4. Introdução
FDA (EUA) período 1988 – 1997:
Reportados mais de 2500 casos de
reações adversas
Relatadas 28 mortes por reações alérgicas
ao uso de produtos médicos contendo
látex natural
68% dos casos relacionados com luvas
5. Introdução
Látex Natural
Mistura complexa de partículas de borracha de forma
esférica de poli cis-isopreno dispersas em um meio
aquoso.
Excelente balanço de características físicas (tensão,
alongamento e resistência ao rasgo)
8. Introdução
Látex Natural
Usado em mais de 40 000 tipos de produtos e em
diversos tipos de aplicações
Artigos de Imersão
Elásticos
Espumas
Adesivos
Outros
10. Introdução
Artigos de Imersão
Processo de Fabricação
Formulação do composto de látex
Formação de filme
Imersão direta do molde
• Preservativos
Coagulação
• Luvas, Balões
11. Introdução
Artigos de Imersão
Considerados os principais focos de reações
alérgicas principalmente luvas de látex natural
Causas
Aumento de consumo de luvas devido ao aumento da
Incidência de casos de infecções tipo hepatite B (HBV),
hepatite C (HCV), e AIDS (HIV):
• Comunicado “Universal Precautions” - Centers for
Disease Control and Prevention (CDCP) in 1987
• Bloodborne Pathogens Standards - OSHA in 1992
Diminuição na qualidade do produto devido a
modificações no processo de fabricação (lixiviação)
13. Reações Cutâneas Adversas
ao Látex Natural
Tipos
Reação de Irritação ou Dermatite de Contato Irritante
Reações Alérgicas
Dermatite de Contato Alérgica
(Hipersensibilidade Retardada Tipo IV)
Alergia a proteínas de Látex Natural
(Hipersensibilidade Imediata Tipo I)
14. Irritação
Descrição
Reação não alérgica
Inflamação ou irritação da pele em decorrência do
contato com uma substância irritante
Reduz as propriedades de barreira da pele,
permitindo a penetração de substâncias químicas ou
de proteínas de látex natural
15. Irritação
Causas
Presença de ingredientes químicos usados na
fabricação do produto
Baixa eficiência no processo de extração de
resíduos (lixiviação) do produto durante a sua
fabricação
Presença no produto de um agente lubrificante na
forma de pó (talco ou amido de milho) que
absorvem a umidade da pele tirando assim a sua
proteção natural e tornando-a vulnerável a irritação
Uso excessivo de detergentes para assepsia das
mãos, ressecando a pele e tornando-a susceptível a
16. Irritação
Estatísticas
No caso de luvas cirúgicas ou de procedimento, a
dermatite de contato irritante é a reação adversa mais
freqüente
Em 1996, Wilkinson*
avaliou 44 pacientes que tinham
reações quando em contato com luvas:
75% das reações dermatite de contato irritante
20% urticária de contato
8% dermatite de contato alérgica
* S.M. Wilkinson, The Jadassohn Centenary Congress, European Society of Contact Dermatitis/
American Contact Dermatitis Society, London, abstr 111 (Outubro 1996)
19. Reações Alérgicas ao Látex
Natural
Reação Alérgica
Originada da presença de anticorpos específicos
presentes no organismo chamados IgE
(imunoglobina E)
As células mast são ativadas pelos IgE
específicos liberando substâncias mediadoras
entre elas a histamina
Histamina causa os sintomas alérgicos
(vermelhidão, inchaço, etc...)
20. Reações Alérgicas ao Látex
Natural
Primeiro relato de reação alérgica ao
látex natural:
1979 (Nutter)
Primeira Documentação:
1939 (Alemanha)
21. Dermatite de Contato Alérgica
(Tipo IV)
Descrição
Reação alérgica a substâncias químicas específicas,
conhecidas como sensibilizantes de contato
Agentes Sensibilizantes: mecanismo de ação e efeitos
diferentes das substâncias irritantes
Somente indivíduos geneticamente programados a
responder a estes sensibilizantes irão ter estas
reações
Exposição repetitiva torna o indivíduo cada vez mais
sensível até atingir um grau crítico a partir da qual a
reação se manifestará
22. Dermatite de Contato Alérgica
(Tipo IV)
Agentes Sensibilizantes
Ingredientes químicos usados no
processo de fabricação
Aceleradores de vulcanização
Antioxidantes, colorantes, preservantes,
resinas e plastificantes EXEMPLOS
23. Dermatite de Contato Alérgica
(Tipo IV)
Aceleradores de Vulcanização
Tiurams
Tiazóis
Carbamatos
24. Dermatite de Contato Alérgica
(Tipo IV)
Principais Aceleradores de Vulcanização
Categoria
Produto Químico
Carbamatos
Dibutilditiocarbamato de Zinco (ZDBC ou ZDC)
Dietilditiocarbamato de Zinco (ZDEC
Dibenzilditiocarbamato de Zinco (ZDC)
Dimetilditiocarbamato de Zinco (ZDMC ou ZM)
Tiazois
N-ciclohexilbenzotiazol sulfenamida (CBS)
2- mercaptobenzotiazol (MBT)
Bis(2,2’-benzotiazollil) disulfeto (MBTS)
Sal de Zinco 2- mercaptobenzotiazol (ZMBT)
Tiurams
Dipentametilenotiuram disulfeto (PTD)
Tetrametiltiuram disulfeto (TMTD)
Tetrametiltiuram monosulfeto (TMTM)
Tetraetiltiuram disulfeto (TETD)
25. Dermatite de Contato Alérgica
(Tipo IV)
Causa
Contato direto com uma substância
alergênica
26. Dermatite de Contato Alérgica
(Tipo IV)
Estatísticas
Estima-se que 80% dos casos de alergia
relacionados ao uso de luvas sejam do tipo
Dermatite de contato alérgica (Tipo IV)
Casos de reações aos Aceleradores de
Vulcanização:
72% referem-se ao tipo Tiuram
25% para os carbamatos
3% para os tiazois
27. Dermatite de Contato Alérgica
(Tipo IV)
Sintomas
Iniciais
Eritemas
Coceira
Formação de minúsculas bolhas
Crônicos
Rachaduras na pele
Feridas
28. Dermatite de Contato Alérgica
(Tipo IV)
Sintomas
Sintomas podem aparecer além da região em
contato com o produto
Reações ocorrem de 6 a 48 horas após
exposição
29. Dermatite de Contato Alérgica
(Tipo IV)
Diagnose
“Patch Testing”
Consiste na aplicação de substâncias
possivelmente alergênicas na pele normal
utilizando-se compressas colocadas
geralmente nos braços e mantidas por 24 ou
até mesmo 48 h no local e é feito um
monitoramento de possíveis reações
cutâneas
ASTM D6355 98 “Standard Test Method for
30. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Descrição
Tipo de alergia caracterizado por provocar uma
resposta do sistema imunológico
Originada das proteínas presentes no látex
natural
31. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Proteínas no Látex Natural
1 a 2% na composição do látex natural
Total de 240 tipos diferentes de proteínas
Pelo menos 57 foram identificadas como sendo
alergênicas
Proteínas alergênicas: faixa de peso molecular de
2 kD a 30 kD
32. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Proteínas Alergênicas no Látex Natural
Designação do
Alergênico
Tipo de Proteína do látex
Natural
Hev b1 Fator de alongamento da borracha
Hev b2 B-1, 3-Gluconase
Hev b3 Feniltransferase
Hev b4 Componente Microhelix
Hev b5 Proteína acídica
Hev b6.01 Proheveina
Hev b6.02 Heveina
Hev b6.03 Pro-heveina C
Hev b7 Patatina
Hev b8 Proflina
Hev b9 Enolase
Hev b10 Mn dismutase superoxido
33. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Tipos de Proteínas Alergênicas
Proteína ligada ao látex natural
Proteína solúvel em água
Proteína adsorvida pelo lubrificante contido
no produto final
34. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Causas
Contato com as proteínas
Contato com os lubrificantes do
produto
Contato com os lubrificantes do
produto dispersos no ambiente
35. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Estatísticas
Estima-se que 1% da população mundial e
10% dos trabalhadores da área médica
sejam sensíveis as proteínas do látex natural
35 a 60% dos pacientes com Spina Bifida são
sensíveis a proteínas do látex natural
36. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Reatividade Cruzada
Alergia a proteína de látex natural está
associada com reações alérgicas a frutas:
Banana, Kiwi, Abacate, Castanhas
Indivíduos com histórico de reações alérgicas
a estes tipos de frutas são propensos a terem
reações alérgicas a proteína do látex natural
37. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Sintomas
Urticária
Angioderma
Conjuntivite
Rinite
Asma
Formigamento
Anafilaxia
38. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Sintomas
Sinais e sintomas podem se manifestar em
uma região localizada ou de maneira
generalizada.
Podem ocorrer após tempo de exposição ao
produto que pode variar de segundos a 1
hora após exposição
39. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Diagnose
Teste de Puntura
Consiste na aplicação na pele de uma amostra de
extrato de látex natural padrão ou do extrato do
produto em questão
Métodos Imunológicos (RAST ou ELISA)
Teste sorológico realizado a partir de uma amostra
de sangue do paciente. Avalia-se a presença de
anticorpos IgE específicos das proteínas do látex
40. Alergia a Proteínas do Látex
Natural (Tipo I)
Métodos Quantitativos
Usados para quantificar as proteínas
presentes nos artigos de látex natural
ASTM D 6499-00=== É QUANTITATIVO?????
“The Immunological Measurement of Antigenic Protein
in Natural Rubber and its Products”
ASTM D 5712-99
“The Analysis of Aqueous Extractable Protein in Natural
Rubber and Its Products Using the Modified Lowry
Method”
41. Alternativas de redução do
Potencial Alergênico
Tratamentos do látex natural
Tratamentos no proceso de fabricação
Métodos alternativos de vulcanização
Revestimento polimérico
Materiais alternativos
42. Tratamentos no Látex Natural
Centrifugação
Redução de até 90% da quantidade total de
proteínas submetendo-se o látex a uma
dupla centrifugação
Extração de proteínas através da adição
de enzimas
Adição de enzimas do tipo Protease, que
reagem com as proteínas do látex formando
amino ácidos. Posteriormente é feita a
extração destes amino ácidos usando-se um
surfactante
43. Tratamentos no Processo de
Fabricação
Lixiviação
Redução da quantidade total de
proteínas e de resíduos químicos
Melhoria das Propriedades
Físicas
Lixiviação com pós-vulcanização
é mais eficiente
Adoção de lixiviação pós-
processo
44. Tratamentos no Processo de
Fabricação
Halogenação (Clorinação)
Usado na produção de luvas “powder free”
Reduz a aderência na superfície da luva
Reduz o conteúdo de proteínas do látex
natural
46. Revestimento Polimérico
Trata-se da aplicação no produto de uma
camada de uma substância polimérica (ex.:
Poliuretano) na forma de látex formando uma
barreira física
Evita o contato com as substâncias alergênicas
(Tipo I e Tipo IV)
47. Materiais Alternativos
Materiais sintéticos vem sendo usados na
fabricação de luvas e preservativos
Luvas: Látex nitrílico, cloropreno e poliuretano
Preservativos: poliuretano
48. Materiais Alternativos
Comparação de propriedades entre materiais poliméricos
Material Resistênc
ia a
Tração
Conforto Elasticidade Resistênc
ia a
Rasgo
Custo
Borracha
Natural
++ ++ ++ ++ Baixo
Borracha
Nitrílica
+ + + -- Médio
Cloropreno
+ + ++ + Médio
Poliuretano
++ + -- -- Alto
PVC
+ + -- -- Baixo
49. Regulamentações
FDA
1991:
Identificação nas embalagens sobre
possíveis reações alérgicas
1997:
Exigência de testes de comprovação
da vida útil do produto
1998:
Proibição do termo “Hipoalergênico”
Low protein: máximo 50 µg/g
51. Regulamentações
Europa
1999: Incorporação na norma referente a
luvas médicas EN455 (European Glove
Standard) métodos de medições de
proteínas solúveis (ensaio do tipo Lowry)
Alemanha: propõe limite de 10 a 30 µg /g
para proteínas solúveis e a não utilização
de luvas com lubrificante
Inglaterra: recomendação de limite de
proteínas solúveis a serem considerados
52. Regulamentações
ISO
Luvas:
Inclusão da medição de proteínas solúveis (ISO
122343-2), baseando-se num teste similar ao
considerado pela ASTM e norma européia
(método Lowry)
Preservativos:
Draft recomendando-se aos fabricantes
monitoramento do teor de proteínas (ISO 4074)
53. Regulamentações
Malásia
1998: Criação de um programa para redução
do potencial alergênico
Certificação dos fabricantes de acordo com um
sistema chamado de “Standard Malaysian Glove”
Objetivo: melhoria da qualidade das luvas
• Redução de proteínas
• Eliminação do uso de lubrificantes
• Redução da incidência de furos
• Melhoria nas propriedades físicas do produto
55. Regulamentações
Estudos Clínicos auxiliam na fixação de limites de
tolerância para os fabricantes de produtos de
baixo teor de proteína e potencial alergênico
Estudo* com pessoas sensibilizadas ao látex
natural em contato com determinadas
quantidades de proteínas
Nível de até 400 µg /g:
em 60% delas não ocorreram reações alérgicas
Nível de até 100 µg /g
não foram observadas reações alérgicas em 100% dos
pacientes testados
*Esap Yip, Turjanmaa,K., NG, K.P. e Mok, K.L., “Residual Extractable Proteins and Allergenicity of Natural Rubber
Products”, Int. Confer. on Latex Protein Allergy:The Latest Position, Paris,1995
56. Situação Brasil
Baixa procura luvas “powder free” e sintéticas
Relato de casos:
Hospital dos Servidores do Estado
Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina USP
Instituto Fernandes Figueira, RJ
Faculdade Medicina Univ. Federal Fluminense, RJ
213 indivíduos
17 pessoas (7,98%) sensibilidade imediata ao látex
Universidade Federal da Bahia
Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
56 profissionais
57. Tendências de Mercado
Luvas médicas:
Migração para o uso de produtos sem a
presença de lubrificante (“powder free”)
Aumento de interesse/mercado por luvas de
material sintético
Preservativos
Produtos de material sintético
58. Conclusões
Medidas por parte das
autoridades governamentais e
dos fabricantes
Adequação das normas existentes
Adoção de programas de melhoria de
qualidade nos produtos comercializados
Melhoria da eficiência de lixiviação
Monitoração periódica da quantidade de
59. Conclusões
É preciso afirmar que pessoas
diagnosticadas como sensibilizadas ao
látex devem ser recomendadas a evitar o
uso de produtos que a base de látex
natural e aconselhadas a utilizarem
produtos de material sintético
60.
61.
62. REDUCTION WASHING
Ansell has improved on the "on-machine" leaching process by installing
post-machine leaching.
During the drying and curing process some of the material in
the latex matrix is forced to the outer surfaces of the glove.
Post-oven washing will dissolve the soluble materials from the outside of
the glove, (inside of the stripped glove) but not from the glove surface
against the former.
Ansell has for many years been aware of the potential
allergenic effects of residual chemicals in gloves and has been carrying
out a "post- machine" leaching and washing operation.
Here gloves are tumbled in a "washer" with three separate lots of near
boiling water for 30 minutes each, ie, the gloves are in contact with near
boiling water for a total of 1.5 hours.
This process reduces the water soluble extractables and calcium nitrate
extractables from approximately TWE 1.0 % to 0.2 % Calcium Nitrate
0.09 % to 0.04 % An important aspect of this process is that the water
63. In 1995, Ansell acquired the Perry Glove
Division from Smith & Nephew. In order to
significantly decrease the protein levels of the
Perry Gloves, post-oven leaching tanks were
extended on Perry' six manufacturing lines at a
cost of nearly one million dollars. Subsequent
allergen testing of Perry gloves clearly
demonstrates the success of our line extensions
in reducing the protein allergen content.