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FOSFATO
David Siqueira Fonseca – DNPM/Sede, Tel.: (61) 3312-6839, E-mail: david.fonseca@dnpm.gov.br
Thiago Henrique Cardoso da Silva – DNPM/Sede, Tel.: (61) 3312-6870, E-mail: thiago.cardoso@dnpm.gov.br
1 OFERTA MUNDIAL - 2011
A produção mundial de rocha fosfática em 2011 alcançou 191 Mt, crescimento de 5,5% em relação a 2010 e de
42,5% em relação a 2002. No período entre 2002 e 2011, este crescimento foi impulsionado principalmente pela China,
que aumentou sua produção em 213%. A China, os Estados Unidos da América (EUA) e o Marrocos foram os maiores
produtores em 2011, responsáveis por 67% da produção mundial. No Brasil, o forte desempenho do agronegócio e as
boas relações de trocas levaram, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), a um recorde nas
entregas de fertilizantes, que foram de 28,3 Mt, quantidade 15,5% superior à de 2010. A produção de rocha fosfática
também aumentou, igualando os resultados de 2008, de 6,7 Mt, que configura a 5ª maior produção mundial, mas
insuficiente ainda para atender a demanda doméstica.
Tabela 1 Reserva e produção mundial
Discriminação Reservas (10
3
t P2O5) Produção (10
3
t)
Países 2011
(p) (1)
2010
(r)
2011
(p)
%
Brasil
(2)
273.000 6.192 6.738 3,5
China 3.700.000 68.000 72.000 37,7
Estados Unidos da América 1.400.000 25.800 28.400 14,9
Marrocos e Saara Ocidental 50.000.000 25.800 27.000 14,1
Rússia 1.300.000 11.000 11.000 5,8
Jordânia 1.500.000 6.000 6.200 3,2
Egito 100.000 6.000 6.000 3,1
Tunísia 100.000 7.600 5.000 2,6
Israel 180.000 3.140 3.200 1,7
Síria 1.800.000 2.800 3.100 1,6
Austrália 250.000 2.600 2.700 1,4
África do Sul 1.500.000 2.500 2.500 1,3
Outros países 8.897.000 13.568 17.162 9,1
TOTAL 71.000.000 181.000 191.000 100
Fonte: DNPM/DIPLAM; USGS – Mineral Commodity Summaries 2012; ANDA.
(1) Nutrientes em P2O5; (2) reserva lavrável; (r) revisado; (p) dado preliminar.
2 PRODUÇÃO INTERNA
A produção mundial de rocha fosfática é proveniente em sua maioria de depósitos sedimentares, de mais baixo
custo de extração e com teores de P2O5 maiores, mas, no Brasil, 90% da produção provêm do manto de alteração de
rochas ígneas (complexos alcalino-carbonatíticos), cujos teores médios são de cerca de 10% de P2O5. Apesar de o Brasil
abrigar grande quantidade destes complexos, os principais, em termos de produção de rocha fosfática, situam-se na
região do Triângulo Mineiro, MG, e no sudoeste de Goiás: Tapira, no município mineiro de mesmo nome; Barreiro, em
Araxá, MG; e Catalão-Ouvidor, GO. Há ainda projetos em desenvolvimento, como na região de Patrocínio-Serra do Salitre,
MG. A jazida de Tapira tem sido historicamente a maior produtora nacional, sendo que em 2011 respondeu por 30% da
produção, explorada pela empresa Vale. Em Catalão-Ouvidor, há duas jazidas: uma da Anglo/Copebrás, que respondeu
em 2011 por 20% da produção nacional, e outra da Vale, que respondeu por 14%. A outra grande jazida é a de Araxá,
explorada pela Vale, com 18% da produção nacional em 2011. Desta forma, estes complexos foram responsáveis no ano
passado por 80% da produção interna. Outras jazidas estão localizadas em Patos de Minas (Vale) e Lagamar (Galvani),
ambas em Minas Gerais e de origem sedimentar; e, de origem ígnea, em Cajati (Vale), São Paulo, e Angico dos Dias
(Galvani), Bahia.
3 IMPORTAÇÃO
A importação em 2011 cresceu vertiginosamente, principalmente dos produtos intermediários, com destaque para
a NCM 31054000 (Diidrogeno-Ortofosfato de Amônio, ou MAP), que saltou de 1,2 Mt em 2010, correspondente a US$
561,3 milhões, para 2,1 Mt em 2011, com custo de US$ 1,3 bilhão. Outra NCM que teve um aumento considerável na
importação foi a 310559000 (Outros Adubos/Fertilizantes c/nitrogênio), já que em 2010 foram importadas 416,5 mil t,
correspondendo a US$ 148,9 milhões, saltando para 1,1 Mt e US$ 498,5 milhões em 2011. No total, foram 6,3 Mt de
produtos intermediários importados, principalmente de Marrocos (25%), EUA (21%), Rússia (14%), China (13%) e Israel
(10%), que custaram US$ 3,3 bilhões ao país. Já os bens primários tiveram crescimento moderado na quantidade, mas
expressivo aumento nos dispêndios (US$ 135,1 milhões em 2010 para US$ 207,3 milhões em 2011). Esses produtos
vieram principalmente do Marrocos (47%), Argélia (23%) e Peru (16%).
FOSFATO
4 EXPORTAÇÃO
A exportação brasileira, tanto de bens primários como de produtos intermediários, pode ser considerada, se
comparada às importações, inexpressiva, sendo o principal item a NCM 31052000 (Adubos ou Fertilizantes c/ nitrogênio,
fósforo), com 392,4 mil t exportadas em 2011, principalmente para os países do Mercosul, gerando US$ 206,4 milhões.
5 CONSUMO INTERNO
O consumo aparente brasileiro de concentrado de rocha fosfática atingiu, em 2011, 7,9 Mt, aumento de 4,3% em
relação ao ano anterior. Comportamento mais robusto ocorreu com os produtos intermediários, atingindo 11,8 Mt e
crescimento de 16% em relação a 2010, atrelado ao bom desempenho da agricultura em 2011. Por fim, o ácido fosfórico
registrou pequena queda no consumo, que diminuiu 1,5% em relação a 2010.
Tabela 2 Principais estatísticas - Brasil
Discriminação Unidade 2009
(r)
2010
(r)
2011
(p)
Produção
Conc. (bens primários)/(P2O5)
(**)
(10
3
t) 6.084 / 2.163 6.192 / 2.179 6.738 / 2.374
Ác. Fosfórico (produto)/(P2O5)
(**)
(10
3
t) 1.809 / 913 2.123 / 1.074 2.043 / 2.118
Produtos Intermediários/(P2O5)
(**)
(10
3
t) 6.330 / 1.769 7.266 / 1.944 7.642 / 1.971
Importação
Concentrado (bens primários)
(10
3
t) 915 1.399 2.856
(10
3
US$-FOB) 83.805 134.682 206.564
Ácido Fosfórico (produto)
(10
3
t) 168 271 308
(10
3
US$-FOB) 58.438 102.849 160.587
Prod. Interm. (Comp. Químico)
(*) (10
3
t) 2.693 3.619 4.834
(10
3
US$-FOB) 886.971 1.370.218 3.174.596
Exportação
Concentrado (bens primários)
(10
3
t) 0 1 1
(10
3
US$-FOB) 1 473 436
Ácido Fosfórico (produto)
(10
3
t) 16 26 21
(10
3
US$-FOB) 12.641 21.460 20.514
Prod. Interm. (Comp. Químico)
(*) (10
3
t) 550 704 668
(10
3
US$-FOB) 250.119 263.758 306.775
Consumo Aparente
(1)
Concentrado (bens primários) 10
3
( t) 6.999 7.590 7.917
Ácido Fosfórico (Produto) 10
3
( t) 1.961 2.368 2.331
Prod. Interm. (Comp. Químico)
(*)
10
3
( t) 8.473 10.182 11.808
Preços
Concentrado (rocha)
(2)
(US$/t FOB) 475,00 275,00 269,00
Concentrado (rocha)
(3)
(US$/t FOB) 91,58 96,25 72,32
Ácido Fosfórico
(3)
(US$/t FOB) 347,36 379,14 519,83
Produtos Intermediários
(4)
(US$/t FOB) 329,25/454,58 378,54/374,52 656,63/458,83
Conc. Rocha / Ácido Fosfórico
(5)
(US$/t FOB) nd/785,35 286,7/814,3 259,98/982,89
Fonte: DNPM/DIPLAM; ANDA/IBRAFOS/SIACESP/SIMPRIFERT; SECEX/MDIC (importação e exportação).
(1) Produção + importação – exportação; (2) preço médio vigente vendas industriais; (3) preço médio base importação brasileira; (4) preço médio: (base
importação brasileira) / (base exportação brasileira); (5) preço médio base exportação brasileira; (*) produtos intermediários: fosfato monoamônico -
MAP, fosfato diamônico - DAP, SS, SD, TSP, ST - termofosfato, NPK, PK, NP e outros; (**) nutrientes em P2O5; (p) preliminar; (r) revisado.
6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS
Dos projetos em desenvolvimento, o mais adiantado é o da MBAc em Arraias, TO, que deve começar a produção
no início de 2013, e cujo objetivo é produzir superfosfato simples para atender a crescente demanda da fronteira agrícola
no cerrado. Outros projetos em desenvolvimento são os da Vale, na região de Patrocínio-Serra do Salitre, e da Galvani, na
região de Itataia, CE. Em relação às novas descobertas, a empresa Itaoeste foi parceira na pesquisa e delimitação de um
corpo de carbonatito no município de Piedade, SP, cujo minério é composto de magnetita, calcita, barita e fosfato. Já a
MBAC Fertilizer Corp. desenvolve um projeto num carbonatito ao sul do Pará e norte de Mato Grosso, denominado
inicialmente de Santana, com uma cubagem inicial de 66 Mt de minério com 10,5% de P2O5.
7 OUTROS FATORES RELEVANTES
Um aspecto importante do mercado de rocha fosfática no Brasil é a concentração da produção nas mãos de
poucas empresas. Em 2011, a Vale Fertilizantes produziu, aproximadamente, 70% da produção nacional, enquanto que a
segunda maior empresa produziu 20%, e as outras empresas, 10%. Apesar de ser uma commodity transacionada
internacionalmente, o preço da rocha fosfática nacional é superior aos preços internacionais. Por isso, a concorrência na
produção dos insumos para fertilizantes é um importante fator para a diminuição nos preços e na dependência brasileira
de importações de rocha fosfática.

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  • 1. FOSFATO David Siqueira Fonseca – DNPM/Sede, Tel.: (61) 3312-6839, E-mail: david.fonseca@dnpm.gov.br Thiago Henrique Cardoso da Silva – DNPM/Sede, Tel.: (61) 3312-6870, E-mail: thiago.cardoso@dnpm.gov.br 1 OFERTA MUNDIAL - 2011 A produção mundial de rocha fosfática em 2011 alcançou 191 Mt, crescimento de 5,5% em relação a 2010 e de 42,5% em relação a 2002. No período entre 2002 e 2011, este crescimento foi impulsionado principalmente pela China, que aumentou sua produção em 213%. A China, os Estados Unidos da América (EUA) e o Marrocos foram os maiores produtores em 2011, responsáveis por 67% da produção mundial. No Brasil, o forte desempenho do agronegócio e as boas relações de trocas levaram, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), a um recorde nas entregas de fertilizantes, que foram de 28,3 Mt, quantidade 15,5% superior à de 2010. A produção de rocha fosfática também aumentou, igualando os resultados de 2008, de 6,7 Mt, que configura a 5ª maior produção mundial, mas insuficiente ainda para atender a demanda doméstica. Tabela 1 Reserva e produção mundial Discriminação Reservas (10 3 t P2O5) Produção (10 3 t) Países 2011 (p) (1) 2010 (r) 2011 (p) % Brasil (2) 273.000 6.192 6.738 3,5 China 3.700.000 68.000 72.000 37,7 Estados Unidos da América 1.400.000 25.800 28.400 14,9 Marrocos e Saara Ocidental 50.000.000 25.800 27.000 14,1 Rússia 1.300.000 11.000 11.000 5,8 Jordânia 1.500.000 6.000 6.200 3,2 Egito 100.000 6.000 6.000 3,1 Tunísia 100.000 7.600 5.000 2,6 Israel 180.000 3.140 3.200 1,7 Síria 1.800.000 2.800 3.100 1,6 Austrália 250.000 2.600 2.700 1,4 África do Sul 1.500.000 2.500 2.500 1,3 Outros países 8.897.000 13.568 17.162 9,1 TOTAL 71.000.000 181.000 191.000 100 Fonte: DNPM/DIPLAM; USGS – Mineral Commodity Summaries 2012; ANDA. (1) Nutrientes em P2O5; (2) reserva lavrável; (r) revisado; (p) dado preliminar. 2 PRODUÇÃO INTERNA A produção mundial de rocha fosfática é proveniente em sua maioria de depósitos sedimentares, de mais baixo custo de extração e com teores de P2O5 maiores, mas, no Brasil, 90% da produção provêm do manto de alteração de rochas ígneas (complexos alcalino-carbonatíticos), cujos teores médios são de cerca de 10% de P2O5. Apesar de o Brasil abrigar grande quantidade destes complexos, os principais, em termos de produção de rocha fosfática, situam-se na região do Triângulo Mineiro, MG, e no sudoeste de Goiás: Tapira, no município mineiro de mesmo nome; Barreiro, em Araxá, MG; e Catalão-Ouvidor, GO. Há ainda projetos em desenvolvimento, como na região de Patrocínio-Serra do Salitre, MG. A jazida de Tapira tem sido historicamente a maior produtora nacional, sendo que em 2011 respondeu por 30% da produção, explorada pela empresa Vale. Em Catalão-Ouvidor, há duas jazidas: uma da Anglo/Copebrás, que respondeu em 2011 por 20% da produção nacional, e outra da Vale, que respondeu por 14%. A outra grande jazida é a de Araxá, explorada pela Vale, com 18% da produção nacional em 2011. Desta forma, estes complexos foram responsáveis no ano passado por 80% da produção interna. Outras jazidas estão localizadas em Patos de Minas (Vale) e Lagamar (Galvani), ambas em Minas Gerais e de origem sedimentar; e, de origem ígnea, em Cajati (Vale), São Paulo, e Angico dos Dias (Galvani), Bahia. 3 IMPORTAÇÃO A importação em 2011 cresceu vertiginosamente, principalmente dos produtos intermediários, com destaque para a NCM 31054000 (Diidrogeno-Ortofosfato de Amônio, ou MAP), que saltou de 1,2 Mt em 2010, correspondente a US$ 561,3 milhões, para 2,1 Mt em 2011, com custo de US$ 1,3 bilhão. Outra NCM que teve um aumento considerável na importação foi a 310559000 (Outros Adubos/Fertilizantes c/nitrogênio), já que em 2010 foram importadas 416,5 mil t, correspondendo a US$ 148,9 milhões, saltando para 1,1 Mt e US$ 498,5 milhões em 2011. No total, foram 6,3 Mt de produtos intermediários importados, principalmente de Marrocos (25%), EUA (21%), Rússia (14%), China (13%) e Israel (10%), que custaram US$ 3,3 bilhões ao país. Já os bens primários tiveram crescimento moderado na quantidade, mas expressivo aumento nos dispêndios (US$ 135,1 milhões em 2010 para US$ 207,3 milhões em 2011). Esses produtos vieram principalmente do Marrocos (47%), Argélia (23%) e Peru (16%).
  • 2. FOSFATO 4 EXPORTAÇÃO A exportação brasileira, tanto de bens primários como de produtos intermediários, pode ser considerada, se comparada às importações, inexpressiva, sendo o principal item a NCM 31052000 (Adubos ou Fertilizantes c/ nitrogênio, fósforo), com 392,4 mil t exportadas em 2011, principalmente para os países do Mercosul, gerando US$ 206,4 milhões. 5 CONSUMO INTERNO O consumo aparente brasileiro de concentrado de rocha fosfática atingiu, em 2011, 7,9 Mt, aumento de 4,3% em relação ao ano anterior. Comportamento mais robusto ocorreu com os produtos intermediários, atingindo 11,8 Mt e crescimento de 16% em relação a 2010, atrelado ao bom desempenho da agricultura em 2011. Por fim, o ácido fosfórico registrou pequena queda no consumo, que diminuiu 1,5% em relação a 2010. Tabela 2 Principais estatísticas - Brasil Discriminação Unidade 2009 (r) 2010 (r) 2011 (p) Produção Conc. (bens primários)/(P2O5) (**) (10 3 t) 6.084 / 2.163 6.192 / 2.179 6.738 / 2.374 Ác. Fosfórico (produto)/(P2O5) (**) (10 3 t) 1.809 / 913 2.123 / 1.074 2.043 / 2.118 Produtos Intermediários/(P2O5) (**) (10 3 t) 6.330 / 1.769 7.266 / 1.944 7.642 / 1.971 Importação Concentrado (bens primários) (10 3 t) 915 1.399 2.856 (10 3 US$-FOB) 83.805 134.682 206.564 Ácido Fosfórico (produto) (10 3 t) 168 271 308 (10 3 US$-FOB) 58.438 102.849 160.587 Prod. Interm. (Comp. Químico) (*) (10 3 t) 2.693 3.619 4.834 (10 3 US$-FOB) 886.971 1.370.218 3.174.596 Exportação Concentrado (bens primários) (10 3 t) 0 1 1 (10 3 US$-FOB) 1 473 436 Ácido Fosfórico (produto) (10 3 t) 16 26 21 (10 3 US$-FOB) 12.641 21.460 20.514 Prod. Interm. (Comp. Químico) (*) (10 3 t) 550 704 668 (10 3 US$-FOB) 250.119 263.758 306.775 Consumo Aparente (1) Concentrado (bens primários) 10 3 ( t) 6.999 7.590 7.917 Ácido Fosfórico (Produto) 10 3 ( t) 1.961 2.368 2.331 Prod. Interm. (Comp. Químico) (*) 10 3 ( t) 8.473 10.182 11.808 Preços Concentrado (rocha) (2) (US$/t FOB) 475,00 275,00 269,00 Concentrado (rocha) (3) (US$/t FOB) 91,58 96,25 72,32 Ácido Fosfórico (3) (US$/t FOB) 347,36 379,14 519,83 Produtos Intermediários (4) (US$/t FOB) 329,25/454,58 378,54/374,52 656,63/458,83 Conc. Rocha / Ácido Fosfórico (5) (US$/t FOB) nd/785,35 286,7/814,3 259,98/982,89 Fonte: DNPM/DIPLAM; ANDA/IBRAFOS/SIACESP/SIMPRIFERT; SECEX/MDIC (importação e exportação). (1) Produção + importação – exportação; (2) preço médio vigente vendas industriais; (3) preço médio base importação brasileira; (4) preço médio: (base importação brasileira) / (base exportação brasileira); (5) preço médio base exportação brasileira; (*) produtos intermediários: fosfato monoamônico - MAP, fosfato diamônico - DAP, SS, SD, TSP, ST - termofosfato, NPK, PK, NP e outros; (**) nutrientes em P2O5; (p) preliminar; (r) revisado. 6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS Dos projetos em desenvolvimento, o mais adiantado é o da MBAc em Arraias, TO, que deve começar a produção no início de 2013, e cujo objetivo é produzir superfosfato simples para atender a crescente demanda da fronteira agrícola no cerrado. Outros projetos em desenvolvimento são os da Vale, na região de Patrocínio-Serra do Salitre, e da Galvani, na região de Itataia, CE. Em relação às novas descobertas, a empresa Itaoeste foi parceira na pesquisa e delimitação de um corpo de carbonatito no município de Piedade, SP, cujo minério é composto de magnetita, calcita, barita e fosfato. Já a MBAC Fertilizer Corp. desenvolve um projeto num carbonatito ao sul do Pará e norte de Mato Grosso, denominado inicialmente de Santana, com uma cubagem inicial de 66 Mt de minério com 10,5% de P2O5. 7 OUTROS FATORES RELEVANTES Um aspecto importante do mercado de rocha fosfática no Brasil é a concentração da produção nas mãos de poucas empresas. Em 2011, a Vale Fertilizantes produziu, aproximadamente, 70% da produção nacional, enquanto que a segunda maior empresa produziu 20%, e as outras empresas, 10%. Apesar de ser uma commodity transacionada internacionalmente, o preço da rocha fosfática nacional é superior aos preços internacionais. Por isso, a concorrência na produção dos insumos para fertilizantes é um importante fator para a diminuição nos preços e na dependência brasileira de importações de rocha fosfática.