2. A ORIGEM
O informativo multilíngue anarquista A-Infos
(10/06/2001) publicou um artigo de Daniel Dylan
Young no qual o autor explica que o Black Bloc tem
um berço não anarquista: ele nasceu de um
movimento da contracultura que se irradiou da
Itália para Alemanha, Dinamarca, Holanda e outras
partes da Europa.
3. As manifestações iniciadas na Itália nos anos
de 1970 apresentaram uma novidade: não
tinham nenhuma relação com o Partido
Comunista, a esquerda partidária ou o
movimento sindical, que sempre procuraram
sabotar aquele novo coletivo de estudantes
independentes, donas de casa e
trabalhadores de fábrica não sindicalizados.
Era um movimento radical de transformação
social de gente não organizada e foi tratado
com indiferença e malícia pela esquerda
tradicional.
4. A ascensão da extrema-direita radical na
Alemanha impôs um recuo inesperado ao
movimento anarquista e a prática da tática
Black Bloc na Europa. Nos Estados
Unidos, desde os protestos de 1999 em
Seattle, o os homens de preto tem tido
presença constante nas manifestações
populares no país.
5. DEFININDO
Black bloc é o nome dado a uma estratégia de
manifestação e protesto anarquista, na qual grupos
de afinidade mascarados e vestidos de negro se
reúnem com objetivo de protestar em
manifestações anti-globalização e/ou anticapitalistas, conferências de representacionistas
entre outras ocasiões, utilizando a propaganda
pela ação para questionar o sistema vigente.
6. ANTI-CAPITALISTAS
Black blocs se diferenciam de outros grupos anticapitalistas por rotineiramente se utilizarem da
destruição da propriedade para trazer atenção para
sua oposição contra corporações multinacionais e
aos apoios e às vantagens recebidas dos governos
ocidentais por essas companhias. Um exemplo
desta atividade é a destruição das fachadas de
lojas e escritórios como
McDonald's, Starbucks, Fidelity Investments
7. As roupas e máscaras negras que dão nome
à estratégia são usadas para dificultar ou
mesmo impedir qualquer tipo de identificação
pelas autoridades, também com a finalidade
de parecer uma única massa
imensa, promovendo solidariedade entre
seus participantes.
8. O PAPEL DAS REDES SOCIAIS
As redes sociais e novas realidades em outros
continentes ofereceriam novos “fronts” para esta
forma de luta urbana solidária anos depois das
primeiras críticas dos anarquistas ao Black Bloc
feitas antes do desenvolvimento da web. O tempo
de mobilização da população popular diminuiu
muito e a organização virtual leva o planejamento
da ação à sua execução em muito menos tempo.
9. EM AÇÃO NO BRASIL
A tática usada pelo grupo nos últimos atos
obedece ao padrão de ação dos precursores
europeus e americanos. Em turmas de cerca
de 100 pessoas, os black blocs assumem a
linha de frente dos protestos, a pretexto de
compor uma barreira entre os manifestantes
e os policiais.
10. De braços cruzados, movem-se como uma
massa uniforme em direção às barreiras de
segurança. Quando a polícia se
aproxima, emitem em coro e de forma
ritmada grunhidos semelhantes a um grito
tribal. Nesse momento, alguns membros
lançam morteiros, coquetéis molotov e
pedras com estilingues.