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PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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É muito comum nas igrejas, as pessoas chamarem os responsáveis pela operação do áudio, de
sonoplastas, assim como é comum também em estruturas de sonorização de grande porte, chamarem o
responsável pelo som de “mesário”. Bom, afinal de contas, o que eu sou? Mesário, Operador de Áudio,
Sonoplasta... como eu devo me classificar?
Primeiramente, mesário, é aquele cara que trabalha nas eleições para o TRE na sessão eleitoral como
voluntário (rsrs). Quanto a operação de equipamentos na igreja ou profissionalmente, via de regra, todas as pessoas
que operam áudio são chamados de operadores de áudio, e sua função é misturar vários sinais sonoros (grupo
vocal, banda, orquestra), de forma harmônica, buscando obter a melhor e mais prazerosa combinação com a soma e
equilíbrio desses canais. É isso o que chamamos de mixagem.
E quanto ao sonoplasta? Ele é o responsável por ajudar a gerar reações nas pessoas (alegria, reflexão,
expectativa), através de sons previamente gravados (efeitos, trilhas, fundos musicais, etc). Na época em que não
existia televisão, nas famosas radionovelas, que eram feitas ao vivo, muitos dos efeitos eram produzidos na hora,
com um microfone aberto para o sonoplasta, que utilizava determinados elementos para produzir alguns sons (folha
de Raio X para sons de trovão, sacos plásticos amassados para som de fogo, etc.) É um trabalho de extrema
sensibilidade, atenção e personalidade.
O que nós queremos de você durante este estudo é que você seja as duas coisas: um técnico de áudio e
sonoplasta. Uma pessoa com o domínio de mixar ao vivo e gerar emoções nas pessoas através de efeitos e trilhas
cuidadosamente escolhidos.
Nosso dicionário Aurélio define som como "fenômeno acústico que consiste na propagação de ondas
sonoras produzidas por um corpo que vibra em meio material elástico. Sensação auditiva criada por esse fenômeno”.
Vamos tentar os livros de Física e Acústica. Eles definem som mais ou menos assim: forma de energia
mecânica que se propaga como onda longitudinal num meio material e que tem a propriedade de sensibilizar nossos
ouvidos.
Calma. Não precisa resmungar, o que eles querem dizer é que o som é:
1. Energia: Quem nunca sentiu o corpo tremer com um som grave na frente de um sistema potente?
2. Produzido por vibrações: observe a corda de um violão, ela só produz som quando vibra, certo? Idem para um
prato de bateria ou qualquer outro instrumento percussivo. Nós falamos fazendo o ar passar através de nossas
cordas vocais que vibram conforme nosso cérebro comanda as palavras. Para ouvirmos, essas vibrações chegam
aos nossos ouvidos que possuem uma membrana, nossos tímpanos, que também passa a vibrar. Daí essas
vibrações são transformadas em impulsos nervosos enviados para nosso cérebro que faz com que entendamos o
que está chegando aos nossos ouvidos.
3. Que se propagam em um meio: normalmente, ouvimos o som através do ar, mas será que você nunca reparou
que pode ouvir alguém conversando do outro lado da parede em uma sala fechada? Se você mergulhar em uma
piscina, e alguém gritar seu nome, você não ouve? Você nunca brincou, ou viu alguém brincar, com aqueles
telefones feitos com copinhos e uma linha esticada? Isso nos mostra que além de se propagar no ar, o som se
propaga também nos sólidos e nos líquidos.
Portanto, o som se origina de uma vibração que se propaga pelo ar (ou outro meio) até chegar a
nossos ouvidos.
O som possui quatro características:
1. Intensidade: relativa a força do som, distingue sons mais fracos de sons mais fortes. Há uma medida chamada
decibel que se relaciona com a intensidade.
2. Timbre: costuma ser definido como a "cor" do som, pois através dele podemos identificar um mesmo som
produzido por fontes diferentes como, por exemplo, dois instrumentos musicais tocando a mesma nota ou duas
pessoas cantando a mesma melodia.
3. Duração: se os sons são mais longos ou mais curtos.
4. Altura: se os sons são graves ou agudos. Os sons mais baixos são os graves, como o som de um contrabaixo, de
uma trompa, do bumbo da bateria. Os sons mais altos são os agudos como os de um apito, flautim, ou a voz de um
soprano lírico. Os sons intermediários são os médios, como a maioria das vozes das pessoas, ou aqueles radinhos
AM. Portanto, a rigor está errado pedir para alguém falar mais alto quando não se está conseguindo ouvir. Falar mais
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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alto seria falar “mais fino", mais agudo. O certo seria pedir para a pessoa falar mais forte. A altura do som é ligada a
sua frequência.
É hora de explicar o tão famoso decibel, aquele “dB” que aparece escrito em todos os equipamentos de
áudio. Primeiramente, esse nome foi dado em homenagem a Graham Bell, o inventor do telefone. O valor em decibel
é resultado de uma relação matemática especial entre duas medidas, tomando um determinado valor em relação a
um outro valor de referência.
Há uma maneira mais fácil de entender. Pense no aparelho de som da sua casa. Talvez o volume dele vá de
0 a 10. O quanto você sente o som “bater” com o volume no 8 por exemplo? Agora, imagine-se num grande show,
em um grande estádio e com uma grande estrutura de som. Vamos dizer que o volume desse equipamento também
esteja no 8... Com certeza você sentirá o som “bater” muito mais forte, certo? Será, como alguns dizem, “um tapa na
orelha”. Parece óbvio, então, que uma escala de 0 a 10 não funciona para compararmos a intensidades do som,
certo!? Da mesma forma, há uma série de outras medidas que também não podem ser comparadas em uma escala
de 0 a 10. Agora imagine que, ao invés de comparar o volume de 0 a 10, você compare justamente o quanto o som
está “batendo”, sem se preocupar com a posição do volume? Assim, se o seu equipamento de som for um pouco
mais potente, você talvez consiga a mesma sensação sonora de um equipamento de som para show. Parece que
agora a medida vai dar certo, mas ela ainda está muito subjetiva. A solução é adotar, e padronizar, uma referência
comum.
Umas dessas referências, adotadas na prática, é o valor menos intenso que o ouvido humano é capaz de
distinguir, o chamado limiar de audibilidade. Se medirmos o quanto o som está “batendo”, ou melhor, quanto de
pressão sonora chega aos nossos ouvidos, uma relação matemática (logarítmica) entre esses valores nos fornece a
intensidade do som em dB SPL, que é a abreviação de “Sound Pressure Level” — Nível de Pressão Sonora. É
justamente esse o tipo de medida fornecida pelos decibelímetros, e que aparecem nas leis sobre poluição sonora
existentes no país.
Segundo os especialistas na área da saúde, uma pessoa consegue suportar 8 horas de exposição a
sons/ruídos de até 85 dB SPL. Quanto mais alto o nível de som, menor é o tempo de exposição. Ao ultrapassar esse
limite, a pessoa pode apresentar fadiga auditiva e a médio/longo prazo, problemas de audição que podem até
mesmo se transformar em surdez. Só para você ter uma idéia, o ruído gerado em uma avenida movimentada em
horário de pico chega a incríveis 97 dB SPL.
A NBR 10.851 da ANBT (Associação Braileira de Normas Técnicas), amparada pela Lei Ambiental Estadual
do Estado de Santa Catarina (Lei 15.793 / 2012), regulamenta esse padrão. Cuidado com os nossos vizinhos. Zelar
por um volume confortável gera um ambiente agradável dentro da Igreja e com a vizinhança.
Em áudio, existem basicamente dois tipos de cabos: os de sinal e os de energia (AC), também usados dos
amplificadores para caixas acústicas. Vamos ver cada um deles separadamente.
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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Cabos de Sinal: Servem para as aplicações áudio-musicais básicas - aqui incluídos os instrumentos
musicais, microfones, conexões com computadores, CD players, Mds e outros deste segmento. São dois os tipos de
cabos mais empregados na maioria das ligações:
Cabo blindado mono (desbalanceado): é constituído por um condutor interno (feito com vários fios finos)
encapado por isolante e envolto por uma blindagem (pode ser uma malha entrelaçada ou uma trança ao seu redor),
tudo isso encapado por um outro isolante.
Cabo blindado stereo: é constituído por dois condutores internos (cada qual feito com vários fios finos)
encapados separadamente por isolantes, e envoltos por uma blindagem (também pode ser uma malha entrelaçada
ou uma trança), tudo encapado por outro isolante.
A blindagem feita pelos fios do condutor entrelaçado oferece proteção às interferências eletromagnéticas
externas, que podem introduzir ruído sobre o sinal que está sendo transmitido. O cabo mono é usado para transmitir
os sinais de áudio de guitarras, instrumentos eletrônicos e microfones (não balanceados) aos mixers e
amplificadores. O cabo stereo, por sua vez, é usado em linhas balanceadas de áudio (muito eficaz também quando o
percurso é longo, para evitar que diferenças de potencial de terra, introduzam ruído. As mesas de som que utilizam o
padrão XLR (Canon), utilizam os cabos balanceados, para que os sinais de rádio-frequencias e interferências
conduzidas pela malha sejam enviadas ao terra dos equipamentos, não passando essas falhas ou ruídos para o
sistema de som, ao contrário do cabo desbalanceado, que envia as RFs junto com o sinal de áudio, não sendo
possível sua isolação total.
Cabe ressaltar que a maioria dos instrumentos que possuem saída de áudio em stereo usam duas saídas
para cabos mono (um teclado por exemplo) e não uma única saída para cabo stereo (já a saída de fones, no entanto,
usa cabo stereo).
Já os cabos de AC, são cabos elétricos rígidos, usados para ligação dos equipamentos de áudio através de
energia elétrica. Normalmente são do tipo PP, de várias espessuras. Os cabos de caixa acústica passiva (que
dependem de amplificador externo), também são cabos de AC, com as mesma característica. Devido a
resistividade dos cabos, (falaremos melhor sobre isso no assunto sobre amplificadores), recomenda-se que esses
cabos sejam os mais curtos possíveis, ou seja, de tamanho suficiente entre o amplificador e a caixa de som. É
importante também deixar os cabos de energia sempre livres e nunca enrolados ou emaranhados, pois isso
aumentaria à oposição do cabo (rigidez elétrica) a passagem da corrente. Esse cabo precisa ser elétrico (tipo PP)
pois o pulso de energia elétrica enviado do amplificador para as caixas (cabo de AC) é muito superior a energia
necessária para enviar um sinal do microfone para a mesa de som por exemplo (cabos de sinal).
TOME NOTA: JAMAIS USE CABOS COAXIAIS (LINHA), PARA LIGAÇÃO DOS AMPLIFICADORES PARA AS CAIXAS. ALÉM DA BAIXA
CONSIDERÁVEL NA POTÊNCIA FINAL DO SOM, CASO A MALHA DO CABO DETECTE ALGUM SINAL DE RF, RUÍDO OU INTERFERÊNCIA,
ESSE SINAL APARECERÁ NO SISTEMA DE SOM.
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Os conectores ou plugs têm uma variedade maior do que os cabos, sendo que felizmente há uma certa
padronização para determinadas aplicações, o que ajuda bastante quando se adquire equipamentos novos.
Jack mono: também conhecido como "plug banana" ou "plug de guitarra" é o mais usado para conexões de áudio de
instrumentos musicais, como guitarras, baixos, teclados, módulos, microfones com entrada desbalanceada, etc.
Jack stereo: é usado em fones e tomadas de insert de mixers (mesas de som).
Plug RCA: muito usado para conexões entre equipamentos domésticos de áudio (CD, gravadores, etc), mas
algumas interfaces externas de áudio e outros equipamentos musicais também usam.
Conector XLR: também conhecido como "conector Canon", é usado em conexões de linhas balanceadas. Os cabos
com conectores XLR usam conector macho em uma extremidade e fêmea na outra.
Deve-se usar sempre os materiais mais resistentes, principalmente quando se tratar de instalações sujeitas a
mudanças frequentes de local. Os jacks, por exemplo, podem ter capa de plástico ou de metal, sendo esta última
melhor (e mais cara). Alguns plugs possuem uma luva que protege o cabo ao entrar no plug, evitando que ele seja
dobrado ou forçado (nos jacks de capa metálica, essa luva é feita com uma mola flexível).
Cuidados e precauções: Use sempre o cabo adequado à cada aplicação. Improvisar soluções, ainda que em
situações de emergência, acaba comprometendo o resultado final de todo o trabalho. Comparado com os demais
componentes de um sistema musical, o cabo é uma peça extremamente barata, e por isso economizar nele não
parece ser uma atitude inteligente. O ideal é ter sempre um cabo reserva de cada espécie, para uma eventual
necessidade. O manuseio dos cabos também deve ser de forma adequada, para que a sua durabilidade seja maior.
Nunca se deve retirar uma conexão de um equipamento puxando pelo cabo, mas sim pelo corpo do plug,
que foi feito para isso. O ato de puxar o cabo submete-o a um esforço para o qual não foi projetado, o que pode
acarretar em rompimento dos condutores internos, ou então - o que é mais provável - rompimento da solda do cabo
no plug.
Na ocasião do projeto das instalações dos equipamentos, é importante considerar alguns aspectos que
podem ser úteis. O primeiro seria o dimensionamento correto de todos cabos, evitando usar cabos curtos demais
(que vão ficar esticados, e se transformarão em fonte de problemas, como ruptura ou danificação dos plugs), ou
longos demais (que "embolarão", dificultando sua movimentação futura). É de grande utilidade etiquetar as
extremidades dos cabos, o que facilita sobremaneira na manipulação das conexões. Os cabos também devem
sempre ficar livres (soltos) sem pesos em cima, ou qualquer outra coisa que possa dificultar seu movimento, quando
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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necessário.
Uma outra prática que pode não só aumentar a vida útil, mas também facilitar o manuseio é, ao guardar os
cabos, enrolar os mesmos sempre no mesmo sentido. Na maioria das vezes, os cabos vêm enrolados em forma
circular, e por isso, seu material já está "acomodado" àquele formato. Usar um outro formato de enrolamento acaba
forçando os condutores e respectivas camadas isolantes, fazendo o conjunto todo perder coesão, ou deformar-se. Ao
enrolar os mesmos em forma circular, nunca fazer esse circulo com o raio pequeno demais, pois esse procedimento
a curto/médio prazo danificará seu cabo de igual maneira,
Chegamos ao primeiro e mais importante item que é simplesmente o segredo para uma boa captação e
fidelidade de áudio: o microfone. Como vimos em nossa introdução, o microfone é o ponto de origem da captação
do som, e responsável por sua conversão de fonte sonora para fonte eletro-acústica. Quanto melhor a qualidade
desta captação, ou seja, do microfone, por mais simples que seja o restante do seu equipamento, certamente você
perceberá o quanto a qualidade do seu som irá melhorar e consequentemente mais fácil e prazeroso de fazer a
mixagem no seu sistema. Existem muitas marcas (e quando eu digo muitas, são muitas mesmo) hoje no mercado, e
cabe aos operadores de áudio saberem identificar pelas marcas, modelos e características técnicas, aqueles que de
fato, podem se tornar uma aquisição de custo/benefício considerável com durabilidade a longo prazo.
Existem vários tipos de microfones no mercado para diferentes situações e aplicações (vozes, instrumentos,
captação de longo alcance para corais, estúdio, orquestras, etc.) Daqueles que são usados comumente em igrejas
em aplicações ao vivo, os microfones podem ser classificados da seguinte maneira:
Quanto à transdução, em Dinâmicos ou Condensers (eletreto).
Microfones Dinâmicos
Os microfones dinâmicos em geral são os mais populares. Apesar de terem pouca sensibilidade, são fáceis
de usar, pois necessitam apenas de um pequeno pulso elétrico enviado pela mesa de som para funcionar, e por isso
são preferidos para uso ao vivo. Os microfones profissionais normalmente possuem um componente que bloqueia o
phantom power, (falaremos do phantom power no capítulo sobre mixers) não havendo nenhum problema em utilizá-
los, porém, alguns microfones de qualidade inferior e duvidosa, podem sofrer um desgaste excessivo, ou mesmo
vazarem corrente elétrica, dando choque quando ligados com phantom. Cada microfone possui sua aplicação
definida.
Um último detalhe sobre microfones é aquela espuminha que pode ser externa ou interna. O nome dela é
wind screen e serve para diminuir aquele sopro, como na letra “s” (sibilância) e também os “soquinhos” provocados
pela pronúncia das letras “p” e “b” (PB noise). Portanto, é fundamental conhecermos a aplicação dos microfones
(suas próprias construções físicas já nos dizem muito) e usá-los corretamente.
Vale lembrar que os microfones profisisonais de mão com fio não possuem a famosa chave liga-desliga.
Isso é feito para que o comando de ligar ou desligar o microfone, seja feito somente pelo técnico. Os microfones
profissionais, geralmente, não vem acompanhados do cabo de audio. Tome muito cuidado com microfones
profissionais de preços extraordinariamente baratos. O Mercado de falsificadores está cada vez maior e mais
aldacioso, fabricando cópias de microfones, principalmente da marca SHURE para a linha com e sem fio,
principalmente os microfones com capsula SM-58 e Beta-58. Desconfie de preços muito baratos e caso queira
verificar a autenticidade de algum produto Shure antes da compra, o site da companhia, dedica uma página exclusiva
com procedimentos que o usuário pode fazer para se certificar da autenticidade ou não do produto. Acesse:
www.shure.com.br/padrao/padrao.php?link=verdadeirofalso
Exemplos de Microfones Dinâmicos Profissionais:
Shure SM-58 Shure Beta 58-A Sennheiser e-935
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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Exemplos de Microfones Dinâmicos Alternativos:
AKG P5 Behringer XM 8500 AKG D5
Pergunta: Eu não tenho tanto dinheiro e preciso de microfones para o meu conjunto vocal, só que não tenho grana para comprar todos
os microfones profissionais? O que eu posso fazer?
Nesse caso, é importante saber que um microfone intermediário, por melhor que seja, não irá apresentar a mesma qualidade, timbre, e
principalmente, durabilidade de um microfone profissional. No caso de microfones para um grupo vocal misto ou não, uma alternativa, é fazer com
que os vocais tenham um microfone intermediário, por ser mais barato, PREFERENCIALMENTE DA MESMA MARCA E MODELO, o que ajuda a
obter uma condição operacional mais homogêna e uma timbragem mais rápida, e colocando para as vozes principais (vocais que saem para
solos) microfones profissionais. Isso ajuda a descaracterizar um pouco a diferença Sonora (timbre) entre os microfones intermediários e
profissionais, já que os solos sempre estão em evidência, dependendo das característica de cada música.
Microfones Condenser
Os microfones capacitivos ou condensadores, possuem alta sensibilidade e menor saturação do sinal. Sua
utilização, entretanto, requer alimentação elétrica, através de bateria interna ou "phantom power" (+48V). São mais
utilizados como microfones para instrumentos de sopro, cordas, "overall" de bateria (para captar os pratos) e como
microfones de coral (direcionais de longo alcance).
Exemplo de microfone Condenser Profissional:
Shure KSM 137 AKG C1000s
Quanto ao ângulo de captação, os microfones são classificados em Ominidirecionais ou Direcionais.
Microfones Omnidirecionais: podem captar o som vindo de quase todas as direções. A maioria dos microfones "de
lapela", usados por locutores ou jornalistas em estúdio ou gravação externa são omnidirecionais, e não devem ser
ligados em sistemas de áudio ao vivo, sem o devido cuidado com a monitoração (retornos), por conta da extrema
facilidade de microfonia eminente.
Microfones Direcionais: são do tipo "cardióide" e podem captar com mais intensidade o som vindo pela frente, e
com uma certa diminuição da intensidade do som vindo dos lados, rejeitando o som vindo por trás. Assim, seu
diagrama de captação se assemelha a um coração, e por isso o nome "cardióide". Eles são muito usados em
aplicações ao vivo, onde se deseja por exemplo, captar a voz do cantor, mas não o som do monitor que está à sua
frente. Já os microfones direcionais do tipo “super-cardióide” e "hiper-cardióide" podem captar com muita
intensidade o som vindo pela frente, e com baixíssima intensidade o som vindo dos lados, mas podem captar um
pouco do som vindo por trás. Eles são mais usados em aplicações ao vivo, onde os monitores estão nas laterais
(side).
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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EXEMPLOS DE MICROFONES POR ANGULO DE CAPTAÇÃO
Cápsula Cardióide Cápsula Hiper-cardióde Cápsula Omnidirecional
Consulte sempre os manuais de cada microfone. Lá você saberá qual o padrão polar, as características de
diretividade, abrangência de freqüência, tipos de aplicações e outras informações importantes.
Pergunta: Qual a diferença da captação de áudio de um violão para um teclado?
O teclado não é um instrumento que gera energia sonora e sim energia eletroacústica, diretamente para o sistema de som, por se tratar de um
aparelho eletrônico. Já o violão, guitarra, contra-baixo e outros instrumentos, possuem internamente um captador (microfone de eletreto),
normalmente ativado por baterias de 1,5V ou 9V) e converte essa energia sonora, em energia eletroacústica.
MICROFONES SEM FIO
Eu sou um grande defensor de que toda a igreja tenha pelo menos 1 microfone de mão profissional, e um
microfone sem fio profissional. O microfone sem fio traz uma facilidade de maleabilidade e uma beleza estética
fundamental. É ótimo poder dar aos pastores e cantores a liberdade de se movimentarem, ficarem mais próximos do
público, de uma forma bem mais intimista, sem qualquer fio obstruindo essa circulação. Uma outra sugestão é fazer o
microfone sem fio passear pelos irmãos para que mesmo sentados ou em pé, sem precisar sair do lugar possam
participar da lição de Escola Sabatina com seus comentários, ou fazerem seus pedidos de oração, ou até mesmo,
algum irmão da platéia conduzir alguma oração, enfim, são várias as possibilidades de interação entre toda a igreja.
Porém algumas pessoas se confundem sobre os fatores que de fato tornam o microfone sem fio bom ou não.
Podemos entre outros fatores, enumerar duas características fundamentais nos microfones sem fio: a qualidade da
captação e a qualidade da transmissão. Quanto a qualidade da captação, valem as mesmas regras citadas
anteriormente para a qualidade de timbre, diretividade, enfim, as características da cápsula do microfone. Mas de
nada adianta a qualidade sonora do microfone sem que haja a qualidade de transmissão deste sinal sonoro. Para
tornar esse entendimento mais fácil, a função vital de um microfone Shure SM-58 sem fio por exemplo, é a de
transmitir o mesmo timbre e a mesma fidelidade de áudio de um microfone Shure SM-58 com fio. Isso vale para
qualquer microfone que disponha do mesmo modelo na versão com e sem-fio. É aí que está a grande diferença. O
microfone sem-fio precisa ser tão confiável quanto o microfone com fio. Imaginem só o Pastor fazendo um culto
maravilhoso, e na hora do apelo, o microfone falha e todo mundo da igreja olha para “você”, achando que você é o
responsável por quebrar todo o clima do culto.
Os microfones sem fio, trabalham com dois componentes: O transmissor e o Receptor. O Transmissor seria o
próprio microfone de mão, que envia um sinal de rádio-frequencia para o receptor (base), onde um, não pode
funcionar sem o outro. Nessa base se conecta o cabo de microfone (XLR) que será conectado na mesa de som.
Esse sistema de transmissão (transmissor + receptor) pode ser classificado de duas maneiras: Sistema de
Transmissão VHF e Sistema de Transmissão UHF.
SISTEMA VHF (Very High Frequency): As frequencias VHF são mais sujeitas a interferência (pequenos cortes de
sinal, acompanhados de um leve chiado, como o som de uma TV fora do ar). Trabalham em uma gama de freqüência
muito próxima das emitidas por emissoras de TV e Rádio. Além disso as emissões dos sinais de rádio freqüências
não são enviadas com uma velocidade tão alta, o que faz com que pequenas distâncias (5 a 10 metros) ou barreiras
de paredes, objetos ou pessoas, cortem por um período maior o envio do áudio deste microfone. São microfones
baratos, de pouca qualidade, grandes índices de quebra e quase nenhum suporte para assistência técnica.
SISTEMA UHF (Ultra High Frequence): As freqüências UHF trabalham mais distantes das de TV e Rádio. São
muito mais “fechadas” e com velocidades de transmissão muito mais rápidas, proporcionando maiores distâncias.
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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Quando saem do ar, normalmente não trazem ruídos ou chiados. São os mais recomendados, por
assegurarem uma melhor qualidade de transmissão. Porém é importante comparar a qualidade do microfone sem fio,
com a qualidade do mesmo microfone na versão com fio. Como em microfone não dá pra economizar, seguem duas
sugestões de microfones UHF, que além de terem excelente timbre, trabalham com UHF em sistema digital, ou seja,
trabalham com múltiplas faixas de freqüência de UHF diferentes. Se alguém estiver usando a mesma freqüência que
você, poderá selecionar outro canal em UHF. Alguns microfones UHF já fazem a varredura do perímetro em busca
de frequencias disponíveis automaticamente.
Exemplos de Microfone sem fio Profissional
Shure PGX 24 – SM58 / Beta 58A / Beta 87A Shure SLX 24 – SM58 / Beta 58A / Beta 87A
Os 10 mandamentos dos microfones sem fio
1. Não enrolarás nem cortarás a antena do seu transmissor!
Já viram aqueles transmissores de bolso (muito usados com microfones headsets, earsets ou lapelas)? Tem gente
que corta o fio da antena, outros enrolam com todo cuidado, e ainda prendem com durex, tudo para que não apareça
esse fiozinho saindo do bolso do usuário. É inacreditável que alguém em sã consciência faça isso mas infelizmente
acontece muitas vezes. A antena tem um tamanho específico por causa do comprimento de onda da frequência do
microfone. Ao se alterar o tamanho, a transmissão é prejudicada e problemas de interferência podem surgir. O
mesmo vale para as bases, principalmente nos modelos VHF, que precisam ter suas antenas totalmente esticadas, e
não pela metade, como é comum, por serem muito mais sensíveis e inferiores ao UHF.
2. Não segurarás teu sem fio de mão cobrindo a antena!
Microfones de mão sem fio costumam ter um corpo longo, e a pilha fica lá no final. Em geral, é no compartimento de
pilhas que também fica a antena. Não se deve segurar o microfone por esse local, mas sim no meio do corpo.
Quando colocamos a mão nesse lugar, é mais uma barreira que o sinal precisa atravessar. Esse tipo de transmissor
deve ser seguro pelo meio do seu comprimento. Alguns fabricantes até tentaram evitar esse tipo de problema
fazendo transmissores de mão com a antena externa (fora do corpo do microfone - uma pequena ponta que se
projeta além do microfone). Sabe o que conseguiram? Que os usuários segurassem o microfone mais para baixo
ainda!
3. Usarás sempre pilhas novas, alcalinas, e terás sempre outras de reserva!
O estado das pilhas (ou baterias) influencia diretamente na qualidade da transmissão. Quando a bateria está próxima
de acabar, o microfone ainda funciona, mas a transmissão cai ou fica variável (distorce). Não economize aqui - use
pilhas de boa qualidade e procedência (existe muita falsificação no mercado). Não é proibido usar pilhas
recarregáveis, mas é necessário muito mais cuidado. O grande problema é que as pilhas recarregáveis viciam com o
tempo, e perdem a sua capacidade de reter energia. Além disso, algumas pilhas recarregáveis, mesmo novas,
fornecem menos energia que suas equivalentes não recarregáveis.
4. Não usarás teu sem fio junto a uma estrutura metálica nem junto a amplificadores!
Estruturas metálicas funcionam como antenas para sinais de radiofrequência (FM, VHF, UHF, etc). Os sinais são
absorvidos por essas estruturas, assim como uma esponja absorve água. O metal funciona como um concorrente
para o receptor, "roubando" uma parte do sinal de rádio e diminuindo a quantidade que chega na antena do receptor,
compromentendo o desempenho do aparelho. Além disso, não se deve deixar os receptores próximos a
amplificadores de potência. As fontes dos amplicadores geram um forte campo magnético que podem produzir
interferências diversas na transmissão.
5. Não usarás teu sem fio debaixo de chuva!
Explicação óbvia.
6. Tentarás manter sempre visada direta entre o transmissor e o receptor!
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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Visada direta quer dizer um caminho sem obstáculos, que permita o transmissor "visualizar" a base receptora
diretamente. Isso é muito útil, pois obstáculos podem sempre interferir no sinal. Certa vez, um pregador estava com
um microfone sem fio que funcionou perfeitamente, até o momento em que o dirigente pediu para a igreja ficar de pé.
Quando 300 pessoas fizeram um obstáculo entre o sem fio na mão dele até a base receptora lá atrás, o microfone
começou a chiar e dar problema. Às vezes a solução é apenas elevar a base receptora, de forma que ela esteja
acima do public, ou deixar o receptor do microfone (base), na frente, proximo ao transmissor (microfone).
7. Não usarás dois transmissores na mesma frequência!
Com dois transmissores na mesma frequência, um interferirá no outro. Por isso a importância de microfones UHF
digitais, pois eles permitem trocar a freqüência que já está sendo ocupada por outro sistema, por uma freqüência
vazia.
8. Tenha sempre um microfone de reserva!
Como dizem por aí, quem tem 3, tem dois...
Quem tem dois, tem um...
Quem tem um, não tem nada...
Não se pode trabalhar no limite. Sempre deixe um microfone sem fio ou com fio de reserva (stand by) para um
microfone sem fio, de preferência, com as mesmas características e mesma equalização, para que numa falha do
microfone sem fio, as pessoas não percebam diferença de um microfone para outro.
9. Nunca deixarás teu sem fio cair!
Explicação óbvia.
10. Sempre colocarás a base receptora o mais próximo possível do transmissor!
Quanto maior a distância, mais o sinal perde potência. Uma pessoa que mora próximo a uma torre de transmissão de
TV tem recepção muito melhor que outra que mora a 10Km de distância, mesmo que para ambas as visadas seja
direta. Assim, para garantir a melhor recepção possível, é melhor trabalhar com a base receptora o mais próximo
possível do transmissor. Isso vale para qualquer modelo, até aqueles cujo manual indica que o aparelho tem 100
metros de alcance.
Chamadas de Mixers ou Consoles, as mesas de som são o cérebro do sistema de áudio. Ela será
responsável por receber ao mesmo tempo diversos sinais sonoros diferentes, e cabe ao técnico de áudio, misturar,
equalizar, calibrar e tornar audível, agradável e compreensível todas essas diferentes fontes sonoras. Para
entendermos o funcionamento de uma mesa de som, podemos dividir esses equipamento em duas partes: os canais
de entrada (in) e os canais de master e saídas (out).
Vamos primeiramente, ver os principais recursos dos canais de entrada, como mostra a figura seguinte:
CONECTORES DE ENTRADA DE ALTO GANHO MIC
Cada canal de entrada mono oferece uma escolha de 2 conectores de entradas balanceadas, uma de alto
ganho (MIC) para plug XLR e uma de baixo ganho (LINE) para plug stereo P10 (1/4” TRS). AS ENTRADAS DE ALTO
GANHO (MIC) são de uso direcionado para microfones e instrumentos musicais de cordas conectados diretamente
ao console de audiomixagem. Os instrumentos de cordas, guitarra, violão, etc., captados magneticamente possuem
baixo nível de sinal. Já os teclados, percussão eletrônica, computador, Ipod, etc., que são de alto nível de sinal,
devem ser conectados na tomada LINE.
Existem instrumentos de cordas captados por microfones de contato de eletreto (captadores acústicos) que
também possuem baixo nível de sinal. Os instrumentos de cordas que são comumente captados através de
microfone de contato de eletreto são o violão e o cavaquinho e devem ser conectados diretamente na tomada MIC.
Outra maneira seria conectá-los serialmente através de pedal de efeitos. Desta forma você deverá conectá-los na
tomada LINE, pois seus níveis de sinais foram amplificados pelo pedal de efeitos. Existem também estes
instrumentos de cordas (violão e cavaquinho, principalmente o violão) com captação acústica (eletreto) ativos e neste
caso devem ser conectados na tomada LINE pois pertencem a categoria ativos e têm alto nível de sinal, porque
possuem pré-amplificação e bateria de 9V interna.
ATENÇÃO: Não confunda nível de sinal de fontes de programa (instrumentos musicais, microfones,
CD, MD, etc.) com ganho dos conectores de entrada. Exemplo: um instrumento com alto nível de sinal deve
ser conectado em uma tomada de baixo ganho e um instrumento com baixo nível de sinal deve ser
conectado em uma tomada de alto ganho.
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
10
CONECTORES DE ENTRADA DE BAIXO GANHO (LINE)
Conforme você já sabe, aceitam sinais de fontes de programa com alto nível
de saída como: teclados, percussão eletrônica, instrumentos de cordas conectados
serialmente em pedais de efeitos ou qualquer dispositivo ativo, e estes diretamente
conectados ao console de audiomixagem e fontes auxiliares (tape-deck, CD, MD,
sintonizador, retorno de aparelho de efeitos, etc.). Existem conforme já foi mencionado,
instrumentos de cordas ativos, ou seja, já vêm com circuito de ganho interno (embutido
no corpo do instrumento, juntamente com sua bateria de 9V) e possuem alto nível de
sinal. Os instrumentos de cordas ativos mais comuns são o contrabaixo e o violão com
captação acústica (eletreto). Estes instrumentos de cordas ativos também devem ser
conectados nesta entrada LINE.
CHAVE PHANTOM POWER / 48V
Quando acionada, esta chave liga a alimentação phantom (48V) ao conector
MIC do canal correspondente. Atenção: os microfones phantom (a condensador) só
funcionarão quando esta chave estiver acionada, e portanto, quando receberem
alimentação PHANTOM POWER (48V). Esta chave é necessária para evitar que
fontes de sinais que não sejam a condensador (phantom) recebam a alimentação dos
48V do PHANTOM POWER, a qual pode danificá-las.
A maioria dos consoles de audiomixagem compactos ou audio mixer padrão
rack 19” (nacionais ou importados) não possuem chave Phantom Power individual por
canal. Possuem apenas uma única chave para todos os canais denominada GLOBAL
SWITCH que liga os 48V em todos os canais simultaneamente. Outras mesas de som
possuem essas chaves individuais em todos os canais de entrada para você utilizar
quantos microfones phantom forem necessários, sem arriscar o que estiver ligado nos
outros canais.
100 Hz. LOW CUT
Quando esta chave está acionada, introduz na entrada do canal um filtro
passa-altas, que corta as baixas frequências (graves) até 100 Hz em 18 dB por oitava.
Este filtro é muito interessante quando o canal está operando com microfone para voz,
evitando que o canal reproduza o “PUF”, “PUF” característico de quando o microfone
está perto da boca do vocalista ou back vocal, ou mesmo quando o microfone está
exposto ao vento ou muito próximo aos alto falantes de graves, limpando a resposta de
frequência, produzindo uma voz natural.
ATENÇÃO: Cuidado para não acionar esta chave quando no canal
correspondente estiverem conectados instrumentos que reproduzam
frequências baixas, como contrabaixo, teclado, percussão eletrônica, bumbo,
surdo, tons e auxiliares (CD, computador, Ipod, etc.) ou você perderá o “peso”
dos graves destes instrumentos e/ou equipamentos, cortando freqüências
abaixo de 100 Hz em 18 dB por oitava.
EQUALIZADOR DE 3 VIAS (TONAL OU SEMIPARAMÉTRICO)
Os controles de equalização provêem cada canal de entrada com controles de
tonalidade de agudos (HIGH), médios (MID) para equalizadores tonais, médios (MID)
com sweep (varredura) para equalizadores semi-paramétricos, que ajusta o ponto
de atuação do controle de médios dentro de uma ampla faixa de frequências (100 Hz a
10 kHz), e graves (LOW).
CONTROLES MÁXIMO DE GANHO /
ATENUAÇÃO
FREQUÊNCIA
APROXIMADA
High (Agudo) + / - 15db 20Hz a 160Hz
Mid (Médio) + / - 15db 160Hz a 5kHz
Low (Grave) + / - 15db 5kHz a 20kHz
Se os controles HIGH, MID e LOW estiverem todos no retentor central (pequena parada central, perceptível nos
dedos do operador nas mesas mais robustas), o sinal não será modificado pelo equalizador do referente canal,
conservando suas características de tonalidade, tal como saiu da fonte de programa (instrumentos musicais,
MESAS DE SOM
Chamadas de Mixers ou Consoles, as mesas de
som são o cérebro do sistema de áudio. Ele é quem será o
responsável por receber ao mesmo tempo diversos sinais
sonoros diferentes, e cabe ao técnico de áudio, misturar,
equalizar, calibrar e tornar audível, agradável e
compreensível todos essas diferentes fontes sonoras. Para
entendermos o funcionamento de uma mesa de som,
podemos dividir esses equipamento em duas partes: os
canais de entrada (in) e os canais de master e saídas (out).
Vamos primeiramente, ver os principais recursos dos
canais de entrada, como mostra a figura ao lado:
CONECTORES DE ENTRADA DE ALTO GANHO MIC
Cada canal de entrada mono oferece uma escolha de 2
conectores de entradas balanceadas, uma de alto ganho
(MIC) para plug XLR e uma de baixo ganho (LINE) para
plug   stereo   P10   (1/4”   TRS).   AS   ENTRADAS   DE   ALTO  
GANHO (MIC) são de uso direcionado para microfones e
instrumentos musicais de cordas conectados diretamente
ao console de audiomixagem. Os instrumentos de cordas,
guitarra, violão, cavaco, etc., captados magneticamente
possuem baixo nível de sinal. Se esses instrumentos forem
do tipo ativo ou conectados serialmente através de um ou
mais pedais de efeitos ou aparelho ativo de
processamento destes sinais, convertem-se para alto nível
de sinal e, portanto, não devem ser ligados mais nesta
tomada, e sim na tomada LINE (baixo ganho). O mesmo
acontece com teclados, percussão eletrônica, etc., que
são de alto nível e devem ser conectados na tomada LINE.
Existem instrumentos de cordas captados por microfones
de contato de eletreto (captadores acústicos) que
também possuem baixo nível de sinal. Os instrumentos de
cordas que mais comumente são captados através de
microfone de contato de eletreto são o violão e o
cavaquinho e devem ser conectados diretamente na
tomada MIC. Outra maneira será conectá-los serialmente
através de pedal de efeitos e, desta forma você deverá
conectá-los na tomada LINE, pois seus níveis de sinais
foram amplificados pelo pedal de efeitos. Existem
também estes instrumentos de cordas (violão e
cavaquinho, principalmente o violão) com captação
acústica (eletreto) ativos e neste caso devem ser
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
11
microfones, etc.). Se um dos 3 controles de tonalidade (HIGH, MID ou LOW), for rotacionado para a direita,
provocará um reforço de até 15 dB (posição máxima à direita) nas freqüências correspondentes. Caso for
rotacionado da posição central para a esquerda, provocará uma atenuação de até 15 dB (posição máxima à
esquerda). No caso das médias-frequências (MID), além de se poder atenuar ou reforçar o sinal, é possível também
ajustar a frequência que se deseja equalizar, desde 100 Hz (médios-graves) até 10 kHz (médios-altos). Exemplo:
caso o controle de frequência, MID FREQ. esteja à esquerda, na horizontal, logo abaixo do ponto marcado 315 Hz, a
frequência selecionada será de ± 250 Hz (médios-graves da voz); esta frequência pode ser reforçada ou atenuada
através da rotação do controle MID. Este foi apenas um exemplo; você pode fazer a varredura (procura) da
frequência que deve ser atenuada ou reforçada dentro da variação permitida (100 Hz a 10 kHz) em cada canal. Você
pode perceber que com os controles de MID (MID e MID FREQ.) você ajusta cada canal para todas as fontes de
programas possíveis (voz grave, voz aguda, guitarra, contrabaixo, teclado, instrumentos de sopro microfonados, etc).
Experimente selecionar uma frequência no MID FREQ. e, depois, a atenue ou reforce através do MID e você terá
uma noção de como funciona a varredura (sweep).
AUX 1, AUX 2 e AUX 3 (PRÉ-FADER): Controles de nível individuais do sinal do canal de monitor correspondente.
Estes três canais auxiliares são pré-fader.
AUX 4 (POST-FADER): Controle de nível individual para o aparelho de efeitos (reverb, multi-efeitos, etc.). Esse canal
de auxiliar é post-fader.
Pergunta: Fiquei meio confuso. Como usar de maneira correta o sistema de auxiliares em pré-fader e post-fader? Pré-Fader: Controle de volume
para Monitor que não passa pelo fader (independente). Ou seja, você pode alterar o que quiser nos faders que o volume da mandada não vai
mudar. Post-Fader: O volume passa pelo fader (dependente). O volume do fader interfere na mandada. É ideal pra uso de mandadas de efeito,
etc.
PAN – CONTROLE DE PANORAMA: Determina a posição do campo de som stereo na qual o correspondente canal
de entrada mono é ouvido. Se o controle PAN for ajustado na posição do retentor (parada) central, o sinal deste
canal será enviado igualmente para ambos os canais de saída Stere o Master (LEFT/RIGHT).
CHAVE PFL (PRE-FADER LEVEL – PRÉ-ESCUTA): Quando acionada ouve-se o respectivo canal de entrada
através da saída de fone. O nível deste sinal aparece diretamente no VU Meter à direita (Right), localizado na seção
Master do console de audiomixagem. Neste caso, o led também permanecerá aceso enquanto esta, ou qualquer
outra chave PFL, estiver acionada, portanto é necessário verificar se não há outra chave PFL acionada nos outros
canais de entrada para não causar interferência e/ou alterações na medição do nível de sinal de PFL deste canal.
Lembramos mais uma vez que o nível indicado no VU Meter mencionado é o nível encontrado depois da equalização
e antes do fader (controle de volume) deste canal de entrada, e será o mesmo que irá para a audiomixagem quando
este fader estiver na posição marcada 0 dB. Dependendo da posição deste fader, poderá ser aumentado até +10 dB
(posição do fader em máximo volume) ou diminuido na proporção da posição na escala do fader abaixo de 0 dB
chegando até o volume 0.
CHAVE MUTE: Quando acionada ( ) esta chave interrompe o sinal do canal de entrada antes de ser mixado,
evitando que canais não usados em determinados instantes interfiram nos demais canais, sem necessidade de zerar
o controle de volume.
VOLUME: Controle de volume deslizante (fader) individual do canal. Determina o nível do sinal enviado do
correspondente canal de entrada para os canais Stereo Master e demais canais de gravações. Caso este canal de
entrada não esteja sendo usado, seu volume deve ser ajustado para a posição mínima para prevenir ruído
indesejado que possa ser adicionado ao sinal do programa principal.
Pergunta: Qual o motivo de algumas mesas terem o volume deslizante (fader) maiores ou menores do que outras? Isso é uma das características
que diferenciam as mesas de som, no aspecto de qualidade e preço. As mesas mais baratas e com recursos limitados, possuem botões (knobs)
giratórios ou faders muito pequenos, enquanto as mais caras e com mais recursos, possuem até 35mm em média. A diferença básica é que
quanto menor for o fader, mais sensível será o controle de volume. Qualquer leve toque pode aumentar ou diminuir bruscamente o volume do
canal, de maneira a causar um “susto” no operador, no usuário do sistema e no próprio público. Já com faders maiores e próximos do padrão
profissional (35mm) mais controle se terá na intensidade do som, tornando a operação e controles de volume literalmente “na mão do operador”,
tornando o processo de aumentar e baixar volume algo gradual, agradável e seguro.
Depois de vermos os canais de entrada, vejamos agora, os canais de Master e Saídas (out), conforme mostra a
proxima figura:
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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CANAIS DE SAÍDA
POWER ON/OFF: Liga e desliga o console de audiomixagem.
VU METER dB: Indicador de nível de saída dos canais Master
L/R.
LED INDICADOR DE CHAVEAMENTO PARA PFL (PRE-
FADER LEVEL): Este recurso existe na maioria das mesas
de som. Quando aceso, indica que você acionou uma ou mais
chaves PFL (pré- escuta) nos canais de entrada e o VU Meter
Bargraph, que está situado logo abaixo deste led indicador de
função, que antes media os níveis de saída do canal R do
Stereo Master, passará agora a medir os níveis dos sinais de
PFL do canal correspondente. Estes sinais poderão ser
ouvidos nos fones e/ou no canal de control room dependendo
da mesa de som.
AUX 1, AUX 2 e AUX 3 MASTER: Controles de volume
master dos sinais dos canais de monitores correspondentes,
enviados para as respectivas tomadas de saída, AUX 1
SEND, AUX 2 SEND e AUX 3 SEND.
AUX 4 RETURN: Controla o nível de volume do retorno do
sinal do aparelho de efeitos. É através da ação combinada
dos controles individuais de volume de efeitos de cada canal
(AUX 4 – POST-FADER) e destes controles de volume de
retorno do aparelho de efeitos para o audio mixer que se
consegue a reprodução desejada dos efeitos nos canais
Stereo Master L e R.
EQUALIZADOR STEREO DE 2 VIAS: Os controles de
equalização provêem o canal Stereo Master (LEFT/RIGHT) de
controles de tonalidade de graves (LOW) e de agudos (HIGH).
MASTER VOLUME LEFT – RIGHT: Controle de volume
deslizante (com fader de tamanho variável de mesa para
mesa, onde quanto maior o fader, mais facilidade para
controle dos volumes) master do sinal LEFT/RIGHT, enviado
para as respectivas tomadas de saída BALANCED MAIN
OUTS LEFT – RIGHT.
BALANCED MAIN OUTS LEFT – RIGHT: Conectores de
saídas Master L e R balanceadas para plug XLR. Os
conectores do aparelho para plug XLR são ligados da
seguinte forma: pino 1 é o terra, pino 2 é o (+) e pino 3 é o (-),
conforme ilustra a figura abaixo:
AUX. 1, 2, 3 – SEND: Saída desbalanceada para plug mono
P10 (1/4” TS) dos sinais do canal de Monitor – 1, 2, 3.
STEREO AUX. 4 RETURN L e R: Conectores de entrada
desbalanceada para dois plugs mono P10 (1/4” TS) dos sinais
provenientes das saídas stereo (OUT) do aparelho de efeitos.
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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REC OUT VOLUME: Controle de volume de saída stereo para gravação direta. Por este controle de volume de
gravação estar antes dos controles de volume deslizante do Master L e R, a gravação fica independente dos
controles de volume Master do console de audiomixagem, ficando imune a eles. O nível de saída na tomada REC
OUT será o mesmo presente na tomada BALANCED MAIN OUTS L e R e diretamente indicado no VU Meter
Bargraph do canal Stereo Master.
REC OUT L / R: Conectores de saída RCA para gravação. O nível de saída de gravação é ajustado pelo controle
REC OUT VOLUME.
PHONES: Saída para fone-de-ouvido.
Pergunta: Como escolher bem uma mesa de som? Escolha a mesa de som, de acordo com a sua necessidade de canais, sempre considerando
pelo menos mais quatro canais a mais para segurança, pois caso um dos seus canais apresentarem defeito, você poderá ligar em algum canal
adicional, além de estar precavido caso seja necessário algum canal adicional. Nunca é bom que se trabalhe “no limite”. Dê preferencia a marcas
conhecidas e de renome, o que garante a durabilidade do equipamento, e a facilidade de atendimento em caso de acionamento da Assistência
Técnica.
Frequências e Equalizadores
Chegamos a parte mais delicada e vital para um bom desempenho nas suas atividades como operador de
áudio: conhecer freqüências e equalizadores. Você nunca será um bom operador se não dominar bem o
conhecimento teórico e prático sobre freqüências sonoras.
Mais o que são essas freqüências? Freqüência significa o quanto alguma coisa se repete e se essa
repetição é maior ou menor. Por exemplo, se alguém perguntar com que freqüência você faz aniversário, a resposta
será uma vez ao ano. Se a pergunta é com que freqüência você vai à escola, ou ao serviço, a resposta pode ser
cinco vezes (dias) por semana.
Nós vimos que o som é produzido por vibrações e que para podermos trabalhar esse som, precisamos
transformá-lo em eletricidade, que chamamos de sinal. Essas vibrações e as conseqüentes oscilações do sinal
podem ser mais rápidas, ou mais lentas. Quanto mais rápidas, maior será a freqüência e mais agudo o som. Quanto
mais lentas, menor será a freqüência, e mais grave o som.
Em áudio, e na eletrônica, medimos a freqüência em quantidades de oscilações por segundo. A unidade da
freqüência é o Hertz (pronuncia-se rértiz), cujo símbolo é Hz. O múltiplo mais usado em áudio é o kilo (k). 1 kHz é
igual a 1000Hz. O ouvido humano, tipicamente, escuta de 20Hz (sons mais graves) até 20KHz (sons mais agudos).
A figura seguinte, que será de grande valia para equalização, mostra a tessitura dos instrumentos e das
vozes, bem como suas relações com as freqüências. A tessitura indica quais notas o instrumento, ou a voz, é capaz
de emitir; ou em outras palavras, quais freqüências cada instrumento, ou voz, produz.
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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Agora que já conhecemos um pouco sobre freqüências, vamos
saber agora como trabalhar com elas de maneira eficaz. Por isso,
vamos conhecer agora como funcionam os equalizadores.
A função do equalizador é compensar as diferenças tonais
causadas pela acústica ambiente, pela resposta deficiente das
caixas acústicas ou ainda pela qualidade da fonte de programa.
Existem basicamente 4 tipos de equalizadores, e a partir de agora, vamos passar a conhecer os 3 mais usados:
EQUALIZADOR TONAL: O equalizador tonal é o mais comum dos
equalizadores, presente na maioria das mesas de som. É um
controle geral de grave, médio e agudo, que aumenta ou diminui
cada grupo de freqüências em + (mais) ou – (menos) 12 dB.
EQUALIZADOR SEMI-PARAMÉTRICO: Funciona igualmente ao
equalizador tonal, porém, no caso das médias-frequências (MID),
além de se poder atenuar ou reforçar o sinal, é possível também
ajustar a frequência que se deseja equalizar, desde 100 Hz até 10
kHz. Exemplo: caso o controle de frequência, MID FREQ. esteja à
esquerda, na horizontal, logo abaixo do ponto marcado 315 Hz, a
frequência selecionada será de ± 250 Hz (médios-graves da voz);
esta frequência pode ser reforçada ou atenuada através da rotação
do controle MID. Este foi apenas um exemplo; você pode fazer a
varredura (procura) da freqüência que deve ser atenuada ou
reforçada dentro da variação permitida (100 Hz a 10 kHz) em cada
canal. Você pode perceber que com os controles de MID (MID e
MID FREQ.) você ajusta cada canal para todas as fontes de
programas possíveis (voz grave, voz aguda, guitarra, contrabaixo,
teclado, instrumentos de sopro microfonados, etc). Experimente
selecionar uma frequência no MID FREQ. e, depois, a atenue ou
reforce através do MID e você terá uma noção de como funciona a
varredura (sweep).
EQUALIZADOR GRÁFICO: Os equalizadores gráficos são aqueles cujo
painel dianteiro nos oferece uma série de potenciômetros deslizantes
(como os faders de uma mesa, porém muito mais próximos entre si para
permitir que sejam agrupados 62 no painel de um aparelho, sendo 31 para
cada lado (banda). O termo "gráfico" aparece no nome, pois após efetuar a
sua equalização, permitem que você tem uma idéia aproximada de como
os filtros do aparelho estão alterando o som que recebem da sua mesa.
Portanto o que se deve buscar não é um desenho bonito (nada de
desenhar uma cobrinha, faders sorrindo ou chorando), mas a posição dos
potenciômetros que propicie o ajuste adequado ao seu som.
Apesar de existiram em uma quantidade de bandas também menores, os
equalizadores de 31 bandas são os que dentro deste tipo de
equalizadores gráficos oferecem os mais precisos recursos de controle
sendo portanto os que são empregados profissionalmente.
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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Se percebermos, em cima de cada fader do equalizador, existe um número, que corresponde a determinada
freqüência. Quando vimos os equalizadores tonais, vimos as divisões em termos de freqüência em grave, médio e
agudo de maneira crescente. Porém, essas frequêcias possuem o que podemos chamar de sub-frequências ou sub
divisões dessas freqüências, como mostra a figura abaixo:
Alguns fabricantes oferecem a título de uma flexibilidade (mínima) equalizadores com ainda menos bandas
que ficam alojados logo acima dos controles Master de alguns modelos de suas mesas com o propósito de
incrementar os seus recursos. O que ocorre, porém, é que embora isto possa até quebrar o galho, na verdade,
qualquer tipo de equalização que não oferece o ajuste de largura dos filtros, como oferecem os paramétricos,
acabará afetando freqüências vizinhas inocentes que não necessitam ser alteradas e obviamente quanto menor o
número de bandas ao seu dispor, maior a largura de cada banda e consequentemente, maior a quantidade de
freqüências inocentes afetadas. É mais ou menos como se alguém empregasse um machado para fazer um furo que
deveria ser feito com uma broca de 2 mm. Perde se muita qualidade devido às freqüências inocentes que são
também cortadas. Vamos entender para que serve um equalizador gráfico. Existe um conceito errôneo de que os
equalizadores corrigem a acústica das salas. Um equalizador pode até auxiliar um sistema de som a funcionar
APESAR dos defeitos da sala porém nunca será capaz de corrigi-los. Na verdade as principais funções de um
equalizador gráfico são:
1. Acertar a resposta das caixas de som
Sim, por melhor que seja a procedência, mesmo caixas de bom pedigree chegam às mãos dos seus usuários
com arestas que precisam ser podadas.
2. Reduzir os efeitos do mau posicionamento de caixas e microfones impostas pelo ambiente
Muitas vezes os sistemas de som são operados em ambientes de forma temporária, como por exemplo em
um congresso. Nestas circunstâncias há muito pouco que se possa fazer para escapar da disposição imposta pelos
salões. É nestas situações que o equalizador surge auxiliando a abrandar as freqüências cuja energia é somada em
pontos do palco devido ao emprego das caixas de som, as vezes dispostas nas laterais, e cujas somas ao serem
captadas pelos microfones tornam o sistema mais propenso à microfonia.
Aliás, esta função de se resolver freqüências propensas à microfonia deve ser realizada pelo equalizador e
não pela equalização dos canais que ficam livres para correções de vozes e instrumentos, destaques para realçar os
mesmos dentro do mix (mesa).
Diferença entre Frequencia e Timbre
Muita gente faz uma grande confusão por conta disso. Já vimos no início deste assunto o conceito de
freqüência. E o que seria o timbre. O Timbre é uma indentidade sonora, quase como uma impressão digital do som.
Um exemplo muito prático disso, é a sua voz. Sua voz é única, e ninguém consegue copiar de forma idêntica o seu
timbre. Você pode tocar vários instrumentos emitindo em cada um a mesma nota, um Dó, por exemplo (C). Todos
emitirão a mesma nota Dó, ou a mesma freqüência, porém com timbres diferentes (piano, sax, flauta). É exatamente
isso o que faz com que determinados equipamentos de som sejam mais caros que outros, ou seja, pela qualidade do
timbre. Quanto mais encorpado e aveludado é o timbre de determinados equipamentos, mais caro ele custará. Esse
é o segredo dos profissionais: “sempre buscar o melhor timbre”.
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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Amplificadores, Impedâncias e Caixas de Som
Um dos trabalhos do operador de som é tirar o máximo proveito do seu sistema de sonorização, através de
ligações corretas. Em se tratando de alto-falantes (caixas acústicas) e amplificadores, isso é feito levando-se em
conta as impedâncias envolvidas no sistema. Iniciaremos com um "pouco" de teoria, imprescindível para o
entendimento do assunto, e então daremos seguimento com a aplicação prática do assunto.
Impedância
A impedância elétrica (ou simplesmente impedância) é a oposição (impedimento, resistência, força contrária)
que um circuito (o “caminho” da energia elétrica entre os pólos positivo e negativo) faz à passagem de corrente
elétrica. Todo material apresenta impedância, em maior ou menor grau. Materias condutores apresentam uma baixa
impedância, ou seja, são facilmente atravessados por corrente elétrica, enquanto materiais isolantes (não
condutores) apresentam altas (ou altíssimas) impedâncias, não deixando que a corrente elétrica os atravesse.
Ela é medida em Ohms, e seu símbolo é uma simpática ferradura (Ω), símbolo originário do alfabeto grego,
indicativo da letra Ômega. O nome é uma homenagem ao físico alemão George Simon Ohm, quem primeiro
descreveu estes fenômenos no início do século XIX. Materiais condutores apresentam poucos Ohms de resistência,
enquanto materiais isolantes apresentam milhares (k???sendo o K indicativo de mil) ou milhões (M???sendo o M
indicativo de milhão) de Ohms de impedância.
Todo alto-falante apresenta um valor chamado de “impedância nominal”. Os alto-falantes são construídos em
valores padronizados em todo o mundo, nos valores de 2, 4, 8, 16 e 32 Ohms. Os mais comuns são os falantes com
uma impedância nominal de 4 Ohms (muito comum para sistemas automotivos) ou 8 Ohms (muito comum para
sistemas de PA e Monitor, o que é o nosso caso). Entretanto, apesar da padronização, nada impede que exista um
falante com características específicas (feito para usos especiais). Para todos os efeitos, sempre considere a
impedância nominal especificada pelo fabricante.
Caixas acústicas e Impedância
Em uma caixa de som do tipo “full-range”, com dois alto-falantes (um para os graves e outro para os
médios/agudos, que funcionam em conjunto, é importante saber que são utilizados elementos filtrantes para o alto-
falante de médios e/ou agudos. Esses elementos (um capacitor ou um divisor de frequência passivos, instalados
dentro das próprias gabinetes das caixas acústicas) “mascaram” a impedância desses alto -falantes (como se ela não
fosse “enxergada” pelo amplificador). Assim, uma caixa de som possui 8 ohms de impedância, mesmo que dentro da
Caixa Acústica, existam dois alto falantes de 8 ohms, tudo isso, graças ao capacitores e divisores de frequencia.
Prática de Amplificadores e Impedâncias
Primeiro, uma coisa que ainda não falamos. A impedância mínima é estabelecida por canal. No projeto do
amplificador, cada fabricante estabelece qual será a impedância mínima. No mercado profissional, a esmagadora
maioria dos amplificadores suporta 4 Ohms (de pequeno a médio porte) ou 2 Ohms (de médio ou grande porte).
Também existem alguns raros modelos que suportam 1 Ohm!
Existe uma importância nisso. Considerando que as caixas mais comuns utilizadas em sonorização ao vivo
são de 8 Ohms e que o tipo de ligação mais utilizada é a paralela, então temos:
Impedância Mínima do
Amplificador por lado
Quantidade de caixas de 8 ohms
por lado
8 ohms 1 Caixa
4 ohms 2 Caixas
2 ohms 4 Caixas
1 ohms 8 Caixas
Repare: podemos ter de 2 a até 16 caixas (no total, considerando os 2 canais por amplificador) em nosso sistema de sonorização.
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Impedância das caixas abaixo do mínimo especificado no amplificador
O que acontece com o amplificador quando ele está conectado a um sistema de caixas cuja impedância é
menor que o mínimo indicado pelo fabricante? A princípio, nada! O amplificador continua funcionando, normalmente.
Alguns bons amplificadores conseguem até indicar ao operador uma situação de risco, através de algum indicativo
luminoso (Overload ou algo parecido) indicando que algo está errado. Mas o amplificador funciona, porém, em baixos
volumes. O problema é quando o operador aumenta o volume.
Vamos imaginar um amplificador cujas especificações sejam de 500Watts em 4 Ohms. Se colocarmos sobre
ele uma carga de 2 Ohms, ele tentará fornecer algo próximo a 800 ou 1.000 Watts. Só que o amplificador não é feito
para isso, e esquentará demais. O fusível queimará por causa do excesso de corrente (se acontecer só isso,
agradeça a Deus), e pode chegar até mesmo a queimar transistores e outros componentes eletrônicos.
Também acontecerão distorções no som. Por operar além dos limites, a distorção harmônica gerada pelos
próprios componentes poderá causar danos aos falantes, queimando-os. Claro que existem projetos e projetos,
fabricantes e fabricantes. Se o aparelho for corretamente projetado, seu circuito de proteção irá desligá-lo ou limitar a
potência de saída, protegendo-o. Caso contrário... Então é melhor não arriscar!!!!!!!!!!!
NUNCA use falantes com impedâncias menores que os valores mínimos suportados pelo
amplificador. E se seu amplificador constantemente queima fusíveis, verifique se a impedância do sistema
está correta.
Impedância e Conexões de Amplificador
Não citamos, até agora, nada sobre conexões e conectores nos amplificadores. Entretanto, existem alguns
tipos de conexões existentes que merecem ser citados.
Muitos amplificadores de baixa potência têm conectores de ligação para as caixas acústicas em plugues P10
Mono, como na foto abaixo:
Repare que existem 2 conectores P10 em cada canal. Há
até mesmo uma indicação de impedância mínima em
cada um deles: 8 Ohms. Este amplificador, um Ciclotron
DBL, tem impedância mínima de 4 Ohms por canal. Estes
dois conectores estão internamente ligados em paralelo.
Assim, podemos fazer o seguinte: ligar duas caixas de 8
Ohms por canal ou ligar uma única caixa de 4 Ohms por
canal.
Seria errado tentarmos ligar 2 caixas de 4 Ohms em cada
canal (uma caixa por canal sim, duas por canal não), pois
neste caso o amplificador trabalharia com 2 Ohms, o que
é inadequado ao projeto do amplificador. Existem
amplificadores onde as ligações para caixas acústicas são feitas através de
bornes, como mostra a foto ao lado:
Cuidado apenas para não inverter as polaridades na hora da ligação, para que
você não faça a caixa de som vibrar de forma invertida, o que pode danificar seu
equipamento e colar o seu falante a curto prazo.
Potência Real do Amplificador / Caixa de Som
Toda caixa de som vem com uma especificação de potência, descrita em RMS
(Root Mean Square). Os fabricantes de amplificadores geralmente enganam
muito consumidores desavisados com nomes de modelos que quase sempre são
seguidos por numeros altos, como 3000, 4000, 6000, e por aí vai.
NÃO SE ENGANE. Consulte o manual do aparelho. Lá você terá a especificação clara da potência real do
amplificador (RMS) e da impedância minima da caixa de som. Via de regra, nunca trabalhe no limite!!!!!!!!
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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Por exemplo: Se você tem uma caixa de som de 8 ohms, que tem uma potência de 300W RMS, compre um
amplificador que em 8 ohms, tenha uma potência de 450W RMS, onde você tem assim uma folga de 150W RMS,
trabalhando com tranquilidade. Já as caixas de som ativas, já vem com amplificador integrado, onde a relação de
potência já é definida de forma precisa pelo fabricante com uma folga de segurança considerável.
Cuidados e Manutenção dos Equipamentos
Sempre guarde em um lugar seguro, as Notas Fiscais e Certificados de Garantia dos equipamentos da
sua igreja. Muitas pessoas deixam de aproveitar a gratuidade da garantia por perderem esses documentos. Além do
mais, em caso de roubo, as Notas serão fundamentais para registro de Boletim de Ocorrência (B.O.), e na
eventualidade de recuperação deste material, as notas fiscais agilizarão o processo de devolução.
Quanto a manutenção, toda instalação de sonorização requer cuidados para que sua qualidade seja mantida.
Muitas vezes é difícil implantar uma cultura de manutenção preventiva, mas ela é sempre mais rápida, menos
trabalhosa e mais barata que a manutenção corretiva, aquela quando o equipamento pifa.
Um cuidado básico para a conservação do equipamento é simplesmente cobri-lo. Ter uma flanela sempre a
mão também é recomendável.
De tempos em tempos, “desde que curtos”, deve ser feita uma manutenção preventiva básica, onde, além da
flanela, entrem em cena alguns panos umedecidos com detergente neutro (umedecido e não molhado), para a
limpeza dos equipamentos. Aproveite para desconectar todos os cabos, e limpá-los. Pode-se passar silicone neles.
Limpe as espumas que protegem as ventoinhas dos amplificadores. Inspecione os cabos e conectores e refaça, ou
substitua, os que não estiverem bons. Enfim, limpeza, verificação e pequenos consertos.
A cada semestre, peça a ajuda de um técnico ou operador bem experiente para uma manutenção mais
aprofundada. Essa manutenção deve incluir a limpeza interna dos equipamentos, caixas e cabeamento, inclusive as
medusas, nos casos das igrejas que possuam multi-cabo; aproveite para fazer uma limpeza externa mais cuidadosa
também. Deve-se checar o perfeito funcionamento de cada equipamento. Verifique também a instalação elétrica, a
impedância das caixas acústicas e a fixação das mesmas. Após terminar a manutenção e religar o equipamento,
aproveite para verificar novamente a regulagem.
Treinando a Audição
Para ser um bom operador de som é preciso ter uma boa audição, mas sobretudo uma audição bem
treinada. Podemos treinar nossa audição seguindo algumas dicas simples, ensinadas muitas vezes em escolas de
música. Nosso objetivo é conseguir identificar e separar cada voz e instrumento em meio a vários outros. Além disso
precisamos conhecer cada estilo musical e suas características sonoras. Vamos adquirir também um pouco de senso
crítico e começar a moldar nosso próprio estilo de operação de som.
Comece colocando duas ou três fontes de som ligadas ao mesmo tempo. Podem ser três rádios em estações
diferentes. Deixe um deles num volume um pouco maior que os outros. Concentre-se no som produzido por ele de
maneira a entendê-lo, isolando o som em sua mente, sem se preocupar com os outros rádios, como se estivessem
desligados. Quando conseguir fazer isso, coloque os rádios todos no mesmo volume e comece a tentar isolar o som
de cada um. É difícil no começo, mas não é nada impossível.
Praticado o exercício anterior, vamos passar ao CD de boa qualidade que você tenha acesso. Associe o som
dos instrumentos com seus nomes, mesmo que você tenha que pesquisar para descobrir. É importante que um
operador de áudio conheça os instrumentos musicais, seus nomes e seus timbres. O estudo dos instrumentos
musicais recebe o nome de organologia. Comece com músicas que tenham poucas vozes e instrumentos e vá
aumentando a dificuldade de seu treinamento, até chegar a orquestras e grandes bandas.
Comece a criticar o que está ouvindo, o que você “mixaria” diferente? O que não ficou legal? O que ficou
muito bom? Será que podemos encontrar algum erro de mixagem? Essas críticas lhe ajudarão a determinar seu
estilo de mixagem. Não há um único jeito de mixar. Cada operador tem seu jeito e deixa a mixagem com sua cara.
Tenha personalidade. O que é necessário é que sua mixagem seja correta e coerente com o estilo musical e o
público, que as vozes tenham clareza e que a audição não seja prejudicada por falta ou excesso de volume.
Continue exercitando sua audição e não pare jamais, a não ser que queira parar com áudio.
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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Construir ou Reformar a Igreja? O que isso pode afetar na qualidade do som?
As aparências das nossas igrejas são um aspecto muito importante, pois todo mundo gosta de estar em um
ambiente agradável, limpo, organizado, que seja convidativo para outras pessoas, visitantes, que seja usado como
referência por outras igrejas, enfim, um cartão de visitas.
Porém, no processo de construção ou reforma de alguns templos, a grande maioria comete o erro de
executar o projeto por conta própria, sem solicitar a orientação de um arquiteto ou engenheiro. Essa orientação é
muito importante, pois o projeto arquitetônico da igreja, bem como os materiais usados na contrução, acabamento e
até móveis (bancos, cortinas, etc.), influem diretamente na acústica do ambiente. Até arquitetos e engenheiros, na
fase de planejamento, recorrem a consultoria de especialistas em audio para que não haja erros nesta etapa, até
porque problemas de acústica, não se resolvem com soluções de som e sim de acústica, ou seja, no papel,
muitas igrejas já tem problemas sérios de som, antes mesmo da compra de qualquer equipamento de audio.
Portanto é importante que você como responsável pelo som da sua igreja, saiba que alguns materiais tem
maior facilidade ou não para controlar ou diminuir a reverberação (reverb, popularmente conhecido como eco, que é
um som similar ao produzido quando se fala em um corredor ou num ginásio) do templo, bem como um padrão
acústico mais apropriado.
A seguir uma lista dos matérias que podem diminuir (bom) ou aumentar (ruim) a “reverberação” da sua igreja,
por ordem de maior absorção acústica:
Materiais para Piso
Bom é Ruim ê
Carpete 5mm Mármore
Taco Granito
Madeira Granilite Polido
Cerâmico
Em resumo, quanto mais lisa a superfície, pior a possibilidade de absorção
do som por parte desse material, o que faz com que aconteça a reflexão e
reverberação do audio.
Instalações Elétricas
Esse é um assunto que precisa ser visto com muito cuidado. Normalmente nas igrejas, todo o sistema
elétrico é ligado em uma única fase. Quando se liga os ventiladores da igreja, ar-condicionado ou qualquer outro
equipamento ligado na rede elétrica, sempre se escuta no sistema de som algum ruído ou chiado, isso porque toda a
rede está unificada em uma única fase.
Se a sua igreja tem condições de contratar junto a empresa local de energia elétrica um sistema bifásico ou
trifásico, contrate um eletricista profissional e peça que ele individualize uma única fase, completamente separada e
isolada, para uso exclusivo do sistema de som da igreja. Isso evita grandes transtornos, e sobrecarga no sistema.
Além disso, peça que ele realize um aterramento extremamente bem feito e rigoroso, evitando assim
hummers ou ruídos indesejáveis no sistema de som. Esse procedimento evitará pequenos choques que às vezes
acontecem em equipamentos e microfones com fio. Não se esqueça de colocar todas as tomadas na sua igreja no
padrão tripolar, e NUNCA retire o pino terra dos plugs de energia dos seus equipamentos, pois é ele quem conduz o
“terra” (condução de ruídos) para o sistema de aterramento, porém, esse pino só terá alguma utilidade, se de fato, o
sistema de energia da igreja estiver de fato aterrado.
A figura abaixo, mostra o padrão de polarização das tomadas brasileiras.
Materiais para Teto
Bom é Ruim ê
Espuma Acústica Ignifugada
(anti-chama)
Zinco
Revestimento em Madeira Amianto
Gesso
Materiais para Parede
Bom é
Revestimento madeira 5mm
Tijolo sem verniz
Reboco Liso Pintado
Tijolo Envernizado
Concreto Liso
Vidro Blindex
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Qualidades necessárias ao operador de áudio
Para ser um bom técnico em áudio, é evidente que é necessário ter domínio sobre os equipamentos
utilizados e sobre teoria de áudio. Quanto mais o operador souber disso, melhor ele será. Entretanto, há algumas
qualidades inerentes à pessoa do operador que também são necessárias para que tudo funcione bem. Algo como
responsabilidade, dedicação, compromisso, pontualidade, zelo, planejamento, organização, estudo e atenção.
Vamos estudá-los item por item.
Responsabilidade
“Esta, pois, será a responsabilidade do seu cargo, segundo todo o seu ministério, na tenda da congregação:
As tábuas do tabernáculo, e os seus varais, e as suas colunas, e as suas bases." Números 4:31
O Senhor deu orientação a Moisés para repartir, entre as famílias dos levitas, os vários trabalhos que
envolviam o Tabernáculo. A família dos filhos de Merari ficou incumbida do cuidado com as tábuas, varais, colunas e
bases. A partir desse momento, tudo o que envolvia esses materiais, o cuidado, o transporte e conservação, tudo
ficou na responsabilidade deles. Uma falha no seu trabalho significaria um problema na montagem do Tabernáculo,
que dependia dos varais, colunas e bases para a sua montagem.
O operador de som de uma igreja também recebe um chamado do Senhor para esse trabalho. E o trabalho
do técnico de áudio é exatamente montar a base da igreja, onde se apoiará todo o louvor e a pregação da Palavra.
Como ter um culto sem toda a estrutura de sonorização pronta previamente? Essa é a primeira qualidade exigida de
um operador de som: saber a sua própria importância, e por causa disso cuidar o melhor possível daquilo que lhe foi
confiado como sua responsabilidade!
Dedicação
“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a
medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse
dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com
alegria.” Romanos 12:6-8
Esse ensinamento do apóstolo Paulo quer dizer, em resumo, que se alguém for fazer algo na igreja, que o
faça bem feito. E é exatamente isso que precisamos fazer quando estamos no som. O nosso melhor possível.
Dedicar-nos a essa tarefa, esforçar-nos em fazê-la bem.
Dedicar-nos ao som é termos compromisso com a Obra, sermos pontuais, zelosos, organizados e também
dedicação em querer aprender, estudar sobre o assunto, querer cada dia nos aperfeiçoar para fazer nosso trabalho
melhor ainda.
Compromisso / Comprometimento
“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se
não anunciar o evangelho!” 1 Coríntios 9:16
Quando o apóstolo Paulo escreveu o texto acima para a Igreja em Corinto, ele quis dizer que um dia ele
recebeu um chamado do Senhor para o trabalho de evangelização. E a partir do momento em que ele aceitou essa
incumbência, ele firmou um compromisso (“me é imposta essa obrigação) com o Senhor.
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Quando somos chamados para a tarefa de sonorização nas igrejas, estamos assumindo um compromisso com o
Senhor. Guarde bem isso: nosso compromisso é com o Senhor, não com homens.
Uma pessoa comprometida com o seu trabalho é uma pessoa confiável. É uma pessoa que não vai ficar à
toa em frente da televisão enquanto há uma igreja precisando de alguém para operar os equipamentos. É uma
pessoa que, se estiver doente ou com provas na escola ou faculdade, ainda assim vai estar preocupada com a
sonorização do culto. Claro que nós temos as nossas atividades materiais, aulas, viagens, etc. Mas ser
comprometido com o trabalho do som não é deixar de fazer as coisas para cuidar do som, mas é ter preocupação
com o trabalho.
Por exemplo, quantas vezes não surgiu uma emergência qualquer que nos impediu de ir ao culto logo no dia
da nossa escala. Uma pessoa comprometida com o trabalho com certeza irá procurar alguém que o substitua,
alguém para ficar no seu lugar. E só descansará quando tiver certeza que outro poderá assumir o compromisso.
Mas uma pessoa sem comprometimento com a Obra de Deus não avisará nada, nem se importará se haverá
ou não alguém para cuidar dos equipamentos. Muitas vezes ouvimos a frase: “Ah, pode deixar. Outro que for cuida”.
Esse pensamento é totalmente errado.
O serviço de som é especializado, ou seja, não é qualquer membro da igreja que irá fazê-lo. Da mesma
forma que só toca teclado quem sabe tocar teclado, só cuida de som quem foi treinado para isso.
Dica: Nas igrejas em que há equipe de som (várias pessoas), monte uma escala, com os dias de responsabilidade, as pessoas e os telefones para
contato. Essa escala deve estar afixada no quadro de avisos da igreja, e cada componente da equipe deve ter sua cópia e andar com ela dentro
da carteira. Quando surgir uma emergência e alguém precisar faltar, essa pessoa deverá providenciar outro membro da equipe para ficar no seu
lugar.
Pontualidade
É simples: o operador de som é o primeiro a chegar e o último a sair da igreja. Primeiro a chegar, porque o
operador tem a função de montar os equipamentos, testá-los e deixar tudo funcionando antes dos músicos e dos
cantores.
Montar antes dos cantores e músicos tem várias vantagens:
1. Você terá um espaço livre maior para trabalhar. Com muita gente, você terá que ficar pedindo “licença” às
pessoas o tempo todo.
2. Quando os músicos e cantores chegarem, cada um ficará pedindo alguma coisa para você. Um cabo, uma
extensão, pedestal, microfone. Se você não tiver montado suas coisas ainda, você ficará “perdido” entre tantas
responsabilidades.
3. É melhor que você, uma pessoa (o operador) fique esperando do que dezenas de pessoas (músicos e
cantores) fiquem esperando por uma única pessoa.
O horário de chegar é muito importante, mas varia caso a caso. Se a sua igreja deixa os equipamentos fixos
no lugar (tem alarme, vigilância, etc.), então é necessário somente chegar alguns momentos antes, para ligar tudo e
verificar o funcionamento dos microfones, etc. Mas se na sua igreja os equipamentos ficam guardados em uma sala
mais protegida, então é preciso chegar bem mais cedo, pois será necessário o transporte do material até o lugar de
uso. Isso leva tempo.
Se é um evento envolvendo centenas ou milhares de pessoas, chegar muito antes é essencial (às vezes dias
antes), para que tudo possa ser testado. Não se incomode de montar com várias horas de antecedência. Quando
tudo acabar, você terá tempo para descansar, tomar um banho e lanchar.
Último a sair, porque guardar todo o equipamento de som demora, e demora muito. E deve ser feito com
paciência, conferindo-se tudo.
Zelo e Organização
Quanto custa o material pelo qual você é responsável? Quanto vale um microfone, um cabo? Um pedestal?
Quanto custa os materiais usados em um evento para milhares de pessoas? Um sistema de som pode chegar à casa
das dezenas de milhares de reais, tudo comprado com dinheiro santo, empregado na causa de Deus.
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Da mesma forma que ninguém gosta de desperdício de dinheiro público, dos nossos impostos, ninguém
gosta de ver equipamentos de som – comprados com o dízimo – largados, mal cuidados, abandonados. Se o
operador é o responsável pelo som, quer dizer que também é responsável pelos equipamentos que lhe são confiados
para a tarefa.
Além disso, cada operador deve manter um inventário de todos os equipamentos disponíveis. Uma lista de
todo o material disponível, contendo marca e modelo e as quantidades. Esse inventário deve estar afixado no local
onde os equipamentos são guardados na igreja. Essa lista (o inventário) tem que ser regularmente conferido.
Dica: Todos os equipamentos, cabos, microfones, etc, devem estar etiquetados com o nome da igreja. Isso evita um monte de problemas.
Quantas vezes tivemos oportunidade de verificar material de sonorização esquecido por grupos que
passaram pela nossa igreja. Nos casos onde o material estava identificado (etiquetado), foram devolvidos. Mas muita
coisa ficou esquecida, sem que os donos nunca sequer entrassem em contato procurando.
Outra dica importante é sempre guardar todas as notas fiscais de todos os equipamentos da igreja. Via de
regra, todos os equipamentos de som e outros eletro-eletrônicos tem 1 (um) ano de garantia. Na ocasião de qualquer
defeito, algumas pessoas abrem os equipamentos tentando consertar o problema por conta própria, o que pode
ocasionar um problema mais grave, e até mesmo, a perca da garantia, pois a mesma não cobre “violação” do
equipamento. Nunca tente consertar equipamentos de áudio por conta própria. Procure sempre um especialista.
Planejamento
Fazer um evento especial, seja um casamento ou um culto especial, exige uma boa dose de planejamento.
Quanto maior o evento, maior o planejamento deverá ser.
Para um casamento, ou vigília, ou santa-ceia, uma noite de louvor, um culto de sábado ou outro culto
especial dentro do seu próprio templo, você deve planejar algumas coisas. Você deve perguntar aos músicos e
cantores sobre a necessidade de microfones, talvez tenha que pedir equipamento emprestado de alguma outra igreja
ou grupo musical. Tudo isso é planejamento, e provavelmente você já o faz, e sabe que é necessário fazer.
Quando falamos em um grande evento, para centenas, milhares de pessoas, então teremos muito o que
planejar. Algumas perguntas terão que ser feitas:
- qual o local do evento? - qual data, horário e duração do evento? - qual o público estimado? - quantas e
quais as pessoas da equipe de som? - qual o equipamento que deverá ser providenciado? - quantos músicos e
cantores estarão envolvidos? - quem fará o transporte dos equipamentos?
- quem cuidará da parte elétrica? - alguma necessidade especial a ser atendida? - haverá segurança no
local?
São tantos os detalhes envolvidos em um grande evento que não dá para deixar o planejamento de lado. Um
bom operador de som antecipa os problemas, e não os deixa acontecer.
Estudo
Entenda estudo como a necessidade contínua de aprimoramento. Não é porque uma pessoa é um excelente
médico que ele não vai querer se aprimorar, estudar, conhecer novas técnicas. Na verdade, é por querer sempre se
aprimorar que será um excelente médico.
O operador precisa estar sempre estudando. Novos equipamentos são lançados, novas marcas e produtos.
Áudio, está diretamente ligado a física, matemática, etc. É tecnologia pura, e a tecnologia não pára no tempo.
Uma coisa que fazemos sempre é visitar lojas de equipamentos de som, de instrumentos musicais,
eletrônicas. É nas lojas que você tem a chance de ver os lançamentos, de mexer, de experimentar, de comparar. Vá
sem pressa, pergunte o máximo que puder, aproveite o que for possível.
Peça catálogos dos equipamentos, mesmo que antigos, para você poder conhecer outros, comparar as
especificações técnicas, leia os manuais dos seus equipamentos por mais experiente que você seja, etc. Quem sabe
um dia você não cuidará de som em algum lugar e encontrará um desses equipamentos? Com argumentos técnicos,
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
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e coerência, você ganhará a confiança do Pastor e dos líderes da igreja para aprovação de compras e/ou
manutenção para o sistema da sua igreja.
Atenção
Em Num 24:16 temos “Fala aquele que ouviu os ditos de Deus, e o que sabe a ciência do Altíssimo, o que
viu a visão do Todo-Poderoso, caindo em êxtase, de olhos abertos”
Esse trecho nos relata a história de um servo de Deus, que andava em comunhão com o Senhor, mas de
olhos abertos. Significa para nós alguém que está em comunhão, mas que está também vigilante.
O operador precisa ser assim. Atento a tudo o que acontece, mas em comunhão com o Senhor. Deve estar
de olho no pregador, sempre, como também atento aos instrumentistas e cantores. Exemplos: um pastor que suava
demais, e toda vez que levava o lenço à testa, para enxugar o suor, dava microfonia. O operador tinha que ter
atenção total, pois ao surgir o lenço na mão, tinha que ser rápido em abaixar o volume do canal.
Em um casamento, a instrumentista puxou a ligação de energia elétrica de todos os equipamentos para fora
da tomada da parede. O seu sapato se enrolou no fio e ela puxou o fio fora. O operador estava prestando atenção
em tudo, então resolveu o problema em poucos segundos. Mas poderia ter sido muito pior.
A pessoa se sentava em um banco ou cadeira, e o cabo por baixo. Se o operador não prestar atenção, o
peso da pessoa arrebentaria o cabo. E arrebenta mesmo, seja a pessoa gorda ou magra.
Acabamos virando uma pessoa detalhista, observadora. Mas a pena é quando encontramos um operador de
som que se encaixa perfeitamente no versículo seguinte: “Tu vês muitas coisas, mas não as guardas; ainda que
tenha os ouvidos abertos, nada ouve”. Isaías 42:20
Organização
Não pense que na igreja, as pessoas irão prestar atenção em você. Nós precisamos diminuir para que o
Senhor cresça. Nossa missão é proporcionar um ambiente propício para a reflexão, meditação e adoração. É
bastante comum as pessoas chegarem na igreja e encontrarem as pessoas que cuidam do som ainda armando o
equipamento, falando aquela famosa frase ...”alô som”..., testado cabos e de vez em quando deixando sair no
sistema de som algum ruído ou estalo, enquanto as pessoas tentam ler a bíblia ou simplesmente ficar aguardando o
início da programação. Isso pode parecer comum para o operador, mas estressa os membros da igreja, quebra o
clima. Faça isso, antes que as pessoas cheguem para adorar.
Outro detalhe: selecione bem as músicas que as pessoas vão ouvir enquanto chegam a igreja. Não ouça
músicas pra você, e sim músicas que agradam a maioria, que sejam calmas, que falem do amor de Deus e propiciem
reflexão. E por favor, ao tocar uma música, deixe ela tocar até o fim, afinal você não está ouvindo só pra você, pois
você não deve ser o centro das atenções.
Essas características são necessárias, e devem ser buscadas diligentemente. Um operador de som que as
reúna com certeza será excelente no seu trabalho para o Senhor. E o Senhor o retribuirá, com certeza, abençoando
a sua vida.
Afinal, para Deus, o melhor... literalmente E lembre-se: Você
não precisa ser um profissional para agir com profissionalismo.
PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA
24
Fontes internet:
www.audionasigrejas.org / www.audiolist.org / www.cassioborges.hpg.com.br / www.musitec.com.br
Fontes Livros
Som Ao Vivo – Conceitos e aplicações básicas em Sonorização Editora: H. Sheldon, 2001 Autor: Renato Muchon
Machado
Outros
Instituto Santana de Áudio e Acústica Apostila Áudio Básico – Volume 1
Revisão e Informações Adicionais
Miquéas Almeida
Contato:
Twitter / Facebook: miqueasalmeida
e-mail: miqueas.almeida@adventistas.org.br

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Apostila de sonoplastia-2016_miqueas_almeida

  • 1. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 1 É muito comum nas igrejas, as pessoas chamarem os responsáveis pela operação do áudio, de sonoplastas, assim como é comum também em estruturas de sonorização de grande porte, chamarem o responsável pelo som de “mesário”. Bom, afinal de contas, o que eu sou? Mesário, Operador de Áudio, Sonoplasta... como eu devo me classificar? Primeiramente, mesário, é aquele cara que trabalha nas eleições para o TRE na sessão eleitoral como voluntário (rsrs). Quanto a operação de equipamentos na igreja ou profissionalmente, via de regra, todas as pessoas que operam áudio são chamados de operadores de áudio, e sua função é misturar vários sinais sonoros (grupo vocal, banda, orquestra), de forma harmônica, buscando obter a melhor e mais prazerosa combinação com a soma e equilíbrio desses canais. É isso o que chamamos de mixagem. E quanto ao sonoplasta? Ele é o responsável por ajudar a gerar reações nas pessoas (alegria, reflexão, expectativa), através de sons previamente gravados (efeitos, trilhas, fundos musicais, etc). Na época em que não existia televisão, nas famosas radionovelas, que eram feitas ao vivo, muitos dos efeitos eram produzidos na hora, com um microfone aberto para o sonoplasta, que utilizava determinados elementos para produzir alguns sons (folha de Raio X para sons de trovão, sacos plásticos amassados para som de fogo, etc.) É um trabalho de extrema sensibilidade, atenção e personalidade. O que nós queremos de você durante este estudo é que você seja as duas coisas: um técnico de áudio e sonoplasta. Uma pessoa com o domínio de mixar ao vivo e gerar emoções nas pessoas através de efeitos e trilhas cuidadosamente escolhidos. Nosso dicionário Aurélio define som como "fenômeno acústico que consiste na propagação de ondas sonoras produzidas por um corpo que vibra em meio material elástico. Sensação auditiva criada por esse fenômeno”. Vamos tentar os livros de Física e Acústica. Eles definem som mais ou menos assim: forma de energia mecânica que se propaga como onda longitudinal num meio material e que tem a propriedade de sensibilizar nossos ouvidos. Calma. Não precisa resmungar, o que eles querem dizer é que o som é: 1. Energia: Quem nunca sentiu o corpo tremer com um som grave na frente de um sistema potente? 2. Produzido por vibrações: observe a corda de um violão, ela só produz som quando vibra, certo? Idem para um prato de bateria ou qualquer outro instrumento percussivo. Nós falamos fazendo o ar passar através de nossas cordas vocais que vibram conforme nosso cérebro comanda as palavras. Para ouvirmos, essas vibrações chegam aos nossos ouvidos que possuem uma membrana, nossos tímpanos, que também passa a vibrar. Daí essas vibrações são transformadas em impulsos nervosos enviados para nosso cérebro que faz com que entendamos o que está chegando aos nossos ouvidos. 3. Que se propagam em um meio: normalmente, ouvimos o som através do ar, mas será que você nunca reparou que pode ouvir alguém conversando do outro lado da parede em uma sala fechada? Se você mergulhar em uma piscina, e alguém gritar seu nome, você não ouve? Você nunca brincou, ou viu alguém brincar, com aqueles telefones feitos com copinhos e uma linha esticada? Isso nos mostra que além de se propagar no ar, o som se propaga também nos sólidos e nos líquidos. Portanto, o som se origina de uma vibração que se propaga pelo ar (ou outro meio) até chegar a nossos ouvidos. O som possui quatro características: 1. Intensidade: relativa a força do som, distingue sons mais fracos de sons mais fortes. Há uma medida chamada decibel que se relaciona com a intensidade. 2. Timbre: costuma ser definido como a "cor" do som, pois através dele podemos identificar um mesmo som produzido por fontes diferentes como, por exemplo, dois instrumentos musicais tocando a mesma nota ou duas pessoas cantando a mesma melodia. 3. Duração: se os sons são mais longos ou mais curtos. 4. Altura: se os sons são graves ou agudos. Os sons mais baixos são os graves, como o som de um contrabaixo, de uma trompa, do bumbo da bateria. Os sons mais altos são os agudos como os de um apito, flautim, ou a voz de um soprano lírico. Os sons intermediários são os médios, como a maioria das vozes das pessoas, ou aqueles radinhos AM. Portanto, a rigor está errado pedir para alguém falar mais alto quando não se está conseguindo ouvir. Falar mais
  • 2. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 2 alto seria falar “mais fino", mais agudo. O certo seria pedir para a pessoa falar mais forte. A altura do som é ligada a sua frequência. É hora de explicar o tão famoso decibel, aquele “dB” que aparece escrito em todos os equipamentos de áudio. Primeiramente, esse nome foi dado em homenagem a Graham Bell, o inventor do telefone. O valor em decibel é resultado de uma relação matemática especial entre duas medidas, tomando um determinado valor em relação a um outro valor de referência. Há uma maneira mais fácil de entender. Pense no aparelho de som da sua casa. Talvez o volume dele vá de 0 a 10. O quanto você sente o som “bater” com o volume no 8 por exemplo? Agora, imagine-se num grande show, em um grande estádio e com uma grande estrutura de som. Vamos dizer que o volume desse equipamento também esteja no 8... Com certeza você sentirá o som “bater” muito mais forte, certo? Será, como alguns dizem, “um tapa na orelha”. Parece óbvio, então, que uma escala de 0 a 10 não funciona para compararmos a intensidades do som, certo!? Da mesma forma, há uma série de outras medidas que também não podem ser comparadas em uma escala de 0 a 10. Agora imagine que, ao invés de comparar o volume de 0 a 10, você compare justamente o quanto o som está “batendo”, sem se preocupar com a posição do volume? Assim, se o seu equipamento de som for um pouco mais potente, você talvez consiga a mesma sensação sonora de um equipamento de som para show. Parece que agora a medida vai dar certo, mas ela ainda está muito subjetiva. A solução é adotar, e padronizar, uma referência comum. Umas dessas referências, adotadas na prática, é o valor menos intenso que o ouvido humano é capaz de distinguir, o chamado limiar de audibilidade. Se medirmos o quanto o som está “batendo”, ou melhor, quanto de pressão sonora chega aos nossos ouvidos, uma relação matemática (logarítmica) entre esses valores nos fornece a intensidade do som em dB SPL, que é a abreviação de “Sound Pressure Level” — Nível de Pressão Sonora. É justamente esse o tipo de medida fornecida pelos decibelímetros, e que aparecem nas leis sobre poluição sonora existentes no país. Segundo os especialistas na área da saúde, uma pessoa consegue suportar 8 horas de exposição a sons/ruídos de até 85 dB SPL. Quanto mais alto o nível de som, menor é o tempo de exposição. Ao ultrapassar esse limite, a pessoa pode apresentar fadiga auditiva e a médio/longo prazo, problemas de audição que podem até mesmo se transformar em surdez. Só para você ter uma idéia, o ruído gerado em uma avenida movimentada em horário de pico chega a incríveis 97 dB SPL. A NBR 10.851 da ANBT (Associação Braileira de Normas Técnicas), amparada pela Lei Ambiental Estadual do Estado de Santa Catarina (Lei 15.793 / 2012), regulamenta esse padrão. Cuidado com os nossos vizinhos. Zelar por um volume confortável gera um ambiente agradável dentro da Igreja e com a vizinhança. Em áudio, existem basicamente dois tipos de cabos: os de sinal e os de energia (AC), também usados dos amplificadores para caixas acústicas. Vamos ver cada um deles separadamente.
  • 3. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 3 Cabos de Sinal: Servem para as aplicações áudio-musicais básicas - aqui incluídos os instrumentos musicais, microfones, conexões com computadores, CD players, Mds e outros deste segmento. São dois os tipos de cabos mais empregados na maioria das ligações: Cabo blindado mono (desbalanceado): é constituído por um condutor interno (feito com vários fios finos) encapado por isolante e envolto por uma blindagem (pode ser uma malha entrelaçada ou uma trança ao seu redor), tudo isso encapado por um outro isolante. Cabo blindado stereo: é constituído por dois condutores internos (cada qual feito com vários fios finos) encapados separadamente por isolantes, e envoltos por uma blindagem (também pode ser uma malha entrelaçada ou uma trança), tudo encapado por outro isolante. A blindagem feita pelos fios do condutor entrelaçado oferece proteção às interferências eletromagnéticas externas, que podem introduzir ruído sobre o sinal que está sendo transmitido. O cabo mono é usado para transmitir os sinais de áudio de guitarras, instrumentos eletrônicos e microfones (não balanceados) aos mixers e amplificadores. O cabo stereo, por sua vez, é usado em linhas balanceadas de áudio (muito eficaz também quando o percurso é longo, para evitar que diferenças de potencial de terra, introduzam ruído. As mesas de som que utilizam o padrão XLR (Canon), utilizam os cabos balanceados, para que os sinais de rádio-frequencias e interferências conduzidas pela malha sejam enviadas ao terra dos equipamentos, não passando essas falhas ou ruídos para o sistema de som, ao contrário do cabo desbalanceado, que envia as RFs junto com o sinal de áudio, não sendo possível sua isolação total. Cabe ressaltar que a maioria dos instrumentos que possuem saída de áudio em stereo usam duas saídas para cabos mono (um teclado por exemplo) e não uma única saída para cabo stereo (já a saída de fones, no entanto, usa cabo stereo). Já os cabos de AC, são cabos elétricos rígidos, usados para ligação dos equipamentos de áudio através de energia elétrica. Normalmente são do tipo PP, de várias espessuras. Os cabos de caixa acústica passiva (que dependem de amplificador externo), também são cabos de AC, com as mesma característica. Devido a resistividade dos cabos, (falaremos melhor sobre isso no assunto sobre amplificadores), recomenda-se que esses cabos sejam os mais curtos possíveis, ou seja, de tamanho suficiente entre o amplificador e a caixa de som. É importante também deixar os cabos de energia sempre livres e nunca enrolados ou emaranhados, pois isso aumentaria à oposição do cabo (rigidez elétrica) a passagem da corrente. Esse cabo precisa ser elétrico (tipo PP) pois o pulso de energia elétrica enviado do amplificador para as caixas (cabo de AC) é muito superior a energia necessária para enviar um sinal do microfone para a mesa de som por exemplo (cabos de sinal). TOME NOTA: JAMAIS USE CABOS COAXIAIS (LINHA), PARA LIGAÇÃO DOS AMPLIFICADORES PARA AS CAIXAS. ALÉM DA BAIXA CONSIDERÁVEL NA POTÊNCIA FINAL DO SOM, CASO A MALHA DO CABO DETECTE ALGUM SINAL DE RF, RUÍDO OU INTERFERÊNCIA, ESSE SINAL APARECERÁ NO SISTEMA DE SOM.
  • 4. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 4 Os conectores ou plugs têm uma variedade maior do que os cabos, sendo que felizmente há uma certa padronização para determinadas aplicações, o que ajuda bastante quando se adquire equipamentos novos. Jack mono: também conhecido como "plug banana" ou "plug de guitarra" é o mais usado para conexões de áudio de instrumentos musicais, como guitarras, baixos, teclados, módulos, microfones com entrada desbalanceada, etc. Jack stereo: é usado em fones e tomadas de insert de mixers (mesas de som). Plug RCA: muito usado para conexões entre equipamentos domésticos de áudio (CD, gravadores, etc), mas algumas interfaces externas de áudio e outros equipamentos musicais também usam. Conector XLR: também conhecido como "conector Canon", é usado em conexões de linhas balanceadas. Os cabos com conectores XLR usam conector macho em uma extremidade e fêmea na outra. Deve-se usar sempre os materiais mais resistentes, principalmente quando se tratar de instalações sujeitas a mudanças frequentes de local. Os jacks, por exemplo, podem ter capa de plástico ou de metal, sendo esta última melhor (e mais cara). Alguns plugs possuem uma luva que protege o cabo ao entrar no plug, evitando que ele seja dobrado ou forçado (nos jacks de capa metálica, essa luva é feita com uma mola flexível). Cuidados e precauções: Use sempre o cabo adequado à cada aplicação. Improvisar soluções, ainda que em situações de emergência, acaba comprometendo o resultado final de todo o trabalho. Comparado com os demais componentes de um sistema musical, o cabo é uma peça extremamente barata, e por isso economizar nele não parece ser uma atitude inteligente. O ideal é ter sempre um cabo reserva de cada espécie, para uma eventual necessidade. O manuseio dos cabos também deve ser de forma adequada, para que a sua durabilidade seja maior. Nunca se deve retirar uma conexão de um equipamento puxando pelo cabo, mas sim pelo corpo do plug, que foi feito para isso. O ato de puxar o cabo submete-o a um esforço para o qual não foi projetado, o que pode acarretar em rompimento dos condutores internos, ou então - o que é mais provável - rompimento da solda do cabo no plug. Na ocasião do projeto das instalações dos equipamentos, é importante considerar alguns aspectos que podem ser úteis. O primeiro seria o dimensionamento correto de todos cabos, evitando usar cabos curtos demais (que vão ficar esticados, e se transformarão em fonte de problemas, como ruptura ou danificação dos plugs), ou longos demais (que "embolarão", dificultando sua movimentação futura). É de grande utilidade etiquetar as extremidades dos cabos, o que facilita sobremaneira na manipulação das conexões. Os cabos também devem sempre ficar livres (soltos) sem pesos em cima, ou qualquer outra coisa que possa dificultar seu movimento, quando
  • 5. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 5 necessário. Uma outra prática que pode não só aumentar a vida útil, mas também facilitar o manuseio é, ao guardar os cabos, enrolar os mesmos sempre no mesmo sentido. Na maioria das vezes, os cabos vêm enrolados em forma circular, e por isso, seu material já está "acomodado" àquele formato. Usar um outro formato de enrolamento acaba forçando os condutores e respectivas camadas isolantes, fazendo o conjunto todo perder coesão, ou deformar-se. Ao enrolar os mesmos em forma circular, nunca fazer esse circulo com o raio pequeno demais, pois esse procedimento a curto/médio prazo danificará seu cabo de igual maneira, Chegamos ao primeiro e mais importante item que é simplesmente o segredo para uma boa captação e fidelidade de áudio: o microfone. Como vimos em nossa introdução, o microfone é o ponto de origem da captação do som, e responsável por sua conversão de fonte sonora para fonte eletro-acústica. Quanto melhor a qualidade desta captação, ou seja, do microfone, por mais simples que seja o restante do seu equipamento, certamente você perceberá o quanto a qualidade do seu som irá melhorar e consequentemente mais fácil e prazeroso de fazer a mixagem no seu sistema. Existem muitas marcas (e quando eu digo muitas, são muitas mesmo) hoje no mercado, e cabe aos operadores de áudio saberem identificar pelas marcas, modelos e características técnicas, aqueles que de fato, podem se tornar uma aquisição de custo/benefício considerável com durabilidade a longo prazo. Existem vários tipos de microfones no mercado para diferentes situações e aplicações (vozes, instrumentos, captação de longo alcance para corais, estúdio, orquestras, etc.) Daqueles que são usados comumente em igrejas em aplicações ao vivo, os microfones podem ser classificados da seguinte maneira: Quanto à transdução, em Dinâmicos ou Condensers (eletreto). Microfones Dinâmicos Os microfones dinâmicos em geral são os mais populares. Apesar de terem pouca sensibilidade, são fáceis de usar, pois necessitam apenas de um pequeno pulso elétrico enviado pela mesa de som para funcionar, e por isso são preferidos para uso ao vivo. Os microfones profissionais normalmente possuem um componente que bloqueia o phantom power, (falaremos do phantom power no capítulo sobre mixers) não havendo nenhum problema em utilizá- los, porém, alguns microfones de qualidade inferior e duvidosa, podem sofrer um desgaste excessivo, ou mesmo vazarem corrente elétrica, dando choque quando ligados com phantom. Cada microfone possui sua aplicação definida. Um último detalhe sobre microfones é aquela espuminha que pode ser externa ou interna. O nome dela é wind screen e serve para diminuir aquele sopro, como na letra “s” (sibilância) e também os “soquinhos” provocados pela pronúncia das letras “p” e “b” (PB noise). Portanto, é fundamental conhecermos a aplicação dos microfones (suas próprias construções físicas já nos dizem muito) e usá-los corretamente. Vale lembrar que os microfones profisisonais de mão com fio não possuem a famosa chave liga-desliga. Isso é feito para que o comando de ligar ou desligar o microfone, seja feito somente pelo técnico. Os microfones profissionais, geralmente, não vem acompanhados do cabo de audio. Tome muito cuidado com microfones profissionais de preços extraordinariamente baratos. O Mercado de falsificadores está cada vez maior e mais aldacioso, fabricando cópias de microfones, principalmente da marca SHURE para a linha com e sem fio, principalmente os microfones com capsula SM-58 e Beta-58. Desconfie de preços muito baratos e caso queira verificar a autenticidade de algum produto Shure antes da compra, o site da companhia, dedica uma página exclusiva com procedimentos que o usuário pode fazer para se certificar da autenticidade ou não do produto. Acesse: www.shure.com.br/padrao/padrao.php?link=verdadeirofalso Exemplos de Microfones Dinâmicos Profissionais: Shure SM-58 Shure Beta 58-A Sennheiser e-935
  • 6. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 6 Exemplos de Microfones Dinâmicos Alternativos: AKG P5 Behringer XM 8500 AKG D5 Pergunta: Eu não tenho tanto dinheiro e preciso de microfones para o meu conjunto vocal, só que não tenho grana para comprar todos os microfones profissionais? O que eu posso fazer? Nesse caso, é importante saber que um microfone intermediário, por melhor que seja, não irá apresentar a mesma qualidade, timbre, e principalmente, durabilidade de um microfone profissional. No caso de microfones para um grupo vocal misto ou não, uma alternativa, é fazer com que os vocais tenham um microfone intermediário, por ser mais barato, PREFERENCIALMENTE DA MESMA MARCA E MODELO, o que ajuda a obter uma condição operacional mais homogêna e uma timbragem mais rápida, e colocando para as vozes principais (vocais que saem para solos) microfones profissionais. Isso ajuda a descaracterizar um pouco a diferença Sonora (timbre) entre os microfones intermediários e profissionais, já que os solos sempre estão em evidência, dependendo das característica de cada música. Microfones Condenser Os microfones capacitivos ou condensadores, possuem alta sensibilidade e menor saturação do sinal. Sua utilização, entretanto, requer alimentação elétrica, através de bateria interna ou "phantom power" (+48V). São mais utilizados como microfones para instrumentos de sopro, cordas, "overall" de bateria (para captar os pratos) e como microfones de coral (direcionais de longo alcance). Exemplo de microfone Condenser Profissional: Shure KSM 137 AKG C1000s Quanto ao ângulo de captação, os microfones são classificados em Ominidirecionais ou Direcionais. Microfones Omnidirecionais: podem captar o som vindo de quase todas as direções. A maioria dos microfones "de lapela", usados por locutores ou jornalistas em estúdio ou gravação externa são omnidirecionais, e não devem ser ligados em sistemas de áudio ao vivo, sem o devido cuidado com a monitoração (retornos), por conta da extrema facilidade de microfonia eminente. Microfones Direcionais: são do tipo "cardióide" e podem captar com mais intensidade o som vindo pela frente, e com uma certa diminuição da intensidade do som vindo dos lados, rejeitando o som vindo por trás. Assim, seu diagrama de captação se assemelha a um coração, e por isso o nome "cardióide". Eles são muito usados em aplicações ao vivo, onde se deseja por exemplo, captar a voz do cantor, mas não o som do monitor que está à sua frente. Já os microfones direcionais do tipo “super-cardióide” e "hiper-cardióide" podem captar com muita intensidade o som vindo pela frente, e com baixíssima intensidade o som vindo dos lados, mas podem captar um pouco do som vindo por trás. Eles são mais usados em aplicações ao vivo, onde os monitores estão nas laterais (side).
  • 7. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 7 EXEMPLOS DE MICROFONES POR ANGULO DE CAPTAÇÃO Cápsula Cardióide Cápsula Hiper-cardióde Cápsula Omnidirecional Consulte sempre os manuais de cada microfone. Lá você saberá qual o padrão polar, as características de diretividade, abrangência de freqüência, tipos de aplicações e outras informações importantes. Pergunta: Qual a diferença da captação de áudio de um violão para um teclado? O teclado não é um instrumento que gera energia sonora e sim energia eletroacústica, diretamente para o sistema de som, por se tratar de um aparelho eletrônico. Já o violão, guitarra, contra-baixo e outros instrumentos, possuem internamente um captador (microfone de eletreto), normalmente ativado por baterias de 1,5V ou 9V) e converte essa energia sonora, em energia eletroacústica. MICROFONES SEM FIO Eu sou um grande defensor de que toda a igreja tenha pelo menos 1 microfone de mão profissional, e um microfone sem fio profissional. O microfone sem fio traz uma facilidade de maleabilidade e uma beleza estética fundamental. É ótimo poder dar aos pastores e cantores a liberdade de se movimentarem, ficarem mais próximos do público, de uma forma bem mais intimista, sem qualquer fio obstruindo essa circulação. Uma outra sugestão é fazer o microfone sem fio passear pelos irmãos para que mesmo sentados ou em pé, sem precisar sair do lugar possam participar da lição de Escola Sabatina com seus comentários, ou fazerem seus pedidos de oração, ou até mesmo, algum irmão da platéia conduzir alguma oração, enfim, são várias as possibilidades de interação entre toda a igreja. Porém algumas pessoas se confundem sobre os fatores que de fato tornam o microfone sem fio bom ou não. Podemos entre outros fatores, enumerar duas características fundamentais nos microfones sem fio: a qualidade da captação e a qualidade da transmissão. Quanto a qualidade da captação, valem as mesmas regras citadas anteriormente para a qualidade de timbre, diretividade, enfim, as características da cápsula do microfone. Mas de nada adianta a qualidade sonora do microfone sem que haja a qualidade de transmissão deste sinal sonoro. Para tornar esse entendimento mais fácil, a função vital de um microfone Shure SM-58 sem fio por exemplo, é a de transmitir o mesmo timbre e a mesma fidelidade de áudio de um microfone Shure SM-58 com fio. Isso vale para qualquer microfone que disponha do mesmo modelo na versão com e sem-fio. É aí que está a grande diferença. O microfone sem-fio precisa ser tão confiável quanto o microfone com fio. Imaginem só o Pastor fazendo um culto maravilhoso, e na hora do apelo, o microfone falha e todo mundo da igreja olha para “você”, achando que você é o responsável por quebrar todo o clima do culto. Os microfones sem fio, trabalham com dois componentes: O transmissor e o Receptor. O Transmissor seria o próprio microfone de mão, que envia um sinal de rádio-frequencia para o receptor (base), onde um, não pode funcionar sem o outro. Nessa base se conecta o cabo de microfone (XLR) que será conectado na mesa de som. Esse sistema de transmissão (transmissor + receptor) pode ser classificado de duas maneiras: Sistema de Transmissão VHF e Sistema de Transmissão UHF. SISTEMA VHF (Very High Frequency): As frequencias VHF são mais sujeitas a interferência (pequenos cortes de sinal, acompanhados de um leve chiado, como o som de uma TV fora do ar). Trabalham em uma gama de freqüência muito próxima das emitidas por emissoras de TV e Rádio. Além disso as emissões dos sinais de rádio freqüências não são enviadas com uma velocidade tão alta, o que faz com que pequenas distâncias (5 a 10 metros) ou barreiras de paredes, objetos ou pessoas, cortem por um período maior o envio do áudio deste microfone. São microfones baratos, de pouca qualidade, grandes índices de quebra e quase nenhum suporte para assistência técnica. SISTEMA UHF (Ultra High Frequence): As freqüências UHF trabalham mais distantes das de TV e Rádio. São muito mais “fechadas” e com velocidades de transmissão muito mais rápidas, proporcionando maiores distâncias.
  • 8. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 8 Quando saem do ar, normalmente não trazem ruídos ou chiados. São os mais recomendados, por assegurarem uma melhor qualidade de transmissão. Porém é importante comparar a qualidade do microfone sem fio, com a qualidade do mesmo microfone na versão com fio. Como em microfone não dá pra economizar, seguem duas sugestões de microfones UHF, que além de terem excelente timbre, trabalham com UHF em sistema digital, ou seja, trabalham com múltiplas faixas de freqüência de UHF diferentes. Se alguém estiver usando a mesma freqüência que você, poderá selecionar outro canal em UHF. Alguns microfones UHF já fazem a varredura do perímetro em busca de frequencias disponíveis automaticamente. Exemplos de Microfone sem fio Profissional Shure PGX 24 – SM58 / Beta 58A / Beta 87A Shure SLX 24 – SM58 / Beta 58A / Beta 87A Os 10 mandamentos dos microfones sem fio 1. Não enrolarás nem cortarás a antena do seu transmissor! Já viram aqueles transmissores de bolso (muito usados com microfones headsets, earsets ou lapelas)? Tem gente que corta o fio da antena, outros enrolam com todo cuidado, e ainda prendem com durex, tudo para que não apareça esse fiozinho saindo do bolso do usuário. É inacreditável que alguém em sã consciência faça isso mas infelizmente acontece muitas vezes. A antena tem um tamanho específico por causa do comprimento de onda da frequência do microfone. Ao se alterar o tamanho, a transmissão é prejudicada e problemas de interferência podem surgir. O mesmo vale para as bases, principalmente nos modelos VHF, que precisam ter suas antenas totalmente esticadas, e não pela metade, como é comum, por serem muito mais sensíveis e inferiores ao UHF. 2. Não segurarás teu sem fio de mão cobrindo a antena! Microfones de mão sem fio costumam ter um corpo longo, e a pilha fica lá no final. Em geral, é no compartimento de pilhas que também fica a antena. Não se deve segurar o microfone por esse local, mas sim no meio do corpo. Quando colocamos a mão nesse lugar, é mais uma barreira que o sinal precisa atravessar. Esse tipo de transmissor deve ser seguro pelo meio do seu comprimento. Alguns fabricantes até tentaram evitar esse tipo de problema fazendo transmissores de mão com a antena externa (fora do corpo do microfone - uma pequena ponta que se projeta além do microfone). Sabe o que conseguiram? Que os usuários segurassem o microfone mais para baixo ainda! 3. Usarás sempre pilhas novas, alcalinas, e terás sempre outras de reserva! O estado das pilhas (ou baterias) influencia diretamente na qualidade da transmissão. Quando a bateria está próxima de acabar, o microfone ainda funciona, mas a transmissão cai ou fica variável (distorce). Não economize aqui - use pilhas de boa qualidade e procedência (existe muita falsificação no mercado). Não é proibido usar pilhas recarregáveis, mas é necessário muito mais cuidado. O grande problema é que as pilhas recarregáveis viciam com o tempo, e perdem a sua capacidade de reter energia. Além disso, algumas pilhas recarregáveis, mesmo novas, fornecem menos energia que suas equivalentes não recarregáveis. 4. Não usarás teu sem fio junto a uma estrutura metálica nem junto a amplificadores! Estruturas metálicas funcionam como antenas para sinais de radiofrequência (FM, VHF, UHF, etc). Os sinais são absorvidos por essas estruturas, assim como uma esponja absorve água. O metal funciona como um concorrente para o receptor, "roubando" uma parte do sinal de rádio e diminuindo a quantidade que chega na antena do receptor, compromentendo o desempenho do aparelho. Além disso, não se deve deixar os receptores próximos a amplificadores de potência. As fontes dos amplicadores geram um forte campo magnético que podem produzir interferências diversas na transmissão. 5. Não usarás teu sem fio debaixo de chuva! Explicação óbvia. 6. Tentarás manter sempre visada direta entre o transmissor e o receptor!
  • 9. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 9 Visada direta quer dizer um caminho sem obstáculos, que permita o transmissor "visualizar" a base receptora diretamente. Isso é muito útil, pois obstáculos podem sempre interferir no sinal. Certa vez, um pregador estava com um microfone sem fio que funcionou perfeitamente, até o momento em que o dirigente pediu para a igreja ficar de pé. Quando 300 pessoas fizeram um obstáculo entre o sem fio na mão dele até a base receptora lá atrás, o microfone começou a chiar e dar problema. Às vezes a solução é apenas elevar a base receptora, de forma que ela esteja acima do public, ou deixar o receptor do microfone (base), na frente, proximo ao transmissor (microfone). 7. Não usarás dois transmissores na mesma frequência! Com dois transmissores na mesma frequência, um interferirá no outro. Por isso a importância de microfones UHF digitais, pois eles permitem trocar a freqüência que já está sendo ocupada por outro sistema, por uma freqüência vazia. 8. Tenha sempre um microfone de reserva! Como dizem por aí, quem tem 3, tem dois... Quem tem dois, tem um... Quem tem um, não tem nada... Não se pode trabalhar no limite. Sempre deixe um microfone sem fio ou com fio de reserva (stand by) para um microfone sem fio, de preferência, com as mesmas características e mesma equalização, para que numa falha do microfone sem fio, as pessoas não percebam diferença de um microfone para outro. 9. Nunca deixarás teu sem fio cair! Explicação óbvia. 10. Sempre colocarás a base receptora o mais próximo possível do transmissor! Quanto maior a distância, mais o sinal perde potência. Uma pessoa que mora próximo a uma torre de transmissão de TV tem recepção muito melhor que outra que mora a 10Km de distância, mesmo que para ambas as visadas seja direta. Assim, para garantir a melhor recepção possível, é melhor trabalhar com a base receptora o mais próximo possível do transmissor. Isso vale para qualquer modelo, até aqueles cujo manual indica que o aparelho tem 100 metros de alcance. Chamadas de Mixers ou Consoles, as mesas de som são o cérebro do sistema de áudio. Ela será responsável por receber ao mesmo tempo diversos sinais sonoros diferentes, e cabe ao técnico de áudio, misturar, equalizar, calibrar e tornar audível, agradável e compreensível todas essas diferentes fontes sonoras. Para entendermos o funcionamento de uma mesa de som, podemos dividir esses equipamento em duas partes: os canais de entrada (in) e os canais de master e saídas (out). Vamos primeiramente, ver os principais recursos dos canais de entrada, como mostra a figura seguinte: CONECTORES DE ENTRADA DE ALTO GANHO MIC Cada canal de entrada mono oferece uma escolha de 2 conectores de entradas balanceadas, uma de alto ganho (MIC) para plug XLR e uma de baixo ganho (LINE) para plug stereo P10 (1/4” TRS). AS ENTRADAS DE ALTO GANHO (MIC) são de uso direcionado para microfones e instrumentos musicais de cordas conectados diretamente ao console de audiomixagem. Os instrumentos de cordas, guitarra, violão, etc., captados magneticamente possuem baixo nível de sinal. Já os teclados, percussão eletrônica, computador, Ipod, etc., que são de alto nível de sinal, devem ser conectados na tomada LINE. Existem instrumentos de cordas captados por microfones de contato de eletreto (captadores acústicos) que também possuem baixo nível de sinal. Os instrumentos de cordas que são comumente captados através de microfone de contato de eletreto são o violão e o cavaquinho e devem ser conectados diretamente na tomada MIC. Outra maneira seria conectá-los serialmente através de pedal de efeitos. Desta forma você deverá conectá-los na tomada LINE, pois seus níveis de sinais foram amplificados pelo pedal de efeitos. Existem também estes instrumentos de cordas (violão e cavaquinho, principalmente o violão) com captação acústica (eletreto) ativos e neste caso devem ser conectados na tomada LINE pois pertencem a categoria ativos e têm alto nível de sinal, porque possuem pré-amplificação e bateria de 9V interna. ATENÇÃO: Não confunda nível de sinal de fontes de programa (instrumentos musicais, microfones, CD, MD, etc.) com ganho dos conectores de entrada. Exemplo: um instrumento com alto nível de sinal deve ser conectado em uma tomada de baixo ganho e um instrumento com baixo nível de sinal deve ser conectado em uma tomada de alto ganho.
  • 10. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 10 CONECTORES DE ENTRADA DE BAIXO GANHO (LINE) Conforme você já sabe, aceitam sinais de fontes de programa com alto nível de saída como: teclados, percussão eletrônica, instrumentos de cordas conectados serialmente em pedais de efeitos ou qualquer dispositivo ativo, e estes diretamente conectados ao console de audiomixagem e fontes auxiliares (tape-deck, CD, MD, sintonizador, retorno de aparelho de efeitos, etc.). Existem conforme já foi mencionado, instrumentos de cordas ativos, ou seja, já vêm com circuito de ganho interno (embutido no corpo do instrumento, juntamente com sua bateria de 9V) e possuem alto nível de sinal. Os instrumentos de cordas ativos mais comuns são o contrabaixo e o violão com captação acústica (eletreto). Estes instrumentos de cordas ativos também devem ser conectados nesta entrada LINE. CHAVE PHANTOM POWER / 48V Quando acionada, esta chave liga a alimentação phantom (48V) ao conector MIC do canal correspondente. Atenção: os microfones phantom (a condensador) só funcionarão quando esta chave estiver acionada, e portanto, quando receberem alimentação PHANTOM POWER (48V). Esta chave é necessária para evitar que fontes de sinais que não sejam a condensador (phantom) recebam a alimentação dos 48V do PHANTOM POWER, a qual pode danificá-las. A maioria dos consoles de audiomixagem compactos ou audio mixer padrão rack 19” (nacionais ou importados) não possuem chave Phantom Power individual por canal. Possuem apenas uma única chave para todos os canais denominada GLOBAL SWITCH que liga os 48V em todos os canais simultaneamente. Outras mesas de som possuem essas chaves individuais em todos os canais de entrada para você utilizar quantos microfones phantom forem necessários, sem arriscar o que estiver ligado nos outros canais. 100 Hz. LOW CUT Quando esta chave está acionada, introduz na entrada do canal um filtro passa-altas, que corta as baixas frequências (graves) até 100 Hz em 18 dB por oitava. Este filtro é muito interessante quando o canal está operando com microfone para voz, evitando que o canal reproduza o “PUF”, “PUF” característico de quando o microfone está perto da boca do vocalista ou back vocal, ou mesmo quando o microfone está exposto ao vento ou muito próximo aos alto falantes de graves, limpando a resposta de frequência, produzindo uma voz natural. ATENÇÃO: Cuidado para não acionar esta chave quando no canal correspondente estiverem conectados instrumentos que reproduzam frequências baixas, como contrabaixo, teclado, percussão eletrônica, bumbo, surdo, tons e auxiliares (CD, computador, Ipod, etc.) ou você perderá o “peso” dos graves destes instrumentos e/ou equipamentos, cortando freqüências abaixo de 100 Hz em 18 dB por oitava. EQUALIZADOR DE 3 VIAS (TONAL OU SEMIPARAMÉTRICO) Os controles de equalização provêem cada canal de entrada com controles de tonalidade de agudos (HIGH), médios (MID) para equalizadores tonais, médios (MID) com sweep (varredura) para equalizadores semi-paramétricos, que ajusta o ponto de atuação do controle de médios dentro de uma ampla faixa de frequências (100 Hz a 10 kHz), e graves (LOW). CONTROLES MÁXIMO DE GANHO / ATENUAÇÃO FREQUÊNCIA APROXIMADA High (Agudo) + / - 15db 20Hz a 160Hz Mid (Médio) + / - 15db 160Hz a 5kHz Low (Grave) + / - 15db 5kHz a 20kHz Se os controles HIGH, MID e LOW estiverem todos no retentor central (pequena parada central, perceptível nos dedos do operador nas mesas mais robustas), o sinal não será modificado pelo equalizador do referente canal, conservando suas características de tonalidade, tal como saiu da fonte de programa (instrumentos musicais, MESAS DE SOM Chamadas de Mixers ou Consoles, as mesas de som são o cérebro do sistema de áudio. Ele é quem será o responsável por receber ao mesmo tempo diversos sinais sonoros diferentes, e cabe ao técnico de áudio, misturar, equalizar, calibrar e tornar audível, agradável e compreensível todos essas diferentes fontes sonoras. Para entendermos o funcionamento de uma mesa de som, podemos dividir esses equipamento em duas partes: os canais de entrada (in) e os canais de master e saídas (out). Vamos primeiramente, ver os principais recursos dos canais de entrada, como mostra a figura ao lado: CONECTORES DE ENTRADA DE ALTO GANHO MIC Cada canal de entrada mono oferece uma escolha de 2 conectores de entradas balanceadas, uma de alto ganho (MIC) para plug XLR e uma de baixo ganho (LINE) para plug   stereo   P10   (1/4”   TRS).   AS   ENTRADAS   DE   ALTO   GANHO (MIC) são de uso direcionado para microfones e instrumentos musicais de cordas conectados diretamente ao console de audiomixagem. Os instrumentos de cordas, guitarra, violão, cavaco, etc., captados magneticamente possuem baixo nível de sinal. Se esses instrumentos forem do tipo ativo ou conectados serialmente através de um ou mais pedais de efeitos ou aparelho ativo de processamento destes sinais, convertem-se para alto nível de sinal e, portanto, não devem ser ligados mais nesta tomada, e sim na tomada LINE (baixo ganho). O mesmo acontece com teclados, percussão eletrônica, etc., que são de alto nível e devem ser conectados na tomada LINE. Existem instrumentos de cordas captados por microfones de contato de eletreto (captadores acústicos) que também possuem baixo nível de sinal. Os instrumentos de cordas que mais comumente são captados através de microfone de contato de eletreto são o violão e o cavaquinho e devem ser conectados diretamente na tomada MIC. Outra maneira será conectá-los serialmente através de pedal de efeitos e, desta forma você deverá conectá-los na tomada LINE, pois seus níveis de sinais foram amplificados pelo pedal de efeitos. Existem também estes instrumentos de cordas (violão e cavaquinho, principalmente o violão) com captação acústica (eletreto) ativos e neste caso devem ser
  • 11. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 11 microfones, etc.). Se um dos 3 controles de tonalidade (HIGH, MID ou LOW), for rotacionado para a direita, provocará um reforço de até 15 dB (posição máxima à direita) nas freqüências correspondentes. Caso for rotacionado da posição central para a esquerda, provocará uma atenuação de até 15 dB (posição máxima à esquerda). No caso das médias-frequências (MID), além de se poder atenuar ou reforçar o sinal, é possível também ajustar a frequência que se deseja equalizar, desde 100 Hz (médios-graves) até 10 kHz (médios-altos). Exemplo: caso o controle de frequência, MID FREQ. esteja à esquerda, na horizontal, logo abaixo do ponto marcado 315 Hz, a frequência selecionada será de ± 250 Hz (médios-graves da voz); esta frequência pode ser reforçada ou atenuada através da rotação do controle MID. Este foi apenas um exemplo; você pode fazer a varredura (procura) da frequência que deve ser atenuada ou reforçada dentro da variação permitida (100 Hz a 10 kHz) em cada canal. Você pode perceber que com os controles de MID (MID e MID FREQ.) você ajusta cada canal para todas as fontes de programas possíveis (voz grave, voz aguda, guitarra, contrabaixo, teclado, instrumentos de sopro microfonados, etc). Experimente selecionar uma frequência no MID FREQ. e, depois, a atenue ou reforce através do MID e você terá uma noção de como funciona a varredura (sweep). AUX 1, AUX 2 e AUX 3 (PRÉ-FADER): Controles de nível individuais do sinal do canal de monitor correspondente. Estes três canais auxiliares são pré-fader. AUX 4 (POST-FADER): Controle de nível individual para o aparelho de efeitos (reverb, multi-efeitos, etc.). Esse canal de auxiliar é post-fader. Pergunta: Fiquei meio confuso. Como usar de maneira correta o sistema de auxiliares em pré-fader e post-fader? Pré-Fader: Controle de volume para Monitor que não passa pelo fader (independente). Ou seja, você pode alterar o que quiser nos faders que o volume da mandada não vai mudar. Post-Fader: O volume passa pelo fader (dependente). O volume do fader interfere na mandada. É ideal pra uso de mandadas de efeito, etc. PAN – CONTROLE DE PANORAMA: Determina a posição do campo de som stereo na qual o correspondente canal de entrada mono é ouvido. Se o controle PAN for ajustado na posição do retentor (parada) central, o sinal deste canal será enviado igualmente para ambos os canais de saída Stere o Master (LEFT/RIGHT). CHAVE PFL (PRE-FADER LEVEL – PRÉ-ESCUTA): Quando acionada ouve-se o respectivo canal de entrada através da saída de fone. O nível deste sinal aparece diretamente no VU Meter à direita (Right), localizado na seção Master do console de audiomixagem. Neste caso, o led também permanecerá aceso enquanto esta, ou qualquer outra chave PFL, estiver acionada, portanto é necessário verificar se não há outra chave PFL acionada nos outros canais de entrada para não causar interferência e/ou alterações na medição do nível de sinal de PFL deste canal. Lembramos mais uma vez que o nível indicado no VU Meter mencionado é o nível encontrado depois da equalização e antes do fader (controle de volume) deste canal de entrada, e será o mesmo que irá para a audiomixagem quando este fader estiver na posição marcada 0 dB. Dependendo da posição deste fader, poderá ser aumentado até +10 dB (posição do fader em máximo volume) ou diminuido na proporção da posição na escala do fader abaixo de 0 dB chegando até o volume 0. CHAVE MUTE: Quando acionada ( ) esta chave interrompe o sinal do canal de entrada antes de ser mixado, evitando que canais não usados em determinados instantes interfiram nos demais canais, sem necessidade de zerar o controle de volume. VOLUME: Controle de volume deslizante (fader) individual do canal. Determina o nível do sinal enviado do correspondente canal de entrada para os canais Stereo Master e demais canais de gravações. Caso este canal de entrada não esteja sendo usado, seu volume deve ser ajustado para a posição mínima para prevenir ruído indesejado que possa ser adicionado ao sinal do programa principal. Pergunta: Qual o motivo de algumas mesas terem o volume deslizante (fader) maiores ou menores do que outras? Isso é uma das características que diferenciam as mesas de som, no aspecto de qualidade e preço. As mesas mais baratas e com recursos limitados, possuem botões (knobs) giratórios ou faders muito pequenos, enquanto as mais caras e com mais recursos, possuem até 35mm em média. A diferença básica é que quanto menor for o fader, mais sensível será o controle de volume. Qualquer leve toque pode aumentar ou diminuir bruscamente o volume do canal, de maneira a causar um “susto” no operador, no usuário do sistema e no próprio público. Já com faders maiores e próximos do padrão profissional (35mm) mais controle se terá na intensidade do som, tornando a operação e controles de volume literalmente “na mão do operador”, tornando o processo de aumentar e baixar volume algo gradual, agradável e seguro. Depois de vermos os canais de entrada, vejamos agora, os canais de Master e Saídas (out), conforme mostra a proxima figura:
  • 12. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 12 CANAIS DE SAÍDA POWER ON/OFF: Liga e desliga o console de audiomixagem. VU METER dB: Indicador de nível de saída dos canais Master L/R. LED INDICADOR DE CHAVEAMENTO PARA PFL (PRE- FADER LEVEL): Este recurso existe na maioria das mesas de som. Quando aceso, indica que você acionou uma ou mais chaves PFL (pré- escuta) nos canais de entrada e o VU Meter Bargraph, que está situado logo abaixo deste led indicador de função, que antes media os níveis de saída do canal R do Stereo Master, passará agora a medir os níveis dos sinais de PFL do canal correspondente. Estes sinais poderão ser ouvidos nos fones e/ou no canal de control room dependendo da mesa de som. AUX 1, AUX 2 e AUX 3 MASTER: Controles de volume master dos sinais dos canais de monitores correspondentes, enviados para as respectivas tomadas de saída, AUX 1 SEND, AUX 2 SEND e AUX 3 SEND. AUX 4 RETURN: Controla o nível de volume do retorno do sinal do aparelho de efeitos. É através da ação combinada dos controles individuais de volume de efeitos de cada canal (AUX 4 – POST-FADER) e destes controles de volume de retorno do aparelho de efeitos para o audio mixer que se consegue a reprodução desejada dos efeitos nos canais Stereo Master L e R. EQUALIZADOR STEREO DE 2 VIAS: Os controles de equalização provêem o canal Stereo Master (LEFT/RIGHT) de controles de tonalidade de graves (LOW) e de agudos (HIGH). MASTER VOLUME LEFT – RIGHT: Controle de volume deslizante (com fader de tamanho variável de mesa para mesa, onde quanto maior o fader, mais facilidade para controle dos volumes) master do sinal LEFT/RIGHT, enviado para as respectivas tomadas de saída BALANCED MAIN OUTS LEFT – RIGHT. BALANCED MAIN OUTS LEFT – RIGHT: Conectores de saídas Master L e R balanceadas para plug XLR. Os conectores do aparelho para plug XLR são ligados da seguinte forma: pino 1 é o terra, pino 2 é o (+) e pino 3 é o (-), conforme ilustra a figura abaixo: AUX. 1, 2, 3 – SEND: Saída desbalanceada para plug mono P10 (1/4” TS) dos sinais do canal de Monitor – 1, 2, 3. STEREO AUX. 4 RETURN L e R: Conectores de entrada desbalanceada para dois plugs mono P10 (1/4” TS) dos sinais provenientes das saídas stereo (OUT) do aparelho de efeitos.
  • 13. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 13 REC OUT VOLUME: Controle de volume de saída stereo para gravação direta. Por este controle de volume de gravação estar antes dos controles de volume deslizante do Master L e R, a gravação fica independente dos controles de volume Master do console de audiomixagem, ficando imune a eles. O nível de saída na tomada REC OUT será o mesmo presente na tomada BALANCED MAIN OUTS L e R e diretamente indicado no VU Meter Bargraph do canal Stereo Master. REC OUT L / R: Conectores de saída RCA para gravação. O nível de saída de gravação é ajustado pelo controle REC OUT VOLUME. PHONES: Saída para fone-de-ouvido. Pergunta: Como escolher bem uma mesa de som? Escolha a mesa de som, de acordo com a sua necessidade de canais, sempre considerando pelo menos mais quatro canais a mais para segurança, pois caso um dos seus canais apresentarem defeito, você poderá ligar em algum canal adicional, além de estar precavido caso seja necessário algum canal adicional. Nunca é bom que se trabalhe “no limite”. Dê preferencia a marcas conhecidas e de renome, o que garante a durabilidade do equipamento, e a facilidade de atendimento em caso de acionamento da Assistência Técnica. Frequências e Equalizadores Chegamos a parte mais delicada e vital para um bom desempenho nas suas atividades como operador de áudio: conhecer freqüências e equalizadores. Você nunca será um bom operador se não dominar bem o conhecimento teórico e prático sobre freqüências sonoras. Mais o que são essas freqüências? Freqüência significa o quanto alguma coisa se repete e se essa repetição é maior ou menor. Por exemplo, se alguém perguntar com que freqüência você faz aniversário, a resposta será uma vez ao ano. Se a pergunta é com que freqüência você vai à escola, ou ao serviço, a resposta pode ser cinco vezes (dias) por semana. Nós vimos que o som é produzido por vibrações e que para podermos trabalhar esse som, precisamos transformá-lo em eletricidade, que chamamos de sinal. Essas vibrações e as conseqüentes oscilações do sinal podem ser mais rápidas, ou mais lentas. Quanto mais rápidas, maior será a freqüência e mais agudo o som. Quanto mais lentas, menor será a freqüência, e mais grave o som. Em áudio, e na eletrônica, medimos a freqüência em quantidades de oscilações por segundo. A unidade da freqüência é o Hertz (pronuncia-se rértiz), cujo símbolo é Hz. O múltiplo mais usado em áudio é o kilo (k). 1 kHz é igual a 1000Hz. O ouvido humano, tipicamente, escuta de 20Hz (sons mais graves) até 20KHz (sons mais agudos). A figura seguinte, que será de grande valia para equalização, mostra a tessitura dos instrumentos e das vozes, bem como suas relações com as freqüências. A tessitura indica quais notas o instrumento, ou a voz, é capaz de emitir; ou em outras palavras, quais freqüências cada instrumento, ou voz, produz.
  • 14. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 14   Agora que já conhecemos um pouco sobre freqüências, vamos saber agora como trabalhar com elas de maneira eficaz. Por isso, vamos conhecer agora como funcionam os equalizadores. A função do equalizador é compensar as diferenças tonais causadas pela acústica ambiente, pela resposta deficiente das caixas acústicas ou ainda pela qualidade da fonte de programa. Existem basicamente 4 tipos de equalizadores, e a partir de agora, vamos passar a conhecer os 3 mais usados: EQUALIZADOR TONAL: O equalizador tonal é o mais comum dos equalizadores, presente na maioria das mesas de som. É um controle geral de grave, médio e agudo, que aumenta ou diminui cada grupo de freqüências em + (mais) ou – (menos) 12 dB. EQUALIZADOR SEMI-PARAMÉTRICO: Funciona igualmente ao equalizador tonal, porém, no caso das médias-frequências (MID), além de se poder atenuar ou reforçar o sinal, é possível também ajustar a frequência que se deseja equalizar, desde 100 Hz até 10 kHz. Exemplo: caso o controle de frequência, MID FREQ. esteja à esquerda, na horizontal, logo abaixo do ponto marcado 315 Hz, a frequência selecionada será de ± 250 Hz (médios-graves da voz); esta frequência pode ser reforçada ou atenuada através da rotação do controle MID. Este foi apenas um exemplo; você pode fazer a varredura (procura) da freqüência que deve ser atenuada ou reforçada dentro da variação permitida (100 Hz a 10 kHz) em cada canal. Você pode perceber que com os controles de MID (MID e MID FREQ.) você ajusta cada canal para todas as fontes de programas possíveis (voz grave, voz aguda, guitarra, contrabaixo, teclado, instrumentos de sopro microfonados, etc). Experimente selecionar uma frequência no MID FREQ. e, depois, a atenue ou reforce através do MID e você terá uma noção de como funciona a varredura (sweep). EQUALIZADOR GRÁFICO: Os equalizadores gráficos são aqueles cujo painel dianteiro nos oferece uma série de potenciômetros deslizantes (como os faders de uma mesa, porém muito mais próximos entre si para permitir que sejam agrupados 62 no painel de um aparelho, sendo 31 para cada lado (banda). O termo "gráfico" aparece no nome, pois após efetuar a sua equalização, permitem que você tem uma idéia aproximada de como os filtros do aparelho estão alterando o som que recebem da sua mesa. Portanto o que se deve buscar não é um desenho bonito (nada de desenhar uma cobrinha, faders sorrindo ou chorando), mas a posição dos potenciômetros que propicie o ajuste adequado ao seu som. Apesar de existiram em uma quantidade de bandas também menores, os equalizadores de 31 bandas são os que dentro deste tipo de equalizadores gráficos oferecem os mais precisos recursos de controle sendo portanto os que são empregados profissionalmente.
  • 15. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 15 Se percebermos, em cima de cada fader do equalizador, existe um número, que corresponde a determinada freqüência. Quando vimos os equalizadores tonais, vimos as divisões em termos de freqüência em grave, médio e agudo de maneira crescente. Porém, essas frequêcias possuem o que podemos chamar de sub-frequências ou sub divisões dessas freqüências, como mostra a figura abaixo: Alguns fabricantes oferecem a título de uma flexibilidade (mínima) equalizadores com ainda menos bandas que ficam alojados logo acima dos controles Master de alguns modelos de suas mesas com o propósito de incrementar os seus recursos. O que ocorre, porém, é que embora isto possa até quebrar o galho, na verdade, qualquer tipo de equalização que não oferece o ajuste de largura dos filtros, como oferecem os paramétricos, acabará afetando freqüências vizinhas inocentes que não necessitam ser alteradas e obviamente quanto menor o número de bandas ao seu dispor, maior a largura de cada banda e consequentemente, maior a quantidade de freqüências inocentes afetadas. É mais ou menos como se alguém empregasse um machado para fazer um furo que deveria ser feito com uma broca de 2 mm. Perde se muita qualidade devido às freqüências inocentes que são também cortadas. Vamos entender para que serve um equalizador gráfico. Existe um conceito errôneo de que os equalizadores corrigem a acústica das salas. Um equalizador pode até auxiliar um sistema de som a funcionar APESAR dos defeitos da sala porém nunca será capaz de corrigi-los. Na verdade as principais funções de um equalizador gráfico são: 1. Acertar a resposta das caixas de som Sim, por melhor que seja a procedência, mesmo caixas de bom pedigree chegam às mãos dos seus usuários com arestas que precisam ser podadas. 2. Reduzir os efeitos do mau posicionamento de caixas e microfones impostas pelo ambiente Muitas vezes os sistemas de som são operados em ambientes de forma temporária, como por exemplo em um congresso. Nestas circunstâncias há muito pouco que se possa fazer para escapar da disposição imposta pelos salões. É nestas situações que o equalizador surge auxiliando a abrandar as freqüências cuja energia é somada em pontos do palco devido ao emprego das caixas de som, as vezes dispostas nas laterais, e cujas somas ao serem captadas pelos microfones tornam o sistema mais propenso à microfonia. Aliás, esta função de se resolver freqüências propensas à microfonia deve ser realizada pelo equalizador e não pela equalização dos canais que ficam livres para correções de vozes e instrumentos, destaques para realçar os mesmos dentro do mix (mesa). Diferença entre Frequencia e Timbre Muita gente faz uma grande confusão por conta disso. Já vimos no início deste assunto o conceito de freqüência. E o que seria o timbre. O Timbre é uma indentidade sonora, quase como uma impressão digital do som. Um exemplo muito prático disso, é a sua voz. Sua voz é única, e ninguém consegue copiar de forma idêntica o seu timbre. Você pode tocar vários instrumentos emitindo em cada um a mesma nota, um Dó, por exemplo (C). Todos emitirão a mesma nota Dó, ou a mesma freqüência, porém com timbres diferentes (piano, sax, flauta). É exatamente isso o que faz com que determinados equipamentos de som sejam mais caros que outros, ou seja, pela qualidade do timbre. Quanto mais encorpado e aveludado é o timbre de determinados equipamentos, mais caro ele custará. Esse é o segredo dos profissionais: “sempre buscar o melhor timbre”.
  • 16. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 16 Amplificadores, Impedâncias e Caixas de Som Um dos trabalhos do operador de som é tirar o máximo proveito do seu sistema de sonorização, através de ligações corretas. Em se tratando de alto-falantes (caixas acústicas) e amplificadores, isso é feito levando-se em conta as impedâncias envolvidas no sistema. Iniciaremos com um "pouco" de teoria, imprescindível para o entendimento do assunto, e então daremos seguimento com a aplicação prática do assunto. Impedância A impedância elétrica (ou simplesmente impedância) é a oposição (impedimento, resistência, força contrária) que um circuito (o “caminho” da energia elétrica entre os pólos positivo e negativo) faz à passagem de corrente elétrica. Todo material apresenta impedância, em maior ou menor grau. Materias condutores apresentam uma baixa impedância, ou seja, são facilmente atravessados por corrente elétrica, enquanto materiais isolantes (não condutores) apresentam altas (ou altíssimas) impedâncias, não deixando que a corrente elétrica os atravesse. Ela é medida em Ohms, e seu símbolo é uma simpática ferradura (Ω), símbolo originário do alfabeto grego, indicativo da letra Ômega. O nome é uma homenagem ao físico alemão George Simon Ohm, quem primeiro descreveu estes fenômenos no início do século XIX. Materiais condutores apresentam poucos Ohms de resistência, enquanto materiais isolantes apresentam milhares (k???sendo o K indicativo de mil) ou milhões (M???sendo o M indicativo de milhão) de Ohms de impedância. Todo alto-falante apresenta um valor chamado de “impedância nominal”. Os alto-falantes são construídos em valores padronizados em todo o mundo, nos valores de 2, 4, 8, 16 e 32 Ohms. Os mais comuns são os falantes com uma impedância nominal de 4 Ohms (muito comum para sistemas automotivos) ou 8 Ohms (muito comum para sistemas de PA e Monitor, o que é o nosso caso). Entretanto, apesar da padronização, nada impede que exista um falante com características específicas (feito para usos especiais). Para todos os efeitos, sempre considere a impedância nominal especificada pelo fabricante. Caixas acústicas e Impedância Em uma caixa de som do tipo “full-range”, com dois alto-falantes (um para os graves e outro para os médios/agudos, que funcionam em conjunto, é importante saber que são utilizados elementos filtrantes para o alto- falante de médios e/ou agudos. Esses elementos (um capacitor ou um divisor de frequência passivos, instalados dentro das próprias gabinetes das caixas acústicas) “mascaram” a impedância desses alto -falantes (como se ela não fosse “enxergada” pelo amplificador). Assim, uma caixa de som possui 8 ohms de impedância, mesmo que dentro da Caixa Acústica, existam dois alto falantes de 8 ohms, tudo isso, graças ao capacitores e divisores de frequencia. Prática de Amplificadores e Impedâncias Primeiro, uma coisa que ainda não falamos. A impedância mínima é estabelecida por canal. No projeto do amplificador, cada fabricante estabelece qual será a impedância mínima. No mercado profissional, a esmagadora maioria dos amplificadores suporta 4 Ohms (de pequeno a médio porte) ou 2 Ohms (de médio ou grande porte). Também existem alguns raros modelos que suportam 1 Ohm! Existe uma importância nisso. Considerando que as caixas mais comuns utilizadas em sonorização ao vivo são de 8 Ohms e que o tipo de ligação mais utilizada é a paralela, então temos: Impedância Mínima do Amplificador por lado Quantidade de caixas de 8 ohms por lado 8 ohms 1 Caixa 4 ohms 2 Caixas 2 ohms 4 Caixas 1 ohms 8 Caixas Repare: podemos ter de 2 a até 16 caixas (no total, considerando os 2 canais por amplificador) em nosso sistema de sonorização.
  • 17. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 17 Impedância das caixas abaixo do mínimo especificado no amplificador O que acontece com o amplificador quando ele está conectado a um sistema de caixas cuja impedância é menor que o mínimo indicado pelo fabricante? A princípio, nada! O amplificador continua funcionando, normalmente. Alguns bons amplificadores conseguem até indicar ao operador uma situação de risco, através de algum indicativo luminoso (Overload ou algo parecido) indicando que algo está errado. Mas o amplificador funciona, porém, em baixos volumes. O problema é quando o operador aumenta o volume. Vamos imaginar um amplificador cujas especificações sejam de 500Watts em 4 Ohms. Se colocarmos sobre ele uma carga de 2 Ohms, ele tentará fornecer algo próximo a 800 ou 1.000 Watts. Só que o amplificador não é feito para isso, e esquentará demais. O fusível queimará por causa do excesso de corrente (se acontecer só isso, agradeça a Deus), e pode chegar até mesmo a queimar transistores e outros componentes eletrônicos. Também acontecerão distorções no som. Por operar além dos limites, a distorção harmônica gerada pelos próprios componentes poderá causar danos aos falantes, queimando-os. Claro que existem projetos e projetos, fabricantes e fabricantes. Se o aparelho for corretamente projetado, seu circuito de proteção irá desligá-lo ou limitar a potência de saída, protegendo-o. Caso contrário... Então é melhor não arriscar!!!!!!!!!!! NUNCA use falantes com impedâncias menores que os valores mínimos suportados pelo amplificador. E se seu amplificador constantemente queima fusíveis, verifique se a impedância do sistema está correta. Impedância e Conexões de Amplificador Não citamos, até agora, nada sobre conexões e conectores nos amplificadores. Entretanto, existem alguns tipos de conexões existentes que merecem ser citados. Muitos amplificadores de baixa potência têm conectores de ligação para as caixas acústicas em plugues P10 Mono, como na foto abaixo: Repare que existem 2 conectores P10 em cada canal. Há até mesmo uma indicação de impedância mínima em cada um deles: 8 Ohms. Este amplificador, um Ciclotron DBL, tem impedância mínima de 4 Ohms por canal. Estes dois conectores estão internamente ligados em paralelo. Assim, podemos fazer o seguinte: ligar duas caixas de 8 Ohms por canal ou ligar uma única caixa de 4 Ohms por canal. Seria errado tentarmos ligar 2 caixas de 4 Ohms em cada canal (uma caixa por canal sim, duas por canal não), pois neste caso o amplificador trabalharia com 2 Ohms, o que é inadequado ao projeto do amplificador. Existem amplificadores onde as ligações para caixas acústicas são feitas através de bornes, como mostra a foto ao lado: Cuidado apenas para não inverter as polaridades na hora da ligação, para que você não faça a caixa de som vibrar de forma invertida, o que pode danificar seu equipamento e colar o seu falante a curto prazo. Potência Real do Amplificador / Caixa de Som Toda caixa de som vem com uma especificação de potência, descrita em RMS (Root Mean Square). Os fabricantes de amplificadores geralmente enganam muito consumidores desavisados com nomes de modelos que quase sempre são seguidos por numeros altos, como 3000, 4000, 6000, e por aí vai. NÃO SE ENGANE. Consulte o manual do aparelho. Lá você terá a especificação clara da potência real do amplificador (RMS) e da impedância minima da caixa de som. Via de regra, nunca trabalhe no limite!!!!!!!!
  • 18. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 18 Por exemplo: Se você tem uma caixa de som de 8 ohms, que tem uma potência de 300W RMS, compre um amplificador que em 8 ohms, tenha uma potência de 450W RMS, onde você tem assim uma folga de 150W RMS, trabalhando com tranquilidade. Já as caixas de som ativas, já vem com amplificador integrado, onde a relação de potência já é definida de forma precisa pelo fabricante com uma folga de segurança considerável. Cuidados e Manutenção dos Equipamentos Sempre guarde em um lugar seguro, as Notas Fiscais e Certificados de Garantia dos equipamentos da sua igreja. Muitas pessoas deixam de aproveitar a gratuidade da garantia por perderem esses documentos. Além do mais, em caso de roubo, as Notas serão fundamentais para registro de Boletim de Ocorrência (B.O.), e na eventualidade de recuperação deste material, as notas fiscais agilizarão o processo de devolução. Quanto a manutenção, toda instalação de sonorização requer cuidados para que sua qualidade seja mantida. Muitas vezes é difícil implantar uma cultura de manutenção preventiva, mas ela é sempre mais rápida, menos trabalhosa e mais barata que a manutenção corretiva, aquela quando o equipamento pifa. Um cuidado básico para a conservação do equipamento é simplesmente cobri-lo. Ter uma flanela sempre a mão também é recomendável. De tempos em tempos, “desde que curtos”, deve ser feita uma manutenção preventiva básica, onde, além da flanela, entrem em cena alguns panos umedecidos com detergente neutro (umedecido e não molhado), para a limpeza dos equipamentos. Aproveite para desconectar todos os cabos, e limpá-los. Pode-se passar silicone neles. Limpe as espumas que protegem as ventoinhas dos amplificadores. Inspecione os cabos e conectores e refaça, ou substitua, os que não estiverem bons. Enfim, limpeza, verificação e pequenos consertos. A cada semestre, peça a ajuda de um técnico ou operador bem experiente para uma manutenção mais aprofundada. Essa manutenção deve incluir a limpeza interna dos equipamentos, caixas e cabeamento, inclusive as medusas, nos casos das igrejas que possuam multi-cabo; aproveite para fazer uma limpeza externa mais cuidadosa também. Deve-se checar o perfeito funcionamento de cada equipamento. Verifique também a instalação elétrica, a impedância das caixas acústicas e a fixação das mesmas. Após terminar a manutenção e religar o equipamento, aproveite para verificar novamente a regulagem. Treinando a Audição Para ser um bom operador de som é preciso ter uma boa audição, mas sobretudo uma audição bem treinada. Podemos treinar nossa audição seguindo algumas dicas simples, ensinadas muitas vezes em escolas de música. Nosso objetivo é conseguir identificar e separar cada voz e instrumento em meio a vários outros. Além disso precisamos conhecer cada estilo musical e suas características sonoras. Vamos adquirir também um pouco de senso crítico e começar a moldar nosso próprio estilo de operação de som. Comece colocando duas ou três fontes de som ligadas ao mesmo tempo. Podem ser três rádios em estações diferentes. Deixe um deles num volume um pouco maior que os outros. Concentre-se no som produzido por ele de maneira a entendê-lo, isolando o som em sua mente, sem se preocupar com os outros rádios, como se estivessem desligados. Quando conseguir fazer isso, coloque os rádios todos no mesmo volume e comece a tentar isolar o som de cada um. É difícil no começo, mas não é nada impossível. Praticado o exercício anterior, vamos passar ao CD de boa qualidade que você tenha acesso. Associe o som dos instrumentos com seus nomes, mesmo que você tenha que pesquisar para descobrir. É importante que um operador de áudio conheça os instrumentos musicais, seus nomes e seus timbres. O estudo dos instrumentos musicais recebe o nome de organologia. Comece com músicas que tenham poucas vozes e instrumentos e vá aumentando a dificuldade de seu treinamento, até chegar a orquestras e grandes bandas. Comece a criticar o que está ouvindo, o que você “mixaria” diferente? O que não ficou legal? O que ficou muito bom? Será que podemos encontrar algum erro de mixagem? Essas críticas lhe ajudarão a determinar seu estilo de mixagem. Não há um único jeito de mixar. Cada operador tem seu jeito e deixa a mixagem com sua cara. Tenha personalidade. O que é necessário é que sua mixagem seja correta e coerente com o estilo musical e o público, que as vozes tenham clareza e que a audição não seja prejudicada por falta ou excesso de volume. Continue exercitando sua audição e não pare jamais, a não ser que queira parar com áudio.
  • 19. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 19 Construir ou Reformar a Igreja? O que isso pode afetar na qualidade do som? As aparências das nossas igrejas são um aspecto muito importante, pois todo mundo gosta de estar em um ambiente agradável, limpo, organizado, que seja convidativo para outras pessoas, visitantes, que seja usado como referência por outras igrejas, enfim, um cartão de visitas. Porém, no processo de construção ou reforma de alguns templos, a grande maioria comete o erro de executar o projeto por conta própria, sem solicitar a orientação de um arquiteto ou engenheiro. Essa orientação é muito importante, pois o projeto arquitetônico da igreja, bem como os materiais usados na contrução, acabamento e até móveis (bancos, cortinas, etc.), influem diretamente na acústica do ambiente. Até arquitetos e engenheiros, na fase de planejamento, recorrem a consultoria de especialistas em audio para que não haja erros nesta etapa, até porque problemas de acústica, não se resolvem com soluções de som e sim de acústica, ou seja, no papel, muitas igrejas já tem problemas sérios de som, antes mesmo da compra de qualquer equipamento de audio. Portanto é importante que você como responsável pelo som da sua igreja, saiba que alguns materiais tem maior facilidade ou não para controlar ou diminuir a reverberação (reverb, popularmente conhecido como eco, que é um som similar ao produzido quando se fala em um corredor ou num ginásio) do templo, bem como um padrão acústico mais apropriado. A seguir uma lista dos matérias que podem diminuir (bom) ou aumentar (ruim) a “reverberação” da sua igreja, por ordem de maior absorção acústica: Materiais para Piso Bom é Ruim ê Carpete 5mm Mármore Taco Granito Madeira Granilite Polido Cerâmico Em resumo, quanto mais lisa a superfície, pior a possibilidade de absorção do som por parte desse material, o que faz com que aconteça a reflexão e reverberação do audio. Instalações Elétricas Esse é um assunto que precisa ser visto com muito cuidado. Normalmente nas igrejas, todo o sistema elétrico é ligado em uma única fase. Quando se liga os ventiladores da igreja, ar-condicionado ou qualquer outro equipamento ligado na rede elétrica, sempre se escuta no sistema de som algum ruído ou chiado, isso porque toda a rede está unificada em uma única fase. Se a sua igreja tem condições de contratar junto a empresa local de energia elétrica um sistema bifásico ou trifásico, contrate um eletricista profissional e peça que ele individualize uma única fase, completamente separada e isolada, para uso exclusivo do sistema de som da igreja. Isso evita grandes transtornos, e sobrecarga no sistema. Além disso, peça que ele realize um aterramento extremamente bem feito e rigoroso, evitando assim hummers ou ruídos indesejáveis no sistema de som. Esse procedimento evitará pequenos choques que às vezes acontecem em equipamentos e microfones com fio. Não se esqueça de colocar todas as tomadas na sua igreja no padrão tripolar, e NUNCA retire o pino terra dos plugs de energia dos seus equipamentos, pois é ele quem conduz o “terra” (condução de ruídos) para o sistema de aterramento, porém, esse pino só terá alguma utilidade, se de fato, o sistema de energia da igreja estiver de fato aterrado. A figura abaixo, mostra o padrão de polarização das tomadas brasileiras. Materiais para Teto Bom é Ruim ê Espuma Acústica Ignifugada (anti-chama) Zinco Revestimento em Madeira Amianto Gesso Materiais para Parede Bom é Revestimento madeira 5mm Tijolo sem verniz Reboco Liso Pintado Tijolo Envernizado Concreto Liso Vidro Blindex
  • 20. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 20 Qualidades necessárias ao operador de áudio Para ser um bom técnico em áudio, é evidente que é necessário ter domínio sobre os equipamentos utilizados e sobre teoria de áudio. Quanto mais o operador souber disso, melhor ele será. Entretanto, há algumas qualidades inerentes à pessoa do operador que também são necessárias para que tudo funcione bem. Algo como responsabilidade, dedicação, compromisso, pontualidade, zelo, planejamento, organização, estudo e atenção. Vamos estudá-los item por item. Responsabilidade “Esta, pois, será a responsabilidade do seu cargo, segundo todo o seu ministério, na tenda da congregação: As tábuas do tabernáculo, e os seus varais, e as suas colunas, e as suas bases." Números 4:31 O Senhor deu orientação a Moisés para repartir, entre as famílias dos levitas, os vários trabalhos que envolviam o Tabernáculo. A família dos filhos de Merari ficou incumbida do cuidado com as tábuas, varais, colunas e bases. A partir desse momento, tudo o que envolvia esses materiais, o cuidado, o transporte e conservação, tudo ficou na responsabilidade deles. Uma falha no seu trabalho significaria um problema na montagem do Tabernáculo, que dependia dos varais, colunas e bases para a sua montagem. O operador de som de uma igreja também recebe um chamado do Senhor para esse trabalho. E o trabalho do técnico de áudio é exatamente montar a base da igreja, onde se apoiará todo o louvor e a pregação da Palavra. Como ter um culto sem toda a estrutura de sonorização pronta previamente? Essa é a primeira qualidade exigida de um operador de som: saber a sua própria importância, e por causa disso cuidar o melhor possível daquilo que lhe foi confiado como sua responsabilidade! Dedicação “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.” Romanos 12:6-8 Esse ensinamento do apóstolo Paulo quer dizer, em resumo, que se alguém for fazer algo na igreja, que o faça bem feito. E é exatamente isso que precisamos fazer quando estamos no som. O nosso melhor possível. Dedicar-nos a essa tarefa, esforçar-nos em fazê-la bem. Dedicar-nos ao som é termos compromisso com a Obra, sermos pontuais, zelosos, organizados e também dedicação em querer aprender, estudar sobre o assunto, querer cada dia nos aperfeiçoar para fazer nosso trabalho melhor ainda. Compromisso / Comprometimento “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” 1 Coríntios 9:16 Quando o apóstolo Paulo escreveu o texto acima para a Igreja em Corinto, ele quis dizer que um dia ele recebeu um chamado do Senhor para o trabalho de evangelização. E a partir do momento em que ele aceitou essa incumbência, ele firmou um compromisso (“me é imposta essa obrigação) com o Senhor.
  • 21. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 21 Quando somos chamados para a tarefa de sonorização nas igrejas, estamos assumindo um compromisso com o Senhor. Guarde bem isso: nosso compromisso é com o Senhor, não com homens. Uma pessoa comprometida com o seu trabalho é uma pessoa confiável. É uma pessoa que não vai ficar à toa em frente da televisão enquanto há uma igreja precisando de alguém para operar os equipamentos. É uma pessoa que, se estiver doente ou com provas na escola ou faculdade, ainda assim vai estar preocupada com a sonorização do culto. Claro que nós temos as nossas atividades materiais, aulas, viagens, etc. Mas ser comprometido com o trabalho do som não é deixar de fazer as coisas para cuidar do som, mas é ter preocupação com o trabalho. Por exemplo, quantas vezes não surgiu uma emergência qualquer que nos impediu de ir ao culto logo no dia da nossa escala. Uma pessoa comprometida com o trabalho com certeza irá procurar alguém que o substitua, alguém para ficar no seu lugar. E só descansará quando tiver certeza que outro poderá assumir o compromisso. Mas uma pessoa sem comprometimento com a Obra de Deus não avisará nada, nem se importará se haverá ou não alguém para cuidar dos equipamentos. Muitas vezes ouvimos a frase: “Ah, pode deixar. Outro que for cuida”. Esse pensamento é totalmente errado. O serviço de som é especializado, ou seja, não é qualquer membro da igreja que irá fazê-lo. Da mesma forma que só toca teclado quem sabe tocar teclado, só cuida de som quem foi treinado para isso. Dica: Nas igrejas em que há equipe de som (várias pessoas), monte uma escala, com os dias de responsabilidade, as pessoas e os telefones para contato. Essa escala deve estar afixada no quadro de avisos da igreja, e cada componente da equipe deve ter sua cópia e andar com ela dentro da carteira. Quando surgir uma emergência e alguém precisar faltar, essa pessoa deverá providenciar outro membro da equipe para ficar no seu lugar. Pontualidade É simples: o operador de som é o primeiro a chegar e o último a sair da igreja. Primeiro a chegar, porque o operador tem a função de montar os equipamentos, testá-los e deixar tudo funcionando antes dos músicos e dos cantores. Montar antes dos cantores e músicos tem várias vantagens: 1. Você terá um espaço livre maior para trabalhar. Com muita gente, você terá que ficar pedindo “licença” às pessoas o tempo todo. 2. Quando os músicos e cantores chegarem, cada um ficará pedindo alguma coisa para você. Um cabo, uma extensão, pedestal, microfone. Se você não tiver montado suas coisas ainda, você ficará “perdido” entre tantas responsabilidades. 3. É melhor que você, uma pessoa (o operador) fique esperando do que dezenas de pessoas (músicos e cantores) fiquem esperando por uma única pessoa. O horário de chegar é muito importante, mas varia caso a caso. Se a sua igreja deixa os equipamentos fixos no lugar (tem alarme, vigilância, etc.), então é necessário somente chegar alguns momentos antes, para ligar tudo e verificar o funcionamento dos microfones, etc. Mas se na sua igreja os equipamentos ficam guardados em uma sala mais protegida, então é preciso chegar bem mais cedo, pois será necessário o transporte do material até o lugar de uso. Isso leva tempo. Se é um evento envolvendo centenas ou milhares de pessoas, chegar muito antes é essencial (às vezes dias antes), para que tudo possa ser testado. Não se incomode de montar com várias horas de antecedência. Quando tudo acabar, você terá tempo para descansar, tomar um banho e lanchar. Último a sair, porque guardar todo o equipamento de som demora, e demora muito. E deve ser feito com paciência, conferindo-se tudo. Zelo e Organização Quanto custa o material pelo qual você é responsável? Quanto vale um microfone, um cabo? Um pedestal? Quanto custa os materiais usados em um evento para milhares de pessoas? Um sistema de som pode chegar à casa das dezenas de milhares de reais, tudo comprado com dinheiro santo, empregado na causa de Deus.
  • 22. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 22 Da mesma forma que ninguém gosta de desperdício de dinheiro público, dos nossos impostos, ninguém gosta de ver equipamentos de som – comprados com o dízimo – largados, mal cuidados, abandonados. Se o operador é o responsável pelo som, quer dizer que também é responsável pelos equipamentos que lhe são confiados para a tarefa. Além disso, cada operador deve manter um inventário de todos os equipamentos disponíveis. Uma lista de todo o material disponível, contendo marca e modelo e as quantidades. Esse inventário deve estar afixado no local onde os equipamentos são guardados na igreja. Essa lista (o inventário) tem que ser regularmente conferido. Dica: Todos os equipamentos, cabos, microfones, etc, devem estar etiquetados com o nome da igreja. Isso evita um monte de problemas. Quantas vezes tivemos oportunidade de verificar material de sonorização esquecido por grupos que passaram pela nossa igreja. Nos casos onde o material estava identificado (etiquetado), foram devolvidos. Mas muita coisa ficou esquecida, sem que os donos nunca sequer entrassem em contato procurando. Outra dica importante é sempre guardar todas as notas fiscais de todos os equipamentos da igreja. Via de regra, todos os equipamentos de som e outros eletro-eletrônicos tem 1 (um) ano de garantia. Na ocasião de qualquer defeito, algumas pessoas abrem os equipamentos tentando consertar o problema por conta própria, o que pode ocasionar um problema mais grave, e até mesmo, a perca da garantia, pois a mesma não cobre “violação” do equipamento. Nunca tente consertar equipamentos de áudio por conta própria. Procure sempre um especialista. Planejamento Fazer um evento especial, seja um casamento ou um culto especial, exige uma boa dose de planejamento. Quanto maior o evento, maior o planejamento deverá ser. Para um casamento, ou vigília, ou santa-ceia, uma noite de louvor, um culto de sábado ou outro culto especial dentro do seu próprio templo, você deve planejar algumas coisas. Você deve perguntar aos músicos e cantores sobre a necessidade de microfones, talvez tenha que pedir equipamento emprestado de alguma outra igreja ou grupo musical. Tudo isso é planejamento, e provavelmente você já o faz, e sabe que é necessário fazer. Quando falamos em um grande evento, para centenas, milhares de pessoas, então teremos muito o que planejar. Algumas perguntas terão que ser feitas: - qual o local do evento? - qual data, horário e duração do evento? - qual o público estimado? - quantas e quais as pessoas da equipe de som? - qual o equipamento que deverá ser providenciado? - quantos músicos e cantores estarão envolvidos? - quem fará o transporte dos equipamentos? - quem cuidará da parte elétrica? - alguma necessidade especial a ser atendida? - haverá segurança no local? São tantos os detalhes envolvidos em um grande evento que não dá para deixar o planejamento de lado. Um bom operador de som antecipa os problemas, e não os deixa acontecer. Estudo Entenda estudo como a necessidade contínua de aprimoramento. Não é porque uma pessoa é um excelente médico que ele não vai querer se aprimorar, estudar, conhecer novas técnicas. Na verdade, é por querer sempre se aprimorar que será um excelente médico. O operador precisa estar sempre estudando. Novos equipamentos são lançados, novas marcas e produtos. Áudio, está diretamente ligado a física, matemática, etc. É tecnologia pura, e a tecnologia não pára no tempo. Uma coisa que fazemos sempre é visitar lojas de equipamentos de som, de instrumentos musicais, eletrônicas. É nas lojas que você tem a chance de ver os lançamentos, de mexer, de experimentar, de comparar. Vá sem pressa, pergunte o máximo que puder, aproveite o que for possível. Peça catálogos dos equipamentos, mesmo que antigos, para você poder conhecer outros, comparar as especificações técnicas, leia os manuais dos seus equipamentos por mais experiente que você seja, etc. Quem sabe um dia você não cuidará de som em algum lugar e encontrará um desses equipamentos? Com argumentos técnicos,
  • 23. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 23 e coerência, você ganhará a confiança do Pastor e dos líderes da igreja para aprovação de compras e/ou manutenção para o sistema da sua igreja. Atenção Em Num 24:16 temos “Fala aquele que ouviu os ditos de Deus, e o que sabe a ciência do Altíssimo, o que viu a visão do Todo-Poderoso, caindo em êxtase, de olhos abertos” Esse trecho nos relata a história de um servo de Deus, que andava em comunhão com o Senhor, mas de olhos abertos. Significa para nós alguém que está em comunhão, mas que está também vigilante. O operador precisa ser assim. Atento a tudo o que acontece, mas em comunhão com o Senhor. Deve estar de olho no pregador, sempre, como também atento aos instrumentistas e cantores. Exemplos: um pastor que suava demais, e toda vez que levava o lenço à testa, para enxugar o suor, dava microfonia. O operador tinha que ter atenção total, pois ao surgir o lenço na mão, tinha que ser rápido em abaixar o volume do canal. Em um casamento, a instrumentista puxou a ligação de energia elétrica de todos os equipamentos para fora da tomada da parede. O seu sapato se enrolou no fio e ela puxou o fio fora. O operador estava prestando atenção em tudo, então resolveu o problema em poucos segundos. Mas poderia ter sido muito pior. A pessoa se sentava em um banco ou cadeira, e o cabo por baixo. Se o operador não prestar atenção, o peso da pessoa arrebentaria o cabo. E arrebenta mesmo, seja a pessoa gorda ou magra. Acabamos virando uma pessoa detalhista, observadora. Mas a pena é quando encontramos um operador de som que se encaixa perfeitamente no versículo seguinte: “Tu vês muitas coisas, mas não as guardas; ainda que tenha os ouvidos abertos, nada ouve”. Isaías 42:20 Organização Não pense que na igreja, as pessoas irão prestar atenção em você. Nós precisamos diminuir para que o Senhor cresça. Nossa missão é proporcionar um ambiente propício para a reflexão, meditação e adoração. É bastante comum as pessoas chegarem na igreja e encontrarem as pessoas que cuidam do som ainda armando o equipamento, falando aquela famosa frase ...”alô som”..., testado cabos e de vez em quando deixando sair no sistema de som algum ruído ou estalo, enquanto as pessoas tentam ler a bíblia ou simplesmente ficar aguardando o início da programação. Isso pode parecer comum para o operador, mas estressa os membros da igreja, quebra o clima. Faça isso, antes que as pessoas cheguem para adorar. Outro detalhe: selecione bem as músicas que as pessoas vão ouvir enquanto chegam a igreja. Não ouça músicas pra você, e sim músicas que agradam a maioria, que sejam calmas, que falem do amor de Deus e propiciem reflexão. E por favor, ao tocar uma música, deixe ela tocar até o fim, afinal você não está ouvindo só pra você, pois você não deve ser o centro das atenções. Essas características são necessárias, e devem ser buscadas diligentemente. Um operador de som que as reúna com certeza será excelente no seu trabalho para o Senhor. E o Senhor o retribuirá, com certeza, abençoando a sua vida. Afinal, para Deus, o melhor... literalmente E lembre-se: Você não precisa ser um profissional para agir com profissionalismo.
  • 24. PROFISSIONALIZANDO A SONOPLASTIA NA IGREJA 24 Fontes internet: www.audionasigrejas.org / www.audiolist.org / www.cassioborges.hpg.com.br / www.musitec.com.br Fontes Livros Som Ao Vivo – Conceitos e aplicações básicas em Sonorização Editora: H. Sheldon, 2001 Autor: Renato Muchon Machado Outros Instituto Santana de Áudio e Acústica Apostila Áudio Básico – Volume 1 Revisão e Informações Adicionais Miquéas Almeida Contato: Twitter / Facebook: miqueasalmeida e-mail: miqueas.almeida@adventistas.org.br