O documento discute alternativas para uma ceia de Natal vegetariana, incluindo receitas sem ingredientes de origem animal como substitutos para o bacalhau e peru tradicionais. Também fornece dicas sobre decoração ecológica, presentes alternativos e bebidas festivas sem álcool ou ingredientes de origem animal.
4. T´ıtulo: Natal Vegetariano
Organiza¸ao e Revis˜o: Cristina Rodrigues
c˜ a
2a edi¸ao, Setembro de 2005
c˜
(1a edi¸ao em Dezembro de 2004)
c˜
Edi¸ao e distribui¸ao: galaxia-alfa.com
c˜ c˜
http://www.centrovegetariano.org
ISBN 972-8967-13-6
Os conte´dos deste livro foram baseados nos da p´gina web
u a
http://www.centrovegetariano.org. Os artigos desse portal s˜o do dom´nio
a ı
p´blico, estando protegidos pela licen¸a GNU FDL. Esta licen¸a garante
u c c
aos autores os devidos cr´ditos e a comunidade em geral a liberdade de
e `
usufruir de forma plena.
6. Introdu¸˜o
ca
A maioria das pessoas n˜o consegue imaginar uma Ceia de Natal sem o
a
tradicional bacalhau ou peru. Mas s˜o cada vez mais os que optam por
a
pratos alternativos e mais saud´veis.
a
Um Natal vegetariano implica a escolha de uma ementa diferente
para a mesa de Natal e o consumo de bebidas mais saud´veis e sem
a
ingredientes de origem animal. A aquisi¸ao de arranjos de mesa, de
c˜
velas ou da arvore de Natal tamb´m n˜o deve ser aleat´ria e na compra
´ e a o
de presentes deve igualmente ter-se algum cuidado.
Neste documento apresentamos alguns factos relativos a produtos
consumidos no Natal tradicional, mas tamb´m muitas alternativas para
e
um Natal mais saud´vel, mais ecol´gico e isento de explora¸ao animal.
a o c˜
ii
7. Cap´
ıtulo 1
Ceia de Natal
A cada ano que passa, sempre que a ´poca natal´ se aproxima grande
e ıcia
parte dos vegetarianos e veganos come¸a a entrar em pˆnico. S´ quando
c a o
nos tornamos veganos ou vegetarianos nos apercebemos de que quase
todos os alimentos presentes na ceia de Natal s˜o derivados de animais.
a
Nesse momento colocam-se algumas quest˜es: O que vou comer na ceia
o
de Natal? Ser´ que na mesa de Natal vai haver algum alimento sem
a
ingredientes de origem animal? O que vou cozinhar para a ceia de Natal
em fam´ ılia?
Com algumas dicas e um pouco de boa disposi¸ao, o Natal vegetari-
c˜
ano pode tornar-se bem mais agrad´vel.
a
Procura receitas que incluam frutos secos na sua confec¸ao, pois
c˜
s˜o optimas para esta altura festiva e geralmente agradam a todas as
a ´
pessoas. Cozinha legumes das mais variadas formas (cozidos, salteados,
grelhados). Substitui o bacalhau e o peru por seitan ou tofu. Faz umas
rabanadas veganas ou um tronco de Natal. Compra um bolo-rei vegano
- a venda em lojas de produtos vegetarianos (por exemplo, nas lojas
`
Celeiro).
Confeccionar pratos variados e coloridos ´ a melhor forma de mos-
e
trar que a comida vegetariana ´ deliciosa e nutritiva. Pode tamb´m
e e
aproveitar-se esta ocasi˜o em que, de um modo geral, as pessoas est˜o
a a
mais pac´ ıficas e n˜o gostam de entrar em discuss˜es in´ teis para expli-
a o u
car aos familiares e amigos o que ´ o vegetarianismo e que esse tipo de
e
1
8. 1.1 Bacalhau 1 Ceia de Natal
alimenta¸ao ´ mais saud´vel do que uma alimenta¸ao a base de carne,
c˜ e a c˜ `
fornecendo igualmente todos os nutrientes de que se necessita. No en-
tanto, se se ouvirem piadas desagrad´veis ou se o assunto parecer uma
a
causa perdida, o melhor ´ ignorar e mostrar o bom humor e o quanto a
e
opini˜o dos outros ´ indiferente.
a e
Se moras numa casa com omn´ ıvoros, ou se a tua ceia de Natal ´ junto
e
de familiares que n˜o dispensam o tradicional peru ou o bacalhau cozido,
a
oferece-te para confeccionar um prato alternativo e uma sobremesa ve-
gana. Assim ter´s oportunidade de mostrar como um prato vegetariano
a
´ delicioso ao mesmo tempo que ter´s a certeza de que n˜o passas fome.
e a a
Tem aten¸ao para que n˜o te cozinhem alguns legumes juntamente com
c˜ a
o bacalhau ou no mesmo tabuleiro do que o peru.
“Pode parecer um pouco estranho para alguns mas no futuro o Natal ve-
getariano ser´ considerado normal. Vai tornar-se uma nova tradi¸ao. Muitas
a c˜
pessoas est˜o mudando os seus h´bitos alimentares por compaix˜o e outras
a a a
por motivos de sa´de. Com tantas ”carnes”vegetarianas no mercado hoje em
u
dia, n˜o h´ necessidade de comer peru. Podem comer-se coisas com a mesma
a a
aparˆncia no prato sem matar animais. Hoje isso ´ mais f´cil do que nunca,
e e a
em grande parte gra¸as a Linda[McCartney].”
c
(Paul McCartney, patrono da Sociedade Vegetariana do Reino Unido.)
1.1 Bacalhau
1.1.1 A tradi¸˜o do bacalhau
ca
Na ceia de Natal dita a tradi¸ao portuguesa que se coma o bacalhau.
c˜
Mas, a origem do consumo deste peixe remonta aos vikings, considerados
os pioneiros na descoberta do bacalhau, pois a esp´cie era abundante
e
nos mares que navegavam. A falta de sal na ´poca fazia com que se
e
limitassem a secar este peixe ao ar livre, at´ endurecer, para depois ser
e
consumido aos peda¸os nas longas viagens que faziam pelos oceanos.
c
Mas, foi nas costas de Espanha que os bascos come¸aram a salgar o
c
bacalhau e depois a sec´-lo para uma melhor conserva¸ao. Este m´todo
a c˜ e
garantia a sua durabilidade, assim como mantinha os seus nutrientes e
apurava o paladar.
2
9. 1 Ceia de Natal 1.1 Bacalhau
Devido ao facto de na ´poca os m´todos de conserva¸ao serem prec´rios
e e c˜ a
e de os alimentos se degradarem facilmente, o bacalhau revolucionou a
alimenta¸ao.
c˜
Tamb´m o calend´rio crist˜o, imposto pela Igreja Cat´lica a partir
e a a o
da Idade M´dia, contribuiu para o aumento do consumo desse peixe. Os
e
crist˜os deviam obedecer a dias de jejum, o que levava as pessoas a ex-
a
clu´
ırem a carne da sua alimenta¸ao. O bacalhau, como era mais barato,
c˜
tornou-se no alimento escolhido pelo povo durante as festas religiosas,
como o Natal e a P´scoa.
a
Com o passar dos s´culos, o jejum foi desaparecendo, mas a tradi¸ao
e c˜
do bacalhau, sobretudo na ceia de Natal, manteve-se intacta at´ aos
e
nossos dias.
Inicialmente como alimento barato e presente na mesa da popula¸ao
c˜
mais pobre, depois da Segunda Guerra Mundial o bacalhau tornou-se
num produto s´ consumido pelos mais ricos. A escassez de alimentos
o
em toda a Europa levou a subida de pre¸o do bacalhau e o seu consumo
` c
restringiu-se as camadas mais elevadas da sociedade. Os mais pobres
`
apenas se davam ao luxo do seu consumo nas principais festas crist˜s,a
o que tamb´m contribuiu para a tradi¸ao do seu consumo na ceia de
e c˜
Natal.
1.1.2 Bacalhau em vias de extin¸˜o
ca
Origin´rio das aguas frias dos mares que circundam o P´lo Norte, o
a ´ o
bacalhau ´ um alimento milenar. Registos mostram a existˆncia de
e e
f´bricas para o seu processamento na Islˆndia e na Noruega desde o
a a
s´culo IX.
e
O bacalhau pesca-se durante todo o ano, ainda que a maior parte
das capturas seja efectuada entre fins de Mar¸o e princ´
c ıpios de Outu-
bro de cada ano. Normalmente, vive em grandes profundidades, tanto
maiores quanto maior for a idade, podendo encontrar-se a mais de 450
metros. Pode atingir 20 anos de idade, ultrapassar 180 cent´ımetros de
comprimento e pesar mais de 20 quilos.
O bacalhau est´ a ser v´
a ıtima da sua popularidade em cozinhas de
todo o mundo. A pesca intensiva est´ a amea¸ar de extin¸ao o Cod,
a c c˜
3
10. 1.1 Bacalhau 1 Ceia de Natal
peixe que d´ origem ao bacalhau.
a
H´ anos que pesquisadores e ecologistas alertam que o bacalhau, uma
a
das esp´cies mais comercias do mundo, corre risco de extin¸ao. Por´m,
e c˜ e
o estudo realizado pelo Conselho Internacional para a Explora¸ao do c˜
Mar (Ciem), grupo que re´ ne cerca de 1600 cientistas de 19 pa´ e que
u ıses
controla o Mar do Norte, revelou em Outubro passado que n˜o h´ sinais
a a
de recupera¸ao dos stocks de bacalhau na zona.
c˜
O Ciem al´m da proibi¸ao da pesca do bacalhau, propˆs tamb´m a
e c˜ o e
proibi¸ao da pesca de outras esp´cies de peixes de grande valor comercial,
c˜ e
como o hadoque. O motivo ´ que as redes para apanharem essas esp´cies
e e
acabam por pescar tamb´m o bacalhau. O relat´rio recomenda uma
e o
redu¸ao dr´stica da pesca desta esp´cie, ou mesmo o seu fim em 2005,
c˜ a e
em todo o Mar do Norte, no Mar da Irlanda e nas aguas do Artico.
´ ´
Os cardumes de bacalhau foram sendo reduzidos ao longo de s´culos e
de pesca excessiva. Nas ultimas d´cadas, a moderniza¸ao da ind´ stria
´ e c˜ u
pesqueira levou a que a captura fosse mais eficiente, o que consequente-
mente acelerou o processo de extin¸ao. c˜
Actualmente, n˜o s˜o s´ os cardumes que est˜o menores, mas tamb´m
a a o a e
os peixes. Isso deve-se ao facto de durante anos os animais maiores terem
sido intensamente capturados, fazendo com que a popula¸ao remanes-c˜
cente da esp´cie seja descendente de peixes menores.
e
Nos ultimos 20 anos a popula¸ao de bacalhau tem ficado abaixo do
´ c˜
m´ınimo necess´rio para sustentar a sobrevivˆncia da esp´cie. Al´m da
a e e e
pesca excessiva, o pr´prio ciclo de reprodutivo do bacalhau dificulta a
o
recupera¸ao da esp´cie. De cada 20 crias, apenas uma consegue sobre-
c˜ e
viver tempo suficiente para se reproduzir, pois o bacalhau leva at´ seis e
anos para chegar a maturidade sexual.
`
O cod j´ ´ considerado, por muitos cientistas e organiza¸oes interna-
ae c˜
cionais de preserva¸ao da natureza, uma esp´cie amea¸ada de extin¸ao
c˜ e c c˜
devido a pesca excessiva.
`
´
E uma situa¸ao cr´
c˜ ıtica, porque nunca os stocks no Mar do Norte se
encontraram em n´ ıveis t˜o baixos como os actuais. Cientistas estimam
a
a actual reserva em 46 mil toneladas de cod adulto, o que ´ grave se e
comparado as 250 mil toneladas em 1960; o n´ m´
` ıvel ınimo de stock para
garantir a sobrevivˆncia da esp´cie ´ de 150 mil toneladas. No Mar da
e e e
4
11. 1 Ceia de Natal 1.2 Peru
Irlanda, os stocks est˜o 50% abaixo do recomendado e na costa ocidental
a
da Esc´cia a situa¸ao tamb´m ´ preocupante.
o c˜ e e
Por isso, medidas como a redu¸ao radical das cotas de pesca nos
c˜
pr´ximos cinco anos, est˜o a ser tomadas pelos pa´
o a ıses europeus. As
cotas foram reduzidas em at´ 40% do que foi pescado no ano de 2000.
e
Esse facto, verifica-se no aumento do pre¸o do bacalhau registado ao
c
longo dos ultimos anos.
´
Apesar das recomenda¸oes, para os executivos europeus ´ impens´vel
c˜ e a
extinguir, mesmo que por um curto per´ ıodo, todo um sector da pesca.
S´ na Gr˜-Bretanha, a proibi¸ao da pesca do bacalhau poderia pˆr em
o a c˜ o
causa 20 mil empregos. A Uni˜o Europeia tem optado apenas por proibir
a
a actividade durante a ´poca da reprodu¸ao e reduzindo as quotas de
e c˜
pesca.
1.2 Peru
Todos os anos, mais de 260 milh˜es de perus s˜o abatidos na Uni˜o
o a a
Europeia. 5 milh˜es dos quais em Portugal, sendo a ´poca natal´
o e ıcia
a de maior procura da carne destes animais. S˜o v´rios os problemas
a a
associados a cria¸ao intensiva destes animais e que, obviamente, tˆm
` c˜ e
consequˆncias na qualidade da carne e na sa´ de de quem a consome.
e u
Problemas associados a cria¸ao intensiva de perus:
` c˜
Sa´ de
u
A reprodu¸ao natural ´ negada aos perus. S˜o criados selectivamente
c˜ e a
para terem um peito para carne t˜o grande que a cria¸ao natural se
a c˜
tornou fisicamente imposs´ ıvel e toda a reprodu¸ao ´ feita atrav´s de
c˜ e e
insemina¸ao artificial. Os seus corpos s˜o t˜o pesados que muitos machos
c˜ a a
adultos sofrem de dolorosos problemas das coxas (um peru adulto pode
pesar tanto como uma crian¸a de 8 ou 9 anos).
c
Uma por¸ao de 180g de carne magra de peru sem pele cont´m 274
c˜ e
calorias e 6 gramas de gordura e a mesma quantidade com pele tem 380
calorias e 16 gramas de gordura. Os perus recebem antibi´ticos e hormo-
o
nas de crescimento por serem criados sob condi¸oes de superpopula¸ao.
c˜ c˜
5
12. 1.2 Peru 1 Ceia de Natal
Muitos perus comem ra¸oes prefabricadas, que costumam conter restos
c˜
processados de outras aves. Todos estes factores afectam obviamente a
sa´ de de quem consome estes animais.
u
Exiguidade dos espa¸os sobre-populados
c
A cria¸ao de perus em regime intensivo ´ feita em espa¸os sobre-populados,
c˜ e c
onde chegam a estar cerca de 25000 aves. Cada ave ´ confinada numa
e
area de 0,3 metros quadrados. Estas aves s˜o mantidas em circunstˆncias
´ a a
ambientais muito pobres (ausˆncia de poleiros, etc.) e nada adequadas.
e
Da´ que os perus fiquem sob um grande stress, uma vez que se lhes limita
ı
a manifesta¸ao dos seus comportamentos naturais. Frequentemente, os
c˜
animais que sobrevivem a estas condi¸oes de cria¸ao (um n´ mero consi-
c˜ c˜ u
der´vel n˜o sobrevive at´ a idade de abate) desenvolvem comportamen-
a a e`
tos violentos entre si, pelo que lhes ´ cortada a ponta do bico com uma
e
lˆmina quente, a fim de evitar as agress˜es e os casos de canibalismo.
a o
Abate
Ap´s serem descarregados dos caixotes em que s˜o transportados, estes
o a
perus, anormalmente pesados, s˜o pendurados de cabe¸a para baixo em
a c
grilh˜es met´licos dispostos numa linha de transporte. Nos piores casos,
o a
s˜o deixados nesta posi¸ao v´rios minutos antes de serem insensibiliza-
a c˜ a
dos, o que para uma ave t˜o pesada ´ doloroso e assustador.
a e
A linha de transporte arrasta ent˜o os perus para um banho de agua
a ´
electrificada, cujo objectivo ´ o de os insensibilizar antes de se efectuar
e
a sangria. Contudo, muitas das aves debatem-se e levantam a cabe¸a, c
escapando assim ao banho el´ctrico. Estas aves estar˜o completamente
e a
conscientes aquando da sangria. Algumas estar˜o mesmo ainda vivas
a
aquando da imers˜o no tanque de agua a ferver, cujo objectivo ´ o de
a ´ e
facilitar a remo¸ao das penas.
c˜
A expectativa de vida natural de um peru ´ de cerca de 10 anos.
e
Os perus de cria¸ao intensiva s˜o mortos ao completarem de 12 a 26
c˜ a
semanas, dependendo do tamanho da ave produzida.
6
13. 1 Ceia de Natal 1.3 Patˆ de f´
e ıgado de ganso
1.3 Patˆ de f´
e ıgado de ganso
O “foie gras” nada mais ´ do que uma lipidose hep´tica, ou seja, uma
e a
doen¸a do f´
c ıgado. Como consequˆncia de uma alimenta¸ao for¸ada du-
e c˜ c
rante 4 semanas, os f´ ıgados dos gansos e dos patos incham 6 a 12 vezes
o tamanho normal.
Cada ano, cerca de 10 milh˜es de gansos e patos s˜o criados com
o a
esse fim, produzindo 16800 toneladas dos seus f´ ıgados em todo o mundo
(n´ meros de 1998). A Fran¸a ´ a maior produtora, com quase 80. O
u c e
restante “foie gras” ´ produzido pela Hungria, Espanha, Israel, EUA,
e
B´lgica, Bulg´ria e Rom´nia. A produ¸ao de f´
e a e c˜ ıgado de ganso j´ foi
a
banida na Alemanha, Dinamarca, Noruega e Pol´nia. Recentemente,
o
Arnold Schwarzenegger, governador da Calif´rnia, tamb´m aprovou uma
o e
lei que pro´ a alimenta¸ao for¸ada de gansos e patos para a produ¸ao
ıbe c˜ c c˜
de “foie gras”. No entanto, a lei s´ entrar´ em vigor depois de 2012 para
o a
dar um prazo aos produtores para alterarem essa pr´tica. a
Durante 4 semanas os patos e gansos tˆm uma alimenta¸ao for¸ada e
e c˜ c
s˜o mantidos em pequenos compartimentos. Isso torna mais f´cil agarrar
a a
as aves pelo pesco¸o e inserir-se, pela garganta abaixo, funis e tubos
c
met´licos de alimenta¸ao. As aves s˜o presas e for¸adas a abrirem os
a c˜ a c
bicos para lhes introduzirem um cano de metal de 20 a 30 cm que vai
at´ ao estˆmago. Ent˜o ´ accionada uma alavanca, que bombeia a ra¸ao
e o a e c˜
de milho directamente para o estˆmago da ave.
o
Em alguns casos colocam um anel el´stico apertado no pesco¸o da
a c
ave para o caso de ela tentar regurgitar a ra¸ao. Este processo ocorre
c˜
3 a 5 vezes por dia. E a ra¸ao ´ composta de milho cozido e as vezes
c˜ e `
inclui gordura de porco ou de outros gansos com sal.
Cada ave ´ for¸ada a ingerir at´ 3,5 kg de ra¸ao por dia, o que
e c e c˜
equivale a um humano ser for¸ado a comer 12,5 kg de macarr˜o. Como
c a
consequˆncia da alimenta¸ao for¸ada os animais tˆm dificuldades em
e c˜ c e
andar e respirar, entre outros danos f´ ısicos.
Um estudo concluiu que quase 10% das aves morrem com o estˆmago o
rebentado e com alimento a entrar no pulm˜o. Algumas apresentam
a
tamb´m deforma¸oes nos bicos e doen¸as e infec¸oes causadas pela suji-
e c˜ c c˜
dade dos tubos de alimenta¸ao. c˜
7
14. 1.4 Caviar 1 Ceia de Natal
Depois das 4 semanas de alimenta¸ao for¸ada os patos e os gansos
c˜ c
s˜o abatidos. Na maior parte das vezes os f´
a ıgados est˜o inchados de 6
a
at´ 12 vezes o tamanho normal, formando massas p´lidas e inflamadas
e a
do tamanho de mel˜es em vez de org˜os firmes, pequenos e sadios.
o ´ a
Apenas os patos (machos) s˜o usados para fazer o patˆ por produzi-
a e
rem f´ıgados maiores e serem considerados mais resistentes as 4 semanas
`
de tortura. As aves fˆmeas s˜o tratadas como lixo. Normalmente as
e a
fˆmeas rec´m-nascidas s˜o entulhadas em sacos de nylon, que s˜o amar-
e e a a
rados e colocados em lat˜es com agua a escaldar.
o ´
O “foie gras” tem tamb´m consequˆncias negativas para a sa´ de
e e u
humana. 85% das calorias do patˆ s˜o de gorduras - mais do dobro do
e a
que apresenta um hamb´ rguer. Essa gordura ´ em grande parte acido
u e ´
palm´ ıtico, uma gordura saturada conhecida por aumentar os n´ ıveis de
colesterol.
1.4 Caviar
O caviar, apesar de vendido a pre¸o de ouro, ´ um produto bastante
c e
consumido no Ocidente, sobretudo durante ´pocas festivas.
e
Embora a popula¸ao de esturj˜es tenha diminu´ drasticamente no
c˜ o ıdo
delta do Volga (R´ ssia), o com´rcio de caviar mant´m o seu ritmo devido
u e e
a crescente procura do produto. As mafias apoderam-se deste neg´cio
` o
milion´rio, que promove grandes matan¸as e ´ executado por pescadores
a c e
furtivos. As fˆmeas, em geral, est˜o ainda vivas quando se abrem para
e a
extrair as ovas.
As ovas, ap´s um processo em que s˜o esfregadas com sal, est˜o
o a a
prontas para ser servidas. Um quilo deste “ouro negro” pode custar at´ e
2500 euros nos mercados ocidentais. O mercado negro do caviar assume
propor¸oes semelhantes ao do tr´fico de drogas. As belugas s˜o a esp´cie
c˜ a a e
mais cobi¸ada e rara dos esturj˜es.
c o
Negro, salgado e de sabor penetrante, uma colher de caviar pode
custar cerca 15 euros nos restaurantes ocidentais. Os pescadores cobram
2,5 euros por quilo. A diferen¸a vai para os chefes das mafias.
c
A Guarda Costeira est´ permanentemente em alerta para evitar a
a
pesca ilegal. Mas o assunto ´ complexo, pois muitos agentes foram
e
8
15. 1 Ceia de Natal 1.4 Caviar
comprados e os pescadores furtivos n˜o se detˆm diante de nada.
a e
Na zona do mar C´spio o neg´cio est´ meticulosamente organizado.
a o a
Enquanto se captura o peixe, os “negros” do pescado abrem a tripa da
fˆmea, extraem o caviar e atiram o corpo a agua. Acima dos “negros”
e `´
est˜o os “bar˜es”, homens que subornam a pol´ e prestam contas aos
a o ıcia
“reis”, ou chefes dos bandos.
O problema subjacente ´ que est˜o a acabar os esturj˜es, um peixe
e a o
que vive h´ 250 milh˜es de anos e que sobreviveu aos dinossauros. De
a o
nada valeu aos cientistas fixarem uma quota anual de capturas para
todas as esp´cies de esturj˜es que nadam em aguas russas, a fim de
e o ´
salvar este peixe de extin¸ao. Tamb´m n˜o foi suficiente que v´rias
c˜ e a a
esp´cies estejam abrangidas, desde Abril de 1998, pelo Conv´nio CITES
e e
(Conv´nio Internacional sobre o Com´rcio de Esp´cies Protegidas), como
e e e
esp´cies em perigo de extin¸ao ou vulner´veis.
e c˜ a
Enquanto a quota oficial de captura, no ano de 1997, foi de 898
toneladas, actualmente pesca-se de forma ilegal mais do dobro e at´ e
do triplo. Embora os n´ meros relativos a captura ilegal n˜o sejam,
u ` a
evidentemente, de grande confian¸a, os entendidos afirmam que, s´ em
c o
1985, os pescadores furtivos apanharam 25 mil toneladas de esturj˜es.
o
A prosseguir este ritmo, em breve j´ n˜o haver´ esturj˜es.
a a a o
9
16. 1.5 Receitas alternativas 1 Ceia de Natal
1.5 Receitas alternativas
1.5.1 Pratos natal´
ıcios
Ceia de tofu
Ingredientes:
1Kg de batatas pequenas
2 cebolas m´dias
e
2 couves de tamanho m´dio
e
500g de tofu
5 dentes de alho
3 colheres de molho de soja
1 ramo de salsa
azeite q.b
vinagre q.b
Prepara¸ao:
c˜
P˜e a marinar o tofu cortado em tiras com dois dentes de alho picados,
o
o molho de soja e um pouco de azeite, durante 2 ou 3 horas.
Lava bem as batatas e as cebolas e assa-as no forno com a casca. Entre-
tanto coze as couves e grelha o tofu. Quando as couves estiverem quase
cozidas, salteia-as num pouco de azeite e com os restantes alhos picados.
Quando as batatas estiverem prontas d´-lhes um murro, de forma a fazer
a
as t´
ıpicas batatas a murro, e coloca-as numa ta¸a. De seguida descasca
c
e corta em lascas a cebola e junta as batatas. Adiciona tamb´m a salsa
` e
picada, azeite e vinagre. Tapa e deixa repousar. Por cima do tofu coloca
um fio de azeite e salsa picada.
No prato, serve um pouco de cada iguaria (couves salteadas, batatas a
murro e tofu grelhado).
10
17. 1 Ceia de Natal 1.5 Receitas alternativas
Bacalhoada vegetariana
Ingredientes:
600g batatas
margarina vegana q.b
250g seitan
1 cebola
3 tomates
1 pimento
1 frasco de leite de coco
azeite q.b
Prepara¸ao:c˜
Lava bem as batatas com pele. Corta-as em rodelas e coze-as. Retira-
lhes a pele e unta uma forma com um pouco de margarina. Forra a
forma com as batatas cozidas. Coloca seitan em fatias finas por cima
da batata.
Num tacho, coloca um fio de azeite e faz um molho com cebola as rodelas,
`
tomate picado e pimento. Ap´s apurares o molho de tomate acrescenta-
o
lhe o leite de coco. Deita o molho por cima do conte´ do da forma. Leva
u
ao forno at´ dourar.
e
Serve com couve cozida ou outros legumes.
Bacalhau vegetariano
Ingredientes:
1
2 kg de batatas
200g de repolho
300g de soja em cubos
1 pimento m´dio
e
2 cebolas m´dias
e
coentros q.b
200ml de natas de soja
200ml de leite de coco
1
2 copo de leite de soja
100g de azeitonas pretas
11
18. 1.5 Receitas alternativas 1 Ceia de Natal
sal q.b
azeite q.b
Prepara¸ao:
c˜
Lava bem as batatas e coze-as inteiras com pele. Depois descasca-as e
corta-as em rodelas grossas. Coze o repolho no vapor, com sal, ou em
pouca agua, cortado em peda¸os grandes.
´ c
`
A parte, p˜e a soja de molho e tempera-a a teu gosto.
o
Corta as cebolas em rodelas e o pimento as tiras finas e pica as azeitonas e
`
os coentros. Em seguida, numa forma de ir ao forno, disp˜e uma camada
o
de batatas, outra de repolho, a seguir uma de soja e uma de temperos e
assim sucessivamente at´ terminando com uma camada de batatas. Por
e
ultimo, mistura o leite de coco, o leite de soja e as natas e deita sobre
´
as camadas. Rega com um fio de azeite e leva ao forno para gratinar.
Serve quente.
Assado de seitan natal´
ıcio
Ingredientes:
400g de seitan
500g de batatas
250g de cenouras
3 colheres de sopa de pasta de piment˜o
a
1 ch´vena de azeite
a
1 cabe¸a de alhos
c
2 folhas de louro
1 colher de ch´ de pimenta
a
Prepara¸ao:
c˜
Aquece o forno a 180◦ C. Coloca numa travessa de ir ao forno o bocado de
seitan inteiro. Em volta p˜e as batatas cortadas aos cubos e as cenouras
o
as rodelas. Faz uns golpes na parte de cima do seitan e barra com a
`
pasta de piment˜o. Mistura o azeite com os alhos picados, a pimenta, a
a
folha de louro e o resto da pasta de piment˜o. Deita este molho por cima
a
do seitan, das batatas e das cenouras. Junta uma ch´vena de agua e leva
a ´
ao forno durante aproximadamente 1 hora. Vai controlando para ver se
12
19. 1 Ceia de Natal 1.5 Receitas alternativas
n˜o est´ demasiado seco. Se assim for, pode-se adicionar um pouco de
a a
agua.
´
Assado de nozes
Ingredientes:
4 cebolas m´dias
e
5 tomates
2 cenouras m´dias raladas
e
3 fatias de p˜o integral esfareladas
a
1
2 ch´vena de caldo de legumes
a
100g amˆndoas mo´
e ıdas
100g castanhas de caju mo´ ıdas
Prepara¸ao:
c˜
Num tacho, refoga as cebolas durante 5 minutos. Junta os tomates, a
cenoura ralada, o p˜o esfarelado e o caldo de legumes. Deixa cozinhar
a
cerca de 15 minutos. Junta o caju e as amˆndoas e coloca numa forma
e
de ir ao forma de bolo inglˆs. Assa no forno a 200 ◦ C durante meia hora.
e
13
20. 1.5 Receitas alternativas 1 Ceia de Natal
1.5.2 Sobremesas natal´
ıcias
Bolo de Natal
Ingredientes:
2 ch´venas de tˆmaras picadas sem os caro¸os
a a c
1
300ml de agua (podes substituir por 4 de brandy ou sherry)
´
175g de farinha integral
175g de frutas secas diversas
2 colheres de ch´ de fermento em p´
a o
1 colher de ch´ de especiarias a escolha
a `
4 colheres de sopa de sumo de laranja
Prepara¸ao:
c˜
Aquece as tˆmaras e a agua at´ que as tˆmaras estejam macias. Retira
a ´ e a
do lume e amassa-as com um garfo. Adiciona os restantes ingredientes
e mistura bem.
Coloca numa assadeira untada. Assa a 170 ◦ C durante 1h30 at´ que o
e
bolo esteja assado. Depois do bolo arrefecer podes derreter a¸ucar em
c´
agua quente e adicionar nozes picadas. Ainda quente deita sobre o bolo.
´
Para decorar podes usar amˆndoas, nozes ou castanhas do par´.
e a
Tronco de Natal
Ingredientes:
500g de castanhas
1 ch´vena de leite de soja
a
150g de chocolate escuro
100g de a¸ucar em p´
c´ o
100g de margarina de soja
Prepara¸ao:
c˜
Com a ajuda de uma faca faz dois golpes nas castanhas e ferve-as du-
rante cinco minutos. Escorre a agua e retira a pele das castanhas. Numa
´
ca¸arola coloca o leite de soja, o a¸ucar e depois as castanhas descas-
c c´
cadas. Deixa cozinhar em lume brando durante 30 minutos. Passa o
conte´ do da ca¸arola num passe-vite a fim de reduzir as castanhas a
u c
14
21. 1 Ceia de Natal 1.5 Receitas alternativas
pur´ e depois mistura-lhe a margarina de soja. Em lume brando, der-
e
rete o chocolate com duas colheres de agua.
´
Envolve a prepara¸ao das castanhas com o chocolate e mistura delicada-
c˜
mente, at´ obteres uma mistura homog´nea. Deita a mistura sobre uma
e e
folha de papel de alum´ınio e depois dobra-a em dois e levanta as pontas
para formar um rolo. Para refor¸ar o rolo, envolve a folha de alum´
c ınio
com uma folha de cart˜o.
a
Coloca no frigor´ıfico durante 5 horas. Quando o tronco estiver duro,
retira o alum´ınio e deixa a temperatura ambiente uma hora antes de
`
servir.
Tronco nevado
Ingredientes:
100g de castanhas
80g de tofu
80g de amˆndoas mo´
e ıdas
200g de avel˜s mo´
a ıdas
150g de a¸ucar mascavo
c´
4 fatias de p˜o integral
a
100g de farinha de alfarroba
150g de natas de soja
Prepara¸ao:
c˜
Faz um pequeno corte nas castanhas e coze-as. Depois retira-lhes a
casca, tritura-as mistura-as com o tofu, as amˆndoas, 3 das avel˜s, 100g
e 4 a
de a¸ucar e o p˜o at´ obteres uma massa firme e pastosa. Divide em
c´ a e
duas partes. Com uma delas, molda um cilindro que ser´ a parte interior
a
do tronco.
Junta ao resto da massa a alfarroba e estende a mistura sobre papel
vegetal, formando um rectˆngulo t˜o comprido como o cilindro anterior
a a
e com largura suficiente para o cobrir por completo (ser´ a “casca do
a
troco”). Coloca sobre a segunda massa o cilindro e enrola sem retirar o
papel vegetal, deixando os extremos do tronco destapados.
Coloca o tronco numa forma maior e mete no frigor´ ıfico durante 4 a 5h.
Bate as natas com as restantes avel˜s mo´
a ıdas e o a¸ucar e prepara um
c´
15
22. 1.5 Receitas alternativas 1 Ceia de Natal
creme.
Para servir, tira o tronco da forma e retira o papel. Coloca o tronco
numa travessa e cobre com creme.
Broas de ab´bora
o
Ingredientes:
1kg de ab´bora
o
1kg de farinha de trigo integral
400g de a¸ucar mascavado (facultativo)
c´
2 colheres de sopa de canela
frutos secos a gosto (amˆndoas, avel˜s, passas, figos, nozes)
e a
fermento de padeiro q.b
Prepara¸ao:
c˜
Coze a ab´bora com um pouco de sal. Depois escorre-a bem. Podes
o
deix´-la uns 15 minutos no escorredor para que saia o m´ximo de agua.
a a ´
Amassa-a com as m˜os at´ ficar uma papa. Junta o a¸ucar, a farinha e
a e c´
o fermento e continua a amassar com as m˜os.
a
Depois junta os frutos secos e a canela e amassa um pouco mais at´ a
e
massa come¸ar a formar umas bolas de ar. Deixa repousar cerca de duas
c
horas para que levede um pouco. Quando a massa tiver crescido, aquece
o forno a 180◦ C e come¸a a tender as broas.
c
Faz as broas pequeninas e coloca-as espa¸adas num tabuleiro de ir ao
c
forno. Leva ao forno durante 20-30 minutos. Quando as tirares embrulha-
as num pano at´ arrefecerem.
e
Rabanadas veganas
Ingredientes:
fatias de p˜o
a
a¸ucar q.b.
c´
cravinho q.b
canela q.b
leite de soja q.b.
16
23. 1 Ceia de Natal 1.5 Receitas alternativas
Prepara¸ao:
c˜
Faz uma calda de a¸ucar, agua, cravinho e canela. Molha o p˜o no leite
c´ ´ a
de soja, espreme e coloca-o na calda em lume brando.
Deixa cerca de trˆs minutos e vai retirando e colocando num escorredor
e
para retirar o excesso da calda.
Coloca num pirex e vai polvilhando com canela.
Se preferires, serve depois de colocar no frigor´
ıfico.
Azevias de batata-doce
Ingredientes:
Massa:
500g de farinha
1 ch´vena de azeite
a
5g de sal
3dl de agua
´
1 laranja (sumo)
1 pitada de canela
Recheio:
500g de batata-doce
200 g de a¸ucar
c´
1 pau de canela
casca de lim˜o q.b
a
100g de amˆndoas
e
Prepara¸ao:
c˜
Para a massa, come¸a por misturar a farinha, o sal e o azeite morno den-
c
tro de uma tigela. Trabalha a mistura at´ ficar areada. Adicione agua
e ´
aos poucos. Junta o sumo de laranja e a canela. Amassa at´ ficar uma
e
massa el´stica, enxuta e lisa. Cobre com um pl´stico e deixa descansar
a a
pelo menos uma hora.
Para o recheio, coze as batatas com pele. Descasca-as e faz pur´. Adi-
e
ciona ao pur´ o a¸ucar, o pau-de-canela e a casca de lim˜o. Leva a
e c´ a
cozer em lume brando, sem deixar de mexer, at´ engrossar. Junta as
e
amˆndoas picadas. Deixa arrefecer.
e
Depois estende a massa com o aux´ de um rolo, at´ a espessura de
ılio e `
17
24. 1.5 Receitas alternativas 1 Ceia de Natal
dois mil´
ımetros. Corta c´
ırculos de dez cent´
ımetros de diˆmetro. Coloca
a
uma colherada de recheio no centro e dobra em forma de meia lua. Frita
em oleo quente, escorre e passa por a¸ucar e canela. Coloca num prato
´ c´
para servir.
Filh´s de ab´bora
o o
Ingredientes:
1kg de ab´bora
o
1kg de farinha de trigo integral
fermento de padeiro q.b
raspa de lim˜o ou de laranja
a
azeite q.b
Prepara¸ao:
c˜
Coze a ab´bora com um pouco de sal e escorre-a bem. Junta a farinha,
o
o fermento (dissolvido com agua da cozedura da ab´bora) e a raspa de
´ o
lim˜o e mistura bem.
a
Aquece numa frigideira o azeite e com a ajuda de uma colher come¸a a
c
fritar a massa. Vai colocando no azeite bem quente colheres da massa.
Vira quando come¸arem a ficar douradinhas. Quando estiverem feitas
c
coloca-as num prato com papel de cozinha que absorva o excesso de
azeite.
Coscar˜es
o
Ingredientes:
1kg de farinha de trigo
0,5 l de agua
´
200g de margarina ou 1,5 dl de azeite
1 colher de fermento
2 cascas de laranja
1 pau de canela
oleo q.b
´
a¸ucar q.b
c´
18
25. 1 Ceia de Natal 1.5 Receitas alternativas
Prepara¸ao:c˜
Ferve a agua com as cascas de laranja e o pau de canela. P˜e a margarina
´ o
a derreter noutro tacho. Quando a agua estiver a ferver apaga o lume,
´
retira-lhe as cascas de laranja e o pau de canela e depois junta-a com a
margarina ou azeite.
P˜e a farinha numa ta¸a grande e junta bem com a margarina ou o
o c
azeite. Amassa muito bem. Com a ajuda de um rolo de cozinha estende
a massa e corta-a em pequenos rectˆngulos.
a
Numa frigideira grande aquece oleo e coloca os rectˆngulos de massa.
´ a
`
A medida que v˜o ficando dourados vira-os e, quando estiverem fritos,
a
coloca-os sobre o prato com papel absorvente.
Depois de fritos polvilha os coscar˜es com a¸ucar.
o c´
19
26. Cap´
ıtulo 2
Bebidas festivas
2.1 Bebidas alco´licas
o
O consumo de alcool tem uma componente social importante com os
´
seus respectivos benef´ıcios e desvantagens. O estilo de vida vegano n˜o
a
exclui, por isso, as bebidas alco´licas em geral, mas apenas aquelas que
o
contˆm mat´rias primas ou auxiliares de origem animal. O uso de produ-
e e
tos derivados animal na produ¸ao de bebidas alco´licas ´ razoavelmente
c˜ o e
difundido, n˜o porque n˜o existam alternativas, mas porque tradicio-
a a
nalmente sempre foram usados e praticamente n˜o existem reclama¸oes
a c˜
por parte dos consumidores.
2.1.1 Cervejas
A cerveja ´ uma bebida que resulta da fermenta¸ao alco´lica por uma
e c˜ o
levedura seleccionada, de um mosto obtido a partir de mat´rias primas
e
vegetais, mas as quais se adicionam mat´rias auxiliares e/ou auxiliares
` e
tecnol´gicos, que, por vezes, s˜o derivados de animais.
o a
Regra geral, as cervejas condicionadas em barris s˜o clarificadas com
a
uma esp´cie de cola de peixe (“isinglass”). Essa cola de peixe ´ uma
e e
forma de gelatina muito pura que se obtem a partir das bexigas de
alguns peixes de agua doce, especialmente do esturj˜o. As refina¸oes
´ a c˜
aceleram o processo que de outra forma ocorreria naturalmente.
20
27. 2 Bebidas festivas 2.1 Bebidas alco´licas
o
No entanto, cervejas em barris, em lata e algumas engarrafadas s˜o a
j´ frequentemente filtradas sem o uso de qualquer substˆncia animal. O
a a
unico ingrediente possivelmente derivado de animal usado na produ¸ao
´ c˜
de cervejas de barril ´ o E471. As refina¸oes derivadas de animal conti-
e c˜
nuam, no entanto, ainda a ser usadas em todas as cervejas de produ¸ao c˜
Guinness e Bass. Por sua vez, as cervejas sem alcool s˜o geralmente
´ a
filtradas a frio, mas algumas podem envolver o uso de “cola de peixe”.
As cervejas a venda em Portugal s˜o, na sua maioria, veganas. Po-
` a
dendo, no entanto, por vezes, no seu processo de fabrico serem utilizados
filtros de gelatina de porco.
A Central de Cervejas, uma das maiores produtoras de cerveja em
Portugal, garante que todas as cervejas a´ produzidas s˜o veganas. Tanto
ı a
os produtos principais, como os aditivos e os auxiliares tecnol´gicos s˜o
o a
de origem vegetal.
Marcas Veganas:
• Sagres; • Sporting; • Fosters;
• Sagres Preta; • F. C. Porto; • Heineken;
• Budweiser;
• Jansen; • Cergal;
• Kronenbourg
• Imperial; • S˜o Jorge;
a
1664;
• Golden Beer; • Top´zio;
a • Wilford;
• Benfica; ´
• Onix; • BUD.
2.1.2 Vinhos
A maioria dos vinhos, ap´s a fermenta¸ao, ´ refinado usando um dos
o c˜ e
seguintes produtos de origem animal: sangue (n˜o para dar cor, mas para
a
clarificar; mas actualmente j´ raramente usado), medula ossea, quitina
a ´
(base orgˆnica das partes duras dos insectos e crust´ceos como camar˜es
a a o
e caranguejos), albumina de ovo, oleo de peixe, gelatina (geleia obtida
´
21
28. 2.1 Bebidas alco´licas
o 2 Bebidas festivas
pela fervura de tecidos animais como a pele, tend˜es, ligamentos, etc, ou
o
ossos), cola de peixe, leite ou case´
ına. Alternativas n˜o-animais incluem
a
pedra calc´ria, caulino e ”kieslguhr”(argilas), case´ de plantas, gel de
a ına
s´
ılica e placas vegetais.
Nos grandes supermercados j´ ´ poss´ encontrar algumas marcas
ae ıvel
de vinhos veganos.
Marcas veganas:
• Cormaieur; • Vinhos da Adega Coopera-
tiva da Covilh˜ e, provavel-
a
• Miolo;
mente, da maioria das adegas
• Piagentini; cooperativas.
• Valduga;
2.1.3 Bebidas espirituosas
A produ¸ao da maioria das bebidas espirituosas n˜o parece envolver o
c˜ a
uso de quaisquer substˆncias animais. O vodka, que antes usava produ-
a
tos de origem animal, ´ actualmente filtrado usando carv˜o de lenha.
e a
No entanto, tudo leva a crer que a maioria das marcas de Vinho do
Porto envelhecem o vinho com carne de porco, pelo que, provavelmente,
n˜o ser´ uma bebida vegana.
a a
Tamb´m Martini Rosso e Campari, assim como outras bebidas ver-
e
melhas, n˜o s˜o veganas por causa do E120 (insectos esmagados - co-
a a
rante vermelho) que ´ usado na produ¸ao da bebida. Outro aspecto a
e c˜
ter em conta ´ que a algumas bebidas espirituosas pode ser adicionado
e
a¸ucar refinado (de cana), o qual ´ ainda, por vezes, refinado com ossos
c´ e
de bovinos (apenas o a¸ucar de beterraba ´ garantidamente vegano).
c´ e
Para quem quiser obter informa¸oes fidedignas, o aconselh´vel ´ con-
c˜ a e
tactar as empresas produtoras das bebidas alco´licas, de forma a conhe-
o
cer a origem dos produtos usados no fabrico das bebidas.
22
29. 2 Bebidas festivas 2.2 Sumos naturais
Marcas veganas:
• Cockspur Rum; • Popov Vodka;
• Cointreau; • Romana Sambuca;
• Croft Vintage Port;
• Sappline Gin;
• Gilbeys Gin;
• Singleton Whisky;
• Jack Daniels;
• Smirnoff vodkas;
• JB Whisky;
• Malibu; • Southern Comfort;
• Metaxa; • Safeways all spirits.
2.1.4 Ressaca
Se se exceder na quantidade de bebida ingerida, tamb´m n˜o ´ preciso
e a e
recorrer a medicamentos ou a produtos de origem animal para curar a
ressaca.
A melhor cura vegetariana para a ressaca ´ um batido feito com
e
bananas, leite de soja, mel, amˆndoas mo´
e ıdas. Coloca-se tudo no liqui-
dificador e bate-se.
2.2 Sumos naturais
Muitas combina¸oes de frutas e legumes podem ser transformadas em
c˜
bebidas refrescantes e saud´veis. Sem esquecer da regra b´sica que ´ o
a a e
uso de agua filtrada na prepara¸ao, os sumos s˜o uma solu¸ao pr´tica de
´ c˜ a c˜ a
unir o essencial ao agrad´vel. Podemos prepar´-los variando cor, sabor
a a
e textura: agua, frutas e legumes s˜o alimentos indispens´veis para uma
´ a a
boa alimenta¸ao. O corpo humano necessita de hidrata¸ao, uma vez que
c˜ c˜
a agua desempenha um papel vital no organismo. Ela ´ necess´ria para
´ e a
23
30. 2.2 Sumos naturais 2 Bebidas festivas
a digest˜o de alimentos e, entre outras fun¸oes, ajuda a manter est´vel a
a c˜ a
temperatura do corpo. J´ as frutas e os legumes s˜o ricos em vitaminas,
a a
minerais e muitos outros nutrientes que protegem o nosso organismo
contra doen¸as, al´m de fornecerem energia para realizar tarefas.
c e
Qualquer pessoa, independentemente da quantidade de informa¸ao c˜
de que disp˜e, saber´ dizer que um sumo natural ´ mais rico em termos
o a e
nutricionais, e menos prejudicial para o organismo do que um refrige-
rante. No entanto, consomem-se muito mais refrigerantes do que outras
bebidas mais saud´veis.
a
Os refrigerantes contˆm muitos aditivos e a¸ucar e n˜o possuem pra-
e c´ a
ticamente sumo de fruta. Os aditivos s˜o utilizados para aumentar a
a
durabilidade, para dar bom aspecto e para disfar¸ar a pobreza de um
c
produto. As colas tˆm cafe´
e ına, um forte estimulante, e os refrigeran-
tes gaseificados possuem gases que irritam o estˆmago, provocam gases
o
no aparelho digestivo e sobrecarregam de trabalho os rins. Nas bebi-
das light, substitui-se o a¸ucar por edulcorantes ou seja, diminui-se o
c´
valor cal´rico, mas aumenta-se a quantidade de aditivos. Os n´ctares
o e
contˆm entre 25 e 50% de fruta, mas, no entanto, ´-lhes adicionado muito
e e
a¸ucar. Os xaropes ou concentrados de fruta tˆm, tamb´m, muitos adi-
c´ e e
tivos e uma grande quantidade de a¸ucar. Esta diminui com a dilui¸ao,
c´ c˜
mas tamb´m diminui a quantidade de sumo, que j´ n˜o era elevada.
e a a
A pasteuriza¸ao, que permite prolongar o per´
c˜ ıodo de vida do sumo,
altera-lhe o sabor. Os sumos “100 por cento”, tal como os que s˜o feitos
a
na hora, conservam os nutrientes da fruta a excep¸ao das fibras. Con-
` c˜
tudo, os sumos naturais possuem uma quantidade desej´vel de vitamina
a
C.Os n´ ıveis de vitamina C no sangue est˜o correlacionados com um risco
a
menor de cancro e de doen¸as coron´rias.
c a
Um sumo fresco, ingerido imediatamente ap´s ser feito, cont´m cerca
o e
de 95% do valor aliment´ da fruta ou do legume utilizado. Quem ga-
ıcio
nha ´ o organismo que recebe os melhores nutrientes, isto ´, vitaminas e
e e
sais minerais, e fica com mais defesas naturais. Pesquisas recentes, de-
monstraram que o beta-caroteno, um antioxidante presente em in´ merosu
tipos de frutas e vegetais, tem um papel muito importante na preven¸ao c˜
de doen¸as, pois defende as c´lulas e neutraliza as mol´culas nocivas.
c e e
Se compreendermos o real perigo que os refrigerantes representam
24
31. 2 Bebidas festivas 2.2 Sumos naturais
na dieta alimentar, por causarem desequil´ ıbrios nutricionais e falta de
apetite, por se tornarem habituais, por serem os principais respons´veis
a
pelo aparecimento, precoce e grave, da c´rie dent´ria, percebemos que o
a a
a ´
seu consumo n˜o faz sentido. E verdade que ´ dif´ resistir ao marketing
e ıcil
que a ind´ stria e o com´rcio fazem, mas s´ a n´s cabe a decis˜o de seguir
u e o o a
pelo caminho mais correcto.
Os sumos naturais de fruta, devem servir para substituir os refrige-
rantes e bebidas similares, mas nunca para substituir a agua e a fruta.
´
Sugest˜es de sumos naturais ou
o n´ctares verdes :
e
Sumo de Espinafre e Cenoura
250g de espinafres frescos e lavados
6 cenouras
Prepara¸ao:
c˜
Coloca os espinafres num copo misturador e, de seguida adiciona as
cenouras uma a uma.
Sumo de Agri˜o e Ma¸a
a c˜
150g de agri˜o
a
2 ma¸as vermelhas
c˜
Prepara¸ao:
c˜
Coloca o agri˜o fresco e lavado no copo misturador. Descasca as ma¸as
a c˜
e coloca-as tamb´m.
e
25
32. Cap´
ıtulo 3
Decora¸˜o da casa
ca
3.1 Arranjos de mesa
Deve evitar-se azevinho natural nos arranjos para a mesa de Natal, pois
´ uma planta amea¸ada de extin¸ao. J´ existem alternativas artificiais,
e c c˜ a
assim como outros arbustos igualmente bonitos.
3.2 Velas
Tamb´m na escolha de velas, um vegano tem de estar atento, pois a
e
maioria cont´m gelatina ou cera de abelhas.
e
Em http://www.veganessentials.com e em http://www.veganstore.com
encontram-se algumas op¸oes veganas.
c˜
3.3 ´
Arvore de Natal
Na escolha da arvore de Natal tamb´m se deve ter alguma aten¸ao e
´ e c˜
obter informa¸oes de forma a saber se n˜o se est´ a prejudicar a flo-
c˜ a a
resta. Talvez a escolha de um pinheiro artificial seja mais econ´mica e
o
ecol´gica. No entanto, se se escolher um pinheiro natural, ´ preciso ter
o e
cuidado com o destino a dar-lhe no final da ´poca natal´
e ıcia.
26
33. Cap´
ıtulo 4
Presentes
Na escolha dos presentes tamb´m ´ preciso alguma cuidado, sobretudo
e e
se se decidir comprar alguma pe¸a de vestu´rio ou de marroquinaria.
c a
Um vegano tem de estar atento de forma a evitar produtos com pele,
seda ou l˜ e produtos que sejam testados em animais (em
a
http://www.centrovegetariano.org/index.php? id=43 vˆ a lista de em-
e
presas que n˜o testam em animais) ou que incluam algum ingrediente
a
de origem animal.
Devem preferir-se presentes que sejam ecol´gicos, n˜o impliquem ex-
o a
plora¸ao animal, n˜o sejam maus para a sa´ de e cuja produ¸ao n˜o
c˜ a u c˜ a
advenha da explora¸ao de m˜o-de-obra (sobretudo infantil, muito fre-
c˜ a
quente em produtos “made in” pa´ asi´ticos).
ıses a
Nesta ´poca pode aproveitar-se para se oferecer livros de cozinha ve-
e
getariana (vˆ sugest˜es de t´
e o ıtulos em
http://www.centrovegetariano.org/index.php? id=228) ou outros rela-
cionados com o vegetarianismo.
Tamb´m se pode optar por comprar um filme ou DVD que aborde
e
por exemplo a tem´tica da sa´ de, da defesa animal ou do meio-ambiente
a u
(por exemplo: “Big Size Me”, “A Fuga das Galinhas”, “O Dia Depois
de Amanh˜”).a
Existem tamb´m a venda produtos de associa¸oes de direitos dos
e ` c˜
animais, ambientais ou humanit´rias. Entre esses produtos encontram-
a
se Cd’s de m´ sica, artesanato, t-shirts ou sweat-shirts. Pode-se deste
u
27
34. 4 Presentes
modo comprar coisas uteis ao mesmo tempo que se est´ a contribuir
´ a
para uma boa causa. Se se fizerem compras em lojas de com´rcio justo
e
est´-se igualmente a optar por presentes mais ´ticos e ecol´gicos.
a e o
Pode ainda optar-se por se fazerem os presentes que vamos oferecer.
Aproveitando-se materiais aparentemente sem utilidade podem obter-se
objectos bonitos e funcionais (molduras, brinquedos, etc.). Em
http://gaia.org.pt/econatal encontras muitas sugest˜es.
o
Outra alternativa pode ser oferecer um c˜o ou um gato que esteja
a
numa associa¸ao ou canil municipal. Na certeza de que se proporciona
c˜
felicidade tanto a quem o recebe como ao animal.
Algumas associa¸oes de apoio aos animais oferecem ainda a possibi-
c˜
lidade de se apadrinhar um bicho (por exemplo, a Uni˜o Zo´fila -
a o
http://www.uniaozoofila.org -, a Associa¸ao dos Amigos dos Animais
c˜
de Vila Franca de Xira - http://www.aaavfx.org - ou a Associa¸ao de
c˜
Protec¸ao aos C˜es Abandonados - http://www.apca.org.pt). Oferecer
c˜ a
um afilhado pode ser o presente ideal para quem gosta de animais, mas
n˜o tem possibilidades de os acolher em casa. Desta forma sabe-se que
a
durante o tempo de apadrinhamento nada faltar´ ao afilhado.
a
Embrulhos
Tamb´m se deve tentar economizar a quantidade de papel e de la¸os
e c
a usar nos embrulhos. E quando se desembrulharem os presentes deve
ter-se cuidado para n˜o rasgar os pap´is, ´ prefer´ retirar a fita-cola
a e e ıvel
com cuidado de forma a n˜o estragar o papel.
a
Existem algumas solu¸oes mais ecol´gicas quanto ao destino a dar
c˜ o
a estes pap´is ap´s o dia de Natal. Mais interessante do que queim´-
e o a
los ou coloc´-los no primeiro recipiente do lixo que encontramos ser´
a a
guard´-los para os embrulhos do pr´ximo ano, coloc´-los para reciclar ou
a o a
aproveit´-los para um trabalho de bricolage, decora¸ao ou simplesmente
a c˜
para forrar uma gaveta do arm´rio.
a
28
35. 4 Presentes 4.1 Vestu´rio e cal¸ado
a c
4.1 Vestu´rio e cal¸ado
a c
Existem v´rias substˆncias extra´
a a ıdas de animais que s˜o usadas no
a
vestu´rio e no cal¸ado. No entanto, existem j´ muitas alternativas.
a c a
Cashmere
A l˜ de cabra cashmere ´ usada em roupas.
a e
Alternativas: fibras sint´ticas.
e
Couro, Camur¸a, Peles (carneiro, jacar´)
c e
Usados para fazerem carteiras, bolsas, estofos de carros, roupas em geral,
sapatos, etc.
Alternativas: algod˜o, canas, nylon, vinil, ultrasuede e outros tecidos
a
sint´ticos.
e
L˜a
As ovelhas s˜o criadas para serem lanzudas de modo n˜o natural, e
a a
para a l˜ ser ondulada de modo n˜o natural, o que causa infesta¸oes
a a c˜
de insectos ao redor da cauda. A solu¸ao dos fazendeiros ´ o doloroso
c˜ e
corte da area ao redor da cauda. Na tosquia as ovelhas s˜o presas com
´ a
violˆncia e tosquiadas rudemente. Por vezes a sua pele tamb´m fica
e e
com cortes. Todos os anos, centenas de milhares de ovelhas tosquiadas
morrem por exposi¸ao ao frio. A produ¸ao de l˜ utiliza ainda enormes
c˜ c˜ a
quantidades de recursos e energia (para procriar, tosquiar, transportar
e abater as ovelhas). Alguns derivados da l˜ s˜o a lanolina, a graxa de
a a
l˜ e a gordura de l˜.
a a
Alternativas: algod˜o, flanela, fibras sint´ticas.
a e
Penugem
Penugem isolante extra´ de gansos ou de patos abatidos ou explorados
ıda
´
cruelmente. E usada como isolante em parkas, colchas, cobertores, sacos-
cama, almofadas, etc.
Alternativas: poliester e substitutos sint´ticos, paina (fibra sedosa da
e
semente de arvores tropicais).
´
Seda
´
E a fibra brilhante feita pelos bicho-da-seda para formarem os seus ca-
sulos. Os bichos s˜o fervidos para retirar a fibra.
a
29
36. 4.1 Vestu´rio e cal¸ado
a c 4 Presentes
Tafet´ tanto pode ser feito de seda como de nylon.
a
Alternativas: nylon, paina, seda sint´tica.
e
4.1.1 A Ind´stria de peles
u
A ind´ stria das peles sacrifica milhares de animais todos os anos. Cada
u
casaco de pele representa a morte de v´rios animais, sejam estes cap-
a
turados no seu habitat natural ou criados em cativeiro. Nem mesmo
as esp´cies protegidas ou os animais de estima¸ao est˜o a salvo desta
e c˜ a
ind´ stria que move milh˜es.
u o
As peles de animais s˜o utilizadas principalmente na fabrica¸ao de
a c˜
vestu´rio (sobretudo casacos), cal¸ado, estofos e marroquinaria.
a c
Um dos m´todos mais cru´is ´ a ca¸a com armadilhas. Os animais
e e e c
capturados nas armadilhas passam dias e por vezes semanas em ago-
nia, antes de finalmente morrerem. Muitos chegam mesmo a roer os
seus pr´prios membros tentando salvar-se. Al´m de tudo isto muitos
o e
dos animais que caem nas armadilhas n˜o s˜o as esp´cies visadas pela
a a e
ind´ stria, e s˜o por isso tratados como desperd´
u a ıcios. Desta forma, menos
de metade dos animais que s˜o capturados com armadilhas nem sequer
a
chegam a ser utilizados pela ind´ stria peleira.
u
Outro m´todo utilizado pela ind´ stria das peles ´ a cria¸ao de ani-
e u e c˜
mais em cativeiro. Esta n˜o ´ uma forma menos cruel, pois os animais
a e
mal atingem um ano de vida s˜o mortos. S˜o aprisionados em pequenas
a a
jaulas met´licas em condi¸oes imundas e expostos ao frio e ao calor. Nem
a c˜
sequer existem leis que protejem o abate destes animais. Os m´todos e
mais utilizados s˜o: asfixia, electrochoque genital, injec¸ao de veneno e
a c˜
quebra do pesco¸o. Estes processos s˜o vantajosos do ponto de vista do
c a
criador, pois assim a pele n˜o fica danificada.
a
A Funda¸ao Brigitte Bardot vem lutando h´ alguns anos contra a
c˜ a
morte cruel de beb´s focas. Todos os anos, no Canad´ e em diversos ou-
e a
tros pa´ıses, centenas destes animais s˜o mortos a paulada. Desta forma
a `
a ind´ stria das peles consegue remover toda a pele do animal, obtendo
u
um melhor aproveitamento e uma consequente mais valia econ´mica. O o
principal mercado da pele de foca ´ a fabrica¸ao de casacos de peles.
e c˜
Uma investiga¸ao feita em sigilo, durante dezoito meses, expˆs tamb´m
c˜ o e
30
37. 4 Presentes 4.1 Vestu´rio e cal¸ado
a c
um dos segredos da ind´ stria global de peles: o assassinato de animais
u
de estima¸ao (c˜es e gatos). Os investigadores estimam que mais de 2
c˜ a
milh˜es de c˜es e gatos s˜o mortos anualmente. A investiga¸ao foi rea-
o a a c˜
lizada em conjunto pela Humane Society dos Estados Unidos/Humane
Society Internacional (HSUS/HIS) e por Manfred Karremann, um jor-
nalista alem˜o independente.
a
A realidade ´ que muitas vezes as etiquetas n˜o indicam a origem das
e a
peles, e mesmo quando indicam nem sempre a indica¸ao ´ verdadeira.
c˜ e
A China ´ o maior exportador de roupas e brinquedos feitos com pele
e
de c˜es e gatos, com etiquetas suspeitas.
a
31
38. 4.2 Cosm´ticos
e 4 Presentes
4.2 Cosm´ticos
e
Muitos dos produtos usados na cosm´tica s˜o extra´
e a ıdos dos mais vari-
ados animais. Estas substˆncias aparecem na lista de ingredientes de
a
champˆs, sabonetes, perfumes, apesar de existirem muitas alternativas
o
sint´ticas ou de origem vegetal.
e
´
Acido Capr´ ılico
´
Acido l´
ıquido e gorduroso do leite de vaca ou cabra. Encontrado em
perfumes e sabonetes. Possui derivados, como o Triglicer´ıdeo Capr´
ılico.
Alternativas: fontes vegetais, como oleo de palma e de coco.
´
´
Acidos Graxos Naturais
Pode ser composto de sebo bovino.
´
Acido Este´rico
a
Gordura de vacas e ovelhas e por vezes tamb´m de c˜es e gatos sacrifica-
e a
dos. Na maioria das vezes refere-se a uma substˆncia gordurosa tirada
a
do estˆmago dos porcos. Pode provocar irrita¸oes. Usado em sabonetes,
o c˜
lubrificantes, velas, spray de cabelo, condicionadores, desodorizantes e
cremes. Possui diversos derivados, como os estearatos.
Alternativas: gorduras vegetais, como a noz de coco.
´
Alcool Cet´ ılico
Cera encontrada no espermacete (cetina) do esperma de baleias e golfi-
nhos.
Alternativas: alcool cet´
´ ılico vegetal (ex: noz de coco), espermacete sint´tico.
e
Alb´ men, Albumina
u
Proveniente de ovos, leite, m´ sculos, sangue e v´rios tecidos e flu´
u a ıdos
vegetais. Em cosm´ticos a albumina geralmente ´ derivada de claras de
e e
ovos e usada como agente coagulante. Pode causar reac¸oes al´rgicas.
c˜ e
Alm´ ıscar, Almiscareiro
Secre¸ao seca obtida dolorosamente dos org˜os genitais do cervo almisca-
c˜ ´ a
reiro, do castor, do rato silvestre e de outros animais. Os gatos selvagens
32
39. 4 Presentes 4.2 Cosm´ticos
e
s˜o capturados, mantidos em gaiolas em condi¸oes horr´
a c˜ ıveis e s˜o chi-
a
coteados ao redor dos genitais para produzirem o odor. Os castores s˜o
a
apanhados em armadilhas e os cervos s˜o ca¸ados com tiros. Este oleo
a c ´
´ usado na fabrica¸ao de perfumes.
e c˜
Alternativas: plantas com odor almiscarado.
Amino´cidos
a
Blocos construtores de prote´ em todos os animais e plantas.
ına
Alternativas: sint´ticos e vegetais.
e
Amino´cido da Seda
a
Para a produ¸ao da seda o casulo ´ fervido com a larva dentro.
c˜ e
´
Carmim, Cochonilha, Acido Carm´ ınico, E120
Pigmento vermelho obtido atrav´s da compress˜o da fˆmea do insecto
e a e
cochonilha. Usado em cosm´ticos, champˆs, etc. Pode causar reac¸ao
e o c˜
al´rgica.
e
Alternativas: sumo de beterraba.
Case´ ına, S´dio Caseinado
o
Prote´ do leite usado em v´rios cosm´ticos para cabelo, m´scaras para
ına a e a
pele, etc.
Alternativas: prote´ de soja, leite vegetal.
ına
Cera de Abelha, Gel´ia Real, Mel, P´len, Pr´polis
e o o
A produ¸ao de mel tamb´m ´ respons´vel pela crueldade com animais.
c˜ e e a
Muitos criadores matam as abelhas no Inverno para n˜o terem que gas-
a
tar para protegˆ-las do frio. Para inseminar artificialmente as abelhas
e
rainhas ´ tirado esperma do zang˜o esmagando-lhe a cabe¸a. A deca-
e a c
pita¸ao gera um impulso el´ctrico t˜o forte que o animal ejacula.
c˜ e a
Col´geno
a
Prote´ fibrosa, de natureza mucopolissacar´
ına ıdica, que ´ constituinte
e
essencial da substˆncia intercelular do tecido conjuntivo. Geralmente
a
proveniente de animais. N˜o afecta o colag´nio da pele. Pode causar
a e
alergias.
Alternativas: prote´ da soja, oleo de amˆndoas, etc.
ına ´ e
33
40. 4.2 Cosm´ticos
e 4 Presentes
Elastina
Prote´ el´stica, encontrada nos ligamentos do pesco¸o e nas paredes
ına a c
arteriais das vacas. Similar ao colag´nio. N˜o afecta a elasticidade da
e a
pele.
Alternativas: sint´tica, prote´ de fontes vegetais.
e ına
Esqualeno
´
Oleo de f´ıgado de tubar˜o. Usado em hidratantes, tinta de cabelo, etc.
a
Alternativas: vegetais emolientes como azeite, oleo de g´rmen de trigo,
´ e
oleo de farelo de arroz, etc.
´
Esterol
Uma mistura de alcoois s´lidos. Pode ser obtido do oleo de esperma de
´ o ´
baleia. Usado em cremes, champˆs, etc. Possu´ diversos derivados.
o ı
Alternativas: fontes vegetais, acido este´rico vegetal.
´ a
Ester´ide, Esterol
o
De v´rias glˆndulas de animais ou de fontes vegetais. Ester´ides inclui
a a o
ester´is que s˜o alcoois de animais ou plantas (ex: colesterol). Usado
o a ´
em cremes, lo¸oes, condicionadores de cabelo, perfumes, etc.
c˜
Alternativas: fontes vegetais e sint´ticas.
e
Estrog´nio, Estradiol
e
Hormona feminina obtida da urina de ´guas gr´vidas. Usada em cremes,
e a
perfumes e lo¸oes. Possui efeito insignificante em cremes e restauradores
c˜
da pele, mas fontes emolientes vegetais s˜o consideradas melhores.
a
“Fontes Naturais”
Pode significar fontes animais ou vegetais. Especialmente em cosm´ticos,
e
isso significa fontes animais, como elastina, gordura, prote´ e oleo
ına ´
animais.
Alternativas: fontes vegetais.
Gelatina, Gel
Prote´ obtida de pele, tend˜es, ligamentos e/ou ossos fervidos com
ına o
agua. Utilizada em champˆs, m´scaras faciais, e outros cosm´ticos.
´ o a e
34
41. 4 Presentes 4.2 Cosm´ticos
e
Alternativas: carragena, algas (algina, agar-agar, kelp), dextrina, goma
de algod˜o, gel de s´
a ılica.
Glicerina, Glicerol
Substˆncia l´
a ıquida, incolor e xaroposa, que ´ o princ´
e ıpio doce dos oleos
´
e a base dos corpos gordos conhecidos. Geralmente ´ produzida a partir
e
da gordura animal.
Alternativas: glicerina vegetal e sint´tica.
e
Goma Laca
Excre¸ao resinosa de determinados insectos. Utilizada em lacas para
c˜
cabelo.
Alternativas: cera de plantas.
Lactose
A¸ucar do leite dos mam´
c´ ıferos.
Alternativas: a¸ucar de plantas.
c´
Lanolina e Crodalan LA
O Crodalan LA ´ um derivado de Lanolina e consequentemente de graxa
e
de l˜, que ´ a mat´ria-prima principal para a fabrica¸ao da Lanolina.
a e e c˜
Esta graxa de l˜ ´ um res´
ae ıduo obtido na lavagem da l˜ do carneiro, onde
a
a l˜ ´ direccionada aos lanif´
ae ıcios e o subproduto (graxa) ´ utilizado na
e
produ¸ao de Lanolina. Tˆm-se criado esp´cies de ovelhas que produzem
c˜ e e
l˜ em excesso. Isso faz com que muitas morram de calor no Ver˜o,
a a
enquanto outras morrem de frio no Inverno depois de terem a sua l˜ a
extra´ıda.
P´ de Seda
o
Seda ´ a fibra brilhante feita pelo bicho-da-seda para formar seus casulo.
e
Os bichos s˜o fervidos para se lhes retirar a fibra. P´ de seda ´ obtido da
a o e
c˜ ´
secre¸ao do bicho-da-seda. E usado como corante em p´s faciais, sabo-
o
netes, etc. Pode causar reac¸ao al´rgica na pele e reac¸oes sistem´ticas
c˜ e c˜ a
(por inala¸ao ou ingest˜o).
c˜ a
Progesterona
Hormona utilizada em cremes anti-rugas.
Alternativas: sint´tico.
e
35
42. 4.2 Cosm´ticos
e 4 Presentes
Queratina
Prote´ insol´ vel, principal constituinte da epiderme, unhas, pˆlos, te-
ına u e
cidos c´rneos e esmalte dos dentes. Pode ser obtida nos chifres, cascos,
o
penas e pˆlo de v´rios animais. Utilizada em condicionadores de cabelo,
e a
champˆs, solu¸oes para permanente.
o c˜
Alternativas: oleo de amˆndoas, prote´ de soja, oleo de amla (fruto de
´ e ına ´
uma arvore indiana), cabelo humano proveniente de sal˜es (que iriam
´ o
para o lixo). O alecrim e a urtiga d˜o corpo e for¸a aos cabelos.
a c
Tirosina
Amino´cido hidrolisado da case´
a ına. Utilizado em cremes.
Ur´ia, Carbamida
e
Excretada da urina e outros flu´
ıdos corp´reos. Usada em desodorizantes,
o
pasta de dentes com am´nia, enxaguantes bucais, tintura para cabelos,
o
a c˜ o ´ ´
cremes para m˜os, lo¸oes, champˆs, etc. Derivados: Acido Urico.
Alternativas: sint´ticos.
e
36
43. Publica¸oes galaxia-alfa.com
c˜
1. Introdu¸ao ao Vegetarianismo
c˜
2. Receitas Vegetarianas
3. Natal Vegetariano
4. Receitas para Coisas Doces
5. Soja e companhia: 69 receitas
www.centrovegetariano.org
* Pelo conhecimento, pela educa¸ao, por um mundo melhor *
c˜
44. A maioria das pessoas n˜o consegue imaginar uma Ceia de Natal
a
sem o tradicional bacalhau ou peru. Mas s˜o cada vez mais os
a
que optam por pratos alternativos e mais saud´veis.
a
Este livro mostra factos relativos a produtos consumidos no Natal
tradicional, mas tamb´m muitas alternativas para um Natal mais
e
saud´vel, mais ecol´gico e isento de explora¸ao animal. Inclui 13
a o c˜
receitas vegetarianas, optimas para substituir os tradicionais
´
pratos natal´ıcios.
O Centro Vegetariano nasceu no in´ de 2001, com o nome de
ıcio
galaxia-alfa.com, das conversas a mesa da cantina de um grupo
`
de ent˜o estudantes da Universidade de Coimbra. Constatando
a
a falta de informa¸ao em Portuguˆs de Portugal sobre o vegeta-
c˜ e
rianismo, a decis˜o foi criar uma p´gina web informativa, abran-
a a
gente e aberta a participa¸ao de todos.
` c˜
O Centro Vegetariano ´, pois, o resultado do esfor¸o volunt´rio
e c a
de muitas pessoas, tendo como objectivo principal a divulga¸ao
c˜
de informa¸oes sobre a alimenta¸ao e a filosofia veganas e vege-
c˜ c˜
tarianas.
Os ganhos da venda de produtos do centrovegetariano.org s˜o a
aplicados nas despesas de manuten¸ao do projecto, bem como em
c˜
apoio a institui¸oes que recolhem e tratam animais abandonados.
c˜
Natal Vegetariano — · — ISBN 972-8967-13-6