As relações públicas enfrentam preconceitos de serem vistas como lobby ou eventos sociais. O autor argumenta que a área se dedica principalmente à reputação das empresas. Ele também aponta que as relações públicas são criativas, mas raramente reconhecidas em prêmios de criatividade, que costumam ser ganhos por agências de publicidade. O artigo defende uma maior afirmação das relações públicas como indústria criativa.
2. VIPs +
As relações públicas vivem reféns de preconceitos que as categorizam num de dois
mundos: o da influência, do lobby e do imaginário dos spin doctors; e o dos eventos
(festas?) no qual a equação VIPs+Festa parece ser suficiente para se chamar a isso uma
“estratégia de relações públicas”.
3. Na realidade este é apenas um dos desconfortos das relações públicas. Como também o é
a crua avaliação de uma notícia com base em tabelas de publicidade ou a eterna
dependência da interpretação jornalística na perceção do que é uma boa ou má estratégia
de relações públicas.
São os nossos desconfortos, como todas as áreas os têm.
Estes não são, no entanto, os desconfortos que queremos abordar no âmbito das Noites
do Desconforto do CCP. Servem, isso sim, para relembrar que a nossa área, mais do que
produzir notícias ou envolver VIPs com marcas, gerem sobretudo:
5. Isto quer dizer que tão rapidamente estamos a apoiar o marketing no lançamento de um
produto, como no minuto a seguir a evitar perdas irreparáveis na imagem das empresas
que os detêm, por causa de uma crise mal gerida.
6. Mas, tendo em conta que o convite me foi feito pelo CCP, aproveito para explorar uma
relação que, se não é, devia ser motivo de desconforto para a área na qual trabalho:
8. À partida nenhum de nós duvida que as relações públicas são uma atividade criativa. E a
verdade é que o são. Mas somos péssimos a mostrá-lo. E se passarmos do “à partida”
para o “lembra-te lá de uma campanha de relações públicas criativa”, poucos se vão
recordar.
Não se trata de uma questão de eficácia ou de credibilidade do trabalho de relações
públicas. Esse é inquestionável. Trata-se de uma questão de afirmação como indústria
criativa, que inequivocamente também somos.
Haverá seguramente quem discorde e quem considere que está tudo bem nesta relação.
Vamos então analisar os principais eventos que premeiam a criatividade, tanto nacional
como internacionalmente.
Quem conquistou os prémios na categoria de relações públicas?
10. Eurobest 2012 – Grand Prix
Romanians are Smart
Agencia: BV McCann Erickson, Bucharest
11. Eurobest 2011 – Grand Prix
Switzerland Tourism: "Holidays without Internet“
Agencia: Spillmann Felser Leo Burnett
12. 2012 PR Lions
Banco Popular de Puerto Rico,
‘The Most Popular Song’
Agency: JWT Puerto Rico
2011 PR Lions
National Australia Bank, 'Break Up‘
Agency: CLEMENGER BBDO MELBOURNE,
AUSTRALIA
13. CRIATIVIDADE EM
RELAÇÕES PÚBLICAS
Fica para mim clara a pertinência desta discussão, liderada pelo CCP. Se por um lado os
principais eventos que premeiam a criatividade não hesitam em incluir categorias de
relações públicas, por outro estas são arrecadadas por agências… que não são de relações
públicas.
14. E é isto!
Além da afirmação das relações públicas enquanto indústria criativa, pretendemos
contribuir para que surjam mais profissionais desta área nesta orgia criativa que é o CCP.