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CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Disciplina:
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS – PCI
Professor:
Flávio Amorim Gomes de Araújo
VERSÃO 02
JANEIRO / 2008
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INTRODUÇÃO
Observamos no decurso da história que quatro elementos constantemente estão se interagindo: a TERRA, o FOGO,
o AR e a ÁGUA. Sabemos também que foi com auxílio do fogo que o homem conseguiu sair das cavernas e
dominar as feras à sua volta, reinando assim sobre os demais animais. O fogo é, portanto, um elemento importante
e hoje em dia essencial para nossa sobrevivência na vida moderna, no entanto quando foge ao controle torna-se
também um elemento muito perigoso para a vida humana.
Nos dias atuais, o homem tem utilizado, principalmente, outro elemento, no caso a água, para evitar que o fogo fuja
do seu controle, destrua a terra e contamine o ar. Aliás, a contaminação do ar de um incêndio, gerando a chamada
fumaça, é sem dúvida a principal causa das mortes das pessoas num incêndio. São raros os casos de mortes por
pessoas queimadas, pois normalmente antes de sofrerem queimaduras fatais, as pessoas morrem por asfixia ou
pelos males provocados pela fumaça. Já assistimos diversos casos, principalmente, em edifícios altos, onde
tamanho era o desespero das pessoas, vindo a saltarem do alto do edifício.
O desenvolvimento de um programa de prevenção, proteção e combate a incêndio constituem em uma das mais
importantes missões de um Técnico em Segurança do Trabalho dentro das empresas. Vemos algumas vezes a
preocupação da empresa, apenas com o treinamento e formação da brigada de incêndio e manutenção de
extintores, que são atividades das mais importantes, mas insuficientes para evitar a ocorrência e a propagação dum
incêndio.
Claro que o desenvolvimento de um sistema de prevenção, proteção e combate a incêndios vai depender muito do
tipo de empresa e de seus riscos, mas como regra geral, podemos afirmar que evitar um incêndio é o melhor
caminho, para isto é preciso focar nas ações de PREVENÇÃO, que incluem ações de manutenção e controle sobre
as instalações elétricas, por serem uma das maiores causas de incêndios nas empresas; condições adequadas de
armazenamento de materiais, principalmente inflamáveis e combustíveis; cumprimento de um bom sistema de
sinalização de segurança; entre outras ações. Mesmo assim é importante frisarmos que as ações de prevenção nem
sempre são suficientes e não podem vir a evitar um incêndio, pois elas visam reduzir a probabilidade de ocorrência,
mas dificilmente irão garantir que nunca falhem e não haja o incêndio.
Portanto quando falha a prevenção devemos buscar ou dimensionar corretamente os esforços para as ações de
PROTEÇÃO, que incluem um sistema de paredes e portas corta-fogo; sistema de proteção de pára-raios; entre
outros. No caso de pára-raios muitos acham ser uma ação preventiva, mas na verdade o sistema não impede a
queda do raio, mas sim protege a edificação dum incêndio, por isso sua classificação mais correta é a de proteção.
Por último, mas não menos importante, pelo menos quando nos referimos ao risco real de um incêndio, precisamos
definir e dimensionar corretamente as ações de COMBATE. Como o próprio nome diz é uma ação reativa, precisa
acontecer algo de errado, para haver a reação. Mas em se tratando de incêndio, devemos estar preparado para o
erro ou falha de algum sistema, pois segundo a Lei de Murphy: se algo pode dar errado, certamente dará. Não
querendo ser pessimista, mas devemos estar sempre adequadamente preparados. Devido a isso é extremamente
importante e obrigatório instalações de extintores, hidrantes, sprinklers, etc, ou mesmo um treinamento da brigada,
que pode parecer para muitos como ação de prevenção, mas a finalidade de sua existência é puramente reativa.
É importante frisarmos que o conceito de PREVENÇÃO, PROTEÇÃO ou COMBATE é o que menos importa. O
importante é o aluno e futuro Técnico em Segurança saber identificar o risco e o melhor sistema para PREVENIR,
PROTEGER ou COMBATER.
O objetivo do curso é proporcionar ao aluno a oportunidade de conhecer o maior número possível de recursos
existentes, e quando digo recursos, não falo apenas dos recursos materiais, mas também dos recursos humanos.
Além disso, temos o objetivo de dar ao aluno a oportunidade de interpretar corretamente a legislação e normas;
saber dimensionar corretamente um sistema de prevenção, proteção e combate a incêndios; entre outras.
Em suma podemos dizer que a missão do Técnico em Segurança do Trabalho numa empresa para a Prevenção,
Proteção e Combate a Emergências consiste basicamente em:
fazer a correta distribuição dos equipamentos pela área a proteger;
garantir a manutenção adequada dos equipamentos de prevenção, proteção e combate;
organizar treinamento do pessoal que irá utilizar estes equipamentos.
A concepção moderna de combate a incêndio exige grande soma de conhecimentos profissionais e habilidades para
aplicá-los. E não se pode esperar que esses conhecimentos e habilidades sejam adquiridos unicamente através da
experiência. Ela é muito importante como complemento de estudos sistemáticos e apropriados, mas insuficientes,
por isso a importância dos estudos acadêmicos, principalmente em cursos, mesmo que sejam teóricos.
Americana, 10 de janeiro de 2008.
Flávio Amorim Gomes de Araújo
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 02
ÍNDICE 03
CAPÍTULO I PREVENÇÃO, PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS 04
1. PRIMEIRA BRIGADA DE INCÊNDIO 04
2. HISTÓRICO DE OCORRÊNCIA E SURGIMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS 05
3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE 07
4. PROCESSO QUÍMICO DO FOGO 08
5. PROCESSO DE FORMAÇÃO DO FOGO 08
6. PONTOS DE TEMPERATURA CRÍTICA 10
7. EVOLUÇÃO DE UM INCÊNDIO 13
8. FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO 18
9. CLASSES DE INCÊNDIO 19
10. TÉCNICAS DE EXTINÇÃO 20
11. AGENTES EXTINTORES 21
12. APARELHOS EXTINTORES 23
13. EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇAO AUTÔNOMA 33
14. SISTEMA DE ALARME DE INCÊNDIO 34
15. SAÍDAS DE EMERGÊNCIA 35
16. SISTEMA HIDRÁULICO DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 39
17. SISTEMA FIXO DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 54
18. ACESSO DE VIATURAS DO CORPO DE BOMBEIROS 57
19. PRINCIPAIS VIATURAS DE COMBATE A INCÊNDIO DO CORPO DE BOMBEIROS 58
20. BRIGADA DE COMBATE A INCÊNDIO 61
21. PREVENÇÃO DE INCÊNDIO 67
CAPÍTULO II – ACIDENTES AMBIENTAIS 68
1. DEFINIÇÃO E TIPOS DE ACIDENTES AMBIENTAIS 68
2. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RISCOS 68
3. PLANEJAMENTO DE UM SISTEMA PARA ATENDIMENTO DE ACIDENTES AMBIENTAIS
DE ORIGEM TECNOLÓGICA 69
4. ACIDENTES AMBIENTAIS COM PRODUTOS QUÍMICOS 70
5. RISCOS ASSOCIADOS ÀS CLASSES DE PRODUTOS QUÍMICOS 74
BIBLIOGRAFIA 78
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CAPÍTULO I PREVENÇÃO, PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS
1. PRIMEIRA BRIGADA DE INCÊNDIO
Nos confins da antiguidade, o homem lutou para conseguir a técnica da combustão. O fogo, então, foi um dos
maiores aliados do ser humano. Por isso desde o início o homem deu ao fogo um caráter superior, conferido aos
deuses, como manifestação do sagrado.
Uma vez dominada as tecnologias de sua produção, segundo a vontade humana, o fogo tem sido o mais importante
e permanente instrumento do processo civilizador. Participa de toda a evolução cultural da humanidade, o fogo tem
sido um dos fundamentos de todo o progresso do homem contribuindo nos diferentes momentos de sua trajetória,
desde o primitivo aquecimento, nas cavernas do paleolítico superior, à produção de armas que permitiram ampliar
suas provisões alimentares, promover sua defesa e, simultaneamente, acelerar o processo de agressão e do
domínio do meio ambiente, na mais antiga e contínua luta do homem: a da sobrevivência.
Exercendo fascínio e sedução, talvez como um dos mais primitivos arquétipos do homem, o fogo, contudo, ao
mesmo tempo em que é amigo e vital, pode se transformar no mais insidioso, inesperado e quase invencível
inimigo.
Perde-se na memória do tempo, a origem do combate ao fogo, das mais remotas lembranças, sabe-se que no ano
27 A.C.(Antes de Cristo), em Roma, já existiam os "Triunviri Nocturni", grupos organizados com o objetivo de
combater incêndios.
Durante o reinado de Júlio César Octávio, entre 63 a.C. e 14 d.C., foram criadas as "Coohortes Vigilium",em número
de 7, cada uma integrada por 1.000 homens, aos quais estava reservada a responsabilidade de proteger contra o
fogo em 14 bairros de Roma.
Na Roma daqueles tempos uma lei obrigava a cada proprietário de casa a dispor de uma cisterna, com água
reservada para casos de incêndio. A legislação dispunha de uma série de regras para construções, desde
afastamento regular até a proibição de produtos mais inflamáveis. Também a altura dos prédios deveria se limitar a
100 pés, ou seja, 30 metros.
Na Pérsia antiga, conta a história, o incendiário que queimasse sua casa, fosse ou não involuntariamente, era
condenado ao apedrejamento vivo, permitindo-se à mulher acompanhar o marido, caso fosse sua vontade.
Marco Polo relatava de sua viagem à China, que os bombeiros sufocavam os incêndios de uma forma eficaz e
surpreendente. Não utilizavam água contra o fogo, mais se dedicavam a demolir as construções vizinhas, deixando
que apenas a casa incendiada acabasse destruída, impedindo a propagação do fogo.
Na Grécia antiga, os bombeiros usavam as quadrigas (carros de corridas com quatro cavalos, ou seja, bigas com 4
cavalos) para alcançar o local do incêndio com maior rapidez. Os soldados mais experientes sabiam de memória os
locais de Atenas em que se podia encontrar água com facilidade, poços, riachos, cisternas e baixios e de lá, em
processo de revezamento, os baldes eram deslocados de mão em mão, às vezes de distância de até um quilômetro
ou mais, o que exigia a mobilização de grande número de escravos.
O mesmo processo continuou sendo utilizado pelo homem em quase toda parte do mundo, até o fim da Idade
Média. Com a evolução da economia, nos fins da idade média, a burguesia foi se instalando em pequenos burgos,
reinstalando-se o processo de vida urbana. Com ele, por volta de fins do século XVI e início do XVII, começaram a
surgir os primeiros bombeiros da era moderna. Na França, isto ocorreu com Luiz XIV, o Rei-Sol, que reinou de 1638
a 1715, com os "Corps des Pompiers", que já utilizavam a bomba Van Der Heydens, de 1699. Na Inglaterra, pouco
adiante, surgem os "Fireman", os "homens do fogo". Na Alemanha, desde 17 de julho de 1841, em Meissen, existem
Corpos Voluntários de Bombeiros. Em Durlach, em 1846, surge a segunda corporação e nasce em Berlim, no ano
de 1851, o primeiro Corpo de Bombeiro profissional.
Rapidamente, em razão da evolução cada vez mais acelerada das cidades, foram surgindo corporações de combate
ao fogo em muitos países do mundo. Nos Estados Unidos, a iniciativa coube ao grande Benjamin Franklin,em 1736,
que criou, na Filadélfia, o primeiro Corpo de Bombeiros Voluntários da América. Em Portugal, a história dos
Bombeiros na era moderna começa no ano de 1794, com a destacada participação de um brasileiro nascido na
Bahia, Guilherme Gomes Fernandes, que juntamente com outros idealistas criou a associação dos Bombeiros
Voluntários do Porto. O brasileiro Gomes Fernandes, um abnegado da causa, foi considerado o "maior bombeiro do
mundo", criando as bases do sólido movimento português de defesa civil, com base na multiplicação pelo território
português de grupamentos voluntários de combate ao fogo.
No Chile, o primeiro corpo de bombeiros, também de caráter voluntário, foi criado em 1851, na cidade de
Valparaíso. Em 1863, foi criada a Corporação de Santiago.
No Brasil, o primeiro Corpo de Bombeiros foi criado oficialmente pelo decreto 1.775, assinado por D. Pedro II, em 02
de Julho de 1856, instala-se no Rio de Janeiro, então, o Corpo de Bombeiros da Corte. Antes, porém, desde 1763,
os incêndios no Rio de Janeiro eram combatidos pelo pessoal do Arsenal da Marinha, de forma provisória.
A evolução técnica, o aperfeiçoamento dos equipamentos, a utilização de bombas mecânicas, manuais e
motorizadas, a substituição dos baldes de pano por mangueiras de tecido, os caminhões tanque, os autobombas, as
escadas Magirus, as bombas Metz, até os macacos hidráulicos e as roupas especiais que permitem o acesso de
bombeiros a locais em chamas, tudo isto se deve às maravilhas da revolução industrial, de 1760 aos nossos dias.
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2. HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS E SURGIMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS
1850: ocorre um incêndio na Rua do Rosário (atual Rua XV de Novembro), o incêndio é extinto por uma
bomba manual emprestada por um francês chamado Marcelino Gerard.
1852: em decorrência de tal incêndio, é apresentado na Assembléia Provincial, pelo então Brigadeiro
Machado de Oliveira um Projeto de Lei de um Código sobre Prevenção de Incêndios, ficando o povo, por lei,
obrigado a cooperar com a Polícia nos dias de incêndio.
1856: surge o Corpo de Bombeiros da Corte (atual Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro).
Entre 1860 e 1870: registro de diversas ocorrências de incêndios: livraria na Rua do Carmo em SP; loja de
ferragens; barril de pólvora explode no centro da cidade de São Paulo; etc.
1880: depois de um incêndio na Faculdade de Direito em SP é determinada à criação Oficial do Corpo de
Bombeiros (10 de março de 1880). O então Alferes José Severino Dias é designado em 24 de julho Comandante da
Seção de Bombeiros com 20 homens (praças).
1890: elevação à categoria de "Companhia de Bombeiros". O efetivo aumenta para 60 homens. O Comandante
passa a ser um Capitão.
1900: unem-se todas as forças policiais em uma só "FORÇA PÚBLICA". É criado o Corpo Municipal de Bombeiros
de Campinas, seu efetivo inicial era de oito homens.
1911: são colocadas em todos os bairros da cidade de São Paulo, 160 novas caixas de avisos de incêndio.
1942: primeiro convênio entre o Estado e a Prefeitura de São Paulo. O Corpo de Bombeiros passa a ser Estadual.
1964: grande compra de Auto-Bombas (o famoso “Volta ao Mundo").
1972: em 24 de fevereiro, ocorre o incêndio do Edifício Andraus de 31 andares, teve seu início no 4º andar, 16
pessoas morrem e 375 ficam feridas, o Corpo de Bombeiros envia 31 viaturas e dezenas de carros pipas. O
Incêndio provoca o surgimento de um Grupo de Trabalho para estudar e propor reforma dos Serviços de Bombeiros.
Incêndio no Edifício Joelma
1974: em 01/fevereiro ocorre incêndio no Edifício Joelma de 23 andares, 189
pessoas morrem, o Corpo de Bombeiros envia 26 viaturas e 318 bombeiros.
1975: ocorre a preconizada reestruturação dos serviços de bombeiros. Em razão
do incêndio do Joelma, é publicado o novo Código de Obras de São Paulo.
1979: entra em funcionamento o telefone 193. É firmado novo convênio entre o
Estado e a Prefeitura.
1981: em 14 de fevereiro, ocorre um incêndio na Av.Paulista, no edifício Grande
Avenida de 23 andares, foto ao lado. O Corpo de Bombeiros envia ao local 20 viaturas e
300 bombeiros, 17 pessoas morrem e 53 são feridas, entre elas 11 bombeiros e 10 do
efetivo do Comando de Operações Especiais da PM.
1983: incêndio na Vila Socó, em Cubatão, deixou 93 mortos.
1984: vazamento de gás na fábrica da Union Carbide, em Bhopal, na Índia, matou 3.700
pessoas.
1986: O reator número 4 da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, teve um acidente no
dia 26 de abril. Oficialmente, os mortos foram 31, entre bombeiros e técnicos da usina. Sete anos depois, o governo
ucraniano reconheceu a morte de 7 mil a 10 mil pessoas. O incêndio do reator durou dez dias e houve duas
explosões. Cerca de 500 mil pessoas foram retiradas de 170 cidades depois do acidente. Pripiat, a 3 quilômetros da
usina, tinha 55 mil habitantes. Hoje, é uma cidade-fantasma. Os prejuízos da catástrofe são calculados em 400
bilhões de dólares e 7 milhões de pessoas ainda vivem em regiões que sofreram radiação.
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1987: incêndio no edifício CESP em SP, no dia 21 de Maio. O conjunto tinha 2 blocos, um com 21 e outro com 27
pavimentos. Houve desabamento parcial da estrutura.
1995: em 29 de janeiro, ocorre uma explosão em uma loja de fogos no bairro de Pirituba na capital paulista, 33
casas são atingidas e 15 pessoas morrem, o Corpo de Bombeiros enviou ao local 15 viaturas e 62 bombeiros.
1996: ocorre em 11 de junho uma explosão no Shopping Center Plaza de Osasco causada por vazamento de GLP
sob o piso da área de restaurantes, 41 pessoas morrem e mais de 480 pessoas são feridas, o Corpo de Bombeiros
envia para o local 38 viaturas e 167 bombeiros.
1997: é lançado o Manual de Fundamentos do Corpo de Bombeiros, com mais de 360 páginas e mais de 880
ilustrações, o manual aborda 18 temas ligados às principais áreas de atuação dos serviços de bombeiros. A Sirene,
popularmente conhecida como Bitonal (dois tons lá-lá/ré-ré), com quatro cornetas, freqüência de 435/450 Hz e
580/600 Hz, com alcance audível a 7 m, passa a ser destinada, para uso exclusivo do Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado de São Paulo. É apresentada a nova viatura de Comando de Operações, destinada a ser
empregada em grandes ocorrências servindo sempre como Posto de Comando.
2001: a explosão da plataforma submarina P-36, da Petrobrás, em 15 de março, na Bacia de Campos, no Rio de
Janeiro, matou 11 pessoas que trabalhavam no local. Quatro aviões foram seqüestrados nos Estados Unidos por
membros da organização terrorista Al Qaeda, sendo dois deles foram lançados contra as torres que formavam o
complexo empresarial World Trade Center (WTC), em Nova York e um contra o Pentágono, em Washington. No
total de 2.752 pessoas morreram vítimas do atentado.
2003: Incêndio provoca morte de 2 crianças, de 7 e 3 anos, na casa em que moravam, no Jardim São Gerônimo, em
Americana-SP, na madrugada de ontem. Carla Fernandes de Oliveira, de 3 anos, e Jonhny Fernandes de Oliveira
de 7, chegaram a ser levados por um vizinho ao hospital Municipal de Americana, mas morreram quando recebiam
atendimento. A casa teve a energia elétrica cortada por falta de pagamento, segundo Polícia Militar. Para que os
filhos não dormissem no escuro, a mãe, Juliana Fernandes Cruz, de 25 anos, acendeu uma vela no quarto e foi se
deitar. A vela caiu em um colchão e deu início ao incêndio, acredita a polícia.
2005: Incêndio causa morte de uma pessoa em Lisboa, Portugal, no dia 20 de julho - mais de 3.000 bombeiros
estão mobilizados no combate a incêndios causados pela pior seca que já atingiu Portugal em mais de seis décadas
e que, nesta quarta-feira, causaram a morte de uma pessoa idosa e forçaram a desocupação de quatro vilarejos,
disseram oficiais. O corpo carbonizado de um idoso de cerca de 60 anos foi encontrado perto de sua casa nas
proximidades de Alvaiazere, a 160 quilômetros a nordeste de Lisboa, contou um vereador da localidade.
"Encontramos o corpo já queimado. Ele devia estar tentando apagar o fogo mas não conseguiu," disse Abel Reias à
agência local de notícias Lusa. Um incêndio próximo à cidade central de Pombal ameaça dois vilarejos e levou ao
fechamento temporário pelo segundo dia seguido de uma das mais movimentadas estradas do país que liga Lisboa
à Cidade do Porto.
2006: cinco crianças, com idades entre 1 e 7 anos, morreram na madrugada do dia 22/05/06, em conseqüência de
um incêndio no bairro Cristal, em Vacaria (RS). Segundo o Corpo de Bombeiros, as vítimas --todas da mesma
família-- estavam sob os cuidados de uma menina de 13 anos, que conseguiu escapar quando percebeu o fogo. Os
bombeiros dizem que a mãe, de 28 anos, havia saído para trabalhar. Há suspeitas de que o incêndio tenha sido
causado por velas. Além do frio que atingia a região, a casa estava sem energia elétrica. O fogo começou por volta
da 1h30. Os bombeiros foram acionados, mas, quando chegaram, a casa já havia sido destruída.
2007: um incêndio atingiu na manhã do dia 18/12 num galpão de uma indústria
farmacêutica, próximo à rodovia Castelo Branco, em Barueri (SP). O fogo começou por
volta das 6h e as chamas foram controladas entre 8h e 8h30 pelos bombeiros. Parte do
teto do prédio desabou. O Corpo de Bombeiros de Barueri teve de chamar reforço dos
batalhões da capital para conter as chamas. Um total de 20 viaturas foi deslocado para o
local. As labaredas chegaram a atingir uma altura de quase 10 m. As ruas próximas ao
local foram interditadas.
2007: incêndio no Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas (HC) em São Paulo, ocorrido no dia 24/12,
provocou correria e obrigou a remoção dos pacientes internados. Um deles, Raimundo Nonato de Azevedo, 56,
morreu poucas horas depois. Para o HC, a morte não tem relação com a remoção. Investigações preliminares
indicam que o incêndio começou com um curto-circuito em uma subestação do prédio, e que a fumaça se espalhou
por todos os andares pela tubulação de ar-condicionado.
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3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE
3.1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Capítulo III – Da Segurança
Artigo 24 – Inciso I: O Estado pode legislar concorrentemente com a União a respeito do Direito Urbanístico,
na área de prevenção de incêndio.
Artigo 144 - Parágrafo Quinto: Às Polícias Militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública; aos Corpos de Bombeiros Militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.
3.2. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT
Capítulo V do Título II – Artigo 200 – Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições
complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade
ou setor de trabalho, especialmente: ... IV – proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas
adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-
fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e
saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização.
3.3. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL
Capítulo III – Da Segurança Pública – Artigo 142 – Ao Corpo de Bombeiros, além das atribuições definidas
em lei, incumbe a execução de atividade de defesa civil, ...
Lei Estadual nº 616, de 17 de Dezembro de 1974 – Organização Básica da PM - Título I – Capítulo Único –
Artigo 2º - Inciso V – Compete a Polícia Militar realizar serviços de prevenção e de extinção de incêndios,
simultaneamente como de proteção e salvamento de vidas humanas e materiais, no local do sinistro, bem
como o de busca e salvamento, prestando socorros em casos de afogamento, inundações, desabamentos,
acidentes em geral, catástrofes e calamidades públicas.
3.4. LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO
Lei Estadual nº 684/75 – Lei de Convênio – Artigo 3º – Os municípios obrigarão a autorizar o órgão
competente do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, a pronunciar-se nos processos referentes à
aprovação de projetos e à concessão de alvarás para construção de projetos e à concessão de alvarás para
construção, reforma ou conservação de imóveis, somente serão aprovados ou expedidos se verificada pelo
órgão, a fiel observância das normas técnicas de prevenção e segurança contra incêndios. Parágrafo Único
– A autorização de que trata este artigo é extensiva à vistoria para concessão de avara de “habite-se” e de
funcionamento...
Portaria 3.214/78 aprova as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho dentre elas a
NR-23, que trata de Proteção Contra Incêndios, revisada pela Portaria.
Decreto Estadual nº 46.076/01 – Institui o Regulamento de Segurança Contra Incêndio no Estado de SP.
Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado de SP – são no total de 38 Instruções Técnicas (IT).
Normas Técnicas da ABNT: dentre todas destacamos algumas relativas ao curso
NBR 5419 – Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas (02/2001);
NBR 6135 – Chuveiros Automáticos para Extinção de Incêndio (04/1992);
NBR 7532 – Identificadores de Extintores de Incêndio – Dimensões e Cores (04/2000);
NBR 9077 – Saídas de Emergência em Edifícios (05/1993);
NBR 9441 – Execução de Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio (03/1998);
NBR 5410 – Sistema Elétrico;
NBR 5414 – Sistema de Pára-raios;
NBR 10897 – Proteção Contra Incêndio por Chuveiro Automático (01/1990);
NBR 10898 – Sistema de Iluminação de Emergência (09/1999);
NBR 11711 – Portas e vedadores corta-fogo com núcleo de madeira para isolamento de riscos em
ambientes comerciais e industriais (04/1992);
NBR 11742 – Porta Corta-Fogo para Saída de Emergência – Especificação (01/1997);
NBR 11785 – Barra Antipânico – Requisitos (05/1997);
NBR 12615 – Sistema de Combate a Incêndio por Espuma;
NBR 12962 – Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de Incêndio (02/1998);
NBR 13435 – Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico;
NBR 13437 – Símbolos Gráficos para Sinalização Contra Incêndio e Pânico;
NBR 13714 – Instalação Hidráulica Contra Incêndio, sob comando;
NBR 13932 – Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – Projeto e Execução (08/1997);
NBR 13933 – Instalações Internas de Gás Natural (GN) – Projeto e Execução (08/1997);
NBR 13523 – Central Predial de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) - Projeto e Execução (10/1995);
NBR 14024 – Centrais Prediais e Industriais de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – Sistema de
Abastecimento a Granel (12/1997);
NBR 14276 – Programa de Brigada de Incêndio.
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4. PROCESSO QUÍMICO DO FOGO
O fogo é uma das principais e mais antigas fontes de energia. Desde a antiguidade,
vem sendo um auxiliar inestimável ao homem. Quando o homem primitivo conseguiu
o controle sobre as chamas iniciou-se um processo de desenvolvimento que se
prolonga e se moderniza em nossos dias. O calor produzido pelo fogo, quer seja o
aconchegante, na lareira, ou o com força violenta de um alto forno, capaz de fundir o
mais duro dos metais, sempre está presente na vida do homem, principalmente nos
dias de hoje. No entanto esse mesmo fogo, que tanto tem contribuído para o
desenvolvimento da humanidade, quando fora de controle, transforma-se num dos mais cruéis inimigos,
ceifando vidas e causando prejuízos incalculáveis.
4.1. DEFINIÇÃO DE FOGO
Alguns autores fazem uma separação entre os conceitos de FOGO e INCÊNDIO, a maioria deles definem
que o primeiro ocorre de forma controlada, objetivando, normalmente, o benefício do próprio homem, e o
segundo tem sua ocorrência fora de controle e com prejuízos materiais e humanos incalculáveis.
Mas fogo e incêndio apresentam a mesma definição lingüística; sob ponto de vista químico, são definidos
como uma reação química exotérmica, isto é, libera energia. Esta reação, normalmente, denominada de
combustão envolve a oxidação rápida de um combustível resultando em subprodutos e calor.
Por exemplo, quando uma vela queima, ocorre o derretimento da cera, isto permite o aparecimento do pavio
que manterá a chama acessa e fará com que a cera continue derretendo e a gerar vapor inflamável. Este
vapor é o que queima, formando a chama.
O fogo é, portanto, um processo químico de transformação e para que se inicie é necessário existir a
presença de três elementos: combustível, comburente e calor.
5. PROCESSO DE FORMAÇÃO DO FOGO
5.1. TRIÂNGULO DO FOGO
Embora seja um conceito antigo, o Triângulo do Fogo é ainda muito
aceito e também se torna mais fácil começarmos o estudo por ele.
No Triângulo do Fogo três fatores são necessários para que haja fogo:
combustível, comburente e calor.
5.1.1. COMBUSTÍVEL
É toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão,
permitindo a propagação do fogo. Pode ser sólido (papel, madeira,
tecidos, borracha, etc), líquido (álcool, gasolina, éter, etc) ou gasoso
(acetileno, butano, propano, etc). É um elemento essencial para o fogo,
porque o alimenta. Não existindo o que queimar, não há fogo.
Nos materiais sólidos, a área específica é um fator muito importante para
determinar a razão de queima, ou seja, a quantidade do material
queimando na unidade de tempo, que está associado à quantidade de calor gerado e, portanto, à elevação
da temperatura do ambiente. Um material sólido com igual massa e com área específica diferente, por
exemplo, de 1m
2
e 10m
2
, queima em tempos inversamente proporcionais; porém, libera a mesma
quantidade de calor. No entanto, a temperatura atingida no segundo caso será bem maior.
É importante observar que no caso de um combustível que está no estado sólido ou líquido, haverá a
necessidade de ser aquecido, para a liberação de vapores ou gases, só assim poderá ocorrer à combustão.
Outro fator importante para a combustão em combustível é a forma física que se apresenta o combustível,
por exemplo, a velocidade de propagação de um incêndio na serragem de madeira é muito maior do que
numa madeira maciça, mesmo que a composição seja a mesma.
5.1.2. COMBURENTE
Elemento ativador do fogo, o comburente possibilita vida às chamas, e intensifica a combustão. Alguns
autores o definem como a mistura que contém o oxidante em concentração suficiente para que em seu meio
se desenvolva a reação de combustão. O principal comburente existente em praticamente todos os
ambientes, já na concentração necessária para combustão, é o oxigênio. Normalmente o ar atmosférico é
composto de 20,99% de oxigênio, 78,03% de nitrogênio, 0,88% de gases nobres (Ar, H2, He, Ne, Kr) e 0,1%
de carbono. Abaixo de 14% de oxigênio, a maioria dos materiais combustíveis não mantém a chama, já em
concentrações menores de 8%, é certo que já não mais existe fogo. Sem o comburente não poderá haver
fogo. Ambiente pobre de oxigênio o fogo quase não produz chamas, enquanto que, no ambiente rico de
oxigênio elas são intensas, brilhantes e de elevadas temperaturas. É de se ressaltar, todavia, que existem
substâncias que possuem na sua estrutura grandes quantidades de oxigênio (agentes oxidantes), liberando-
o durante a queima. Estas substâncias, conseqüentemente, podem manter combustão em ambientes, onde
não existia oxigênio em proporções adequadas, para que possa ocorrer o fogo, como é o caso da pólvora,
que pode queimar-se em qualquer lugar com ou sem a presença do ar.
5.1.3. CALOR
Elemento que dá início ao fogo. É a
combustível o suficiente para elevar
ignição.
Considerando que dispomos de oxigênio à vontade na atmosfera e combustível sempre à nossa disposição,
constatamos que a ciência de prevenção de incêndios repousa
Sabemos que o calor é gerado da transformação de
FONTES DE IGNIÇÃO:
TÉRMICA: a ignição é feita através de uma fonte de calor ou por uma energia de ativação direta;
QUÍMICA: a energia se produz através de uma reação química do tipo exotérmica dada por diluição,
decomposição, etc.;
MECÂNICA: quando a energia é obtida através de um fenômeno físico de caráter mecânico, tais
compressão, fricção, atrito,
NUCLEAR: quando a energia se produz como conseqüência de um processo de cisão de núcleos de
átomos radioativos.
5.2. TETRAEDRO DO FOGO
A presença dos três elementos do
Fogo não indica necessariamente que teremos
uma combustão, pois há necessidade de
condições propícias para que haja a combustão.
As abordagens mais modernas tratam o fogo
como uma reação de oxidação, que ocorre no
princípio do Tetraedro do Fogo, ou seja, além do
combustível, comburente e calor, aparece, um
quarto elemento, a reação química
simplesmente reação química ou ainda reação em
cadeia, ocorrendo quando o fogo se auto
REAÇÃO QUÍMICA EM CADEIA
Ocorre quando o combustível, o
atingem condições favoráveis, misturando
proporções ideais, ocorrendo assim
cadeia e surgindo o fogo.
De outra forma podemos conceituar: q
decomposto em partículas menores, que se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra vez
calor para o combustível, formando um ciclo constante.
5.3. COMBUSTÃO
É uma reação química de oxidação, auto
calor, fumaça e gases. Existem basicamente três formas de combustão.
5.3.1. COMBUSTÃO COMPLETA
É aquela em que a queima produz cal
rico em comburente, sem deixar resíduos.
5.3.2. COMBUSTÃO INCOMPLETA
A queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente pobre em comburente,
deixando resíduos, principalmente gasosos, como exemplo a fum
5.3.3. COMBUSTÃO ESPONTÂNEA
É aquela gerada de maneira natural, sem fonte externa de calor, podendo ser pela ação de bactérias que
fermentam materiais orgânicos, ou com determinadas substâncias químicas, produzindo calor
ou seja, podem se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição. O fósforo
branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exemplos de produtos que
quando em contato com o ar.
roupas, tecidos, farrapos e sedas impregnadas de óleo, óleo de semente de algodão, fertilizantes, óleo de
pinho, sabão em pó, serragem de madeira, etc.
Um bom exemplo de combustão espontân
óleo animal ou vegetal, favorecidos por uma temperatura relativamente elevada, o que é comum em nosso
país, pela ação de bactérias, pela presença de umidade e impurezas ou por alta porcentagem de
ambiente, ocorre então uma reação química exotérmica (que libera energia). Está energia libera
aumentando a temperatura do corpo, neste caso, o material fibroso, até que atinja o seu ponto de ignição.
Este processo é normalmente muito le
Para se evitar a combustão espontânea devemos, principalmente, buscar condições ideais de transporte e
armazenamento desses materiais, em estrados, em locais frescos e bem ventilados, que impede o acúmulo
de calor gerado nas reações, evitando que atinja a sua temperatura de ignição.
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Elemento que dá início ao fogo. É a energia de ativação do fogo. É responsável pela propagação pelo
iente para elevar a temperatura de um material até atingir o ponto
Considerando que dispomos de oxigênio à vontade na atmosfera e combustível sempre à nossa disposição,
constatamos que a ciência de prevenção de incêndios repousa no controle das fontes de calor.
calor é gerado da transformação de outra energia, através de processo físico ou químico.
TÉRMICA: a ignição é feita através de uma fonte de calor ou por uma energia de ativação direta;
ICA: a energia se produz através de uma reação química do tipo exotérmica dada por diluição,
a energia é obtida através de um fenômeno físico de caráter mecânico, tais
atrito, etc.;
uando a energia se produz como conseqüência de um processo de cisão de núcleos de
A presença dos três elementos do Triângulo do
ogo não indica necessariamente que teremos
uma combustão, pois há necessidade de
es propícias para que haja a combustão.
As abordagens mais modernas tratam o fogo
como uma reação de oxidação, que ocorre no
ogo, ou seja, além do
combustível, comburente e calor, aparece, um
química em cadeia, ou
simplesmente reação química ou ainda reação em
ocorrendo quando o fogo se auto-alimenta.
EM CADEIA
ombustível, o oxigênio e o calor
atingem condições favoráveis, misturando-se em
do assim a reação em
De outra forma podemos conceituar: quando o calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é
decomposto em partículas menores, que se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra vez
ra o combustível, formando um ciclo constante.
uma reação química de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz,
calor, fumaça e gases. Existem basicamente três formas de combustão.
aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambiente
rico em comburente, sem deixar resíduos.
queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente pobre em comburente,
deixando resíduos, principalmente gasosos, como exemplo a fumaça preta do cano de escape dos veículos.
aquela gerada de maneira natural, sem fonte externa de calor, podendo ser pela ação de bactérias que
fermentam materiais orgânicos, ou com determinadas substâncias químicas, produzindo calor
se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição. O fósforo
branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exemplos de produtos que entram em
quando em contato com o ar. Outros exemplos: carvão, amedoim, feno, óleo de peixe, óleo de linhaça,
roupas, tecidos, farrapos e sedas impregnadas de óleo, óleo de semente de algodão, fertilizantes, óleo de
pinho, sabão em pó, serragem de madeira, etc.
Um bom exemplo de combustão espontânea pode ocorrer em materiais fibrosos, quando umedecidos com
óleo animal ou vegetal, favorecidos por uma temperatura relativamente elevada, o que é comum em nosso
país, pela ação de bactérias, pela presença de umidade e impurezas ou por alta porcentagem de
ambiente, ocorre então uma reação química exotérmica (que libera energia). Está energia libera
aumentando a temperatura do corpo, neste caso, o material fibroso, até que atinja o seu ponto de ignição.
Este processo é normalmente muito lento e pode levar, dias, semanas e até meses.
Para se evitar a combustão espontânea devemos, principalmente, buscar condições ideais de transporte e
armazenamento desses materiais, em estrados, em locais frescos e bem ventilados, que impede o acúmulo
or gerado nas reações, evitando que atinja a sua temperatura de ignição.
responsável pela propagação pelo
de um material até atingir o ponto de combustão ou de
Considerando que dispomos de oxigênio à vontade na atmosfera e combustível sempre à nossa disposição,
no controle das fontes de calor.
energia, através de processo físico ou químico.
TÉRMICA: a ignição é feita através de uma fonte de calor ou por uma energia de ativação direta;
ICA: a energia se produz através de uma reação química do tipo exotérmica dada por diluição,
a energia é obtida através de um fenômeno físico de caráter mecânico, tais como
uando a energia se produz como conseqüência de um processo de cisão de núcleos de
uando o calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é
decomposto em partículas menores, que se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra vez
queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente pobre em comburente,
aça preta do cano de escape dos veículos.
aquela gerada de maneira natural, sem fonte externa de calor, podendo ser pela ação de bactérias que
fermentam materiais orgânicos, ou com determinadas substâncias químicas, produzindo calor e libera gases,
se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição. O fósforo
entram em ignição espontaneamente
os exemplos: carvão, amedoim, feno, óleo de peixe, óleo de linhaça,
roupas, tecidos, farrapos e sedas impregnadas de óleo, óleo de semente de algodão, fertilizantes, óleo de
ea pode ocorrer em materiais fibrosos, quando umedecidos com
óleo animal ou vegetal, favorecidos por uma temperatura relativamente elevada, o que é comum em nosso
país, pela ação de bactérias, pela presença de umidade e impurezas ou por alta porcentagem de oxigênio no
ambiente, ocorre então uma reação química exotérmica (que libera energia). Está energia liberada vai
aumentando a temperatura do corpo, neste caso, o material fibroso, até que atinja o seu ponto de ignição.
nto e pode levar, dias, semanas e até meses.
Para se evitar a combustão espontânea devemos, principalmente, buscar condições ideais de transporte e
armazenamento desses materiais, em estrados, em locais frescos e bem ventilados, que impede o acúmulo
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6. PONTOS DE TEMPERATURA CRÍTICA
Tanto no combate a incêndios, como na sua prevenção, devemos conhecer as propriedades dos diversos
corpos, ou seja, como estes corpos se comportam em relação ao calor.
6.1. PONTO DE FULGOR (FLASH POINT)
É a temperatura mínima, na qual os corpos combustíveis começam a desprender vapores, que se
incendeiam em contato com uma fonte externa de calor, entretanto a chama não se mantém devido à
insuficiência na quantidade de vapores. De outra forma podemos definir como sendo a maior temperatura na
qual uma substância libera vapores em quantidade suficiente para que a mistura de vapor e ar, logo acima
da sua superfície, propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição. Considerando a
temperatura ambiente numa região de 25ºC e ocorrendo um vazamento de um produto com ponto de fulgor
de 15ºC, significa que o produto nessas condições já está liberando vapores inflamáveis, bastando apenas
uma fonte de ignição para que haja a ocorrência de um incêndio ou de uma explosão. Por outro lado, se o
ponto de fulgor do produto for de 30ºC, significa que este não estará liberando vapores inflamáveis. Então,
conforme acima descrito, o conceito de ponto de fulgor está diretamente associado à temperatura ambiente.
Alguns combustíveis têm seu ponto de fulgor abaixo da temperatura ambiente. Estes, logicamente, não
necessitam ser aquecidos para poderem estar em condições de queimar, são os combustíveis voláteis, ou
seja, que desprendem gases inflamáveis a uma temperatura ambiente e mesmo abaixo dela.
6.2. PONTO DE COMBUSTÃO
É a temperatura mínima, na qual os vapores desprendidos dos corpos combustíveis, quando em contato
com uma chama ou uma centelha, entram em combustão e continuam a queimar. Ou seja, o corpo
combustível emite vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na região
imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição quando em contato com uma chama,
mantendo a combustão após a retirada da chama.
A diferença entre o ponto de fulgor e o ponto de combustão para o mesmo combustível, normalmente é
cerca de 3 a 4 graus centígrados, isto é, muito pequena.
6.3. PONTO DE IGNIÇÃO
Também chamado de ponto de auto-ignição, é a temperatura mínima, na qual os vapores desprendidos dos
corpos combustíveis entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de
qualquer fonte de calor, ou seja, o corpo combustível emite vapores em quantidade suficiente para formar
com o ar uma mistura inflamável.
Raros combustíveis têm o ponto de ignição tão baixo que se inflamam espontaneamente à temperatura
ambiente, como por exemplo, o fósforo amarelo, que tem o ponto de ignição aos 30 ºC.
6.4. PONTO DE EBULIÇÃO
Temperatura na qual a pressão de vapor de um líquido excede ligeiramente a pressão da atmosfera logo
acima do líquido. Em temperaturas abaixo do ponto de ebulição a evaporação ocorre apenas na superfície
do líquido. Durante a ebulição o vapor se forma dentro do líquido, subindo na forma de bolhas. O exemplo
mais típico é o da água fervendo. Se aumentarmos a pressão sobre o líquido, a temperatura que define o
Ponto de Ebulição também aumenta até um valor máximo chamado Temperatura Crítica. Para a água, a
Temperatura Crítica é de 374°C, para 217 atmosferas.
Quando a pressão diminui, o ponto de ebulição também cai. A uma pressão de 0,006 atm a água entra em
ebulição a 0 °C.
6.5. OXIDAÇÃO LENTA
É a energia desprendida na reação, é dissipada no meio ambiente sem criar um aumento de temperatura na
área atingida (não ocorre a reação em cadeia). É o que ocorre com a ferrugem (oxidação do ferro) ou com o
papel, quando fica amarelo, que são oxidações (ou queimas) muito lentas. A propagação ocorre lentamente,
com velocidade praticamente nula. Chama-se oxidação, pois é o oxigênio que entra em transformação,
ajudando a queima das substâncias.
6.6. PIRÓLISE
Também chamada de carbonização, é uma decomposição química por calor na ausência de oxigênio,
produzindo mais energia do que é consumida. É um processo muito usado no tratamento de resíduos.
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6.7. LIMITES DE INFLAMABILIDADE
Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessário que exista, além da fonte de ignição, uma mistura
chamada “ideal” entre o ar atmosférico (oxigênio) e o gás combustível, portanto Mistura Ideal (MI) define-se
como a concentração de combustível em relação ao ar mais eficiente, que produz uma temperatura mais
alta, com uma reação maior e mais rápida.
A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, em torno de 21% em volume. Já a quantidade de
gás combustível necessário para a queima, varia para cada produto e está dimensionada através de duas
constantes: o Limite Inferior de Explosividade (LIE) e o Limite Superior de Explosividade (LSE).
LIMITE INFERIOR DE EXPLOSIVIDADE: é a mínima concentração do gás ou vapor que, misturada ao ar
atmosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ignição.
Concentrações de gás abaixo do LIE não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de
oxigênio e pequena quantidade do produto para a queima. Esta condição é chamada de “mistura pobre”.
LIMITE SUPERIOR DE EXPLOSIVIDADE: é a máxima concentração de gás ou vapor que misturada ao ar
atmosférico é capaz de provocar a combustão do produto, a partir de uma fonte de ignição. Concentrações
de gás acima do LSE não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de produto e pequena
quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, é a chamada “mistura rica”.
Para cada gás ou vapor há uma concentração específica, onde o teor de Gás(ou Vapor)/Oxigênio que
definirá os Limites de Inflamabilidade para que ocorra uma queima. Para um melhor desempenho de
combustão de um gás, devem-se conhecer as misturas ideais, que é a porcentagem exata da quantidade de
cada material para haver uma melhor queima. A seguir alguns Limites de Inflamabilidade:
PROPANO
0% 2% 10% 100%
mistura
pobre
faixa de
inflamabilidade
mistura rica
LII LSI
Este exemplo mostra que a Faixa de Inflamabilidade para o propano é pequena,
sendo que a maioria das misturas propano/oxigênio não é inflamável.
Em uma Mistura Ideal, um gás ou um vapor se queima rapidamente, sendo que
num limite desfavorável (LII ou LSI) o gás apenas se inflama. Abaixo, o gráfico
mostra o desenvolvimento de acordo com os Limites de Inflamabilidade:
MONÓXIDO DE CARBONO
0% 12% 74% 100%
mistura
pobre
faixa de inflamabilidade mistura rica
LII LSI
ACETILENO
0% 2% 80% 100%
mistura
pobre
faixa de inflamabilidade mistura rica
LII LSI
PROPRIEDADES DE DIVERSOS GASES
a – À temperatura de 0 ºC e 1 atm;
Fonte: Gas Engineers Handbook / SINDE
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PROPRIEDADES DE DIVERSOS GASES (à 15 ºC e 1 atm)
b – Ar Teórico; c – Ver tabela a seguir;
Fonte: Gas Engineers Handbook / SINDE
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6.8. EXPLOSÃO
É um processo onde ocorre uma rápida e violenta liberação de energia, associado a uma expansão de
gases acarretando o aumento da pressão acima da pressão atmosférica. É a queima de gases ou partículas
sólidas em altíssima velocidade, em locais confinados. É um fenômeno onde ondas de pressão que
provocam efeitos destrutivos, capaz de provocar a liberação repentina de uma força ou grande volume de
energia, deslocamento violento de ar ou gás causando um estrondo.
Devemos ter um cuidado muito grande com combustíveis líquidos armazenados em tanques, pois acima da
temperatura de fulgor, liberam vapores que podem explodir (num ambiente fechado) na presença de uma
fonte de calor.
Outra forma de explosão é a reação química violenta e instantânea que pode ocorre entre dois produtos
químicos incompatíveis, pois esta reação provoca uma pressão anormal, ocasionando a explosão.
A deflagração e a detonação podem ser classificadas como dois tipos de explosão, pois nestes dois casos
podem ocorrer efeitos destrutivos, quando o ambiente não consegue suportar a pressão gerada.
A velocidade que ocorre a explosão é característica de cada formulação e é influenciada pelo diâmetro do
recipiente, grau de confinamento, tipo de iniciação, presença de água e outros fatores.
6.9. DEFLAGRAÇÃO
A velocidade da propagação é superior a 1 m/s, mas inferior a 400 m/s, no entanto há uma elevação na
pressão com valores limitados entre 1 a 10 vezes a pressão inicial. Podem ocorrer à deflagração com a
pólvora, algumas poeiras combustíveis e vapores líquidos.
6.10. DETONAÇÃO
A velocidade de detonação comum em gases estão entre os 1.800 m/s e os 3.000 m/s e em sólidos estão
entre os 6.000 m/s e os 8.000 m/s. Portanto a velocidade de propagação é superior a 400 m/s. Pela
descontinuidade das ondas de pressão gerada, cria-se uma onda de choque que pode atingir até 10 vezes a
pressão inicial. Pode ocorrer com explosivos industriais, como a nitroglicerina, e em circunstâncias especiais,
com a mistura de gases e vapores em espaços confinados.
6.11. ELETRICIDADE ESTÁTICA
Todo corpo em atrito com outro produz uma quantidade de eletricidade estática. Por exemplo: um
automóvel, ao correr por uma estrada, acumula essa eletricidade pelo próprio atrito com o ar. No caso de um
caminhão, transportando líquido inflamável, haverá o perigo de uma centelha provocar incêndio. Isto será
evitada com a conexão de um fio terra, que descarregue no chão a eletricidade acumulada, motivo pelo qual
os caminhões tanques dispõem de uma corrente que se arrasta pelo chão. Da mesma forma, em uma
indústria, líquidos inflamáveis conduzidos no interior de uma tubulação, ou passando de um recipiente para
outro, acumularão eletricidade estática, requerendo sistema de aterramento e cuidados especiais no seu
manuseio.
7. EVOLUÇÃO DE UM INCÊNDIO
A possibilidade de um foco ou princípio de incêndio extinguir ou
evoluir para um grande incêndio depende basicamente dos
seguintes fatores:
a) quantidade, volume e espaçamento dos materiais
combustíveis no local;
b) tipo de combustível da queima;
c) tipo de ambiente e dimensão do local (fechado, aberto, pé
direito, paredes, etc.);
d) velocidade e direção do vento.
7.1. FASES DE UM INCÊNDIO
Nos edifícios ou construções, contendo incêndio confinado, o fogo passará por três fases: inicial ou
incipiente; de produção de chamas ou fase da queima livre; e a fase de combustão lenta.
i) FASE INICIAL
A primeira fase inicia-se quando se atinge o Ponto de Combustão inicial do material combustível e
caracteriza-se por grandes variações de temperatura de ponto a ponto, ocasionadas pela inflamação
sucessiva dos objetos existentes no recinto, de acordo com a alimentação de ar.
A combustão não reduziu o oxigênio do ambiente significativamente, há em torno de 20% de oxigênio, e o
fogo está produzindo vapor de água, dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros gases. O fogo
progride lentamente, uma vez que a maioria do calor que gera está sendo consumido para aquecer o
ambiente, que tem a sua temperatura nesta fase em torno de 38ºC, no entanto produz uma chama com
temperatura acima de 537ºC. Nesta fase, não há um risco muito grande ainda, porém, dependendo do
combustível que está queimando, podem existir fumaça e gases nocivos.
Nesta frase é muito importante uma ação rápida e eficaz de combate para evitar a propagação do fogo,
sendo os primeiros minutos e até segundos muito importantes para o controle.
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ii) FASE DA QUEIMA LIVRE
É uma fase de grande extensão, vai da fase inicial até a fase da queima lenta, normalmente há necessidade
de combate por profissionais (bombeiros) e os prejuízos causados podem ser catastróficos.
O ar rico em oxigênio é atraído pelas chamas, enquanto os gases quentes levam o calor até o teto, formando
uma camada de fumaça. Esta fumaça se deposita lateralmente do topo para baixo forçando o ar fresco a
procurar níveis mais baixos e entrar em contato com a chama, participando da reação química.
A temperatura do ambiente irá aumentar paulatinamente, até o ponto que, na etapa mais adiantada, a parte
superior do ambiente tenha temperatura acima de 700 ºC. À medida que o fogo progride, continua a aquecer
o ambiente e a consumir o oxigênio, e se não houver ventilação, os gases da combustão não terão como
reagir e permanecerão no recinto. O fogo é então levado à fase da queima lenta e uma ventilação
inadequada fará com que o fogo volte a arder com grande intensidade ou, até mesmo, explodir o ambiente.
iii) FASE DE QUEIMA LENTA
Nesta fase a porcentagem de oxigênio no ambiente é pequena, o que levará a combustão a ter pouca ou
nenhuma chama. O ambiente está repleto de produtos da combustão que não se queimaram devido ao
baixo nível de O2, porém estão superaquecidos em decorrência do calor que foi gerado na fase da queima
livre. Os produtos da combustão estão acima de 537ºC. Com uma ventilação inadequada, estes produtos
poderão explodir quando entrarem em reação com o oxigênio, o que se chama de “Backdraft”.
7.2. FENÔMENOS DECORRENTES DE UM INCÊNDIO
7.2.1. BACKDRAFT
i) REDUÇÃO DO SUPRIMENTO DE OXIGÊNIO NO INCÊNDIO
Em geral, os gases quentes gerados no fogo aumentarão rapidamente e
haverá o arraste de ar para o fogo. Havendo um suprimento de ar
adequado, o fogo continuará queimando e crescerá de acordo com o
combustível disponível. Se houver restrição do suprimento de ar no
compartimento, o oxigênio do ar será utilizado mais rapidamente do que a
sua substituição. O próximo efeito será a progressiva diminuição da
concentração de oxigênio dos gases no compartimento. Possivelmente,
combinado com o crescimento da temperatura. Com a redução da
concentração de oxigênio no compartimento, as chamas começarão a
diminuir, mas isto não resultará de imediato na redução da produção de gases inflamáveis.
Talvez ainda haja chamas, ou elas acabaram totalmente. Neste estágio, dependendo do tamanho relativo do
fogo e do compartimento, o gás inflamável poderá ser gerado para a propagação do fogo no local confinado.
Isto requer apenas um novo suprimento de O2, causado, por exemplo, pela abertura de uma porta, para
formar uma mistura explosiva e letal conseqüência de “backdraf”’.
ii) POSSÍVEIS CENÁRIOS PARA O “BACKDRAFT”
a) LOGO APÓS A ABERTURA DE UMA PORTA
Se o fogo continua queimando no compartimento quando o bombeiro abre a porta, principalmente se os
gases da combustão não estão escapando. O ar que entra pela porta, provavelmente, se mistura com os
gases inflamáveis formando uma mistura explosiva.
Se os gases do compartimento estão suficientemente quentes, eles então irão gerar uma auto-ignição na
entrada da porta, e a chama irá se propagar para dentro do compartimento, juntamente com o suprimento de
ar fresco. Isto resultará um rápido crescimento do fogo, mas não necessariamente um “Backdraft”.
Se os gases no compartimento não estão suficientemente quentes, eles poderão iniciar a queima quando o
oxigênio atingir os gases que circundam o fogo. A chama percorrerá ao longo do compartimento em direção
a porta, resultando a chama lançada em direção a porta, dirigida pela expansão dos gases atrás dela. Isto
não é fácil de ser previsto quando pode ocorrer ou quanto irá durar, uma vez que a porta tenha sido aberta.
Isto dependerá onde o fogo está no compartimento, da taxa da vazão de ar que entra pela porta e se os
gases quentes podem escapar sem a mistura com o ar que entra.
b) APÓS ADENTRAR NO RECINTO
A situação mais perigosa pode ocorrer quando o fogo no compartimento estiver praticamente extinto.
Quando a porta é aberta, a vazão de ar que entra e a mistura explosiva será gerada, mas nada acontece
porque neste momento não há imediata fonte de ignição. Se o bombeiro entra no compartimento, suas
atividades, por exemplo, podem gerar uma fonte de ignição, iniciando um “Backdraft” retardado, porém,
nesta situação os bombeiros estarão dentro do compartimento e cercados pelas chamas.
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iii) SINAIS E SINTOMAS DE UM “BACKDRAFT”
O primeiro sinal para a possibilidade de um “Backdraft” é a história do fogo, se o fogo esta queimando por
algum tempo, e tem gerado muita fumaça que passa a sair da edificação, e aparentemente está morto,
apagado sem grandes áreas com chamas visível do lado de fora, a possibilidade é que está sem oxigênio.
alta temperatura no interior do ambiente;
fumaça escura e densa, mudando de cor para cinza-amarelada, saindo das frestas do ambiente em
forma de lufadas;
pouca ou nenhuma chama;
ruído anormal; e
rápido movimento de ar para dentro do ambiente pelas frestas ou por aberturas realizadas (sinais de
consumo de oxigênio).
iv) AÇÕES DE PREVENÇÃO
Uma vez que a porta do compartimento com fogo tenha sido aberta com deficiência de oxigênio e ar fresco
passou a entrar, há pouca coisa para fazer e prevenir o “Backdraft”, muito melhor é tomar a correta decisão
antes de abrir a porta.
Quando você encontra uma porta fechada, e não sabe o que está do lado de dentro, deveremos checar os
sinais e sintomas descritos antes de abrir, cobrindo a porta com um esguicho pressurizado, para decidir abrir
ou não. Se houver saída de fumaça para parte externa da edificação, a possibilidade de “Backdraft” pode ser
reduzida espalhando esses gases com o esguicho antes de abrir a porta. Caso se abra a porta devemos
estar em posição de poder fechar a porta rapidamente, se o “Backdraft” estiver evidente sua eminência de
ocorrer. Isto talvez não evite o “Backdraft”, mas direcionara sua força para o lado oposto ao bombeiro.
De qualquer forma o compartimento deverá ser inspecionado eventualmente. A prioridade é agir
seguramente para os bombeiros entrar. Como já foi dito o “Backdraft” ocorrera somente quando ar fresco
entrar no ambiente. É possível o bombeiro combater o fogo em uma atmosfera inflamável desde que seja
assegurado que não haverá oportunidade para mudança do cenário e entrada de ar fresco no local enquanto
o bombeiro estiver dentro. É difícil estar seguro, os vidros poderão quebrar, alguém desvairado poderá abrir
outra porta do compartimento. Seguramente e decisão mais eficaz é remover os gases inflamáveis do
ambiente executando a ventilação.
Importante lembrar que para isto a ventilação requer que ar fresco entre dentro do compartimento. Sendo
assim pode ocorrer o “Backdraft” durante a ventilação, por isto decisões apropriadas devem ser observadas.
7.2.2. O FENÔMENO “FLASHOVER”
Com a evolução do incêndio e a oxigenação do ambiente, através de portas e
janelas, o incêndio ganhará ímpeto; os materiais passarão a ser aquecidos
por convecção e radiação acarretando um momento denominado de
“inflamação generalizada – Flash Over”, que se caracteriza pelo envolvimento
total do ambiente pelo fogo e pela emissão de gases inflamáveis através de
portas e janelas, que se queimam no exterior do edifício. Neste momento
torna-se impossível a sobrevivência no interior do ambiente. O tempo gasto
para o incêndio alcançar o ponto de Inflamação Generalizada é relativamente
curto e depende, essencialmente, dos revestimentos e acabamentos
utilizados no ambiente de origem, embora as circunstâncias em que o fogo
comece a se desenvolver exerçam grande influência.
Fase anterior ao Flashover: grande desenvolvimento
de fumaça e gases, acumulando-se no nível do teto
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i) FORMAÇÃO DO “FLASHOVER”
Uma camada de fumaça subirá até o teto quando a mesma ficará confinada em um compartimento, na
mesma velocidade com que ela é gerada. Contudo, se houver combustível que ainda não estiver queimando
no compartimento, haverá um ambiente instável. Inicialmente, as chamas não alcançarão o teto e a
propagação do fogo estará limitada a materiais inflamáveis próximos a sua base, que entrarão em ignição
pela radiação do calor da nuvem de fumaça.
A altura da chama aumentará até alcançar o teto. Ela agora começará a se propagar pelo compartimento.
Na camada de gás quente com as chamas queimando, junto ao teto, acima da camada de fumaça, onde o ar
estiver sendo arrastado e no limite entre a camada de gás quente e ar que não está envolvido na
combustão, fazendo com que os gases inflamáveis possam reagir com o oxigênio.
Uma vez que a chama começou a se propagar no compartimento no nível do limite entre os gases quentes e
o ar do ambiente, isto aumentará a radiação térmica dos produtos quentes da combustão que estiverem ali.
Os outros materiais inflamáveis no compartimento aumentarão de temperatura rapidamente. Eles não
somente serão aquecidos ao lado da nuvem de fumaça, mas também serão aquecidos pela parte superior,
onde as chamas e os produtos quentes de combustão poderiam estar muito próximos, dependendo da altura
do limite (entre o ar e teto).
Em grandes compartimentos com tetos mais altos, a chama e os produtos
quentes da combustão podem propagar ao nível do teto sem chegar perto o
suficiente de materiais combustíveis para iniciar a emanação de gases
inflamáveis.
Contudo, pode ser que, a certa distância do fogo, com a descontinuidade do
teto poderá ocorrer que os gases quentes entre em movimentos giratórios a um
nível mais baixo, ou poderá haver um acúmulo grande de materiais inflamáveis.
Em qualquer um desses casos, a fonte de radiação térmica tem sido trazida
mais próxima do combustível, o que pode resultar em ignição. Por este
mecanismo, a propagação do fogo pode obstruir a rota de fuga.
Com a descida da camada de fumaça quente, principalmente se o teto for
baixo, todo o material restante contido no compartimento será aquecido para o
estágio que eles começarão a emanar gases inflamáveis. É uma questão de
tempo para que haja uma súbita mudança na dimensão do fogo, caso nenhuma
ação seja tomada para prevenir isto, quanto menor o compartimento, mais cedo
estas condições serão encontradas com maior facilmente.
Uma vez que os gases inflamáveis estão sendo emanados pela maioria dos
materiais do compartimento, a propagação de um fogo localizado para todo
ambiente, pode provocar um fenômeno conhecido como “Flashover”.
ii) DEFINIÇÃO DE “FLASHOVER”
Em um incêndio compartimentado quando o fogo atingir a fase de queima livre
pode haver uma propagação através da radiação térmica da nuvem de fumaça,
gases quentes e o interior do compartimento aquecido causam a geração de
produtos da pirólise, inflamáveis de toda superfície exposta de combustível
dentro do compartimento. Dada uma, fonte de ignição, esta resultará em súbita
e contínua propagação do fogo, crescimento do fogo completamente
desenvolvido. Isso é chamado “Flashover”.
Diante desta definição, um “Backdraft” pode ser um caso especial de “Flashover”. Se o “Backdraft” resulta
em um fogo completamente desenvolvido, um “Flashover” ocorreu. Contudo, é importante sermos capazes
de fazer uma distinção entre os dois fenômenos devido as implicações para bombeiros, que são muito
diferentes.
De uma forma mais objetiva, Flashover é um fenômeno apresentado quando, na fase de queima livre de um
incêndio, o fogo aquece gradualmente todos os combustíveis do ambiente. Quando determinados
combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma queima instantânea desses
produtos, o que poderá acarretar uma explosão ambiental.
iii) POSSÍVEIS CENÁRIOS PARA O “FLASHOVER”
O primeiro requisito para um “Flashover” ocorrer é que deverá ter um significante aumento da radiação
térmica por cima. Isto será sentido pelo rápido aumento na temperatura do compartimento, e a elevação do
calor dos gases quentes ao nível do teto, forçando as pessoas dentro do recinto a ficarem abaixados, caso
eles consigam ver a cima deles, eles serão capazes de ver “línguas de fogo” ocorrendo através da camada
de gás. Em adição, outros materiais combustíveis dentro do compartimento emanarão, fumaça visível e
gases inflamáveis.
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iv) AÇÕES DE PREVENÇÃO
A principal razão de um “Flashover” é a radiação dos gases quentes e chamas acima deles, a solução lógica
é resfriar esta área. Isto terá efeito de redução das chamas e calor radiado, e forçando a subida da camada
de fumaça. Direcionando o jato neblina para o teto terá este efeito. Contudo, muita água causará a geração
de grande quantidade de vapor de água. Muito resfriamento trará a camada de fumaça para baixo,
encobrindo tudo.
Nestas circunstâncias, será mais efetivo para os bombeiros atacar os gases quentes com jatos intermitentes
de neblina, observando seus efeitos, e então julgando o quanto de água será suficiente.
Uma vez que o perigo imediato de um “Flashover” tenha sido eliminado, o próximo passo depende se as
condições de “Flashover” podem ocorrer novamente, antes que o fogo possa ser extinto. Se isto for possível,
é importante ventilar o fogo tão logo quanto possível.
Se os gases quentes são liberados mais rápidos do que são gerados a camada de fumaça, também,
reduzirá e o risco de “Flashover”. Aberturas no telhado são designadas para fazer exatamente isto,
automaticamente ou quando operado pelo bombeiro. Contudo é importante que as aberturas corretas sejam
feitas. Quanto mais longe do fogo a abertura estiver mais rápido os gases quentes devem percorrer e haverá
maior chance do fogo se alastrar.
Onde não houver aberturas preexistentes, os bombeiros têm a opção de fazê-las. Deve ser lembrado,
contudo, que o uso incorreto de ventilação pode resultar em aumento da propagação do fogo pela parte
superior, assim como os gases quentes estão direcionados nas áreas, eles podem de outro modo levar mais
tempo para alcançá-las.
7.2.3. FLASHFIRE (INCÊNDIO EM NUVEM)
Incêndio de uma nuvem de vapor onde a massa envolvida e o seu grau de confinamento, não são
suficientes para atingir o estado de explosão.
7.2.4. INCÊNDIO DE POÇA (POOL FIRE)
Fenômeno que ocorre quando há a combustão do produto evaporado da camada de líquido inflamável junto
à base do fogo.
7.2.5. JET FIRE (JATO DE FOGO)
Fenômeno que ocorre quando um gás inflamável escoa a alta velocidade e encontra uma fonte de ignição
próxima ao ponto de vazamento. Ocorre normalmente em algum recipiente pressurizado com gás inflamável.
7.2.6. BLEVE
Original do inglês Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion (explosão do vapor do líquido em expansão).
Bleve é um fenômeno decorrente da explosão catastrófica de um reservatório, quando um líquido nele
contido atinge uma temperatura bem acima da sua temperatura de ebulição à pressão atmosférica com
projeção de fragmentos e de expansão adiabática.
Num Bleve ocorre a ruptura de um tanque em duas ou mais partes, que acontece no momento em que o
líquido do tanque encontra-se a uma temperatura superior ao seu Ponto de Ebulição a uma pressão
atmosférica normal. Se o referido líquido for inflamável, poderá produzir uma grande explosão.
Ou numa definição mais simples: é a combinação de incêndio e explosão, com uma emissão intensa de
calor radiante, em um intervalo de tempo muito pequeno.
Um Bleve gera uma "Bola de Fogo", que pode causar danos materiais e queimaduras a centenas de metros
de distância, dependendo da quantidade de gás liquefeito envolvida.
Exemplo: num tanque no qual um gás liquefeito, como o GLP, é mantido sobre pressão abaixo de seu ponto
de ebulição atmosférico. Se houver um vazamento instantâneo, devido a uma falha estrutural, todo, ou a
maior parte de seu conteúdo, é expelido sob a forma de uma mistura turbulenta de gás e líquido, que se
expande rapidamente, dispersando-se no ar sob a forma de nuvem. A ignição dessa nuvem gera uma "Bola
de Fogo", que pode causar danos materiais e queimaduras a centenas de metros de distância, dependendo
da quantidade de gás liquefeito envolvida é uma combinação de incêndio e explosão, com uma emissão
intensa de calor radiante, em um intervalo de tempo muito pequeno.
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7.2.7. BOIL OVER
Traduzindo do inglês podemos dizer que Boil Over significa: ferver até derramar fora.
É a expulsão total ou parcial de petróleo ou outros líquidos, em forma de espuma, de um tanque em chamas,
quando o calor atinge a água acumulada no fundo do tanque.
É um fenômeno que ocorre devido ao armazenamento de água no fundo de um recipiente, sob combustíveis
inflamáveis, sendo que a água empurra o combustível quente para cima, durante um incêndio, espalhando-o
e arremessando-o a grandes distâncias.
Também conhecido como expulsão do líquido em ebulição, acontece quando um recipiente está em volta
com chamas, e em seu interior existem ondas convectivas de calor. Caso este calor chegue à água contida
na parte inferior do tanque, pode causar uma rápida e generalizada evaporação desta água, aumentando
assim demasiadamente o volume e a pressão dentro do tanque.
Conseqüentemente todo o conteúdo do tanque ainda flamejante é expulso para fora do mesmo, atingindo
uma área grande ao seu redor. Exemplo: panela de pressão.
A adoção de tanques de película flutuante para o armazenamento de petróleo faz com que a possibilidade
de fogo seja restrita ao espaço anular entre o teto flutuante e o costado do tanque. Essa reduzida área de
fogo, aliada à facilidade que se tem para extingui-lo, faz com que seja mínima a possibilidade de ocorrer “boil
over” em tanques de petróleo que possuam teto flutuante.
8. FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO
A propagação do fogo acontece normalmente por contato direto da chama com os materiais combustíveis
através do deslocamento de partículas incandescentes, as quais se desprendem de outros materiais já em
combustão e pela ação do calor. O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do
atrito dos corpos e se propaga por três processos de transmissão: condução, convecção e irradiação.
8.1. CONDUÇÃO
É a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a
molécula ou de corpo a corpo. Quando dois ou mais corpos estão em
contato, o calor é conduzido através deles como se fosse um só corpo.
Ex.: uma viga de metal é usada como suporte de telhado de um
compartimento, onde é mantido estoque de um material, a ocorrência de
um incêndio (primário) próximo a uma das extremidades da viga pode
provocar nesta um aquecimento capaz de, por condução, transmitir o
incêndio (secundário) para os materiais que estiverem próximos dela.
8.2. CONVECÇÃO
É a transferência de calor pelo próprio movimento
ascendente e, às vezes, descendente, de massas de
gases ou líquido, ou seja, é um processo de transmissão
de calor que se faz através da circulação dum meio
transmissor: gás ou líquido. A massa de ar aquecida que
se deslocam de um ambiente para outro, levando calor suficiente para incendiar
corpos combustíveis com os quais entra em contato noutro ambiente. Durante
um incêndio, a convecção é responsável pelo seu alastramento muitas vezes a
compartimentos distantes do local de origem do fogo. As aberturas verticais,
tais como: poços de elevadores, dutos de ar condicionado e lixeiras, funcionam
como uma verdadeira chaminé, onde se propaga a massa de ar aquecida.
Exemplos: o ar quente projetado pelo secador de cabelo; um incêndio
localizado nos andares baixos (ou porão) de um prédio: os gases aquecidos
sobem pelas aberturas verticais e, atingindo combustíveis dos locais elevados
do prédio, irão provocar seu aquecimento conseqüente focos de incêndio.
8.3. IRRADIAÇÃO
É a transmissão de calor de um corpo para o outro por meio de raios ou ondas caloríficas através de
espaços intermediários, da mesma forma que a luz é transmitida pelos raios solares. É dessa forma que o
calor do sol chega até nós. A exemplo da luz, o calor irradiado caminha através do espaço em uma linha reta
até se encontrar com um objeto opaco, onde é absorvido e prossegue através do objeto por condução. Um
exemplo desse método de transmissão de calor é quando nos aproximamos de um incêndio; o calor que
sentimos a distância é o calor radiante. É a forma de transmissão de calor por raios, sem auxílio de
substância material. O calor irradiado não é percebido a olho nu.
Exemplos: a sensação quente que sentimos, quando nos aproximamos de um fogo; a sensação de calor
produzida por uma lâmpada elétrica acesa.
Assim sendo podemos exemplificar as três forma com o exemplo da barra metálica:
Uma barra metálica aquecida diretamente pela chama transmite calor em direção às suas extremidades por
Condução. A outra barra localizada na direção dos gases aquecidos, acima da chama recebe calor por
Convecção desses gases e uma parte também por Radiação. As superfícies localizadas junto às laterais da
chama, por sua vez, recebem calor inteiramente por Radiação.
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9. CLASSES DE INCÊNDIO
Normalmente os incêndios são classificados em: A, B, C e D.
Essa Classificação foi
elaborada pela NFPA –
Associação Nacional de
Proteção a Incêndios /
EUA, e adotada pelas:
IFSTA – Associação
Internacional para o
Treinamento de
Bombeiros / EUA, ABNT
– Associação Brasileira
de Normas Técnicas /
BR e Corpos de
Bombeiros / BR. Esta
classificação vai de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação em que se encontram e
determina a necessidade do agente extintor adequado.
9.1. CLASSE “A”
São os incêndios em combustíveis que queimam em razão de seu volume, isto é, queimam em superfície e
profundidade, deixando resíduos, como cinzas e brasas, normalmente são os materiais sólidos. Ex:.
madeira, papel, borracha, tecido, algodão, etc. A sua extinção dá-se por resfriamento, ou seja, a eliminação
ou redução do calor, que é feito normalmente com o uso de água ou espuma.
9.2. CLASSE “B”
São os incêndios em líquidos ou gases inflamáveis, queimam somente na superfície e não deixam resíduos
ou cinzas. A extinção normalmente dá-se por abafamento: retirada do oxigênio, ou seja, o agente extintor
cobre a superfície inflamada, com uma camada que isola o oxigênio, abafando o fogo.
9.3. CLASSE “C”
São os incêndios em equipamentos ou instalações elétricas energizadas. A extinção dá-se por abafamento.
É importante observar que um incêndio num equipamento elétrico desenergizado. Ou seja, sem nenhuma
fonte de alimentação elétrica ou sem a haver a menor possibilidade de passar corrente elétrica, pode ser
considerado como incêndio de classe A, pois neste caso, pode-se usar um extintor de água sem haver risco
de choque elétrico. No entanto deve-se levar em conta que o uso da água num equipamento ou instalação
elétrica, mesmo desenergizado, pode danificar permanentemente o equipamento ou instalação, por isso o
uso de água num equipamento/instalação elétrica nunca é recomendado.
9.4. CLASSE “D”
Alguns metais têm características combustíveis e exigem o emprego de técnicas especiais de combate.
A Classe “D” são os que envolvem os metais pirofóricos, metais que queimam. Normalmente alcalinos e
alcalinos terrosos. São caracterizados pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes
extintores comuns principalmente os de água. Ex.: magnésio, potássio, selênio, antimônio, lítio, potássio,
alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio.
9.5. CLASSE “E”
Consiste de materiais radioativos e requerem técnicas especiais para o combate, a depender do tipo de
material radioativo. Há uma necessidade toda especial para a proteção do combatente. Para ser feita a
extinção deste fogo deve ser aplicado um pó químico especial. A proteção do combatente deste incêndio
deve ser feita com EPI especiais para radioatividade. Exemplos: urânio, cobalto, césio, rádio, etc.
9.6. CLASSE “K”
Ultimamente os fabricantes de extintores têm referenciado a Classe de Incêndio “K”, para fogo em óleo e
gordura em cozinhas. Os agentes extintores desta classe possuem efeito de resfriamento por vapor d’água e
de inertização resultante da formação de vapor. Estes agentes extinguem o fogo interrompendo a reação
química e a combustão. Ex.: gorduras, óleos lubrificantes, óleo preto, etc.
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10. TÉCNICAS DE EXTINÇÃO
Partindo do princípio que para haver fogo são necessários o combustível, o comburente e o calor, que
formam o triângulo do fogo, então, para o extinguirmos, basta eliminarmos um desses elementos, a partir de
uma das seguintes técnicas.
10.1. RESFRIAMENTO: EXTINÇÃO POR RETIRADA DO CALOR
É o método mais utilizado, consiste em diminuir a temperatura do material combustível que esta queimando
até um ponto determinado, abaixo do qual ele não queima ou não emite mais gases ou vapores inflamáveis.
Este processo não se mostra eficiente em líquidos e gases com ponto de fulgor abaixo de 38ºC ou quando a
temperatura da água é maior que o seu ponto de fulgor.
A técnica de resfriamento é altamente utilizada e eficaz, por termos a água como principal agente extintor
para uso e ter excelentes propriedades de resfriamento.
10.2. ABAFAMENTO: EXTINÇÃO POR RETIRADA DO COMBURENTE
Consiste em impedir ou diminuir o contato do comburente com o material combustível, evitando-se que o
oxigênio contido no ar se misture com os vapores gerados pelo combustível formando uma mistura
inflamável. A eliminação do oxigênio para a extinção da combustão não precisa ser total, basta diminuir sua
porcentagem na atmosfera, visto que para a combustão ser sustentada é necessário uma atmosfera com
porcentagem superior 13% de oxigênio, e, no mínimo, 8% para que a chama se mantenha. O abafamento é
um processo muito eficiente se corretamente utilizado. Quando a água evapora, o vapor
d’água gerado desloca o ar da superfície do material em chamas. Sendo assim o processo de
abafamento é muito eficaz em líquidos, cujo ponto de fulgor é menor que 38ºC, não solúveis
em água, com densidade específica não maior que 1,1 g/cm
3
. Exemplo: quando colocamos um
copo emborcado, de modo que o oxigênio não penetre no seu interior e tivermos uma vela
acesa dentro dele, notaremos após alguns segundos quando o fogo consumir todo o oxigênio
dentro do copo, que ele se apagará por falta de comburente.
Regra básica para extinção por retirada do O2: 18% a 21% o fogo se mantém;
8% a 17% o fogo quase se apaga;
0% a 7% o fogo não se mantém.
10.3. ISOLAMENTO: EXTINÇÃO POR RETIRADA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL
É a retirada do combustível, evitando que o fogo seja alimentado e tenha um campo de propagação, não
tendo o que queimar não haverá mais fogo. Ex.: ao encontrar um fardo de algodão queimando e outro
próximo, mas ainda não atingido, você pode afastar este outro fardo e controlar o fogo até sua extinção, ou
seja, isolar o combustível e eliminar.
É o método de extinção mais simples, pois é executado com a força física e com os meios disponíveis, não
exigindo aparelhos especializados, pois consiste na retirada, diminuição ou interrupção, com suficiente
margem de segurança do campo de propagação do fogo, do material ainda não atingido pelo incêndio.
Na técnica de isolamento é muito importante o conceito de distância segura, principalmente no caso de
líquidos inflamáveis.
10.4. EXTINÇÃO QUÍMICA: EXTINÇÃO POR EVITAR A REAÇÃO QUÍMICA EM CADEIA
Consiste na utilização de certos componentes químicos, que lançados sobre o fogo, interrompem a reação
em cadeia. Sabemos que o combustível sob a ação do calor gera gases ou vapores que ao se combinarem
com o comburente, formam uma mistura inflamável, quando lançamos determinados agentes extintores ao
fogo, suas moléculas se dissociam, pela ação do calor, e se combinam com a mistura inflamável (gás ou
vapor mais comburente), formando outra mistura não-inflamável.
Alguns produtos químicos secos extinguem efetivamente o fogo por essa combinação de métodos.
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11. AGENTES EXTINTORES
São certas substâncias sólidas, líquidas ou gasosas, que são utilizadas na extinção de incêndios quer por
abafamento, resfriamento ou ainda usando os dois processos.
Os agentes extintores devem ser aplicados conforme a classe de incêndio, pois em alguns casos, sérias
conseqüências poderão ocorrer, quando utilizados inadequadamente.
Normalmente os agentes extintores estão dispostos em aparelhos portáteis de utilização imediata
(extintores), conjuntos hidráulicos (hidrantes) e dispositivos especiais (sprinklers, sistemas fixos de CO2, etc).
Em suma podemos dizer que agentes extintores são todas as substâncias capazes de interromper uma
combustão, quer por resfriamento, abafamento, extinção química ou utilização simultânea desses processos.
A seguir alguns dos principais agentes extintores utilizados.
11.1. ÁGUA
É o principal agente extintor muito em função de sua disponibilidade e compatibilidade com os produtos
envolvidos num incêndio. Uma das razões técnicas é o volume de vapor gerado pela água, que aumenta em
torno de 1.700 vezes, quando ocorre sua vaporização, proporcionando um grande deslocamento do ar
ambiente, impedindo que o oxigênio entre em contato com os materiais e inibindo o processo de combustão.
No entanto, em edificações o uso da água para combate a incêndios deve ser feito com o cuidado de
desligamento da corrente elétrica, que normalmente já é a primeira ação a ser feita.
Sua ação de extinção é o resfriamento, nas formas de jato compacto e chuveiro, mas na forma de neblina,
sua ação também é a de abafamento. A água ainda pode ser utilizada no estado gasoso, em forma de
vapor. Um cuidado muito importante que se deve tomar com o uso da água, como agente extintor, é pelo
fato da água ser condutora de corrente elétrica e gerar um risco, às vezes, maior que o próprio sinistro que é
o de choque elétrico.
Não deve ser lançada sob forma de jato pleno em incêndios que envolvam líquidos combustíveis, pois pode
transformar um incêndio de pequenas proporções em incêndio de grandes proporções. Somente deverá ser
aplicada na forma de neblina ou vapor.
É bastante eficiente na extinção de incêndio de derivados de petróleo de alto ponto de fulgor (tais como óleo
combustível, óleo lubrificante), pois reduzirá a taxa de vaporização de maneira suficiente a extinguir o
incêndio.
Para incêndios em líquidos inflamáveis (baixo ponto de fulgor), tem sua capacidade extintora limitada, sendo
eficaz apenas para pequenos focos de fogo. Em incêndios deste tipo o agente extintor mais adequado é a
espuma mecânica. A água é também de importância fundamental para resfriamento dos equipamentos
próximos ao incêndio, evitando a sua propagação.
Em suma a água é normalmente utilizada nos incêndios de Classe A e tem o efeito principal de resfriamento
e secundário de abafamento. A água também pode ser utilizada em incêndios de Classe B, na ação de
resfriamento de um recipiente contendo um líquido em chamas, por exemplo, mas não deve ser utilizada
diretamente neste líquido, salvo numa técnica especial de saturação, mas que requer um conhecimento
apurado do seu uso.
11.2. ESPUMA
Sua principal ação de extinção é de abafamento e, secundariamente, de resfriamento. Por utilizar razoável
quantidade de água na sua formação, conduz corrente elétrica, portanto nunca deve ser utilizada em
incêndios de Classe “C”, normalmente utilizado em combate a incêndios de Classes “A” e “B”.
Existem dois tipos básicos de formação de espuma. A espuma química que pode ser obtida através de uma
reação química de sulfato de alumínio com bicarbonato de sódio mais um agente estabilizador da espuma. E
a espuma mecânica que pode ser obtida por um processo de batimento de uma mistura de água com um
agente espumante (extrato) e a aspiração simultânea de ar atmosférico em um esguicho próprio. A espuma
mecânica pode ser de baixa, média ou alta expansão.
A espuma mecânica para combate a incêndios é um agregado de bolhas cheias de ar, gerada por meios
puramente mecânicos que incorporam o ar, a uma solução de água com pequena proporção de extrato
(líquido gerador de espuma).
A espuma é o agente extintor indicado para combate a incêndios em líquidos combustíveis ou inflamáveis,
devendo ser aplicada preferencialmente em um anteparo junto ao fogo ou suavemente nas superfícies
inflamadas. Como sua densidade é menor que a dos líquidos combustíveis ou inflamáveis forma um lençol
de espuma sobre o líquido extinguindo o fogo por abafamento. Secundariamente age por resfriamento,
devido à grande quantidade de água que contém.
A espuma por ser uma solução aquosa é condutora de eletricidade, portanto não deve ser usada para
combate a incêndios em equipamentos elétricos energizados.
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11.3. GASES INERTES
São os casos de alguns gases, tais como: dióxido de carbono, nitrogênio e os hidrocarbonetos halogenados,
que não conduzem correntes elétricas e extinguem o fogo por abafamento, devido, principalmente, a sua
ação de expulsar o oxigênio da atmosfera a níveis menores de 18%, devendo, por isso, ter muito cuidado
com o uso desta técnica em ambientes fechados, pois pode causar asfixia aos ocupantes ou mesmo aos
combatentes.
O mais comum deles é o dióxido de carbono (CO2), que além de ser um gás incombustível, inodoro, incolor,
não é tóxico e não conduz corrente elétrica, sendo, portanto o agente extintor mais utilizado para combate a
incêndio envolvendo equipamentos elétricos energizados. O CO2 é mais pesado que o ar, impedindo que o
oxigênio alimente a combustão, agindo por abafamento. Em virtude de sua baixa temperatura ao vaporizar-
se age, secundariamente, por resfriamento. Pode também ser utilizado no combate a incêndios em líquidos
combustíveis ou inflamáveis. Embora não seja tóxico o CO2 é asfixiante, e não devemos aplicá-lo em recinto
fechado, sem ventilação com pessoas no seu interior.
11.4. PÓ QUÍMICO SECO
Constituído basicamente por bicarbonato de sódio ou sulfato de potássio. Sua principal ação extintora é por
quebra da reação em cadeia e secundariamente por abafamento. Tem a característica de não ser condutor
de eletricidade. Normalmente utilizado nos incêndios de Classes “B” e “C”, no caso de seu uso na Classe
“D”, deve-se utilizar um tipo de pó químico especial, com uma composição química diferente da apresentada.
11.5. OUTROS AGENTES
Também podemos considerar como agentes extintores terra, areia, cal, talco, etc, que podem ser usados
dependendo do fogo, das características do combustível e do ambiente.
Ainda em situações especiais de ação de combate podem ser usados como agentes extintores alguns
líquidos voláteis: tetracloreteno de carbono, clorobromometrano, brometo de metila.
11.6. TABELAS DE USO DO AGENTE EXTINTOR CONFORME A CLASSE DE INCÊNDIO
CLASSES DE INCÊNDIO ÁGUA ESPUMA PQS CO2
A
Materiais Sólidos SIM
Excelente
SIM
Regular
Só na
superfície
Só na
superfície
B
Líquidos Inflamáveis
NÃO
SIM
Excelente
SIM
Excelente
SIM
Bom
C
Equipamentos Elétricos
NÃO NÃO
SIM
Bom
SIM
Excelente
D
Metais Pirofóricos
NÃO NÃO
PQS
Especial
NÃO
UNIDADE EXTINTORA 10 litros 9 litros 4 kg 6 kg
ALCANCE MÉDIO DO JATO 10 m 5 m 5 m 1 a 2,5 m
TEMPO DE DESCARGA 60 seg 60 seg 15 seg 25 seg
TÉCNICA DE EXTINÇÃO Resfria Resfria e Abafa Abafa Abafa e Resfria
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12. APARELHOS EXTINTORES DE INCÊNDIO
O extintor de incêndio ou simplesmente de extintor, como é popularmente
chamado, deve ser utilizado para combater o fogo, quando ainda em sua fase
inicial, evitando um incêndio em grandes proporções. Por serem feitos para
utilização rápida, sua eficácia ficará condicionada ao fácil acesso, perfeito serviço
de manutenção e conhecimento do operador das técnicas de extinção do fogo e
da própria operação dos extintores.
As previsões desses equipamentos nas edificações decorrem da necessidade de se efetuar o combate ao
princípio de incêndio, logo após a sua detecção, ainda em sua origem, enquanto são pequenos focos. Esses
equipamentos primam pela facilidade de manuseio, de forma a serem utilizados por homens e mulheres,
contando unicamente com um treinamento básico. Além disso, os preparativos necessários para o seu
manuseio não consomem um tempo significativo e, conseqüentemente, não inviabilizam sua eficácia em
função do crescimento do incêndio.
De um modo geral, os extintores são constituídos por um recipiente de aço, cobre, latão ou material metálico
equivalente, contendo em seu interior o agente extintor. Quanto à sua nomenclatura, normalmente recebem
o nome do agente que acondicionam em seu interior. Exemplos: extintores de água, extintores de dióxido de
carbono (CO2), extintores de espuma, extintores de pó químico seco (PQS).
Quanto ao tamanho, os extintores podem ser: portáteis (até 10 litros para espuma, carga líquida e água
pressurizada, até 06 kg para CO2 e até 12 kg para PQS) e rebocáveis (carretas) para tamanhos maiores.
Os extintores não devem ser considerados como substitutos de sistemas de extinção mais complexos, mas
sim como equipamento adicional ou para um primeiro combate.
Para a operação do extintor é necessária apenas uma pessoa e seu tempo de utilização, varia de acordo
com o agente extintor e a capacidade do recipiente, mas pode passar até de um minuto. Para cada classe
de incêndio existem um ou mais extintores próprios para combatê-la.
Todos os extintores possuem em seu corpo um rótulo de acordo com o sistema internacional de
identificação, no qual constarão as classes de incêndio para as quais são indicados.
No Brasil, o sistema de classificação é baseado em estudos e normas elaborados pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), reconhecida em todo o território nacional como fórum nacional de
normalização e membro do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial do
Ministério da Indústria e Comércio.
O manômetro que acompanha alguns extintores, além de indicar a pressão do aparelho (quantidade de gás
existente), serve também como válvula de segurança, que se rompe automaticamente com o excesso de
pressão, fora dos limites de segurança, garantindo assim a segurança do usuário. Para isto é importante,
durante a operação manter sempre livre do rosto e outras partes do corpo acima desta válvula.
Para a sua melhor utilização os extintores devem:
estar dimensionados ao risco existente no local;
possuir condições operacionais de uso;
estar estrategicamente localizado;
possuir pessoas treinadas no seu manuseio.
Os riscos especiais, como casa de medidores, cabinas de força, depósitos de
gases inflamáveis e caldeiras, devem ser protegidos por extintores,
independentemente de outros sistemas de proteção, que cubram a área onde se
encontram os demais riscos.
Os extintores que ficarem expostos a intempéries deverão ficar guardados em armários (ou cabines)
especiais.
12.1. TIPOS DE EXTINTORES
12.1.1. EXTINTORES DE ÁGUA
CAPACIDADE: 10 e 75 litros (neste último usado em extintor sobre rodas).
APLICAÇÃO: Classe “A”.
MÉTODO DE EXTINÇÃO: resfriamento.
TIPOS: pressurizado e pressão injetada.
FUNCIONAMENTO: a água é expelida pela mangueira, através de um gás inerte.
VANTAGENS e RESTRIÇÕES: a água tem inúmeras vantagens sobre a espuma, dado o seu poder de
penetração nos combustíveis sólidos com combustão lenta. No entanto é contra-indicado em incêndios de
classe “B” e “C”. No primeiro caso, por aumentar o volume do líquido em combustão, além de, com a força
do jato, espalhar mais fogo. No caso de fogo em eletricidade, pelo fato de conduzir corrente elétrica e por
em risco à vida do operador, além de danos irreparáveis nas instalações elétricas. Também não devem ser
utilizados em incêndios de classe “D” (materiais pirofóricos), como o magnésio, pó de alumínio, carbonato
de potássio, pós metálicos, ou metais alcalinos, pois em contato com a água eles reagem de forma violenta.
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i) EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA – AP
O agente extintor, neste caso a água pressurizada – AP é contido em seu cilindro de aço e mantido sob
pressão durante o tempo todo. Essa pressão, que pode ser ar comprimido ou CO2, é controlada através de
manômetros. O aparelho é operado mediante a retirada do pino de proteção e acionamento da válvula,
sendo o jato guiado por mangueira nele contida. Dentro do cilindro existe um gás junto com a água sob
pressão, quando acionado o gatilho, a água é expelida resfriando o material em combustão, tornando a
temperatura inferior ao ponto de ignição.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO:
1 – retire-o do seu suporte;
2 – dirija-se a um local seguro;
3 – solte a trava de segurança;
4 – empunhe o gatilho e a pega da mangueira;
5 – faça o teste de funcionamento, acionando o gatilho para um local seguro;
6 – conduza o extintor até as proximidades do fogo;
7 – coloque-se a uma distância segura;
8 – acione o gatilho e ataque o fogo dirigindo o jato para a base do fogo.
ii) EXTINTOR DE ÁGUA A GÁS – AG
Também chamado de Extintor de Água de Pressão Injetada ou de Extintor de Água a Pressurizar.
Seu uso é equivalente ao de água pressurizada, diferindo-se apenas externamente pelo pequeno cilindro
contendo o gás propelente, cuja válvula deve ser aberta no ato de sua utilização, a fim de pressurizar o
recipiente que contém o agente extintor, permitindo o seu funcionamento. O agente propulsor (propelente)
normalmente é o dióxido de carbônico (CO2).
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO:
1 – retire-o do seu suporte;
2 – dirija-se a um local seguro;
3 – solte a trava de segurança;
4 – empunhe o gatilho e a pega da mangueira;
5 – faça o teste de funcionamento, abrindo a válvula do cilindro (ampola) do gás propelente;
6 – conduza o extintor até as proximidades do fogo;
7 – coloque-se a uma distância segura;
8 – acione o gatilho e ataque o fogo dirigindo o jato para a base do fogo.
12.1.2. EXTINTORES DE ESPUMA
i) EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA PRESSURIZADO – EP
A espuma é gerada pelo batimento da água com o líquido gerador de espuma e ar (a mistura da água e do
líquido gerador de espuma está sob pressão, sendo expelida ao acionamento do gatilho, juntando-se então
ao arrastamento do ar atmosférico em sua passagem pelo esguicho).
Será usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AP.
ii) EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA A GÁS – EG
Também chamado de extintor de espuma mecânica a pressurizar. Tem as mesmas características do
pressurizado, mas mantendo a ampola externa para a pressurização no instante do uso.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AG.
iii) EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA
Embora não seja mais fabricado, ainda é possível encontrá-lo em algumas edificações. Seu funcionamento
é possível devido à colocação do mesmo de “cabeça para baixo”, formando a reação de soluções aquosas
de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio. Depois de iniciado o funcionamento, não é possível a
interrupção da descarga. Deve ser usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”.
PROCEDIMENTOS PARA OPERAÇÃO:
1 – retire-o do seu suporte;
2 – não deite ou vire o extintor antes de chegar ao local do fogo;
3 – próximo do local, num local seguro, inverter a posição do cilindro, e ir se aproximando rapidamente;
4 – direcione a espuma sobre o fogo.
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12.1.3. EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS) – TIPO BC
Os compostos químicos mais utilizados, como
agentes extintores, são bicarbonato de sódio (o
mais utilizado), bicarbonato de potássio e
cloreto de potássio, mas também são
encontrados agentes extintores a base de
bicarbonato de potássio com uréia e fosfato de
monoamonia. Já o agente propulsor mais
empregado nos extintores é o dióxido de
carbono e o nitrogênio, sendo este último mais
utilizado nos pressurizados. O bicarbonato de
sódio recebe um devido tratamento, a fim de
circular livremente no interior do aparelho. Ao
entrar em contato com as chamas, o pó se decompõe, isolando rapidamente o oxigênio indispensável à
combustão e extinguindo o fogo por abafamento.
Portanto a principal ação do pó, no fogo, é fazer sobre a superfície em chamas, uma nuvem de pó para
isolar o oxigênio.
Além desta ação do pó no estado normal, ainda há a produção de CO2 e vapor d’água em conseqüência de
queima do bicarbonato, que auxiliam no abafamento. A ação do extintor de pó demonstra mais eficiência que
o CO2, pois sendo sólida, a nuvem cai e tem ação de permanência, pois o fogo, antes de tornar a avivar, tem
de queimar o bicarbonato. O extintor de PQS é o mais indicado para ação de combate em materiais da
classe “B” (líquidos inflamáveis), mas também pode ser usado na classe “C” (equipamentos elétricos).
Também para fogos superficiais pode ser utilizado na classe “A”, desde que haja a disposição um extintor
que atue por resfriamento que auxilie a extinção do material, em combustão lenta e braseiros.
A norma NBR 10.721 trata de extintores de incêndio com carga de pó químico.
CAPACIDADE: 1, 2, 4, 6, 12 e 50 kg – sendo mais usual de 6 kg; o de 50kg é utilizado sobre rodas (carreta).
COMPOSIÇÃO DO AGENTE EXTINTOR: bicarbonato de sódio e potássio.
APLICAÇÃO: Classes “B” e “C”; em fogos superficiais na classe “A”.
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: o pó químico seco é expelido pela mangueira através de um gás inerte.
MÉTODO DE EXTINÇÃO: quebra da reação em cadeia e faz o abafamento.
TIPOS: pressurizado e injetado (pressurização indireta).
VANTAGENS e RESTRIÇÕES: o extintor de PQS oferece uma vantagem muito grande para o usuário, em
relação ao de CO2, pois, devido ao seu alcance, permite ao usuário manter-se numa distância maior e mais
segura, no entanto sua ação corrosiva e destrutiva sobre o material é uma característica que deve ser levada
em consideração, principalmente em equipamentos eletrônicos e sensíveis, muito comum, hoje em dia, nas
máquinas e equipamentos.
i) EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO PRESSURIZADO
O pó já se encontra pressurizado no cilindro. Consta de uma única
peça, onde o pó é pressurizado com CO2 ou nitrogênio, tendo um
manômetro para controle de pressão interna.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AP.
ii) EXTINTOR DE PQS COM PRESSÃO INJETÁVEL
Neste tipo de extintor há uma ampola de gás para a pressurização
do aparelho no instante do uso.
PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AG.
Atenção: ao abrir a válvula da ampola do extintor ter o cuidado de
inclinar o extintor afastando o seu rosto da válvula de segurança,
pois ela pode vir a romper, podendo acidentar ao usuário ou ainda
a outras pessoas, portanto dirija a válvula de segurança sempre
para uma área livre.
iii) EXTINTORES DE PÓ QUIMICO ESPECIAL (CLASSE D)
São recomendados para incêndios em metais combustíveis, assim como: magnésio, pó de alumínio, zinco,
zircônio, sódio ou potássio.
Sua operação é idêntica a um extintor de Pó Químico Seco normal, pois a única coisa que muda é a
composição química do agente extintor, sendo mais comuns os extintores pressurizados.
Combate a incêndio
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  • 1. CCEEEETTEEPPSS CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Disciplina: PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS – PCI Professor: Flávio Amorim Gomes de Araújo VERSÃO 02 JANEIRO / 2008
  • 2. Página 2 de 78 INTRODUÇÃO Observamos no decurso da história que quatro elementos constantemente estão se interagindo: a TERRA, o FOGO, o AR e a ÁGUA. Sabemos também que foi com auxílio do fogo que o homem conseguiu sair das cavernas e dominar as feras à sua volta, reinando assim sobre os demais animais. O fogo é, portanto, um elemento importante e hoje em dia essencial para nossa sobrevivência na vida moderna, no entanto quando foge ao controle torna-se também um elemento muito perigoso para a vida humana. Nos dias atuais, o homem tem utilizado, principalmente, outro elemento, no caso a água, para evitar que o fogo fuja do seu controle, destrua a terra e contamine o ar. Aliás, a contaminação do ar de um incêndio, gerando a chamada fumaça, é sem dúvida a principal causa das mortes das pessoas num incêndio. São raros os casos de mortes por pessoas queimadas, pois normalmente antes de sofrerem queimaduras fatais, as pessoas morrem por asfixia ou pelos males provocados pela fumaça. Já assistimos diversos casos, principalmente, em edifícios altos, onde tamanho era o desespero das pessoas, vindo a saltarem do alto do edifício. O desenvolvimento de um programa de prevenção, proteção e combate a incêndio constituem em uma das mais importantes missões de um Técnico em Segurança do Trabalho dentro das empresas. Vemos algumas vezes a preocupação da empresa, apenas com o treinamento e formação da brigada de incêndio e manutenção de extintores, que são atividades das mais importantes, mas insuficientes para evitar a ocorrência e a propagação dum incêndio. Claro que o desenvolvimento de um sistema de prevenção, proteção e combate a incêndios vai depender muito do tipo de empresa e de seus riscos, mas como regra geral, podemos afirmar que evitar um incêndio é o melhor caminho, para isto é preciso focar nas ações de PREVENÇÃO, que incluem ações de manutenção e controle sobre as instalações elétricas, por serem uma das maiores causas de incêndios nas empresas; condições adequadas de armazenamento de materiais, principalmente inflamáveis e combustíveis; cumprimento de um bom sistema de sinalização de segurança; entre outras ações. Mesmo assim é importante frisarmos que as ações de prevenção nem sempre são suficientes e não podem vir a evitar um incêndio, pois elas visam reduzir a probabilidade de ocorrência, mas dificilmente irão garantir que nunca falhem e não haja o incêndio. Portanto quando falha a prevenção devemos buscar ou dimensionar corretamente os esforços para as ações de PROTEÇÃO, que incluem um sistema de paredes e portas corta-fogo; sistema de proteção de pára-raios; entre outros. No caso de pára-raios muitos acham ser uma ação preventiva, mas na verdade o sistema não impede a queda do raio, mas sim protege a edificação dum incêndio, por isso sua classificação mais correta é a de proteção. Por último, mas não menos importante, pelo menos quando nos referimos ao risco real de um incêndio, precisamos definir e dimensionar corretamente as ações de COMBATE. Como o próprio nome diz é uma ação reativa, precisa acontecer algo de errado, para haver a reação. Mas em se tratando de incêndio, devemos estar preparado para o erro ou falha de algum sistema, pois segundo a Lei de Murphy: se algo pode dar errado, certamente dará. Não querendo ser pessimista, mas devemos estar sempre adequadamente preparados. Devido a isso é extremamente importante e obrigatório instalações de extintores, hidrantes, sprinklers, etc, ou mesmo um treinamento da brigada, que pode parecer para muitos como ação de prevenção, mas a finalidade de sua existência é puramente reativa. É importante frisarmos que o conceito de PREVENÇÃO, PROTEÇÃO ou COMBATE é o que menos importa. O importante é o aluno e futuro Técnico em Segurança saber identificar o risco e o melhor sistema para PREVENIR, PROTEGER ou COMBATER. O objetivo do curso é proporcionar ao aluno a oportunidade de conhecer o maior número possível de recursos existentes, e quando digo recursos, não falo apenas dos recursos materiais, mas também dos recursos humanos. Além disso, temos o objetivo de dar ao aluno a oportunidade de interpretar corretamente a legislação e normas; saber dimensionar corretamente um sistema de prevenção, proteção e combate a incêndios; entre outras. Em suma podemos dizer que a missão do Técnico em Segurança do Trabalho numa empresa para a Prevenção, Proteção e Combate a Emergências consiste basicamente em: fazer a correta distribuição dos equipamentos pela área a proteger; garantir a manutenção adequada dos equipamentos de prevenção, proteção e combate; organizar treinamento do pessoal que irá utilizar estes equipamentos. A concepção moderna de combate a incêndio exige grande soma de conhecimentos profissionais e habilidades para aplicá-los. E não se pode esperar que esses conhecimentos e habilidades sejam adquiridos unicamente através da experiência. Ela é muito importante como complemento de estudos sistemáticos e apropriados, mas insuficientes, por isso a importância dos estudos acadêmicos, principalmente em cursos, mesmo que sejam teóricos. Americana, 10 de janeiro de 2008. Flávio Amorim Gomes de Araújo
  • 3. Página 3 de 78 ÍNDICE INTRODUÇÃO 02 ÍNDICE 03 CAPÍTULO I PREVENÇÃO, PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS 04 1. PRIMEIRA BRIGADA DE INCÊNDIO 04 2. HISTÓRICO DE OCORRÊNCIA E SURGIMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS 05 3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE 07 4. PROCESSO QUÍMICO DO FOGO 08 5. PROCESSO DE FORMAÇÃO DO FOGO 08 6. PONTOS DE TEMPERATURA CRÍTICA 10 7. EVOLUÇÃO DE UM INCÊNDIO 13 8. FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO 18 9. CLASSES DE INCÊNDIO 19 10. TÉCNICAS DE EXTINÇÃO 20 11. AGENTES EXTINTORES 21 12. APARELHOS EXTINTORES 23 13. EQUIPAMENTO DE RESPIRAÇAO AUTÔNOMA 33 14. SISTEMA DE ALARME DE INCÊNDIO 34 15. SAÍDAS DE EMERGÊNCIA 35 16. SISTEMA HIDRÁULICO DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 39 17. SISTEMA FIXO DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 54 18. ACESSO DE VIATURAS DO CORPO DE BOMBEIROS 57 19. PRINCIPAIS VIATURAS DE COMBATE A INCÊNDIO DO CORPO DE BOMBEIROS 58 20. BRIGADA DE COMBATE A INCÊNDIO 61 21. PREVENÇÃO DE INCÊNDIO 67 CAPÍTULO II – ACIDENTES AMBIENTAIS 68 1. DEFINIÇÃO E TIPOS DE ACIDENTES AMBIENTAIS 68 2. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RISCOS 68 3. PLANEJAMENTO DE UM SISTEMA PARA ATENDIMENTO DE ACIDENTES AMBIENTAIS DE ORIGEM TECNOLÓGICA 69 4. ACIDENTES AMBIENTAIS COM PRODUTOS QUÍMICOS 70 5. RISCOS ASSOCIADOS ÀS CLASSES DE PRODUTOS QUÍMICOS 74 BIBLIOGRAFIA 78
  • 4. Página 4 de 78 CAPÍTULO I PREVENÇÃO, PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS 1. PRIMEIRA BRIGADA DE INCÊNDIO Nos confins da antiguidade, o homem lutou para conseguir a técnica da combustão. O fogo, então, foi um dos maiores aliados do ser humano. Por isso desde o início o homem deu ao fogo um caráter superior, conferido aos deuses, como manifestação do sagrado. Uma vez dominada as tecnologias de sua produção, segundo a vontade humana, o fogo tem sido o mais importante e permanente instrumento do processo civilizador. Participa de toda a evolução cultural da humanidade, o fogo tem sido um dos fundamentos de todo o progresso do homem contribuindo nos diferentes momentos de sua trajetória, desde o primitivo aquecimento, nas cavernas do paleolítico superior, à produção de armas que permitiram ampliar suas provisões alimentares, promover sua defesa e, simultaneamente, acelerar o processo de agressão e do domínio do meio ambiente, na mais antiga e contínua luta do homem: a da sobrevivência. Exercendo fascínio e sedução, talvez como um dos mais primitivos arquétipos do homem, o fogo, contudo, ao mesmo tempo em que é amigo e vital, pode se transformar no mais insidioso, inesperado e quase invencível inimigo. Perde-se na memória do tempo, a origem do combate ao fogo, das mais remotas lembranças, sabe-se que no ano 27 A.C.(Antes de Cristo), em Roma, já existiam os "Triunviri Nocturni", grupos organizados com o objetivo de combater incêndios. Durante o reinado de Júlio César Octávio, entre 63 a.C. e 14 d.C., foram criadas as "Coohortes Vigilium",em número de 7, cada uma integrada por 1.000 homens, aos quais estava reservada a responsabilidade de proteger contra o fogo em 14 bairros de Roma. Na Roma daqueles tempos uma lei obrigava a cada proprietário de casa a dispor de uma cisterna, com água reservada para casos de incêndio. A legislação dispunha de uma série de regras para construções, desde afastamento regular até a proibição de produtos mais inflamáveis. Também a altura dos prédios deveria se limitar a 100 pés, ou seja, 30 metros. Na Pérsia antiga, conta a história, o incendiário que queimasse sua casa, fosse ou não involuntariamente, era condenado ao apedrejamento vivo, permitindo-se à mulher acompanhar o marido, caso fosse sua vontade. Marco Polo relatava de sua viagem à China, que os bombeiros sufocavam os incêndios de uma forma eficaz e surpreendente. Não utilizavam água contra o fogo, mais se dedicavam a demolir as construções vizinhas, deixando que apenas a casa incendiada acabasse destruída, impedindo a propagação do fogo. Na Grécia antiga, os bombeiros usavam as quadrigas (carros de corridas com quatro cavalos, ou seja, bigas com 4 cavalos) para alcançar o local do incêndio com maior rapidez. Os soldados mais experientes sabiam de memória os locais de Atenas em que se podia encontrar água com facilidade, poços, riachos, cisternas e baixios e de lá, em processo de revezamento, os baldes eram deslocados de mão em mão, às vezes de distância de até um quilômetro ou mais, o que exigia a mobilização de grande número de escravos. O mesmo processo continuou sendo utilizado pelo homem em quase toda parte do mundo, até o fim da Idade Média. Com a evolução da economia, nos fins da idade média, a burguesia foi se instalando em pequenos burgos, reinstalando-se o processo de vida urbana. Com ele, por volta de fins do século XVI e início do XVII, começaram a surgir os primeiros bombeiros da era moderna. Na França, isto ocorreu com Luiz XIV, o Rei-Sol, que reinou de 1638 a 1715, com os "Corps des Pompiers", que já utilizavam a bomba Van Der Heydens, de 1699. Na Inglaterra, pouco adiante, surgem os "Fireman", os "homens do fogo". Na Alemanha, desde 17 de julho de 1841, em Meissen, existem Corpos Voluntários de Bombeiros. Em Durlach, em 1846, surge a segunda corporação e nasce em Berlim, no ano de 1851, o primeiro Corpo de Bombeiro profissional. Rapidamente, em razão da evolução cada vez mais acelerada das cidades, foram surgindo corporações de combate ao fogo em muitos países do mundo. Nos Estados Unidos, a iniciativa coube ao grande Benjamin Franklin,em 1736, que criou, na Filadélfia, o primeiro Corpo de Bombeiros Voluntários da América. Em Portugal, a história dos Bombeiros na era moderna começa no ano de 1794, com a destacada participação de um brasileiro nascido na Bahia, Guilherme Gomes Fernandes, que juntamente com outros idealistas criou a associação dos Bombeiros Voluntários do Porto. O brasileiro Gomes Fernandes, um abnegado da causa, foi considerado o "maior bombeiro do mundo", criando as bases do sólido movimento português de defesa civil, com base na multiplicação pelo território português de grupamentos voluntários de combate ao fogo. No Chile, o primeiro corpo de bombeiros, também de caráter voluntário, foi criado em 1851, na cidade de Valparaíso. Em 1863, foi criada a Corporação de Santiago. No Brasil, o primeiro Corpo de Bombeiros foi criado oficialmente pelo decreto 1.775, assinado por D. Pedro II, em 02 de Julho de 1856, instala-se no Rio de Janeiro, então, o Corpo de Bombeiros da Corte. Antes, porém, desde 1763, os incêndios no Rio de Janeiro eram combatidos pelo pessoal do Arsenal da Marinha, de forma provisória. A evolução técnica, o aperfeiçoamento dos equipamentos, a utilização de bombas mecânicas, manuais e motorizadas, a substituição dos baldes de pano por mangueiras de tecido, os caminhões tanque, os autobombas, as escadas Magirus, as bombas Metz, até os macacos hidráulicos e as roupas especiais que permitem o acesso de bombeiros a locais em chamas, tudo isto se deve às maravilhas da revolução industrial, de 1760 aos nossos dias.
  • 5. Página 5 de 78 2. HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS E SURGIMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS 1850: ocorre um incêndio na Rua do Rosário (atual Rua XV de Novembro), o incêndio é extinto por uma bomba manual emprestada por um francês chamado Marcelino Gerard. 1852: em decorrência de tal incêndio, é apresentado na Assembléia Provincial, pelo então Brigadeiro Machado de Oliveira um Projeto de Lei de um Código sobre Prevenção de Incêndios, ficando o povo, por lei, obrigado a cooperar com a Polícia nos dias de incêndio. 1856: surge o Corpo de Bombeiros da Corte (atual Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro). Entre 1860 e 1870: registro de diversas ocorrências de incêndios: livraria na Rua do Carmo em SP; loja de ferragens; barril de pólvora explode no centro da cidade de São Paulo; etc. 1880: depois de um incêndio na Faculdade de Direito em SP é determinada à criação Oficial do Corpo de Bombeiros (10 de março de 1880). O então Alferes José Severino Dias é designado em 24 de julho Comandante da Seção de Bombeiros com 20 homens (praças). 1890: elevação à categoria de "Companhia de Bombeiros". O efetivo aumenta para 60 homens. O Comandante passa a ser um Capitão. 1900: unem-se todas as forças policiais em uma só "FORÇA PÚBLICA". É criado o Corpo Municipal de Bombeiros de Campinas, seu efetivo inicial era de oito homens. 1911: são colocadas em todos os bairros da cidade de São Paulo, 160 novas caixas de avisos de incêndio. 1942: primeiro convênio entre o Estado e a Prefeitura de São Paulo. O Corpo de Bombeiros passa a ser Estadual. 1964: grande compra de Auto-Bombas (o famoso “Volta ao Mundo"). 1972: em 24 de fevereiro, ocorre o incêndio do Edifício Andraus de 31 andares, teve seu início no 4º andar, 16 pessoas morrem e 375 ficam feridas, o Corpo de Bombeiros envia 31 viaturas e dezenas de carros pipas. O Incêndio provoca o surgimento de um Grupo de Trabalho para estudar e propor reforma dos Serviços de Bombeiros. Incêndio no Edifício Joelma 1974: em 01/fevereiro ocorre incêndio no Edifício Joelma de 23 andares, 189 pessoas morrem, o Corpo de Bombeiros envia 26 viaturas e 318 bombeiros. 1975: ocorre a preconizada reestruturação dos serviços de bombeiros. Em razão do incêndio do Joelma, é publicado o novo Código de Obras de São Paulo. 1979: entra em funcionamento o telefone 193. É firmado novo convênio entre o Estado e a Prefeitura. 1981: em 14 de fevereiro, ocorre um incêndio na Av.Paulista, no edifício Grande Avenida de 23 andares, foto ao lado. O Corpo de Bombeiros envia ao local 20 viaturas e 300 bombeiros, 17 pessoas morrem e 53 são feridas, entre elas 11 bombeiros e 10 do efetivo do Comando de Operações Especiais da PM. 1983: incêndio na Vila Socó, em Cubatão, deixou 93 mortos. 1984: vazamento de gás na fábrica da Union Carbide, em Bhopal, na Índia, matou 3.700 pessoas. 1986: O reator número 4 da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, teve um acidente no dia 26 de abril. Oficialmente, os mortos foram 31, entre bombeiros e técnicos da usina. Sete anos depois, o governo ucraniano reconheceu a morte de 7 mil a 10 mil pessoas. O incêndio do reator durou dez dias e houve duas explosões. Cerca de 500 mil pessoas foram retiradas de 170 cidades depois do acidente. Pripiat, a 3 quilômetros da usina, tinha 55 mil habitantes. Hoje, é uma cidade-fantasma. Os prejuízos da catástrofe são calculados em 400 bilhões de dólares e 7 milhões de pessoas ainda vivem em regiões que sofreram radiação.
  • 6. Página 6 de 78 1987: incêndio no edifício CESP em SP, no dia 21 de Maio. O conjunto tinha 2 blocos, um com 21 e outro com 27 pavimentos. Houve desabamento parcial da estrutura. 1995: em 29 de janeiro, ocorre uma explosão em uma loja de fogos no bairro de Pirituba na capital paulista, 33 casas são atingidas e 15 pessoas morrem, o Corpo de Bombeiros enviou ao local 15 viaturas e 62 bombeiros. 1996: ocorre em 11 de junho uma explosão no Shopping Center Plaza de Osasco causada por vazamento de GLP sob o piso da área de restaurantes, 41 pessoas morrem e mais de 480 pessoas são feridas, o Corpo de Bombeiros envia para o local 38 viaturas e 167 bombeiros. 1997: é lançado o Manual de Fundamentos do Corpo de Bombeiros, com mais de 360 páginas e mais de 880 ilustrações, o manual aborda 18 temas ligados às principais áreas de atuação dos serviços de bombeiros. A Sirene, popularmente conhecida como Bitonal (dois tons lá-lá/ré-ré), com quatro cornetas, freqüência de 435/450 Hz e 580/600 Hz, com alcance audível a 7 m, passa a ser destinada, para uso exclusivo do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. É apresentada a nova viatura de Comando de Operações, destinada a ser empregada em grandes ocorrências servindo sempre como Posto de Comando. 2001: a explosão da plataforma submarina P-36, da Petrobrás, em 15 de março, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, matou 11 pessoas que trabalhavam no local. Quatro aviões foram seqüestrados nos Estados Unidos por membros da organização terrorista Al Qaeda, sendo dois deles foram lançados contra as torres que formavam o complexo empresarial World Trade Center (WTC), em Nova York e um contra o Pentágono, em Washington. No total de 2.752 pessoas morreram vítimas do atentado. 2003: Incêndio provoca morte de 2 crianças, de 7 e 3 anos, na casa em que moravam, no Jardim São Gerônimo, em Americana-SP, na madrugada de ontem. Carla Fernandes de Oliveira, de 3 anos, e Jonhny Fernandes de Oliveira de 7, chegaram a ser levados por um vizinho ao hospital Municipal de Americana, mas morreram quando recebiam atendimento. A casa teve a energia elétrica cortada por falta de pagamento, segundo Polícia Militar. Para que os filhos não dormissem no escuro, a mãe, Juliana Fernandes Cruz, de 25 anos, acendeu uma vela no quarto e foi se deitar. A vela caiu em um colchão e deu início ao incêndio, acredita a polícia. 2005: Incêndio causa morte de uma pessoa em Lisboa, Portugal, no dia 20 de julho - mais de 3.000 bombeiros estão mobilizados no combate a incêndios causados pela pior seca que já atingiu Portugal em mais de seis décadas e que, nesta quarta-feira, causaram a morte de uma pessoa idosa e forçaram a desocupação de quatro vilarejos, disseram oficiais. O corpo carbonizado de um idoso de cerca de 60 anos foi encontrado perto de sua casa nas proximidades de Alvaiazere, a 160 quilômetros a nordeste de Lisboa, contou um vereador da localidade. "Encontramos o corpo já queimado. Ele devia estar tentando apagar o fogo mas não conseguiu," disse Abel Reias à agência local de notícias Lusa. Um incêndio próximo à cidade central de Pombal ameaça dois vilarejos e levou ao fechamento temporário pelo segundo dia seguido de uma das mais movimentadas estradas do país que liga Lisboa à Cidade do Porto. 2006: cinco crianças, com idades entre 1 e 7 anos, morreram na madrugada do dia 22/05/06, em conseqüência de um incêndio no bairro Cristal, em Vacaria (RS). Segundo o Corpo de Bombeiros, as vítimas --todas da mesma família-- estavam sob os cuidados de uma menina de 13 anos, que conseguiu escapar quando percebeu o fogo. Os bombeiros dizem que a mãe, de 28 anos, havia saído para trabalhar. Há suspeitas de que o incêndio tenha sido causado por velas. Além do frio que atingia a região, a casa estava sem energia elétrica. O fogo começou por volta da 1h30. Os bombeiros foram acionados, mas, quando chegaram, a casa já havia sido destruída. 2007: um incêndio atingiu na manhã do dia 18/12 num galpão de uma indústria farmacêutica, próximo à rodovia Castelo Branco, em Barueri (SP). O fogo começou por volta das 6h e as chamas foram controladas entre 8h e 8h30 pelos bombeiros. Parte do teto do prédio desabou. O Corpo de Bombeiros de Barueri teve de chamar reforço dos batalhões da capital para conter as chamas. Um total de 20 viaturas foi deslocado para o local. As labaredas chegaram a atingir uma altura de quase 10 m. As ruas próximas ao local foram interditadas. 2007: incêndio no Prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas (HC) em São Paulo, ocorrido no dia 24/12, provocou correria e obrigou a remoção dos pacientes internados. Um deles, Raimundo Nonato de Azevedo, 56, morreu poucas horas depois. Para o HC, a morte não tem relação com a remoção. Investigações preliminares indicam que o incêndio começou com um curto-circuito em uma subestação do prédio, e que a fumaça se espalhou por todos os andares pela tubulação de ar-condicionado.
  • 7. Página 7 de 78 3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE 3.1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL Capítulo III – Da Segurança Artigo 24 – Inciso I: O Estado pode legislar concorrentemente com a União a respeito do Direito Urbanístico, na área de prevenção de incêndio. Artigo 144 - Parágrafo Quinto: Às Polícias Militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos Corpos de Bombeiros Militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. 3.2. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO – CLT Capítulo V do Título II – Artigo 200 – Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente: ... IV – proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra- fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização. 3.3. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL Capítulo III – Da Segurança Pública – Artigo 142 – Ao Corpo de Bombeiros, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividade de defesa civil, ... Lei Estadual nº 616, de 17 de Dezembro de 1974 – Organização Básica da PM - Título I – Capítulo Único – Artigo 2º - Inciso V – Compete a Polícia Militar realizar serviços de prevenção e de extinção de incêndios, simultaneamente como de proteção e salvamento de vidas humanas e materiais, no local do sinistro, bem como o de busca e salvamento, prestando socorros em casos de afogamento, inundações, desabamentos, acidentes em geral, catástrofes e calamidades públicas. 3.4. LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO Lei Estadual nº 684/75 – Lei de Convênio – Artigo 3º – Os municípios obrigarão a autorizar o órgão competente do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, a pronunciar-se nos processos referentes à aprovação de projetos e à concessão de alvarás para construção de projetos e à concessão de alvarás para construção, reforma ou conservação de imóveis, somente serão aprovados ou expedidos se verificada pelo órgão, a fiel observância das normas técnicas de prevenção e segurança contra incêndios. Parágrafo Único – A autorização de que trata este artigo é extensiva à vistoria para concessão de avara de “habite-se” e de funcionamento... Portaria 3.214/78 aprova as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho dentre elas a NR-23, que trata de Proteção Contra Incêndios, revisada pela Portaria. Decreto Estadual nº 46.076/01 – Institui o Regulamento de Segurança Contra Incêndio no Estado de SP. Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado de SP – são no total de 38 Instruções Técnicas (IT). Normas Técnicas da ABNT: dentre todas destacamos algumas relativas ao curso NBR 5419 – Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas (02/2001); NBR 6135 – Chuveiros Automáticos para Extinção de Incêndio (04/1992); NBR 7532 – Identificadores de Extintores de Incêndio – Dimensões e Cores (04/2000); NBR 9077 – Saídas de Emergência em Edifícios (05/1993); NBR 9441 – Execução de Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio (03/1998); NBR 5410 – Sistema Elétrico; NBR 5414 – Sistema de Pára-raios; NBR 10897 – Proteção Contra Incêndio por Chuveiro Automático (01/1990); NBR 10898 – Sistema de Iluminação de Emergência (09/1999); NBR 11711 – Portas e vedadores corta-fogo com núcleo de madeira para isolamento de riscos em ambientes comerciais e industriais (04/1992); NBR 11742 – Porta Corta-Fogo para Saída de Emergência – Especificação (01/1997); NBR 11785 – Barra Antipânico – Requisitos (05/1997); NBR 12615 – Sistema de Combate a Incêndio por Espuma; NBR 12962 – Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de Incêndio (02/1998); NBR 13435 – Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico; NBR 13437 – Símbolos Gráficos para Sinalização Contra Incêndio e Pânico; NBR 13714 – Instalação Hidráulica Contra Incêndio, sob comando; NBR 13932 – Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – Projeto e Execução (08/1997); NBR 13933 – Instalações Internas de Gás Natural (GN) – Projeto e Execução (08/1997); NBR 13523 – Central Predial de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) - Projeto e Execução (10/1995); NBR 14024 – Centrais Prediais e Industriais de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) – Sistema de Abastecimento a Granel (12/1997); NBR 14276 – Programa de Brigada de Incêndio.
  • 8. Página 8 de 78 4. PROCESSO QUÍMICO DO FOGO O fogo é uma das principais e mais antigas fontes de energia. Desde a antiguidade, vem sendo um auxiliar inestimável ao homem. Quando o homem primitivo conseguiu o controle sobre as chamas iniciou-se um processo de desenvolvimento que se prolonga e se moderniza em nossos dias. O calor produzido pelo fogo, quer seja o aconchegante, na lareira, ou o com força violenta de um alto forno, capaz de fundir o mais duro dos metais, sempre está presente na vida do homem, principalmente nos dias de hoje. No entanto esse mesmo fogo, que tanto tem contribuído para o desenvolvimento da humanidade, quando fora de controle, transforma-se num dos mais cruéis inimigos, ceifando vidas e causando prejuízos incalculáveis. 4.1. DEFINIÇÃO DE FOGO Alguns autores fazem uma separação entre os conceitos de FOGO e INCÊNDIO, a maioria deles definem que o primeiro ocorre de forma controlada, objetivando, normalmente, o benefício do próprio homem, e o segundo tem sua ocorrência fora de controle e com prejuízos materiais e humanos incalculáveis. Mas fogo e incêndio apresentam a mesma definição lingüística; sob ponto de vista químico, são definidos como uma reação química exotérmica, isto é, libera energia. Esta reação, normalmente, denominada de combustão envolve a oxidação rápida de um combustível resultando em subprodutos e calor. Por exemplo, quando uma vela queima, ocorre o derretimento da cera, isto permite o aparecimento do pavio que manterá a chama acessa e fará com que a cera continue derretendo e a gerar vapor inflamável. Este vapor é o que queima, formando a chama. O fogo é, portanto, um processo químico de transformação e para que se inicie é necessário existir a presença de três elementos: combustível, comburente e calor. 5. PROCESSO DE FORMAÇÃO DO FOGO 5.1. TRIÂNGULO DO FOGO Embora seja um conceito antigo, o Triângulo do Fogo é ainda muito aceito e também se torna mais fácil começarmos o estudo por ele. No Triângulo do Fogo três fatores são necessários para que haja fogo: combustível, comburente e calor. 5.1.1. COMBUSTÍVEL É toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão, permitindo a propagação do fogo. Pode ser sólido (papel, madeira, tecidos, borracha, etc), líquido (álcool, gasolina, éter, etc) ou gasoso (acetileno, butano, propano, etc). É um elemento essencial para o fogo, porque o alimenta. Não existindo o que queimar, não há fogo. Nos materiais sólidos, a área específica é um fator muito importante para determinar a razão de queima, ou seja, a quantidade do material queimando na unidade de tempo, que está associado à quantidade de calor gerado e, portanto, à elevação da temperatura do ambiente. Um material sólido com igual massa e com área específica diferente, por exemplo, de 1m 2 e 10m 2 , queima em tempos inversamente proporcionais; porém, libera a mesma quantidade de calor. No entanto, a temperatura atingida no segundo caso será bem maior. É importante observar que no caso de um combustível que está no estado sólido ou líquido, haverá a necessidade de ser aquecido, para a liberação de vapores ou gases, só assim poderá ocorrer à combustão. Outro fator importante para a combustão em combustível é a forma física que se apresenta o combustível, por exemplo, a velocidade de propagação de um incêndio na serragem de madeira é muito maior do que numa madeira maciça, mesmo que a composição seja a mesma. 5.1.2. COMBURENTE Elemento ativador do fogo, o comburente possibilita vida às chamas, e intensifica a combustão. Alguns autores o definem como a mistura que contém o oxidante em concentração suficiente para que em seu meio se desenvolva a reação de combustão. O principal comburente existente em praticamente todos os ambientes, já na concentração necessária para combustão, é o oxigênio. Normalmente o ar atmosférico é composto de 20,99% de oxigênio, 78,03% de nitrogênio, 0,88% de gases nobres (Ar, H2, He, Ne, Kr) e 0,1% de carbono. Abaixo de 14% de oxigênio, a maioria dos materiais combustíveis não mantém a chama, já em concentrações menores de 8%, é certo que já não mais existe fogo. Sem o comburente não poderá haver fogo. Ambiente pobre de oxigênio o fogo quase não produz chamas, enquanto que, no ambiente rico de oxigênio elas são intensas, brilhantes e de elevadas temperaturas. É de se ressaltar, todavia, que existem substâncias que possuem na sua estrutura grandes quantidades de oxigênio (agentes oxidantes), liberando- o durante a queima. Estas substâncias, conseqüentemente, podem manter combustão em ambientes, onde não existia oxigênio em proporções adequadas, para que possa ocorrer o fogo, como é o caso da pólvora, que pode queimar-se em qualquer lugar com ou sem a presença do ar.
  • 9. 5.1.3. CALOR Elemento que dá início ao fogo. É a combustível o suficiente para elevar ignição. Considerando que dispomos de oxigênio à vontade na atmosfera e combustível sempre à nossa disposição, constatamos que a ciência de prevenção de incêndios repousa Sabemos que o calor é gerado da transformação de FONTES DE IGNIÇÃO: TÉRMICA: a ignição é feita através de uma fonte de calor ou por uma energia de ativação direta; QUÍMICA: a energia se produz através de uma reação química do tipo exotérmica dada por diluição, decomposição, etc.; MECÂNICA: quando a energia é obtida através de um fenômeno físico de caráter mecânico, tais compressão, fricção, atrito, NUCLEAR: quando a energia se produz como conseqüência de um processo de cisão de núcleos de átomos radioativos. 5.2. TETRAEDRO DO FOGO A presença dos três elementos do Fogo não indica necessariamente que teremos uma combustão, pois há necessidade de condições propícias para que haja a combustão. As abordagens mais modernas tratam o fogo como uma reação de oxidação, que ocorre no princípio do Tetraedro do Fogo, ou seja, além do combustível, comburente e calor, aparece, um quarto elemento, a reação química simplesmente reação química ou ainda reação em cadeia, ocorrendo quando o fogo se auto REAÇÃO QUÍMICA EM CADEIA Ocorre quando o combustível, o atingem condições favoráveis, misturando proporções ideais, ocorrendo assim cadeia e surgindo o fogo. De outra forma podemos conceituar: q decomposto em partículas menores, que se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante. 5.3. COMBUSTÃO É uma reação química de oxidação, auto calor, fumaça e gases. Existem basicamente três formas de combustão. 5.3.1. COMBUSTÃO COMPLETA É aquela em que a queima produz cal rico em comburente, sem deixar resíduos. 5.3.2. COMBUSTÃO INCOMPLETA A queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente pobre em comburente, deixando resíduos, principalmente gasosos, como exemplo a fum 5.3.3. COMBUSTÃO ESPONTÂNEA É aquela gerada de maneira natural, sem fonte externa de calor, podendo ser pela ação de bactérias que fermentam materiais orgânicos, ou com determinadas substâncias químicas, produzindo calor ou seja, podem se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição. O fósforo branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exemplos de produtos que quando em contato com o ar. roupas, tecidos, farrapos e sedas impregnadas de óleo, óleo de semente de algodão, fertilizantes, óleo de pinho, sabão em pó, serragem de madeira, etc. Um bom exemplo de combustão espontân óleo animal ou vegetal, favorecidos por uma temperatura relativamente elevada, o que é comum em nosso país, pela ação de bactérias, pela presença de umidade e impurezas ou por alta porcentagem de ambiente, ocorre então uma reação química exotérmica (que libera energia). Está energia libera aumentando a temperatura do corpo, neste caso, o material fibroso, até que atinja o seu ponto de ignição. Este processo é normalmente muito le Para se evitar a combustão espontânea devemos, principalmente, buscar condições ideais de transporte e armazenamento desses materiais, em estrados, em locais frescos e bem ventilados, que impede o acúmulo de calor gerado nas reações, evitando que atinja a sua temperatura de ignição. Página 9 de 78 Elemento que dá início ao fogo. É a energia de ativação do fogo. É responsável pela propagação pelo iente para elevar a temperatura de um material até atingir o ponto Considerando que dispomos de oxigênio à vontade na atmosfera e combustível sempre à nossa disposição, constatamos que a ciência de prevenção de incêndios repousa no controle das fontes de calor. calor é gerado da transformação de outra energia, através de processo físico ou químico. TÉRMICA: a ignição é feita através de uma fonte de calor ou por uma energia de ativação direta; ICA: a energia se produz através de uma reação química do tipo exotérmica dada por diluição, a energia é obtida através de um fenômeno físico de caráter mecânico, tais atrito, etc.; uando a energia se produz como conseqüência de um processo de cisão de núcleos de A presença dos três elementos do Triângulo do ogo não indica necessariamente que teremos uma combustão, pois há necessidade de es propícias para que haja a combustão. As abordagens mais modernas tratam o fogo como uma reação de oxidação, que ocorre no ogo, ou seja, além do combustível, comburente e calor, aparece, um química em cadeia, ou simplesmente reação química ou ainda reação em ocorrendo quando o fogo se auto-alimenta. EM CADEIA ombustível, o oxigênio e o calor atingem condições favoráveis, misturando-se em do assim a reação em De outra forma podemos conceituar: quando o calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra vez ra o combustível, formando um ciclo constante. uma reação química de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases. Existem basicamente três formas de combustão. aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambiente rico em comburente, sem deixar resíduos. queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente pobre em comburente, deixando resíduos, principalmente gasosos, como exemplo a fumaça preta do cano de escape dos veículos. aquela gerada de maneira natural, sem fonte externa de calor, podendo ser pela ação de bactérias que fermentam materiais orgânicos, ou com determinadas substâncias químicas, produzindo calor se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição. O fósforo branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exemplos de produtos que entram em quando em contato com o ar. Outros exemplos: carvão, amedoim, feno, óleo de peixe, óleo de linhaça, roupas, tecidos, farrapos e sedas impregnadas de óleo, óleo de semente de algodão, fertilizantes, óleo de pinho, sabão em pó, serragem de madeira, etc. Um bom exemplo de combustão espontânea pode ocorrer em materiais fibrosos, quando umedecidos com óleo animal ou vegetal, favorecidos por uma temperatura relativamente elevada, o que é comum em nosso país, pela ação de bactérias, pela presença de umidade e impurezas ou por alta porcentagem de ambiente, ocorre então uma reação química exotérmica (que libera energia). Está energia libera aumentando a temperatura do corpo, neste caso, o material fibroso, até que atinja o seu ponto de ignição. Este processo é normalmente muito lento e pode levar, dias, semanas e até meses. Para se evitar a combustão espontânea devemos, principalmente, buscar condições ideais de transporte e armazenamento desses materiais, em estrados, em locais frescos e bem ventilados, que impede o acúmulo or gerado nas reações, evitando que atinja a sua temperatura de ignição. responsável pela propagação pelo de um material até atingir o ponto de combustão ou de Considerando que dispomos de oxigênio à vontade na atmosfera e combustível sempre à nossa disposição, no controle das fontes de calor. energia, através de processo físico ou químico. TÉRMICA: a ignição é feita através de uma fonte de calor ou por uma energia de ativação direta; ICA: a energia se produz através de uma reação química do tipo exotérmica dada por diluição, a energia é obtida através de um fenômeno físico de caráter mecânico, tais como uando a energia se produz como conseqüência de um processo de cisão de núcleos de uando o calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra vez queima produz calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente pobre em comburente, aça preta do cano de escape dos veículos. aquela gerada de maneira natural, sem fonte externa de calor, podendo ser pela ação de bactérias que fermentam materiais orgânicos, ou com determinadas substâncias químicas, produzindo calor e libera gases, se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição. O fósforo entram em ignição espontaneamente os exemplos: carvão, amedoim, feno, óleo de peixe, óleo de linhaça, roupas, tecidos, farrapos e sedas impregnadas de óleo, óleo de semente de algodão, fertilizantes, óleo de ea pode ocorrer em materiais fibrosos, quando umedecidos com óleo animal ou vegetal, favorecidos por uma temperatura relativamente elevada, o que é comum em nosso país, pela ação de bactérias, pela presença de umidade e impurezas ou por alta porcentagem de oxigênio no ambiente, ocorre então uma reação química exotérmica (que libera energia). Está energia liberada vai aumentando a temperatura do corpo, neste caso, o material fibroso, até que atinja o seu ponto de ignição. nto e pode levar, dias, semanas e até meses. Para se evitar a combustão espontânea devemos, principalmente, buscar condições ideais de transporte e armazenamento desses materiais, em estrados, em locais frescos e bem ventilados, que impede o acúmulo
  • 10. Página 10 de 78 6. PONTOS DE TEMPERATURA CRÍTICA Tanto no combate a incêndios, como na sua prevenção, devemos conhecer as propriedades dos diversos corpos, ou seja, como estes corpos se comportam em relação ao calor. 6.1. PONTO DE FULGOR (FLASH POINT) É a temperatura mínima, na qual os corpos combustíveis começam a desprender vapores, que se incendeiam em contato com uma fonte externa de calor, entretanto a chama não se mantém devido à insuficiência na quantidade de vapores. De outra forma podemos definir como sendo a maior temperatura na qual uma substância libera vapores em quantidade suficiente para que a mistura de vapor e ar, logo acima da sua superfície, propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição. Considerando a temperatura ambiente numa região de 25ºC e ocorrendo um vazamento de um produto com ponto de fulgor de 15ºC, significa que o produto nessas condições já está liberando vapores inflamáveis, bastando apenas uma fonte de ignição para que haja a ocorrência de um incêndio ou de uma explosão. Por outro lado, se o ponto de fulgor do produto for de 30ºC, significa que este não estará liberando vapores inflamáveis. Então, conforme acima descrito, o conceito de ponto de fulgor está diretamente associado à temperatura ambiente. Alguns combustíveis têm seu ponto de fulgor abaixo da temperatura ambiente. Estes, logicamente, não necessitam ser aquecidos para poderem estar em condições de queimar, são os combustíveis voláteis, ou seja, que desprendem gases inflamáveis a uma temperatura ambiente e mesmo abaixo dela. 6.2. PONTO DE COMBUSTÃO É a temperatura mínima, na qual os vapores desprendidos dos corpos combustíveis, quando em contato com uma chama ou uma centelha, entram em combustão e continuam a queimar. Ou seja, o corpo combustível emite vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na região imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição quando em contato com uma chama, mantendo a combustão após a retirada da chama. A diferença entre o ponto de fulgor e o ponto de combustão para o mesmo combustível, normalmente é cerca de 3 a 4 graus centígrados, isto é, muito pequena. 6.3. PONTO DE IGNIÇÃO Também chamado de ponto de auto-ignição, é a temperatura mínima, na qual os vapores desprendidos dos corpos combustíveis entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer fonte de calor, ou seja, o corpo combustível emite vapores em quantidade suficiente para formar com o ar uma mistura inflamável. Raros combustíveis têm o ponto de ignição tão baixo que se inflamam espontaneamente à temperatura ambiente, como por exemplo, o fósforo amarelo, que tem o ponto de ignição aos 30 ºC. 6.4. PONTO DE EBULIÇÃO Temperatura na qual a pressão de vapor de um líquido excede ligeiramente a pressão da atmosfera logo acima do líquido. Em temperaturas abaixo do ponto de ebulição a evaporação ocorre apenas na superfície do líquido. Durante a ebulição o vapor se forma dentro do líquido, subindo na forma de bolhas. O exemplo mais típico é o da água fervendo. Se aumentarmos a pressão sobre o líquido, a temperatura que define o Ponto de Ebulição também aumenta até um valor máximo chamado Temperatura Crítica. Para a água, a Temperatura Crítica é de 374°C, para 217 atmosferas. Quando a pressão diminui, o ponto de ebulição também cai. A uma pressão de 0,006 atm a água entra em ebulição a 0 °C. 6.5. OXIDAÇÃO LENTA É a energia desprendida na reação, é dissipada no meio ambiente sem criar um aumento de temperatura na área atingida (não ocorre a reação em cadeia). É o que ocorre com a ferrugem (oxidação do ferro) ou com o papel, quando fica amarelo, que são oxidações (ou queimas) muito lentas. A propagação ocorre lentamente, com velocidade praticamente nula. Chama-se oxidação, pois é o oxigênio que entra em transformação, ajudando a queima das substâncias. 6.6. PIRÓLISE Também chamada de carbonização, é uma decomposição química por calor na ausência de oxigênio, produzindo mais energia do que é consumida. É um processo muito usado no tratamento de resíduos.
  • 11. Página 11 de 78 6.7. LIMITES DE INFLAMABILIDADE Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessário que exista, além da fonte de ignição, uma mistura chamada “ideal” entre o ar atmosférico (oxigênio) e o gás combustível, portanto Mistura Ideal (MI) define-se como a concentração de combustível em relação ao ar mais eficiente, que produz uma temperatura mais alta, com uma reação maior e mais rápida. A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, em torno de 21% em volume. Já a quantidade de gás combustível necessário para a queima, varia para cada produto e está dimensionada através de duas constantes: o Limite Inferior de Explosividade (LIE) e o Limite Superior de Explosividade (LSE). LIMITE INFERIOR DE EXPLOSIVIDADE: é a mínima concentração do gás ou vapor que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ignição. Concentrações de gás abaixo do LIE não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de oxigênio e pequena quantidade do produto para a queima. Esta condição é chamada de “mistura pobre”. LIMITE SUPERIOR DE EXPLOSIVIDADE: é a máxima concentração de gás ou vapor que misturada ao ar atmosférico é capaz de provocar a combustão do produto, a partir de uma fonte de ignição. Concentrações de gás acima do LSE não são combustíveis, pois, nesta condição, tem-se excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, é a chamada “mistura rica”. Para cada gás ou vapor há uma concentração específica, onde o teor de Gás(ou Vapor)/Oxigênio que definirá os Limites de Inflamabilidade para que ocorra uma queima. Para um melhor desempenho de combustão de um gás, devem-se conhecer as misturas ideais, que é a porcentagem exata da quantidade de cada material para haver uma melhor queima. A seguir alguns Limites de Inflamabilidade: PROPANO 0% 2% 10% 100% mistura pobre faixa de inflamabilidade mistura rica LII LSI Este exemplo mostra que a Faixa de Inflamabilidade para o propano é pequena, sendo que a maioria das misturas propano/oxigênio não é inflamável. Em uma Mistura Ideal, um gás ou um vapor se queima rapidamente, sendo que num limite desfavorável (LII ou LSI) o gás apenas se inflama. Abaixo, o gráfico mostra o desenvolvimento de acordo com os Limites de Inflamabilidade: MONÓXIDO DE CARBONO 0% 12% 74% 100% mistura pobre faixa de inflamabilidade mistura rica LII LSI ACETILENO 0% 2% 80% 100% mistura pobre faixa de inflamabilidade mistura rica LII LSI
  • 12. PROPRIEDADES DE DIVERSOS GASES a – À temperatura de 0 ºC e 1 atm; Fonte: Gas Engineers Handbook / SINDE Página 12 de 78 PROPRIEDADES DE DIVERSOS GASES (à 15 ºC e 1 atm) b – Ar Teórico; c – Ver tabela a seguir; Fonte: Gas Engineers Handbook / SINDE
  • 13. Página 13 de 78 6.8. EXPLOSÃO É um processo onde ocorre uma rápida e violenta liberação de energia, associado a uma expansão de gases acarretando o aumento da pressão acima da pressão atmosférica. É a queima de gases ou partículas sólidas em altíssima velocidade, em locais confinados. É um fenômeno onde ondas de pressão que provocam efeitos destrutivos, capaz de provocar a liberação repentina de uma força ou grande volume de energia, deslocamento violento de ar ou gás causando um estrondo. Devemos ter um cuidado muito grande com combustíveis líquidos armazenados em tanques, pois acima da temperatura de fulgor, liberam vapores que podem explodir (num ambiente fechado) na presença de uma fonte de calor. Outra forma de explosão é a reação química violenta e instantânea que pode ocorre entre dois produtos químicos incompatíveis, pois esta reação provoca uma pressão anormal, ocasionando a explosão. A deflagração e a detonação podem ser classificadas como dois tipos de explosão, pois nestes dois casos podem ocorrer efeitos destrutivos, quando o ambiente não consegue suportar a pressão gerada. A velocidade que ocorre a explosão é característica de cada formulação e é influenciada pelo diâmetro do recipiente, grau de confinamento, tipo de iniciação, presença de água e outros fatores. 6.9. DEFLAGRAÇÃO A velocidade da propagação é superior a 1 m/s, mas inferior a 400 m/s, no entanto há uma elevação na pressão com valores limitados entre 1 a 10 vezes a pressão inicial. Podem ocorrer à deflagração com a pólvora, algumas poeiras combustíveis e vapores líquidos. 6.10. DETONAÇÃO A velocidade de detonação comum em gases estão entre os 1.800 m/s e os 3.000 m/s e em sólidos estão entre os 6.000 m/s e os 8.000 m/s. Portanto a velocidade de propagação é superior a 400 m/s. Pela descontinuidade das ondas de pressão gerada, cria-se uma onda de choque que pode atingir até 10 vezes a pressão inicial. Pode ocorrer com explosivos industriais, como a nitroglicerina, e em circunstâncias especiais, com a mistura de gases e vapores em espaços confinados. 6.11. ELETRICIDADE ESTÁTICA Todo corpo em atrito com outro produz uma quantidade de eletricidade estática. Por exemplo: um automóvel, ao correr por uma estrada, acumula essa eletricidade pelo próprio atrito com o ar. No caso de um caminhão, transportando líquido inflamável, haverá o perigo de uma centelha provocar incêndio. Isto será evitada com a conexão de um fio terra, que descarregue no chão a eletricidade acumulada, motivo pelo qual os caminhões tanques dispõem de uma corrente que se arrasta pelo chão. Da mesma forma, em uma indústria, líquidos inflamáveis conduzidos no interior de uma tubulação, ou passando de um recipiente para outro, acumularão eletricidade estática, requerendo sistema de aterramento e cuidados especiais no seu manuseio. 7. EVOLUÇÃO DE UM INCÊNDIO A possibilidade de um foco ou princípio de incêndio extinguir ou evoluir para um grande incêndio depende basicamente dos seguintes fatores: a) quantidade, volume e espaçamento dos materiais combustíveis no local; b) tipo de combustível da queima; c) tipo de ambiente e dimensão do local (fechado, aberto, pé direito, paredes, etc.); d) velocidade e direção do vento. 7.1. FASES DE UM INCÊNDIO Nos edifícios ou construções, contendo incêndio confinado, o fogo passará por três fases: inicial ou incipiente; de produção de chamas ou fase da queima livre; e a fase de combustão lenta. i) FASE INICIAL A primeira fase inicia-se quando se atinge o Ponto de Combustão inicial do material combustível e caracteriza-se por grandes variações de temperatura de ponto a ponto, ocasionadas pela inflamação sucessiva dos objetos existentes no recinto, de acordo com a alimentação de ar. A combustão não reduziu o oxigênio do ambiente significativamente, há em torno de 20% de oxigênio, e o fogo está produzindo vapor de água, dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros gases. O fogo progride lentamente, uma vez que a maioria do calor que gera está sendo consumido para aquecer o ambiente, que tem a sua temperatura nesta fase em torno de 38ºC, no entanto produz uma chama com temperatura acima de 537ºC. Nesta fase, não há um risco muito grande ainda, porém, dependendo do combustível que está queimando, podem existir fumaça e gases nocivos. Nesta frase é muito importante uma ação rápida e eficaz de combate para evitar a propagação do fogo, sendo os primeiros minutos e até segundos muito importantes para o controle.
  • 14. Página 14 de 78 ii) FASE DA QUEIMA LIVRE É uma fase de grande extensão, vai da fase inicial até a fase da queima lenta, normalmente há necessidade de combate por profissionais (bombeiros) e os prejuízos causados podem ser catastróficos. O ar rico em oxigênio é atraído pelas chamas, enquanto os gases quentes levam o calor até o teto, formando uma camada de fumaça. Esta fumaça se deposita lateralmente do topo para baixo forçando o ar fresco a procurar níveis mais baixos e entrar em contato com a chama, participando da reação química. A temperatura do ambiente irá aumentar paulatinamente, até o ponto que, na etapa mais adiantada, a parte superior do ambiente tenha temperatura acima de 700 ºC. À medida que o fogo progride, continua a aquecer o ambiente e a consumir o oxigênio, e se não houver ventilação, os gases da combustão não terão como reagir e permanecerão no recinto. O fogo é então levado à fase da queima lenta e uma ventilação inadequada fará com que o fogo volte a arder com grande intensidade ou, até mesmo, explodir o ambiente. iii) FASE DE QUEIMA LENTA Nesta fase a porcentagem de oxigênio no ambiente é pequena, o que levará a combustão a ter pouca ou nenhuma chama. O ambiente está repleto de produtos da combustão que não se queimaram devido ao baixo nível de O2, porém estão superaquecidos em decorrência do calor que foi gerado na fase da queima livre. Os produtos da combustão estão acima de 537ºC. Com uma ventilação inadequada, estes produtos poderão explodir quando entrarem em reação com o oxigênio, o que se chama de “Backdraft”. 7.2. FENÔMENOS DECORRENTES DE UM INCÊNDIO 7.2.1. BACKDRAFT i) REDUÇÃO DO SUPRIMENTO DE OXIGÊNIO NO INCÊNDIO Em geral, os gases quentes gerados no fogo aumentarão rapidamente e haverá o arraste de ar para o fogo. Havendo um suprimento de ar adequado, o fogo continuará queimando e crescerá de acordo com o combustível disponível. Se houver restrição do suprimento de ar no compartimento, o oxigênio do ar será utilizado mais rapidamente do que a sua substituição. O próximo efeito será a progressiva diminuição da concentração de oxigênio dos gases no compartimento. Possivelmente, combinado com o crescimento da temperatura. Com a redução da concentração de oxigênio no compartimento, as chamas começarão a diminuir, mas isto não resultará de imediato na redução da produção de gases inflamáveis. Talvez ainda haja chamas, ou elas acabaram totalmente. Neste estágio, dependendo do tamanho relativo do fogo e do compartimento, o gás inflamável poderá ser gerado para a propagação do fogo no local confinado. Isto requer apenas um novo suprimento de O2, causado, por exemplo, pela abertura de uma porta, para formar uma mistura explosiva e letal conseqüência de “backdraf”’. ii) POSSÍVEIS CENÁRIOS PARA O “BACKDRAFT” a) LOGO APÓS A ABERTURA DE UMA PORTA Se o fogo continua queimando no compartimento quando o bombeiro abre a porta, principalmente se os gases da combustão não estão escapando. O ar que entra pela porta, provavelmente, se mistura com os gases inflamáveis formando uma mistura explosiva. Se os gases do compartimento estão suficientemente quentes, eles então irão gerar uma auto-ignição na entrada da porta, e a chama irá se propagar para dentro do compartimento, juntamente com o suprimento de ar fresco. Isto resultará um rápido crescimento do fogo, mas não necessariamente um “Backdraft”. Se os gases no compartimento não estão suficientemente quentes, eles poderão iniciar a queima quando o oxigênio atingir os gases que circundam o fogo. A chama percorrerá ao longo do compartimento em direção a porta, resultando a chama lançada em direção a porta, dirigida pela expansão dos gases atrás dela. Isto não é fácil de ser previsto quando pode ocorrer ou quanto irá durar, uma vez que a porta tenha sido aberta. Isto dependerá onde o fogo está no compartimento, da taxa da vazão de ar que entra pela porta e se os gases quentes podem escapar sem a mistura com o ar que entra. b) APÓS ADENTRAR NO RECINTO A situação mais perigosa pode ocorrer quando o fogo no compartimento estiver praticamente extinto. Quando a porta é aberta, a vazão de ar que entra e a mistura explosiva será gerada, mas nada acontece porque neste momento não há imediata fonte de ignição. Se o bombeiro entra no compartimento, suas atividades, por exemplo, podem gerar uma fonte de ignição, iniciando um “Backdraft” retardado, porém, nesta situação os bombeiros estarão dentro do compartimento e cercados pelas chamas.
  • 15. Página 15 de 78 iii) SINAIS E SINTOMAS DE UM “BACKDRAFT” O primeiro sinal para a possibilidade de um “Backdraft” é a história do fogo, se o fogo esta queimando por algum tempo, e tem gerado muita fumaça que passa a sair da edificação, e aparentemente está morto, apagado sem grandes áreas com chamas visível do lado de fora, a possibilidade é que está sem oxigênio. alta temperatura no interior do ambiente; fumaça escura e densa, mudando de cor para cinza-amarelada, saindo das frestas do ambiente em forma de lufadas; pouca ou nenhuma chama; ruído anormal; e rápido movimento de ar para dentro do ambiente pelas frestas ou por aberturas realizadas (sinais de consumo de oxigênio). iv) AÇÕES DE PREVENÇÃO Uma vez que a porta do compartimento com fogo tenha sido aberta com deficiência de oxigênio e ar fresco passou a entrar, há pouca coisa para fazer e prevenir o “Backdraft”, muito melhor é tomar a correta decisão antes de abrir a porta. Quando você encontra uma porta fechada, e não sabe o que está do lado de dentro, deveremos checar os sinais e sintomas descritos antes de abrir, cobrindo a porta com um esguicho pressurizado, para decidir abrir ou não. Se houver saída de fumaça para parte externa da edificação, a possibilidade de “Backdraft” pode ser reduzida espalhando esses gases com o esguicho antes de abrir a porta. Caso se abra a porta devemos estar em posição de poder fechar a porta rapidamente, se o “Backdraft” estiver evidente sua eminência de ocorrer. Isto talvez não evite o “Backdraft”, mas direcionara sua força para o lado oposto ao bombeiro. De qualquer forma o compartimento deverá ser inspecionado eventualmente. A prioridade é agir seguramente para os bombeiros entrar. Como já foi dito o “Backdraft” ocorrera somente quando ar fresco entrar no ambiente. É possível o bombeiro combater o fogo em uma atmosfera inflamável desde que seja assegurado que não haverá oportunidade para mudança do cenário e entrada de ar fresco no local enquanto o bombeiro estiver dentro. É difícil estar seguro, os vidros poderão quebrar, alguém desvairado poderá abrir outra porta do compartimento. Seguramente e decisão mais eficaz é remover os gases inflamáveis do ambiente executando a ventilação. Importante lembrar que para isto a ventilação requer que ar fresco entre dentro do compartimento. Sendo assim pode ocorrer o “Backdraft” durante a ventilação, por isto decisões apropriadas devem ser observadas. 7.2.2. O FENÔMENO “FLASHOVER” Com a evolução do incêndio e a oxigenação do ambiente, através de portas e janelas, o incêndio ganhará ímpeto; os materiais passarão a ser aquecidos por convecção e radiação acarretando um momento denominado de “inflamação generalizada – Flash Over”, que se caracteriza pelo envolvimento total do ambiente pelo fogo e pela emissão de gases inflamáveis através de portas e janelas, que se queimam no exterior do edifício. Neste momento torna-se impossível a sobrevivência no interior do ambiente. O tempo gasto para o incêndio alcançar o ponto de Inflamação Generalizada é relativamente curto e depende, essencialmente, dos revestimentos e acabamentos utilizados no ambiente de origem, embora as circunstâncias em que o fogo comece a se desenvolver exerçam grande influência. Fase anterior ao Flashover: grande desenvolvimento de fumaça e gases, acumulando-se no nível do teto
  • 16. Página 16 de 78 i) FORMAÇÃO DO “FLASHOVER” Uma camada de fumaça subirá até o teto quando a mesma ficará confinada em um compartimento, na mesma velocidade com que ela é gerada. Contudo, se houver combustível que ainda não estiver queimando no compartimento, haverá um ambiente instável. Inicialmente, as chamas não alcançarão o teto e a propagação do fogo estará limitada a materiais inflamáveis próximos a sua base, que entrarão em ignição pela radiação do calor da nuvem de fumaça. A altura da chama aumentará até alcançar o teto. Ela agora começará a se propagar pelo compartimento. Na camada de gás quente com as chamas queimando, junto ao teto, acima da camada de fumaça, onde o ar estiver sendo arrastado e no limite entre a camada de gás quente e ar que não está envolvido na combustão, fazendo com que os gases inflamáveis possam reagir com o oxigênio. Uma vez que a chama começou a se propagar no compartimento no nível do limite entre os gases quentes e o ar do ambiente, isto aumentará a radiação térmica dos produtos quentes da combustão que estiverem ali. Os outros materiais inflamáveis no compartimento aumentarão de temperatura rapidamente. Eles não somente serão aquecidos ao lado da nuvem de fumaça, mas também serão aquecidos pela parte superior, onde as chamas e os produtos quentes de combustão poderiam estar muito próximos, dependendo da altura do limite (entre o ar e teto). Em grandes compartimentos com tetos mais altos, a chama e os produtos quentes da combustão podem propagar ao nível do teto sem chegar perto o suficiente de materiais combustíveis para iniciar a emanação de gases inflamáveis. Contudo, pode ser que, a certa distância do fogo, com a descontinuidade do teto poderá ocorrer que os gases quentes entre em movimentos giratórios a um nível mais baixo, ou poderá haver um acúmulo grande de materiais inflamáveis. Em qualquer um desses casos, a fonte de radiação térmica tem sido trazida mais próxima do combustível, o que pode resultar em ignição. Por este mecanismo, a propagação do fogo pode obstruir a rota de fuga. Com a descida da camada de fumaça quente, principalmente se o teto for baixo, todo o material restante contido no compartimento será aquecido para o estágio que eles começarão a emanar gases inflamáveis. É uma questão de tempo para que haja uma súbita mudança na dimensão do fogo, caso nenhuma ação seja tomada para prevenir isto, quanto menor o compartimento, mais cedo estas condições serão encontradas com maior facilmente. Uma vez que os gases inflamáveis estão sendo emanados pela maioria dos materiais do compartimento, a propagação de um fogo localizado para todo ambiente, pode provocar um fenômeno conhecido como “Flashover”. ii) DEFINIÇÃO DE “FLASHOVER” Em um incêndio compartimentado quando o fogo atingir a fase de queima livre pode haver uma propagação através da radiação térmica da nuvem de fumaça, gases quentes e o interior do compartimento aquecido causam a geração de produtos da pirólise, inflamáveis de toda superfície exposta de combustível dentro do compartimento. Dada uma, fonte de ignição, esta resultará em súbita e contínua propagação do fogo, crescimento do fogo completamente desenvolvido. Isso é chamado “Flashover”. Diante desta definição, um “Backdraft” pode ser um caso especial de “Flashover”. Se o “Backdraft” resulta em um fogo completamente desenvolvido, um “Flashover” ocorreu. Contudo, é importante sermos capazes de fazer uma distinção entre os dois fenômenos devido as implicações para bombeiros, que são muito diferentes. De uma forma mais objetiva, Flashover é um fenômeno apresentado quando, na fase de queima livre de um incêndio, o fogo aquece gradualmente todos os combustíveis do ambiente. Quando determinados combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma queima instantânea desses produtos, o que poderá acarretar uma explosão ambiental. iii) POSSÍVEIS CENÁRIOS PARA O “FLASHOVER” O primeiro requisito para um “Flashover” ocorrer é que deverá ter um significante aumento da radiação térmica por cima. Isto será sentido pelo rápido aumento na temperatura do compartimento, e a elevação do calor dos gases quentes ao nível do teto, forçando as pessoas dentro do recinto a ficarem abaixados, caso eles consigam ver a cima deles, eles serão capazes de ver “línguas de fogo” ocorrendo através da camada de gás. Em adição, outros materiais combustíveis dentro do compartimento emanarão, fumaça visível e gases inflamáveis.
  • 17. Página 17 de 78 iv) AÇÕES DE PREVENÇÃO A principal razão de um “Flashover” é a radiação dos gases quentes e chamas acima deles, a solução lógica é resfriar esta área. Isto terá efeito de redução das chamas e calor radiado, e forçando a subida da camada de fumaça. Direcionando o jato neblina para o teto terá este efeito. Contudo, muita água causará a geração de grande quantidade de vapor de água. Muito resfriamento trará a camada de fumaça para baixo, encobrindo tudo. Nestas circunstâncias, será mais efetivo para os bombeiros atacar os gases quentes com jatos intermitentes de neblina, observando seus efeitos, e então julgando o quanto de água será suficiente. Uma vez que o perigo imediato de um “Flashover” tenha sido eliminado, o próximo passo depende se as condições de “Flashover” podem ocorrer novamente, antes que o fogo possa ser extinto. Se isto for possível, é importante ventilar o fogo tão logo quanto possível. Se os gases quentes são liberados mais rápidos do que são gerados a camada de fumaça, também, reduzirá e o risco de “Flashover”. Aberturas no telhado são designadas para fazer exatamente isto, automaticamente ou quando operado pelo bombeiro. Contudo é importante que as aberturas corretas sejam feitas. Quanto mais longe do fogo a abertura estiver mais rápido os gases quentes devem percorrer e haverá maior chance do fogo se alastrar. Onde não houver aberturas preexistentes, os bombeiros têm a opção de fazê-las. Deve ser lembrado, contudo, que o uso incorreto de ventilação pode resultar em aumento da propagação do fogo pela parte superior, assim como os gases quentes estão direcionados nas áreas, eles podem de outro modo levar mais tempo para alcançá-las. 7.2.3. FLASHFIRE (INCÊNDIO EM NUVEM) Incêndio de uma nuvem de vapor onde a massa envolvida e o seu grau de confinamento, não são suficientes para atingir o estado de explosão. 7.2.4. INCÊNDIO DE POÇA (POOL FIRE) Fenômeno que ocorre quando há a combustão do produto evaporado da camada de líquido inflamável junto à base do fogo. 7.2.5. JET FIRE (JATO DE FOGO) Fenômeno que ocorre quando um gás inflamável escoa a alta velocidade e encontra uma fonte de ignição próxima ao ponto de vazamento. Ocorre normalmente em algum recipiente pressurizado com gás inflamável. 7.2.6. BLEVE Original do inglês Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion (explosão do vapor do líquido em expansão). Bleve é um fenômeno decorrente da explosão catastrófica de um reservatório, quando um líquido nele contido atinge uma temperatura bem acima da sua temperatura de ebulição à pressão atmosférica com projeção de fragmentos e de expansão adiabática. Num Bleve ocorre a ruptura de um tanque em duas ou mais partes, que acontece no momento em que o líquido do tanque encontra-se a uma temperatura superior ao seu Ponto de Ebulição a uma pressão atmosférica normal. Se o referido líquido for inflamável, poderá produzir uma grande explosão. Ou numa definição mais simples: é a combinação de incêndio e explosão, com uma emissão intensa de calor radiante, em um intervalo de tempo muito pequeno. Um Bleve gera uma "Bola de Fogo", que pode causar danos materiais e queimaduras a centenas de metros de distância, dependendo da quantidade de gás liquefeito envolvida. Exemplo: num tanque no qual um gás liquefeito, como o GLP, é mantido sobre pressão abaixo de seu ponto de ebulição atmosférico. Se houver um vazamento instantâneo, devido a uma falha estrutural, todo, ou a maior parte de seu conteúdo, é expelido sob a forma de uma mistura turbulenta de gás e líquido, que se expande rapidamente, dispersando-se no ar sob a forma de nuvem. A ignição dessa nuvem gera uma "Bola de Fogo", que pode causar danos materiais e queimaduras a centenas de metros de distância, dependendo da quantidade de gás liquefeito envolvida é uma combinação de incêndio e explosão, com uma emissão intensa de calor radiante, em um intervalo de tempo muito pequeno.
  • 18. Página 18 de 78 7.2.7. BOIL OVER Traduzindo do inglês podemos dizer que Boil Over significa: ferver até derramar fora. É a expulsão total ou parcial de petróleo ou outros líquidos, em forma de espuma, de um tanque em chamas, quando o calor atinge a água acumulada no fundo do tanque. É um fenômeno que ocorre devido ao armazenamento de água no fundo de um recipiente, sob combustíveis inflamáveis, sendo que a água empurra o combustível quente para cima, durante um incêndio, espalhando-o e arremessando-o a grandes distâncias. Também conhecido como expulsão do líquido em ebulição, acontece quando um recipiente está em volta com chamas, e em seu interior existem ondas convectivas de calor. Caso este calor chegue à água contida na parte inferior do tanque, pode causar uma rápida e generalizada evaporação desta água, aumentando assim demasiadamente o volume e a pressão dentro do tanque. Conseqüentemente todo o conteúdo do tanque ainda flamejante é expulso para fora do mesmo, atingindo uma área grande ao seu redor. Exemplo: panela de pressão. A adoção de tanques de película flutuante para o armazenamento de petróleo faz com que a possibilidade de fogo seja restrita ao espaço anular entre o teto flutuante e o costado do tanque. Essa reduzida área de fogo, aliada à facilidade que se tem para extingui-lo, faz com que seja mínima a possibilidade de ocorrer “boil over” em tanques de petróleo que possuam teto flutuante. 8. FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO A propagação do fogo acontece normalmente por contato direto da chama com os materiais combustíveis através do deslocamento de partículas incandescentes, as quais se desprendem de outros materiais já em combustão e pela ação do calor. O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do atrito dos corpos e se propaga por três processos de transmissão: condução, convecção e irradiação. 8.1. CONDUÇÃO É a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula ou de corpo a corpo. Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se fosse um só corpo. Ex.: uma viga de metal é usada como suporte de telhado de um compartimento, onde é mantido estoque de um material, a ocorrência de um incêndio (primário) próximo a uma das extremidades da viga pode provocar nesta um aquecimento capaz de, por condução, transmitir o incêndio (secundário) para os materiais que estiverem próximos dela. 8.2. CONVECÇÃO É a transferência de calor pelo próprio movimento ascendente e, às vezes, descendente, de massas de gases ou líquido, ou seja, é um processo de transmissão de calor que se faz através da circulação dum meio transmissor: gás ou líquido. A massa de ar aquecida que se deslocam de um ambiente para outro, levando calor suficiente para incendiar corpos combustíveis com os quais entra em contato noutro ambiente. Durante um incêndio, a convecção é responsável pelo seu alastramento muitas vezes a compartimentos distantes do local de origem do fogo. As aberturas verticais, tais como: poços de elevadores, dutos de ar condicionado e lixeiras, funcionam como uma verdadeira chaminé, onde se propaga a massa de ar aquecida. Exemplos: o ar quente projetado pelo secador de cabelo; um incêndio localizado nos andares baixos (ou porão) de um prédio: os gases aquecidos sobem pelas aberturas verticais e, atingindo combustíveis dos locais elevados do prédio, irão provocar seu aquecimento conseqüente focos de incêndio. 8.3. IRRADIAÇÃO É a transmissão de calor de um corpo para o outro por meio de raios ou ondas caloríficas através de espaços intermediários, da mesma forma que a luz é transmitida pelos raios solares. É dessa forma que o calor do sol chega até nós. A exemplo da luz, o calor irradiado caminha através do espaço em uma linha reta até se encontrar com um objeto opaco, onde é absorvido e prossegue através do objeto por condução. Um exemplo desse método de transmissão de calor é quando nos aproximamos de um incêndio; o calor que sentimos a distância é o calor radiante. É a forma de transmissão de calor por raios, sem auxílio de substância material. O calor irradiado não é percebido a olho nu. Exemplos: a sensação quente que sentimos, quando nos aproximamos de um fogo; a sensação de calor produzida por uma lâmpada elétrica acesa. Assim sendo podemos exemplificar as três forma com o exemplo da barra metálica: Uma barra metálica aquecida diretamente pela chama transmite calor em direção às suas extremidades por Condução. A outra barra localizada na direção dos gases aquecidos, acima da chama recebe calor por Convecção desses gases e uma parte também por Radiação. As superfícies localizadas junto às laterais da chama, por sua vez, recebem calor inteiramente por Radiação.
  • 19. Página 19 de 78 9. CLASSES DE INCÊNDIO Normalmente os incêndios são classificados em: A, B, C e D. Essa Classificação foi elaborada pela NFPA – Associação Nacional de Proteção a Incêndios / EUA, e adotada pelas: IFSTA – Associação Internacional para o Treinamento de Bombeiros / EUA, ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas / BR e Corpos de Bombeiros / BR. Esta classificação vai de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação em que se encontram e determina a necessidade do agente extintor adequado. 9.1. CLASSE “A” São os incêndios em combustíveis que queimam em razão de seu volume, isto é, queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos, como cinzas e brasas, normalmente são os materiais sólidos. Ex:. madeira, papel, borracha, tecido, algodão, etc. A sua extinção dá-se por resfriamento, ou seja, a eliminação ou redução do calor, que é feito normalmente com o uso de água ou espuma. 9.2. CLASSE “B” São os incêndios em líquidos ou gases inflamáveis, queimam somente na superfície e não deixam resíduos ou cinzas. A extinção normalmente dá-se por abafamento: retirada do oxigênio, ou seja, o agente extintor cobre a superfície inflamada, com uma camada que isola o oxigênio, abafando o fogo. 9.3. CLASSE “C” São os incêndios em equipamentos ou instalações elétricas energizadas. A extinção dá-se por abafamento. É importante observar que um incêndio num equipamento elétrico desenergizado. Ou seja, sem nenhuma fonte de alimentação elétrica ou sem a haver a menor possibilidade de passar corrente elétrica, pode ser considerado como incêndio de classe A, pois neste caso, pode-se usar um extintor de água sem haver risco de choque elétrico. No entanto deve-se levar em conta que o uso da água num equipamento ou instalação elétrica, mesmo desenergizado, pode danificar permanentemente o equipamento ou instalação, por isso o uso de água num equipamento/instalação elétrica nunca é recomendado. 9.4. CLASSE “D” Alguns metais têm características combustíveis e exigem o emprego de técnicas especiais de combate. A Classe “D” são os que envolvem os metais pirofóricos, metais que queimam. Normalmente alcalinos e alcalinos terrosos. São caracterizados pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns principalmente os de água. Ex.: magnésio, potássio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio. 9.5. CLASSE “E” Consiste de materiais radioativos e requerem técnicas especiais para o combate, a depender do tipo de material radioativo. Há uma necessidade toda especial para a proteção do combatente. Para ser feita a extinção deste fogo deve ser aplicado um pó químico especial. A proteção do combatente deste incêndio deve ser feita com EPI especiais para radioatividade. Exemplos: urânio, cobalto, césio, rádio, etc. 9.6. CLASSE “K” Ultimamente os fabricantes de extintores têm referenciado a Classe de Incêndio “K”, para fogo em óleo e gordura em cozinhas. Os agentes extintores desta classe possuem efeito de resfriamento por vapor d’água e de inertização resultante da formação de vapor. Estes agentes extinguem o fogo interrompendo a reação química e a combustão. Ex.: gorduras, óleos lubrificantes, óleo preto, etc.
  • 20. Página 20 de 78 10. TÉCNICAS DE EXTINÇÃO Partindo do princípio que para haver fogo são necessários o combustível, o comburente e o calor, que formam o triângulo do fogo, então, para o extinguirmos, basta eliminarmos um desses elementos, a partir de uma das seguintes técnicas. 10.1. RESFRIAMENTO: EXTINÇÃO POR RETIRADA DO CALOR É o método mais utilizado, consiste em diminuir a temperatura do material combustível que esta queimando até um ponto determinado, abaixo do qual ele não queima ou não emite mais gases ou vapores inflamáveis. Este processo não se mostra eficiente em líquidos e gases com ponto de fulgor abaixo de 38ºC ou quando a temperatura da água é maior que o seu ponto de fulgor. A técnica de resfriamento é altamente utilizada e eficaz, por termos a água como principal agente extintor para uso e ter excelentes propriedades de resfriamento. 10.2. ABAFAMENTO: EXTINÇÃO POR RETIRADA DO COMBURENTE Consiste em impedir ou diminuir o contato do comburente com o material combustível, evitando-se que o oxigênio contido no ar se misture com os vapores gerados pelo combustível formando uma mistura inflamável. A eliminação do oxigênio para a extinção da combustão não precisa ser total, basta diminuir sua porcentagem na atmosfera, visto que para a combustão ser sustentada é necessário uma atmosfera com porcentagem superior 13% de oxigênio, e, no mínimo, 8% para que a chama se mantenha. O abafamento é um processo muito eficiente se corretamente utilizado. Quando a água evapora, o vapor d’água gerado desloca o ar da superfície do material em chamas. Sendo assim o processo de abafamento é muito eficaz em líquidos, cujo ponto de fulgor é menor que 38ºC, não solúveis em água, com densidade específica não maior que 1,1 g/cm 3 . Exemplo: quando colocamos um copo emborcado, de modo que o oxigênio não penetre no seu interior e tivermos uma vela acesa dentro dele, notaremos após alguns segundos quando o fogo consumir todo o oxigênio dentro do copo, que ele se apagará por falta de comburente. Regra básica para extinção por retirada do O2: 18% a 21% o fogo se mantém; 8% a 17% o fogo quase se apaga; 0% a 7% o fogo não se mantém. 10.3. ISOLAMENTO: EXTINÇÃO POR RETIRADA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL É a retirada do combustível, evitando que o fogo seja alimentado e tenha um campo de propagação, não tendo o que queimar não haverá mais fogo. Ex.: ao encontrar um fardo de algodão queimando e outro próximo, mas ainda não atingido, você pode afastar este outro fardo e controlar o fogo até sua extinção, ou seja, isolar o combustível e eliminar. É o método de extinção mais simples, pois é executado com a força física e com os meios disponíveis, não exigindo aparelhos especializados, pois consiste na retirada, diminuição ou interrupção, com suficiente margem de segurança do campo de propagação do fogo, do material ainda não atingido pelo incêndio. Na técnica de isolamento é muito importante o conceito de distância segura, principalmente no caso de líquidos inflamáveis. 10.4. EXTINÇÃO QUÍMICA: EXTINÇÃO POR EVITAR A REAÇÃO QUÍMICA EM CADEIA Consiste na utilização de certos componentes químicos, que lançados sobre o fogo, interrompem a reação em cadeia. Sabemos que o combustível sob a ação do calor gera gases ou vapores que ao se combinarem com o comburente, formam uma mistura inflamável, quando lançamos determinados agentes extintores ao fogo, suas moléculas se dissociam, pela ação do calor, e se combinam com a mistura inflamável (gás ou vapor mais comburente), formando outra mistura não-inflamável. Alguns produtos químicos secos extinguem efetivamente o fogo por essa combinação de métodos.
  • 21. Página 21 de 78 11. AGENTES EXTINTORES São certas substâncias sólidas, líquidas ou gasosas, que são utilizadas na extinção de incêndios quer por abafamento, resfriamento ou ainda usando os dois processos. Os agentes extintores devem ser aplicados conforme a classe de incêndio, pois em alguns casos, sérias conseqüências poderão ocorrer, quando utilizados inadequadamente. Normalmente os agentes extintores estão dispostos em aparelhos portáteis de utilização imediata (extintores), conjuntos hidráulicos (hidrantes) e dispositivos especiais (sprinklers, sistemas fixos de CO2, etc). Em suma podemos dizer que agentes extintores são todas as substâncias capazes de interromper uma combustão, quer por resfriamento, abafamento, extinção química ou utilização simultânea desses processos. A seguir alguns dos principais agentes extintores utilizados. 11.1. ÁGUA É o principal agente extintor muito em função de sua disponibilidade e compatibilidade com os produtos envolvidos num incêndio. Uma das razões técnicas é o volume de vapor gerado pela água, que aumenta em torno de 1.700 vezes, quando ocorre sua vaporização, proporcionando um grande deslocamento do ar ambiente, impedindo que o oxigênio entre em contato com os materiais e inibindo o processo de combustão. No entanto, em edificações o uso da água para combate a incêndios deve ser feito com o cuidado de desligamento da corrente elétrica, que normalmente já é a primeira ação a ser feita. Sua ação de extinção é o resfriamento, nas formas de jato compacto e chuveiro, mas na forma de neblina, sua ação também é a de abafamento. A água ainda pode ser utilizada no estado gasoso, em forma de vapor. Um cuidado muito importante que se deve tomar com o uso da água, como agente extintor, é pelo fato da água ser condutora de corrente elétrica e gerar um risco, às vezes, maior que o próprio sinistro que é o de choque elétrico. Não deve ser lançada sob forma de jato pleno em incêndios que envolvam líquidos combustíveis, pois pode transformar um incêndio de pequenas proporções em incêndio de grandes proporções. Somente deverá ser aplicada na forma de neblina ou vapor. É bastante eficiente na extinção de incêndio de derivados de petróleo de alto ponto de fulgor (tais como óleo combustível, óleo lubrificante), pois reduzirá a taxa de vaporização de maneira suficiente a extinguir o incêndio. Para incêndios em líquidos inflamáveis (baixo ponto de fulgor), tem sua capacidade extintora limitada, sendo eficaz apenas para pequenos focos de fogo. Em incêndios deste tipo o agente extintor mais adequado é a espuma mecânica. A água é também de importância fundamental para resfriamento dos equipamentos próximos ao incêndio, evitando a sua propagação. Em suma a água é normalmente utilizada nos incêndios de Classe A e tem o efeito principal de resfriamento e secundário de abafamento. A água também pode ser utilizada em incêndios de Classe B, na ação de resfriamento de um recipiente contendo um líquido em chamas, por exemplo, mas não deve ser utilizada diretamente neste líquido, salvo numa técnica especial de saturação, mas que requer um conhecimento apurado do seu uso. 11.2. ESPUMA Sua principal ação de extinção é de abafamento e, secundariamente, de resfriamento. Por utilizar razoável quantidade de água na sua formação, conduz corrente elétrica, portanto nunca deve ser utilizada em incêndios de Classe “C”, normalmente utilizado em combate a incêndios de Classes “A” e “B”. Existem dois tipos básicos de formação de espuma. A espuma química que pode ser obtida através de uma reação química de sulfato de alumínio com bicarbonato de sódio mais um agente estabilizador da espuma. E a espuma mecânica que pode ser obtida por um processo de batimento de uma mistura de água com um agente espumante (extrato) e a aspiração simultânea de ar atmosférico em um esguicho próprio. A espuma mecânica pode ser de baixa, média ou alta expansão. A espuma mecânica para combate a incêndios é um agregado de bolhas cheias de ar, gerada por meios puramente mecânicos que incorporam o ar, a uma solução de água com pequena proporção de extrato (líquido gerador de espuma). A espuma é o agente extintor indicado para combate a incêndios em líquidos combustíveis ou inflamáveis, devendo ser aplicada preferencialmente em um anteparo junto ao fogo ou suavemente nas superfícies inflamadas. Como sua densidade é menor que a dos líquidos combustíveis ou inflamáveis forma um lençol de espuma sobre o líquido extinguindo o fogo por abafamento. Secundariamente age por resfriamento, devido à grande quantidade de água que contém. A espuma por ser uma solução aquosa é condutora de eletricidade, portanto não deve ser usada para combate a incêndios em equipamentos elétricos energizados.
  • 22. Página 22 de 78 11.3. GASES INERTES São os casos de alguns gases, tais como: dióxido de carbono, nitrogênio e os hidrocarbonetos halogenados, que não conduzem correntes elétricas e extinguem o fogo por abafamento, devido, principalmente, a sua ação de expulsar o oxigênio da atmosfera a níveis menores de 18%, devendo, por isso, ter muito cuidado com o uso desta técnica em ambientes fechados, pois pode causar asfixia aos ocupantes ou mesmo aos combatentes. O mais comum deles é o dióxido de carbono (CO2), que além de ser um gás incombustível, inodoro, incolor, não é tóxico e não conduz corrente elétrica, sendo, portanto o agente extintor mais utilizado para combate a incêndio envolvendo equipamentos elétricos energizados. O CO2 é mais pesado que o ar, impedindo que o oxigênio alimente a combustão, agindo por abafamento. Em virtude de sua baixa temperatura ao vaporizar- se age, secundariamente, por resfriamento. Pode também ser utilizado no combate a incêndios em líquidos combustíveis ou inflamáveis. Embora não seja tóxico o CO2 é asfixiante, e não devemos aplicá-lo em recinto fechado, sem ventilação com pessoas no seu interior. 11.4. PÓ QUÍMICO SECO Constituído basicamente por bicarbonato de sódio ou sulfato de potássio. Sua principal ação extintora é por quebra da reação em cadeia e secundariamente por abafamento. Tem a característica de não ser condutor de eletricidade. Normalmente utilizado nos incêndios de Classes “B” e “C”, no caso de seu uso na Classe “D”, deve-se utilizar um tipo de pó químico especial, com uma composição química diferente da apresentada. 11.5. OUTROS AGENTES Também podemos considerar como agentes extintores terra, areia, cal, talco, etc, que podem ser usados dependendo do fogo, das características do combustível e do ambiente. Ainda em situações especiais de ação de combate podem ser usados como agentes extintores alguns líquidos voláteis: tetracloreteno de carbono, clorobromometrano, brometo de metila. 11.6. TABELAS DE USO DO AGENTE EXTINTOR CONFORME A CLASSE DE INCÊNDIO CLASSES DE INCÊNDIO ÁGUA ESPUMA PQS CO2 A Materiais Sólidos SIM Excelente SIM Regular Só na superfície Só na superfície B Líquidos Inflamáveis NÃO SIM Excelente SIM Excelente SIM Bom C Equipamentos Elétricos NÃO NÃO SIM Bom SIM Excelente D Metais Pirofóricos NÃO NÃO PQS Especial NÃO UNIDADE EXTINTORA 10 litros 9 litros 4 kg 6 kg ALCANCE MÉDIO DO JATO 10 m 5 m 5 m 1 a 2,5 m TEMPO DE DESCARGA 60 seg 60 seg 15 seg 25 seg TÉCNICA DE EXTINÇÃO Resfria Resfria e Abafa Abafa Abafa e Resfria
  • 23. Página 23 de 78 12. APARELHOS EXTINTORES DE INCÊNDIO O extintor de incêndio ou simplesmente de extintor, como é popularmente chamado, deve ser utilizado para combater o fogo, quando ainda em sua fase inicial, evitando um incêndio em grandes proporções. Por serem feitos para utilização rápida, sua eficácia ficará condicionada ao fácil acesso, perfeito serviço de manutenção e conhecimento do operador das técnicas de extinção do fogo e da própria operação dos extintores. As previsões desses equipamentos nas edificações decorrem da necessidade de se efetuar o combate ao princípio de incêndio, logo após a sua detecção, ainda em sua origem, enquanto são pequenos focos. Esses equipamentos primam pela facilidade de manuseio, de forma a serem utilizados por homens e mulheres, contando unicamente com um treinamento básico. Além disso, os preparativos necessários para o seu manuseio não consomem um tempo significativo e, conseqüentemente, não inviabilizam sua eficácia em função do crescimento do incêndio. De um modo geral, os extintores são constituídos por um recipiente de aço, cobre, latão ou material metálico equivalente, contendo em seu interior o agente extintor. Quanto à sua nomenclatura, normalmente recebem o nome do agente que acondicionam em seu interior. Exemplos: extintores de água, extintores de dióxido de carbono (CO2), extintores de espuma, extintores de pó químico seco (PQS). Quanto ao tamanho, os extintores podem ser: portáteis (até 10 litros para espuma, carga líquida e água pressurizada, até 06 kg para CO2 e até 12 kg para PQS) e rebocáveis (carretas) para tamanhos maiores. Os extintores não devem ser considerados como substitutos de sistemas de extinção mais complexos, mas sim como equipamento adicional ou para um primeiro combate. Para a operação do extintor é necessária apenas uma pessoa e seu tempo de utilização, varia de acordo com o agente extintor e a capacidade do recipiente, mas pode passar até de um minuto. Para cada classe de incêndio existem um ou mais extintores próprios para combatê-la. Todos os extintores possuem em seu corpo um rótulo de acordo com o sistema internacional de identificação, no qual constarão as classes de incêndio para as quais são indicados. No Brasil, o sistema de classificação é baseado em estudos e normas elaborados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), reconhecida em todo o território nacional como fórum nacional de normalização e membro do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial do Ministério da Indústria e Comércio. O manômetro que acompanha alguns extintores, além de indicar a pressão do aparelho (quantidade de gás existente), serve também como válvula de segurança, que se rompe automaticamente com o excesso de pressão, fora dos limites de segurança, garantindo assim a segurança do usuário. Para isto é importante, durante a operação manter sempre livre do rosto e outras partes do corpo acima desta válvula. Para a sua melhor utilização os extintores devem: estar dimensionados ao risco existente no local; possuir condições operacionais de uso; estar estrategicamente localizado; possuir pessoas treinadas no seu manuseio. Os riscos especiais, como casa de medidores, cabinas de força, depósitos de gases inflamáveis e caldeiras, devem ser protegidos por extintores, independentemente de outros sistemas de proteção, que cubram a área onde se encontram os demais riscos. Os extintores que ficarem expostos a intempéries deverão ficar guardados em armários (ou cabines) especiais. 12.1. TIPOS DE EXTINTORES 12.1.1. EXTINTORES DE ÁGUA CAPACIDADE: 10 e 75 litros (neste último usado em extintor sobre rodas). APLICAÇÃO: Classe “A”. MÉTODO DE EXTINÇÃO: resfriamento. TIPOS: pressurizado e pressão injetada. FUNCIONAMENTO: a água é expelida pela mangueira, através de um gás inerte. VANTAGENS e RESTRIÇÕES: a água tem inúmeras vantagens sobre a espuma, dado o seu poder de penetração nos combustíveis sólidos com combustão lenta. No entanto é contra-indicado em incêndios de classe “B” e “C”. No primeiro caso, por aumentar o volume do líquido em combustão, além de, com a força do jato, espalhar mais fogo. No caso de fogo em eletricidade, pelo fato de conduzir corrente elétrica e por em risco à vida do operador, além de danos irreparáveis nas instalações elétricas. Também não devem ser utilizados em incêndios de classe “D” (materiais pirofóricos), como o magnésio, pó de alumínio, carbonato de potássio, pós metálicos, ou metais alcalinos, pois em contato com a água eles reagem de forma violenta.
  • 24. Página 24 de 78 i) EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA – AP O agente extintor, neste caso a água pressurizada – AP é contido em seu cilindro de aço e mantido sob pressão durante o tempo todo. Essa pressão, que pode ser ar comprimido ou CO2, é controlada através de manômetros. O aparelho é operado mediante a retirada do pino de proteção e acionamento da válvula, sendo o jato guiado por mangueira nele contida. Dentro do cilindro existe um gás junto com a água sob pressão, quando acionado o gatilho, a água é expelida resfriando o material em combustão, tornando a temperatura inferior ao ponto de ignição. PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: 1 – retire-o do seu suporte; 2 – dirija-se a um local seguro; 3 – solte a trava de segurança; 4 – empunhe o gatilho e a pega da mangueira; 5 – faça o teste de funcionamento, acionando o gatilho para um local seguro; 6 – conduza o extintor até as proximidades do fogo; 7 – coloque-se a uma distância segura; 8 – acione o gatilho e ataque o fogo dirigindo o jato para a base do fogo. ii) EXTINTOR DE ÁGUA A GÁS – AG Também chamado de Extintor de Água de Pressão Injetada ou de Extintor de Água a Pressurizar. Seu uso é equivalente ao de água pressurizada, diferindo-se apenas externamente pelo pequeno cilindro contendo o gás propelente, cuja válvula deve ser aberta no ato de sua utilização, a fim de pressurizar o recipiente que contém o agente extintor, permitindo o seu funcionamento. O agente propulsor (propelente) normalmente é o dióxido de carbônico (CO2). PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: 1 – retire-o do seu suporte; 2 – dirija-se a um local seguro; 3 – solte a trava de segurança; 4 – empunhe o gatilho e a pega da mangueira; 5 – faça o teste de funcionamento, abrindo a válvula do cilindro (ampola) do gás propelente; 6 – conduza o extintor até as proximidades do fogo; 7 – coloque-se a uma distância segura; 8 – acione o gatilho e ataque o fogo dirigindo o jato para a base do fogo. 12.1.2. EXTINTORES DE ESPUMA i) EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA PRESSURIZADO – EP A espuma é gerada pelo batimento da água com o líquido gerador de espuma e ar (a mistura da água e do líquido gerador de espuma está sob pressão, sendo expelida ao acionamento do gatilho, juntando-se então ao arrastamento do ar atmosférico em sua passagem pelo esguicho). Será usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”. PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AP. ii) EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA A GÁS – EG Também chamado de extintor de espuma mecânica a pressurizar. Tem as mesmas características do pressurizado, mas mantendo a ampola externa para a pressurização no instante do uso. PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AG. iii) EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA Embora não seja mais fabricado, ainda é possível encontrá-lo em algumas edificações. Seu funcionamento é possível devido à colocação do mesmo de “cabeça para baixo”, formando a reação de soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio. Depois de iniciado o funcionamento, não é possível a interrupção da descarga. Deve ser usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”. PROCEDIMENTOS PARA OPERAÇÃO: 1 – retire-o do seu suporte; 2 – não deite ou vire o extintor antes de chegar ao local do fogo; 3 – próximo do local, num local seguro, inverter a posição do cilindro, e ir se aproximando rapidamente; 4 – direcione a espuma sobre o fogo.
  • 25. Página 25 de 78 12.1.3. EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS) – TIPO BC Os compostos químicos mais utilizados, como agentes extintores, são bicarbonato de sódio (o mais utilizado), bicarbonato de potássio e cloreto de potássio, mas também são encontrados agentes extintores a base de bicarbonato de potássio com uréia e fosfato de monoamonia. Já o agente propulsor mais empregado nos extintores é o dióxido de carbono e o nitrogênio, sendo este último mais utilizado nos pressurizados. O bicarbonato de sódio recebe um devido tratamento, a fim de circular livremente no interior do aparelho. Ao entrar em contato com as chamas, o pó se decompõe, isolando rapidamente o oxigênio indispensável à combustão e extinguindo o fogo por abafamento. Portanto a principal ação do pó, no fogo, é fazer sobre a superfície em chamas, uma nuvem de pó para isolar o oxigênio. Além desta ação do pó no estado normal, ainda há a produção de CO2 e vapor d’água em conseqüência de queima do bicarbonato, que auxiliam no abafamento. A ação do extintor de pó demonstra mais eficiência que o CO2, pois sendo sólida, a nuvem cai e tem ação de permanência, pois o fogo, antes de tornar a avivar, tem de queimar o bicarbonato. O extintor de PQS é o mais indicado para ação de combate em materiais da classe “B” (líquidos inflamáveis), mas também pode ser usado na classe “C” (equipamentos elétricos). Também para fogos superficiais pode ser utilizado na classe “A”, desde que haja a disposição um extintor que atue por resfriamento que auxilie a extinção do material, em combustão lenta e braseiros. A norma NBR 10.721 trata de extintores de incêndio com carga de pó químico. CAPACIDADE: 1, 2, 4, 6, 12 e 50 kg – sendo mais usual de 6 kg; o de 50kg é utilizado sobre rodas (carreta). COMPOSIÇÃO DO AGENTE EXTINTOR: bicarbonato de sódio e potássio. APLICAÇÃO: Classes “B” e “C”; em fogos superficiais na classe “A”. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: o pó químico seco é expelido pela mangueira através de um gás inerte. MÉTODO DE EXTINÇÃO: quebra da reação em cadeia e faz o abafamento. TIPOS: pressurizado e injetado (pressurização indireta). VANTAGENS e RESTRIÇÕES: o extintor de PQS oferece uma vantagem muito grande para o usuário, em relação ao de CO2, pois, devido ao seu alcance, permite ao usuário manter-se numa distância maior e mais segura, no entanto sua ação corrosiva e destrutiva sobre o material é uma característica que deve ser levada em consideração, principalmente em equipamentos eletrônicos e sensíveis, muito comum, hoje em dia, nas máquinas e equipamentos. i) EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO PRESSURIZADO O pó já se encontra pressurizado no cilindro. Consta de uma única peça, onde o pó é pressurizado com CO2 ou nitrogênio, tendo um manômetro para controle de pressão interna. PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AP. ii) EXTINTOR DE PQS COM PRESSÃO INJETÁVEL Neste tipo de extintor há uma ampola de gás para a pressurização do aparelho no instante do uso. PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO: idêntico ao extintor de AG. Atenção: ao abrir a válvula da ampola do extintor ter o cuidado de inclinar o extintor afastando o seu rosto da válvula de segurança, pois ela pode vir a romper, podendo acidentar ao usuário ou ainda a outras pessoas, portanto dirija a válvula de segurança sempre para uma área livre. iii) EXTINTORES DE PÓ QUIMICO ESPECIAL (CLASSE D) São recomendados para incêndios em metais combustíveis, assim como: magnésio, pó de alumínio, zinco, zircônio, sódio ou potássio. Sua operação é idêntica a um extintor de Pó Químico Seco normal, pois a única coisa que muda é a composição química do agente extintor, sendo mais comuns os extintores pressurizados.