Jornal Cidade - Lagoa da Prata e região - Nº 91 - 27/04/2017
Mosquito Aedes aegypti transmite dengue, chikungunya e zika vírus
1. Quarta-feira, 16/Dezembro/2015
Jornal de Distribuição Gratuita - Venda ProibidaCADERNO ESPECIAL
Além da dengue, mosquito transmite a febre chikungunya e o zika vírus,
que pode trazer outras complicações como a microcefalia.
AEDES AEGYPTI
O PERIGO AUMENTOU
2. 2 CADERNO ESPECIAL | 16/DEZ/2015
Ele transmite
mais doenças
Aedes aegypti
A
proliferação do
mosquito Aedes
aegypti por di-
versas regiões do
Brasil se transformou em
um grave problema de saú-
de a partir do momento em
que o mosquito passou a ser
apontando como transmis-
sor da febre chikungunya e
do zika vírus. Este último
está sendo relacionado aos
casos de microcefalia - be-
bês nascem com o cérebro
menor do que o normal - e
também com a síndrome
de Guillain-Barré, doença
em que o sistema imuno-
lógico passa a atacar por
engano o sistema nervoso
gerando uma inflamação
dos nervos.
Aprincipal preocupação
do Ministério da Saúde
passou a ser o grande nú-
mero de casos de microce-
falia. Já são mais de mil,
número muito acima do
considerado normal pelas
DENGUE - CHIKUNGUNYA - ZIKA VÍRUS - MICROCEFALIA
- SÍNDROME DE DE GUILLAIN-BARRÉ
O vetor foi descrito cientificamente pela pri-
meira vez em 1762, quando foi denominado Culex
aegypti. Culex significa “mosquito” e aegypti,
egípcio, portanto: mosquito egípcio. O gênero
Aedes só foi descrito em 1818. Logo verificou- se
que a espécie aegypti, descrita anos antes, apre-
senta características morfológicas e biológicas
semelhantes às de espécies do gênero Aedes – e
não às do já conhecido gênero Culex. Então, foi
estabelecido o nome Aedes aegypti.
Por que o nome
Aedes aegypti?
autoridades da área de
saúde e sem comparações
com dados estatísticos en-
contrados em outros países.
A explosão no número de
casos levou o Governo Fe-
deral a lançar um programa
especial contra o zika vírus
e a microcefalia, onde a
principal ação é o combate
ao mosquito Aedes aegypti.
A população deve refor-
çar as medidas de preven-
ção. Qualquer recipiente
que acumule água parada
pode ser um criadouro
do mosquito transmissor.
Estar sempre alerta para
eliminar possíveis focos
dos mosquitos que trans-
mitem a dengue, a febre
chikungunya e o zika vírus
é a única forma de conter o
avanço das doenças.
Assim como na dengue,
os principais sinais e sinto-
mas da chikungunya é a fe-
bre alta (39°C) acompanha-
da de dor nas articulações.
O quadro inclui ainda dor
muscular, dor de cabeça,
fadiga, náuseas e manchas
vermelhas na pele. Já o
zika vírus apresenta um
quadro com sintomas mais
leves e em apenas 20%
dos infectados. Os 80%
restantes não manifestam
sintomas, o que torna a
doença mais grave para
gestantes, podendo provo-
car a microcefalia.
Ao sinal de qualquer
sintoma, a pessoa deve
procurar ajuda médica, a
fim de realizar exames la-
boratoriais que detectam o
vírus. O foco do tratamento
para as doenças é no alívio
dos sintomas com os remé-
dios ideais. O vírus pode
afetar qualquer pessoa, in-
dependentemente da idade
e do sexo, mas os sinais e
sintomas são mais intensos
em crianças e idosos. Não
há vacina para nenhum dos
vírus.
3. 3CADERNO ESPECIAL | 16/DEZ/2015
A dengue é transmitida
pela picada da fêmea do mos-
quito Aedes aegypti ou Aedes
albopictus (ambos da família
dos pernilongos) infectados
com o vírus transmissor da
doença. O transmissor mais
comum é o Aedes aegypti,
conforme inúmeros casos já
diagnosticados no Brasil nos
últimos anos.
A transmissão nos mos-
quitos ocorre quando ele suga
o sangue de uma pessoa já in-
fectada com o vírus da dengue.
Após um período de incuba-
ção, que inicia logo depois do
contato do pernilongo com o
vírus e dura entre 8 e 12 dias, o
mosquito está apto a transmitir
a doença.
Nos seres humanos, o ví-
rus permanece em incubação
durante um período que pode
durar de 3 a 15 dias. Só após
estaetapa,équeossintomasda
dengue podem ser percebidos.
É importante destacar que não
há transmissão através do con-
tato direto de um doente ou de
suas secreções com uma pes-
soa sadia. O vírus também não
é transmitido através da água
ou alimento. Quem estiver
com dengue deve se prevenir
de picadas do mosquitoAedes
aegypti para evitar a transmis-
sãodadoençaparaomosquito.
Assim, é possível cortar mais
uma cadeia de transmissão do
vírus. Portanto, quem estiver
comdenguedeveusarrepelen-
tes, mosquiteiros e/ou outras
formas de evitar picadas.
O tratamento da dengue
requer bastante repouso e a
ingestão de muito líquido,
como água, sucos naturais ou
chá. No tratamento, também
são usados medicamentos
anti-térmicos que devem re-
comendados por um médico.
É importante destacar que
a pessoa com dengue NÃO
pode tomar remédios à base
de ácido acetil salicílico, como
AAS, Melhoral, Doril, Son-
risal, Alka-Seltzer, Engov,
Cibalena, Doloxene e Buferin.
Como eles têm um efeito anti-
coagulante, podem promover
sangramentos.
O doente começa a sentir a
melhorar cerca de quatro dias
após o início dos sintomas da
dengue, que podem permane-
cer por 10 dias.
É preciso ficar alerta para
os quadros mais graves da
doença. Se aparecerem sinto-
mas, como dores abdominais
fortes e contínuas, vômitos
persistentes, tonturas ao le-
vantar, alterações na pressão
arterial, fígado e baço doloro-
sos, vômitos hemorrágicos ou
presença de sangue nas fezes,
extremidades das mãos e dos
pés frias e azuladas, pulso rá-
pido e fino, diminuição súbita
da temperatura do corpo, agi-
tação, fraqueza e desconforto
respiratório, o doente deve
ser levado imediatamente ao
médico.
Em caso de suspeita de
dengue, procure a ajuda de
médico. Este profissional irá
orientá-lo a tomar as providên-
cias necessárias do seu caso.
Sintomas aparecem em
até 15 dias após picada
Automedicação pode
piorar quadro de saúde
Dengue é doença
infecciosa aguda
Existem quatro tipos de dengue e os mais
comuns são a dengue clássica e a hemorrágica
E
m todo o mundo,
existem quatro ti-
pos de dengue, já
que o vírus causador
da doença possui quatro soro-
tipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3
e DEN-4. No Brasil, já foram
encontrados da dengue tipo
1, 2, 3 e 4. A dengue tipo 4
apresenta risco a pessoas já
contaminadas com os vírus 1,
2 ou 3, que são vulneráveis à
manifestação alternativa da
doença. Complicações podem
levar pessoas infectadas ao
desenvolvimento de dengue
hemorrágica. A dengue pode
se apresentar – clinicamente
– de quatro formas diferentes
formas: Infecção Inaparen-
te, Dengue Clássica, Febre
Hemorrágica da Dengue e
Síndrome de Choque da Den-
gue. Dentre eles, destacam-se
a Dengue Clássica e a Febre
Hemorrágica da Dengue.
INFECÇÃO INAPA-
RENTE - A pessoa está in-
fectada pelo vírus, mas não
apresenta nenhum sintoma
da dengue. A grande maioria
das infecções da dengue não
apresenta sintomas. Acredita-
-se que de cada dez pessoas
infectadas apenas uma ou duas
ficam doentes.
DENGUECLÁSSICA-A
Dengue Clássica é uma forma
mais leve da doença e seme-
lhante à gripe. Geralmente,
inicia de uma hora para outra
e dura entre 5 a 7 dias. A pes-
soa infectada tem febre alta
(39° a 40°C), dores de cabeça,
cansaço, dor muscular e nas
articulações, indisposição,
enjôos, vômitos, manchas ver-
melhas na pele, dor abdominal
(principalmente em crianças),
entre outros sintomas. Eles
duram até uma semana. Após
este período, a pessoa pode
continuar sentindo cansaço e
indisposição.
DENGUE HEMORRÁ-
GICA - É uma doença grave
e se caracteriza por alterações
da coagulação sanguínea da
pessoa infectada. Inicialmen-
te se assemelha a Dengue
Clássica, mas, após o terceiro
ou quarto dia de evolução da
doença, surgem hemorragias
em virtude do sangramento de
pequenos vasos na pelo e nos
órgãos internos.
SÍNDROME DE CHO-
QUE DA DENGUE - Esta é
a mais séria apresentação da
dengue e se caracteriza por
uma grande queda ou ausência
de pressão arterial. Entre as
principais manifestações neu-
rológicas,destacam-se:delírio,
sonolência, depressão, coma,
irritabilidade extrema, psicose,
demência,amnésia,paralisiase
sinais de meningite. Se a doen-
ça não for tratada com rapidez,
pode levar à morte.
Dengue Clássica
Febre alta com início súbito.
Forte dor de cabeça.
Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos
mesmos.
Perda do paladar e apetite.
Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo,
principalmente no tórax e membros superiores.
Náuseas e vômitos·
Tonturas.
Extremo cansaço.
Moleza e dor no corpo.
Muitas dores nos ossos e articulações.
Dengue hemorrágica
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos
da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a
febre e começam a surgir os sinais de alerta:
Dores abdominais fortes e contínuas.
Vômitos persistentes.
Pele pálida, fria e úmida.
Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
Manchas vermelhas na pele.
Sonolência, agitação e confusão mental.
Sede excessiva e boca seca.
Pulso rápido e fraco.
Dificuldade respiratória.
Perda de consciência.
SINTOMAS
Chikungunya causa
dores mais intensasFebre também é transmitida pelo Aedes e sintomas são
parecidos com os da Dengue
A
f e b r e C h i k u n -
g u n y a é m u i t o
p a r e c i d a c o m a
Dengue.Elaécausadapelo
vírus CHIKV, da famíliaTogaviridae.
Ela é transmitida pela picada do
mosquito Aedes aegypti infectado
e, menos frequente, pelo mosquito
Aedes albopictus. Para o vírus ser
transmitido é necessário que a fêmea
esteja contaminada depois de picar
uma pessoa infectada.
Os sintomas da doença são febre
acima de 39 graus, de início repenti-
no, e dores intensas nas articulações
de pés e mãos – dedos, tornozelos e
pulsos. Pode ocorrer, também, dor
de cabeça, dores nos músculos e
manchas vermelhas na pele. Cerca
de 30% dos casos não chegam a
desenvolver sintomas.
OMinistériodaSaúdedefiniuque
devem ser consideradas como casos
suspeitos todas as pessoas que apre-
sentarem febre de início súbito maior
de 38,5ºC e artralgia (dor articular) ou
artrite intensa com início agudo e que
tenham histórico recente de viagem
às áreas nas quais o vírus circula de
forma contínua.
Após a picada do mosquito, os
sintomas aparecem de dois a dez
dias, podendo chegar a 12 dias. Esse
SAIBA MAIS
O período de incubação da febre chikungunya varia de dois
a 12 dias. Muitas pessoas infectadas com CHIKV não apre-
sentarão sintomas. O quadro clínico é muito semelhante ao
da dengue, e os sintomas de febre chikungunya são:
Febre
Dor nas articulações
Dor nas costas
Dor de cabeça
Outros sintomas incluem:
Erupções cutâneas
Fadiga
Náuseas
Vômitos
Mialgias
Os sintomas comuns de chikungunya são graves e muitas
vezes debilitantes, sendo as mãos e pés mais afetados. No
entanto, pernas e costas inferiores frequentemente podem
estar envolvidas.
Diagnóstico
O diagnóstico deverá ser feito por meio de análise clínica
e exame de sangue. A partir da amostra de sangue, os
médicos buscam a presença de anticorpos específicos para
combater o CHIKV no sangue. Isso indicará que o vírus está
circulando pelo corpo e que o organismo está tentando
combatê-lo.
é o chamado período de incubação.
Na comparação com a Dengue, a
intensidadedasdoresnasarticulações
é bem maior. Em se tratando de Chi-
kungunya, a dor articular, presente
em 70% a 100% dos casos, é intensa
e afeta principalmente pés e mãos
(geralmente tornozelos e pulsos). Há
casos em que as dores, apesar de a
pessoa ter se curados, permanecem
por meses e até anos.
O vírus pode afetar pessoas de
qualquer idade ou sexo, mas os sinais
e sintomas tendem a ser mais intensos
em crianças e idosos. Além disso,
pessoas com doenças crônicas têm
mais chance de desenvolver formas
graves da doença. Até o momento
não existe um tratamento específico
para Chikungunya, como no caso da
dengue.Ossintomassãotratadoscom
medicação para a febre (paracetamol)
e as dores articulares (antiinflama-
tórios). Não é recomendado usar o
ácido acetil salicílico (AAS) devido
ao risco de hemorragia. Recomenda-
-se repouso absoluto ao paciente, que
deve beber líquidos em abundância.
Como a doença é transmitida por
mosquitos, a única medida de pre-
venção é a eliminação dos criadouros
do inseto, especialmente vasilhas que
acumulam água.
Quantas
pessoas o
Aedes
pode
infectar?
Os mosquitos fêmea sugam sangue para pro-
duzir ovos. Se o mosquito Aedes Aegypti estiver
infectado, poderá transmitir o vírus da Dengue,
Chikungunya ou o Zika neste processo. Em geral,
mosquitos sugam uma só pessoa a cada lote de
ovos que produzem. O mosquito tem uma peculia-
ridade que se chama “discordância gonotrófica”,
que significa que é capaz de picar mais de uma
pessoa para um mesmo lote de ovos que produz.
Há relato de que um só mosquito infectivo trans-
mitiu vírus para cinco pessoas de uma mesma
família, no mesmo dia.
Afêmea precisa de sangue para a produção de
ovos. Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam
de substâncias que contêm açúcar (néctar, seiva,
entre outros), mas como o macho não produz
ovos, não necessita de sangue. Embora possam
ocasionalmente se alimentar com sangue antes da
cópula, as fêmeas intensificam a voracidade pela
hematofagia após a fecundação, quando precisam
ingerir sangue para realizar o desenvolvimento
completo dos ovos e maturação nos ovários.
Normalmente, três dias após a ingestão de sangue
as fêmeas já estão aptas para a postura, passando
então a procurar local para desovar.
Por que somente a
fêmea pica as pessoas?
4.
5.
6. 6 CADERNO ESPECIAL | 16/DEZ/2015
As mulheres grávidas
devem redobrar a atenção
para evitar o contato com
o mosquito Aedes aegypti.
Especialistas pouco sabem
até o momento sobre como
a infecção chega ao feto du-
rante a gestação. A Fundação
Oswaldo Cruz, instituição de
pesquisa do governo federal,
isolou o vírus Zika no líquido
do útero de algumas mulheres
grávidas cujas crianças estão
com a malformação, o que
leva a crer que esse vírus é o
que está causando a doença.
O cuidado maior deve ser
entre 3 e 4 meses de gesta-
ção, período durante o qual o
cérebro está em fase final de
desenvolvimento. É necessá-
rio eliminar locais que podem
favorecer o desenvolvimento
de mosquitos, usar roupas lon-
gas, repelentes, mosquiteiros e
telas em janelas para evitar o
mosquito.
Os bebês afetados pela
microcefalia nascem com
perímetro cefálico menor que
o normal, que habitualmente é
superior a 33cm, medida usa-
da inicialmente pelo Ministé-
rio da Saúde para investigar
casos. Agora ela foi reduzida
para 32 cm, medida usada em
países desenvolvidos.
O cérebro menor é normal-
mente detectada pelo médico
logo após o nascimento. Os
pais são orientados a realizar
terapias para melhorar as ha-
bilidades da criança, que po-
dem ser prejudicadas – como
fisioterapia, fonoaudiologia
ou terapia ocupacional. São
observados problemas como
retardo mental, atraso nas
funções motoras e de fala,
distorções faciais, nanismo
ou baixa estatura, hiperativi-
dade, epilepsia, dificuldades
de coordenação e equilíbrio e
alterações neurológicas, mas
algumas crianças com micro-
cefalia podem, inclusive, ter
desenvolvimento e inteligên-
cia normais.
Gestantes devem
redobrar cuidados
Zika pode causar
2 doenças graves
Zika pode estar relacionado a casos de
microcefalia e também a síndrome Guillan-Barré
A
febre por vírus
Zika é descrita
como uma doen-
ça febril aguda que
provoca ainda dor nas articu-
lações e músculos, além de
conjuntivite e manchas ver-
melhas na pele. Além destes
sintomas, também pode-se ob-
servar, com menos frequência,
problemas digestivos, como
dor no abdômen, náuseas,
vômitos, diarreia ou prisão
de ventre, aftas e coceira pelo
corpo. A doença tem duração
de 3 a 7 dias, geralmente sem
complicações graves e não há
registro de mortes. A taxa de
hospitalizaçãoépotencialmen-
te baixa. Segundo a literatura,
mais de 80% das pessoas
infectadas não desenvolvem
manifestações clínicas.
Apesar de normalmente o
Zika vírus ser mais brando que
a dengue, em algumas pessoas
podem surgir complicações
como microcefalia nos bebês
de mulheres infectadas duran-
te a gravidez e síndrome de
Guillain-Barré, por exemplo.
Já foi observada uma possível
correlação entre a infecção
ZIKAV e a ocorrência de
síndrome de Guillain-Barré
(SGB) em locais com circu-
lação simultânea do vírus da
dengue. No Brasil, o Minis-
tério da Saúde divulgou que
Febre baixa.
Olhos vermelhos.
Manchas vermelhas com coceira.
Dores no corpo.
Somente 20% das pessoas iénfectadas desenvolvem sin-
tomas da doença. O fato de 80% dos portadores do vírus
desconhecerem que estão infectados representa alto
risco para gestantes, pois elas podem ser contaminhadas
e isto acarretar a malformação do cérebro de bebês,
impedindo seu desenvolvimento normal.
O Ministério da Saúde confirmou em 28/11/2015 que
existe relação entre o vírus Zika e os casos de microcefa-
lia na Região Nordeste do país. Segundo nota divulgada,
exames feitos em um bebê nascido no Ceará com micro-
cefalia e outras malformações congênitas revelaram a
presença do vírus em amostras de sangue e tecidos.
Síndrome de Guillain-Barré
Além de causar microcefalia, já está registrado na lite-
ratura médica que o Zika também pode desencadear a
síndrome de Guillain-Barré, que é uma reação autoimu-
ne do organismo, geralmente relacionada a infecção por
alguns vírus ou bactéria. O sistema imunológico do cor-
po passa a atacar parte do próprio sistema nervoso por
engano. Isso leva à inflamação dos nervos, que provoca
fraqueza muscular.
SINTOMAS
um bebê com microcefalia
no Ceará estava contaminado
com o vírus.
Segundo especialistas do
Ministério da Saúde, uma
grande dificuldade para saber
se o grande número de casos
de microcefalia detectado nos
últimos meses é em decorrên-
cia do vírus Zika é que o vírus
só circula no sangue por no
máximo 7 dias. As pesquisas
apontam que quem teve Zika
fica imune ao vírus, porém,
não há exames que detectem
quem está imune. Pesquisa-
dores estão investigando se
houve uma mutação no vírus,
já que efeitos como a micro-
cefalia nunca haviam sido
relatados em quase 70 anos de
pesquisas.
Otratamentodoscasossin-
tomáticos recomendado é ba-
seadonousodeacetaminofeno
(paracetamol) ou dipirona para
ocontroledafebreemanejoda
dor. No caso de erupções pru-
riginosas, os anti-histamínicos
podem ser considerados. No
entanto, é desaconselhável
o uso ou indicação de ácido
acetilsalicílico e outros drogas
anti-inflamatórias em função
do devido ao risco aumentado
decomplicaçõeshemorrágicas
descritas nas infecções por
síndrome hemorrágica como
ocorre com outros flavivírus.
7. 7CADERNO ESPECIAL | 16/DEZ/2015
E
m tempos de chuva, a popu-
lação deve ficar alerta contra
a dengue. O último Levan-
tamento Rápido de Índices
para Aedes aegypti (LIRAa) realiza-
do entre 19 e 23 de outubro apontou
que Lagoa da Prata encontra-se em
uma situação de risco médio, fato que
não expressa uma tranquilidade. Se-
gundo o secretário de saúde, Geraldo
de Almeida, no ano passado o país
passou por uma epidemia e Lagoa
da Prata não ficou de fora, porém, al-
gumas medidas estão sendo tomadas
para que não aconteça novamente.
“Mesmo mantendo risco médio esta-
mos tomando providências paraquea
gente diminua esse índice e evite um
número grande de casos da doença.
Esse índice, embora seja considerado
moderado, é preocupante. E nos pre-
ocupa mais, porque a maioria desses
focos está dentro das residências”,
afirmou.
•Jornal Cidade: Onde ocorre a
maioria dos focos de dengue?
•Geraldo deAlmeida: Muitas vezes
as pessoas ficam preocupadas com
lotes vagos e áreas com vegetação,
mas 80% dos focos da larva do
mosquito aedes aegypti estão dentro
das residências. São encontrados
em caixas de passagem (usada para
eliminar a água da chuva), vasos de
plantas, calhas e em recipientes que
possam acumular água deixados no
lote ou entorno da casa. Isso nos pre-
ocupa porque se não tivermos uma
participação efetiva da população,
se cada proprietário de casa não tirar
10 minutos da semana para cuidar de
sua residência e fazer essa prevenção,
corremos o risco de ter um número
maior de casos.
•Jornal Cidade: Quais os bairro
que têm maiorincidência de focos?
•Geraldo de Almeida: Os bairros
com maior número de focos são
o Marília e o Centro. Nós temos
elaborado e protocolado junto à Se-
cretaria Estadual de Saúde, no setor
do combate de endemias, um plano
de contingência para o caso de haver
uma epidemia. Temos um plano de
contingência, mas nosso objetivo é
não deixar que ocorra uma epidemia.
Desde o início de agosto estamos
realizando mutirões de limpeza,
palestras nas escola, mobilização
da sociedade, foi criado um comitê
municipal de combate à dengue, nos
antecipamos ao período de maior
transmissibilidade para que a gente
possa evitar um número grande de
casos. A iniciativa do poder público
é necessária, estamos efetuando-a,
mas preciso que haja a participação
efetiva do cidadão.
•Jornal Cidade: Como deve ser o
cuidado para evitar a proliferação
do mosquito?
•Geraldo de Almeida: É preciso
entender como o mosquito se proli-
fera. Vale lembrar que um ovo que
o mosquito coloca fica viável a se
transformar em mosquito por até
um ano, isso depois de 7 a 10 dias
que esse ovo teve em contato com a
água. Tem que ter esse cuidado. Não
deixar nenhum recipiente com água,
tampar as caixas d’água, colocar
telas nos locais onde não é possível
eliminar água, tratar esses locais com
cloro, com sal grosso, porque ambos
ajudam a combater as larvas. Ter
esse cuidado semanal e orientar o
vizinhos, parentes e amigos para que
façam o mesmo. Na verdade, todos
sabem o que tem que ser feito, falta é
tornar esse conhecimento em prática.
•Jornal Cidade: A pessoa que pe-
gou dengue uma vez pode pegar
de novo?
•Geraldo deAlmeida:Apessoa que
já teve dengue uma vez pode voltar
a contrair a doença. Temos hoje, na
região, 5 vírus circulando. Então, se
a pessoa pegou a dengue por um tipo
de vírus ela pode contrair a doença
novamente pelos outros tipos de
vírus. Além das outras doenças, até
mais graves que a dengue, como é o
caso da chikungunya e do zika vírus.
•Jornal Cidade: Existe algum pro-
duto que deve serusado na limpeza
de um local onde existem focos do
mosquito da dengue?
•Geraldo deAlmeida:Aquantidade
de água sanitária ou cloro depende
muito da quantidade de água e de
larva. Se a pessoa identifica larvas
em um local, ela deve colocar o pro-
duto em torno de 2%, mas é preciso
colocar e depois observar se elas
morreram.
•Jornal Cidade: O que pode acon-
tecer quando o responsável pela
residência não permite a vistoria
dos agentes da dengue?
•Geraldo deAlmeida:Tivemos uma
alteração da legislação aprovada pela
Câmara Municipal, no código de
postura do município. A partir deste
mês o agente faz a vistoria na casa,
encontrando larvas do mosquito ou
recipientes que possam ser foco de
proliferação do mesmo, o morador
será notificado a eliminar isso, três
dias após o agente voltará ao local.
Caso não tenha sido eliminado, o
município emitirá uma multa para
esse morador. Os proprietários de
casas onde houver resistência em
deixar o agente fazer a vistoria serão
encaminhado à Justiça. Estamos con-
tando com o apoio do judiciário para
que seja determinada a entrada nesse
imóvel através de ordem judicial.
•Jornal Cidade: Como deve proce-
der a pessoa que desejar uma vis-
toria fora do horário de trabalho
dos agentes?
•Geraldo de Almeida: Quem pre-
cisar de uma vistoria em horário
diferente do horário de trabalho dos
agentes de combates a endemias
poderá solicitar na Vigilância Epide-
miológica por meio do telefone 3261-
7591, e será agendada essa visita em
horário que a família puder atender.
•Jornal Cidade: Além de residên-
cias, o que mais é vistoriado?
•Geraldo de Almeida: As pessoas
que deixam automóveis expostos e
esses acumulam água e em conse-
quência podem se tornar um cria-
douro do aedes aegytpti respondem
a mesma legislação que donos de
residência onde são encontrados
focos de dengue. Independente se é
em casa, carro ou lote, será aplicada
a nova legislação do código de pos-
tura do município. Tem os depósitos
de veículos, ferros-velhos, que são
chamados de pontos estratégicos.
São cadastrados na vigilância epide-
miológica, e a cada 15 dias é feito o
tratamento do local com inseticida.
•Jornal Cidade: Quais ações a
vigilância epidemiológica está de-
senvolvendo no combate à dengue?
•Geraldo de Almeida: Estamos im-
plementando a contratação de mais
agentes de endemias, que ocorrerá
por meio de processo seletivo, e deve
ocorrer no início do mês de janeiro,
por determinação do prefeito. Tam-
bém estaremos inserindo no processo
de verificação dos imóveis os agentes
comunitários de saúde. Tudo para
que possamos ter uma abrangência
maior no combate ao mosquito nas
casas dos moradores de Lagoa da
Prata.
•Jornal Cidade: E em relação ao
zika vírus, a vigilância já pensou
em alguma estratégia de combate?
•Geraldo deAlmeida:Acho impor-
tantíssimo nesse momento a gente
tratar o Zika vírus, porque é um caso
onde devemos dispensar uma aten-
ção maior às grávidas. Já fizemos
reuniões com a equipe de saúde no
município, para passar o novo pro-
tocolo do Ministério da Saúde em
atenção ao Zika vírus. E orientação
às grávidas para que usem repelente
nas áreas descobertas, sempre que
possível, use calçado fechado, calça
comprida, meia, para se proteger.
Os repelentes devem ter o selo de
comercialização da Anvisa, isso é
importante. Evite repelentes caseiros,
e sempre com orientação do médico
que está acompanhando a gestação.
Os casos de infecção pelo Zika vírus
são novos e ainda não temos noção
do que vai acontecer, não há nada
definido. É um momento grave e de
muita atenção na saúde pública no
país. O importante é que qualquer
pessoa que tenha algum sintoma,
seja da Zika, dengue ou chikungunya,
procure, imediatamente, o serviço
médico para que seja diagnosticado.
Nesse momento a única ação efetiva
que a gente pode executar é combater
o mosquito. Nós não podemos perder
a guerra para o mosquito.
Agentes de combate à dengue
trabalham para prevenir a
proliferação do mosquito
Lagoa da Prata
Levantamento aponta que Lagoa da Prata está com risco médio de infestação. Novos agentes deverão ser contratados.
Agente de combate à dengue encontra larvas em caixinha de gordura durante visita domiciliar.
Geraldo de Almeida - Secretário
Municipal de Saúde