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“A trajectória dos Arquivos percorre a história
desde o aparecimento da escrita, revelando-se
como um instrumento indispensável à organização
e desenvolvimento das sociedades, e garantindo a
sobrevivência da memória.”
A Evolução do Arquivo
Escola Superior de Educação de Santarém
Disciplina: Biblioteconomia, Arquivo e Documentação
Docente: Dina Rocha Araújo
Discentes: Dora Gonçalves
Vera de Melo
Manuela Castro
ROSA, André Filipe Correia (2010)
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 1 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
Índice
1. Introdução........................................................................................................................2
2. Enquadramento teórico....................................................................................................4
2.1. Evolução histórica do Arquivo................................................................................4
2.2. Arquivos das Civilizações Pré-Clássicas ...............................................................5
2.3. Arquivos Greco-Romanos.......................................................................................4
2.4. Arquivos Medievais.................................................................................................4
2.5. Arquivos da Idade Moderna ..................................................................................4
2.6. Arquivos na Época Contemporânea ......................................................................4
2.7. O Conceito Web 2.0................................................................................................4
2.8. O Arquivo Digital.....................................................................................................4
3. Metodologia......................................................................................................................6
3.1. Exposição Virtual.....................................................................................................7
3.2. Site...........................................................................................................................7
3.3. Redes Sociais .......................................................................................................10
4. Conclusão ......................................................................................................................12
5. Reflexão..........................................................................................................................13
6. Bibliografia .....................................................................................................................14
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 2 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
No âmbito da disciplina de Biblioteconomia, Arquivo e Documentação surge o projecto
intitulado “ A Evolução dos Arquivos” que se integra num trabalho de Arquivo Multimédia
desenvolvido na Web 2.0, e visa a difusão e partilha de conteúdos relacionados.
A ideia de Arquivo até a alguns anos atrás baseava-
se no Arquivo físico que apenas existia para
guardar papéis com valor histórico, depositados em
edifícios de culto e com história.
No entanto, cedo foi perceptível que esta
concepção estava desactualizada e completamente
longe de uma nova realidade, onde a expansão das
tecnologias digitais conduziu inevitavelmente a um
aumento da produção de informação digital.
O tempo e a experiência foram dando uma nova
visão dos Arquivos e das soluções que são cada
vez maiores, e que devem ser analisadas na perspectiva da produção documental, do
acesso posterior e das suas funções ao longo do tempo.
A Internet e as Tecnologias da Informação têm vindo a afirmar-se cada vez mais como um
suporte para a partilha de conteúdos multimédia, havendo actualmente grande destaque
para a fotografia e vídeo.
Neste sentido, o projecto insere-se na criação de uma exposição em ambiente virtual –
Second Life, onde será possível a visualização de cartazes que ilustram o longo percurso
dos arquivos desde a idade medieval até à idade contemporânea. Esta exposição, para
além da possibilidade de difusão da informação para uma audiência virtualmente
ilimitada, tem ainda um carácter de imersão, na medida em que permitem aos residentes
envolverem-se, experimentarem e responderem à informação em contexto.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 3 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
A par desta exposição virtual foi criada uma página Web com recurso ao Web Node –
construtor Online de Sites, que permite a partilha e troca de informação multimédia de
conteúdo relacionado com o tema, e o enriquecimento do arquivo de fotografia e vídeo,
por parte dos utilizadores.
Exposição em ambiente virtual – Second Life
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 4 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
Evolução Histórica do Arquivo
Ao longo da História, os arquivos foram
encontrados em diferentes suportes, desde as
placas de argila, do papiro, do papel, entre outros.
Os arquivos surgem desde que a escrita começou
a estar ao serviço da sociedade, na sequência da
tomada de consciência por parte da humanidade
de que era necessário conservar os registos
produzidos para mais tarde poderem ser utilizados.
Terão nascido de forma espontânea no seio das
Antigas Civilizações do Médio Oriente há cerca de seis milénios atrás e constituem desde
sempre a memória das instituições e das pessoas, existindo desde que o Homem fixou
por escrito as suas relações como ser social.
Para se poder analisar a evolução histórica do arquivo, foram estabelecidas etapas
cronológicas, desde o seu nascimento (as suas origens) com as Civilizações Pré-
Clássicas até aos nossos dias em paralelo com o desenvolvimento das sociedades
humanas.
Os Arquivos como fontes primárias de informação desempenham um papel crucial para o
desenvolvimento social, económico e cultural dos Países.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 5 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
Arquivos das Civilizações Pré-Clássicas
Os Arquivos mais antigos que são conhecidos remontam ao 4º milénio A.C., junto das
Civilizações do Vale do Nilo e Mesopotâmia. Foi devido às pesquisas feitas pela
Arqueologia que foram descobertos diversos vestígios dos primeiros Arquivos, em Elba,
Lagash, Maari, Ninive, Ugarit, etc.
Foram encontradas numerosas placas de argila
em Elba, que estavam em salas distintas e
dispostas em estantes de madeira, que
continham grandes volumes de documentos,
missivas governamentais, actos privados,
cartas, sentenças judiciais, entre outros.
De modo a estarem mais próximos das
classes dirigentes estes arquivos
situavam-se, em Templos e Palácios.
A sua organização tinha um grau superior, pois encontraram-se léxicos e catálogos
descritivos. Estes arquivos tiveram uma grande importância, e constituíam já um
complexo sistema de informação, não sendo concebidos como simples depósitos de
placas de argila, mas como complexas estruturas organizativas e funcionais.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 6 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
Arquivos Greco – Romanos
A criação do primeiro arquivo do mundo grego é atribuído a Éfialtes, cerca de 460 A.C., e
os arquivos também se situavam em templos e em dependências do Senado, a Sul da
Ágora como em Atenas.
Da Grécia Antiga destacam-se os arquivos de Gea e Palas Atenen, onde foram
encontrados importantes depósitos de documentos como actas judicias, decretos
governamentais, leis e decretos, inventários, etc.
Em Atenas cada magistratura dispunha do seu Archeion, ou seja o lugar onde se
redigiam e conservavam os documentos expedidos pelo poder governativo. Este conceito
foi conhecido como Archivium no mundo romano.
A partir de 350 A.C. surge o termo Métrôon que era o local onde se guardavam as leis e
os decretos governamentais, as actas do Senado, entre outros, e que funcionava como
Arquivo do Estado de Atenas. É possível que noutras cidades da Grécia existissem
arquivos civis e religiosos.
Estes arquivos dispunham já de um nível de maturidade bastante elevado do ponto de
vista técnico.
Em 509 A.C. é atribuído ao Cônsul Valerius Publicoa, a criação do primeiro arquivo da
Roma antiga, estes arquivos seguem de perto os das cidades gregas, continuando na
Época Republicana a funcionar em templos, nomeadamente em Roma, no Templo de
Saturno, junto ao erário público, onde se guardavam as Tabulae Publicae, e mais tarde
passou a estar situado no Capitólio com uma nova denominação, o Tabularium,
desempenhando a função de Arquivo Central do Estado, com uma importância de um
grande serviço público. Os documentos diplomáticos eram conservados no Templo de
Júpiter e os testamentos no de Vesta.
Durante a época Imperial, os srinia começaram a especializar-se como srinium, uma
memória que estava encarregada de publicar e conservar as ordens do Imperador, por
outro lado a denominada libellis, foi criada para atender o despacho das publicações e
consultas elevadas à Corte.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 7 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
A cognitiones ou a cognitionibus, estava a cargo dos litígios civis e criminais que se
apresentavam ao Imperador.
Existiam ainda os srinia ou rationibus, que tratavam das finanças e da contabilidade
Imperial e finalmente a ab epistalis, onde se redigiam as contestações do Imperador às
consultas formuladas por funcionários e cidadãos.
Cada uma destas “repartições” tinham os seus próprios arquivos independentes,
fisicamente em estantes separadas, onde se aplicava um rigoroso respeito pela
proveniência dos fundos. Um dos grandes feitos dos romanos nesta área é o facto de
terem instaurado uma verdadeira rede de arquivos, assim um pouco por todo o Império
assiste-se ao aparecimento de Tabularius nas cidades provinciais mais importantes, nos
quais se recolhia a legislação, a documentação da administração provincial,
jurisprudência; surgem também os arquivos dos municípios e os arquivos privados, fruto
do desenvolvimento do Direito, e que constituíam um instrumento fundamental para a
garantia da propriedade dos cidadãos.
A organização romana desenvolveu o conceito do Arquivo Público, pois apesar dos
arquivos centrais terem sido criados para uso estatal, abriram as portas à sociedade,
funcionando como garantia de prova para a reclamação de direitos dos cidadãos.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 8 de 27
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Arquivos Medievais
Na idade Média o Arquivo significa o espaço ou serviço onde se preservam registos
antigos, isto é, começa-se a difundir a ideia de Arquivo como espaço ou serviço onde se
recolhem documentos de valor, por constituírem prova ou memória de actos ocorridos no
passado, sob as designações de origem Pré-Clássica, como Tesouro ou Santuário.
Com a queda do Império Romano desaparece a complexa administração que se tinha
desenvolvido até então, desaparece a ideia de saúde pública e bem comum, dando
origem ao aparecimento da ideia de vida privada, que se vai converter no factor
predominante desta época.
Do Estado como República passa-se ao Estado Propriedade de quem detém o poder,
onde a faculdade ou direito de criar arquivos, era apenas para quem detinha a soberania.
Desaparece a noção de Arquivo Público.
Na Idade Média a gestão de documentos está
fundamentalmente nas mãos da Igreja, que é a
detentora do “Saber e da Cultura”, concentrados
em Catedrais e Mosteiros.
Os Arquivos Eclesiásticos têm a função de
guardar e gerir os títulos de propriedade, quer
da Igreja, quer de outras instituições públicas e
particulares. No entanto, os Arquivos nesta
época recuperaram a importância que tinham na
Antiguidade. Com a implementação do Direito
Romano no Século XII entra-se numa nova fase
da história dos arquivos.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 9 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
A partir do século XIII começa-se a introduzir a prática dos registos, que eram os livros
onde se transcreviam os documentos outorgados por uma autoridade, ou entidade,
nomeadamente nas Chancelarias, e outras instituições. Nesta época as unidades
administrativas destas estruturas dividiam-se já em secções orgânicas, com funcionários
especializados (arquivistas) e normas a seguir.
Com o Século XIV surgem por toda a Europa vários
Arquivos Centrais como o Archivo de la Corona de
Aragón em 1318 e o Arquivo da
Torre do Tombo em 1325, entre
outros. Existindo ao mesmo tempo a
descentralização dos arquivos, levando ao aparecimento dos
Cartórios Concelhios, esta é a época das novas tipologias
documentais, como os inventários; o tipo de documentos a conservar
é alargado, como documentos financeiros e historiográficos, entre outros.
Na Idade Média o Arquivo recupera a sua importância.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
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Arquivos da Idade Moderna
Com o século XVI, surge um novo sistema administrativo, o Estado Moderno.
Absolutista e Centralizador por natureza, este irá contribuir para a concentração dos
arquivos, fazendo surgir os primeiros Arquivos de Estado, que resultam de novas
concepções de administração e reformas institucionais. Em Espanha por ordem de Carlos
V, foi criado o Arquivo de Simancas em 1540, considerado o Arquivo Moderno do Estado
Espanhol, é de facto um sinal bastante significativo do novo sistema administrativo. Este
arquivo é considerado como o primeiro exemplo de um Arquivo de Estado. Mais tarde,
assiste-se à criação do Arquivo Secreto do Vaticano em 1611 e o Arquivo das Índias, em
1788, também eles exemplares de Arquivos de Estado.
A noção de Propriedade dos Arquivos é substituída pela de Arquivos Públicos
depositários dos documentos do Estado e cuja conservação é ou pode ser de interesse
público. O arquivo converter-se num elemento fundamental da administração e adquire
uma função predominantemente jurídico-política.
Existe quem defenda que nesta época, se encerra um período da História, devido ao
facto de os Arquivos terem tido um papel de serviço às instituições e governos que os
fizeram nascer. Em suma, foram colaboradores dos Estados, na administração dos
respectivos territórios.
Este período fica conhecido como a época dos Arquivos de Estado.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 11 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
Arquivos na Época Contemporânea
Com a Revolução Francesa, a partir de 1789,
assiste-se a uma verdadeira mudança na História
da Europa, que repercutir-se-á na noção e
funcionalidade dos Arquivos. Com o advento do
Estado de Direito nasce um novo conceito, a
Soberania Nacional. Neste contexto, nascem os
princípios de responsabilidade, de garantia,
eficácia e justiça da actuação da Administração
perante os cidadãos.
Associado a isto, o Arquivo passa a ser considerado como Garantia dos Direitos dos
Cidadãos, e Jurisprudência da actuação do Estado.
Um dos grandes marcos, para a História dos Arquivos, é a fundação de raiz, logo em
1789, dos Archives Nationales de França, e com eles a Lei de 7 Messidor, que sai no Ano
II da Revolução, que proclama que os Arquivos estabelecidos junto da representação
nacional são um depósito central para toda a República. Esta Lei traz um conceito
moderno e liberal de Arquivo, onde o Arquivo Central do Estado deixa de constituir um
privilégio dos órgãos de poder e passa a ser entendido como Arquivo da Nação aberto
ao cidadão comum.
No século XIX, a política de concentração dos Arquivos continua um pouco por toda a
Europa, com excepção da Grã-Bretanha onde o processo vai ser mais moroso. No início
deste século, o Positivismo e perante o seu desenvolvimento, que preconizava a
verificação documental ao serviço da análise histórica, contribuiu para que os arquivos
adquirissem uma posição instrumental relativamente à Paleografia e à Diplomática.
Na segunda metade deste século e agora sob os auspícios do Historicismo os arquivos
transformam-se em verdadeiros laboratórios do saber histórico.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 12 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
Com a Época Contemporânea os arquivos adquirem uma dupla dimensão, por um lado
são garantia dos direitos dos cidadãos, e por outro conservam e gerem a memória do
passado da nação, sendo objecto da investigação histórica.
No século XX assiste-se à consolidação do conceito e função de Arquivo*, como conjunto
de documentos, independentemente do suporte material, da data, da forma, e que são
produzidos ou recebidos por qualquer pessoa, física ou moral, ou por qualquer
organismo privado ou público no exercício da sua actividade, conservados pelos seus
criadores ou sucessores para as suas próprias necessidades ou transmitidos a
instituições de Arquivos.
* Definição dada pelo Conseil International des Archives, com base na análise dos
estudos e pesquisas, da história e evolução do Arquivo.
Uma constante evolução ao longo dos tempos…
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 13 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
O conceito Web 2.0
Ao longo do século XX, a humanidade assistiu à massificação generalizada das
tecnologias digitais que conduziram inevitavelmente a um aumento de produção de
informação digital.
O termo “Web 2.0” apareceu pela primeira vez em 2004 numa conferência – Web 2.0
Conference, 5-7 Outubro de 2004, em São Francisco. Apesar de ainda haver algum
desacordo quanto ao termo, é possível dizer que as comunidades online criadas pelos
utilizadores são fulcrais nesta nova definição da Web.
Assistiu-se a grandes alterações de nível tecnológico, contudo foi a forma como a Web
passou a ser encarada pelos utilizadores que provocou esta mudança radical no conceito
de Web 2.0.
Neste contexto a Web torna-se num “espaço virtual” onde nascem diversas
interactividades e aumentam-se intercomunicabilidades, revelando-se assim as faces da
Web 2.0 tantas quantas as da própria Globalização contribuindo para a democratização
das sociedades. É como se a Web 2.0 reunisse e resumisse o mundo.
“Após a Segunda Guerra Mundial, em período de mudanças abruptas, desconhecia-se que mundo iria ser o que
nascera naquela época. A resposta veio dum canadiano, Professor de Literatura Inglesa Moderna, filósofo,
educador e pensador, Herbert Marshall McLuhan, ao afirmar que os espectadores se converteram em participante
ou que a audiência se transforma em actor”
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 14 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
Face a esta nova visão, a Web 2.0 tira partido da inteligência colectiva, proporcionando
um aprofundamento da democracia, da livre iniciativa e da difusão de ideias, onde a
censura não domina.
O advento dos softwares livres, o aumento de conteúdos e a sua difusão,
disseminaram e liberalizaram o acesso à www de tal forma que nascem
novos conceitos, como por exemplo blogosfera: Blogues e Wikis (onde se
destaca a Wikipédia), Facebook, Twitter entre muitos outros. Por seu lado,
surgiu também um novo conceito associado à linha prática de estar sempre
on-line, nunca se perdendo qualquer tipo de informação: RSS - Reallly
Simple Syndication que, mediante inscrição prévia, garante a notificação
sempre que existam novidades ou modificações nos conteúdos.
Assim, a terminologia da Web 2.0 passou a ser um mecanismo que permite organizar e
sistematizar informações com a utilização de
palavras-chave que são escolhidas de forma
livre pelo utilizador – TAGS.
Surge o movimento Open Access que é o
acesso livre á informação por parte do utilizador.
Este movimento nasce nas instituições científicas
e académicas, e é cada vez mais crescente, tendo como objectivo o disponibilizar e dar a
conhecer obras, artigos, textos, entre outros, de autores desconhecidos com
conhecimento científico válido, uma vez que as editoras apenas disponibilizam obras de
autores com impacto, não permitindo que outras obras cheguem ao público-alvo.
Com o Open Access esta disponibilização torna-se livre para todos os autores, dando a
conhecer o trabalho destes, o que dá origem á produção e troca de informação.
Para que esta partilha de informação funcione e resulte foi necessária a criação de
ferramentas adequadas.
O ser imediato, livre, grátis, permanente, em linha, literatura académica / científica que os
autores disponibilizam são as caracteristicas deste movimento.
Conhecimento gera conhecimento.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
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3º Ano - E.C.M. (p.l)
O arquivo digital
O surgimento de novas tecnologias, bem como a evolução das tecnologias da
informação, tiveram um elevado impacto nos arquivos multimédia, mais precisamente na
sua acessibilidade, ou seja, na forma como os utilizadores acedem a estes através da
utilização de interfaces amigáveis para o utilizador.
Anteriormente já existiam arquivos multimédia, que consistiam basicamente
em bases de dados que armazenavam grandes quantidades de conteúdos
multimédia, possibilitando ao utilizador a pesquisa e consulta de dados
existentes no arquivo.
A novidade que introduz o conceito de Arquivo Web 2.0, baseia-se nas novas aplicações
que para além de apresentações apelativas permitem a interactividade com o utilizador,
facto que privilegia a troca e partilha de conteúdos e saberes. Para o efeito, recorre-se a
editores de vídeo, e metadados que são utilizados em pesquisas na Web, para melhorar
a eficiência e rapidez dos resultados, bem como, a sistemas de gestão de bases de
dados.
Exemplo de Arquivo multimédia:
Um dos exemplos mais evidentes hoje em dia é o YouTube que consiste
num arquivo com um enorme número de vídeos armazenados, que em
2006 já contava com 100 milhões de visionamentos por dia.
Fontes:
Para o enquadramento teórico que este projecto exige, servimo-nos de obras de
referência como a Dissertação de Mestrado da autoria de M. Ana Raquel Araújo
Rodrigues, intitulada: A Admirável nova Web: A Web 2.0 nas Agências de Comunicação
(2009), A Evolução do Arquivo e da Arquivologia na Perspectiva da História (2010), do
autor Saturnino, L. P. T., bem como outras Dissertações consultadas na B-On: Ribeiro,
Fernanda – O acesso à informação em arquivos. 1998, instrumento fundamental para a
compreensão da Evolução dos Arquivos ao longo dos tempos.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
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Há algum tempo que se fazem investigações e estudos sobre as potencialidades dos
arquivos digitais, de forma a permitir o aumento e a partilha de documentos, factor que
contribui para o aumento do nível de conhecimento das comunidades que utilizam estes
arquivos.
Como foi já referido anteriormente, a Internet afirmou-se como um meio de comunicação e
fonte de acesso a informação, possibilitando que alguns arquivos existentes se
interligassem, formando um catálogo de informação distribuída de dimensão global e útil
a um maior número de pessoas interessadas.
Neste contexto, inserem-se os objectivos deste projecto, que passam pela construção de
ferramentas baseadas em tecnologias Web para a partilha de conteúdos multimédia.
Assim, é imprescindível efectuar as pesquisas necessárias para estudar as tecnologias
existentes e entender os benefícios e desvantagens das mesmas, com o fim de fazer uma
escolha adequada de modo a aplicar aos conteúdos existentes neste trabalho, tendo em
conta a usabilidade e acessibilidade.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
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Escolha do Tema
O facto deste tema ser uma imensa fonte de
informação e descoberta, uma vez que nos leva a uma
viagem ao longo dos tempos, desde o início das
sociedades até aos dias de hoje, levou a que a escolha do mesmo fosse unânime entre
os elementos do grupo que efectuaram este trabalho.
A utilização de algumas das muitas ferramentas que a Web 2.0 disponibiliza, também foi
um ponto forte que contribuiu para a nossa escolha, uma vez que nos permite utilizar
alguns dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso de ECM.
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Exposição Virtual
A apresentação do projecto está implementada em ambiente virtual –
Second Life., suporte escolhido para visionamento da Exposição
intitulada “Arquivo - Um Longo Caminho até à Actualidade”. Esta
escolha prende-se com o facto de a ESES possuir uma ilha neste Mundo Virtual –
SLESES, onde está representado o CDI – Biblioteca da Escola Superior de Educação,
local onde se encontra inserida a Exposição.
Sendo uma ilha de carácter educativo, toda e qualquer criação serão direccionadas, para
a elaboração de conteúdos de interesse para a comunidade académica, tornando
possível o intercâmbio de materiais e conteúdos.
De acordo com João Mattar, autor do Livro “O uso do Second Life como ambiente virtual
de aprendizagem”, a interacção síncrona é uma das características de elevado potencial
na área da educação na plataforma SL, ou seja, a comunicação entre utilizadores é
imediata, sendo aplicada a causa-efeito com a utilização do regime presencial, causando
uma sensação de proximidade, gerada pela presença de avatares. “O Second Life
adiciona essa sensação de presença…”
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 19 de 27
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Site
Para a implementação de uma página Web, foi criado
o site “ A evolução dos Arquivos “, utilizando para o
efeito a ferramenta WebNode - construtor online de
Websites. Esta ferramenta permite a partilha de
conteúdos multimédia, podendo os utilizadores
trocarem experiências através de imagens, vídeos,
áudio ou texto. Às imagens e textos que são
visualizados na página poderão os utilizadores ter o
acesso e participação pública de uma outra maneira,
tendo sido criado um arquivo multimédia no Flickr,
permitindo armazenar imagens e vídeos de diversas origens, conseguindo tirar partido
desta ferramenta disponível na Web.
Este site cumpre uma ética de colaboração onde os serviços disponibilizados servem de
intermediário entre conteúdos e utilizadores tirando assim proveito de um interface
amigável e de uma arquitectura de participação, ou seja, a contribuição dos utilizadores
com materiais audiovisuais e de informação de modo a integrarem e aumentarem o
Arquivo.
Através da criação de álbuns referentes à evolução do
Arquivo, à Exposição e fotos dos discentes que compõem
a turma de ECM-PL, pretende-se partilhar, difundir e
aumentar estas colecções, de forma a criar aqui um novo
suporte de conteúdos relacionado com “O Arquivo”,
adaptando-o à nova realidade – Sociedade da
Informação.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
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Redes Sociais
Para a criação dos álbuns acima mencionados
recorremos ao Flickr – site da Web de
hospedagem e partilha de imagens,
caracterizado como Rede Social.
Acedido directamente do site criado no
Webnode, aqui é possível ao utilizador interferir
na organização dos álbuns ou adicionar comentários, notas, tags, e metadados
classificando os conteúdos existentes no Arquivo e facilitando a pesquisa, aumentando
assim o nível de conhecimento das comunidades que utilizam estes arquivos.
A integração de vários aspectos, tais como a catalogação e a pesquisa / link pretende
manter a eficiência necessária para servir o utilizador da melhor maneira.
Para que este projecto esteja presente na maior rede social da actualidade – FaceBook,
críamos um perfil do CDI com o objectivo de ser actualizado com toda a informação do
site “A evolução dos Arquivo”, cativando a atenção dos utilizadores e fazendo com que o
número de registos nesta comunidade seja continuamente maior.
Os serviços de referência são indispensáveis nesta intercomunicabilidade da informação,
direccionada para as necessidades de informação do utilizador, daí que cada vez mais
os arquivos sejam encarados como instituições com a dupla vertente de gerir informação
produzida e disponibilizá-la ao público.
Este trabalho centrou-se no arquivo digital, de documentos electrónicos, tais como
imagens e vídeos, encarado com três vertentes: gerir, difundir e organizar conteúdos
proporcionando um aprofundamento da democracia, da livre iniciativa e da difusão de
ideias.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
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Os Arquivos na sua origem são um fenómeno natural e espontâneo, desde o
aparecimento da escrita. Com a escrita apareceu a ideia de guardar, reunir e organizar
os suportes já existentes na altura, facto que permite dizer que os primeiros arquivos
surgem de modo natural e intuitivamente..
Criaram os Arquivos Centrais e instituíram um arquivo próprio para cada corpo de
magistrados. Foi criado em Roma o Tabularium tendo sido definido um estatuto próprio
para o arquivista, que tinha como funções a conservação, reprodução e validação dos
documentos.
Na Idade Média houve uma diminuição de arquivos devido á redução na prática da
escrita. Os arquivos eram na sua maioria provenientes das classes religiosas, de ordem
eclesiástica, e guardavam documentos relacionados com a Igreja e documentos relativos
à dinastia. Nos finais do séc. XII começam a aparecer arquivos não eclesiásticos, surgem
no inicio do séc. XIV os primeiros Arquivos Estatais.
Em 1325 assiste-se à criação do Arquivo do Estado Português na Torre do Tombo situado
no Castelo de S. Jorge. O Arquivo funcionava como um guardador de memórias.
Com o Iluminismo no séc. XVII e XVIII, os arquivos passam a ser fontes de pesquisa
relacionadas com a história e de nível académico.
Na Época Moderna desenvolvem-se os Arquivos Reais, onde é salvaguardado o carácter
reservado da documentação, uma prática exigida pelos Reis, limitando o acesso aos
documentos. Estes arquivos agrupavam documentos provenientes das Cortes, protocolos
notariais, forais, entre outros. Cabia ao Rei determinar quem poderia ou não aceder à
informação.
Os depósitos aumentaram consideravelmente em extensão e em diversidade, com a
criação de novos serviços na justiça e na economia. Procedeu-se á transladação de
códices de chancelaria, por exemplo: Leitura Nova patrocinada por D. Manuel I e D. João
III.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 22 de 27
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A Revolução Francesa trouxe algumas consequências a nível arquivístico, surge uma
nova etapa, onde se procede à concentração dos Arquivos do Estado. Estes arquivos
eram guardados em depósitos, com o decreto 18 de Brumário e a criação dos Archives
Nationales, onde se encontravam todos os documentos relativos a títulos feudais, registos
administrativos e processos judiciais.
Em Portugal os primeiros Arquivos Distritais foram criados entre 1916 e 1918 em Leiria,
Évora, Bragança e Braga. Em 1927 é decretado a criação de um Arquivo Distrital em
cada distrito a fim facilitar a consulta dos Estudiosos aos núcleos documentais dispersos
nos distritos.
Até aos anos 90 a situação dos Arquivos não foi alterada e em 1990 foram inauguradas
as novas instalações da Torre do Tombo, e foi criado o programa Pram que serve de
apoio à criação dos Arquivos Municipais.
O arquivo conhece novas realidades com a evolução tecnológica, e a sociedade fica
dependente dos suportes digitais.
Um arquivo em papel requer muito espaço, a vantagem mais óbvia para a utilização de
um arquivo digital é ter a mesma informação que ocupa várias estantes num determinado
espaço físico num dispositivo portátil, tendo com isto uma rapidez de acesso ao mesmo
conteúdo (informação).
O arquivo digital é uma mais-valia nos dias de hoje, estando mais acessível a todos,
apenas é necessário que a informação esteja devidamente arquivada. No entanto existem
alguns obstáculos, e o maior obstáculo é a (in)compatibilidade entre os dispositivos
actuais e os anteriormente utilizados. A informação guardada num determinado
dispositivo não garante o acesso a todos, e as probabilidades de o mesmo ser
ultrapassado pela própria evolução ou descontinuidade do produto agravam-se.
Para que não se perca a informação em formato digital, existem várias medidas de
segurança preventiva, que poderão ser feitas diariamente de modo a salvaguardar os
conteúdos, como exemplo, um portátil e um computador de base fixa, se estiverem
sincronizados podem actualizar os seus conteúdos simultaneamente.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 23 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
A informação em formato electrónico alojada em "sistemas de peso" mune-se da
"redundância" desses mesmos sistemas. Assim, a Internet e as bases de dados
possibilitam réplicas, alojadas em diferentes locais virtuais.
Em relação ao papel, está sujeito à destruição", o que se revelaria dramático noutros
campos, porque bastaria um incêndio para surgir as reminiscências penosas do fogo que
consumiu a biblioteca de Alexandria.
Muitos de nós ainda não "adquirimos o treino necessário para conseguir ler longos
documentos, textos, teses, etc.", mas esta nova geração, recorre cada vez mais a
plataformas digitais.
A utilização frequente de e-books que são disponibilizados pelas editoras em formato
electrónico, ou a consulta de documentos devidos aos protocolos estabelecidos com os
estabelecimentos de ensino são prova disso.
No entanto, o uso excessivo de um conhecido motor de pesquisa, ou a utilização de
certos e determinados conteúdos retirados de Wikis por exemplo, tendo como certa a
informação disponibilizada, não deve ser uma prática correcta a adoptar, uma vez que
não existem referências seguras, isto é, informação científica credível.
~
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 24 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
Após as pesquisas por nós efectuadas para a elaboração deste trabalho a opinião é
unânime quanto á evolução do arquivo, pois este está em constante evolução desde o
seu aparecimento.
Estando a Internet cada vez mais acessível ao público em geral, é importante a utilização
das ferramentas disponíveis para o seu desenvolvimento e criação de arquivos em Web
2.0.
Entende-se por arquivo físico o local onde são guardados os documentos formados a
partir de processos de trabalho funcionalmente inter-relacionados, constituindo um
repositório de informações físicas e fonte de evidências de actividades e eventos
ocorridos, a sua consulta por vezes torna-se morosa.
O arquivo digital é a transformação do arquivo físico em arquivo digital melhorando a sua
produtividade, segurança e qualidade.
Actualmente e independentemente da actividade, trabalho, académico, profissional,
estudo, particular, etc., é essencial que a informação esteja disponível para consulta de
uma forma rápida e eficaz. O avanço tecnológico nesta forma de arquivo permite a
partilha e consulta de informação dentro e fora das organizações.
A Implementação de um arquivo digital, numa perspectiva de uma arquitectura aberta e
orientada para serviços tem como objectivo disponibilizar para a organização um
interface universal para o arquivo e consulta de todos os conteúdos documentais, a
adaptação tecnológica para permitir a integração rápida de novas aplicações, definir
políticas sistematizadas de arquivo, incluindo classificação, segurança, retenção e
monitorização, consolidação de informação dos vários sistemas de informação que
tenham capacidade de utilizar um arquivo digital de forma normalizada.
Os benefícios e os riscos que representam para as organizações obrigam a uma
implementação especializada, por isso a sua implementação pode ser evolutiva através
da adição progressiva de novos tipos de documento ou conteúdos, os requisitos de um
sistema de arquivo digital e o modelo de implementação variam em função da
organização e da sua actividade.
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 25 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
A opção por arquitecturas abertas e normalizadas oferece maiores garantias de
preservação e acesso à informação a curto, médio e longo prazo.
A criação de um site por exemplo, não pode ser feita sem um planeamento prévio. A
qualidade de informação que se incluiu neste tipo de projecto terá de ser efectuado com
ponderação, estudando com a devida antecedência o público-alvo. A sua criação tem de
obedecer a alguns requisitos, terá de ter uma finalidade e um fim. Sendo esta uma
ferramenta útil, e de fácil utilização, permite elaborar e alterar as informações que são
relevantes para a comunidade onde é inserido o site, arranjando formas de o utilizador
interagir, como por exemplo efectuar comentários, inserir imagens, consultar a informação
disponível, utilizando RSS feeds para que sempre que se efectue uma actualização de
informação seja informado, interligar os conteúdos em rede, etc..
Após a conclusão deste trabalho podemos dizer que este superou as nossas
expectativas no campo da pesquisa, pois a informação obtida na consulta dos artigos,
textos, sites, blogues foi imensa e em alguns casos inconclusiva ou contraditória o que
nos dificultou o trabalho, levando a efectuar novas pesquisas.
Fizemos uma viagem pelo tempo, não aprendemos apenas a história da evolução do
arquivo, uma vez que esta evolução “acompanhou” todos os acontecimentos ocorridos e
respectivo desenvolvimento das sociedades.
A elaboração deste projecto é sem dúvida uma mais-valia não só profissional como
pessoal, e ousamos dizer que para a turma de ECM-PL também será, uma vez que foi
realizado um arquivo digital onde estão disponíveis imagens e vídeos de todos os
elementos que a compõem, momentos para mais tarde consultar e recordar…
Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES
Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 26 de 27
3º Ano - E.C.M. (p.l)
MARQUES, Amélia - Arquivos nas Ciências da Informação. Origem histórica dos arquivos.
2007. [consult. 13 Dez. 2010]. Disponível em: <
http://ameliamarques.web.simplesnet.pt/origem.htm >
RIBEIRO, Joaquim - Sistemas de Informação: Arquivo. Conceito de arquivo. 2006.
[consult. 22 Dez.2010]. Disponível em:
<http://joaquim_ribeiro.web.simplesnet.pt/Arquivo/index.htm>.
SATURNINO, Luys Paullo Targino. A Evolução do Arquivo e da Arquivologia na perpectiva
da história. 2010. [consult. 02Jan.2011]. Disponível em: http://www.webartigos.com.
MOREIRA, Ana Raquel Araújo Rodrigues - A admirável nova Web : a Web 2.0 nas
agências de comunicação.2009. [consult. 23 Dez.2010] Disponível em:
http://hdl.handle.net/1822/10746.
ROSA, André Filipe Correia - MediaAccess - componentes para acesso a informação
multimédia.2010. [consult. 22 Dez.2010]. Disponível em:
http://run.unl.pt/handle/10362/3663.
SANTOS, Pedro António de Oliveira Duarte - Sistema de gestão de conteúdos e sua
adequação aos processos da arquivistica: estudo de caso - portal MyIGCP.2010.
[consult. 02 Jan.2011]. Disponível em: http://repositorio.ul.pt/handle/10451/2064.
RODRIGUES, Eloy – Os novos tempos de uma velha profissão: perfis e competências dos
bibliotecários na revolução digital. 1998. [consult. 23 Dez.2010]. Disponível em:
http://repusitorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/421
RIBEIRO, Fernanda – O acesso à informação em arquivos. 1998. [consult. 23 Dez.2010]
Disponível em http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/7058

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Biblioteconomia

  • 1. “A trajectória dos Arquivos percorre a história desde o aparecimento da escrita, revelando-se como um instrumento indispensável à organização e desenvolvimento das sociedades, e garantindo a sobrevivência da memória.” A Evolução do Arquivo Escola Superior de Educação de Santarém Disciplina: Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Docente: Dina Rocha Araújo Discentes: Dora Gonçalves Vera de Melo Manuela Castro ROSA, André Filipe Correia (2010)
  • 2. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 1 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Índice 1. Introdução........................................................................................................................2 2. Enquadramento teórico....................................................................................................4 2.1. Evolução histórica do Arquivo................................................................................4 2.2. Arquivos das Civilizações Pré-Clássicas ...............................................................5 2.3. Arquivos Greco-Romanos.......................................................................................4 2.4. Arquivos Medievais.................................................................................................4 2.5. Arquivos da Idade Moderna ..................................................................................4 2.6. Arquivos na Época Contemporânea ......................................................................4 2.7. O Conceito Web 2.0................................................................................................4 2.8. O Arquivo Digital.....................................................................................................4 3. Metodologia......................................................................................................................6 3.1. Exposição Virtual.....................................................................................................7 3.2. Site...........................................................................................................................7 3.3. Redes Sociais .......................................................................................................10 4. Conclusão ......................................................................................................................12 5. Reflexão..........................................................................................................................13 6. Bibliografia .....................................................................................................................14
  • 3. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 2 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) No âmbito da disciplina de Biblioteconomia, Arquivo e Documentação surge o projecto intitulado “ A Evolução dos Arquivos” que se integra num trabalho de Arquivo Multimédia desenvolvido na Web 2.0, e visa a difusão e partilha de conteúdos relacionados. A ideia de Arquivo até a alguns anos atrás baseava- se no Arquivo físico que apenas existia para guardar papéis com valor histórico, depositados em edifícios de culto e com história. No entanto, cedo foi perceptível que esta concepção estava desactualizada e completamente longe de uma nova realidade, onde a expansão das tecnologias digitais conduziu inevitavelmente a um aumento da produção de informação digital. O tempo e a experiência foram dando uma nova visão dos Arquivos e das soluções que são cada vez maiores, e que devem ser analisadas na perspectiva da produção documental, do acesso posterior e das suas funções ao longo do tempo. A Internet e as Tecnologias da Informação têm vindo a afirmar-se cada vez mais como um suporte para a partilha de conteúdos multimédia, havendo actualmente grande destaque para a fotografia e vídeo. Neste sentido, o projecto insere-se na criação de uma exposição em ambiente virtual – Second Life, onde será possível a visualização de cartazes que ilustram o longo percurso dos arquivos desde a idade medieval até à idade contemporânea. Esta exposição, para além da possibilidade de difusão da informação para uma audiência virtualmente ilimitada, tem ainda um carácter de imersão, na medida em que permitem aos residentes envolverem-se, experimentarem e responderem à informação em contexto.
  • 4. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 3 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) A par desta exposição virtual foi criada uma página Web com recurso ao Web Node – construtor Online de Sites, que permite a partilha e troca de informação multimédia de conteúdo relacionado com o tema, e o enriquecimento do arquivo de fotografia e vídeo, por parte dos utilizadores. Exposição em ambiente virtual – Second Life
  • 5. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 4 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Evolução Histórica do Arquivo Ao longo da História, os arquivos foram encontrados em diferentes suportes, desde as placas de argila, do papiro, do papel, entre outros. Os arquivos surgem desde que a escrita começou a estar ao serviço da sociedade, na sequência da tomada de consciência por parte da humanidade de que era necessário conservar os registos produzidos para mais tarde poderem ser utilizados. Terão nascido de forma espontânea no seio das Antigas Civilizações do Médio Oriente há cerca de seis milénios atrás e constituem desde sempre a memória das instituições e das pessoas, existindo desde que o Homem fixou por escrito as suas relações como ser social. Para se poder analisar a evolução histórica do arquivo, foram estabelecidas etapas cronológicas, desde o seu nascimento (as suas origens) com as Civilizações Pré- Clássicas até aos nossos dias em paralelo com o desenvolvimento das sociedades humanas. Os Arquivos como fontes primárias de informação desempenham um papel crucial para o desenvolvimento social, económico e cultural dos Países.
  • 6. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 5 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Arquivos das Civilizações Pré-Clássicas Os Arquivos mais antigos que são conhecidos remontam ao 4º milénio A.C., junto das Civilizações do Vale do Nilo e Mesopotâmia. Foi devido às pesquisas feitas pela Arqueologia que foram descobertos diversos vestígios dos primeiros Arquivos, em Elba, Lagash, Maari, Ninive, Ugarit, etc. Foram encontradas numerosas placas de argila em Elba, que estavam em salas distintas e dispostas em estantes de madeira, que continham grandes volumes de documentos, missivas governamentais, actos privados, cartas, sentenças judiciais, entre outros. De modo a estarem mais próximos das classes dirigentes estes arquivos situavam-se, em Templos e Palácios. A sua organização tinha um grau superior, pois encontraram-se léxicos e catálogos descritivos. Estes arquivos tiveram uma grande importância, e constituíam já um complexo sistema de informação, não sendo concebidos como simples depósitos de placas de argila, mas como complexas estruturas organizativas e funcionais.
  • 7. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 6 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Arquivos Greco – Romanos A criação do primeiro arquivo do mundo grego é atribuído a Éfialtes, cerca de 460 A.C., e os arquivos também se situavam em templos e em dependências do Senado, a Sul da Ágora como em Atenas. Da Grécia Antiga destacam-se os arquivos de Gea e Palas Atenen, onde foram encontrados importantes depósitos de documentos como actas judicias, decretos governamentais, leis e decretos, inventários, etc. Em Atenas cada magistratura dispunha do seu Archeion, ou seja o lugar onde se redigiam e conservavam os documentos expedidos pelo poder governativo. Este conceito foi conhecido como Archivium no mundo romano. A partir de 350 A.C. surge o termo Métrôon que era o local onde se guardavam as leis e os decretos governamentais, as actas do Senado, entre outros, e que funcionava como Arquivo do Estado de Atenas. É possível que noutras cidades da Grécia existissem arquivos civis e religiosos. Estes arquivos dispunham já de um nível de maturidade bastante elevado do ponto de vista técnico. Em 509 A.C. é atribuído ao Cônsul Valerius Publicoa, a criação do primeiro arquivo da Roma antiga, estes arquivos seguem de perto os das cidades gregas, continuando na Época Republicana a funcionar em templos, nomeadamente em Roma, no Templo de Saturno, junto ao erário público, onde se guardavam as Tabulae Publicae, e mais tarde passou a estar situado no Capitólio com uma nova denominação, o Tabularium, desempenhando a função de Arquivo Central do Estado, com uma importância de um grande serviço público. Os documentos diplomáticos eram conservados no Templo de Júpiter e os testamentos no de Vesta. Durante a época Imperial, os srinia começaram a especializar-se como srinium, uma memória que estava encarregada de publicar e conservar as ordens do Imperador, por outro lado a denominada libellis, foi criada para atender o despacho das publicações e consultas elevadas à Corte.
  • 8. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 7 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) A cognitiones ou a cognitionibus, estava a cargo dos litígios civis e criminais que se apresentavam ao Imperador. Existiam ainda os srinia ou rationibus, que tratavam das finanças e da contabilidade Imperial e finalmente a ab epistalis, onde se redigiam as contestações do Imperador às consultas formuladas por funcionários e cidadãos. Cada uma destas “repartições” tinham os seus próprios arquivos independentes, fisicamente em estantes separadas, onde se aplicava um rigoroso respeito pela proveniência dos fundos. Um dos grandes feitos dos romanos nesta área é o facto de terem instaurado uma verdadeira rede de arquivos, assim um pouco por todo o Império assiste-se ao aparecimento de Tabularius nas cidades provinciais mais importantes, nos quais se recolhia a legislação, a documentação da administração provincial, jurisprudência; surgem também os arquivos dos municípios e os arquivos privados, fruto do desenvolvimento do Direito, e que constituíam um instrumento fundamental para a garantia da propriedade dos cidadãos. A organização romana desenvolveu o conceito do Arquivo Público, pois apesar dos arquivos centrais terem sido criados para uso estatal, abriram as portas à sociedade, funcionando como garantia de prova para a reclamação de direitos dos cidadãos.
  • 9. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 8 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Arquivos Medievais Na idade Média o Arquivo significa o espaço ou serviço onde se preservam registos antigos, isto é, começa-se a difundir a ideia de Arquivo como espaço ou serviço onde se recolhem documentos de valor, por constituírem prova ou memória de actos ocorridos no passado, sob as designações de origem Pré-Clássica, como Tesouro ou Santuário. Com a queda do Império Romano desaparece a complexa administração que se tinha desenvolvido até então, desaparece a ideia de saúde pública e bem comum, dando origem ao aparecimento da ideia de vida privada, que se vai converter no factor predominante desta época. Do Estado como República passa-se ao Estado Propriedade de quem detém o poder, onde a faculdade ou direito de criar arquivos, era apenas para quem detinha a soberania. Desaparece a noção de Arquivo Público. Na Idade Média a gestão de documentos está fundamentalmente nas mãos da Igreja, que é a detentora do “Saber e da Cultura”, concentrados em Catedrais e Mosteiros. Os Arquivos Eclesiásticos têm a função de guardar e gerir os títulos de propriedade, quer da Igreja, quer de outras instituições públicas e particulares. No entanto, os Arquivos nesta época recuperaram a importância que tinham na Antiguidade. Com a implementação do Direito Romano no Século XII entra-se numa nova fase da história dos arquivos.
  • 10. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 9 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) A partir do século XIII começa-se a introduzir a prática dos registos, que eram os livros onde se transcreviam os documentos outorgados por uma autoridade, ou entidade, nomeadamente nas Chancelarias, e outras instituições. Nesta época as unidades administrativas destas estruturas dividiam-se já em secções orgânicas, com funcionários especializados (arquivistas) e normas a seguir. Com o Século XIV surgem por toda a Europa vários Arquivos Centrais como o Archivo de la Corona de Aragón em 1318 e o Arquivo da Torre do Tombo em 1325, entre outros. Existindo ao mesmo tempo a descentralização dos arquivos, levando ao aparecimento dos Cartórios Concelhios, esta é a época das novas tipologias documentais, como os inventários; o tipo de documentos a conservar é alargado, como documentos financeiros e historiográficos, entre outros. Na Idade Média o Arquivo recupera a sua importância.
  • 11. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 10 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Arquivos da Idade Moderna Com o século XVI, surge um novo sistema administrativo, o Estado Moderno. Absolutista e Centralizador por natureza, este irá contribuir para a concentração dos arquivos, fazendo surgir os primeiros Arquivos de Estado, que resultam de novas concepções de administração e reformas institucionais. Em Espanha por ordem de Carlos V, foi criado o Arquivo de Simancas em 1540, considerado o Arquivo Moderno do Estado Espanhol, é de facto um sinal bastante significativo do novo sistema administrativo. Este arquivo é considerado como o primeiro exemplo de um Arquivo de Estado. Mais tarde, assiste-se à criação do Arquivo Secreto do Vaticano em 1611 e o Arquivo das Índias, em 1788, também eles exemplares de Arquivos de Estado. A noção de Propriedade dos Arquivos é substituída pela de Arquivos Públicos depositários dos documentos do Estado e cuja conservação é ou pode ser de interesse público. O arquivo converter-se num elemento fundamental da administração e adquire uma função predominantemente jurídico-política. Existe quem defenda que nesta época, se encerra um período da História, devido ao facto de os Arquivos terem tido um papel de serviço às instituições e governos que os fizeram nascer. Em suma, foram colaboradores dos Estados, na administração dos respectivos territórios. Este período fica conhecido como a época dos Arquivos de Estado.
  • 12. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 11 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Arquivos na Época Contemporânea Com a Revolução Francesa, a partir de 1789, assiste-se a uma verdadeira mudança na História da Europa, que repercutir-se-á na noção e funcionalidade dos Arquivos. Com o advento do Estado de Direito nasce um novo conceito, a Soberania Nacional. Neste contexto, nascem os princípios de responsabilidade, de garantia, eficácia e justiça da actuação da Administração perante os cidadãos. Associado a isto, o Arquivo passa a ser considerado como Garantia dos Direitos dos Cidadãos, e Jurisprudência da actuação do Estado. Um dos grandes marcos, para a História dos Arquivos, é a fundação de raiz, logo em 1789, dos Archives Nationales de França, e com eles a Lei de 7 Messidor, que sai no Ano II da Revolução, que proclama que os Arquivos estabelecidos junto da representação nacional são um depósito central para toda a República. Esta Lei traz um conceito moderno e liberal de Arquivo, onde o Arquivo Central do Estado deixa de constituir um privilégio dos órgãos de poder e passa a ser entendido como Arquivo da Nação aberto ao cidadão comum. No século XIX, a política de concentração dos Arquivos continua um pouco por toda a Europa, com excepção da Grã-Bretanha onde o processo vai ser mais moroso. No início deste século, o Positivismo e perante o seu desenvolvimento, que preconizava a verificação documental ao serviço da análise histórica, contribuiu para que os arquivos adquirissem uma posição instrumental relativamente à Paleografia e à Diplomática. Na segunda metade deste século e agora sob os auspícios do Historicismo os arquivos transformam-se em verdadeiros laboratórios do saber histórico.
  • 13. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 12 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Com a Época Contemporânea os arquivos adquirem uma dupla dimensão, por um lado são garantia dos direitos dos cidadãos, e por outro conservam e gerem a memória do passado da nação, sendo objecto da investigação histórica. No século XX assiste-se à consolidação do conceito e função de Arquivo*, como conjunto de documentos, independentemente do suporte material, da data, da forma, e que são produzidos ou recebidos por qualquer pessoa, física ou moral, ou por qualquer organismo privado ou público no exercício da sua actividade, conservados pelos seus criadores ou sucessores para as suas próprias necessidades ou transmitidos a instituições de Arquivos. * Definição dada pelo Conseil International des Archives, com base na análise dos estudos e pesquisas, da história e evolução do Arquivo. Uma constante evolução ao longo dos tempos…
  • 14. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 13 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) O conceito Web 2.0 Ao longo do século XX, a humanidade assistiu à massificação generalizada das tecnologias digitais que conduziram inevitavelmente a um aumento de produção de informação digital. O termo “Web 2.0” apareceu pela primeira vez em 2004 numa conferência – Web 2.0 Conference, 5-7 Outubro de 2004, em São Francisco. Apesar de ainda haver algum desacordo quanto ao termo, é possível dizer que as comunidades online criadas pelos utilizadores são fulcrais nesta nova definição da Web. Assistiu-se a grandes alterações de nível tecnológico, contudo foi a forma como a Web passou a ser encarada pelos utilizadores que provocou esta mudança radical no conceito de Web 2.0. Neste contexto a Web torna-se num “espaço virtual” onde nascem diversas interactividades e aumentam-se intercomunicabilidades, revelando-se assim as faces da Web 2.0 tantas quantas as da própria Globalização contribuindo para a democratização das sociedades. É como se a Web 2.0 reunisse e resumisse o mundo. “Após a Segunda Guerra Mundial, em período de mudanças abruptas, desconhecia-se que mundo iria ser o que nascera naquela época. A resposta veio dum canadiano, Professor de Literatura Inglesa Moderna, filósofo, educador e pensador, Herbert Marshall McLuhan, ao afirmar que os espectadores se converteram em participante ou que a audiência se transforma em actor”
  • 15. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 14 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Face a esta nova visão, a Web 2.0 tira partido da inteligência colectiva, proporcionando um aprofundamento da democracia, da livre iniciativa e da difusão de ideias, onde a censura não domina. O advento dos softwares livres, o aumento de conteúdos e a sua difusão, disseminaram e liberalizaram o acesso à www de tal forma que nascem novos conceitos, como por exemplo blogosfera: Blogues e Wikis (onde se destaca a Wikipédia), Facebook, Twitter entre muitos outros. Por seu lado, surgiu também um novo conceito associado à linha prática de estar sempre on-line, nunca se perdendo qualquer tipo de informação: RSS - Reallly Simple Syndication que, mediante inscrição prévia, garante a notificação sempre que existam novidades ou modificações nos conteúdos. Assim, a terminologia da Web 2.0 passou a ser um mecanismo que permite organizar e sistematizar informações com a utilização de palavras-chave que são escolhidas de forma livre pelo utilizador – TAGS. Surge o movimento Open Access que é o acesso livre á informação por parte do utilizador. Este movimento nasce nas instituições científicas e académicas, e é cada vez mais crescente, tendo como objectivo o disponibilizar e dar a conhecer obras, artigos, textos, entre outros, de autores desconhecidos com conhecimento científico válido, uma vez que as editoras apenas disponibilizam obras de autores com impacto, não permitindo que outras obras cheguem ao público-alvo. Com o Open Access esta disponibilização torna-se livre para todos os autores, dando a conhecer o trabalho destes, o que dá origem á produção e troca de informação. Para que esta partilha de informação funcione e resulte foi necessária a criação de ferramentas adequadas. O ser imediato, livre, grátis, permanente, em linha, literatura académica / científica que os autores disponibilizam são as caracteristicas deste movimento. Conhecimento gera conhecimento.
  • 16. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 15 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) O arquivo digital O surgimento de novas tecnologias, bem como a evolução das tecnologias da informação, tiveram um elevado impacto nos arquivos multimédia, mais precisamente na sua acessibilidade, ou seja, na forma como os utilizadores acedem a estes através da utilização de interfaces amigáveis para o utilizador. Anteriormente já existiam arquivos multimédia, que consistiam basicamente em bases de dados que armazenavam grandes quantidades de conteúdos multimédia, possibilitando ao utilizador a pesquisa e consulta de dados existentes no arquivo. A novidade que introduz o conceito de Arquivo Web 2.0, baseia-se nas novas aplicações que para além de apresentações apelativas permitem a interactividade com o utilizador, facto que privilegia a troca e partilha de conteúdos e saberes. Para o efeito, recorre-se a editores de vídeo, e metadados que são utilizados em pesquisas na Web, para melhorar a eficiência e rapidez dos resultados, bem como, a sistemas de gestão de bases de dados. Exemplo de Arquivo multimédia: Um dos exemplos mais evidentes hoje em dia é o YouTube que consiste num arquivo com um enorme número de vídeos armazenados, que em 2006 já contava com 100 milhões de visionamentos por dia. Fontes: Para o enquadramento teórico que este projecto exige, servimo-nos de obras de referência como a Dissertação de Mestrado da autoria de M. Ana Raquel Araújo Rodrigues, intitulada: A Admirável nova Web: A Web 2.0 nas Agências de Comunicação (2009), A Evolução do Arquivo e da Arquivologia na Perspectiva da História (2010), do autor Saturnino, L. P. T., bem como outras Dissertações consultadas na B-On: Ribeiro, Fernanda – O acesso à informação em arquivos. 1998, instrumento fundamental para a compreensão da Evolução dos Arquivos ao longo dos tempos.
  • 17. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 16 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Há algum tempo que se fazem investigações e estudos sobre as potencialidades dos arquivos digitais, de forma a permitir o aumento e a partilha de documentos, factor que contribui para o aumento do nível de conhecimento das comunidades que utilizam estes arquivos. Como foi já referido anteriormente, a Internet afirmou-se como um meio de comunicação e fonte de acesso a informação, possibilitando que alguns arquivos existentes se interligassem, formando um catálogo de informação distribuída de dimensão global e útil a um maior número de pessoas interessadas. Neste contexto, inserem-se os objectivos deste projecto, que passam pela construção de ferramentas baseadas em tecnologias Web para a partilha de conteúdos multimédia. Assim, é imprescindível efectuar as pesquisas necessárias para estudar as tecnologias existentes e entender os benefícios e desvantagens das mesmas, com o fim de fazer uma escolha adequada de modo a aplicar aos conteúdos existentes neste trabalho, tendo em conta a usabilidade e acessibilidade.
  • 18. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 17 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Escolha do Tema O facto deste tema ser uma imensa fonte de informação e descoberta, uma vez que nos leva a uma viagem ao longo dos tempos, desde o início das sociedades até aos dias de hoje, levou a que a escolha do mesmo fosse unânime entre os elementos do grupo que efectuaram este trabalho. A utilização de algumas das muitas ferramentas que a Web 2.0 disponibiliza, também foi um ponto forte que contribuiu para a nossa escolha, uma vez que nos permite utilizar alguns dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso de ECM.
  • 19. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 18 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Exposição Virtual A apresentação do projecto está implementada em ambiente virtual – Second Life., suporte escolhido para visionamento da Exposição intitulada “Arquivo - Um Longo Caminho até à Actualidade”. Esta escolha prende-se com o facto de a ESES possuir uma ilha neste Mundo Virtual – SLESES, onde está representado o CDI – Biblioteca da Escola Superior de Educação, local onde se encontra inserida a Exposição. Sendo uma ilha de carácter educativo, toda e qualquer criação serão direccionadas, para a elaboração de conteúdos de interesse para a comunidade académica, tornando possível o intercâmbio de materiais e conteúdos. De acordo com João Mattar, autor do Livro “O uso do Second Life como ambiente virtual de aprendizagem”, a interacção síncrona é uma das características de elevado potencial na área da educação na plataforma SL, ou seja, a comunicação entre utilizadores é imediata, sendo aplicada a causa-efeito com a utilização do regime presencial, causando uma sensação de proximidade, gerada pela presença de avatares. “O Second Life adiciona essa sensação de presença…”
  • 20. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 19 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Site Para a implementação de uma página Web, foi criado o site “ A evolução dos Arquivos “, utilizando para o efeito a ferramenta WebNode - construtor online de Websites. Esta ferramenta permite a partilha de conteúdos multimédia, podendo os utilizadores trocarem experiências através de imagens, vídeos, áudio ou texto. Às imagens e textos que são visualizados na página poderão os utilizadores ter o acesso e participação pública de uma outra maneira, tendo sido criado um arquivo multimédia no Flickr, permitindo armazenar imagens e vídeos de diversas origens, conseguindo tirar partido desta ferramenta disponível na Web. Este site cumpre uma ética de colaboração onde os serviços disponibilizados servem de intermediário entre conteúdos e utilizadores tirando assim proveito de um interface amigável e de uma arquitectura de participação, ou seja, a contribuição dos utilizadores com materiais audiovisuais e de informação de modo a integrarem e aumentarem o Arquivo. Através da criação de álbuns referentes à evolução do Arquivo, à Exposição e fotos dos discentes que compõem a turma de ECM-PL, pretende-se partilhar, difundir e aumentar estas colecções, de forma a criar aqui um novo suporte de conteúdos relacionado com “O Arquivo”, adaptando-o à nova realidade – Sociedade da Informação.
  • 21. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 20 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Redes Sociais Para a criação dos álbuns acima mencionados recorremos ao Flickr – site da Web de hospedagem e partilha de imagens, caracterizado como Rede Social. Acedido directamente do site criado no Webnode, aqui é possível ao utilizador interferir na organização dos álbuns ou adicionar comentários, notas, tags, e metadados classificando os conteúdos existentes no Arquivo e facilitando a pesquisa, aumentando assim o nível de conhecimento das comunidades que utilizam estes arquivos. A integração de vários aspectos, tais como a catalogação e a pesquisa / link pretende manter a eficiência necessária para servir o utilizador da melhor maneira. Para que este projecto esteja presente na maior rede social da actualidade – FaceBook, críamos um perfil do CDI com o objectivo de ser actualizado com toda a informação do site “A evolução dos Arquivo”, cativando a atenção dos utilizadores e fazendo com que o número de registos nesta comunidade seja continuamente maior. Os serviços de referência são indispensáveis nesta intercomunicabilidade da informação, direccionada para as necessidades de informação do utilizador, daí que cada vez mais os arquivos sejam encarados como instituições com a dupla vertente de gerir informação produzida e disponibilizá-la ao público. Este trabalho centrou-se no arquivo digital, de documentos electrónicos, tais como imagens e vídeos, encarado com três vertentes: gerir, difundir e organizar conteúdos proporcionando um aprofundamento da democracia, da livre iniciativa e da difusão de ideias.
  • 22. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 21 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Os Arquivos na sua origem são um fenómeno natural e espontâneo, desde o aparecimento da escrita. Com a escrita apareceu a ideia de guardar, reunir e organizar os suportes já existentes na altura, facto que permite dizer que os primeiros arquivos surgem de modo natural e intuitivamente.. Criaram os Arquivos Centrais e instituíram um arquivo próprio para cada corpo de magistrados. Foi criado em Roma o Tabularium tendo sido definido um estatuto próprio para o arquivista, que tinha como funções a conservação, reprodução e validação dos documentos. Na Idade Média houve uma diminuição de arquivos devido á redução na prática da escrita. Os arquivos eram na sua maioria provenientes das classes religiosas, de ordem eclesiástica, e guardavam documentos relacionados com a Igreja e documentos relativos à dinastia. Nos finais do séc. XII começam a aparecer arquivos não eclesiásticos, surgem no inicio do séc. XIV os primeiros Arquivos Estatais. Em 1325 assiste-se à criação do Arquivo do Estado Português na Torre do Tombo situado no Castelo de S. Jorge. O Arquivo funcionava como um guardador de memórias. Com o Iluminismo no séc. XVII e XVIII, os arquivos passam a ser fontes de pesquisa relacionadas com a história e de nível académico. Na Época Moderna desenvolvem-se os Arquivos Reais, onde é salvaguardado o carácter reservado da documentação, uma prática exigida pelos Reis, limitando o acesso aos documentos. Estes arquivos agrupavam documentos provenientes das Cortes, protocolos notariais, forais, entre outros. Cabia ao Rei determinar quem poderia ou não aceder à informação. Os depósitos aumentaram consideravelmente em extensão e em diversidade, com a criação de novos serviços na justiça e na economia. Procedeu-se á transladação de códices de chancelaria, por exemplo: Leitura Nova patrocinada por D. Manuel I e D. João III.
  • 23. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 22 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) A Revolução Francesa trouxe algumas consequências a nível arquivístico, surge uma nova etapa, onde se procede à concentração dos Arquivos do Estado. Estes arquivos eram guardados em depósitos, com o decreto 18 de Brumário e a criação dos Archives Nationales, onde se encontravam todos os documentos relativos a títulos feudais, registos administrativos e processos judiciais. Em Portugal os primeiros Arquivos Distritais foram criados entre 1916 e 1918 em Leiria, Évora, Bragança e Braga. Em 1927 é decretado a criação de um Arquivo Distrital em cada distrito a fim facilitar a consulta dos Estudiosos aos núcleos documentais dispersos nos distritos. Até aos anos 90 a situação dos Arquivos não foi alterada e em 1990 foram inauguradas as novas instalações da Torre do Tombo, e foi criado o programa Pram que serve de apoio à criação dos Arquivos Municipais. O arquivo conhece novas realidades com a evolução tecnológica, e a sociedade fica dependente dos suportes digitais. Um arquivo em papel requer muito espaço, a vantagem mais óbvia para a utilização de um arquivo digital é ter a mesma informação que ocupa várias estantes num determinado espaço físico num dispositivo portátil, tendo com isto uma rapidez de acesso ao mesmo conteúdo (informação). O arquivo digital é uma mais-valia nos dias de hoje, estando mais acessível a todos, apenas é necessário que a informação esteja devidamente arquivada. No entanto existem alguns obstáculos, e o maior obstáculo é a (in)compatibilidade entre os dispositivos actuais e os anteriormente utilizados. A informação guardada num determinado dispositivo não garante o acesso a todos, e as probabilidades de o mesmo ser ultrapassado pela própria evolução ou descontinuidade do produto agravam-se. Para que não se perca a informação em formato digital, existem várias medidas de segurança preventiva, que poderão ser feitas diariamente de modo a salvaguardar os conteúdos, como exemplo, um portátil e um computador de base fixa, se estiverem sincronizados podem actualizar os seus conteúdos simultaneamente.
  • 24. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 23 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) A informação em formato electrónico alojada em "sistemas de peso" mune-se da "redundância" desses mesmos sistemas. Assim, a Internet e as bases de dados possibilitam réplicas, alojadas em diferentes locais virtuais. Em relação ao papel, está sujeito à destruição", o que se revelaria dramático noutros campos, porque bastaria um incêndio para surgir as reminiscências penosas do fogo que consumiu a biblioteca de Alexandria. Muitos de nós ainda não "adquirimos o treino necessário para conseguir ler longos documentos, textos, teses, etc.", mas esta nova geração, recorre cada vez mais a plataformas digitais. A utilização frequente de e-books que são disponibilizados pelas editoras em formato electrónico, ou a consulta de documentos devidos aos protocolos estabelecidos com os estabelecimentos de ensino são prova disso. No entanto, o uso excessivo de um conhecido motor de pesquisa, ou a utilização de certos e determinados conteúdos retirados de Wikis por exemplo, tendo como certa a informação disponibilizada, não deve ser uma prática correcta a adoptar, uma vez que não existem referências seguras, isto é, informação científica credível. ~
  • 25. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 24 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) Após as pesquisas por nós efectuadas para a elaboração deste trabalho a opinião é unânime quanto á evolução do arquivo, pois este está em constante evolução desde o seu aparecimento. Estando a Internet cada vez mais acessível ao público em geral, é importante a utilização das ferramentas disponíveis para o seu desenvolvimento e criação de arquivos em Web 2.0. Entende-se por arquivo físico o local onde são guardados os documentos formados a partir de processos de trabalho funcionalmente inter-relacionados, constituindo um repositório de informações físicas e fonte de evidências de actividades e eventos ocorridos, a sua consulta por vezes torna-se morosa. O arquivo digital é a transformação do arquivo físico em arquivo digital melhorando a sua produtividade, segurança e qualidade. Actualmente e independentemente da actividade, trabalho, académico, profissional, estudo, particular, etc., é essencial que a informação esteja disponível para consulta de uma forma rápida e eficaz. O avanço tecnológico nesta forma de arquivo permite a partilha e consulta de informação dentro e fora das organizações. A Implementação de um arquivo digital, numa perspectiva de uma arquitectura aberta e orientada para serviços tem como objectivo disponibilizar para a organização um interface universal para o arquivo e consulta de todos os conteúdos documentais, a adaptação tecnológica para permitir a integração rápida de novas aplicações, definir políticas sistematizadas de arquivo, incluindo classificação, segurança, retenção e monitorização, consolidação de informação dos vários sistemas de informação que tenham capacidade de utilizar um arquivo digital de forma normalizada. Os benefícios e os riscos que representam para as organizações obrigam a uma implementação especializada, por isso a sua implementação pode ser evolutiva através da adição progressiva de novos tipos de documento ou conteúdos, os requisitos de um sistema de arquivo digital e o modelo de implementação variam em função da organização e da sua actividade.
  • 26. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 25 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) A opção por arquitecturas abertas e normalizadas oferece maiores garantias de preservação e acesso à informação a curto, médio e longo prazo. A criação de um site por exemplo, não pode ser feita sem um planeamento prévio. A qualidade de informação que se incluiu neste tipo de projecto terá de ser efectuado com ponderação, estudando com a devida antecedência o público-alvo. A sua criação tem de obedecer a alguns requisitos, terá de ter uma finalidade e um fim. Sendo esta uma ferramenta útil, e de fácil utilização, permite elaborar e alterar as informações que são relevantes para a comunidade onde é inserido o site, arranjando formas de o utilizador interagir, como por exemplo efectuar comentários, inserir imagens, consultar a informação disponível, utilizando RSS feeds para que sempre que se efectue uma actualização de informação seja informado, interligar os conteúdos em rede, etc.. Após a conclusão deste trabalho podemos dizer que este superou as nossas expectativas no campo da pesquisa, pois a informação obtida na consulta dos artigos, textos, sites, blogues foi imensa e em alguns casos inconclusiva ou contraditória o que nos dificultou o trabalho, levando a efectuar novas pesquisas. Fizemos uma viagem pelo tempo, não aprendemos apenas a história da evolução do arquivo, uma vez que esta evolução “acompanhou” todos os acontecimentos ocorridos e respectivo desenvolvimento das sociedades. A elaboração deste projecto é sem dúvida uma mais-valia não só profissional como pessoal, e ousamos dizer que para a turma de ECM-PL também será, uma vez que foi realizado um arquivo digital onde estão disponíveis imagens e vídeos de todos os elementos que a compõem, momentos para mais tarde consultar e recordar…
  • 27. Projecto “A Evolução dos Arquivos” ESES Biblioteconomia, Arquivo e Documentação Página 26 de 27 3º Ano - E.C.M. (p.l) MARQUES, Amélia - Arquivos nas Ciências da Informação. Origem histórica dos arquivos. 2007. [consult. 13 Dez. 2010]. Disponível em: < http://ameliamarques.web.simplesnet.pt/origem.htm > RIBEIRO, Joaquim - Sistemas de Informação: Arquivo. Conceito de arquivo. 2006. [consult. 22 Dez.2010]. Disponível em: <http://joaquim_ribeiro.web.simplesnet.pt/Arquivo/index.htm>. SATURNINO, Luys Paullo Targino. A Evolução do Arquivo e da Arquivologia na perpectiva da história. 2010. [consult. 02Jan.2011]. Disponível em: http://www.webartigos.com. MOREIRA, Ana Raquel Araújo Rodrigues - A admirável nova Web : a Web 2.0 nas agências de comunicação.2009. [consult. 23 Dez.2010] Disponível em: http://hdl.handle.net/1822/10746. ROSA, André Filipe Correia - MediaAccess - componentes para acesso a informação multimédia.2010. [consult. 22 Dez.2010]. Disponível em: http://run.unl.pt/handle/10362/3663. SANTOS, Pedro António de Oliveira Duarte - Sistema de gestão de conteúdos e sua adequação aos processos da arquivistica: estudo de caso - portal MyIGCP.2010. [consult. 02 Jan.2011]. Disponível em: http://repositorio.ul.pt/handle/10451/2064. RODRIGUES, Eloy – Os novos tempos de uma velha profissão: perfis e competências dos bibliotecários na revolução digital. 1998. [consult. 23 Dez.2010]. Disponível em: http://repusitorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/421 RIBEIRO, Fernanda – O acesso à informação em arquivos. 1998. [consult. 23 Dez.2010] Disponível em http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/7058