, o pastor falou do púlpito que, no próximo domin- pai, porém com um ar de insatisfação, de dúvida e increduli-
go, vamos comemorar o “Dia da Bíblia”; é isso mesmo ou dade. Estava com vontade de dizer alguma coisa, mas calou-se
entendi mal? com receio de desagradar o pai que tanto amava e que discor-
O pai, meio intrigado ou ressabiado com a indagação, sem ria com visível entusiasmo. Porém, foi o pai que deu a “deixa”:
saber onde o filho queria chegar, respondeu: — Dioguinho, se o conheço bem, você está com algo atra-
— Sim, vamos celebrar o “Dia da Bíblia”, o que fazemos vessado na garganta. Diga logo, o que está querendo falar!
uma vez por ano, no segundo domingo de dezembro, ou seja, O menino recobrou o ânimo e demonstrando segurança
no segundo domingo do advento, com várias manifestações: expôs o seu pensamento:
cultos, passeatas, distribuição da Palavra Sagrada, inauguração — Pai, há somente um dia no ano para a Bíblia? Não é
de monumentos e muita coisa mais. pouco? Você não acha que todos os dias deveriam ser da Bí-
—Sei... É tudo muito interessante, blia? Não só para celebrá-la, mas para
mas, também, bastante estranho! – co- lê-la, estudá-la, tirar lições para nossas
mentou o Dioguinho, como era cari- vidas, diariamente? Não gosto muito
nhosamente chamado. dessa idéia de comemorações especiais,
Comentou o pai: monumentos, cultos, um dia para dis-
— Já vi que você não conhece essa tribuição e etc.
história. O seu professor de Escola Do- — Meu filho, estou achando que
minical nunca falou sobre o “Dia da você tem alguma razão. Dias atrás, re-
Bíblia”? cebi pela “internet” um texto, que com-
— Da Bíblia já falou sim, mas nun- parava a Bíblia com o celular. Era bem
ca contou que, no calendário, lhe reser- criativo. Não me lembro de tudo, mas
varam apenas um dia. Realmente é muito estranho! vou repetir o primeiro trecho, que cheguei a decorar. Ei-lo:
Estavam chegando ao estacionamento para pegar o carro. — “Já imaginou o que aconteceria se tratássemos a nossa
O pai não querendo perder o interesse do filho pelo assunto e Bíblia do jeito que tratamos o nosso celular? E se sempre car-
a oportunidade para ensinar-lhe algo, emendou: regássemos a nossa Bíblia no bolso ou na bolsa? E se déssemos
— Vou aproveitar o tempo, durante o trajeto até nossa uma olhada nela várias vezes ao dia? E se voltássemos para
casa, para falar do “Dia da Bíblia”. apanhá-la quando a esquecemos em casa, no escritório...? E
O pai queria mostrar seus conhecimentos, que estavam se a usássemos para enviar mensagens aos nossos amigos? E
ainda frescos na memória, pois havia lido no dia anterior, no se a tratássemos como se não pudéssemos viver sem ela? E se
“Expositor Cristão”, excelente matéria sobre o tema, da auto- a déssemos de presente às crianças? E se a usássemos quando
ria de um dos Bispos. E foi, então, em frente com seu resumo: viajamos? E se lançássemos mão dela em caso de emergência?”
— O “Dia da Bíblia”, meu filho, surgiu em 1549, na Grã- — Pai, que bonito! É por isso que eu digo: para mim não
Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no livro de ora- deve haver apenas um “Dia da Bíblia”. Todos os dias são “Dia
ções do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população da Bíblia”. Você não acha, também?
intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado. No Brasil, O pai pensativo apenas repetiu o que já havia dito:
o “Dia da Bíblia” passou a ser celebrado em 1850, com a che- — Meu filho, estou achando que você tem alguma razão!
8. 8 GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010
SARAU 2010
O Sarau foi uma festa ale- banda”, com a “famosa” du-
gre, descontraída e contagian- pla Ione Zitto e Márcia Sto-
te, que encantou a todos, or- nico???? e nem de Paulinho
ganizada pela Inayá Ometto. da Viola, como a “Dança da
Houve de tudo, desde solidão” com o casal Melissa
música popular e o canto vi- e Paulo Cauã. Abrilhantou
brante de “O bode e a cabra”, também o Sarau a dupla Ro-
interpretado pela família Ko- nald Segabinazzi e Didi Mar-
bayashi, até a música clássica tins.
envolvente, como “Jesus, ale- Provocaram muitos risos
gria dos homens”, de Bach, inter- alguns casos pitorescos e reais ocor-
pretada pelo casal Vera e Umberto ridos em igrejas, bem como histórias
Cantoni. do baú, engraçadas e inesquecíveis,
As crianças também participaram contados pelo Gustavo Alvim, com
brilhantemente como a Ana Laura seu jeito espirituoso.
(?)ao violão, a Fernanda Gava, ao Num momento de saudade, Vera
piano, e Letícia Kobayaschi, na flau- Cantoni e Maria José Martins can-
ta doce. taram e fizeram os presentes tam-
Vera Cantoni e Daniel Carmona bém cantar, recordando a música
envolveram a todos com música ao Aniversariantes inesquecível de Chaplin, “Luzes da
piano e flauta transversal, tocando “Chaconne”.???? De- Ribalta”.
clamaram, com arte e beleza, poesias especiais e marcan- O Sarau foi encerrado com uma gostosa confraterni-
tes, as sócias Cida Rossi, Ana Maria Orsini Rossi e Inayá zação e comemoração do natalício das aniversarintes do
Ometto. mês de outubro.
Não faltaram músicas de Chico Buarque, como “A Ester Siqueira Bezerra
Alguns participantes do Sarau
9. GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010 9
NOSSOS SENTIDOS PODEM SER AS LINGUAGENS AGRADECIDAS
DO NOSSO CORPO...
E PODEM SER NOSSA EXPRESSÃO DE SERVIÇO
Rosa Gitana Krob Meneguetti
Agradecer é sempre um movimento humano em direção à contemplação da obra divina. Remete à idéia de que
somos capazes de reconhecer as manifestações de Deus em nossa vida, ao nosso redor, na natureza, na sociedade em
geral. Agradecer é ato humano que nasce do “se agradar” daquilo que vemos e sentimos, do que contemplamos e
percebemos, do que tocamos e visualizamos.
Os salmistas na Bíblia são o grande exemplo de corações agradecidos. São os poetas da dor, do sofrimento, da
contemplação, do clamor e da gratidão. Choram, buscam orientação, lamentam suas dores e... agradecem as bên-
çãos. Muitas vezes agradecem antecipadamente, certos da graça do Senhor.
Anos atrás, no início da década de 80, quando conheci Jaci Maraschin, autor do cântico “Oferenda dos senti-
dos”, fui tocada pela sua sensibilidade e pelos seus versos e percebi que os salmistas da Bíblia ainda viviam entre nós,
falando pelos lábios de todos os irmãos agradecidos.
Mil vozes eu quisera ter pra proclamar olor do incenso bom e do jardim e respirar.
o teu amor e celebrar com gratidão o teu louvor. Narinas mil quisera ter pra perceber na poluição
Mil vozes eu quisera ter pra denunciar a inimizade e a frustração e protestar.
a escravidão, as injustiças sociais e protestar.
Oh! Quem me dera ter mil mãos para o evangelho
Mil olhos eu quisera ter pra ver no céu, no ar,
carregar, pra te aplaudir com emoção e te tocar.
na flor, a tua face salutar e te adorar.
Oh! Quem me dera ter mil mãos pra nosso mundo
Mil olhos eu quisera ter pra te encontrar também
transformar, unindo-as todas e, afinal, o libertar.
na dor dos desolados e sem lar e protestar.
Só tu nos dás mais de um milhar de ouvidos,
Ouvidos mil quisera ter pra ouvir contrito
olhos, línguas, mãos;
a tua voz e no silêncio da manhã ficar feliz.
só tu nos podes convocar pra te servir.
Ouvidos mil quisera ter pra ouvir também o teu
Só tu nos dás mais de um milhar de dons,
clamor no grito amargo da opressão e protestar.
de forças, de razão,
pra nosso mundo transformar, ao te servir.
Narinas mil quisera ter pra perceber o santo
Nos versos da canção é também possível perceber o quanto a gratidão é dinâmica e plural, e como ela não cabe
em si mesma, como ato contemplativo apenas e acabado. Não dá para apenas agradecer as bênçãos no âmbito da
individualidade, sem pedir que a graça de Deus alcance outras pessoas, as estruturas, a sociedade como um todo e,
especialmente, é impossível apenas agradecer as bênçãos sem se colocar à disposição para ser bênção. E ser bênção
não é difícil. Basta colocar nossos olhos e ouvidos à disposição do Senhor para servi-lo. Basta usar nossas mãos para
o serviço como Ele faria e utilizar a nossa voz para anunciar as suas maravilhas.
Agradecer é reconhecer a presença do Senhor amoroso em nossas vidas, é agradar-se de seus feitos e proclamá-los.
Mas, especialmente, agradecer é gesto de sair de si, de ir para fora de nosso corpo confortável e ensimesmado em
direção ao corpo do Cristo que sofre as dores dos pobres e doentes e que dói diante das injustiças.
Que o Senhor que nos abençoa nos ajude a ser bênção. E que nisto sejamos agradecidos.
10. 10 GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010
SMM celebra seus 114 anos
Clóris Alessi
No longínquo ano de mil oitocentos e noventa e seis, a história dessa instituição e seus feitos, suas idealizado-
em uma das salas da Igreja Metodista de Piracicaba, por- ras e continuadoras. Um cartaz, colocado em destaque,
tanto, quinze anos após a instalação do metodismo em no Salão Social, gravou os nomes de todas as presidentes,
nossa cidade, oito mulheres se reuniram para a formação e , em uma árvore, lembretes dos trabalhos desenvolvi-
de uma sociedade de senhoras. Movidas pela fé e, cer- dos pela atual diretora da SMM.
tamente, pela necessidade de encontrar um espaço de A presidente, em sua breve fala expôs sobre os traba-
trabalho para a mulher na Igreja, Leonora Dixon, Bertha lhos realizados, quatro deles representam as marcas de
Crem Müller Krahenbull, Miss Mary Ann Moore e Lou- nossa passagem pela Sociedade, a saber: 1ª) somos orgu-
rinda Cândida da Costa, no final do século dezenove, lhosas e agradecidas a Deus por sermos a segunda SMM
constituiram a primeira sociedade de mulheres em Pi- criada no Brasil; 2ª) somos chamadas de esteio da Igreja;
racicaba, no estado de São Paulo. Essas valorosas senho- 3ª) nossas reuniões de oração representam o ponto alto,
ras, jamais poderiam imaginar que tal ideia percorreria entre as demais, realizadas com fé e crescente espiritu-
o século vinte, nos encontraria em 2010, como Socieda- alidade; 4ª) criamos e editamos o jornal “GAIVOTA”,
de Metodista de Mulheres, nas pessoas de Vera Baggio impresso e “online”, conhecido e prestigiado em âmbito
Alvim – Presidentes, Inayá Ometto / Priscilla Barroso nacional e amigos do exterior que conheceram e rece-
Segabinazzi – Vice-Presidente, Clóris Alessi – Secretá- bem, até hoje, o jornal.
ria de Atas, Wilma Baggio Câmara da Silva – Secretária O programa foi mesclado de orações, solos, cânticos e
Correspondente e Silvia Rolim – Tesoureira. poesia. Com os cumprimentos, por parte do Rev. Paulo
Com essas palavras, Joana D´Arc Bicudo da Silva, Dias Nogueira, nosso Pastor, desejando que Deus con-
responsável pela devocional do dia 27 de novembro de tinue a sustentar-nos como o fez sempre, encerrou-se a
2010, juntamente com sua equipe, iniciou naquele dia, reunião com benção pastoral e a recitação do moto da
os trabalhos que se seguiram em comemoração aos cento SMM.
e catorze anos de SMM da Catedral. Trouxe à memória,
Vera cumprimentando Inayá falando sobre o congresso
Pastor saudando a Sociedade
Algumas presenças
11. GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010 11
UMAS E OUTRAS
Inayá Ometto
O Ministério de
Ação Docente,
coordenado por Rinal- A gradecemos à Rosa (filha da Jandira Minussi)
pelas lindas toalhas bordadas com motivos na-
va Cassiano Silva está talinos, doadas para o bazar. Foi um grande presente!
mais ativo do que nun-
ca. Vários cursos foram
programados e realiza-
dos com grande êxito.
Destacamos os cursos realizados nas últimas semanas:
V ioleta ganhou mais uma bisneta; é a Isabela,
filha da Carolina e Ivan. Parabenizamos os pais
e familiares, pedindo que Deus abençoe ricamente a
todos.
C urso de Comuni-
cação Oral, reali-
zado em duas aulas, para
quem precisa falar em pú-
A 5ª Região apresentou, no Congresso Nacional
em Guarapari, uma peça teatral sobre Raabe.
blico, seja dando um avi- A Vera Ligia e a Zoé, juntamente com outras compa-
so, cumprimentando visi- nheiras, representaram muito bem a Catedral. Para-
tantes, dirigindo reuniões, béns!!
etc. O curso foi ministrado pelo superintendente da
Escola Dominical, Gustavo Alvim, e foi um sucesso!
E tem mais, a Rinalva – coordenadora do Mi-
nistério de Ação Docente, juntamente com o
Ministério da Liturgia, coordenado por Darlene, pro-
moveu um café das manhã no dia 28 de novembro,
em comemoração do Dia de Ação de Graças. Foram
momentos ricos de companheirismo cristão.
C urso de Capacitação
para as professoras do
Departamento Infantil da E.
D., que foi ministrado pela
competente, Rosemary Torres.
Comentário de uma das partici-
pantes: — “A Rose é um espe-
táculo!”
12. 12 GAIVOTA • Novembro/Dezembro • 2010
Não havia lugar para Ele...
“E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em abarrotados. Com tantas casas, com tantos abrigos, com
panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia tantas hospedagens, inexistia lugar para o surgimento de
lugar para eles na estalagem.” (Lucas 2, 7). Deus na dimensão da vida.
Deus evoca a surpresa, a novidade, a contradição. Nas Desde seu nascedouro a vida do Deus-Menino foi
páginas do Novo Testamento registra-se um fato: “...e marcada pelo signo do abandono, da rejeição e da in-
não havia lugar para o criador de todos os lugares”. Não diferença. Naquele mundo, havia lugar para tudo, para
havia espaço para o mantenedor de todos os espaços. todos, menos para o mais importante – o Filho de Deus.
O Verbo Divino, contrariando todas as lógicas, ar- Natal quer dizer nascimento. E o nascimento de uma
mou sua tenda e montou acampamento entre nós. As criança necessita de certas condições e garantias para
raposas possuem covis. As aves do céu, ninhos, mas o nascer. Em meio às vicissitudes que cercam sua natalida-
Filho do homem não de, o menino entre fral-
tinha um lugar para re- das ousa nascer. Ao invés
clinar a cabeça. do choro costumeiro, ele
Não há nada mais se alegra e sorri para o
terrível, mais dilace- mundo.
rante, mais angustian- Bem sei que Deus
te, do que pertencer ao irrompe na inquietude,
lugar dos que não têm no abandono e no inu-
nenhum lugar. Drama sitado. Quando menos
vivido por crianças e imaginamos, ele organi-
adolescentes nos abrigos za o caos, possibilitando
e orfanatos. Todos os a criação de “novos lu-
laços de pertencimento gares”. Principalmente
e de afetividade, nestes manifesta sua graça nos
lugares, foram cortados. lugares mais sombrios e
Eles não pertencem a aterrorizantes. Nesses es-
nada e a ninguém. Não paços, ele estabelece sua
possuem uma rede afetiva, social e psicológica em que morada e irradia sua presença transformadora e conta-
possam estabelecer as bases de sua identidade pessoal e giante. Deus mesmo é capaz de fazer brotar a novidade
comunitária. Não possuem o pleno domínio de sua ci- e florescer a vida.
dadania e de sua existência. Basta que se abram as janelas da existência, enferruja-
Seres errantes, nômades, itinerantes. Ovelhas desgar- da e endurecida pela falta de uso, para que Deus mani-
radas de seu legítimo pastor. Falta ao mundo uma dose feste a luz verdadeira de Cristo em nossa vida.
de pertencimento. Os “nós” afetivos, relacionais, espi- Deus se alojou nas moradas em que habita a con-
rituais, estão afrouxados. Há mais comprometimento dição humana. Na madrugada que celebramos seu nas-
com o “ter” do que com o “ser” de um modo geral. cimento, Deus adentrou os espaços antes inabitáveis,
Faz mais de dois milênios, numa terra longínqua, quase improváveis para sua visitação. E na agitação de
ameaçada e demarcada pela ambição dos poderosos, que seus contemporâneos, não havia sequer um cantinho
a presença do filho de Deus foi submetida a esse mesmo para Ele.
princípio de orfandade. Mesmo que não se tratasse de Em cada noite de Natal, o Deus-menino percorre o
uma orfandade familiar/afetiva, a orfandade do Menino- mesmo caminho: peregrina de porta em porta à procura
Deus caracterizou-se pela falta de um lugar social, mate- de abrigo. E, ainda hoje, não há espaço para Ele no co-
rial e espiritual, a propiciar-lhe o aparecimento da vida. ração humano.
Os espaços que lhe poderiam servir de abrigo, às pro-
ximidades da gruta de Belém, estavam completamente Rev. Jesus Tavernard Júnior