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PROTOCOLO DE
NAGOIA
Acesso a Recursos Genéticos e
Repartição Justa e Equitativa dos
Benefícios Derivados de sua
Utilização

Brasília, 4 de julho de 2012.
OBJETIVO (Art. 1)

Repartição justa e equitativa dos benefícios derivados
da utilização dos recursos genéticos, mediante,
inclusive, o acesso adequado aos recursos genéticos e
à transferência adequada de tecnologias pertinentes.
UTILIZAÇÃO DE TERMOS (Art. 2)
• UTILIZAÇÃO DE RECURSOS GENÉTICOS: realizar
atividades de pesquisa e desenvolvimento sobre a
composição genética e/ou bioquímica dos recursos
genéticos.
• BIOTECNOLOGIA: qualquer aplicação tecnológica que
utilize sistemas biológicos, organismos vivos ou seus
derivados para criar ou modificar produtos ou processos
para utilização específica.
• DERIVADO: composto bioquímico de ocorrência
natural, resultante da expressão genética ou do
metabolismo de recursos biológicos ou
genéticos, mesmo que não contenha unidades funcionais
de hereditariedade.
ESCOPO (Art. 3)
• Este Protocolo aplica-se aos recursos genéticos
compreendidos no âmbito do Artigo 15 da Convenção
e aos benefícios derivados da utilização desses
recursos.
• País de origem;
• Adquiridos em conformidade com a CDB.

• O Protocolo aplica-se também ao conhecimento
tradicional associado aos recursos genéticos
compreendidos no âmbito da Convenção e aos
benefícios derivados da utilização desse
conhecimento.
REPARTIÇÃO JUSTA E EQUITATIVA DE BENEFÍCIOS
(Art. 5)

Os benefícios derivados da utilização dos recursos
genéticos, bem como as aplicações e comercialização
subsequentes, serão repartidos de maneira justa e
equitativa com a Parte provedora desses recursos que
seja o país de origem desses recursos ou uma Parte
que tenha adquirido os recursos genéticos em
conformidade com a Convenção. Essa repartição
ocorrerá mediante termos mutuamente acordados.
QUESTÕES EM ABERTO
• Escopo;
• Tratamento diferenciado para a Agricultura;
• Utilização de recursos genéticos exóticos;
• Repartição de benefícios de recursos exóticos;
• Relação com o Tirfaa;
• Relação entre Conhecimento Tradicional Associado e
Direitos de Agricultor;
• Mecanismo Multilateral Global de Repartição de
Benefícios;
• Marco temporal.
ESCOPO
• Escopo ampliado pela definição de utilização de
recursos genéticos;
• Possível impacto na Agricultura.
• Absoluta dependência de recursos genéticos
exóticos:
• Bovinocultura,
• Avicultura;
• Psicultura;
• Carnicicultura;
• Porcos???
TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA A
AGRICULTURA
• Reconhecendo a natureza especial da biodiversidade agrícola, suas
características e problemas peculiares que demandam soluções
específicas,
• Reconhecendo a interdependência de todos os países em relação aos
recursos genéticos para alimentação e agricultura, bem como sua
natureza especial e sua importância para lograr a segurança alimentar em
escala global e para o desenvolvimento sustentável da agricultura no
contexto de redução da pobreza e de mudanças climáticas, e
reconhecendo o papel fundamental do Tratado Internacional sobre
Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura e da Comissão da
FAO sobre Recursos Genéticos para Alimentação e Agricultura a respeito,
• Recordando o sistema Multilateral de Acesso e Repartição de Benefícios
estabelecido no âmbito do Tratado Internacional sobre Recursos
Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura desenvolvido em
harmonia com a Convenção,
TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA A
AGRICULTURA
• Nada neste Protocolo impedirá as Partes de desenvolverem e
implementarem outros acordos internacionais pertinentes, inclusive
outros acordos especializados de acesso e repartição de benefícios,
desde que apóiem e não se oponham aos objetivos da Convenção e
do presente Protocolo.
• Esse Protocolo é o instrumento para a implementação dos
dispositivos sobre acesso e repartição de benefícios da Convenção.
Nos casos em que se aplique um instrumento internacional
especializado de acesso e repartição de benefícios que seja
compatível com e não contrário aos objetivos da Convenção e desse
Protocolo, o presente Protocolo não se aplica para a Parte ou as
Partes do instrumento especializado em relação ao recurso
genético específico coberto pelo e para o propósito do instrumento
especializado.
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS GENÉTICOS
EXÓTICOS (Art. 15)
• 1.Cada Parte adotará medidas legislativas, administrativas ou
políticas apropriadas, efetivas e proporcionais para assegurar
que os recursos genéticos utilizados em sua jurisdição tenham
sido acessados de acordo com o consentimento prévio
informado e que termos mutuamente acordados tenham sido
estabelecidos, conforme exigido pela legislação ou pelos
regulamentos nacionais de acesso e repartição de benefícios
da outra Parte.
• 2. As Partes tomarão medidas apropriadas, efetivas e
proporcionais para tratar de situações de não cumprimento
das medidas adotadas de acordo com o parágrafo 1 acima.
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS GENÉTICOS
EXÓTICOS (Art. 17)
• 1. A fim de apoiar o cumprimento, cada Parte adotará
medidas, conforme o caso, para monitorar e aumentar a
transparência sobre a utilização de recursos genéticos. Tais
medidas incluirão:
• (a) designação de um ou mais pontos de verificação,

• 3. Um certificado de cumprimento internacionalmente
reconhecido servirá como prova de que o recurso genético
dele objeto foi acessado de acordo com o consentimento
prévio informado e de que termos mutuamente acordados
foram estabelecidos, conforme exigido pela legislação ou
pelos regulamentos nacionais de acesso e repartição de
benefícios da Parte que outorga o consentimento prévio
informado.
REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS DE RECURSOS
GENÉTICOS EXÓTICOS (Art. 5)
• Termos mutuamente acordados.
• Legislações nacionais.
• Balanço de pagamentos e serviços?
• Remessa de dinheiro para o exterior?
• Pagamento para autoridade nacional brasileira?
• MUDANÇA DO MARCO LEGAL PARA CRIAR
OBRIGAÇÃO PARA OS NACIONAIS.
RELAÇÃO COM O TIRFAA
• Protocolo reconhece a importância do Tirfaa, mas
exclui:
• Todos recursos fitogenéticos ou,
• apenas os recursos sobre a égide do Sistema Multilateral
(Anexo I)?

• Ausência de implementação das disposições do
Tirfaa.
• Tratamento diferenciado para recursos fitogenéticos in situ e
fora da lista do Anexo I.
• Direitos de agricultor.
RELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTO
TRADICIONAL ASSOCIADO E DIREITOS DE
AGRICULTOR
• Em conformidade com a legislação nacional, cada Parte
adotará medidas, conforme o caso, com vistas a assegurar
que o conhecimento tradicional associado a recursos
genéticos detido por comunidades indígenas e locais seja
acessado mediante o consentimento prévio informado ou a
aprovação e participação dessas comunidades indígenas e
locais, e que termos mutuamente acordados tenham sido
estabelecidos (Nagoia, art. 7).
RELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTO
TRADICIONAL ASSOCIADO E DIREITOS DE
AGRICULTOR
• 9.2 As Partes Contratantes concordam que a responsabilidade de
implementar os Direitos dos Agricultores em relação aos recursos
fitogenéticos para a alimentação e a agricultura é dos governos
nacionais. De acordo com suas necessidades e prioridades, cada
Parte Contratante deverá, conforme o caso e sujeito a sua
legislação nacional, adotar medidas para proteger e promover os
Direitos dos Agricultores, inclusive:
• (a) proteção do conhecimento tradicional relevante aos recursos
fitogenéticos para a alimentação e a agricultura;
• (b) o direito de participar de forma eqüitativa na repartição dos
benefícios derivados da utilização dos recursos fitogenéticos para a
alimentação e a agricultura; e
• (c) o direito de participar na tomada de decisões, em nível
nacional, sobre assuntos relacionados à conservação e ao uso
sustentável dos recursos fitogenéticos para a alimentação e a
agricultura.
MECANISMO MULTILATERAL GLOBAL DE
REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS (Art. 10)
• As Partes considerarão a necessidade e as modalidades de um
mecanismo multilateral global de repartição de benefícios para
tratar a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da
utilização dos recursos genéticos e do conhecimento tradicional
associado a recursos genéticos que ocorram em situações
transfronteiriças ou para os quais não seja possível outorgar ou
obter consentimento prévio informado. Os benefícios
compartilhados por usuários de recursos genéticos e conhecimento
tradicional associado a recursos genéticos por meio desse
mecanismo serão usados para apoiar a conservação da diversidade
biológica e a utilização sustentável de seus componentes em nível
mundial.
MECANISMO MULTILATERAL GLOBAL DE
REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS (Art. 10)
• Situações transfronteiriças;
• ou para os quais não seja possível outorgar ou obter
consentimento prévio informado????
• Países sem regras?
• Coleções ex situ?
• Recursos genéticos marinhos em áreas sem soberania?
• Acesso antes do Protocolo?
• Utilização antes do Protocolo?
• Conhecimentos tradicionais associados fora de contexto?
• Conhecimentos tradicionais associados detidos por várias
comunidades em países diferentes?
MARCO TEMPORAL
• A partir da entrada em vigor do Protocolo?
• A partir da vigência do Protocolo no país?
• Repartição de benefícios:
• Produtos novos?
• Qualquer produto?

• As disposições são válidas para utilizações após entrada em vigor
ou as anteriores devem repartir benefícios?
• Repartição de benefícios na cadeia inteira? Como? A licença e os
termos mutuamente acordados são cedidos aos demais elos da
cadeia?
• Ex: um biscoito vai pagar repartição de benefícios por todos os
ingredientes para diferentes países????
IMPACTOS
• Pesquisa e desenvolvimento agrícola;
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• Preços agrícolas;
• Balança comercial agrícola.

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  • 1. PROTOCOLO DE NAGOIA Acesso a Recursos Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos Benefícios Derivados de sua Utilização Brasília, 4 de julho de 2012.
  • 2. OBJETIVO (Art. 1) Repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, mediante, inclusive, o acesso adequado aos recursos genéticos e à transferência adequada de tecnologias pertinentes.
  • 3. UTILIZAÇÃO DE TERMOS (Art. 2) • UTILIZAÇÃO DE RECURSOS GENÉTICOS: realizar atividades de pesquisa e desenvolvimento sobre a composição genética e/ou bioquímica dos recursos genéticos. • BIOTECNOLOGIA: qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos ou seus derivados para criar ou modificar produtos ou processos para utilização específica. • DERIVADO: composto bioquímico de ocorrência natural, resultante da expressão genética ou do metabolismo de recursos biológicos ou genéticos, mesmo que não contenha unidades funcionais de hereditariedade.
  • 4. ESCOPO (Art. 3) • Este Protocolo aplica-se aos recursos genéticos compreendidos no âmbito do Artigo 15 da Convenção e aos benefícios derivados da utilização desses recursos. • País de origem; • Adquiridos em conformidade com a CDB. • O Protocolo aplica-se também ao conhecimento tradicional associado aos recursos genéticos compreendidos no âmbito da Convenção e aos benefícios derivados da utilização desse conhecimento.
  • 5. REPARTIÇÃO JUSTA E EQUITATIVA DE BENEFÍCIOS (Art. 5) Os benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, bem como as aplicações e comercialização subsequentes, serão repartidos de maneira justa e equitativa com a Parte provedora desses recursos que seja o país de origem desses recursos ou uma Parte que tenha adquirido os recursos genéticos em conformidade com a Convenção. Essa repartição ocorrerá mediante termos mutuamente acordados.
  • 6. QUESTÕES EM ABERTO • Escopo; • Tratamento diferenciado para a Agricultura; • Utilização de recursos genéticos exóticos; • Repartição de benefícios de recursos exóticos; • Relação com o Tirfaa; • Relação entre Conhecimento Tradicional Associado e Direitos de Agricultor; • Mecanismo Multilateral Global de Repartição de Benefícios; • Marco temporal.
  • 7. ESCOPO • Escopo ampliado pela definição de utilização de recursos genéticos; • Possível impacto na Agricultura. • Absoluta dependência de recursos genéticos exóticos: • Bovinocultura, • Avicultura; • Psicultura; • Carnicicultura; • Porcos???
  • 8. TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA A AGRICULTURA • Reconhecendo a natureza especial da biodiversidade agrícola, suas características e problemas peculiares que demandam soluções específicas, • Reconhecendo a interdependência de todos os países em relação aos recursos genéticos para alimentação e agricultura, bem como sua natureza especial e sua importância para lograr a segurança alimentar em escala global e para o desenvolvimento sustentável da agricultura no contexto de redução da pobreza e de mudanças climáticas, e reconhecendo o papel fundamental do Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura e da Comissão da FAO sobre Recursos Genéticos para Alimentação e Agricultura a respeito, • Recordando o sistema Multilateral de Acesso e Repartição de Benefícios estabelecido no âmbito do Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura desenvolvido em harmonia com a Convenção,
  • 9. TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA A AGRICULTURA • Nada neste Protocolo impedirá as Partes de desenvolverem e implementarem outros acordos internacionais pertinentes, inclusive outros acordos especializados de acesso e repartição de benefícios, desde que apóiem e não se oponham aos objetivos da Convenção e do presente Protocolo. • Esse Protocolo é o instrumento para a implementação dos dispositivos sobre acesso e repartição de benefícios da Convenção. Nos casos em que se aplique um instrumento internacional especializado de acesso e repartição de benefícios que seja compatível com e não contrário aos objetivos da Convenção e desse Protocolo, o presente Protocolo não se aplica para a Parte ou as Partes do instrumento especializado em relação ao recurso genético específico coberto pelo e para o propósito do instrumento especializado.
  • 10. UTILIZAÇÃO DE RECURSOS GENÉTICOS EXÓTICOS (Art. 15) • 1.Cada Parte adotará medidas legislativas, administrativas ou políticas apropriadas, efetivas e proporcionais para assegurar que os recursos genéticos utilizados em sua jurisdição tenham sido acessados de acordo com o consentimento prévio informado e que termos mutuamente acordados tenham sido estabelecidos, conforme exigido pela legislação ou pelos regulamentos nacionais de acesso e repartição de benefícios da outra Parte. • 2. As Partes tomarão medidas apropriadas, efetivas e proporcionais para tratar de situações de não cumprimento das medidas adotadas de acordo com o parágrafo 1 acima.
  • 11. UTILIZAÇÃO DE RECURSOS GENÉTICOS EXÓTICOS (Art. 17) • 1. A fim de apoiar o cumprimento, cada Parte adotará medidas, conforme o caso, para monitorar e aumentar a transparência sobre a utilização de recursos genéticos. Tais medidas incluirão: • (a) designação de um ou mais pontos de verificação, • 3. Um certificado de cumprimento internacionalmente reconhecido servirá como prova de que o recurso genético dele objeto foi acessado de acordo com o consentimento prévio informado e de que termos mutuamente acordados foram estabelecidos, conforme exigido pela legislação ou pelos regulamentos nacionais de acesso e repartição de benefícios da Parte que outorga o consentimento prévio informado.
  • 12. REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS DE RECURSOS GENÉTICOS EXÓTICOS (Art. 5) • Termos mutuamente acordados. • Legislações nacionais. • Balanço de pagamentos e serviços? • Remessa de dinheiro para o exterior? • Pagamento para autoridade nacional brasileira? • MUDANÇA DO MARCO LEGAL PARA CRIAR OBRIGAÇÃO PARA OS NACIONAIS.
  • 13. RELAÇÃO COM O TIRFAA • Protocolo reconhece a importância do Tirfaa, mas exclui: • Todos recursos fitogenéticos ou, • apenas os recursos sobre a égide do Sistema Multilateral (Anexo I)? • Ausência de implementação das disposições do Tirfaa. • Tratamento diferenciado para recursos fitogenéticos in situ e fora da lista do Anexo I. • Direitos de agricultor.
  • 14. RELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO E DIREITOS DE AGRICULTOR • Em conformidade com a legislação nacional, cada Parte adotará medidas, conforme o caso, com vistas a assegurar que o conhecimento tradicional associado a recursos genéticos detido por comunidades indígenas e locais seja acessado mediante o consentimento prévio informado ou a aprovação e participação dessas comunidades indígenas e locais, e que termos mutuamente acordados tenham sido estabelecidos (Nagoia, art. 7).
  • 15. RELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO E DIREITOS DE AGRICULTOR • 9.2 As Partes Contratantes concordam que a responsabilidade de implementar os Direitos dos Agricultores em relação aos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura é dos governos nacionais. De acordo com suas necessidades e prioridades, cada Parte Contratante deverá, conforme o caso e sujeito a sua legislação nacional, adotar medidas para proteger e promover os Direitos dos Agricultores, inclusive: • (a) proteção do conhecimento tradicional relevante aos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura; • (b) o direito de participar de forma eqüitativa na repartição dos benefícios derivados da utilização dos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura; e • (c) o direito de participar na tomada de decisões, em nível nacional, sobre assuntos relacionados à conservação e ao uso sustentável dos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura.
  • 16. MECANISMO MULTILATERAL GLOBAL DE REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS (Art. 10) • As Partes considerarão a necessidade e as modalidades de um mecanismo multilateral global de repartição de benefícios para tratar a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos e do conhecimento tradicional associado a recursos genéticos que ocorram em situações transfronteiriças ou para os quais não seja possível outorgar ou obter consentimento prévio informado. Os benefícios compartilhados por usuários de recursos genéticos e conhecimento tradicional associado a recursos genéticos por meio desse mecanismo serão usados para apoiar a conservação da diversidade biológica e a utilização sustentável de seus componentes em nível mundial.
  • 17. MECANISMO MULTILATERAL GLOBAL DE REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS (Art. 10) • Situações transfronteiriças; • ou para os quais não seja possível outorgar ou obter consentimento prévio informado???? • Países sem regras? • Coleções ex situ? • Recursos genéticos marinhos em áreas sem soberania? • Acesso antes do Protocolo? • Utilização antes do Protocolo? • Conhecimentos tradicionais associados fora de contexto? • Conhecimentos tradicionais associados detidos por várias comunidades em países diferentes?
  • 18. MARCO TEMPORAL • A partir da entrada em vigor do Protocolo? • A partir da vigência do Protocolo no país? • Repartição de benefícios: • Produtos novos? • Qualquer produto? • As disposições são válidas para utilizações após entrada em vigor ou as anteriores devem repartir benefícios? • Repartição de benefícios na cadeia inteira? Como? A licença e os termos mutuamente acordados são cedidos aos demais elos da cadeia? • Ex: um biscoito vai pagar repartição de benefícios por todos os ingredientes para diferentes países????
  • 19. IMPACTOS • Pesquisa e desenvolvimento agrícola; • Produção agrícola; • Preços agrícolas; • Balança comercial agrícola.