O documento descreve a história da Cia Boi da Cara Preta, uma companhia de teatro fundada em Ilhéus, Bahia, em 2007. A companhia se apresenta com espetáculos inspirados na cultura popular brasileira, como o Auto do Boi da Cara Preta e Lendas da Lagoa Encantada. O texto fornece detalhes sobre as montagens, elencos e direção das peças realizadas pela companhia ao longo dos anos.
Auto do Boi da Cara Preta e as Lendas da Lagoa Encantada
1. 2007 – O núcleo de teatro infanto-juvenil monta “Auto
do Boi da Cara Preta” texto de Romualdo Lisboa e
direção de Tânia Barbosa, porém não mais como TPI,
nasce com esse espetáculo a Cia Boi da Cara Preta.
Auto do Boi da Cara Preta
2008 / Texto de Romualdo Lisboa
Direção de Tânia Barbosa
2. O espetáculo
Inspirado no auto popular do Boi de Bumba,
o Auto do Boi da Cara Preta é parte do
processo de investigação da Cia Boi da Cara
Preta. Um grupo de jovens atores que se
divertem com as descobertas e
ensinamentos passados pelos mais velhos,
aqueles mestres detentores dos saberes e
fazeres da cultura popular.
As músicas, as danças e o jogo do folguedo
foram transportados para o palco com
muito cuidado e respeito, levando-se em
consideração a necessidade de difundir
entre as novas gerações os elementos que
formam a nossa
identidade cultural e nos torna um povo
alegre e festeiro.
A Companhia
A Cia Boi da Cara Preta nasceu do Núcleo de
Teatro para Infância e a Juventude do Teatro
Popular de Ilhéus, e desde então tem na
cultura popular sua fonte de inspiração.
A necessidade constante de diálogo com o
público e a relação com o cotidiano tem
impulsionado o grupo às suas montagens.
O “Auto do Boi da Cara Preta” estreou em
2007 e se mantém em cartaz com
apresentações em bairros e distritos de
Ilhéus.
Atualmente a companhia ensaia o
espetáculo "Lendas da Lagoa", que faz uma
viagem pelo imaginário dos moradores da
Lagoa Encantada, distrito de Ilhéus,
localidade de beleza natural exuberante e
manifestações culturais riquíssimas.
3. Ficha Técnica
Direção .......................................................................................... Tânia Barbosa
Texto ........................................................................................ Romualdo Lisboa
Musica original............................................................... Antônio Melo e Cabeça
Produção .............................................. Rogério Matos
Figurinos ................................................................ O Grupo
Adereços ............................ Jaco, Romualdo Lisboa, Justino Vianna e C. Makalé
Iluminação e cenotécnica ..................................................... Ely Izidro
Elenco ........................................................ Guilherme Bruno
Amauri Oliveira
Geisa Pena
Cabeça
Larissa Paixão
Pablo Lisboa
Ely Izidro
Ruan Lisboa
Potira Castro
4. Em março de 2012, a Cia Boi da Cara Preta estreia seu mais novo espetáculo,
formado por um grupo de jovens atores que se dedicam à retomada das
manifestações e elementos da identidade cultural da região cacaueira. A
montagem do espetáculo além de promover a relação do povo com o seu
ambiente cotidiano, permite a partir da tradição local que às novas gerações
tenham a oportunidade de conhecer todos os encantos deste lugar mágico
chamado Lagoa Encantada. É um Musical que viaja no mundo imaginário das
lendas como: a iara, Biatatá, Nego D’agua e outros que se reúnem para
proteger o lugar do Bicho Mondrongo Pramode Agarrabaldo. A montagem reúne
elementos da contação de história e uma interpretação ligada aos brincantes e
mestres da cultura popular. Texto de Romualdo Lisboa, músicas de Elielton
Cabeça e direção de Tânia Barbosa. Elenco : Antônio Melo, David Melo,
Dandara Duarte, Ed Paixão, Elisa Serafim, Fábio Nascimento, Geisa Pena,
Guilherme Matos, Márcia Mascarenhas, Monise Novaes, Pablo Lisboa e Ruan
Lisboa.
O espetáculo é patrocinado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia,
através do Edital Manoel Lopes Pontes - Apoio à montagem de espetáculos de
teatro no estado da Bahia.
5. Nêgo-D´Água, Caipora, Biatatá e a Mula-sem-cabeça estão reunidos com Mãe-
D'Água para decidir o futuro. Eles temem que o "progresso" afaste o coração
das novas gerações dos encantados, o que será o fim das Lendas e suas
histórias.
Mãe-D'Água, a sereia d'água doce, a Iara, lembra q n'outros tempos, o Bicho
Mondrongo, aquele que era chamado de Tupã-Cavalo - porque do umbigo pra
cima era gente, mas do umbigo pra baixo era bicho - escravizou negros, índios e
brancos, deu de taca no povo daqui e aprisionou Iara no fundo do rio com tantas
correntes e tantos cadeados que nem sucuriúba pode quebrar. Mas, eis que
aparece, o Menino do Céu, com a flor-surucucu. Um filho de Iara. O menino do
Céu lançou a flor-surucucu no fundo do rio e as correntes se quebraram. Ele
salvou Mãe-D'Água.
Agora, somente um descendente desse Menino do Céu pode salvar o mundo
dos encantados destes filhos do Mondrongo. A ele será dada a flor-surucucu,
para quem sabe, manter vivas as Lendas da Lagoa Encantada. No povoado da
Lagoa, homens e mulheres, pescadores, agricultores e marisqueiros, que
vivem do cacau e da pesca, acordam um belo dia com a notícia de que passará
por ali uma estrada de ferro. É o progresso! Uns são contra, outros são a favor:
O problema é que Pramode Agarrabaldo quer construir a estação do trem
justamente no lugar onde acontece a maior e mais tradicional festa de lá: o
Terno de Reis.